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Princípios processuais trabalhistas: oralidade, concentração dos atos processuais,

proteção ou tutela, informalidade, irrecorribilidade das decisões interlocutórias, conciliação,


majoração dos poderes do juiz do trabalho na condução do processo e jus postulandi.
O princípio da oralidade tem o condão de simplificar o procedimento, dando uma maior celeridade
ao mesmo e efetividade da jurisdição, solucionando conflitos e realizando a prestação jurisdicional
de maneira eficaz.
A concentração dos atos processuais no direito processual do trabalho tem o objetivo de
agrupar os atos de processo em eventos únicos, acelerando sua tramitação. Como exemplo a
audiência, onde é possível a apresentação de defesa, manifestação da parte contrária, oitiva das
testemunhas e da parte, razões finais e até mesmo pronunciação da sentença.
O princípio da proteção ou tutela visa reduzir desigualdades entre o trabalhador e o
empregador. O direito processual do trabalho confere maior proteção ao empregado, visto que é a
parte hipossuficiente da relação de emprego. Para elucidar o exposto acima temos a gratuidade
judiciária concedida ao reclamante; a possibilidade de arquivamento da ação caso o empregador
não compareça na primeira audiência (art. 844, CLT); a exigência de depósito recursal somente à
empregadora e a possibilidade de petição verbal.

Principio da Oralidade aplicado sendo aplicado nos dias atuais; A oralidade corresponde
um direito fundamental determinado pelo diálogo processual, ou seja, pela comunicação entre as
partes. A CLT, nos artigos 840, e 850, como, exemplo, assegura a defesa verbal. Deste modo,
segue a redação dos respectivos dispositivos: “não havendo acordo, o reclamante terá vinte
minutos para aduzir sua defesa ”. “Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais
em prazo não excedente de dez minutos”.Pelo exposto, o princípio da oralidade garante ao
magistrado uma percepção maior no direcionamento do processo e segurança jurídica na análise
probatória.
1. Princípio da Oralidade: aspecto processual e terminológico

Toda decisão judicial deve ser motivada e fundamentada. O princípio da livre convicção do
magistrado ou da independência dos juízes assegura ao julgador a liberdade de decidir conforme
a realidade fática do processo. Deste modo, o juiz deve fazer valer da apreciação da prova,
atendendo as circunstâncias constantes dos autos, indicando na sentença o motivo da decisão, o
que transcreve os requisitos do artigo 131 do CPC.

Neste sentido, incumbe ao magistrado a observância quanto aos fatos elencados pelas
partes, como, por exemplo, a produção de prova testemunhal, em que o depoimento das
testemunhas contribui com a interpretação do magistrado acerca da discussão do mérito.

Como se vê, o princípio da oralidade caracteriza uma função imprescindível na instrução


processual. Desta forma, este princípio garante ao juiz uma participação maior na condução do
processo e segurança jurídica na dilação probatória.
Neste tocante, leciona Cleber Lúcio de Almeida:

Vale esclarecer, em relação à identidade física do juiz, que, com a extinção da


representação classista nos órgãos da Justiça do Trabalho e passando o julgamento do dissídio a
ser realizado, em Primeira Instância, por um único juiz, o entendimento esposado pelo TST na
Súmula n.136 deve ser revisto, uma vez que o processo do trabalho procura estabelecer um real
diálogo entre as partes e o juiz e entre este e as pessoas que tenham que prestar depoimento
(testemunhas e peritos). Para que esse diálogo produza o resultado que se pretende – conduzir à
verdade e à realização da justiça- é imperioso que julgue o dissídio o juiz que colheu a prova em
audiência, salvo as hipóteses mencionadas no art. 132 do CPC. (ALMEIDA, Cleber Lúcio de,
2009, p.72).

A CLT não prevê em nenhum artigo o princípio da oralidade, mas estabelece no capítulo III
dos dissídios individuais, a denominada forma de reclamação e de notificação trabalhista,
caracterizando o procedimento oral como técnica de celeridade processual.

Como se vê, trata-se de uma característica peculiar do Direito do Trabalho, que configura
uma flexibilidade e simplicidade processual. Merece registrar que a instrução trabalhista deve
privilegiar o processo oral, como, por exemplo, o disposto no art. 847 da CLT, que não havendo
acordo, assegura ao reclamado a defesa oral por vinte minutos.

No mesmo diploma legislativo, observa-se que a oralidade apesar de ser imprescindível


para constituição do processo equitativo, não prescinde da reclamação verbal ser reduzida a
termo, em duas vias, assinadas pelo escrivão ou chefe de secretaria.

A partir da oralidade, a doutrina entende que se exterioriza outros princípios, como salienta
Carlos Henrique Bezerra Leite:

Este princípio não encontra residência em nenhuma norma expressa do CPC ou da CLT. A
rigor, ele se exterioriza interagindo com outros quatro princípios: I - princípio da imediatidade; II -
princípio da identidade física do juiz; III – princípio da concentração e; IV – princípio da
irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. (LEITE, 2012, p.76).

Pelo exposto, o princípio da oralidade garante ao magistrado uma percepção maior no


direcionamento do processo e segurança jurídica na análise probatória. O juiz de primeira
instância que proferiu a sentença teve maior interpretação acerca da produção de provas. Assim
sendo, como bem decidiu o Tribunal, é privilegiada a prova testemunhal produzida no juízo de
origem, pois a decisão de primeira instância teve maior contato com o depoimento das
testemunhas do processo.
O contato direto do juízo de origem com as testemunhas assegura-lhe maior aptidão
daqueles que prestaram depoimentos. Deste modo, o TRT considerou que, a sentença prolatada
foi motivada na prova oral, configurando-se na efetividade do princípio da oralidade no processo
trabalhista.

A valorização da prova oral, em primeira instância, fortalece a materialidade do princípio da


oralidade, pois é imprescindível a classificação deste princípio, frente aos fundamentos da
celeridade e simplicidade do Direito Processual do Trabalho, como pressuposto de validade e
eficácia do processo equitativo.

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