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LUANDA
2023
DOMITILIO DE JESUS MANUEL
Nos últimos anos, o peso da dívida pública de muitos países aumentou de forma
significativa. Os défices públicos gerados se tornaram um obstáculo ao crescimento
económico dos países. Parece existir um laço directo entre a diversificação de fontes de
capitais, a grande mobilidade do capital financeiro provocando um crescimento
espectacular das transacções financeiras e a expansão de trocas comerciais no mundo
globalizado e o aumento dos níveis de endividamento dos países. Existem evidências
empíricas do recurso generalizado ao mercado internacional para o financiamento da
dívida pública. Assim, o tema vem assumindo cada vez mais lugares em debates
parlamentares econferências internacionais ou regionais.
As cimeiras têm constituído lugares privilegiados para discutir as grandes
politicas a adoptar para a dívida publica dos países ou grupo de países. Temas tais como
a insolvência de certos países, o reescalonamento ou ainda o perdão da dívida pública
dominam frequentemente a actualidade económica internacional. Nos meios
académicas, o tema suscita igualmente conferências, palestras, monografias, teses e
artigos nas Revistas e é objecto de uma abundante produção científica, como revelam os
manuais de Finanças Públicas, Economia de Desenvolvimento, Relações Económicas
Internacionais e Contabilidade Nacional. A recuperação das finanças públicas tornou-se
um objectivo prioritário de politica económica. Se o debate académico sobre as funções
da dívida pública se prolonga ainda hoje, as consequências tais como as enormes
variações nas taxas de câmbio e de juro, as restrições orçamentais, a compressão do
consumo, as politicas fiscais rigorosas, os deslocamentos significativos de capitais
e elevados níveis de desemprego têm sido fontes de inquietação etensões sociais. É
nessa senda que a corrente económica heterodoxa qualifica os créditos fornecidos aos
países em via de desenvolvimento de máquina para manter o terceiro mundo sobre a
dominação capitalista.
O estudo do tema ganha mais interesse quando se observa, por um lado, estruturasiguais
da dívida pública entre países com níveis de desenvolvimento económico diferentes,
e por outro, países com enormes riquezas naturais na lista dos países mais endividados
domundo e em situação de cessação de pagamento, principalmente no surgimento da
subida brutal das taxas de juro, do dólar ou do euro que acresce fortemente a carga da
sua dívida.Torna-se necessário desenvolver pesquisas sobre as politicas e princípios de
gestão dadívida pública para compreender as várias situações e os factores do elevado
endividamento publico notado. Angola nã
o devera ficar em margem dessas reflexões, sobretudo no campo académico. Numa
notável fase de crescimento económico, mas com índices de pobreza alarmantes, a
estrutura do balanço de pagamento, a estrutura do seu endividamento e do seu
orçamento devera ser um caso de estudo nas comparações internacionais.O trabalho
tem como
Objectivo Geral
conhecer o modo de gestão da Dívida Pública angolana enquadrando o mesmo numa
posição teórica
Objectivos Específicos:
Estrutura do Trabalho
O termo “
dívida pública
” é utilizado frequentemente para designar realidadesdiversas, nomeadamente: a dívida
do Estado ou a dívida do Sector Público Administrativo (e mesmo nesta última acepção
dependendo do universo considerado para o Sector); a dívidaresultante apenas do
recurso a empréstimos públicos ou englobando também outras situações passivas (como
por exemplo, as que resultam do diferimento no pagamento de operações sobre bens
e serviços e de bonificação de juros; da emissão de moeda metálica; da retenção de
cobranças efectuadas por conta de terceiros); a divida pública consolidada ou não
consolidada; a divida pública bruta ou a dívida líquida de activos da mesma
natureza.
A Dívida Pública pode ser ainda definida da seguinte forma: “Conjunto das
situações passivas que resultam para o estado do recurso ao crédito público”,
podendo assim falar-seem dois sentidos de divida pública: em sentido restrito, a dívida
pública corresponde apenas às situações passivas de que o estado è titular em virtude do
recurso a empréstimos públicos:em sentido amplo, abrange o conjunto de situações
derivadas, não só do recurso ao empréstimo público, mas também da prática de outras
operações de crédito como sejam os vales, os débitos resultantes do crédito
administrativo, vitalício, empresarial ou monetário, e da assunção de remunerações em
contrapartida de atribuições patrimoniais. A dívida pública pode também ser definida
em função dos elementos que a constituem, numa aproximação contabilística do que
seria o passivo financeiro do estado (ou do SPA) se nas contas anuais fosse elaborado
um balanço.
Dívida externa é o somatório dos débitos de um país, resultantes de empréstimos
e financiamentos contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou
privadas. Esses recursos podem ser provenientes de governos, entidades financeiras
internacionais (FMI, Banco Mundial, etc.), bancos ou empresas privadas.
Dívida interna é a parte da dívida pública que representa o somatório dos
débitos, resultantes de empréstimos e financiamentos contraídos por um governo, com
entidades financeiras e indivíduos de seu próprio país. A dívida interna é
complementada com a dívida externa para formar a dívida pública.
Obrigações de Dívida Pública: a Aposta Segura Num Cenário de Crise e Incerteza.
Numa altura em que as taxas de juro continuam a cair nos dois maiores blocos
económicos do mundo (EUA e Europa), e o mercado accionista anda à deriva, os títulos
de dívida pública são uma opção para os investidores particulares em especial para os
que são avessos ao risco, que preferem ver as suas poupanças aplicadas em activos de
menor risco.Em períodos de incerteza económica as obrigações constituem um refúgio
que garante rendibilidade às carteiras e é por isso que os mercados obrigacionistas têm
gozado dealguma aderência por parte dos investidores num momento em que a
conjuntura internacionale evidentemente a conjuntura nacional atravessa uma fase de
indefinição.8
O comportamento das obrigações é determinado pela taxa de juro, o que
normalmente seobserva entre o preço das obrigações e a taxa de juro resulta das
características particulares destes títulos, daí não ser tão simples investir em obrigações
como é em acções.Por um lado existe o simples investimento nos títulos, tentando-se
obter ganhos sempre que as cotações evoluam favoravelmente, por outro lado, a
constituição de uma carteira, pode ser vista como uma aplicação de poupanças tendo em
vista um rendimento periódico garantido.Os países devedores optam sempre por pagar
as suas dívidas, pois ao declararem a
insolubilidade, admitem que o países está em falência. Por outro lado, a imagem
internacional dos bancos credores não ficará prestigiada se estes admitirem a falência
dos seus devedores; por este motivo, os bancos comerciais optam sempre por considerar
que as dificuldades de pagamento dos países devedores são passageiras. Deste modo, a
solução para os países devedores é sempre difícil de encontrar, poisterão sempre de ter
em conta os interesses dos credores, muitas vezes contraditórios comosseus.Assim,
relativamente ao pagamento da sua dívida externa, os países devedores têmtrês
hipóteses, tal como apresenta no esquema seguinte:
Hipótese de
pagamentosDa dívida
externa
- Adopção de politicas para
- Descrédito no limitar a saída dedivisas,
mercadointernaciona - Custo suplementar
põe exemplo
. Diminuição
-A declaração de cessação de
pagamento pode levar à dasimportações - Continuação
confiscção de bens no ficandolimitados ao dos problemas de fundo.
estrangeiros essencial
Renegociação da dívida
Refinanciamento da dívida,
Reescalonamento da
ou seja, concessão de um
divida,isto é, reestruturação
novoempréstimo a médio
doescalonamento das
prazo que pode ser reembolso
prestaçõesda dívida, cobrindo
da dívida. Anova dívida
o seumontante e os juros
substitui-se à
A renegociação da dívida dos países em via de desenvolvimento a contrair maisdívidas
ou a substituir a dívida antiga por outra de maior montante; deste modo, o peso doserviço da
dívida é crescente na maioria dos países em vias de desenvolvimento.Os países em
desenvolvimento enfrentam uma situação muito difícil no que diz respeito ao endividamento
interno e externo, o que, aliado à necessidade de fortes ajustes fiscais, vem colocando-os em
um estado de escassez de recursos públicos para investimentos em políticas sociais. Grande
parte destes países foi classificada como países severamente endividados. O reconhecimento
da insustentabilidade da sua dívida já foi feito pelas instituições d eBretton Woods (FMI e
Banco Mundial), ao lançarem uma iniciativa para a redução do endividamento dos países
pobres. No continente africano, os países como Benin, Burkina Fasso, Etiópia, Gana,
Madagáscar, Mali, Mauritânia, Moçambique, Níger, Ruanda, Senegal,Tanzânia, Uganda e
Zâmbia já beneficiaram do perdão imediato da divida decido pelo FMI, Banco Mundial e o
G8. No entanto, uma das exigências dos doadores e que o perdão de 100% da divida seja
realizado na medida em que a corrupção for combatida e o dinheiro for aplicado a área de
saúde, educação e projectos de desenvolvimento e redução da pobreza.Sobre a suspensão do
pagamento da dívida pública a historia registou o seguinte:
O Empréstimo Interno:
é aquele que é obtido dentro de uma mesma unidade económica, voluntária ou
compulsória – irá retirar de circulação uma parte dos capitais privados que seriam destinados
a investimentos ou consumo, reduzindo num primeiro momento, a circulação de bens capitais
podendo causar estagnação económica ou até arecessão. No entanto, quando pago dos juros
correspondentes operando o efeito inverso.
O Empréstimo Externo:
é aquele que é adquirido de outras unidades económicas – tem a vantagem de não retirar
de circulação os capitais internos e, ainda acrescentar a economia dos capitais externos.
Assim, sendo maior o volume dos recursos disponíveis paraa sociedade no caso de dívida
externa, maior será a renda nacional que se obterá. Deste maior volume de renda nacional
obter-se-ia uma maior arrecadação a títulos de impostos, a qual serviria
para o pagamento dos encargos futuros, formando círculo virtuoso. A desvantagem de vir a no
futuro, em que uma parte da renda interna deveria ser subtraída para o pagamentode
amortizações e encargos além das dificuldades institucionais que sempre acompanham
adívida externa, que também anteriormente fora mencionada.