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PSICOLOGIA DAS

EMERGÊNCIAS

CAP BM GREICY KELLY


As emoções básicas
• Assim como não existe um consenso quanto modelo
ao
teórico que explica o funcionamento emocional,
também não existe uma definição em relação a quantas e
quaisemoções
as são básicas. Contudo, a maioria dos autores
costuma citar as seguintes ou alguma
variação alegria, medo, surpresa, tristeza, nojo e delas:
raiva.

• Cada emoção tem um objetivo de preservação do ser


humano, indicando uma necessidade básica que precisa ser
atendida emocionalmente para o retorno do equilíbrio.
As emoções básicas

• Importante salientar que a seguir, falaremos de emoções que ocorrem no


dia a dia, e não emoções que se expressam de forma crônica, que deve
ser avaliada por um psicólogo ou psiquiatra para descartar transtornos
mentais.
• Sobre as emoções básicas, vamos aprofundá-las fazendo um vínculo
com o cenário de desastres:
Alegria:
• Efeito de contentar-se.
• Num cenário de desastre, a
alegria ocorrerá mais em
decorrência de um alívio,
quando é recebida uma
informação
prazerosa, quando se
percebe que algo que era
esperado de forma pior, foi
amenizado por algum
motivo.
Tristeza
• Se expressa com pouca energia, choro, desânimo, desmotivação. Ela informa
que aquela pessoa está sem interesse naquele momento, sem energia
para
investir na vida ou na situação. A tristeza tem o objetivo de solicitar ajudar,
comunicar ao outro que há algo de errado e solicitar acolhimento. Importante
frisar que a tristeza, como qualquer outra emoção, é importante para o ser
humano e não necessita ser evitada, como a maioria das pessoas acreditam.

• Num desastre, ficar triste significa que o sobrevivente está sentindo algo que
realmente aconteceu, se conectando com suas necessidades de
sobrevivência.
Tristez
ade sentir isso, pois não há como isso acontecer. “Ficar
• Não é necessário que ele deixe
bem” após um evento traumático pode significar que a pessoa está “maquiando” as
emoções, o que não é saudável. Isso não significa também que a vítima precise estar
apresentando sofrimento intenso, pois o entendimento de uma mesma situação vai
variar conforme a pessoa, tópico que aprofundaremos mais adiante. Algumas pessoas
se beneficiarão de conversar sobre o ocorrido.

• Já outras pessoas não terão interesse em comunicar sobre suas dores, e irão preferir
resguardar-se. A melhor maneira de agir nesse contexto, como um cuidador, é
colocar-se à disposição e respeitar que a vítima indique se gostaria de auxílio ou não,
e como deve ser prestado esse auxílio.
RAIV
• A raiva indica que a
A
pessoa está na defensiva, informando que
algo
“ultrapassou” seus limites.
• A raiva é enérgica, diferente da tristeza. Ela reage, mas tende a ser
agressiva, o que não conduz a um comportamento adequado, na maioria
das vezes. Assim como nas outras emoções, a raiva também é importante
de ser sentida, mas deve-se haver assertividade e continência na expressão
dessa emoção.
MEDO
• O medo informa uma insegurança, uma
necessidade de apoio seguro.
• Ele é mais retraído, tende a ser evitativo num
cenário de desastre, podendo ser exemplificado
pela fuga de um local inseguro. Em um cenário de
desastre, o medo beira ao inevitável. Entretanto,
outras duas reações que podem ser manifestadas
em função do medo são a luta, como enfrentar o
fogo para sobreviver ou resgatar alguém ou o
congelamento, reação na qual o indivíduo fica
paralisado.
NOJO (DESGOSTO)
• Proporciona sensação de desagrado,
descaso, asco. O nojo pode ocorrer
em situações diversas, como sentir
ojeriza a corpos machucados em um
grande desastre, ou sentir aversão a
reações de pessoas, como aquelas
que em momentos de desespero, se
aproveitam para tirar vantagens dos
mais necessitados, como aproveitar-
se das doações por exemplo.
SURPRESA

• Evoca algo inesperado, indica uma sensação


de despreparo para tais situações, gerando
ansiedade. Também muito comum em
desastre, já que o desfecho de tal evento pode
demorar a ser compreendido.
• As emoções são inatas aos seres humanos, e senti-las é necessário e
nos auxilia no cuidado ao próximo.
• Apesar disso, sabemos que emoções sentidas em momentos
inadequados, ou de forma intensa e inadequada, pode indicar a
existência de transtornos mentais.
• Alguns transtornos são mais comuns a sobreviventes de emergências
e desastres, e devem ser cuidadosamente avaliadas para indicar o
tratamento mais adequado para cada vítima, que deve ser
encaminhada para tratamento psicológico e psiquiátrico.
AS EMOÇÕES
• Controlar nossas emoções:
• É uma atividade de tempo integral:
• muito do que fazemos é uma tentativa de controlar o
estado de espírito.

• Como fazer?
• Ler um romance ou ver televisão até as atividades e
companhias que preferimos, pode ser uma maneira de nos
sentirmos melhor.
EQUILÍBRIO EMOCIONAL

•O equilíbrio emocional permite o distanciamento de


consequências mais graves, como a neurose de trabalho
denominada Síndrome de Burnout.

“A gente é casca grossa, mas com lágrimas nos olhos”

• Usando a técnica sem desumanizar-se;


• Contudo, impacto, medo, desolação, necessidade de fuga,
perda, carência, impotência, angústia e desvalimento
deixam o ser humano vulnerável.
O LUTO
LUTO

• Sentimento de pesar ou tristeza


pela morte de alguém; Tristeza
profunda causada por grande
calamidade; dor, mágoa, aflição.
PERDA DE ENTE QUERIDO

A ruptura unilateral do vínculo amoroso


provoca

desprazer, tristeza e muita dor, exigindo um lapso de

tempo subjetivo para amenizar, elaborar, adaptar-se e/ou “curar”

esta dor emocional advinda da perda de quem se ama.


• A essência humana é indissociável da necessidade
de
apego e de amor para a sobrevivência física
e
emocional.
O LUTO
As crenças a respeito da perda de um
ente querido serão ativadas e
processadas pelo:

• Entendimento que o indivíduo tem


em relação à morte;

• Estilo de enfrentamento e
padrões aprendidos e internalizados;

• Crenças religiosas.
• Forma com que a morte ocorre;
O LUTO
•Éo desafio mais difícil com que um indivíduo e uma
família podem se enfrentar;

• A dor da perda é avassaladora para o território emocional


e psíquico;

• O luto é um processo normal, saudável e necessário para


a cicatrização e elaboração das feridas.

• Move o indivíduo a viver um processo de ajustes em todos os


setores da vida;
Estágios de reação à perda, por Elizabeth
Kübler- Ross (2005)

Para a efetivação do luto Elizabeth propôs cinco estágios:

1. A NEGAÇÃO E O ISOLAMENTO;
2. A RAIVA;
3. A BARGANHA;
4. A DEPRESSÃO;
5. A ACEITAÇÃO.
Estágios de reação à perda
1.A NEGAÇÃO E O ISOLAMENTO

• Servem como um mecanismo de defesa temporário;


• Para-choque que alivia o impacto da notícia;
• Recusa a confrontar-se com a situação;
• Ocorre em quem é informado abruptamente a respeito da
morte;
• Embora considerado o primeiro estágio, pode aparecer em
outros momentos.
ESTÁGIOS DE REAÇÃO À PERDA

2. A RAIVA
• Éo momento em que as pessoas
externalizam revolta que estão
a sentindo;
• Tornam-se por vezes agressivos.
• Há também a procura de culpados e
questionamentos, tal como: “Por que ele?”,
com o intuito de aliviar o imenso sofrimento
e revolta pela perda.
ESTÁGIOS DE REAÇÃO À PERDA

3. A BARGANHA

•É uma tentativa de negociar ou adiar os


temores diante da situação;

• Busca firmar acordos com figuras que


segundo suas crenças teriam poder de
intervenção sobre a situação de perda.
Estágios de reação à perda, por Elizabeth Kübler-
Ross (2005)

4. A DEPRESSÃO
A pessoas ficam quietas, repensando e processando o
que a vida fez com elas e o que elas fizeram da vida
delas.
ESTÁGIOS DE REAÇÃO À PERDA

5. ACEITAÇÃO
• As pessoas - mais serenas frente ao fato de morrer;
• Conseguem expressar de forma mais clara sentimentos,
emoções, frustrações e dificuldades que as circundam.
• Quanto mais negarem, mais dificilmente chegarão a
este último estágio.
• Cabe ressaltar que, esses estágios não são um roteiro a
ser
seguido e que podem sofrer alterações de acordo com cada
perspectiva pessoal.
A POSTURA NO ATENDIMENTO
A PESSOAS EM LUTO

• Buscar diminuir as alterações emocionais;

O enlutado encontra-se num estado frágil, vulnerável e


desorganizado, tanto em níveis cognitivos como fisiológicos,
motores e comportamentais.
A POSTURA NO ATENDIMENTO
A PESSOAS EM LUTO

• Demonstre Empatia e Respeito;


• Adeque-se ao o ritmo da vítima;
• Deixe a vítima falar;
• Não interrompa seus pensamentos;
• Não jugue a vítima;
A POSTURA NO ATENDIMENTO
A PESSOAS EM LUTO

• Não forneça informações desnecessárias e insuficientes;


• Não negar dados que lhe são solicitados, para que se evitem
maiores distorções cognitivas;
• Sempre que possível, indica-se estimular a autoeficácia do
enlutado, para que ele tenha conhecimento das suas
capacidades estratégicas e condições para lidar com esse
momento difícil.
•Obrigada!

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