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1. INTRODUÇÂO
Quando um líquido está em contato com o meio, ele tende a adotar o formato
que irá proporcionar uma menor área superficial. Isso ocorre visto que as moléculas
da superfície têm uma maior interação com as próprias moléculas do fluido, em
relação às moléculas do meio em que está em contato (ATKINS; DE PAULA, 2006).
Para modificar esse estado, é preciso exercer um determinado trabalho, o qual pode
ser associado à energia de Gibbs (𝐺). A constante de proporcionalidade entre a
variação infinitesimal dessa energia pela variação da área (𝑑𝜎) é chamada tensão
superficial (𝛾) (SCHIFINO, 2013).
𝑑𝐺𝑇, 𝑃 = 𝛾𝑑𝜎
3.1 MATERIAIS
Reagentes: água destilada, metanol, n-butanol, dodecilssulfato de sódio (SDS)
5%.
Vidrarias: placa de vidro, conta-gotas, régua, capilar, béquer de 50 mL.
3.2 MÉTODOS
3.2.1 PARTE 1
A primeira parte do experimento teve como objetivo a avaliação do
espalhamento de 4 amostras de líquidos sozinhas e juntas. Para isso foi necessário
lavar a placa de vidro com água e sabão e, posteriormente, colocar uma gota de cada
reagente utilizando o frasco conta-gotas, anotando em seguida as características
visuais que cada uma delas tinha. Em seguida, foram utilizados os espaços vazios da
placa para seguir com a análise gotejando dois líquidos diferentes para identificar as
interações entre as amostras na placa.
3.2.2 PARTE 2
Para a segunda parte do experimento foi verificado a ascensão dos líquidos no
capilar. Primeiramente, foi escolhido e lavado um capilar e a régua usada para medir
a altura da ascensão. Num béquer preenchido com água destilada foi colocado por
dentro o capilar juntamente com a régua e anotados os valores da altura do líquido
no béquer e do líquido no capilar. Com esses dados, foi possível obter o valor do raio
do tubo capilar utilizado. O mesmo procedimento foi repetido para os outros líquidos
cuidando para que sempre fosse usado o mesmo capilar. Após anotar a altura de
ascensão dos líquidos, foi utilizado o valor de referência do raio do capilar (obtido com
a água destilada) para, então, calcular a tensão superficial do metanol, n-butanol e
dodecilssulfato de sódio (SDS) 5%.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 PARTE 1
• Forças coesivas: forças atrativas entre moléculas do mesmo tipo. Essas são
as forças entre as moléculas dos líquidos gotejados no experimento;
(OPENSTAX, 2014)
• Forças atrativas: forças atrativas entre moléculas de tipos diferentes. Essas
são as forças entre as moléculas dos líquidos e a superfície da placa de vidro.
(OPENSTAX, 2014)
Começando pela água, essa é uma molécula que possui dois hidrogênios e um
oxigênio. Em função da alta eletronegatividade do oxigênio, há a formação de um
dipolo na molécula: os hidrogênios ficam com cargas parciais positivas, enquanto o
oxigênio apresenta carga parcial negativa. Isso faz com que possam ocorrer
interações chamadas de ligações de hidrogênio, as quais consistem na atração entre
os dipolos de diferentes moléculas quando há um átomo de hidrogênio ligado a um
elemento bastante eletronegativo. Nessa situação, o hidrogênio fica bastante
polarizado, aumentando a força das interações entre os polos das diferentes
moléculas. Por isso, essas são as interações intermoleculares mais fortes. A figura a
seguir ilustra esse fenômeno. (ATKINS; JONES, 2012)
2𝛾
𝑟=
𝜌𝑔∆ℎ
Para esse primeiro momento, o cálculo do Raio foi feito a partir dos dados
experimentais e tabelados da água. Para a temperatura de 15°C temos: 𝜌 =999,13
kg/m³ e 𝛾 =73,49 mN/m, além disso foi considerado a aceleração da gravidade com
um valor de 9,78 m/s2. Obtendo o seguinte valor para o raio do capilar:
𝑟 =0,6837 mm
SDS a
LÍQUIDO ÁGUA 5% n-butanol metanol
γ (mN/m) 73,49
FONTE: OS AUTORES
γ (mN/m) 73,49
FONTE: OS AUTORES
Para o cálculo da Tensão superficial dos demais líquidos, foi feito um rearranjo
da equação do Raio do capilar, uma vez que utilizamos o mesmo instrumento o raio
dele é o mesmo não importa o líquido utilizado, então isolando desta vez a tensão
superficial temos a seguinte equação:
𝑟𝜌𝑔∆ℎ
𝛾=
2
SDS a
LÍQUIDO ÁGUA 5% n-butanol metanol
h -liq (m) 0,009 0,012 0,013 0,017
h- men
(m) 0,031 0,0245 0,024 0,027
Delta H
(m) 0,022 0,0125 0,011 0,01
ρ (kg m^-
3) 999,13 999,13 813,37 793,2
γ (mN/m) 73,49 41,75568 29,91330523 26,51956
FONTE: OS AUTORES
Para comparação dos valores obtidos, foi realizado o cálculo do erro relativo.
Dessa forma os valores experimentais obtidos serão comparados aos valores
retirados da literatura (Banco de dados Dortmund e Martin et al.), na temperatura de
20° Celsius, os resultados segue na Tabela:
Brisco. Ficha Técnica Álcool N-Butílico. Acesso em 15/06, Link para acesso:
https://www.brisco.com.br/fispq/alcool-n-butilico.pdf
Farmácia UFMG, Ficha Técnica 1-Butanol. Acesso em 15/06, Link para acesso:
https://www.farmacia.ufmg.br/wp-content/uploads/2018/10/FISPQ-1-Butanol.pdf
LUZ, A. P.; RIBEIRO, S.; PANDOLFELLI, V. C. Review article: Use of the wettability
in the investigation of the corrosion behaviour of the refractory materials. Ceramica,
v. 54, n. 330, p. 174–183, 2008.