Você está na página 1de 2

P 212 a 218

O declínio das verdadeiras comunidades às quais as pessoas se haviam


habituado - aldeia e família, paróquia e barrio, guilda, confrarias e outras coisas
– declínio ocorrido por elas não mais abrangerem, como haviam feitos um dia,
a maioria das contingências da vida das pessoas, seus membros sentiram
necessidade de algo que lhes tomasse o lugar. A comunidade imaginaria da
“nação” poderia preencher esse vácuo.

A nação, porém, estava ligado – e inevitavelmente – aquele fenômeno


característico do século XIX, o “Estado-nação “. Pois, com respeito à política,
Pilsudsky estava certo. O Estado não só fazia a nação, mas precisava fazer a
nação. Os governos, agora, iam diretamente alcançar o cidadão no território de
sua vida cotidiana, por meio de agentes modestos, mas onipresentes, desde
carteiros e policias até professores e, em muitos países, empregados das
estradas de ferro.

O que tornava mais indispensável ainda o nacionalismo estatal era, ao


mesmo tempo, a economia de uma era tecnológica e a natureza de sua
administração publica e privada, que exigiam educação elementar em massa
ou pelo menos alfabetização. O século XIX foi a época em que se rompeu a
comunicação oral, a medida que crescia a distância entre as autoridades e os
súditos e a migração em massa interpunha dias ou mesmo semanas de viagem
até entre mães e filhos, noivos e noivas súditos e cidadãos. Até o triunfo da
televisão, não houve meio de propaganda secular que se comparasse á sala
de aula.

Em termos educacionais, portanto, a era de 1870 a 1914 foi, na maioria


dos países europeus, acima de tudo a era da escola primária. Mesma em
países reconhecidamente escolarizados, o número de professores de escola
primária multiplicou-se. Países relativamente atrasados quiseram alcançá-los.
Dobrou o numero de criança de escola primaria nos Países Baixos; no Reino
Unido (que não possuirá sistema educacional público 1870) esse número
triplicou; na Finlândia aumentou treze vezes.

O nacionalismo de Estado, quer o real ou (como no caso dos monarcas)


o inventado por conveniência, era uma estratégia de dois gumes. À medida que
mobilizava alguns habitantes, alienava outros - os que não pertenciam nem
desejavam pertencer a nação identificada com o Estado. Em suma, auxiliava a
definir as nacionalidades oficial, por meio separação de comunidades que, por
qualquer motivo, resistiam a linguagem e a ideologia publica, oficial.

os povos coloniais constituíam caso extremo, uma vez que desde o


início tornou-se claro, dado o racismo que permeia a masse homens de pele
escura em “verdadeiro” ingleses, belgas ou holandeses, embora possuísse
tanto dinheiro e sangue nobre e tanto gosto pelos esportes quanto a nobreza
européia – caso este aplicável a muito rajá indiano educado na Inglaterra.
Contudo, esmo no interior do mundo dos brancos havia uma impressionante
contradição entre a oferta de assimilação ilimitada para quem quer que
revelasse boa vontade e capacidade para reunir-se a nação-Estado e a
rejeição, na prática, de alguns grupos.

Você também pode gostar