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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE ANGOLA

DOMITILIO DE JESUS MANUEL

ESPECIÊ DE DIVIDAS PÚBLICA

LUANDA
2023
DOMITILIO DE JESUS MANUEL

ESPECIÊ DE DIVIDAS PÚBLICA

Trabalho do fim do Curso


apresentado ao Instituto Superior
Politécnico Metropolitano de
Angola, como requisito parcial
para a obtenção do grau de
Licenciatura em ECONOMIA, Sob
orientação do Prof. JULIANA
LUANDA
2023

DOMITILIO DE JESUS MANUEL

ESPECIÊ DE DIVIDAS PÚBLICA


Trabalho de Fim de Curso apresentado ao Instituto Superior Politécnico Metropolitano
de Angola, como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciatura em
ECONOMIA

Sob orientação do Prof. JULIANA


Aprovado ao_____/_____/______
__________________________________________________________
Coordenação do Curso de ECONOMIA
Considerações
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_________________________
ITRODUÇÃO

 Nos últimos anos, o peso da dívida pública de muitos países aumentou de forma
significativa. Os défices públicos gerados se tornaram um obstáculo ao crescimento
económico dos países. Parece existir um laço directo entre a diversificação de fontes de
capitais, a grande mobilidade do capital financeiro provocando um crescimento
espectacular das transacções financeiras e a expansão de trocas comerciais no mundo
globalizado e o aumento dos níveis de endividamento dos países. Existem evidências
empíricas do recurso generalizado ao mercado internacional para o financiamento da
dívida pública. Assim, o tema vem assumindo cada vez mais lugares em debates
parlamentares econferências internacionais ou regionais.
As cimeiras têm constituído lugares privilegiados para discutir as grandes
politicas a adoptar para a dívida publica dos países ou grupo de países. Temas tais como
a insolvência de certos países, o reescalonamento ou ainda o perdão da dívida pública
dominam frequentemente a actualidade económica internacional. Nos meios
académicas, o tema suscita igualmente conferências, palestras, monografias, teses e
artigos nas Revistas e é objecto de uma abundante produção científica, como revelam os
manuais de Finanças Públicas, Economia de Desenvolvimento, Relações Económicas
Internacionais e Contabilidade Nacional. A recuperação das finanças públicas tornou-se
um objectivo prioritário de politica económica. Se o debate académico sobre as funções
da dívida pública se prolonga ainda hoje, as consequências tais como as enormes
variações nas taxas de câmbio e de juro, as restrições orçamentais, a compressão do
consumo, as politicas fiscais rigorosas, os deslocamentos significativos de capitais
e elevados níveis de desemprego têm sido fontes de inquietação etensões sociais. É
nessa senda que a corrente económica heterodoxa qualifica os créditos fornecidos aos
países em via de desenvolvimento de máquina para manter o terceiro mundo sobre a
dominação capitalista.

 
O estudo do tema ganha mais interesse quando se observa, por um lado, estruturasiguais
da dívida pública entre países com níveis de desenvolvimento económico diferentes,
e por outro, países com enormes riquezas naturais na lista dos países mais endividados
domundo e em situação de cessação de pagamento, principalmente no surgimento da
subida brutal das taxas de juro, do dólar ou do euro que acresce fortemente a carga da
sua dívida.Torna-se necessário desenvolver pesquisas sobre as politicas e princípios de
gestão dadívida pública para compreender as várias situações e os factores do elevado
endividamento publico notado. Angola nã
o devera ficar em margem dessas reflexões, sobretudo no campo académico. Numa
notável fase de crescimento económico, mas com índices de pobreza alarmantes, a
estrutura do balanço de pagamento, a estrutura do seu endividamento e do seu
orçamento devera ser um caso de estudo nas comparações internacionais.O trabalho
tem como
Objectivo Geral
conhecer o modo de gestão da Dívida Pública angolana enquadrando o mesmo numa
posição teórica

Objectivos Específicos:

 Apresentar uma revisão da literatura sobre a dívida pública, para uma


melhor compreensão do conceito e das posições teóricas sobre o assunto,

 Apresentar os princípios de gestão da dívida pública recenseados na literatura


económica para servir de referencia,

 Comparar a gestão da dívida pública angolana com os princípios de gestãoacima


referidos.

Justificação da Escolha do Tema:


O tema, muito embora sugerido pela orientadora para preencher algumas lacunas
observadas na análise macroeconómica do orçamento e finanças publicas angolanos, foi
aceite por ter suscitado muitos debates parlamentares e conferências internacionais que
alimentam a actualidade económica internacional.
Actualidade e importância do tema
Este tema é bastante actual como indicam os numerosos e incessantes encontros
internacionais que tencionam diminuir o fardo dos países pobres mais endividados.
Ganhou ainda actualidade com a crise financeira que poderá reduzir as receitas de
exportações demuitos países e ao mesmo tempo as possibilidades de pagamento da
dívida pública. A sua importância, no plano académico, está no facto de permitir
integrar e consolidar conhecimentos de varias
áreas assim como interpretar, a luz da teoria económica, asfrequentes informações sobre
o endividamento dos países. De forma pragmática, possibilitaanalisar, como estudante
da opção Economia e Desenvolvimento, as informações recebidassobre este tema

Estrutura do Trabalho

O primeiro capítulo deste trabalho será dedicado a uma exposição de elementos


teóricos e analíticos necessários para compreender o conceito de dívida pública, suas
funçõese os diferentes mecanismos da sua gestão, segundo diferentes posições
teóricas.O segundo capítulo privilegiara a analise empírica a partir de informações
quantitativas e qualitativas que possibilitam avaliar o modo de gestão da dívida pública
angolana.

Posturas Teóricas Sobre a Dívida Pública

O campo de analise da dívida pública, interna e externa, é muito imenso.


Envolveentre outras, disciplinas como Finanças Públicas, Macroeconomia, Economia d
o Desenvolvimento, Relações Económicas Internacionais, Contabilidade Nacional
e GeografiaEconómica.Dentro dos temas desenvolvidos constam frequentemente as
dificuldades de pagamento da dívida externa elevada, a perda de eficiência pelo
aumento de impostos para pagar os juros da dívida e o impacte da dívida sobre a
acumulação de capital, assim como ascontrovérsias sobre as causas do enorme
endividamento dos países do terceiro mundo, osfactores da evolução da dívida publica
nos países desenvolvidos, os princípios de gestão dadívida pública, os efeitos da divida
pública sobre a tributação a repartição do rendimento e a pobreza. Nota - se também
estudos comparativos sobre o peso do serviço da dívida públicano orçamento geral do
Estado e os indicadores da insolvência dos países. A literatura registraainda trabalhos
comparando a taxa do serviço da dívida pública com as taxas dos sectoressociais como
Educação e Saúde. Vale também a pena de assinalar os debates sobre
asvantagens e desvantagens do perdão integral
da divida e o papel das instituiçõesinternacionais na gestão da dívida pública, bilateral
ou multilateral.
1.1. Conceito e Evolução da Dívida Pública

O termo “
dívida pública
” é utilizado frequentemente para designar realidadesdiversas, nomeadamente: a dívida
do Estado ou a dívida do Sector Público Administrativo (e mesmo nesta última acepção
dependendo do universo considerado para o Sector); a dívidaresultante apenas do
recurso a empréstimos públicos ou englobando também outras situações passivas (como
por exemplo, as que resultam do diferimento no pagamento de operações sobre bens
e serviços e de bonificação de juros; da emissão de moeda metálica; da retenção de
cobranças efectuadas por conta de terceiros); a divida pública consolidada ou não
consolidada; a divida pública bruta ou a dívida líquida de activos da mesma
natureza.

A Dívida Pública pode ser ainda definida da seguinte forma: “Conjunto das
situações passivas que resultam para o estado do recurso ao crédito público”,
podendo assim falar-seem dois sentidos de divida pública: em sentido restrito, a dívida
pública corresponde apenas às situações passivas de que o estado è titular em virtude do
recurso a empréstimos públicos:em sentido amplo, abrange o conjunto de situações
derivadas, não só do recurso ao empréstimo público, mas também da prática de outras
operações de crédito como sejam os vales, os débitos resultantes do crédito
administrativo, vitalício, empresarial ou monetário, e da assunção de remunerações em
contrapartida de atribuições patrimoniais. A dívida pública pode também ser definida
em função dos elementos que a constituem, numa aproximação contabilística do que
seria o passivo financeiro do estado (ou do SPA) se nas contas anuais fosse elaborado
um balanço.
Dívida externa é o somatório dos débitos de um país, resultantes de empréstimos
e financiamentos contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou
privadas. Esses recursos podem ser provenientes de governos, entidades financeiras
internacionais (FMI, Banco Mundial, etc.), bancos ou empresas privadas.
Dívida interna é a parte da dívida pública que representa o somatório dos
débitos, resultantes de empréstimos e financiamentos contraídos por um governo, com
entidades financeiras e indivíduos de seu próprio país. A dívida interna é
complementada com a dívida externa para formar a dívida pública.

Relação da dívida pública com o PIB


O PIB é o conjunto de riquezas produzidas num país. Nesse sentido, a relação
dívida/PIB mostra o tamanho da dívida de uma nação em comparação com sua
economia. “O indicador dívida/PIB e as receitas do país permitem avaliar a capacidade
financeira do Estado face ao tamanho de sua economia”,
Outros fatores devem ser considerados para saber se a dívida é muito grande ou
não para determinado país, como os prazos e os juros. Uma dívida volumosa, mas com
prazos longos e taxas baixas pode ser perfeitamente administrável.
Não há uma porcentagem considerada ideal para a relação dívida/PIB. Os
especialistas afirmam que a dívida Angolana é maior do que as de outros países
emergentes, mas menor do que as outras nações desenvolvidas.

Dívida do Sector Público Administrativo


   Na óptica da contabilidade nacional, consolidada, por natureza dos débitos
segundo anomenclatura das operações financeiras das Contas Nacionais angolanas. –
Dívida que abrange a totalidade das responsabilidades financeiras do Sector Público
Administrativo para com terceiros, de acordo com a nomenclatura de operações e a
metodologia das Contas Nacionais angolanas.
Existem várias instituições que fornecem informação relativa á dívida pública,
informação essa caracterizada por um carácter periódico; como seja o Ministério do
Plano, o Ministério das Finanças (MINFIN, a Direcção Nacional do Orçamento (DNO) 
e também o Banco Nacional de Angola (BNA). Cada uma destas instituições fornece
informação de acordo com a sua área de actuação e é complementada com
relatórios de Fundos Autónomos, bem como a informação da própria conta do
Orçamento Geral do Estado. Após consultar as diversas fontes verifica-se que a
Gestão do Financiamento do Estado e a Estrutura da Dívida Pública
sofreram profundas alterações ao longo das duas últimas décadas. Em grande parte
devido á mudança de regime político ocorrido em Angola em 1975, o que conduziu a
uma significativa intervenção do Estado na economia nos anos pós-revolução.
O financiamento interno do países dependia quase exclusivamente dos empréstimos
colocados directamente no Banco Nacional de Angola e o financiamento externo
consistia em empréstimos obtidos junto de instituições multilaterais. Nas duas últimas
décadas os
instrumentos de dívida pública sofreram profundas transformações quer quanto à sua
natureza quer quanto ao seu número, que tendo em vista a promoção de liquidez da
dívida têm vindo a diminuir ao longo dos anos.
Classificações da Dívida Pública
A dívida pública pode ser classificada quanto ao grau de responsabilidade em principal
e acessória:

Dívida Principal ou Directa


 – Dívida em que o Estado (ou outra entidade pública) éo devedor efectivo de
determinadas quantias, pela qual responde as suas receitas. Na dívida principal ainda se
distinguem duas situações:
Dívida Efectiva
 – Quando a entidade credora não é uma entidade pública.
Dívida Fictícia
 – Quando a entidade credora é outra entidade pública.
Dívida Acessória
 – Quando o estado (ou outra entidade pública) respondesubsidiariamente
pelas dívidas de terceiros, sendo posteriormente reembolsado, segundo asseguintes
modalidades:
Dívida com Reembolso de Encargos
 – Quando o Estado procede ao reembolso dosempréstimos como se fosse devedor
principal;
Dívida com Aval do Estado
 – Quando o Estado se substitui ao devedor principalquando este não cumpre. A dívida
pública pode ser classificada quanto ao lugar de emissãodos empréstimos:
Dívida Interna
 – Se os empréstimos são emitidos no mercado nacional,independentemente do tipo de
moeda e da nacionalidade dos credores.
Dívida Externa
 – Se os empréstimos são emitidos em mercados estrangeiros,independentemente do
tipo de moeda e da nacionalidade dos credores. A dívida pública podeser classificada
quanto à duração dos empréstimos:
Dívida Flutuante (de curto prazo)
 – Dívida que resulta de empréstimos
temporáriosde curto prazo, contraídos geralmente para suprir défices momentâneos de t
esouraria.Engloba também os saldos credores de contas correntes do Estado e das
Regiões Autónomasno Banco de Portugal e noutras instituições financeiras.
Dívida Fundada (de médio e longo prazo)
 – Dívida que resulta de empréstimos perpétuos e dos empréstimos temporários a médio
e a longo prazo.
Dívida Perpétua ou Consolidada
 – Dívida que resulta de empréstimos perpétuos,isto é, empréstimos em que o Estado
fica obrigado a pagar um determinado juro anual, não estando obrigado a proceder ao
reembolso do capital, podendo no entanto gozar da faculdadede os reembolsar
(empréstimos remíveis) ou não gozando de tal faculdade (empréstimos nãoremíveis)
Dívida Temporária
 – Dívida que resulta de empréstimos temporários a médio elongo prazo, em que o
Estado assume a obrigação de reembolsar o capital emprestado num prazo certo (dívida
amortizável) ou num prazo incerto, por morte do credor.

A dívida Pública Pode Ser Classificada Quanto a Sua Negociabilidade:


Dívida Negociável
 – Dívida livremente transmissível representada por títulos de curto, médio e longo
prazo, geralmente cotados em bolsa.
Dívida Não Negociável
 – Dívida cujo grau de transmissibilidade é reduzido ou nulo.Estes conceitos não
coincidem com os da dívida pública titulada e não titulada.
Dívida Titulada
 – Aquela em que os direitos e deveres emergentes da contracção deum empréstimo
público são incorporados em certos documentos, em condições definidas por lei.
Dívida Não Titulada
 – Aquela em que os direitos e deveres emergentes de operações financeiras não estão
incorporados em “títulos documentais”, embora estejam registados ou contabilizados e
possam assim ser objecto de meio de prova.

Obrigações de Dívida Pública: a Aposta Segura Num Cenário de Crise e Incerteza.
  Numa altura em que as taxas de juro continuam a cair nos dois maiores blocos
económicos do mundo (EUA e Europa), e o mercado accionista anda à deriva, os títulos
de dívida pública são uma opção para os investidores particulares em especial para os
que são avessos ao risco, que preferem ver as suas poupanças aplicadas em activos de
menor risco.Em períodos de incerteza económica as obrigações constituem um refúgio
que garante rendibilidade às carteiras e é por isso que os mercados obrigacionistas têm
gozado dealguma aderência por parte dos investidores num momento em que a
conjuntura internacionale evidentemente a conjuntura nacional atravessa uma fase de
indefinição.8
 
O comportamento das obrigações é determinado pela taxa de juro, o que
normalmente seobserva entre o preço das obrigações e a taxa de juro resulta das
características particulares destes títulos, daí não ser tão simples investir em obrigações
como é em acções.Por um lado existe o simples investimento nos títulos, tentando-se
obter ganhos sempre que as cotações evoluam favoravelmente, por outro lado, a
constituição de uma carteira, pode ser vista como uma aplicação de poupanças tendo em
vista um rendimento periódico garantido.Os países devedores optam sempre por pagar
as suas dívidas, pois ao declararem a
insolubilidade, admitem que o países está em falência. Por outro lado, a imagem
internacional dos bancos credores não ficará prestigiada se estes admitirem a falência
dos seus devedores; por este motivo, os bancos comerciais optam sempre por considerar
que as dificuldades de pagamento dos países devedores são passageiras. Deste modo, a
solução para os países devedores é sempre difícil de encontrar, poisterão sempre de ter
em conta os interesses dos credores, muitas vezes contraditórios comosseus.Assim,
relativamente ao pagamento da sua dívida externa, os países devedores têmtrês
hipóteses, tal como apresenta no esquema seguinte:

Hipótese de
pagamentosDa dívida
externa

Interromper o pagamento Esforçar-se por pagar Solicitar umanegociação da


oserviço da dívida dívida

- Adopção de politicas para
- Descrédito no limitar a saída dedivisas,
mercadointernaciona - Custo suplementar
põe exemplo

. Diminuição
-A declaração de cessação de
pagamento pode levar à dasimportações - Continuação
confiscção de bens no ficandolimitados ao dos problemas de fundo.
estrangeiros essencial

- Correlação de forçasentre - Correlação de forçasentre


países e aberturade uma países e aberturade uma
crise crise
Após o impacto inicial da suspensão de pagamentos, por parte de alguns países
eoutros, a dívida passa a ser considerada como um problema internacional específico,exigindo
um tratamento adequado, a fim de se evitar uma ruptura prejudicial de ambas as partes.Por
razões de varias ordens, o perdão total da dívida é uma medida rejeitada pelas partes. Na
verdade o perdão total da dívida:

 Reduz a capacidade de conceder mais empréstimos por parte dos credores

 Coloca os países que pagaram parte da dívida numa situação de


injustiça.Compreende-se, pois, que os países devedores não defendam esta
solução para não serem
excluídos do mercado financeiro internacional. Deste modo, resta-lhes apenas ar
enegociação da dívida.
A renegociação da dívida dos países em via de desenvolvimento a contrair maisdívidas
ou a substituir a dívida antiga por outra de maior montante; deste modo, o peso doserviço da
dívida é crescente na maioria dos países em vias de desenvolvimento

Renegociação da dívida

Refinanciamento da dívida,
Reescalonamento da
ou seja, concessão de um
divida,isto é, reestruturação
novoempréstimo a médio
doescalonamento das
prazo que pode ser reembolso
prestaçõesda dívida, cobrindo
da dívida. Anova dívida
o seumontante e os juros
substitui-se à

 
A renegociação da dívida dos países em via de desenvolvimento a contrair maisdívidas
ou a substituir a dívida antiga por outra de maior montante; deste modo, o peso doserviço da
dívida é crescente na maioria dos países em vias de desenvolvimento.Os países em
desenvolvimento enfrentam uma situação muito difícil no que diz respeito ao endividamento
interno e externo, o que, aliado à necessidade de fortes ajustes fiscais, vem colocando-os em
um estado de escassez de recursos públicos para investimentos em políticas sociais. Grande
parte destes países foi classificada como países severamente endividados. O reconhecimento
da insustentabilidade da sua dívida já foi feito pelas instituições d eBretton Woods (FMI e
Banco Mundial), ao lançarem uma iniciativa para a redução do endividamento dos países
pobres. No continente africano, os países como Benin, Burkina Fasso, Etiópia, Gana,
Madagáscar, Mali, Mauritânia, Moçambique, Níger, Ruanda, Senegal,Tanzânia, Uganda e
Zâmbia já beneficiaram do perdão imediato da divida decido pelo FMI, Banco Mundial e o
G8. No entanto, uma das exigências dos doadores e que o perdão de 100% da divida seja
realizado na medida em que a corrupção for combatida e o dinheiro for aplicado a área de
saúde, educação e projectos de desenvolvimento e redução da pobreza.Sobre a suspensão do
pagamento da dívida pública a historia registou o seguinte:

 Entre 1826 e 1850, por ocasião da primeira crises financeira , quase todos


os países do continente Americano suspenderam o pagamento da dívida pública;

 Um quarto de século depois, em 1876, onze nações latino-americanas


estavamcom os pagamentos suspensos;

 Durante a década de 30, um total de 14 países suspendeu os pagamentos


emcarácter prolongado. Entre os grandes devedores, somente a Argentinamantev
e os pagamentos sem interrupção – o que, por sinal, já havia feitodurante a crise
anterior, no final do século XIX;

1.6. Analise Económica da Dívida Pública


O debate em torno da dívida pública, sua composição e formas de
financiamentoremontam aos séculos XVIII e XIX, sendo notáveis as interpretações clássicas
de GALIANI(1750), HUME (1752), SMITH (1776), RICARDO (1817), MILL (1848) e
BASTABLE(1892) entre outros. As análises actuais se concentram mais nos aspectos de
administração da dívida do que propriamente em sua problematização, abstraindo, na maioria
das vezes, o papel que a dívida pública cumpre na estrutura do sistema de crédito capitalista e
como interfere na reprodução e acumulação desse sistema.

1.6.1 Escolas Mercantilistas


Diversos autores no início do século XVIII viam a dívida pública
positivamente,reforçando, de algum modo, a percepção de que o desenvolvimento e a
expansão da acumulação capitalista requerem uma crescente subjugação dos interesses do
Estado – e do soberano – às necessidades da ordem nascente. Vale citar três autores: Jean-
François Melon,citado por RICARDO (1982:172) como exemplo das contradições que
envolveriam a dívida pública. Para Melon a divida pública interna era a divida da mão direita
com a esquerda, não sendo problema, FOLEY (1990:291) argumenta que os determinantes
dos gastos estatais relacionam-se com o desenvolvimento histórico
do capitalismo, considerando, ainda, que oseu conteúdo, ou seja, a composição e distribuição
das suas despesas são manifestações das contradições económicas e políticas das relações de
produção dominantes em uma da daquadra histórica. Ricardo cita Say quanto à posição de
Melon sobre a dívida pública. Bastando distribuir esta dívida entre as duas mãos. Outro autor
que considera relevante a divida pública no processo de financiamento do Estado foi James
Steuar, autor complexo, bastante discutido por Marx, segundo o qual a dívida pública era
componente necessário à acumulação e reprodução capitalista. Por último vale citar Galiani,
que mesmo vendo aspectos também negativos no sistema de endividamento público, porém
notava dois aspectos convenientes: o
financiamento de grandes gastos – pensava especificamente na guerra – mediante
empréstimos a serem pagos em parcelas; e os títulos do Estado serviriam como reserva de
valor, tanto para uso comercial e contratual, quanto para aplicação por sectores de
assistência pública.

O Empréstimo Interno:
é aquele que é obtido dentro de uma mesma unidade económica, voluntária ou
compulsória – irá retirar de circulação uma parte dos capitais privados que seriam destinados
a investimentos ou consumo, reduzindo num primeiro momento, a circulação de bens capitais
podendo causar estagnação económica ou até arecessão. No entanto, quando pago dos juros
correspondentes operando o efeito inverso.
O Empréstimo Externo:
é aquele que é adquirido de outras unidades económicas – tem a vantagem de não retirar
de circulação os capitais internos e, ainda acrescentar a economia dos capitais externos.
Assim, sendo maior o volume dos recursos disponíveis paraa sociedade no caso de dívida
externa, maior será a renda nacional que se obterá. Deste maior volume de renda nacional
obter-se-ia uma maior arrecadação a títulos de impostos, a qual serviria
para o pagamento dos encargos futuros, formando círculo virtuoso. A desvantagem de vir a no
futuro, em que uma parte da renda interna deveria ser subtraída para o pagamentode
amortizações e encargos além das dificuldades institucionais que sempre acompanham
adívida externa, que também anteriormente fora mencionada.

A Teoria Clássica da Dívida Pública


De acordo com a teoria clássica (Musgaw, 1976), o financiamento do deficit público ou
investimento através da tribulação implicaria a redução de recursos antes disponíveis para a
formação de capitais privados ou destinados ao consumo, o que poderia comprometer as taxas
de crescimento económico, no cenário em que estas dependem de consumo e de capitais
circulantes. – O
financiamento através da tribulação seria a alternativa mais correctamenteaplicável para suprir
deficits primário, em que a despesas correntes separam as receitas próprias; e também não
comprometer gerações futuras com encargos que possivelmente lheshavia de trazer beneficio
algum.Por outro lado, a actualização do endividamento como forma de
financiamento justifica-se em duas situações:

 Quando o deficits for a causa básica de um processo inflacionário, o que o que


inviabilizaria sua cobertura através da comissão de moeda e apresentaria um
cenário desfavorável para a majoração real de tarifas e tributos.

 Quando se trata de financiamento de longo prazo e longa duração, em que


os benefícios do investimento se estendam ao longo do tempo favorecendo
varias gerações de forma que também os custos, assim como os benefícios sejam
distribuídos entre a população efectivamente favorecida, de acordo com
os princípios da equidade entre as gerações e pagamento conforme o uso, os
quais serão vistos a seguir 

Diferença entre déficit público e dívida pública


O déficit público é um item que mede a situação econômica do Estado de um
país, por meio da diferença entre receitas e despesas de um determinado ano e é
normalmente expresso em termos de porcentagem do produto interno bruto (PIB) desse
mesmo ano.
A diferença entre déficit público e dívida é que o primeiro é uma variável de fluxo e o
segundo é uma variável de estoque. Em outras palavras, o déficit público representa a
diferença entre receitas e despesas em um determinado ano. Enquanto isso, a dívida é a
variável à qual o déficit é adicionado ou subtraído. O resultado é a dívida pública total.
Vale ressaltar que o déficit público, por ser um diferencial, pode ser positivo ou
negativo. Se as despesas forem maiores do que as receitas, a diferença (receitas –
despesas) será negativa. Por outro lado, se a receita for maior do que as despesas, a
diferença (receitas – despesas) será positiva. Quando a diferença é negativa, é conhecido
como déficit público. Ao contrário, quando a diferença é positiva é conhecida como
superávit público. Embora seja verdade, embora com nomes diferentes é da mesma
magnitude.

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