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Texto I

O cientista político norte-americano Steven Levitsky, autor de “Como as democracias morrem”,


livro já clássico lançado em janeiro de 2018, afirmou que: “Embora exista hoje um consenso de que
vivemos um período de declínio democrático global, creio que a democracia tem sido
surpreendentemente resiliente no século 21”.

Segundo Levitsky em meados dos anos 1980 havia apenas 40 democracias no planeta. No final
2000, esse número subiu para 93 democracias. Hoje existem 89. Portanto, ainda vivemos o período
mais democrático da história da humanidade.

Mas, de acordo com o autor, o otimismo termina aqui, pois autocratas, ou candidatos a autocratas,
têm conseguido chegar ao poder por meio de eleições democráticas com mais frequência nas
últimas décadas, inclusive na América Latina. Esses líderes são, em geral, pessoas de fora da
política (outsiders) e/ou populistas que buscam mobilizar parcelas da população contra o sistema
político como um todo.

“O populismo não é a única forma como as democracias morrem, mas está se tornando a principal
causa, especialmente na América Latina”, continuou Levitsky. “O padrão é claro: candidatos
políticos outsiders estão derrotando políticos tradicionais em toda a região e a maioria deles está
vencendo com um discurso de ataque ao sistema democrático (o establishment)”. A história nos
mostra que teremos mais crises institucionais no futuro”, alertou.

Levitsky definiu populismo como um movimento antielitista, em que o líder, em geral uma
personalidade carismática que se comunica de maneira simples e direta, acusa os políticos e os
partidos tradicionais de serem corruptos, ricos e pouco representativos dos desejos do povo.

Diferentemente dos políticos profissionais, acostumados a participar de negociações e a formar


coalizões, os populistas não têm paciência para conviver com as premissas da democracia, como
respeitar os Poderes Legislativo e Judiciário, lidar com a oposição, a sociedade civil e mídia;

Durante suas campanhas, eles prometem acabar com um sistema que afirmam ser corrupto e pouco
representativo, por serem controlados por uma elite política e econômica insensível. Assim, ao
receberem das urnas um mandato bastante radical, os políticos populistas têm um forte incentivo
para atacar as instituições democráticas, seja tentando enfraquecer o Congresso, alterar a formação
dos tribunais ou até mesmo reescrever a Constituição.

(https://fundacaofhc.org.br/debates/como-as-democracias-morrem-os-desafios-do-presente)

Texto II

“Vivemos um momento histórico em que as democracias sofrem ataques de ideologias autoritárias


que mobilizam, com diferentes combinações, temas nacionalistas e religiosos. Cada cidadão tem o
direito de seguir suas crenças e definir para si próprio o que seja patriotismo. O importante é que
símbolos e instituições religiosas não sejam usados para fragilizar as instituições democráticas e
atacar direitos individuais e coletivos”, disse o sociólogo Bernardo Sorj.

Hoje o pluralismo religioso é uma realidade no Brasil, com o crescimento da influência cultural e
política das denominações evangélicas. Também quem pratica e representa as religiões de matriz
africana reivindicam, como nunca antes na história, a proteção dos seus direitos. Para não falar no
número crescente dos que se dizem sem religião. “Paradoxalmente a liberdade religiosa passou a ser
utilizada como argumento para justificar a intolerância religiosa”, afirmou Paula Monteiro,
professora do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo.

Esta é uma tendência perturbadora, associada à ascensão das denominações evangélicas e de sua
influência cultural e política. Mais do que nunca, para proteger a liberdade religiosa de todas as
formas de crença (e não crença), é preciso garantir a neutralidade do Estado brasileiro, disse a
antropóloga. “A separação entre Estado e religião não só protege a democracia como, na mesma
medida, protege as religiões”.

(https://fundacaofhc.org.br/debates/religiao-e-democracia-no-brasil-os-desafios-a-enfrentar)

Texto III

Os direitos de um cidadão são descritos nos documentos constitucionais que legislam determinado
território. No caso específico do Brasil, esse documento é a Constituição da República Federativa
do Brasil, promulgada em 1988. De acordo com o referido documento, são exemplos de direitos dos
cidadãos brasileiros:

• a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança,


a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados;

• a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos


religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

• a livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

• a livre locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

• o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer.

A cidadania é importante porque, por meio dela, os cidadãos podem contribuir de forma direta para
a construção de uma sociedade mais justa. Nesse sentido, destaca-se que é fundamental que os
cidadãos tenham plena consciência dos seus direitos e deveres e que os coloquem em prática, com
vistas à mudança da mentalidade individual e coletiva para que seja promovida a cidadania plena
dos indivíduos. Essas ações promovem a transformação social, auxiliando assim na construção de
uma sociedade mais democrática.

(https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/cidadania.htm)

A defesa da democracia como garantia do exercício dos direitos dos cidadãos

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