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MÓDULO III FORMAÇÃO DA REPÚBLICA BRASILEIRA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

1–c

2–c

3–d

4–c

5–c

6 - a) A substituição da antiga bandeira do Império pela nova bandeira nacional da República


foi uma forma de romper com o passado monárquico e marcar o início de uma nova era
política no país. Além disso, a nova bandeira simbolizava a adoção de novos valores e ideais
republicanos, como a liberdade, a igualdade e a fraternidade.

b) Naquele momento, a preocupação com a ordem pública era fundamental para o governo
republicano, pois a instabilidade política e social que havia no país era vista como uma ameaça
à consolidação do novo regime. Além disso, o compromisso com o progresso era uma forma de
demonstrar que a República representava uma ruptura com o passado e que estava
empenhada em modernizar o país, desenvolvendo a economia, a educação e a ciência, e assim,
promovendo o bem-estar da população. O lema "Ordem e Progresso" sintetizava esses valores
e ideais republicanos, expressando a necessidade de estabelecer uma sociedade organizada e
ao mesmo tempo em constante evolução.

7 - O texto menciona três correntes que disputavam a definição da natureza do novo regime no
Brasil. São elas:

Liberalismo à americana [Alberto Salles]: Esta corrente defendia a ideia de uma República
baseada na descentralização do poder e na limitação do papel do Estado na economia,
seguindo o modelo americano. Ou seja, o Estado deveria ter um papel mínimo na economia e
o mercado deveria ser livre e competitivo. O liberalismo à americana também defendia a
liberdade individual e a proteção dos direitos civis.

Jacobinismo à francesa [Floriano Peixoto]: Esta corrente se baseava na tradição francesa,


especialmente na Revolução Francesa, e defendia um Estado forte e centralizado, com poderes
amplos para impor a ordem e o progresso. O jacobinismo também enfatizava a ideia de
igualdade social e a necessidade de uma educação universal.
Positivismo [Miguel Lemos]: Esta corrente se baseava na filosofia positivista de Auguste Comte
e defendia a ideia de um Estado baseado na ciência e na razão. O positivismo pregava a
valorização da ordem e da disciplina como condição para o progresso e acreditava que o poder
deveria estar nas mãos dos mais capazes, selecionados por meio de um sistema educacional
meritocrático.

Portanto, cada uma das correntes tinha um projeto de República diferente. O liberalismo à
americana propunha um Estado mínimo e uma economia livre, enquanto o jacobinismo à
francesa defendia um Estado forte e centralizado. Já o positivismo enfatizava a importância da
ciência e da razão na organização do poder. No final, o liberalismo à americana foi o que
prevaleceu no Brasil, com a descentralização do poder e a limitação do papel do Estado na
economia.

8 - a) O processo de proclamação da república no Brasil foi liderado por um grupo de militares,


em especial pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que era o chefe do governo provisório
instalado após a queda do Império. Também participaram do processo políticos civis, como Rui
Barbosa e Quintino Bocaiuva, que defendiam a adoção de um sistema republicano. No entanto,
é importante ressaltar que o envolvimento popular no processo foi mínimo e que a maioria da
população não teve participação efetiva na mudança do regime político.

b) A afirmativa se refere ao fato de que a participação eleitoral no Brasil após a proclamação da


república foi bastante restrita. As primeiras eleições republicanas foram marcadas por fraudes
e exclusão política de grupos sociais, como os negros, analfabetos e mulheres. Além disso, o
voto era obrigatório apenas para homens maiores de 21 anos, o que limitava ainda mais a
participação da população. Dessa forma, a república foi consolidada sobre uma base eleitoral
muito estreita, o que comprometeu sua legitimidade e representatividade frente à sociedade
brasileira.

9 - As duas principais restrições impostas pela Constituição de 1891 ao exercício do voto na


Primeira República foram:

O voto era restrito a homens alfabetizados maiores de 21 anos que tivessem uma renda
mínima anual de 200 mil-réis ou que fossem considerados chefes de família;

A proibição do voto de analfabetos, militares de baixa patente, mendigos e mulheres.

10 –

1 - O positivismo, corrente filosófica criada por Augusto Comte, teve grande influência no Brasil
a partir do final do século XIX. A elite intelectual e política do país foi atraída pelas ideias
positivistas, que propunham uma forma de organização social baseada na ordem, na ciência e
na razão. O positivismo era visto como uma solução para os problemas sociais e políticos
enfrentados pelo país, que passava por um momento de mudança com a Proclamação da
República em 1889.

A doutrina positivista foi introduzida no Brasil por um grupo de intelectuais liderados por
Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes, que fundaram a Sociedade Positivista do Brasil em
1876. A partir daí, o positivismo se espalhou pelo país, especialmente entre os militares e a
elite intelectual e política.

Os positivistas acreditavam na necessidade de um Estado forte, capaz de garantir a ordem e o


progresso. Defendiam a educação como instrumento fundamental de transformação social e
propunham a criação de um sistema de ensino público e laico. O lema positivista "Ordem e
Progresso" foi incorporado à bandeira nacional brasileira após a Proclamação da República.

O positivismo teve uma influência significativa na política brasileira da época, especialmente no


governo de Floriano Peixoto (1891-1894), que adotou medidas autoritárias inspiradas nas
ideias positivistas. Por outro lado, a doutrina positivista também foi criticada por alguns
intelectuais, que viam nela uma forma de justificar a dominação da elite sobre as massas
populares e a perpetuação das desigualdades sociais.

MÓDULO IV REPÚBLICA OLIGÁRQUICA

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1–b

2–b

3–d

4–e

5–c

6–

A - A charge retrata um coronel impondo sua vontade e poder sobre um grupo de pessoas que
se sentem intimidadas e submissas. Esse tipo de relação de poder era comum no período da
República Oligárquica, caracterizado pelo coronelismo, que consistia no domínio político e
econômico de uma elite agrária em nível local, exercido por meio do controle do voto, da
violência e da intimidação. Nesse contexto, os coronéis eram figuras importantes para a
manutenção do poder oligárquico, atuando como intermediários entre o povo e o poder
público, controlando o acesso a serviços básicos e recursos, e garantindo a fidelidade política
da população local. A charge ilustra, portanto, a relação de submissão e opressão que
caracterizava o coronelismo no Brasil.

B - Infelizmente, ainda é possível identificar relações semelhantes às do coronelismo na


atualidade do Brasil. Embora não tão explícitas como no período da República Oligárquica,
algumas regiões do país ainda são dominadas por líderes políticos que exercem controle sobre
a população local, principalmente em áreas rurais.

Esses líderes, muitas vezes conhecidos como "coronéis", ainda utilizam mecanismos de
controle e coerção para manter sua influência sobre a população, incluindo o controle de votos
e a distribuição de benefícios em troca de lealdade política.

Um exemplo atual seria o caso de algumas regiões do Norte e Nordeste do país, onde líderes
políticos com grande poder econômico e influência local continuam a exercer controle sobre a
população e a política local. Em muitos casos, esses líderes utilizam práticas ilegais e antiéticas
para manter sua posição de poder, como a compra de votos e a utilização de violência e
intimidação contra opositores políticos.

7 - A política dos governadores, instituída no governo Campos Sales, tinha como objetivo a
manutenção do poder das oligarquias estaduais, que controlavam as máquinas políticas
regionais, em um arranjo político que favorecia a aliança entre as oligarquias de diferentes
estados para controlar a presidência da República. Dessa forma, a política dos governadores
tinha como objetivo garantir a estabilidade política do regime republicano, evitando conflitos
entre as elites regionais e a instabilidade política que poderia ameaçar o poder das oligarquias.
A estratégia consistia em permitir que cada oligarquia estadual controlasse o poder político em
seu estado, mantendo relações de apoio e aliança com outras oligarquias em nível nacional. A
pirâmide descrita no texto representa essa estrutura hierárquica de poder, em que o
presidente da República era a figura máxima, mas dependia do apoio das oligarquias estaduais
para governar.

8 - a) Dois exemplos de fraudes eleitorais apresentados no texto são:

O uso do "bico de pena", ou seja, a criação de nomes falsos para votar, inclusive utilizando
nomes de pessoas já falecidas.

A prática da "degola ou apuração", que consistia em alterar os resultados das eleições durante
a apuração dos votos, manipulando as atas das mesas eleitorais.

b) Um exemplo adicional de fraude eleitoral na República Oligárquica seria a compra de votos,


onde os candidatos ofereciam dinheiro, bens ou favores em troca do voto dos eleitores. Isso
era possível devido ao baixo nível de escolaridade da população e à falta de fiscalização efetiva
das eleições, além do fato de que muitas pessoas dependiam dos coronéis e dos políticos locais
para sobreviver, o que as levava a seguir suas orientações e indicações nas eleições.

9–
A "Política do Café com Leite" foi uma estratégia política adotada durante a Primeira República
no Brasil, que consistia em um acordo informal entre os estados de São Paulo e Minas Gerais
para alternarem-se na presidência da República.

Na prática, o acordo era o seguinte: os partidos políticos de São Paulo e Minas Gerais
escolhiam um candidato em comum para concorrer à presidência da República. O candidato de
um estado seria apoiado pelo outro estado nas eleições presidenciais seguintes. Esse acordo
garantia que as duas maiores economias do país, São Paulo (que produzia café) e Minas Gerais
(que também produzia café), tivessem representação no mais alto cargo do país, e que a
política nacional fosse orientada de acordo com os interesses desses estados.

B - A afirmação contida na charge sugere que os estados que não faziam parte da "Política do
Café com Leite" se sentiam ignorados e excluídos do processo político nacional. A frase "Pela
estatística e pelas actuaes intenções" indica que há evidências concretas de que outros estados
não são levados em consideração na política nacional, seja por meio de dados estatísticos ou
por meio de ações políticas que demonstram essa falta de interesse.

Essa afirmação reflete a insatisfação de muitos estados com o predomínio de São Paulo e
Minas Gerais na política nacional, e a percepção de que esses estados agiam em benefício
próprio em detrimento dos interesses de outras regiões. A "Política do Café com Leite" foi uma
das principais causas dessa insatisfação, e contribuiu para a instabilidade política e social do
país durante a Primeira República.

10 –

A Primeira República no Brasil foi caracterizada por uma permanência na estrutura de poder
político, que continuou a ser controlada pelas elites oligárquicas das regiões produtoras de café
e leite, principalmente São Paulo e Minas Gerais. Essa oligarquia manteve-se no poder através
do controle político dos estados, do sistema eleitoral viciado e da manipulação das instituições
políticas.

Por outro lado, uma mudança significativa ocorrida durante a Primeira República foi a
introdução do federalismo no Brasil, que descentralizou o poder político e fortaleceu as
autonomias estaduais. O federalismo permitiu aos estados maior autonomia política,
econômica e administrativa, e contribuiu para a diversificação das bases econômicas e políticas
do país.

Apesar da introdução do federalismo, a Primeira República foi marcada pela manutenção das
estruturas econômicas e sociais do período imperial, incluindo a concentração da terra, a
escassa industrialização, a dependência econômica em relação às exportações de produtos
primários e a exclusão social das classes populares. Essas permanências históricas foram
responsáveis pela continuidade da pobreza, da desigualdade social e da instabilidade política
durante esse período.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

1–a

2–a

3– a

4–a

5–b

6 - a) O título de coronel teve origem na Espanha, no século XVI, e foi adotado pelos exércitos
de Portugal e de outros países, incluindo o Brasil. Na época colonial, os coronéis eram militares
que tinham autoridade sobre um grupo de soldados e eram responsáveis pela organização e
treinamento da tropa. Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, o título de
coronel passou a ser usado para designar proprietários de terras que tinham certa influência
política e militar na região em que viviam.

b) A charge acima faz referência ao coronelismo, um sistema político que predominou no Brasil
durante a República Velha (1889-1930). Nesse período, os coronéis exerciam grande influência
política nas regiões em que viviam, controlando o voto e garantindo a eleição de seus
candidatos. Eles também exerciam poder econômico, como proprietários de terras e líderes
locais. Na charge, o homem com a faixa de coronel representa essa figura de poder, que ainda
persiste em algumas regiões do país. O fato de ele estar usando uma máscara de proteção
facial pode ser interpretado como uma crítica à falta de medidas efetivas de combate à
pandemia nessas áreas onde ainda há coronelismo.

7 - a) A charge acima é uma crítica irônica à política de clientelismo presente em muitas regiões
do Brasil, onde políticos distribuem favores e benefícios em troca de votos. O eleitor é visto
como um “gado” que precisa ser conduzido e controlado pelos políticos, que agem como se
fossem donos do rebanho. A imagem de um fazendeiro conduzindo um grupo de vacas remete
ao controle e manipulação da população por parte das elites políticas.

b) O termo “curral eleitoral” é utilizado para descrever a prática do Coronelismo durante a


República Oligárquica. O Coronelismo era um sistema político em que os coronéis, grandes
fazendeiros e líderes políticos regionais, exerciam um controle absoluto sobre as populações
rurais em suas regiões. Eles utilizavam uma série de práticas ilegais para garantir o controle das
eleições, como o “voto de cabresto”, em que os eleitores eram coagidos a votar em um
determinado candidato, e a fraude eleitoral, que consistia na manipulação das urnas e na
adulteração dos resultados. Com essas práticas, os coronéis conseguiam controlar o voto dos
eleitores e garantir a vitória de seus candidatos, transformando as eleições em verdadeiros
“currais eleitorais”. A charge acima faz uma crítica irônica a essa prática política, mostrando o
eleitor como um gado que é conduzido e controlado pelos políticos.

8 - A Política do Café com Leite foi um acordo entre as oligarquias dos estados de São Paulo e
Minas Gerais, que dominavam a economia cafeeira e política do Brasil na época da República
Velha (1889-1930). Esse acordo estabelecia uma espécie de revezamento no poder entre os
dois estados, que se alternavam na Presidência da República e nos demais cargos executivos e
legislativos. O acordo baseava-se na premissa de que a união entre São Paulo e Minas Gerais
era fundamental para a manutenção do poder das oligarquias cafeeiras e para garantir a
estabilidade política do país.

Embora tenha sido um acordo restrito a São Paulo e Minas Gerais, a Política do Café com Leite
influenciou profundamente a política brasileira da época, já que esses dois estados detinham
grande poder econômico e político no país. Esse período ficou marcado pela centralização do
poder nas mãos das oligarquias regionais e pela exclusão política de outros grupos sociais,
como os trabalhadores urbanos e rurais, que não tinham direito ao voto.

9 - A afirmação de Júlio de Mesquita Filho se refere à política oligárquica que predominou


durante a Primeira República no Brasil (1889-1930). Durante esse período, o poder político
estava nas mãos de um pequeno grupo de oligarquias estaduais, que controlavam a política
nacional através do sistema de coronelismo e da Política do Café com Leite.

Essas oligarquias tinham poder econômico e político, e usavam esses recursos para manter seu
controle sobre o processo político. As eleições eram manipuladas, com o uso de fraudes
eleitorais, violência e intimidação dos eleitores, o que limitava a participação popular e
favorecia o poder dos coronéis e das elites locais.

10 –

A prática do coronelismo se perpetua no Brasil devido à falta de democracia e transparência


nas eleições. A ausência de mecanismos eficazes de fiscalização e controle das eleições, aliada
a uma população muitas vezes desinformada e vulnerável, permite que os coronéis (sejam eles
antigos ou modernos) exerçam seu poder sobre os eleitores.

Tanto no período do coronelismo histórico quanto nos dias atuais, essa prática se baseia na
compra de votos, no uso da violência e na coação para garantir a fidelidade eleitoral. No
passado, o coronelismo se apoiava no controle das terras e na exploração dos trabalhadores
rurais, enquanto hoje em dia, os “coronéis” modernos se valem de outras formas de influência,
como o pagamento de valores em troca de votos e a utilização de grupos criminosos para
intimidar eleitores.
Uma das principais diferenças entre os dois períodos é a forma como a política é exercida. No
passado, o coronelismo era uma prática predominante no meio rural e nas pequenas cidades
do interior, enquanto hoje em dia, essa prática ocorre em diferentes regiões do país, tanto em
cidades grandes quanto em municípios menores. Além disso, a influência dos coronéis no
passado era exercida de forma mais direta, muitas vezes por meio de laços familiares e
pessoais com os eleitores, enquanto hoje em dia, a influência é exercida por meio do controle
de recursos financeiros e da utilização de grupos criminosos para coagir os eleitores.

Em resumo, a prática do coronelismo persiste no Brasil devido à falta de transparência e


controle nas eleições, o que permite que os “coronéis” modernos exerçam seu poder sobre a
população de forma semelhante aos coronéis do passado, embora com algumas diferenças em
termos de como a política é exercida e onde ela ocorre.

REPÚBLICA OLIGÁRQUICA E SUA ECONOMIA

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1–c

2–e

3–d

4 - a) A política de valorização do café tinha como objetivo manter os preços do produto em


um patamar elevado, garantindo assim a renda dos cafeicultores. Para isso, o governo adotou
uma série de medidas, como o estabelecimento de estoques reguladores para controlar a
oferta e a demanda do produto, a proibição de importação de café estrangeiro, a compra de
excedentes da safra para evitar a queda de preços, além de incentivos fiscais e financiamentos
para a modernização das lavouras. Com isso, o governo visava manter a estabilidade
econômica do país, uma vez que o café era o principal produto de exportação e a base da
economia brasileira.

b) Uma das medidas adotadas na política de valorização do café foi o Convênio de Taubaté, em
1906. Esse acordo entre os estados produtores de café (São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro) estabeleceu um preço mínimo para a saca do café, a ser mantido pelo governo por
meio da compra de excedentes da safra. O objetivo era evitar a queda nos preços do produto,
garantindo assim a renda dos cafeicultores. No entanto, o Convênio de Taubaté não foi
suficiente para evitar a crise econômica de 1929, que afetou profundamente a economia
brasileira e a política de valorização do café.
5 - O Convênio de Taubaté foi um acordo firmado em 1906 entre os governos de São Paulo,
Minas Gerais e Rio de Janeiro e representantes dos cafeicultores visando solucionar a crise do
café. O acordo previa a criação de um fundo que seria abastecido com dinheiro público e
privado para a compra de estoques do produto excedente e sua posterior queima, com o
objetivo de equilibrar a oferta e a demanda e assim elevar os preços internacionais. O governo
federal também se comprometeu a garantir uma taxa mínima para a saca do café, o que traria
estabilidade aos produtores. O Convênio de Taubaté foi um exemplo da intervenção do Estado
na economia e da defesa dos interesses dos grandes produtores em detrimento dos pequenos
e da população em geral.

6 - A política de valorização do café tinha como objetivo proteger os lucros dos cafeicultores,
mantendo os preços do café em níveis elevados no mercado internacional, mesmo em
momentos de queda na demanda pelo produto. Isso era feito através da compra de estoques
excedentes de café pelo governo, que pagava aos cafeicultores um preço mínimo por sua
produção, evitando que os preços caíssem ainda mais.

Essa política socializava as perdas, pois os prejuízos decorrentes da queda nos preços eram
suportados pela União, ou seja, pelo conjunto da sociedade, e não apenas pelos cafeicultores.
No entanto, ao mesmo tempo, a política de valorização do café mantinha a riqueza produzida
nas mãos dos cafeicultores, que eram os principais beneficiários das medidas de proteção ao
produto. Isso ocorria porque, ao garantir um preço mínimo para o café, o governo permitia que
os cafeicultores continuassem a produzir e exportar grandes volumes do produto, mantendo
assim seu poder econômico e político sobre a sociedade brasileira.

7 - Durante a Primeira Guerra Mundial, a Europa se tornou um grande campo de batalha e


várias indústrias e fábricas foram destruídas, o que afetou seriamente a produção e o comércio
de diversos produtos, incluindo os manufaturados. Isso fez com que a demanda por produtos
industrializados crescesse em outras partes do mundo, e o Brasil, que já tinha uma produção
industrial em desenvolvimento, aproveitou a oportunidade para aumentar suas exportações de
manufaturados.

O governo brasileiro também estimulou a produção industrial através de medidas como a


criação da Comissão de Incentivo à Indústria (1915) e da política de proteção alfandegária, que
elevou as tarifas de importação de produtos manufaturados. Além disso, com a entrada do
Brasil na Primeira Guerra Mundial ao lado das forças aliadas, os Estados Unidos passaram a ser
um grande parceiro comercial do Brasil, o que favoreceu o aumento das exportações de
produtos industriais.

O crescimento da industrialização brasileira durante a Primeira Guerra Mundial também levou


ao aumento da urbanização, já que as fábricas se concentravam nas cidades e atraíam uma
grande quantidade de trabalhadores para as regiões urbanas. Esse aumento da população
urbana, por sua vez, impulsionou o movimento operário e as reivindicações por melhores
condições de trabalho e salários.
8 -Durante a Primeira República, o café foi o principal produto exportado pelo Brasil, gerando
grande riqueza para os cafeicultores. Com o capital acumulado através da produção e
comercialização do café, houve um impulso na industrialização do país nas primeiras três
décadas do século XX.

Esse capital foi utilizado para investimentos em infraestrutura, como a construção de estradas
de ferro, portos e usinas hidrelétricas. Além disso, os cafeicultores passaram a investir em
indústrias têxteis, de calçados e de alimentos, com o objetivo de diversificar a economia e
obter novas fontes de lucro.

Com a Primeira Guerra Mundial, houve um aumento da demanda por produtos industriais, o
que incentivou ainda mais o processo de industrialização no Brasil. As fábricas de produtos
têxteis, por exemplo, passaram a produzir uniformes para os soldados, enquanto as indústrias
de alimentos forneciam alimentos enlatados para as tropas.

Assim, a atividade cafeeira foi um importante fator para o desenvolvimento da industrialização


no Brasil durante a Primeira República. Os investimentos realizados pelos cafeicultores
permitiram o surgimento de novas indústrias e a diversificação da economia brasileira, que
passou a depender menos da exportação de produtos primários.

9 - a) O produto que caracterizou a riqueza dessa região é a borracha. A borracha era utilizada
principalmente na produção de pneus para bicicletas e automóveis, que eram cada vez mais
comuns no mundo ocidental no final do século XIX e início do século XX.

b) A partir da década de 1920, a produção de borracha na Amazônia entrou em decadência


devido a alguns fatores. O principal deles foi a concorrência com as plantações de seringueiras
em outras partes do mundo, especialmente na Ásia, que conseguiam produzir borracha mais
barata e em maior quantidade. Além disso, houve a introdução de novos materiais sintéticos
que substituíram a borracha em algumas aplicações, como a produção de pneus. Esses fatores
levaram ao declínio da economia da borracha na região amazônica e afetaram profundamente
a economia e a cultura local.

c) A construção de um teatro tão luxuoso como o Teatro Amazonas em Manaus era importante
naquele momento por vários motivos. Primeiramente, ele simbolizava a riqueza e a
prosperidade da região durante o auge da economia da borracha. Além disso, o teatro
representava a sofisticação e a cultura européia que as elites locais almejavam alcançar,
tornando-se um ponto de encontro para a alta sociedade e para os visitantes estrangeiros.

10 - Um exemplo de diversificação das atividades econômicas internas foi o surgimento de


indústrias processadoras de café, como as torrefadoras e as moedoras, que agregavam valor ao
produto antes da exportação. Outro exemplo foi a construção de ferrovias e estradas para
facilitar o transporte do café e de outros produtos, o que permitiu a integração das diferentes
regiões do país e o desenvolvimento do comércio interno.

Já em relação à modernização da economia, um exemplo foi a adoção de técnicas modernas de


produção agrícola, como o uso de máquinas para a colheita do café e a utilização de adubos
químicos e pesticidas. Além disso, houve também a introdução de novas tecnologias na
indústria, como o uso de máquinas a vapor e a eletricidade para a produção em larga escala.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

1–b

2–e

3 - O texto afirma que o café se tornava um "novo rei" na República recém-proclamada porque
foi a principal força econômica que impulsionou a consolidação do novo regime. O café era o
principal produto de exportação do país e o setor cafeeiro, dominado por grandes proprietários
rurais de São Paulo, foi responsável por grande parte da riqueza gerada no período.

4 - Vários fatores contribuíram para retardar o processo de industrialização do Brasil no século


XIX, como a estrutura econômica voltada para a produção agroexportadora, a escassez de
capitais nacionais e estrangeiros, a falta de mão de obra qualificada, a instabilidade política e a
instabilidade econômica.

5 - Em alguns momentos o governo federal desenvolveu mecanismos para a valorização do café


porque o produto era o principal produto de exportação do país e grande fonte de receita para
a economia brasileira. A valorização do café significava a manutenção dos preços do produto
em um patamar que garantisse a lucratividade dos produtores, evitando crises no setor e
mantendo o equilíbrio das contas externas.

6 - O café foi um importante fator para o início do processo de industrialização brasileiro


porque a riqueza gerada pelo setor cafeeiro possibilitou a formação de capitais que foram
investidos na criação e expansão de indústrias no país. Além disso, a expansão das exportações
de café gerou uma demanda por bens de capital e bens manufaturados que impulsionou a
criação de indústrias de base, como siderúrgicas e metalúrgicas, e a diversificação da economia
brasileira.

7 – a) Avanço tecnológico nos transportes.

b) Durante a Primeira Guerra Mundial, o Brasil, como país neutro, conseguiu expandir sua
economia, pois aproveitou a oportunidade de suprir a demanda de produtos que não eram
mais importados da Europa, devido ao conflito. O país aumentou significativamente suas
exportações de café, borracha, algodão, cacau e outros produtos, o que gerou um grande
aumento na receita do governo. Além disso, o Brasil também se beneficiou do aumento dos
preços internacionais desses produtos, o que aumentou ainda mais a receita do país. Essa
bonança econômica ajudou a impulsionar a industrialização no país, bem como a expansão do
setor agrícola.

8 - a) O preço da borracha caiu verticalmente a partir de 1915 devido a uma série de fatores,
incluindo a concorrência dos produtores asiáticos, a redução da demanda mundial por
borracha devido à Primeira Guerra Mundial, bem como a disseminação da siringueira em
outras partes do mundo.

b) A crise da economia da borracha produziu estagnação econômica na região amazônica,


enquanto no sul do país a crise da economia cafeeira não levou a um marasmo semelhante
porque a economia cafeeira paulista já estava diversificada e integrada ao mercado interno e
externo, com outras atividades econômicas como a produção de algodão, pecuária, indústria e
serviços. Além disso, São Paulo possuía uma infraestrutura mais desenvolvida, como ferrovias e
portos, o que facilitava o escoamento de seus produtos e permitia a integração com outras
regiões. Por outro lado, a economia da borracha na Amazônia era altamente dependente do
mercado externo, com pouca diversificação econômica e infraestrutura insuficiente para o
escoamento da produção.

9 - A incorporação do Acre ao Brasil ocorreu em 1903, com a assinatura do Tratado de


Petrópolis, que pôs fim à Guerra do Acre, conflito que envolveu Brasil, Bolívia e Peru. Na época,
a região era muito valorizada por suas seringueiras e pela extração da borracha, que tinha
grande demanda no mercado internacional. A região do Acre se tornou estratégica para o
Brasil, que precisava garantir o controle sobre a produção de borracha, uma vez que esse
produto representava grande parte das exportações brasileiras na época. O Brasil acabou
adquirindo a região por cerca de dois milhões de libras esterlinas, em uma negociação que
envolveu a renúncia da Bolívia sobre o território e o compromisso do Brasil em construir a
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que permitiria a exploração econômica da região. As
acusações feitas pelo presidente boliviano Evo Morales em 2006 sobre a suposta troca do Acre
por um cavalo não têm fundamento histórico e não correspondem à realidade dos
acontecimentos.

10 - As palavras de Prestes destacam a situação de desigualdade social e econômica existente


no Brasil na década de 1930, em que uma minoria proprietária de terras e meios de produção
detinha grande poder político e econômico sobre a maioria da população, que vivia em
condições precárias. Essa minoria, segundo Prestes, era apoiada pelos imperialismos
estrangeiros que exploravam e dividiam o país, ou seja, os interesses econômicos e políticos de
potências estrangeiras contribuíam para manter essa situação de desigualdade e exploração no
Brasil. O manifesto de Prestes defendia a luta armada e a mobilização das massas populares
como forma de superar essa situação de opressão e conquistar uma sociedade mais justa e
igualitária.

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