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Ensino Secundário Recorrente Noturno

MÓDULOS CAPITALIZÁVEIS

Exame em regime não presencial 5 páginas

Época: maio de 2023 Duração da Prova: 90 minutos

PROVA ESCRITA DE PORTUGUÊS (Módulo 6)


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Esta prova é composta por três grupos de resposta obrigatória

Escreva, de forma legível, a numeração dos grupos e dos itens, bem como as respetivas respostas.

Todas as respostas devem ser registadas na folha de respostas.

Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta.

Não é permitido o uso de dicionário.

Não é permitido o uso de corretor. Sempre que precisar de alterar ou de anular uma resposta, risque,
por favor, de forma clara, o que pretende que fique sem efeito.

As respostas ilegíveis ou que não possam ser claramente identificadas são classificadas com zero
pontos.

Para cada item, apresenta apenas uma resposta. Se apresentares mais do que uma resposta a um
mesmo item, só a primeira será classificada.

As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.

A ortografia dos textos e de outros documentos segue o Acordo Ortográfico de 1990.

Exame de Português/ Módulo 6• Página 1/6


GRUPO I (100 PONTOS)

TEXTO A

Leia o texto a seguir transcrito. Em caso de necessidade, consulte o vocabulário apresentado.

Madalena – Que tens tu? Nunca entraste em casa assim. Tens cousa que te dá
cuidado… e não mo dizes? O que é?
Manuel – É que… Senta-te, Madalena; aqui ao pé de mim, Maria. Jorge, sentemo-nos,
que estou cansado. (Sentam-se todos). Pois agora sabei as novidades, que seriam
5 estranhas, se não fosse o tempo em que vivemos. (Pausa). É preciso sair já desta casa,
Madalena.
Maria – Ah? inda bem, meu pai!
Manuel – Inda mal! mas não há outro remédio. Sairemos esta noite mesma. Já dei
ordens a toda a família. Telmo foi avisar as tuas aias do que haviam de fazer, e lá andam
10 pelas câmaras velando nesse cuidado. Sempre é bom que vás dar um relance de olhos
ao que por lá se faz; eu também irei por minha parte. Mas temos tempo: isto são oito
horas, à meia-noite vão quatro; daqui lá o pouco que me importa salvar estará salvo… e
eles não virão antes da manhã.
Madalena – Então sempre é verdade que Luís de Moura e os outros governadores?…
15 Manuel – Luís de Moura é um vilão ruim: faz como quem é. O arcebispo é… o que os
outros querem que ele seja. Mas o conde de Sabugal, o conde de Santa Cruz, que deviam
olhar por quem são, e que tomaram este encargo odioso… e vil, de oprimir os seus
naturais em nome dum rei estrangeiro!… Oh, que gente, que fidalgos portugueses! Hei
de lhes dar uma lição, a eles e a este escravo deste povo que os sofre, como não levam
20 tiranos há muito tempo nesta terra.
Maria – O meu nobre pai! Oh, o meu querido pai! Sim, sim, mostrai-lhes quem sois e o
que vale um português dos verdadeiros.
Madalena – Meu adorado esposo, não te deites a perder, não te arrebates. Que farás
tu contra esses poderosos? Eles já te querem tão mal pelo mais que tu vales que eles,
25 pelo teu saber, que esses grandes fingem que desprezam… mas não é assim, o que eles
têm é inveja! O que fará, se lhes deres pretexto para se vingarem da afronta em que os
traz a superioridade do teu mérito! Manuel, meu esposo, Manuel de Sousa, pelo nosso
amor…
Jorge – Tua mulher tem razão. Prudência, e lembra-te de tua filha.

GARRETT, Almeida, 2014. Frei Luís de Sousa. Porto: Porto Editora (pp. 37-39)

1. Localize o excerto na globalidade da obra, salientando a sua relevância na evolução da ação.


2. Justifique os sentimentos manifestados por Madalena na sua primeira fala, atendendo aos
antecedentes da ação.

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