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O título deste artigo foi extraído do capítulo 6, p. 67, do livro “Seja Deus
verdadeiro”, 1ª edição, 1949, publicado pela International Bible Students
Association (hoje “Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados”). A
referida editora se ocupa em publicar as literaturas das testemunhas de
Jeová. Embora sejam freqüentes as mudanças doutrinárias dessa seita,
isso, no entanto, não tem ocorrido com o seu ensino que nega a existência
do inferno como lugar de tormento eterno e consciente.
O motivo do debate
“Com menos de vinte anos de idade, Charles Taze Russell tinha sido
membro da Igreja Congregacional e crente fervoroso na doutrina da
tortura eterna das almas condenadas num inferno de fogo e enxofre
literais. Mas, ao tratar de converter ao cristianismo um conhecido
descrente, ele próprio foi derrotado na sua posição sectária e impelido ao
ceticismo. Avidamente começou a investigar as religiões pagãs em busca
da verdade sobre o propósito de Deus e o destino do homem. Provando
que todas essas não eram satisfatórias e antes de deixar por completo a
investigação religiosa, ele empreendeu a pesquisa nas Escrituras Sagradas
do ponto de vista de um cético, então livre das falsas doutrinas religiosas
dos sistemas sectários da cristandade”.1
O texto de Russell
Como se vê, o ensino das testemunhas de Jeová sobre o inferno nada mais
é do que uma doutrina esposada por um cético (incrédulo) quando adotou
o “ponto de vista do cético”. E, como sabemos, o homem natural não
compreende as coisas do Espírito de Deus porque lhe parecem loucura (1
Co 2.14).
Deus é amor
Deus é amor, mas não ama a injustiça nem o pecado. Não perdoa o
pecador impenitente, pois nem aos anjos perdoou. “Porque, se Deus não
perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os
entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo” (2 Pe
2.4).
“É tão claro que o inferno, segundo a Bíblia, é túmulo, sepultura, que até
uma honesta criancinha pode entendê-lo, porém não os teólogos
religiosos”.7
Ora, se a palavra Seol indica realmente sepultura ou túmulo, por que não
a traduziram por sepultura, sepulcro ou termo equivalente? Não o fizeram
porque sabem que existem palavras no hebraico específicas para
sepultura. São elas: Kever e Kevurah.
“Is 14.19: ‘Mas, no que se refere a ti, foste lançado fora sem sepultura
para ti…’
“Is 22.16: ‘Que é que te interessa aqui e quem é que te interessa aqui, que
aqui escavaste para ti uma sepultura?'”
Então, qual é a palavra hebraica traduzida por sepultura na “Tradução do
Novo Mundo”? As testemunhas de Jeová respondem: “Cemitérios,
sepulturas ou túmulos individuais e literais são mencionados por palavras
diferentes na língua original. Assim, indicam lugares individuais na ‘Terra
dos Viventes’ pelos nomes de lugares ou cidades”.
“Gn 23.4: ‘Peregrino e forasteiro sou entre vós. Dai-me entre vós a posse
dum lugar de sepultura para que eu sepulte o meu defunto de diante da
minha face'”. K’boorah (hebraico), sepultura, lugar da sepultura, sepulcro
(português)
“Gn 35.20: ‘Jacob erigiu sobre a sepultura de Rachel uma coluna que
existe até o dia de hoje’.
A palavra Hades
Hades (no grego) corresponde à palavra Seol (no hebraico). Não indica
sepultura, como supõem as testemunhas de Jeová. Procedem com a
palavra hades da mesma forma como agiram com o termo em hebraico
Seol. Ou seja, não a traduzem, mas transliteram-na em sua versão da
Bíblia: “Tradução do Novo Mundo”.
Como se vê, Seol e Hades não podem significar sepultura, dado que
sepultura ou túmulo é um lugar visto, enquanto Seol e Hades significam ‘o
lugar não visto’. Além disso, existem as palavras específicas para
sepultura, que são Keber, K’boorah (hebraico) e Mnema (grego).
A palavra Geena
“Fez ele também passar seus filhos pelo fogo na vale do filho de Hinom, e
usou de adivinhações e de agouros, de feitiçarias, e consultou adivinhos e
encantadores, e fez muitíssimo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar
a ira” (2Cr 33.6).
Esse local se tornou símbolo do castigo eterno nas palavras de Jesus. Das
doze vezes em que aparece a palavra Geena como símbolo do inferno,
lugar de tormento eterno e consciente, onze são encontradas nos ensinos
de Jesus e sempre como lugar que deve ser evitado, mesmo com o
prejuízo de qualquer bem terreno, por mais valioso que seja. Todavia, as
testemunhas de Jeová explicam que “A palavra ocorre 12 vezes” nas
Escrituras Gregas Cristãs, aparecendo pela primeira vez em Mt 5.22. A
“Tradução do Novo Mundo” verte-a por “Geena” em todas as suas
ocorrências: Mt 5.22, 29,30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc
12.5; Tg 3.6. E a interpreta com o sentido de “Símbolo da destruição total”
(Apêndice da TNM, pp. 1544/45, STV).
1.”E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o
seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno,
ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro
no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e
manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a
língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão:
Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro
somente males; e agora este é consolado e tu atormentado” (Lc 16.22-25,
destaque do autor).
5. “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os
sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a
sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde
com enxofre” (Ap 19.20, destaque do autor).
O Tártaro
Seria possível que um leitor dos textos bíblicos transcritos pudesse afirmar
que essas palavras sugiram ser o inferno um lugar de descanso em
esperança? É o caso de se perguntar: “Pensam as testemunhas de Jeová
por si mesmas ou o seu líder pensou por elas, e, mesmo depois de
falecido, em 1916, ainda hoje suas idéias prevalecem nessa organização
religiosa? Aliás, idéia de um cético, e não de um estudante da Bíblia.
“Se qualquer coisa menos que a punição eterna for devida em vista do
pecado, que necessidade havia de um sacrifício infinito para livrar do
castigo? Jesus derramaria seu precioso sangue para livrar-nos das
conseqüências de nossa culpa, se tais conseqüências fossem apenas
temporárias? Conceda-se-nos a verdade de um sacrifício infinito, e disso
tiraremos a conclusão de que o castigo eterno é uma verdade”.15
Gn 37.35; 42.38; 44.29, 31; Nm 16.30, 33; Dt 32.22; 1Sm 2.6; 2 Sm 22.6;
1Rs 2.6, 9; Jó 7.9; 11.8; 14.13, 16; 21.13; 24.19; 26.6; Sl 6.5; 9.17; 16.10;
18.5; 30.3; 31.17; 49.14, 15; 55.15; 86.13; 88.3; 89.48; 116.3; 139.8; 141.7;
Pv 1.12; 5.5; 7.27; 9.18; 15.11,24; 23.14; 27.20; 30.16; Ec 9.10; Ct 8.6; Is
5.14; 7.11; 14.9,11,15; 28.15, 18; 38.10, 18; 57.9; Ez 31.15, 16, 17; 32.21,
27; Os 13.14; Am 9.2; Jn 2.2; Hc 2.5.
Alguns exemplos:
Nm 16.30: “… e o solo tiver de abrir a sua boca e tragar tanto a eles, como
a tudo o que lhes pertence, e tiverem de descer vivos ao Seol…”.
Is 14.9: ‘”Até mesmo o Seol, embaixo, ficou agitado por tua causa…”.
Seicho-no-Ie
Igreja de Unificação
Ciência Cristã
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Notas:
8 Idem, p. 68
13 “Poderá viver para sempre no paraíso na terra”, p. 87, edição 1983, STV
17 “O grande conflito”, pp. 540-541, edição 1980, Ellen Gould White, Casa
Publicadora Brasileira