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O que é o luto?

O luto é uma reacção emocional a uma perda significativa. É um processo natural e um modo de recuperação
emocional face à perda. Esta reacção ocorre em diversos tipos de perda, incluindo:
 a morte de alguém significativo;
 o fim de uma relação significativa;
 alguém que lhe é próximo e que está a sofrer uma doença crónica ou terminal;
 a perda de factores importantes na vida como a segurança económica, um emprego ou o curso que gosta;
 uma mudança negativa no que diz respeito à saúde ou funcionamento físico e psíquico.

O que é sentido?

Quando se está a passar por um luto é natural sentir:


 como se estivesse a ficar “louco”;
 incapaz de se concentrar;
 mais esquecido;
 zangado e ou reactivo às coisas;
 com a percepção de ficar mais sensível aos acontecimentos;
 alterações de humor;
 como se estivesse “anestesiado”;
 incompreendido e frustrado;
 ansioso, nervoso e com medo;
 falta de energia;
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 como se quisesse “fugir para muito longe”;
 culpa ou ressentimento por coisas que não disse ou não fez.

É possível que tenha “visões”. As outras pessoas podem começar a parecer-lhe com a pessoa que perdeu,
porque quer muito tê-la na sua presença.

Estes sentimentos protegem-no temporariamente da realidade da perda. Servem de “amortecedores ao


choque psicológico” até que esteja preparado para tolerar o que não quer acreditar.

As diferentes fases de um processo de luto

Negação da perda
Choque da perda
Tristeza profunda
Aceitação da perda

Estas fases não são experienciadas de igual modo por todos e também variam consoante o tipo de perda. A
duração de cada uma delas é variável, no entanto, pode ficar retido numa delas. Se achar que isto lhe
aconteceu ou que lhe está a acontecer, é sempre possível mobilizar recursos exteriores a si, como procurar
ajuda nos seus amigos, familiares ou técnicos especializados, como psicólogos.

Aprender a lidar com o luto

 Falar com a família e os amigos;


 Procurar ajuda psicoterapêutica;
 Fazer exercício;
 Participar em grupos de apoio, religiosos ou não;
 Ler livros sobre o tema;
 Manter a esperança;
 Participar em actividades sociais;
 Ter uma alimentação cuidada;
 Descansar e relaxar;
 Ouvir música.
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Esta lista poderá ajudá-lo a ter uma ideia clara de como “gerir” o que está a sentir. No entanto, cada um de nós
tem um estilo próprio de lidar com a dor e por isso poderá a partir daqui fazer a sua lista, mais adaptada às
suas necessidades. Falar com os amigos que tenham passado por um luto há pouco tempo poderá ajudá-lo a
encontrar novos caminhos para lidar com o seu luto. Mas, melhor do que ninguém, conseguirá perceber o que
é melhor para si.

Um dos caminhos para conhecer e perceber o seu estilo próprio de lidar com situações de grande sofrimento e
perda, pode passar por recordar como ultrapassou momentos também dolorosos no seu passado. Tentar
reflectir sobre o que sentiu como sendo o mais útil e adaptado. Contudo, é importante ter em conta que, por
exemplo, falar com os amigos ou escrever o que está a sentir, podem ser estratégias muito úteis, mas outras
como o isolamento ou o abuso de substâncias podem ser muito destrutivas e impedi-lo de fazer o luto. Não se
esqueça que demora algum tempo a “cicatrizar” a dor e sem dúvida que haverá dias melhores que outros.

Como a terapia pode ajudar?

Muitas vezes, pode achar que os amigos e a família não lhe podem dar o tipo de apoio que precisa no seu
processo de luto. Certas pessoas podem estar elas mesmas a vivenciar um luto, pode sentir que não possuem o
distanciamento suficiente de si ao processo em questão ou podem transportar certos “mitos” em relação à
perda e ao luto. Nestes e noutros casos, um psicólogo pode ajudá-lo a compreender melhor o seu luto
fornecendo-lhe a informação e o apoio necessários. Pode ainda disponibilizar um espaço seguro onde possa
viver a sua dor de forma inteira e natural, ajudando-o a seguir em frente e a encontrar um significado para
continuar o seu projecto de vida.

Como pode apoiar e ajudar outra pessoa que está a viver um processo de luto?

 Ser um bom ouvinte;


 Estar presente;
 Perguntar sobre a sua perda;
 Manter o contacto;
 Deixá-lo livre para exprimir a sua tristeza;
 Não minimizar a perda;
 Colocar questões sobre o que está a sentir;
 Partilhar os seus sentimentos;

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 Recordar a perda;
 Ter consciência e conhecimento da dor;
 Estar disponível sempre que puder;
 Falar das suas próprias perdas.

Quando se está a vivenciar um luto, é natural que as pessoas se sintam frequentemente sozinhas e isoladas, já
que é possível que depois da perda as redes e os apoios sociais parecem ter diminuído. Até porque, quando o
choque da perda começa a desaparecer, há uma tendência para as pessoas se sentirem mais tristes e sós.
Também é natural que alguns amigos não saibam o que fazer ou dizer.

Neste sentido é importante perceber que as pessoas em luto, muitas vezes oscilam entre querer estar sozinhas
e querer a companhia dos outros. Tendo consciência destas ambivalências, pode tentar sentir se a pessoa quer
sentir-se mais “perto” ou mais “distante”, tentando demonstrar que está disponível para o que precisar.
Mostra assim o seu interesse, a sua preocupação e a sua sensibilidade, o que pode ser muito confortante para
quem está a viver um luto. Mesmo que se sinta constrangido e nervoso por estar com alguém em luto, isso é
muito melhor do que não estar presente.

O luto é uma das experiências de vida mais dolorosas e intensas que qualquer ser humano pode viver e
testemunhar. Todavia, quanto mais consciência tiver da intensidade e individualidade com que cada um vive
este processo, mais facilmente o consegue ultrapassar, tendo sempre em mente de que a dor é inevitável.

Adaptação:
- The Student Counseling Virtual Pamphet Collection.

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