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Maíza Meireles de Oliveira

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A VILA

O filme ‘’A vila’’ traz um grupo de pessoas, que, após viverem situações
trágicas na cidade, resolvem criar uma sociedade distante, com costumes e
princípios diferentes do que era passado na cidade. Esse grupo é formado pelos
‘’anciões’’, como os chamam na vila, estes são os responsáveis pela vila, são
aqueles que de certa forma governam e ditam essa ‘’tradição’’. Para garantir o
controle daquela sociedade, os anciões utilizam do medo, de lendas que assustam
e mantém os demais moradores dentro dos limites da vila. Dessa forma, jamais
ultrapassariam a floresta que leva a grande cidade.

Berger e Luckmann (2004) definem que a instituição é um valor ou regra


social reproduzida no cotidiano com estatuto de verdade, que serve como guia
básico de comportamento e de padrão ético para as pessoas. Assim como no filme
‘’A vila’’ que segue uma tradição.

Barenblit (1992), acrescenta ainda que as instituições são lógicas que podem
caracterizar-se enquanto leis, normas, pautas ou regularidades de comportamento
que prescrevem o que deve ser e o que não deve ser, bem como o que é neutro.

Podemos caracterizar ‘’a vila’’ como uma instituição, pois assim como
qualquer instituição, controlam de alguma forma os indivíduos ali inseridos, aqueles
que habitavam a vila são os seres instituídos, para Barenblit (1992), o instituinte é
como um processo, enquanto o instituído aparece como um resultado, eles tendem
a ser resistentes a mudança, conservadores. Nesse sentido, o instituinte é dinâmico
já o instituído transmite uma característica estática.

Após a perda de uma criança na vila, decorrente de uma doença, Lucius se


vê na necessidade e coragem de ir até a cidade em busca de remédios que possam
ajudar os moradores da vila quando situações como essa acontecerem. Ivy,
também filha de anciões se apaixona por Lucius, e ao declararem esse amor, Noah
que possuía algum transtorno mental, também apaixonado por Ivy, acaba
esfaqueando Lucius. Com isso, para salvar a vida de Lucius, Ivy se arrisca pelas
florestas em busca de remédios na cidade. É aí que descobrimos a farsa das lendas
criadas pelos anciões a fim de controlar a vila.

Neste momento, podemos ver Ivy e Lucius como seres transformadores,


revolucionários, que buscam mudança, como instituinte.

Por um lado, pode-se falar sim de uma tentativa de autonomia e autogestão


na vila, pois de acordo com Barenblit (1992),

Ela é a auto-organização dos coletivos, em que a


comunidade se articula, se institucionaliza, se organiza para construir
os dispositivos necessários para produzir, ela mesma, ou para
conseguir, os recursos de que precisa para o melhoramento de sua
vida. (BARENBLIT, 1992, p. 18).

E de fato, apesar do controle dos anciões, pensando no melhor para vila, eles
eram uma comunidade independente, diferente e distante de tudo ao redor,
produtores de seus recursos, havia uma certa hierarquia, mas era um coletivo, tudo
para todos.

REFERÊNCIAS

BERGER, Peter. LUCKMANN, Thomas. A construção Social da Realidade. Rio de


Janeiro: Vozes, 2004. Disponivel em:
https://cristianorodriguesdotcom.files.wordpress.com/2013/06/bergerluckman.pdf.
Acesso em: 16 de Março de 2022.
BARENBLIT, Gregório. Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria
e prática. Rio de Janeiro:Rosa dos Tempos, 1992, p. 13-24. Disponivel em:
https://docs.google.com/viewer?
a=v&pid=sites&srcid=YXJ0ZWVzdXN0ZW50YWJpbGlkYWRlLmNvbXx3d3d8Z3g6N
GVmNTBiYzFhYTExMmNlZA. Acesso em: 26 de Março de 2022.

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