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Hospital Conceição
Lucas 24.13-35
1. Perceber: Conhecer-se mutuamente, trocar experiências, reconhecer modelos de
percepção; aprender a reconhecer quando uma pessoa é um paciente terminal.
Elisabeth Kübler-Ross, uma médica e psicóloga suíça que atua nos U.S.A.,
juntamente com uma equipe de pastores e estudantes de teologia, teve a idéia de dialogar
com pacientes em fase terminal e registrar o seu comportamento diante da morte. Ela o fez
mediante a autorização dos próprios doentes. O seu livro “Sobre a morte e o morrer”
alcançou reconhecimento internacional em pouco tempo. As suas observações ajudam a
entender pacientes que passam por uma fase mais ou menos longa de sofrimento antes de
morrerem e que têm conhecimento da gravidade de sua doença.
a) Fase da negação: Quando uma pessoa recebe a notícia de que está acometida de
uma doença grave, ela freqüentemente rege dizendo: “Não, não pode ser verdade.
Eu não!” A negação da possibilidade da morte é a atitude inicial mais comum. Essa
negação pode chegar ao ponto de a pessoa achar que se trata de um engano no
diagnóstico e, não raro, troca de médico para se certificar de que sua doença é
realmente grave. Kübler-Ross acrescenta, contudo, que essa reação inicial “não
significa que o mesmo paciente não queria ou não se sentia feliz e aliviado em
poder sentar-se mais tarde e conversar com alguém sobre a sua morte próxima”.
Trata-se de uma necessidade de, por assim dizer, rejeitar inicialmente uma realidade
para, depois, ir digerindo-a aos poucos, na medida em que for se fortalecendo
interiormente para aceita-la.
b) Fase da revolta: Quando não mais for possível negar os fatos, explodem os
sentimentos de inconformidade, de angústia, de tristeza e de raiva. “Por que
justamente eu?” Ás vezes a revolta se dirige ao próprio Deus. “Por que Deus, que
dizem ser bom e misericordioso, permite que isso aconteça comigo?” Nessa fase
não convém que a pessoa que acompanha o moribundo seja afoito em fazer
apologias de Deus ou procure achar explicações plausíveis. O que o paciente precisa
é de alguém que o ouça e o aceite em sua inconformidade e em seu sentimento de
revolta. Não lhe dar oportunidade para externar esses sentimentos só aumentará sua
revolta e sua solidão.
c) Fase da barganha: A barganha é uma atitude do paciente de pretender negociar
com Deus e de procurar fazer um acordo com ele. Trata-se de uma tentativa de
estabelecer um comprometimento mútuo: “Se tu, ó Deus, restabeleceres minha
saúde, eu me comprometo a levar uma vida mais consagrada a ti e ao próximo.” É
essa a postura que leva milhares de pessoas doentes a fazerem promessas a Deus
que posteriormente procuram cumprir em dias de romarias a determinados
santuários. No fundo, trata-se de uma tentativa de manter acesa a esperança de cura.
d) Fase de depressão: Quando a pessoa percebe que a doença avança e que não há
mais como nega-la, passa a predominar um profundo sentimento de perda. Em se
tratando de pessoas mais jovens, - mas não só elas – passam a se preocupar com o
futuro dos filhos, com a continuidade do trabalho que vinham desenvolvendo e com
demais questões pendentes. A possibilidade de que tudo possa chegar em breve a
um fim é, agora, muito mais real. Pode se instalar tristeza e depressão. Nessa fase o
paciente tende a ser mais aberto para o diálogo e para externar sentimentos. Aqui é
importante que se ofereça proximidade física e espiritual, bem como a certeza de
que ele não está só.
e) Fase da aceitação: O moribundo percorreu um penoso caminho de altos e baixos,
de luta e resistência, de negação e de revolta, de negociação e de preparação para o
pior. Agora se instala uma fase de entrega. Não há mais forças nem se vê mais
grande sentido em continuar lutando. O corpo já está frágil, o espírito cansado. O
moribundo dorme bastante. Já não lhe interessam mais tanto os acontecimentos à
sua volta.A comunicação com ele se dá, muitas vezes, mais num nível não verbal do
que com muitas palavras. Aqui gestos falam mais alto do que as palavras.