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I.

ANTECEDENTES

Mariquinha Camargo, casada, de 38 anos de idade, funcionária pública, titular do B.I nº


00077749LA039, e João Muenho, casado, de 44 anos de idade, funcionário público, titular
do B.I nº 000101442LA033, ambos residentes na Centralidade do Kilamba, no Edifício D4,
2º andar, Apt.º 32, Kilamba Kiaxi.

Mariquinha Camargo estabeleceu relação afectiva com o João Muenho namoraram durante
cerca de 10 anos, sendo que após este este tempo, decidiram oficializar o relacionamento
com a celebração do casamento, aos 15 de Janeiro de 2012.

O inicio da relação marital, Mariquinha Camargo não trabalhava, dependia totalmente do


João Muenho, este que já era funcionário público na altura da junção dos dois.
Apesar das limitações financeiras que os dois já sofriam, sensivelmente um ano após o
casamneto ocorreu o nascimento da filha dos Requeridos, Edmara Camargo Muengo aos 20
de Dezembro de 2013.

O Requerido assumiu a paternidade da filha, Edmara C. Muengo, e sempre participou na


vida da menor, levando-a à consultas médicas, actividades de diviersão e familiares e é um
pai muito próximo a filha.

Os requeridos separaram-se de facto em 2019, desde então que a Mãe, ora Requerente
impede o pai, ora Requerido, de ver e sair com a filha, o que tem causado visíveis
transtornos na vida social e escolar da filha, menor.

Neste contexto, urge definir a regulação do exercício da autoridade paternal na defesa do


superior interesse da Edmara.

II. DADOS RELATIVOS A PROGENITORA


Situação Familiar

A Requerente reside com a filha Edmara Camargo, de menor de 9 anos, na morada supra
indicada durante todo o seu tempo de vida. Desde a mesma altura da separação, mantém
relação com o Sr. Arlindo Bota Manuel, de cinquenta e oito anos, solteiro, que trabalha por
conta de uma empresa em regime de trabalho temporário, situado no Porto Amboim,
elemento que alterna a residência junto do seu local de trabalho e o seu domicílio, sito na
Centralidade do Kilamba, no Edifício D4, 2º andar, Apt.º 35, portanto os dois são vizinhos.

A Requerente afirma que a relação com o Sr. Arlindo constituiu-se devido as ausências do
Requerido, pois este ultimo, ausenta-se bastante quando trabalhava e quando estava em
casa, também se ausentava porque preferia passar tempo com os amigos fora de casa,
amigas e amantes.

Várias vezes a Requerente, precisou de ajuda com situações referentes a manutenção de


problemas de casa, lâmpadas por trocar, armários por apertar, lava-loiça e material sanitário
por desentupir, carros por fazer a manutenção, um conjunto de situações, que
tradicionalmente um homem ocupa-se e resolve no seu lar. Sozinha e sem ninguém para
ajuda-la teve que recorrer a ajuda do seu vizinho, onde acabaram-se por apaixonar-se e
envolverem-se.

Os Requeridos e a filha menor habitam no referido apartamento, cujo espaço habitacional


comporta três quartos, sendo que um, é uma suite ( quarto + quarto de banho) , dois quartos
de casal, uma cozinha, uma sala, uma casa de banho, portanto uma habitação que
proporciona as mínimas condições de habitabilidade.

A Requerente declara que pretende continuar a residir na residência familiar, pois reúne as
condições necessárias para a continuidade a sua vida pessoal e profissional e cuidar da sua
filha em um local com segurança.
2.2 Situação laboral e económica

Rendimento do agregado familiar


No passado mês de Janeiro, a Requerente trabalha
Para custear as suas despesas com alimentação, vestuário, alojamento e deslocação
confecciona bolos caseiros e conta com o apoio da sua mãe. Tem como rendimento médio
mensal de cem mil Kzs.

Rendimentos a favor da criança:


O Requerido comparticipava de modo pontual no sustento da filha
enviando dinheiro, no valor de vinte mil Kzs, até Outubro de 2014.
Desde Novembro de 2014, o Requerido não voltou a comparticipar no
sustento da Núria.

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Como principais encargos mensais fixos, a Requerida destacou a renda
de casa de 35 mil Kzs, enquanto a mensalidade da creche da Núria de
40 mil Kzs. Nos últimos meses a Requerida tem pago montantes
adicionais para regularizar pagamentos em atraso.
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A Requerida destacou outras despesas
como alimentação, água,
eletricidade e transporte, no entanto não especificou os montantes
despendidos para o efeito.
Segundo a mesma, os rendimentos que possui são insuficientes para
assegurar o pagamento dos compromissos referenciados bem como
assegurar a satisfação das necessidades elementares próprias e da
filha.
Neste contexto, destacou o apoio da sua progenitora que assegura o
pagamento regular de despesas (luz, água) bem como a aquisição de
bens utilitários (foi dado como exemplo, a compra do frigorífico), bem
como do seu namorado Ricardo que refere igualmente como importante
nos últimos meses, quando faz compras de géneros de primeira
necessidade.
Por último, a Requerida destaca igualmente o apoio da sua progenitora
onde realiza parte substancial das refeições.
Globalmente, a Requerida declara viver uma situação económica dificil
em que a satisfação das necessidades elementares é assegurada com
dificuldades e somente com o apoio dos familiares mais próximos e
namorado.
Neste contexto, manifesta vontade em procurar ocupação laboral
diferenciada da frequência do curso de formação profissional para
conseguir aumento das suas receitas regulares.
2.3 Características Individuais e Relacionadas no exercicio da
autoridade paternal
Conforme referimos anteriormente, após o nascimento da filha Núria
em Novembro de 2011, os Requeridos mantiveram relacionamento
descontinuo até Julho de 2013, estando juntos nas visitas de férias a
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Angola por parte do Requerido, ocasiões em que o Requerido passava.
em média, um dia com a filha Núria.
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Com o término definitivo da relação entre os Requeridos em Julho de
2013, a ligação entre as partes diminuiu de modo substancial, desde
então, o Requerido não voltou a estar pessoalmente com a filha. A
ausência da figura paterna decorre da fixação de domicílio profissional
em Moçambique, país onde exerce funções laborais nos últimos anos.
Habitualmente, o Requerido passa um dia/noite com a filha Núria
quando vem de férias a Angola, o último convívio presencial entre as
partes ocorreu em Julho de 2013.
Paralelamente, a comunicação entre os Requeridos é escassa
e
diminuta em função da filha. A Requerida assume de modo unilateral
o exercício da autoridade paternal, quer sejam questões correntes ou
do quotidiano, quer sejam matérias de particular relevância para a
Núria.
Este modelo de funcionamento decorre sem mudanças relevantes
desde o nascimento da menor, com a Requerida a tomar a totalidade
das decisões referentes à filha, tendo como suporte principal os seus
familiares próximos e não o Requerido.
Confrontada quanto a eventual implementação do regime de visitas, a
Requerida expressa disponibilidade, no entanto, considera que essas
visitas deverão acontecer de forma cuidada e com a sua presenca.
3. Dados Relativos ao (s) Filho (s)
Núria completa três anos de idade no próximo dia 20 de Novembro. A
menor regista um processo de desenvolvimento e de saúde conforme o
padronizado para a sua faixa etária, no entanto, tem alguns problemas
de saúde que exigem alguma atenção, sendo acompanhada em
consultas externas regulares no Hospital Pediátrico David Bernardino.
Desde os 11 meses de idade Núria frequentou a creche das Irmãs
Paulinas, junto da sua residência, tendo registado uma boa adaptação.
No próximo mês de Setembro, a menor irá frequentar a iniciação. Esta
mudança é encarada com preocupação por parte da Requerida, que 2®
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receia que a filha possa ter dificuldades na integração e frequência
deste novo espaço.
4. Avaliação das competências para o exercício da autoridade
paternal
A Requerida assume o exercício da autoridade paternal de forma
absoluta, dada a nula participação do Requerido no processo educativo
e desenvolvimento da filha Núria, ausência agravada desde a fixação
de domicílio e familiar daquele em Moçambique.
A Requerida expressou desejo que na decisão judicial a tomar no
âmbito do
presente processo seja reconhecida como principal
responsável no exercício da autoridade paternal formalizando assim o
que sucede desde o nascimento da sua filha.
Quanto à eventual implementação de um regime de visitas, a Requerida
mani festa disponibilidade para que o progenitor estabeleça relação
com a filha, devendo as visitas serem preparadas de modo progressivo
e com a sua presença.
A Requerida vive uma situação económica dificil, pelo que a fixação de
uma prestação de alimentos a favor da Núria seria importante para que
ela tivesse meios económicos para proporcionar melhores condições à
sua filha aos mais diversos níveis.
O Técnico

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