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O que falar sobre o luto?

São poucos os que estão preparados para lidar com a perda de um ente querido. A negação
está presente na maioria dos enlutados e serve como um mecanismo de defesa e proteção
de uma realidade difícil e de ser compreendida. A raiva torna-se evidente a partir do
momento em que já não é mais possível negar os fatos. Da-se então continuidade ao
processo do luto, onde por uma crença ou esperança no que é divino, em uma força superior
capaz de reverter tal cenário, na qual o indivíduo enlutado “negocia” uma possível volta ou
cura do ente querido. Quando vê que não tem solução, esse entra na fase da depressão.
Talvez essa seja a fase mais longa e difícil do processo, fase em que a “ficha” de fato cai e
entende-se que negar, sentir raiva e negociar com divindades não trará o ente querido de
volta e que o sofrimento não atenuará facilmente. Enfim, o indivíduo entende que de
alguma forma precisa seguir, isto não significa que não existirá mais saudade e que a
lembrança da perda não seja mais dolorosa, significa ressignificação dos acontecimentos
dolorosos e da compreensão de que nem sempre os acontecimentos indesejáveis estarão ao
nosso alcance, ao nosso poder de escolha. Por fim, falar sobre morte sempre será
desafiador, falar da finitude da vida e da nossa impotência, vulnerabilidade, fragilidade
como seres humanos. Mas é parte natural do processo, nascer, crescer, envelhecer e
morrer.... claro que a vida as vezes nos prega peças e nem sempre a trajetória será essa.
Cabe a nós então, vivenciar o luto, ele é importante e necessário e é natural que doa, mas é
importante termos em mente que nada doí pra sempre!

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