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Instituições Brasileiras

Coronelismo, enxada e voto (LEAL)


A Nova “Velha” República (GOMES e ABREU)

O autoritarismo eleitoral dos anos 30 e o Código Eleitoral de 1932 (RICCI e SILVA)


Estado e Partidos Políticos no Brasil (SOUZA)
A Invenção do Trabalhismo (GOMES)

Estado e Partidos Políticos no Brasil (SOUZA)


Os militares na política (STEPAN)

Primeira República

A Primeira República se baseou, principalmente, em um sistema de


reciprocidade entre os chefes locais, os governadores dos estados e o
presidente da república. Como uma troca de favores, o presidente mantinha
apoio político e, ao mesmo tempo, se comprometia a não intervir na autonomia
dos estados. Os chefes locais, chamados “coronéis”, agiam nos moldes de uma
estrutura coronelista; sistema em que as elites locais participavam ativamente no
jogo político. Alguns dos coroneis nao eram propriamente coroneis, mas sim
médicos ou advogados, que mantinham relações, seja de parentesco, filiações
ou outras, aos coroneis. O coronel era comumente detentor de lotas de terra,
com grande influencia social, participando do ja decresente poder oligárquico
local. O coronel tinha como encarnado as proprias instituições sociais, como
proprietario rual, emprestando alimentos e dinheiro, na jurisdição e até com força
policial, através de capangas e mílicas. Ademais, arcavam as despesas de
alistamentos e eleições, onde promoviam os votos de cabresto, em que os
eleitores eram manipulados a votar nos candidatos de interesse do chefe local.
Em suma, a Primeira Republica foi um período democrático, na medida do
possivel, carregando em suas manifestações a participaçao politica de um ja
decrescente poder oligarquico, e o expansivo poder publico, encontrado nas
recentes instituições do governo.

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Republica Velha
Termo calcado por ideologos autoritarios do Estado Novo, tinha como objetivo
diminuir a anterior experiencia democratica e enaltecer, enquanto justificava, a
presente ditadura que se instaurava no Pós-30. Dessa forma, é instaurada uma
forte visão negativa ao periodo anterior, como falho, inoperante, fraudoso e
desqualificada a gerir a nação. Isso se dá através de distorções, apagamentos e
manipulações dos vestígios e visões do governo anterior. Baseado em um cunho
anti-democrático, o Estado Novo se utilizava dessa estratégia enquanto manobra
de angariar justificação ao novo regime, enaltecendo a experiência ditatorial em
detrimento da republicana. Faz, além disso, de marginalizar e apagar as
experiencias de lutas políticas e por direitos anteriores, assim como inova em
criar uma identidade nacional baseada na cultura popular, buscando inspiração
nas expressões populares e nos povos do país, algo faltoso ao período da
República; na finalidade de aproximar a população a seu governo, assemelhá-lo
às massas.

Código Eleitoral de 32 & Proporcional


O cógido eleitoral de 32 parte da decisão política das elites estadonovistas, visto
que a oposição se mantinha com poucas ferramentes para uma maior
expressão. Através do Código Eleitoral, são propostos o sufrágio feminino, voto
secreto, justiça eleitoral e a representação proporcional, se inspirando na obra
de Assis Brasil para formação das bases para os métodos de eleição. A
representação proporcional se baseava, teoricamente. na abertura política para
uma maior participação no governo, valendo ao Congresso, permitindo a entrada
de políticos e partidos de oposição. Em contrapartida, durante o angariamento
de votos, o governo se utilizou dos interventores dos Estados, mini-ditadores
estaduais, para formação de um partido que concorresse para aas eleições. Os
partidos estaduais se mantiveram, e o governo saiu na frente por conseguir
articular, através dos interventores, eleitores e as formações partidárias através
da UCN. Ademais, se mantiveram as fraudes eleitorais e corrpuções durante
todo processo de eleição. No fim, tendo bases em todos os estados, e partindo
de vantagem na formação de eleitores para votar, os políticos estadonovistas
continuaram mantendo gigantesca maioria no governo, mesmo que houvesse,
sim, certa participação de outros partidos.

Mecanismos de Centralização

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Instaurando uma ditadura, Vargas propôs uma série de mecanismos que
viabilizavam maior controle da admnistração do país em suas mãos,
centralizando assim as relações políticas e econômicas de toda federação.
Tratando como “modernização-conservadora”, esse estágio como que superpõe
a realidade socio-economica vigente a novos canais de ação, mantendo os
interesses e as elites locais, mas as forçando a se adequar em um novo escopo
burocrático e centralizado. Se baseavam nas interventorias, DASP e grupos
técnicos, além de institutos, autarquias e forças armadas, e funcionavam
praticamente como uma engrenagem que propiciava o controle do governo pelas
diferentes áreas do espaço nacional. As interventorias eram um sistema utilizada
para mediação e controle dos interesses das elites estaduais, com os interesses
do governo. Escolhido por Vargas, os interventores eram indivíduos pouco
engajados na vida política que se tornavam responsáveis por remediar os
interesses e vigiar as elites regionais. O DASP era como um super-ministério,
admnistrava questões gerais da federação, seja em economia ou eficiência, e
possuia em cada estado um daspinho, departamento que agia como um
supervisor dos interventores e um legislativo estadual; que podia decretar leis ou
vetar ações dos interventores. Os grupos técnicos (e etc) agiam na esfera
econômica, gerenciando e fortalecendo a expressão das decisão do governo
central; coordenavam políticas economicas, seja em areas industriais,
produtivas, comerciais, etc. As forças armadas são fortalecias e afetam na perda
de poder por parte das mílicias estaduais, centralizando o poderio militar e
quebrando autonomia das federações.

Trabalhismo

Manobra política, promovida pelo DIP, que visava conscientizar, esclarecer e


divulgar aos trabalhadores a lesgilação social trabalhista proposta por Vargas
desde o pós-30. Se utilizando do rádio, o ministro da justiça, comércio e
industria, marcondes filho, realizava palestras e falas com objetivo de aproximar
toda a legislação proposta, aos trabalhadores brasileiros. Dessa forma, se criava
uma relação personalista, onde o ministro mesmo tratava ao povo em tom
pedagógico e paternal, citando sempre Vargas como um grande líder
participativo e sensível aos problemas da nação. Foram promovidas
comemorações festivas também, em datas específicas, como o dia do trabalho,
aniversario de vargas e do estado novo, onde o chefe do executivo anunciava
melhorias aos trabalhadores, apresentando-as como formas de doações ao
proletariado, doações estas que esperava ser retribuidas na forma de servidão a

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Vargas e a suas ações políticas. Depois de entregar os direitos, Vargas podia
toma-los de novo, com a prerrogativa de “estado de guerra”, quase como
pedisse a compreensão dos trabalhadores. Doutrinados pelo DIP.

Regime 46-64
Ocorre um processo de redemocratização em 46, com a decorrente deposição
de Vargas, em clima de cumplicidade com seus opositores. Ao tentar adiantar as
eleições presidenciais, Vargas é deposto após “”ultimato” de seu Ministro de
Guerra. Junto da constituição de 46, vem a Lei Agamenon, que definia as bases
das eleições seguintes e promovia algumas mudanças em sua configuração.
Mantendo boa parte da configuração anterior, a Lei Agamenon mantinha o voto
secreto, sufragio feminino, justiça eleitoral, etc. Ademais, anunciava partidos
nacionais, mecanismo de sobras, que se baseava na proporcional do Código
Eleitoral de 32 (acho eu), onde os votos que sobrassem de um candidato
passavam para outro de mesmo partido e cargo, alistamento ex-officio, onde
eram formados blocos de listas de eleitores, a fim de alistar o máximo de
pessoas possíveis, de forma mais rápida e com menos recursos, em muito
focado nas bases pobres e analfabetas. Nos partidos, se tinha o UDN
(opositores de Vargas), PSD (criado por Vargas, cima a baixo), PTB (de
Marcondes Filho, queremismo) e PC (que acaba por apoiar o PTB). O PSD
anexa as interventorias e o aparato getulista, enquanto o PTB junta bases
operárias urbanas queremistas. A formação de partidos nacionais se dava em:
10.000 eleitores em 5 estados, onde cada devia ter 500 cada. O artigo 58
mantinha o voto de estadps menos populosos como se valiam mais, em
detrimento de estados menores, eixo MG-SP se fudeu kkk.

Militares na política
Stepan elucida alguns diferentes modelos de relação cívico-militar encontrados
em diferentes sociedades no mundo: aristocrático, liberal, comunista, profissional e
moderador. No aristocrático, se encontra os militares possuem os mesmos valores,
sociais e políticos, sendo os participantes do esquadro aristocrático, logo, não há
disputas de interesse (n lembro se eh mt militarizado). No liberal, os militares se
mantém despolitizados, neutros e afastados em relação a política, assim como são
desmobilizados em momentos sem guerra. No modelo comunista, as forças
militares são politizadas, participantes do fazer político enquanto cidadãos,
enquanto se mantém fortes. No profissional, as forças militares se mantém fortes

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enquanto não possuem na política. No moderador, os militares se mantém fortes,
politizados, e são usados, muitas vezes pela elite civil, para manutenção do regime
político; ou seja, agindo como “moderador” dos 3 poderes, promovendo golpes
como forma de manter um sentido de estabilidade na nação. Nas constituições de
1891, 1934 e 1946 foram postuladas cláusulas que permitiam às Forças Armadas o
papel de árbitros, que poderiam entrar em ação contra o chefe do Executivo caso o
mesmo estivesse se enquadrando fora dos limites da lei, conclusão essa que
caberia de interpretação própria aos militares. Em 1937, obviamente, havia o
contrário na constituição; o presidente possuía poder total sobre os militares. Na
realização do Golpe de 64, diferentes foram os motivos, como: problemas sócio-
economicos, sensação por parte dos políticos civis de um sistema inoperante, apoio
dos EUA para intervenção dos militares em movimentos armados, anticomunismo,
assim como politização forte por parte dos militares e problemas com o chefe do
Executivo João Goulart. Assim, efetuaram o golpe, com apoio da população e
amparo na constituição, mas destruíram as antigas relações cívico-militares, visto
que após o golpe, os militares se mantiveram na dirigencia do governo, impondo
uma ditadura militar.

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