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1. Como te ressoa este tema?

Reflete sobre o que é a descida, desde o teu próprio


ponto de vista.
Todas nós já passamos de alguma maneira por um luto, por uma perda. Mas são essas
perdas que nos fizeram crescer, ganhar maturidade, perceber qual o caminho que
queremos ou devemos seguir.
É nas descidas que entramos nas trevas, encontramos as nossas sombras e descobrimos
o pior de nós, detestamos sentir a nossa vulnerabilidade e ignoramos o nosso ser e a
nossa força para nos reinventar e ressignificar todo o processo que se está a viver.
A vida pode perder todo o sentido de um momento para o outro, e nos focarmos apenas
na nossa tristeza, e sermos incapazes de emergir desse submundo em que
mergulhamos, por falta de suporte emocional ou mental.
No entanto podem esses ser momentos de reflexão, entendimento, perdão e aceitação.

2. Consideras importante uma Facilitadora de Círculos de Mulheres ter “uma boa


relação com o Submundo”? Porquê?
Acho imprescindível ter uma boa relação para poder entender e acolher a dor dos outros.
Só através da minha experiência de dor posso incentivar a viverem essa dor, a acolher
todas as emoções que dela advêm, porque no fim acabamos todas por emergir das
sombras ao qual a dor nos leva.

3. Como poderás trabalhar com “mulheres que não completaram a descida” e que,
embora vivendo situações de perda e desilusão, mantêm uma atitude
culpabilizadora em relação aos outros, vitimizando-se sempre?
A forma como vejo a melhor forma de trabalhar estas mulheres em processo de mudança
é incentivar a renderem-se à dor, permitirem-se sentir vulneráveis, frustradas, magoadas
e com raiva, mas apelando a que vejam para lá da sua situação. Fazer lhes ver, sem
adotar postura maternal, que as situações vividas, as emoções sentidas são uma opção
nossa, que nos devemos permitir fazer luto, ter o nosso tempo nas sombras, mas sem
nos deixar influenciar por pressões externas, ou crenças que fomos carregando e
mantendo ao longo da vida. Cabe-nos a nós transformar a dor em experiência, e não ficar
no sofrimento que nos vitimiza.
Para chegar a esse ponto, proponha a essa mulher escrever um diário das emoções e
que vá relendo para perceber os seus padrões de emoções, se continuamente culpabiliza
os outros da sua situação, ou se gradualmente vai serenando a dor e aceitando a sua
história de vida. Pediria também que diariamente dissesse ao espelho um mantra
motivacional como: Eu me perdoo, eu me aceito, vai ficar tudo bem, eu me amo, eu
respeito a minha dor.
No fundo esta tipo de mulher só precisa sentir que é amada, que não há mal nenhum em
sentir dor.

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