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ATIVIDADE

CINEMA E AUDIOVISUAL

Vanessa de Sousa Fernandes

Natal 2022
Enquanto cinéfilos, nutrimos um grande interesse pelo Cinema e adquirimos
um conhecimento inigualável. Ao adentar o mundo do audiovisual, estudá-lo e
entendê-lo torna-se desafiador ao passo em que se mantém a diversão e
animação em tentar entender também o cinema e, assim, fazer a arte
acontecer. Uma obra pode ter sua análise e interpretação realizadas por fãs ou
mesmo pessoas que sequer apreciam o gênero em questão- ou o cinema, de
modo geral- no entanto, a coerência entre planos (enquadramento, movimento
e posição da câmera), cenas e sequencias, permite diversas análises
independente de qual lado você esteja. Com a obra completa podemos ter
nossa perspectiva independente da área que atuamos, sendo de bom tom
amar o cinema, ainda assim, para o melhor aproveitamento possível.

Começar no cinema sabendo que Sergio Leone foi um dos maiores


nomes do gênero western é um certo privilégio. “The Good, the Bad and the
Ugly” certamente aparece para nós, brasileiros, como “três homens em conflito”
e apesar de não ser comumente veiculado, no mínimo lembramos de alguns
filmes semelhantes que já apareceram muito em nossas tevês. Não por ser um
gênero igual em sua totalidade, mas sim por se consagrar e trazer
particularidades que podemos encontrar como referências em outros filmes e
gêneros. Além do plano americano, uma marca simbólica e essencial no
cinema e no audiovisual.

Para “o bom o mau e o feio” Leoni apresentou, inicialmente, o roteiro do


filme, para que a trilha sonora pudesse ser feita logo em seguida- como em
conjunto- assim, todo o filme fora gravado com músicas já estabelecidas. Além
de representar o estilo do diretor, visto que de fato visava um filme fantasioso,
e não realista, por questões também econômicas, segundo a crítica do Rodrigo
Carreiro, editor do cine repórter, as falas não eram gravadas no set, mas
dubladas posteriormente. Assim, sabendo ou não destes detalhes, a sua
percepção é imediata.

A interpretação de da obra como um todo, e assim da sequência do trielo,


se dá para um leigo tal qual a um crítico profissional. Isso é possível graças a
originalidade do diretor e do seu controle total diante do filme e, por exemplo,
do planejamento dos planos.

Por meio da trilha sonora e da fotografia, bem como a escolha


caracterização dos personagens, já é perceptível o estilo de Sérgio Leoni ao
levar seu roteiro para as telas: os sons, as cores do ambiente e/ou
personagens já cumprem a função de ambientar seja no Velho Oeste que
estamos acostumados, ou simplesmente o velho oeste da trilogia.

Como uma boa leiga, a sequência do tirelo impacta, prende atenção e dá


um nó no juízo a medida em que permite a contemplação de um ambiente que
de tão coeso, te dá outro nó, e por mais que você não goste de nada naquela
sequência, continua esperando o que vai acontecer: são três pessoas. Qual é o
final?

Como resposta a análise da sequência, ler que o estilo do filme parte do


princípio da fantasia, me leva a crer que sua originalidade se mistura ao longo
dos anos pela grandiosidade, pois até as características de pessoas que
sofrem as consequências e têm seus rostos desfigurados por caminharem
muito sob o sol são detalhes que são ressaltados por meio dos planos. E, claro,
sendo ainda efetivamente focados com a fotografia, trilha sonora e figurino.

Na sequência do trielo entre o Bom, o Mal, e o Feio, temos a utilização dos


planos da seguinte ordem: plano conjunto, plano geral, plano americano, plano
detalhe, primeiro plano e primeiríssimo pano. A princípio, a cena como um
todo sintetiza o que se tem sobre a capacidade de Leoni em organizar cortes e
movimentos de câmera sensacionais e closes perfeitos com um clima
crescente de tensão.

Com o Plano Conjunto o diretor mostra a importância das personagens. O uso


do Plano Geral é pela sua função de ambientar, desse modo, vemos todo o
espaço e nos sentimentos parte daquela situação visualmente. Por meio do
Plano Americano há a introdução da linguagem corporal das personagens e já
há uma certa tensão ao percebermos a quem estamos direcionando o olhar.
Com o Plano Detalhe a câmera leva nosso olhar aos detalhes que vão nos
deixar ainda mais tensos, e sendo um pouco mais fechado, de fato vamos
ficando. O Primeiro Plano mostra as expressões das personagens e nos
revela como elas estão se sentindo: no caso dos três, confiantes ou com medo,
por exemplo. O Primeiríssimo Plano ressalta as expressões nos levando aos
sentimentos dos personagens e, nesse caso, ao desfecho da sequência que se
dá com o que estávamos aguardando: dor, sofrimento, tiros e morte.

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