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Introdução - Verónica

A zona da Sé no Porto é uma área que respira história e tradição. Situada no


coração da cidade, esta área é conhecida pela majestosa Catedral da Sé, cuja
imponência arquitetónica remonta a séculos passados. Esse espaço é caracterizado
por ruas estreitas e sinuosas que remontam a tempos antigos. É uma região que
preserva muito da sua arquitetura tradicional com fachadas coloridas e elementos
arquitetónicos únicos que refletem a riqueza histórica da cidade.

Devido à sua localização central e à concentração de turistas, pode haver


momentos em que a área fica mais movimentada e ruidosa, um dos aspetos que
impacta diretamente a qualidade do ambiente na área, assim como o fluxo de tráfego
e a gestão de resíduos.

O trabalho tem como principal objetivo discutir a importância do contexto


biogeofísico na região da Sé e qual o seu impacto e ordenamento no território. Para
tal, a informação apresentada é o resultado de um conjunto de informações
trabalhadas que alcançaram várias conclusões.

Contexto histórico - Verónica

Conforto bioclimático
Rodrigo - Mapa 1, 2 e 3:

Dandara – Mapa 4, 5 e 6:

O coeficiente de escoamento é elevado, o que significa que maioritariamente


existem superfícies impermeáveis, como asfalto e concreto, que tendem a ter um
maior coeficiente de escoamento, e portanto uma maior proporção de chuva escoa
diretamente sobre essas superfícies sem que seja absorvida pelo solo.
1:
Contexto climático urbano (cursos de água e ruas arborizadas)
Árvores pontuais e muito poucas
As árvores estão do outro lado da zona de estudo
O relevo diminui no sentido direita para esquerda
Foi construído um prédio e um TGB, as árvores existentes nesse local, já não existem,
pois, forma mandadas a baixo por causa das construções. Já existiam poucas e agora
ainda menos.
Coeficiente de escoamento, ocorrência de inundações e área impermeabilizada
por subsecção
Como podemos verificar na nossa área o coeficiente de escoamento é elevado, o que
significa que maioritariamente existem superfícies impermeáveis, como asfalto e
concreto, que tendem a ter um coeficiente de escoamento elevado, o que significa que
uma maior proporção de chuva escoa diretamente sobre essas superfícies. Em geral,
para reduzir problemas de enchentes, erosão do solo e para promover a infiltração da
água, busca-se reduzir o coeficiente de escoamento, isso pode ser feito através de
técnicas como:
-Utilização de superfícies permeáveis: incorporar mais áreas verdes, pavimentos
permeáveis e técnicas de drenagem sustentável para permitir a absorção da água da
chuva pelo solo.
-Sistemas de drenagem: implementar sistemas de drenagem adequados, como valas
de drenagem, bacias de retenção ou direcionamento controlado da água da chuva
para áreas onde ela possa ser absorvida.
-Armazenamento das águas da chuva para reuso ou reciclagem.

2:
Comportamento da temperatura nos espaços urbanizados (+ prováveis no verão
e no inverno)
podem variam entre 20 a 30º C (o quarteirão apresenta valores entre 2 e 4 – zona
mais alta do quarteirão com temperaturas mais altas que variam entre 3-4 e a zona
mais baixa varia entre 2-3)
temperaturas entre 5 e 15ºC (o quarteirão apresenta valores entre -1 a 0 – zona mais
alta do quarteirão com temperaturas que variam entre 0-1 e a zona mais baixa com
valores entre -1 e 0)
em algumas temporadas, a zona pode experimentar invernos mias amenos, enquanto
em outras temporadas pode haver invernos mais frios ou mais quentes do que o
esperado

3:
Skyview Factory
menos radiação solar nas ruas estreitas (recebem menos luz devido à sua localização
no quarteirão)
mais radiação solar nas ruas que ficam nas extremidades do quarteirão (áreas mais
expostas a radiação solar) – mais radiação, mais aptidão

População e edificado
A população residente é composta maioritariamente por idosos, indicando a
necessidade de haver atividades e espaços que possam servir a essa população
4:
Probabilidade de Ocorrencia de
acelaração e travagem dos fluxos de
ar no verão e no inverno
(Anomalias térmicas de temperaturas
altas muito prováveis no Verão)
A nossa região é das zonas do Porto
com mais anomalias térmicas.
Esta zona já tem poucas zonas verdes,
ou até quase nenhumas com impactos
significativo, a isto acrescenta-se ainda as anomalias
térmicas.
As copas das árvores podem impedir que parte dos raios solares cheguem ao chão,
mas não é só pela sua sombra que ajudam a arrefecer as cidades.
As árvores precisam de água para crescer, mas a maioria da água que absorvem é
devolvida à atmosfera através da transpiração, diminuindo a temperatura do ar.
Este é um contributo insubstituível, principalmente no Verão, e particularmente
importante no contexto das alterações climáticas, com o aumento de fenómenos e
anomalias, como ondas de calor.
A vegetação em meio urbano é também um contributo para atenuar as “ilhas de calor
urbano”, as zonas da cidade onde a temperatura é mais elevada devido aos materiais
que absorvem o calor, como o cimento e o asfalto,
Um estudo realizado na cidade de Lisboa, que poderá servir como paralelo para a
cidade do Porto, concluiu que nas ruas arborizadas, a temperatura era em média 1
grau mais fresca do que em ruas sem vegetação, podendo estas diferenças chegar
aos 3,7 graus. Outro estudo indica que a plantação de árvores em sítios estratégicos
pode ajudar a refrescar o ar entre 2 e 8 graus, além de promover uma poupança de
energia ao reduzir as necessidades de climatização.
Na zona que estamos a estudar entendemos que o aumento de zonas verdes é
necessário e crucial. No entanto, são poucas as zonas verdes e o que vemos é que
mesmo as existentes estão a ser destruídas.
As zonas verdes nesta zona não iriam só ajudar a combater as anomalias térmicas de
temperaturas altas, iriam também melhorar a qualidade do ar e reduzir as inundações.
(Anomalias térmicas de temperaturas baixas muto prováveis no inverno)
No inverno as anomalias térmicas não são tão significativas, como no verão.
As zonas verdes e as árvores também ajudariam a combater as anomalias térmicas de
temperaturas baixas. As árvores podem funcionar como barreiras naturais contra o
vento frio. Quando as zonas verdes estão em zonas estratégicas ajudam a diminuir a
velocidade do vento e reduzem a sua penetração em áreas residências,
proporcionando proteção contra o frio.
As áreas verdes com árvores também ajudam a diminuir a perda de calor das
edificações. Elas atuam como isolantes naturais.
Desempenham um papel crucial na redução de dióxido de carbono na atmosfera.
Quando absorvem CO2 durante a fotossíntese, libertam oxigénio, o que contribui para
melhorar a qualidade do ar.
Um ambiente com ar mais limpo pode, indiretamente, ajudar a regular a temperatura e
a tornar as condições de vida mais confortáveis durante o frio intenso.
As árvores também ajudam a reter calor durante os dias mais frios. Elas absorvem a
luz solar durante o dia e liberam calor à noite, o que pode elevar ligeiramente a
temperatura local.
Outras formas de combater as anomalias térmicas de temperaturas baixas e altas são
a construção de edifícios com matérias com características isolantes para reter o calor
no inverno e manter a temperatura agradável no verão. A construção de praças e
parques, que criaria mais espaços verdes, ou seja, a zona deveria de ter um
planeamento urbano sensível ao clima e o que vemos é uma despreocupação na
construção dos edifícios e nos espaços verdes.

A facilidade de circulação do vento na nossa zona, no verão, é bastante baixa, o que


está diretamente relacionado com as temperaturas altas, pois a circulação do vento no
verão é bastante importante para se manter uma temperatura confortável e estável em
toda a zona. Em áreas urbanas, o calor é frequentemente retido por estruturas e
pavimentos. A circulação do vento ajuda a dissipar o calor.
A dispersão de poluentes e a renovação do ar, ou seja, a ventilação adequada só é
possível graças à boa circulação do vento.
O vento pode também ajudar a reduzir a humidade, tornando o ambiente menos
abafado e mais confortável. Isso é particularmente útil em áreas onde o clima é quente
e húmido.
A facilidade do vento no Inverno continua a ser bastante baixa. Parte do que foi dito
anteriormente também se aplica no inverno: a dispersão de poluentes e renovação do
ar, a redução da humidade… Mas existem mais vantagens da boa circulação do vento
no inverno.
A circulação do vento pode impedir a formação de nevoeiro densos. Isso é
especialmente importante em estradas e áreas urbanas, onde a visibilidade pode ser
afetada negativamente por nevoeiros densos.
Embora o vento possa aumentar a sensação de frio, em certos casos, uma circulação
moderada pode ajudar a dispersar o ar mais frio estagnado, tornando o ambiente mais
confortável.
Em algumas situações a circulação do vento pode ajudar a reduzir a condensação em
superfícies, evitando a formação de gelo em estradas e calçadas, o que melhora a
segurança nas vias pública.
5:
A poluição atmosférica nos espaços urbanos

A nossa zona é uma zona com uma elevada probabilidade de


degradação da qualidade do ar, ou seja, tem um ar bastante
poluído, que se deve a todos os fatores que já anunciei
anteriormente, mas principalmente devido à escassez de
espaços verdes.
E estes seriam os melhores para se resolver o problema. As
árvores libertam oxigénio e fixam dióxido de carbono. Os poros que existem nas suas
folhas absorvem gases poluentes e as copas funcionam como barreiras para poeiras e
outras partículas que circulam no ar e causam problemas respiratórios.
Também por esta via, os espaços verdes e arborizados contribuem para a saúde das
populações urbanas.

6:
O comportamento da temperatura nos
espaços urbanizados

O que podemos observar na nossa zona


é que os valores no verão de radiação
solar nas ruas é demasiado elevado, o
que pode trazer graves problemas às
espécies, aos humanos e mesmo ao ambiente em
geral.
Os valores na primavera e no outono já parecem mais
estabilizados, mas mesmo assim seria mais aconselhável serem um pouco mais
baixos.
Os valores no inverno são demasiados baixos.
Para melhorar esta situação e estes valores, que não estão nos níveis aconselháveis
por causa do aquecimento global e também da má gestão urbana da região, podemos
tomar as seguintes medidas:
-Instalar dispositivos de sombreamento em áreas externas para reduzir a exposição
direta do sol.
-Plantar árvores e arbusto para fornecer sombra natural e reduzir a temperatura do
ambiente ao redor.
-Superfícies reflexivas e utilizar materiais mais claros e reflexivos, que absorvem
menos calor, em estradas, calçadas e edifícios.
-Aplicar revestimentos ou tintas reflexivas em telhados e superfícies para reduzir a
absorção de calor.

Mapa de usos e serviços


Através deste mapa é possível fazer uma análise mais social do nosso quarteirão. É
bastante percetível que o alojamento local invadiu este quarteirão, apropriando-se de
casas e lotes devolutos que ao invés de servirem a comunidade uma vez que esta se
concentra sem casa nas laterais de um edifício cultural á procura de teto, servem
temporariamente a economia e de forma incerta que pode quebrar a qualquer
momento e não apresenta respostas a longo prazo.

Forças:
Gestão do património histórico
Preservação da arquitetura e identidade cultural
Algum comercio tradicional
Proximidade ao Rio Douro

Fraquezas:
Prioridade dos alojamentos temporários sobre a qualidade e falta de habitação da
população residente
Gestão inadequada de resíduos
Pressão sobre a infraestrutura histórica devido ao turismo intenso
Poluição sonora
Falta de áreas verdes ou espaços abertos
Mobilidade urbana débil
Forte impacto do tráfego automóvel
Vulnerabilidade da população local

Ameaças:
Poluição do ar e sonora devido ao tráfego intenso
Pressão sobre os recursos hídricos
Falta de espaços verdes, levando à degradação da qualidade ambiental
Falta de planejamento urbano sustentável
Necessidade de um sistema eficiente de gestão de resíduos
Áreas privadas podem ser abertas ao público para aumentar o acesso da comunidade
para infraestrutura verde.
Processos de exclusão e isolamento social e derivados do isolamento e degradação
do edificado

Oportunidades:
Recorrer a fundos comunitários e a programas nacionais de captação de recursos
para empreender obras de isolamento e melhorias estruturais dos edifícios.
Desenvolver espaços e atividades e fazer reconversões que aproveitem as áreas com
maior incidência da luz solar

Apresentação do projeto
A nossa proposta de intervenção no terreno visa sobretudo valorizar a zona, mas
priorizar a comunidade oferecendo-lhe uma melhor qualidade de vida. Propomos a
criação de um centro cívico que impulsione o quarteirão e volte a dar á população uma
vida digna. Ainda que esta intervenção implicasse a supressão do terminal rodoviário
Parque das Camélias, os ganhos do novo Centro cívico superam as perdas do serviço
anterior.
Ao construir cidade é necessário ter consciência do que estamos a retirar de um lugar
para edificar com esses materiais noutro sítio, por isso é de relevância estudar os
próprios materiais a ser utilizados na construção e quais são os que fazem sentido em
cada lugar tendo em conta o clima e a debilidade do próprio terreno e também o que
envolve trazer esses materiais para a zona tanto a nível monetário como social. Para
além da nossa atenção pela maneira como construímos, conseguimos trazer para este
centro cultural uma variedade de espaços inclusivos e que permitem desenvolvimento
económico. O Centro reúne, uma ala de habitação social que idealmente conseguiria
tirar as pessoas em situação de rua para dentro de uma casa com as condições
mínimas e ainda dar-lhes trabalho dentro do próprio centro de modo a organizar a
população para criar uma base forte de comunidade. A incorporação de uma cantina
social para a população em risco de insegurança alimentar e também de salas
polivalentes onde possa haver workshops e atividades diversas que atraíssem todas
as gerações e permitissem a passagem de conhecimento através da prática, são de
extrema importância para unir a comunidade. Prevê-se ainda uma reserva de parte do
edificado para comercio local que possa também explorar atividades de inclusão com
a população através das salas polivalentes. Relativamente á geometria que ocupa
esta parte significativa do quarteirão, foi tido em conta que o próprio terreno precisava
de um espaço de respiro, mas que acolhesse e convidasse as pessoas daí a
preferência por um corpo que tem um funcionamento semelhante ao de um claustro
que distribui pelos vários espaços do Centro e ainda assim pudesse albergar um
parque urbano dando um pouco de verde ao quarteirão. Foi importante também abrir
uma nova passagem entre as ruas Duque de Loulé e Augusto Rosa melhorando a
fluidez da malha urbana.
A ocupação do terreno nas laterais da estação de S.Bento e fazem frente aos
logradouros das casas da rua 31 de Janeiro também é de maior importância para
impedir que os serviços temporários se ocupem destes locais e por isso idealmente
esta zona deveria ser dedicada á reabilitação destas casas e á criação de um espaço
verde mais denso com espaços de estar que encorajassem as pessoas a unir-se e a
fortificar o senso de comunidade.
Para além de desta intervenção de maior escala achamos importante requalificar a
zona, tentando sempre que possível priorizar os espaços verdes uma vez que a falta
deles é um dos maiores problemas e acrescentar mobiliário urbano nessas zonas para
que seja estimulado o anteriormente referido senso de comunidade.

Conclusão

As grandes intervenções ao longo do tempo que modificaram a morfologia do quarteirão dão


corpo a edificados destinados a serviços, um de transportes outro cultural

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