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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

BIANCA DOS SANTOS RIBEIRO

ANÁLISE DO FILME OLD BOY – TEMPOS DE VINGANÇA

ITAJAÍ
2017
BIANCA DOS SANTOS RIBEIRO

ANÁLISE DO FILME OLD BOY – TEMPOS VINGAÇA

Trabalho apresentado como requisito parcial para a


obtenção da M1 na disciplina de Produção
Publicitária Audiovisual do curso de Publicidade e
Propaganda, Universidade do Vale do Itajaí, Centro
de Ciências Sociais Aplicadas – Comunicação,
Turismo e Lazer.

Orientador(a): Prof(ª.) Msc. Fabio Barros Truci

ITAJAÍ
2017
Este trabalho visa desconstruir um enredo para ampliar o conhecimento sobre os
elementos de linguagem cinematográfica, sendo eles, personagem, cenário, enquadramento,
luz, duração, movimento, som, falas, ação dramática, plano e corte. O objeto de estudo é o filme
Old Boy – Tempos de Vingança (2013) do diretor Spike Lee.

1. Personagem
O personagem pode ser considerado um dos elementos mais importantes da linguagem
cinematográfica. A sua construção é composta, além do intérprete, pelo figurino,
caracterização, falas (dicção) e ações (gestos). Em Old Boy – Tempos de Vingança, o enredo
expõe vários personagens e para exemplificação dos aspectos citados acima, o personagem
analisado será o Adrian Pryce, o mandante do sequestro do Joe Doucett.
O personagem tem uma construção bem interessante, o primeiro momento em que ele é
introduzido no filme acontece por meio da fala, quando ele liga para Joe no bar, depois de meia
de hora de enredo. A segunda cena do personagem também é por meio da fala, referente a
gravação da conversa com o Chaney, dono do cativeiro. A fala de Pryce demonstra firmeza.
Sua imagem aparece, de fato, pela primeira vez de forma misteriosa, quando Joe liga
para o número em seu celular e supreendentemente ouve o toque da ligação dentro do bar. Neste
instante, Pryce encara Joe pela primeira vez, sua feição é dura, severa, demonstra um homem
frio. O que manifesta a coerência com o tom da sua fala, único item, até então, relevado sobre
ele.
Logo após Joe tenta atacá-lo, sua postura se mantém, o mesmo continua calmamente
sentado na cadeira. Ele novamente encara Joe, agora por centímetros de distância. Sua fala fica
mais dura e pausada. Esses fatores característicos demonstram que o personagem tem todo o
controle da situação.
Continuando a cena, Pryce coloca os óculos e pega a lista de Joe, o personagem utiliza
sempre as pontas dos dedos para esse tipo de ação, também durante seu discurso gesticula
suavemente com as mãos, o que remete sutilmente a superioridade. O figuro composto por
ternos elegantes, penteado e barba impecáveis, também apresentam um aspecto sofisticado,
indicando sua vaidade, fortuna e poder.
A construção do personagem também é explorada pelo seu passado, a partir de uma foto
de infância, onde visualmente aparenta um menino normal e feliz. O que demonstra uma
mudança ao longo da trama, já que anteriormente é mostrado em seu corpo uma volumosa
cicatriz, ressaltando um trauma. Após disso, a próxima manifestação de Pryce, é em seu
apartamento, um ambiente que releva um lado psicológico sexual, com imagens de nudez.
Também vemos a figura de Salvador Dalí, um pintor surrealista conhecido por suas belas obras,
seu luxo, extravagância e sua estranhas fascinações. O estilo de Pryce adulto remete bastante
ao pintor.
A primeira cena que o personagem demonstra violência é contra Chucky, que insultou
a sua irmã, mostrando apelo excessivo pela imagem dela. Novamente em seu apartamento, no
desfecho do filme, Pryce demonstra sofrimento a partir de sua feição amargurada e um olhar
vazio, ao falar da família com Joe. Logo após, Pryce tem um flashback importantíssimo para
que ficasse claro que ele, assim como sua irmã, também tinha relações com o pai. Durante a
passagem das lembranças, é possível perceber o rosto de felicidade dele ao ver a figura paterna
e logo em seguida, o movimento de abrir a calça.
Todas essas questões são ilustradas nos painéis abaixo, para maior compreensão do
desenvolvimento do personagem.
Imagem 1: Painel de feições

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Imagem 2: Painel de gestos

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Imagem 3: Painel de figurino

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Imagem 4: Pontos relevantes na construção do personagem

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Após análise sobre Pryce, é possível identificar os itens essenciais para construção de
um personagem, a fala firme e pausada, a expressão severa e amargurada, o olhar vazio, os
gestos sutis e o vestuário elegante. Para complementar, outros fatores também são
importantíssimos, como a cicatriz, a foto de criança, os quadros decorativos e a reação ao ver a
figura paterna. Este conjunto compõem o personagem que exala insatisfações e sofrimento, um
homem frio, calculista, que busca a sua própria justiça.

2. Cenário
O cenário é um componente básico da linguagem cinematográfica, é basicamente, o
espaço onde ocorre as ações, o elemento que delimita a cena. Em Old Boy, temos vários
cenários, desde empresa, restaurante, rua e demais. Porém existem aqueles que são mais
significativos para a estruturação do enredo, são eles, o cativeiro, o bar do Chucky, a escola
Evergreen, a cobertura de Pryce e o estúdio de gravação.
Em cada um deles, acontece pontos importantes da trama, é no cativeiro que Joe fica
preso por 20 anos, ou seja, na primeira parte do filme, é o principal cenário. O bar do Chucky
é o lugar onde Joe e Pryce se encontrão pela primeira vez, depois do sequestro. A escola
Evergreen é o ponto de partida da narrativa, onde Joe começou o seu contato com a família
Pryce. A cobertura é o local onde inicia o desfecho e por fim, é no estúdio de gravação que
acontece a revelação completa do mistério e morte de Adrian.
Imagem 5: Painel dos cenários

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Os cenários citados são partes integrais do roteiro, seus elementos são detalhadamente
pensados, como por exemplo a cruz no cativeiro, que pode demonstrar redenção. Cada espaço
tem seus objetos, que são em sua totalidade, de grande importância dentro da construção do
filme. Para finalizar, os cenários são relevantes, pois auxiliam na percepção de realidade e na
compreensão da história.

3. Enquadramento
O enquadramento é a relação entre a câmera, o cenário e o ator, geralmente a seleção
dos enquadramentos é coordenada pelo diretor. O enquadramento é formado pelos seguintes
fatores, tipos de planos, ângulos, espaça fora do quadro e composição.
Referente ao primeiro item, existem algumas denominações para os planos, as estudadas
aqui serão, plano geral, plano médio, close e detalhe. O plano geral é utilizado, normalmente,
para ambientar, o foco é apresentar o cenário em um total. O plano médio é acima da cintura,
onde o foco é o personagem, engloba sutilmente o cenário. O close é um recurso para enfatizar
a expressão do ator, focando apensas em seu rosto. Por fim, o plano detalhe tem como objetivo
evidenciar alguma particularidade.
Os ângulos são divididos em dois tipos, horizontal e vertical. No ângulo horizontal a
câmera pode ser direcionada para os seguintes campos em relação ao objeto, frontal, ¾ , perfil,
¼ e traseiro. No ângulo vertical, é possível trabalhar ao nível do olhar, plongée e contra-
plongée. Outro ponto importante também é profundidade de campo, primeiro plano, segundo
plano, e assim por diante.
Figura 1: Ângulos

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Continuando, o espaço para fora do quadro é composto por 6 lados, direita, esquerda,
cima, baixo, fundo e a própria câmera. Isso ocorre quando o personagem entra e sai do plano,
assim como, quando direciona o olhar para fora. Por fim a composição, é o conjunto de todos
os elementos configurados dentro do quadro.
Em Old Boy é possível identificar os fatores citados acima. Por exemplo, o plano geral
da calçada do bar de Chucky para mostrar que Joe não está mais lá, como também, o close na
expressão de sofrimento dele ao saber que sua esposa foi assassinada. O quadro filmado no
ângulo de ¼ para manifestar a entrada sorrateira de Joe na casa da diretora.
O uso da profundidade de campo para focar na ação de Joe ao sair da caixa e o espaço
fora do quadro, quando mostra um capanga de Chaney entrando no cativeiro. Para melhor
entendimento de todos os itens, segue exemplos visuais abaixo.
Imagem 6: Painel planos

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Imagem 7: Painel ângulos - horizontal

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Imagem 8: Painel ângulos – vertical

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Imagem 9: Painel profundidade de campo

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Imagem 10: Painel espaço fora do quadro

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Por fim, ao analisar as partes deste elemento no filme Old Boy, é perceptível o uso do
enquadramento e de sua importância, pois ele auxilia o diretor a contar uma história de forma
mais assimilativa ao público.

4. Luz/cor
O quarto elemento da linguagem cinematográfica é a luz, a iluminação é fundamental
para construção de um filme, é o item essencial para indicar dia/noite. A cor também é um
componente e pode ter função dramática/ narrativa, assim como a luz. Em Old Boy, é existente
o uso de luz e cor, alguns exemplos abaixo.
Imagem 11: Painel luz

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Em relação a luz, as duas primeiras cenas do painel acontecem no interior de uma casa,
onde a iluminação identifica o período do dia. Na primeira, os lustres e abajures estão acessos,
indicando noite, já na segunda, não há nenhum item acesso, a luz é visualmente natural,
entrando pelas janelas do local, o que remete ao dia. Na terceira cena, é possível identificar a
noite pela escuridão ao redor de Joe, porém, além disso, a luz também emprega drama, sendo
forte, marcada e com tom amarelado, bem acima do personagem.
Imagem 12: Painel cor

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Referente a cor, é possível identificar sua significância dentro do enredo da história,
como nas cenas expostas acima. Quando Joe é sequestrado, aparece um guarda-chuva amarelo,
neste caso, a cor indica alerta, expressando um “tome cuidado”. Na segunda cena, o figurino de
Chaney é composto principalmente pelo tom vermelho, o que pode significar o poder que ele
detém naquele momento ao tentar torturar Joe. O mesmo acontece com o uso da cor azul, no
fragmento em que é revelado ao personagem principal toda a trama, essa cor representa tristeza
e impotência, o que caracteriza bastante o filme e em especial o recorte citado.
Para finalizar sobre luz e cor, os exemplos norteiam a exploração da narrativa por meio
desses itens, cada tom e iluminação tem sua justificativa, e em sua totalidade contribuem para
a formação da história.

5. Duração
O elemento duração é relativo ao tempo decorrido de uma cena, com o uso de trucagens
uma ação de instantes pode durar horas, assim como uma passagem de tempo de anos para
minutos. O emprego do plano-sequência também é um item desse elemento, pois a câmera
acompanha a ação sem cortes, tornando mais instantâneo e real.
Para exemplificação, em Old Boy é possível identificar uma passagem de tempo
drástica, já que Joe ficou preso por 20 anos. Para que o público entendesse essa transição de
período, o diretor explorou alguns aspectos, como a imagem do crescimento da filha do
personagem e ocasiões pontuais que marcam o tempo, como virada do ano 2000 e a eleição de
2013.
Imagem 13: Painel duração

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


No filme vemos a relevância da idealização do tempo, o uso bem empregado da duração
e as estratégias de transição proporcionam uma estrutura delimitada de fases ao enredo. Item
que pode ser importante dentro de uma história, como é no caso de Old Boy.

6. Movimento
O movimento é outro elemento fundamental, existem alguns tipos, sendo eles, o
deslocamento de personagem, que é justamente a movimentação do ator. O de cenário, quando
o mesmo sofre alguma ação de locomoção, por exemplo, quando o vento derruba uma placa.
Seguindo do movimento da luz, quando a interferência de novas iluminações, ou
alterações de intensidade/sombras. Do enquadramento, ou seja, o movimento da lente, como
foco e zoom. Assim como há também o de câmera, que se assemelha a visão humana, outros
recursos são, a panorâmica e traveling.
Em Old Boy a movimentação é constante, principalmente depois que Joe é libertado do
cativeiro. Durante o filme é possível identificar diversos movimentos, como nas cenas abaixo.
A corrida de Joe atrás da mulher do guarda-chuva no campo de futebol demonstra nitidamente
o movimento de personagem. É possível identificar também um descolamento de cenário em
relação a viagem de carro até a casa da diretora de Evergreen.
O desfoque na cena da mala, também se caracteriza como movimento, agora de lente.
A busca por respostas no colégio durante a noite, possibilita um movimento de luz, a partir das
lanternas. Outra cena muito interessante de locomoção é a briga do personagem com os
capangas do cativeiro, a câmera segue a luta, acompanhando as ações de Joe, movimento
considerado traveling.
Imagem 14: Painel movimento

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Depois da observação das cenas e do filme como um todo, é nítido que a movimentação
constante e a exploração dos diversos tipos, proporciona ao enredo agitação, efervescência e
inquietação. O que remete muito ao contexto da história, que norteia a busca de um homem por
respostas em um tempo limitado.

7. Som
O som é o sétimo elemento da linguagem cinematográfica, sendo composto por música
e ruídos. A música pode ser de cena, quando ela faz parte do cenário, climática, quando ela se
torna símbolo auditivo do momento vivido pelos personagens e narrativa, como nos musicais.
Os ruídos também são formados por três tipos, descritivo para ambientar o público, expressivo
para impactar junto a imagem e narrativo que indica algo que está acontecendo fora do quadro.
No filme analisado, a música e os ruídos tem papéis fundamentais. Na primeira cena do
painel a baixo, a música instrumental é empregada como recurso climático enquanto Pryce
assiste calmamente o drama entre Marie e Joe. Já na segunda cena o ruído é narrativo, sendo
ele, o toque do celular de Chaney, fator decisivo para que ele não inicie a tortura em Joe. Em
um dos momentos mais marcantes do filme, o ruído também tem grande importância, com tom
expressivo. Durante a revelação a Joe, os gemidos da sua relação com a filha são elevados,
impactando junto a sua imagem de sofrimento.
Imagem 15: Painel som

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


É tangível que o som é um aspecto marcante e pertinente no desenvolvimento do filme,
os exemplos acima tornam evidente a importância de uma música ou ruído na formação da
cena. O que explica a relevância de empregar o elemento de forma construtiva e estratégica no
enredo.
8. Falas
Assim como o som, as falas também são cruciais para a história, podem ser por meio de
diálogos ou narração. É possível que um diálogo seja realizado fora do quadro, são eles, o
interno, como por exemplo, uma discussão em apartamento escutada em outro apartamento.
Antecipado ou continuado, diálogo da cena anterior ou seguinte e o adjacente, fala vinda de um
personagem que está na cena, mas fora do quadro. A narração também é composta por
condições, sendo, narrador objetivo que não faz parte da cena e subjetivo que participa da cena,
descrevendo do seu ponto de vista.
No filme Old Boy, alguns diálogos são determinantes, um exemplo do tipo adjacente é
a primeira ligação de Adrian para Joe, onde a expressão dele é o foco da cena e apenas ouvimos
a voz de Pryce. Outro exemplo, agora de um diálogo interno, é gravação da conversa de telefone
entre Chaney e Pryce, ouvida por Joe por meio da fita.
No desfecho final, momento em que Joe está na cobertura de Pryce, onde o mesmo
começa a contar a história sobre sua família. A fala dele unida a um conjunto de lembranças
visuais, é possível caracterizar como uma narração subjetiva.
Imagem 16: Painel falas

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


O uso dos tipos de diálogos e narração proporciona ao filme dinamismo, as cenas não
ficam presas apenas no diálogo face a face. As falas são essenciais para construção do
personagem e do enredo em si, por isso devem ser dispostas tecnicamente para prender a
atenção do público.

9. Ação dramática
A ação dramática é o fator que permeia o significado de toda construção da trama, é o
elemento que norteia todos os outros, é o ato que conduz a narrativa da história. No filme Old
Boy, a ação dramática é o desejo de vingança, os dois personagens principais, Joe e Pryce são
movidos por essa ação de ódio, um contra o outro.
Imagem 17: Confronto de Joe e Pryce

Fonte: Old Boy (2013)


10. Plano
O plano é toda ação que acontece entre um corte e outro. Dentro de uma cena, podem
existir várias mudanças desse elemento. Em Old Boy, vemos diversos planos, essa cena em
específico é composta por vários, o que possibilita a alteração brusca do enquadramento, sendo
possível mostrar vários ângulos de uma mesma ação.
Imagem 18: Painel plano

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


11. Corte
O último elemento a ser discutido é o corte, sendo ele, o instante em que muda ponto de
vista da cena, o momento em há a transição de plano, ou seja, o corte é passagem de plano para
outro. A construção de uma cena difícil pode ser viabilizada a partir da montagem estratégica
dos cortes.
Para exemplificar, o filme analisado é composto por vários cortes. Como este no painel
abaixo, o foco da cena é a conversa das duas personagens e logo muda bruscamente para o Joe
escondido.
Imagem 19: Painel corte

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


Para finalizar o corte também é um elemento fundamental no desenvolvimento da
linguagem cinematográfica, pois permite a construção por diversos pontos de vista.

Considerações Finais
O trabalho tinha como objetivo analisar os 11 elementos da linguagem cinematográfica
a partir do filme Old Boy – Tempos de vingança (2013). Diante da observação referente a cada
cena citada e o estudo dos elementos, foi possível compreender por meio dessa desconstrução,
como é o desenvolvimento parte por parte de um produto audiovisual.
Cada elemento tem o seu papel de relevância na formação do enredo, entender a teoria
e os processos é essencial para que seja viável a aplicação deste conhecimento na elaboração
de uma campanha publicitária. Para finalizar, o estudo permitiu ampliar o aprendizado sobre
produção audiovisual, promovendo um olhar mais crítico para a criação narrativa de uma
história cinematográfica.

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