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Prova Objetiva
23/06/2016
Neste caderno, você encontrará um conjunto de 30 (trinta) páginas numeradas sequencialmente, contendo 80
(oitenta) questões das seguintes disciplinas: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; Matemática; Geografia;
História Geral; História do Brasil; Biologia; Física; Química; Sociologia e Filosofia; Língua Estrangeira:
Espanhol; Língua Estrangeira: Inglês.
1. CARTÃO DE RESPOSTAS: Informe o seu 1. Esse simulado unificado tem por objetivo obter
nome completo e a língua estrangeira escolhida. informações sobre os conhecimentos, aptidões e
Assine o cartão de respostas com caneta azul ou competências dos estudantes com vista à
preta. Além de sua assinatura e da marcação das organização dos processos de ensino e
respostas, nada mais deve ser escrito ou registrado aprendizagem por parte dos docentes, de acordo
no cartão, que não pode ser dobrado, amassado, com as situações identificadas.
rasurado ou manchado. Não haverá substituição do 2. O tempo disponível para fazer a prova é de três
Cartão-Resposta. horas e trinta minutos. Nada mais poderá ser
registrado após o término desse prazo.
2. CADERNO DE QUESTÕES: Ao receber 3. Ao terminar a prova, entregue ao fiscal este
autorização para abrir este caderno, verifique se a cartão de respostas. O caderno de questões poderá
impressão, a paginação e a numeração das questões ser levado pelo/a aluno/a após o período de 1(uma)
estão corretas. As questões de números 16 a 20 hora de início da prova.
deverão ser respondidas de acordo com a sua 4. Será eliminado do I Simulado Unificado (Prova
opção de Língua Estrangeira: Espanhol ou Objetiva) o/a aluno/a que, durante a prova, utilizar
Inglês. Caso observe qualquer erro, notifique o qualquer instrumento de cálculo e/ou qualquer
fiscal. meio de obtenção de informações, eletrônicos ou
não, tais como calculadoras, agendas,
3. MARCAÇÃO DAS RESPOSTAS: Leia com computadores, rádios, telefones, receptores, livros
atenção as questões e escolha a alternativa que e anotações. Não é permitido portar arma de fogo,
melhor responde a cada uma delas. Marque sua fumar, usar relógio digital ou boné de qualquer tipo
resposta cobrindo totalmente o espaço que e utilizar corretores ortográficos líquidos ou
corresponde à letra assinada. Utilize caneta similares.
esferográfica preta ou azul. As respostas em que 5. Solicita-se a colaboração de todos para que o
houver falta de nitidez ou marcação de mais de uma ambiente de respeito prevaleça durante a realização
letra não serão registradas. Questões rasuradas da prova
serão anuladas.
Boa prova!
“Ter sucesso é falhar repetidamente, mas sem perder o entusiasmo”
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Questão 1 Leia o fragmento abaixo e responda lutadores e sofredores. Talvez só o soubesse
a seguir: Don'Aninha, a mãe do terreiro da Cruz de João
“Meu Deus, eu quero a mulher que passa. Grande ficou muito tempo atento à leitura. Para o
Seu dorso frio é um campo de lírios negro aquelas letras nada diziam. O seu olhar ia do
Tem sete cores nos seus cabelos livro para a luz oscilante da vela, e desta para o
Sete esperanças na boca fresca! cabelo despenteado do Professor. Terminou por se
cansar e perguntou com sua voz cheia e quente:
Oh! como és linda, mulher que passas Opô Afonjá, porque Don'Aninha sabe de tudo que
Que me sacias e suplicias Yá lhe diz através de um búzio noites de temporal.
Dentro das noites, dentro dos dias!” -- Bonita, Professor? Professor desviou os
(Mulher que Passa, Vinicius de Moraes – 1938) olhos do livro, bateu a mão descarnada no ombro
do negro, seu mais ardente admirador:
De acordo com o fragmento destacado “Oh como -- Uma história zorreta, seu Grande -- seus
és linda, mulher que passas... Seu dorso frio é olhos brilhavam.
campo de lírios...’’ Vinicius de Moraes, poeta e -- De marinheiro?
compositor, percebe-se uma linguagem figurada, o -- É de um negro assim como tu. Um negro
qual desvia a palavra de seu significado original, macho de verdade.
assim atribuindo-lhe um sentido novo. Portanto -- Tu conta ?
está presente respectivamente a figura de -- Quando findar de ler eu conto. Tu vai ver
linguagem: só que negro...
A) Ironia e Hipérbole; E volveu os olhos para as páginas do livro.
B) Metáfora e Metonímia; João Grande acendeu um cigarro barato, ofereceu
C) Catacrese e Comparação; outro em silêncio ao Professor e ficou fumando de
D) Metáfora e Comparação; cócoras, como que guardando a leitura do outro.
E) Catacrese e Metáfora. Pelo trapiche ia um rumor de risadas, de conversas,
de gritos. João Grande distinguia bem a voz do
O texto a seguir presta-se às questões 2 e 3: Sem-Pernas, estrídula e fanhosa. O Sem-Pernas
Apelidaram-no de Professor porque num falava alto, ria muito. Era o espião do grupo, aquele
livro furtado ele aprendera a fazer mágicas com que sabia se meter na casa de uma família uma
lenços, níqueis e também porque, contando aquelas semana, passando por um bom menino perdido dos
histórias que lia e muitas que inventava, fazia a pais na imensidão agressiva da cidade. Coxo, o
grande e misteriosa mágica de os transportar para defeito físico valera-lhe o apelido. Mas valia-lhe
mundos diversos, fazia com que os olhos vivos dos também a simpatia de quanta mãe de família o via,
Capitães da Areia brilhassem como só brilham as humilde e tristonho, na sua porta pedindo um pouco
estrelas da noite da Bahia. Pedro Bala nada resolvia de comida e pousada por uma noite. Agora, meio
sem o consultar e várias vezes foi a imaginação do do trapiche, o Sem-Pernas metia a ridículo o Gato,
Professor que criou os melhores planos de roubo. que perdera todo um dia para furtar um anelão cor
Ninguém sabia, entanto, que um dia, anos de vinho, sem nenhum valor real, pedra falsa, de
passados, seria ele quem haveria de contar em falsa beleza também.
quadros que assombrariam o país a história Fazia já uma semana que o Gato avisara a
daquelas vidas e muitas outras histórias de homens meio mundo:
indica ou denota uma qualidade ou característica A leitura permite afirmar que se trata de uma
especial. No texto, Gonçalves Dias afirma que cantiga de
“fizera-se o índice primeiro do que era a história da A) escárnio, em que se critica a atitude do dono do
colônia” porque aquela história: cavalo, que dele não cuidara, mas graças ao bom
A) seria produzida por pessoas moralmente tempo e à chuva, o mato cresceu e o animal pôde
condenáveis, que alegavam razões religiosas para recuperar-se sozinho.
seus atos, mas que eram movidas pela ganância; B) amor, em que se mostra o amor de Deus com o
B) seria conduzida por personagens da mais alta cavalo que, abandonado pelo dono, comeu a erva
idoneidade moral, que se dedicavam intensamente que cresceu graças à chuva e ao bom tempo.
à causa da conversão do indígena brasileiro; C) escárnio, na qual se conta a divertida história do
C) seria arquitetada por colonos degradados, cavalo que, graças ao bom tempo e à chuva,
condenados à morte ou espíritos baixos, que alimentou-se, recuperou-se e pôde, então, fugir do
buscavam no brasil a redenção de seus pecados; dono que o maltratava.
D) seria derivada da cobiça disfarçada com D) amigo, em que se mostra que o dono do cavalo
pretextos da religião, que evitava o ataque dos não lhe buscou cevada nem o ferrou por causa do
colonos degradados aos senhores da terra e à mau tempo e da chuva que Deus mandou, mas
liberdade dos índios; mesmo assim o cavalo pôde recuperar-se.
E) seria causada pelos condenados à morte, ou E) mal-dizer, satirizando a atitude do dono que
espíritos baixos e viciados que procuravam as ferrou o cavalo, mas esqueceu-se de alimentá-lo,
florestas para se redimirem, convertendo os índios. deixando-o entregue à própria sorte para obter
alimento.
Questão 7 UNIFESP) Leia a cantiga seguinte,
de Joan Garcia de Guilhade. Questão 8 (FUVEST) Sobre o Trovadorismo
Un cavalo non comeu em Portugal, é correto afirmar que:
á seis meses nen s’ergueu A) sua produção literária está escrita em galego ou
mais prougu’a Deus que choveu, galaico-português e divide-se em: poesia(cantigas)
creceu a erva, e prosa (novelas de cavalaria).
e per cabo si paceu, B) utilizou largamente o verso decassílabo porque
e já se leva! sua influência é clássica.
Seu dono non lhi buscou C) a produção poética daquela época pode ser
cevada neno ferrou: dividida em lírico-amorosa e prosa doutrinária.
mai-lo bon tempo tornou, D) as cantigas de amigo têm influência provençal.
creceu a erva, E) a prosa trovadoresca tinha claro objetivo de
e paceu, e arriçou, divertir a nobreza, por isso têm cunho satírico.
e já se leva!
Seu dono non lhi quis dar Questão 9 (Enem)
cevada, neno ferrar; O senhor
mais, cabo dum lamaçal
“Ter sucesso é falhar repetidamente, mas sem perder o entusiasmo”
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Carta a uma jovem que, estando em uma resumir em duas palavras, universalidade e
roda em que dava aos presentes o tratamento de interatividade.
você, se dirigiu ao autor chamando-o “o senhor”: As luzes, que pensavam que Gutenberg
Senhora: tinha propiciado aos homens uma promessa
Aquele a quem chamastes senhor aqui está, universal, cultivavam um modo de utopia. Elas
de peito magoado e cara triste, para vos dizer que imaginavam poder, a partir das práticas privadas de
senhor ele não é, de nada, nem de ninguém. cada um, construir um espaço de intercâmbio
Bem o sabeis, por certo, que a única crítico das ideias e opiniões. O sonho de Kant era
nobreza do plebeu está em não querer esconder sua que cada um fosse ao mesmo tempo leitor e autor,
condição, e esta nobreza tenho eu. Assim, se entre que emitisse juízos sobre as instituições de seu
tantos senhores ricos e nobres a quem chamáveis tempo, quaisquer que elas fossem e que, ao mesmo
você escolhestes a mim para tratar de senhor, é bem tempo, pudesse refletir sobre o juízo emitido pelos
de ver que só poderíeis ter encontrado essa senhoria outros. Aquilo que outrora só era permitido pela
nas rugas de minha testa e na prata de meus comunicação manuscrita ou a circulação dos
cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí; o território impressos encontra hoje um suporte poderoso com
onde eu mando é no país do tempo que foi. Essa o texto eletrônico.
palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador.
entre nós um muro frio e triste. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Unesp,
1998.
Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro,
No trecho apresentado, o sociólogo Roger Chartier
que me acontece essa tristeza; mas também não era
caracteriza o texto eletrônico como um poderoso
a vez primeira.
suporte que coloca ao alcance da humanidade o
BRAGA, R. A borboleta amarela. Rio de Janeiro: Record,
antigo sonho de universalidade e interatividade,
1991.
A escolha do tratamento que se queira atribuir a uma vez que cada um passa a ser, nesse espaço de
alguém geralmente considera as situações interação social, leitor e autor ao mesmo tempo. A
específicas de uso social. A violação desse universalidade e a interatividade que o texto
princípio causou um mal-estar no autor da carta. O eletrônico possibilita estão diretamente
trecho que descreve essa violação é: relacionadas à função social da internet de
A) “Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase A) propiciar o livre e imediato acesso às
ergueu entre nós um muro frio e triste.” informações e ao intercâmbio de julgamentos.
B) “A única nobreza do plebeu está em não querer B) globalizar a rede de informações e democratizar
esconder a sua condição.” o acesso aos saberes.
C) “Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas C) expandir as relações interpessoais e dar
rugas de minha testa.” visibilidade aos interesses pessoais.
D) “O território onde eu mando é no país do tempo D) propiciar entretenimento e acesso a produtos e
que foi.” serviços.
E) “Não é de muito, eu juro, que acontece essa E) expandir os canais de publicidade e o espaço
tristeza; mas também não era a vez primeira. mercadológico.
Questão 18 CPV-R1
Questão 19 CPV-R1
Segundo a tirinha, em uma entrevista de trabalho O que o personagem do cartum 1 quer fazer – no
A) está cada vez mais difícil falsear informações que se refere aos imigrantes – ele acha impossível fazê-
pessoais. lo porque
B) a empresa contratante exige uma série de exames A) ele deseja expulsar os imigrantes que vêm para o
clínicos que atestem a saúde do candidato. país tomar os empregos dos americanos.
C) a atitude do candidato é comprovada através de B) ele quer mandá-los de volta aos seus países de
detalhada investigação laboratorial. origem, mas acha impossível fazê-lo porque os
D) o desempenho do entrevistado é de suma imigrantes não entendem inglês.
importância para a construção de sua imagem. C) o interlocutor ignora os imigrantes por achar que os
E) as informações sobre o entrevistado, disponíveis mesmos não dominam a língua inglesa.
online, não são mais importantes do que sua atitude e D) o personagem deseja rejeitar a entrada de imigrantes
apresentação pessoal. no país já que eles não conhecem a língua inglesa.
traços de outras culturas, tradições e histórias e No mito Édipo Rei, são dignos de destaque
resistem à assimilação. CASHMORE, E. Dicionário de os temas do destino e do determinismo. Ambos
relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 são características do mito grego e abordam a
(adaptado). relação entre liberdade humana e providência
Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de divina. A expressão filosófica que toma como
“pureza” cultural, observa-se que ele se manifesta pressuposta a tese do determinismo é:
quando A) “Nasci para satisfazer a grande necessidade
A) criações originais deixam de existir entre os que eu tinha de mim mesmo.” Jean Paul Sartre
grupos de artistas, que passam a copiar as B) “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar
essências das obras uns dos outros. que Deus nela escreva o que quiser.” Santo
B) civilizações se fecham a ponto de retomarem Agostinho
os seus próprios modelos culturais do passado, C) “Quem não tem medo da vida também não tem
antes abandonados. medo da morte.” Arthur Schopenhauer
C) populações demonstram menosprezo por seu D) “Não me pergunte quem sou eu e não me diga
patrimônio artístico, apropriando-se de produtos para permanecer o mesmo”. Michel Foucault
culturais estrangeiros. E) “O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua
D) elementos culturais autênticos são imagem e semelhança" Friedrich Nietzsche
descaracterizados e reintroduzidos com valores
mais altos em seus lugares de origem.
E) intercâmbios entre diferentes povos e campos
de produção cultural passam a gerar novos
produtos e manifestações.