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11.

º ANO
A A ENSINO SECUNDÁRIO

I C
ÍM
MARGARIDA MARCÃO

Q U NUNO LINO

E
RICARDO PINTO

I C A
FÍS
1
ÍNDICE

Mecânica Movimento circular uniforme


Exercícios resolvidos 86
84

Organizo ideias 89
Exercícios propostos 90
1 TEMPO, POSIÇÃO E VELOCIDADE No laboratório:
AL Movimento uniformemente retardado:
Referencial e posição: coordenadas cartesianas
velocidade e deslocamento 103
em movimentos retilíneos 6
Deslocamento. Distância percorrida sobre
a trajetória. Gráficos posição-tempo 7
Rapidez média. Velocidade média 9
Exercícios resolvidos 9
Velocidade e gráficos posição-tempo 12
Exercícios resolvidos
Gráficos velocidade-tempo: deslocamento
e distância percorrida
Exercícios resolvidos
14

17
18
2 Ondas e
eletromagnetismo
Organizo ideias 21
Exercícios propostos 22 1 SINAIS E ONDAS

2 INTERAÇÕES E SEUS EFEITOS


Sinais, propagação de sinais e velocidade
de propagação 108
As quatro interações fundamentais 34
Ondas transversais e longitudinais 109
Interação gravítica e Lei da Gravitação Universal 34
Ondas mecânicas e eletromagnéticas 109
Pares ação-reação e Terceira Lei de Newton 35
Periodicidade temporal e periodicidade
Exercícios resolvidos 36
espacial 110
Efeitos das forças sobre a velocidade 38
Exercícios resolvidos 111
Aceleração média. Aceleração. Gráficos
Ondas harmónicas e ondas complexas 112
velocidade-tempo 39
Exercícios resolvidos 114
Exercícios resolvidos 40
O som como onda de pressão. Sons puros
Movimentos retilíneos e curvilíneos 41
e sons complexos 117
Segunda Lei de Newton 42
Exercícios resolvidos 120
Primeira Lei de Newton 44
Organizo ideias 121
Movimento segundo Aristóteles, Galileu
Exercícios propostos 122
e Newton 44
No laboratório:
Exercícios resolvidos 45
AL Características do som 132
Organizo ideias 48
AL Velocidade de propagação do som 134
Exercícios propostos 49
Teste de avaliação 2 136
No laboratório:
 AL Queda livre: força gravítica e aceleração 2 ELETROMAGNETISMO
da gravidade 60 Carga elétrica e sua conservação 140
 AL Forças nos movimentos retilíneos Campo elétrico e linhas de campo elétrico 140
acelerado e uniforme 62 Força elétrica sobre uma carga pontual 142
Teste de avaliação 1 65 Exercícios resolvidos 142
3 FORÇAS E MOVIMENTOS
Campo magnético e linhas de campo criados
por ímanes e correntes elétricas 144
Queda e lançamento na vertical com efeito
Exercícios resolvidos 146
de resistência do ar desprezável 69
Fluxo do campo magnético 148
Exercícios resolvidos 72
Indução eletromagnética e força eletromotriz
Queda na vertical com efeito de resistência
induzida (Lei de Faraday) 149
do ar apreciável 76
Produção industrial e transporte de energia
Exercícios resolvidos 78
elétrica: geradores e transformadores 150
Movimento retilíneo uniforme e uniformemente
Exercícios resolvidos 151
variado 80
Organizo ideias 153
Exercícios resolvidos 81
Exercícios propostos 154
ISBN 978-989-767-559-1
2
Reações em
4

ÍNDICE
3 ONDAS ELETROMAGNÉTICAS sistemas
Espetro eletromagnético. Reflexão,
transmissão e absorção de radiação 165
aquosos
Leis da reflexão 166
Exercícios resolvidos 166 1 REAÇÕES ÁCIDO-BASE
Leis da refração 170 Ácidos e bases 240
Reflexão total 171 Exercícios resolvidos 242
Exercícios resolvidos 173 Ácidos e bases em soluções aquosas 244
Difração 177 Constantes de acidez e de basicidade 245
Efeito Doppler 177 Força relativa de ácidos e bases 247
Exercícios resolvidos 178 Exercícios resolvidos 247
Organizo ideias 180 Acidez e basicidade em soluções aquosas
Exercícios propostos 181 de sais 251
No laboratório: Titulação ácido-base 252
 AL Ondas: absorção, reflexão, refração Aspetos ambientais das reações ácido-base 254
e reflexão total 186 Exercícios resolvidos 255
 AL Comprimento de onda e difração 188 Organio ideias 258
Teste de avaliação 3 191 Exercícios propostos 259
No laboratório:
AL Titulação ácido-base 267
2 REAÇÕES DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
Caracterização das reações

3 Equilíbrio de oxidação-redução 270

químico Exercícios resolvidos


Força relativa de oxidantes e redutores
272
274
Exercícios resolvidos 275
Organizo ideias 277
1 ASPETOS QUANTITATIVOS DAS REAÇÕES QUÍMICAS Exercícios propostos 278
Reações químicas: equações químicas No laboratório:
e relações estequiométricas 198 AL Série eletroquímica 284
Reagente limitante e reagente em excesso 199 Teste de avaliação 5 286
Grau de pureza de uma amostra 199 3 SOLUÇÕES E EQUILÍBRIO DE SOLUBILIDADE
Rendimento de uma reação química 199 Mineralização das águas e processo
Economia atómica e Química Verde 200 de dissolução 290
Exercícios resolvidos 200 Solubilidade de sais em água 290
Organizo ideias 204 Equilíbrio químico e solubilidade de sais 291
Exercícios propostos 205 Alteração da solubilidade dos sais 292
No laboratório: Exercícios resolvidos 294
AL Síntese do ácido acetilsalicílico 210 Organizo ideias 298
Exercícios propostos 299
2 EQUILÍBRIO QUÍMICO E EXTENSÃO DAS REAÇÕES
No laboratório:
QUÍMICAS AL Efeito da temperatura na solubilidade
Reações incompletas e equilíbrio químico 212 de um soluto sólido em água 304
Extensão das reações químicas 214 Teste de avaliação 6 306
Exercícios resolvidos 216
Fatores que alteram o equilíbrio químico 218 PROVAS GLOBAIS
Exercícios resolvidos 221 Prova global 1 310
Organizo ideias 224 Prova global 2 315
Exercícios propostos 225
Formulário de Física 322
No laboratório:
AL Efeito da concentração no equilíbrio Formulário de Química 324
químico 232 Proposta de soluções 325
Teste de avaliação 4 234 Tabela Periódica contracapa (verso)

3
SUBDOMÍNIO

1 Tempo, posição
e velocidade

RESUMO TEÓRICO
Referencial e posição: coordenadas cartesianas em movimentos
O QUE DEVO SABER

retilíneos
Referencial
O conceito de movimento ou de repouso depende do referencial escolhido.
Um piloto está em repouso relativamente ao referencial carro, não havendo alteração da sua
posição em relação ao carro, mas está em movimento relativamente ao referencial pista. Um
surfista está em repouso relativamente ao referencial prancha, mas está em movimento em
relação ao referencial onda.


Figura 1 Conceito de movimento e de repouso relativamente a diferentes referenciais.

Posição
A posição de uma partícula material pode ser descrita com base num referencial cartesiano,
localizando-a com base nas suas coordenadas cartesianas (​x, y, z​) relativamente a um referen-
cial tridimensional, bidimensional ou unidimensional.
O vetor posição, ​​ r ​,⃗  tem início na origem do referencial e termina na posição ocupada pela par-
tícula. Este vetor e as coordenadas cartesianas da partícula definem a posição da partícula em
relação ao referencial escolhido.

r P​​​ = ​​​10​ ​ →e ​​​​  ​​​ (m)
​​​   ​​ 
x

ex rP P
0 5 10 x (m)
Figura 2 Representação do vetor posição da partícula P num referencial unidimensional.

! A direção do eixo cartesiano é definida pelo versor unitário, ​​​ e ​​x⃗ ​​​.

Trajetória
A trajetória descrita por uma partícula é determinada pelas posições sucessivas que esta ocupa
ao longo do tempo, relativamente a um referencial, e pode ser retilínea ou curvilínea.
6
1 | Tempo, posição e velocidade FÍSICA

RESUMO TEÓRICO

O QUE DEVO SABER


Trajetória
Retilínea: tem a forma de uma linha reta.
Curvilínea: não tem a forma de uma linha reta.
• Circular – tem a forma de um círculo
• Parabólica – tem a forma de uma parábola ou semiparábola
• Elíptica – tem a forma de uma elipse
• (Irregular – sem forma definida)


Figura 3 Representação de uma trajetória curvilínea e de uma trajetória retilínea.

A trajetória descrita pela partícula depende do referencial escolhido.


Por exemplo, um objeto ao cair de um avião apresenta uma trajetória:
• retilínea relativamente a um observador dentro do avião.
• parabólica relativamente a um observador no solo.

Deslocamento. Distância percorrida sobre a trajetória.


Gráficos posição-tempo
O deslocamento, ​Δr​, é uma grandeza vetorial que não depende do percurso efetuado, só
depende da posição inicial (A) e da posição final (B) e mede-se, no SI, em metro (m).
O vetor deslocamento (​Δ​  r ​ ​)⃗ inicia-se na posição inicial e termina na posição final.

y (m)
B
yf
∆r
A
yi
ri A rf B ri rf
x (m) xi xf x (m)
∆r 
Figura 4 Representação do vetor deslocamento numa trajetória retilínea (referencial unidimensional) e numa trajetória
curvilínea (referencial bidimensional).

Determinação da intensidade do vetor deslocamento

Referencial unidimensional ​Δx = ​x​f​​ − ​x​i​​​


________
​Δr = ​ √Δ ​
  y​​  ​  + Δ ​x​​  ​ ​​ 
2 2
Referencial bidimensional

7
DOMÍNIO 1 | MECÂNICA

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
VEJO COMO SE FAZ

1. A figura seguinte traduz o perfil do autódromo do Estoril.

Gancho
Orelha Esses
Curva 2 Curva 3

E
D
Parabólica
C Parabólica Ayrton Senna
Curva VIP Interior

Curva 1
F
B A

Este circuito tem a extensão de 4182,720 m e a


volta mais rápida, em corrida, foi estabelecida
em 1994, pertence a David Coulthard e tem a
marca de 1 min 22 s 446.
O ponto A corresponde à entrada para a zona
das 30 boxes onde se efetuam paragens para
abastecimento de combustível e/ou reparações
durante uma corrida. O ponto C corresponde à
reentrada em pista para um piloto que prove-
nha da zona das boxes.
1.1. Determine a rapidez média e o módulo da velocidade média na volta record executada por
David Coulthard.
1.2. Represente o vetor velocidade no ponto F localizado na parabólica Ayrton Senna.
1.3. Selecione a opção que corresponde a uma parte da pista em que se verifique a igualdade entre a
rapidez média e o módulo da velocidade média.
(A) AB (B) BC (C) CD (D) DE

1.4. Considere um piloto X que executa uma volta regular, sem avarias nem acidentes, e, na mesma
volta, um piloto Y, que faz uma paragem na respetiva box. Será válido afirmar que, para o per-
curso AC:

| | | | | | | |
(A) ​​​   ​​v ​​ m⃗ ​​   ​​X​​  < ​​   ​​v ​​ m⃗ ​​   ​​Y​​  e ​​   ​∆​  r  ​​X⃗ ​​   ​  =​ ​​   ​∆​  r  ​​Y⃗ ​​   ​  | | | | | | | |
(B) ​​​   ​​v ​​ m⃗ ​​   ​​X​​  < ​​   ​​v ​​ m⃗ ​​   ​​Y​​  e ​   ​∆​ r ​​ X⃗ ​​   ​  < ​   ​∆​ r ​​ Y⃗ ​​   ​ ​

(C) ​​​  | ​​v ​​ ⃗ ​​  | ​​ ​​  > ​​  | ​​v ​​ ⃗ ​​  | ​​ ​​  e ​  | ​∆​ r ​​  ⃗ ​​  | ​  = ​  | ​∆​ r ​​  ⃗ ​​  | ​ ​
m X m Y X Y (D) ​​​  | ​​v ​​ ⃗ ​​  | ​​ ​​  > ​​  | ​​v ​​ ⃗ ​​  | ​​ ​​  e  ​  | ​∆​ r ​​  ⃗ ​​  | ​  < ​  | ​∆​ r ​​  ⃗ ​​  | ​ ​
m X m Y X Y

2. Dois ciclistas, A e B, percorrem uma pista retilínea coberta. Os gráficos A e B correspondem,


respetivamente, às componentes escalares das posições que cada um dos ciclistas adquire no
decorrer do tempo.
2.1. Descreva sucintamente o que acontece nos ins- x (m)
tantes t1 e t3. x4
x3
x2
2.2. Indique qual dos ciclistas tem maior módulo de B
velocidade no instante t2. Justifique. x1 A
2.3. Indique, justificando, qual dos dois ciclistas xB0
apresenta, para a totalidade do percurso, um
xA0
deslocamento com módulo superior.
0 t1 t2 t3 t4 t5 t (s)
14
1 | Tempo, posição e velocidade FÍSICA

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

VEJO COMO SE FAZ


3. No nosso quotidiano, além das coordenadas geográficas, utilizamos outro tipo de coordenadas,
chamadas cartesianas. As coordenadas cartesianas foram pela primeira vez propostas por René
Descartes.
A trajetória descrita por uma partícula material encontra-se representada no referencial ao lado.

y (m)
3,0 D

A B
1,0 C

1,0 2,0 3,0 4,0 x (m)

Na tabela ao lado estão registados os instantes A B C D


em que a partícula atingiu os pontos assinala-
dos na figura, durante o seu movimento. t (s) 0,0 5,0 8,0 12,0

3.1. Represente o vetor deslocamento para o percurso total.


3.2. Represente o vetor velocidade nos pontos A e D.
3.3. Caracterize o vetor deslocamento representado na alínea 3.1.
3.4. Calcule a rapidez média para o trajeto A → D.

4. Nem sempre os instrumentos com os quais lidamos no quotidiano


utilizam corretamente os conceitos definidos pela Física.
Considere o registo do treino de um atleta representado no telemóvel
seguinte. DISTÂNCIA
10.02 km DURAÇÃO
00:50:42

4.1. O parâmetro definido como ritmo corresponde: QUEIMADO


770 kcal RITMO
5:03 min/km

(A) ao módulo da velocidade média. ELEVAÇÃO


CARDIO
121 m
161 bpm
(B) à rapidez média.
N105
(C) ao inverso do módulo da velocidade média. São Pedro Fins

(D) ao inverso da rapidez média. N105


Alfena
6
A41
7 A41
4.2. No percurso de 1
​ 0,02 km​, pode afirmar-se que: N105
9
8
5

(A) o deslocamento é igual ao espaço percorrido. 1 4

(B) o módulo do deslocamento é nulo. N105


2
3

(C) o módulo do deslocamento é superior ao espaço percorrido.


(D) o módulo do deslocamento é igual ao espaço percorrido.

Resolução

Δ​  r  ​  ​ 
1.1. ​​  v  ​​m⃗ ​​  = ​ ___ =​0 m s​​−1​
Δt
O deslocamento é nulo uma vez que as posições inicial e final são coincidentes.
A rapidez média é determinada por:
Δs
​​r​m​​  = ​ ___ ​  = ​ _____________
4182,720 −1
      ​  =  50,73 ​ m s​​ ​​
Δt (​ 60 + 22,446)​
15
DOMÍNIO 1 | MECÂNICA

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
VEJO COMO SE FAZ

1.2. O vetor velocidade instantânea é tangente à trajetória, em cada ponto.

Gancho
Orelha Esses
Curva 2 Curva 3
E
D
Parabólica
C Parabólica Ayrton Senna
Curva VIP Interior
Curva 1 F
B A
v
1.3. O
 pção (A). Para que se verifique a igualdade entre a rapidez média e o módulo da velocidade
média, é necessário que o espaço percorrido e o módulo do deslocamento sejam iguais. Tal veri-
fica-se quando o corpo descreve uma trajetória retilínea sem inversão de sentido.
 pção (C). O módulo do deslocamento, |​Δ ​
1.4. O ​ r​   | ⃗, é igual nos dois percursos, uma vez que as posições
inicial e final são as mesmas. O piloto X demora menos tempo a deslocar-se entre estas duas posi-
ções, uma vez que não efetua uma paragem na box ao contrário do que acontece com o piloto Y.
A velocidade média determina-se por v  ​​​ ​​m⃗ ​​  = ​ ___ Δ​ r ​  ​​ ,⃗ logo a velocidade média do piloto X terá de ser
Δt
superior.
2.1. O
 s ciclistas cruzam-se em ambos os instantes. No instante t1, deslocam-se no mesmo sentido
(ambas as funções são crescentes) e no, instante t3, deslocam-se em sentidos opostos (uma fun-
ção é crescente e a outra é decrescente).
2.2. S
 erá o ciclista A, uma vez que, no ponto considerado, o declive x (m)
da reta tangente ao gráfico é superior. Recorde-se que o declive x4
x3
da reta tangente em cada ponto, no gráfico posição-tempo cor- x2
x1 B
responde à componente escalar da velocidade, em cada instante. A
xB0
2.3. S
 erá o ciclista B. O deslocamento é uma grandeza vetorial que xA0
corresponde à diferença entre os vetores posição final e inicial. 0 t1t2 t3 t4 t5 t (s)
Como o ciclista A regressa ao ponto de partida, apresentará des-
locamento nulo, o que não acontece com o ciclista B.
3.1. y (m) 3.2.  y (m) vD
3,0 ∆r D 3,0 D

1,0 A B C 1,0 A B C

1,0 2,0 3,0 4,0 x (m) vA 1,0 2,0 3,0 4,0 x (m)

3.3. O
 vetor deslocamento é igual à diferença entre os vetores posição final e inicial, respetivamente,
​​​ r ​​ D⃗ ​​​ e ​​​ r ​​ A⃗ ​​​.
 ⃗ r ​​ D⃗ ​​  − ​​ r ​​ A⃗ ​​  = ​(4 ​​ e ​​ x⃗ ​​  +  3 ​​ e ​​ Y⃗ ​​)​  − ​(0 ​​ e ​​ x⃗ ​​  + ​​ e ​​ Y⃗ ​​)​  =  4 ​​ e ​​ x⃗ ​​  +  2 ​​ e ​​ Y⃗ ​​  (m) com origem no ponto A.​
Δ​ r ​ = ​​ 


3.4. O espaço percorrido é medido sobre a trajetória, logo:
​ Δs = ​AB​  + ​‾
BC​  + ​‾
CD​  = π + 2 + 2 = 7,14 m​
Δs 7,14
A rapidez média é determinada por: ​​r​m​​  = ​ ___ ​  = ​ ____ ​  
−1
 =  0,60​ m s​​ ​​
Δt 12
4.1. Opção (D). Trata-se de uma grandeza que indica o intervalo de tempo que o atleta demorou, em
média, a percorrer cada um dos 10 km do percurso. Esta informação é inversa à traduzida pela
grandeza rapidez média.
4.2. Opção (B). O atleta voltou ao ponto de partida, pelo que o deslocamento será nulo.
16
1 | Tempo, posição e velocidade FÍSICA

RESUMO TEÓRICO

O QUE DEVO SABER


Gráficos velocidade-tempo: deslocamento e distância percorrida
Gráficos velocidade-tempo
O movimento retilíneo de uma partícula também pode
v (m s–1)
ser descrito com base num gráfico velocidade-tempo.
Atendendo à variação do módulo da velocidade, o movi-
mento retilíneo da partícula pode ser classificado como
uniforme ou uniformemente variado (uniformemente t1 t2 t3 t4 t5 t (s)
acelerado ou retardado).
De acordo com o gráfico:
A partícula desloca-se no sentido positivo até ao instante t3. Neste instante, inverte o sentido do
movimento e começa a deslocar-se no sentido negativo.

Intervalo Representação
Descrição
de tempo vetorial
O módulo da velocidade da partícula aumenta uniformemente, esta
]0 ; t1[ s percorre distâncias cada vez maiores em iguais intervalos de tempo v v
⇒ movimento retilíneo uniformemente acelerado.
O módulo da velocidade da partícula é constante, esta percorre
]t1 ; t2[ s distâncias iguais em iguais intervalos de tempo ⇒ movimento v v
retilíneo e uniforme.
O módulo da velocidade da partícula diminui uniformemente, esta
]t2 ; t3[ s percorre distâncias cada vez menores em iguais intervalos de tempo v v
⇒ movimento retilíneo uniformemente retardado.
O módulo da velocidade da partícula aumenta uniformemente, esta
]t3 ; t4[ s percorre distâncias cada vez maiores em iguais intervalos de tempo v v
⇒ movimento retilíneo uniformemente acelerado.
O módulo da velocidade da partícula diminui uniformemente, esta
]t4 ; t5[ s percorre distâncias cada vez menores em iguais intervalos de tempo v v
⇒ movimento retilíneo uniformemente retardado.

Com base na determinação do declive nos gráficos posição-tempo, pode traçar-se os gráficos
velocidade-tempo correspondentes.

Movimentos retilíneos

x (m) v (m s-1)

t (s) t (s)

Movimento retilíneo uniforme


– Gráfico posição-tempo: declive constante – Gráfico velocidade-tempo: declive nulo

x (m) v (m s-1)

t t (s) t t (s)

Movimento retilíneo uniformemente retardado (até ao instante t)


– Gráfico posição-tempo: declive da reta tangente à curva do gráfico, em cada instante, diminui.
– Gráfico velocidade-tempo: declive constante – módulo da velocidade diminui.
Movimento retilíneo uniformemente acelerado (após o instante t)
– Gráfico posição-tempo: declive da reta tangente à curva do gráfico, em cada instante, aumenta.
– Gráfico velocidade-tempo: declive constante – módulo da velocidade aumenta.
17
PTFQ11-02
DOMÍNIO 1 | MECÂNICA
ORGANIZO IDEIAS

FORÇAS

Intensidade
igual
resultam de somatório relacionam-se aos pares
Direção
Interações Força igual
Par ação-reação
fundamentais resultante
Sentido
pode ser
oposto
3.ª Lei de Ponto de
Nuclear forte
Newton aplicação
FR = 0 FR ≠ 0 diferente
Eletromagnética Lei da
Ação-Reação
1.ª Lei de 2.ª Lei de
Nuclear fraca
Newton Newton

Gravítica
Lei da Lei Fundamental
Inércia da Dinâmica

Lei da Gravitação Aceleração


FR constante
Universal nula

Variação da
Força Velocidade Velocidade Aceleração resulta da
velocidade ao
gravitacional constante nula constante
longo do tempo
depende da

Direção Direção
perpendicular tangente
Massa Distância à velocidade à velocidade

Movimento Repouso Sentido Sentido


retilíneo igual oposto
e uniforme
Movimento
circular uniforme

Movimento Movimento
retilíneo retilíneo
uniformemente uniformemente
acelerado retardado

48
2 | Interações e seus efeitos FÍSICA

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

AGORA FAÇO EU
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

1. Uma força é:
(A) uma interação entre dois corpos. (B) uma forma de movimento.
(C) uma mudança de posição. (D) uma forma de energia.

2. A cada uma das situações descritas associe a interação fundamental da Natureza evidenciada.
(A) O Sistema Solar é heliocêntrico.
(B) Um cristal de nitrato de prata é formado por aniões nitrato e catiões prata.
(C) A energia que é necessário fornecer ao núcleo de um átomo para o dividir é extremamente
elevada.
(D) Os eletrões são atraídos pelos protões.
(E) As marés ocorrem devido à presença da Lua.
(F) No Sol, ocorre a fusão do hidrogénio, originando hélio.
(G) A agulha de uma bússola indica o polo norte terrestre.
(H) O carbono-14 é utilizado para a datação de fósseis.
(I) Um corpo desloca-se sobre uma superfície e sente uma força de oposição ao movimento:
força de atrito.

3. Estabeleça a ordem crescente de intensidade relativa entre as quatro interações fundamentais


existentes na natureza.

4. Selecione a opção que identifica a interação responsável pela coesão


do núcleo de um átomo.
(A) Gravitacional (B) Eletromagnética
(C) Nuclear fraca (D) Nuclear forte

5. A Lua descreve, no seu movimento de translação em torno da Terra, uma trajetória aproximada-
5
mente circular com um raio de ​3,84 × ​10​​ ​  km​. Admita que as massas da Terra e da Lua são,
respetivamente, ​5,98  × ​10​​ ​  kg​ e ​7,35  × ​10​​ ​  kg​.
24 22

Selecione a alternativa que permite calcular, em unidades do Sistema Internacional, a força de


atração que a Lua exerce sobre a Terra.
−11
6,67 × ​10​​ ​  × 5,98 × ​10​​ ​  × 7,35 × ​10​​ ​
24 22
(A) ​​F​g​​  =  ​ _____________________________________
         5
 ​​
3,84 × ​10​​ ​

−11
6,67 × ​10​​ ​  × 5,98 × ​10​​ ​  × 7,35 × ​10​​ ​
24 22
(B) ​​F​g​​  =  ​ _____________________________________
          ​​
​​(3,84 × ​10​​ ​)​​​ ​
2 5

−11
6,67 × ​10​​ ​  × 5,98 × ​10​​ ​  × 7,35 × ​10​​ ​
24 22
(C) ​​F​g​​  =  ​ _____________________________________
         8
 ​​
3,84 × ​10​​ ​

−11
6,67 × ​10​​ ​  × 5,98 × ​10​​ ​  × 7,35 × ​10​​ ​
24 22
(D) ​​F​g​​  =  ​ _____________________________________
          ​​
​​(3,84 × ​10​​ ​)​​​ ​
2 8

49
PTFQ11-04
DOMÍNIO 1 | MECÂNICA

NO LABORATÓRIO
NO LABORATÓRIO

AL QUEDA LIVRE: FORCA GRAVÍTICA E ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE

EXERCÍCIO RESOLVIDO
Com o objetivo de verificar se a aceleração de um corpo em queda livre depende da massa do
mesmo, um grupo de alunos realizou uma experiência em que fez passar duas réguas de mas-
sas diferentes, por células fotoelétricas. Nessa experiência, foram utilizadas réguas transparen-
tes com uma fita opaca como mostra a figura.


X
​ℓ​– ​1,90 cm​(largura da faixa opaca)

​ ​tX​ ​​​– Intervalo de tempo de passagem
Δt queda
da faixa opaca pela célula X

​ ​t​queda​​​– Intervalo de tempo de passa- Y
gem da faixa opaca entre a célula X e Y
​∆​tY​ ​​​– Intervalo de tempo de passagem
da faixa opaca pela célula Y

Considere que a componente escalar da velocidade das réguas, ao passarem pelas células X e Y,
é constante.
Os resultados obtidos pelos alunos encontram-se na tabela seguinte:

Experiência m (g) ​∆t​ X (ms) ​∆t​ Y (ms) ​∆t​queda (ms)


1 100,0 183,0 6,8 274,0
2 200,0 188,0 7,0 266,0

1. Determine o módulo da aceleração a que cada uma das réguas esteve sujeita e refira a
conclusão a que o grupo de alunos chegou.

2. Durante a queda, o movimento adquirido pelas réguas é:


(A) retilíneo uniformemente acelerado. (B) retilíneo acelerado.
(C) retilíneo uniforme. (D) retilíneo uniformemente retardado.

3. Seguidamente, os alunos repetiram a experiência 2, largando a régua da mesma posição


relativamente à célula X, mas aumentado a distância entre as células X e Y. Justifique a
seguinte afirmação:
«O intervalo de tempo que a régua demora a percorrer a distância entre as duas células,
​∆t​​queda​​​, aumenta, no entanto, a aceleração que a régua adquire é a mesma.»

Resolução
1. Experiência 1:
Determinação do módulo da velocidade da régua ao passar em cada célula através da
expressão ​v = ​ ___  ​​ :

Δt
​​vX​ ​​  = ​ _______  ​​v​Y​​  = ​ _______ 
0,0190 −1 0,0190 −1
=  0,104 ​ m s​​ ​​ ;
 ​   =  2,8 ​ m s​​ ​​
 ​  
0,1830 0,0068
Δv ​v​y​​  − ​v​x​​ ___________
Determinação do módulo da aceleração: ​a = ​ ______ = ​ ______ ​  
2,8 − 0,104 −2
  ​   = ​  =  9,8 ​ m s​​ ​​
 ​  

Δ ​tqueda
​ ​​ Δ ​tqueda ​ ​​ 0,274
60
2 | Interações e seus efeitos FÍSICA

NO LABORATÓRIO
Experiência 2:

NO LABORATÓRIO
Determinação do módulo da velocidade da régua ao passar em cada célula através da
expressão ​v = ​ ___  ​​ :

Δt
​​vX​ ​​  = ​ _______  ​​v​Y​​  = ​ ________ 
0,0190 −1 0,0190 −1
=  0,101 ​ m s​​ ​​ ;
 ​    ​  =  2,7 ​ m s​​ ​​
0,1880 0,0070
Δv ​v​y​​  − ​v​x​​ ___________
Determinação do módulo da aceleração: ​a = ​ ______ = ​ ______ ​  
2,7 − 0,101 −2
  ​   = ​  =  9,8 ​ m s​​ ​​
 ​  

Δ ​tqueda
​ ​​ Δ ​tqueda ​ ​​ 0,266
Os alunos concluem que a aceleração do corpo não depende da sua massa.
2.  pção (A). Retilíneo, uma vez que a direção da força resultante é a mesma da direção da
O
velocidade inicial; uniformemente, uma vez que a força resultante é constante; e acelerado
uma vez que a força resultante tem o mesmo sentido da velocidade inicial.
3.  aceleração a que o corpo está sujeito é a gravítica uma vez que a única força que atua
A
sobre esta é o seu peso. Assim, permanece constante, não variando com a distância percor-
rida. O intervalo de tempo que a régua demora a percorrer a distância entre as duas células
aumenta, uma vez que a distância entre elas aumenta e a velocidade inicial (​​v​x​​​) se mantém
constante.

EXERCÍCIO PROPOSTO
Para determinar o módulo da aceleração gravítica à superfície terrestre, um
grupo de alunos realizou uma atividade experimental em que utilizou duas Esfera
células fotoelétricas, X e Y, ligadas a um cronómetro digital e uma esfera Célula X
com um diâmetro de 2,860 cm, que foi deixada cair de quatro alturas dife-
rentes. A dimensão e a forma da esfera permitiram minimizar o efeito da
resistência do ar.

A figura ao lado representa um esquema da montagem utilizada.


De forma a variar a altura de queda, o grupo de alunos foi ajus-
tando a posição da célula fotoelétrica X. Tiveram, contudo, o Célula Y
cuidado de largar a esfera de uma posição situada imediatamente
acima da célula X, de modo a poderem considerar nula a veloci-
dade com que a esfera passava nessa célula (​​v​x​​ ​​ =  0​).

Em cada ensaio os alunos mediram:


• o tempo que a esfera demora a percorrer a distância entre as células X e Y, ​Δ ​tq​ ueda​​​;
•o  tempo que a esfera demora a passar em frente à célula Y, ​Δ ​tY​ ​​​.

Os resultados obtidos pelos alunos encontram-se na tabela seguinte:

Ensaio 1 2 3 4
​∆​t Y (ms) 9,30 10,30 11,80 16,10
​∆​t queda (s) 0,3077 0,2753 0,2428 0,1777

1. A partir da representação gráfica do módulo da velocidade com que a esfera passa na


célula Y em função ​Δ ​tqueda
​ ​​​, os alunos calcularam o módulo da aceleração da gravidade
através de uma regressão linear feita com o auxílio de uma calculadora.
Determine o valor encontrado pelos alunos. Comece por apresentar a equação da reta que
melhor se ajusta ao conjunto de valores experimentais.
61
DOMÍNIO 1 | MECÂNICA

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
AGORA FAÇO EU

As resoluções dos próximos itens devem ter como suporte as capacidades gráficas da calculadora.
Deste modo, em todas elas deve ser apresentado o esboço do gráfico com as coordenadas de pontos que
considerar relevantes. Em alguns itens é necessário a apresentação da função introduzida na calculadora.

37. Uma partícula material move‐se ao longo de uma trajetória horizontal retilínea de acordo com a
seguinte lei do movimento:
x = - 4t2 + 6t + 8 (SI)
Considere o movimento durante os primeiros 7,0 s.
37.1. Em que instante ou instantes a partícula material passa na origem do eixo?
37.2. Determine a componente escalar da posição em que se encontra a partícula no instante 2,5 s.
37.3. Em que instante a partícula atinge a posição com componente escalar 6,0 m?
37.4. Indique, justificando, em qual dos instantes t = 1,0 s ou t = 3,0 s, a partícula apresenta maior
módulo de velocidade.

38. Uma partícula material move‐se ao longo de uma trajetória horizontal retilínea de acordo com a
seguinte lei das velocidades:
v = - 4t + 6 (SI)
Considere o intervalo de tempo que decorre desde o instante inicial até ao instante em que a
partícula apresenta módulo da velocidade igual ao inicial.
Determine a componente escalar do deslocamento nos dois primeiros segundos de movimento.

39. Uma partícula material move-se, durante 10 s e em linha reta, de acordo com a seguinte lei das
velocidades:
v = 0,6t2 - 3t + 2,4 (SI)
39.1. Determine entre que instantes a aceleração e a velocidade têm sentidos opostos.
39.2. Determine a componente escalar da aceleração média para o intervalo de tempo [1 ; 6] s.

40. A componente escalar, segundo o eixo Ox, da posição, x, de uma partícula material varia com o
tempo, t, de acordo com a equação:
x = - 284 + 8,0t - 0,040t2 (SI)
40.1. Determine ao final de quanto tempo a partícula material inverte o sentido do movimento.
40.2. Determine o espaço percorrido pela partícula no intervalo [0 ; 160] s.
40.3. Determine a componente escalar da aceleração média da partícula no intervalo de tempo
[10 ; 90] s.

41. Dois corpos movem-se num referencial XOY de acordo com as seguintes leis das posições:
xA = 50 + 15t
(SI)
yB = 30 + 2t
Determine a distância entre os dois corpos ao fim de 5 s.

42. Dois corpos movem-se segundo a mesma direção de acordo com as seguintes leis das posições:
xA = 15t + 2t2
(SI)
xB = 300 + 2t
Determine o instante e a distância a que os dois corpos se encontram quando se deslocam à
mesma velocidade.
102
3 | Forças e movimentos FÍSICA

NO LABORATÓRIO

NO LABORATÓRIO
AL MOVIMENTO UNIFORMEMENTE RETARDADO: VELOCIDADE E DESLOCAMENTO

EXERCÍCIO RESOLVIDO
Um grupo de alunos planificou uma atividade experimental com o objetivo de determinar a in-
tensidade da força de atrito, suposta constante, que atua num carrinho. Para tal, os alunos uti-
lizaram um carrinho de massa 125,0 g que largaram de posições diferentes na rampa (A, B e C),
tendo determinado o tempo de passagem, ​Δ ​t​D,​​​ de uma tira opaca de largura 1,00 cm numa cé-
lula fotoelétrica colocada no ponto D.
Admita que só existe atrito na parte horizontal da calha.

Digitímetro

A Célula
fotoelétrica
B
D
C

v0 Dx v=0

Para cada posição de lançamento, realizaram três ensaios. Mediram também a distância percor-
rida, Δ
​ x​, pelo carrinho, após o ponto D, na superfície horizontal, até parar.

Posição na rampa ​Δ ​tD​​​​​ ​​​ (ms) ​Δx​ (cm)


8,5 19,1

A 8,8 18,7

8,6 18,9

10,4 12,1

B 10,5 11,8

10,6 11,7

12,6 7,7

C 12,8 7,6

12,9 7,5

1. Classifique, justificando, o movimento do carrinho na rampa e na superfície horizontal.

2. Justifique a afirmação seguinte:


“O tempo de passagem do carrinho na célula fotoelétrica diminui com o aumento da dis-
tância percorrida sobre a rampa.”

3. Construa o gráfico do quadrado do módulo da velocidade inicial (v0) em função da distân-


cia de travagem, ​Δx​. A partir da equação da reta que melhor se ajusta ao conjunto de
pontos determinados, calcule a intensidade da força de atrito que atuou no carrinho.
103
SUBDOMÍNIO

2 Reações de
oxidação-redução

RESUMO TEÓRICO
Caracterização das reações de oxidação-redução
O QUE DEVO SABER

Numa reação de oxidação-redução há transferência de eletrões e ocorrem, simultaneamente,


a oxidação e a redução.
Oxidação – ocorre cedência de eletrões, em que a espécie oxidada cede eletrões.
Redução – ocorre ganho de eletrões, em que a espécie reduzida ganha eletrões.

O número de oxidação (n.o.) do átomo de um elemento corresponde à carga elétrica que este
teria se, em cada ligação que participa, os eletrões fossem atribuídos ao elemento que tem maior
tendência a atrair os eletrões (elemento mais eletronegativo).
H–O–H  n.o.(O) = - 
2  n.o.(H) = + 1
O oxigénio é mais eletronegativo e atrai um eletrão de cada hidrogénio.

Regras para determinação do número de oxidação

• Numa substância elementar o elemento tem n.o. = 0 (H2, N2, O3, He, Na, P4)

• Num ião monoatómico o n.o. é igual à carga do ião


– Metais Alcalinos: n.o. = + 1 (Li+, Na+, K+)
– Metais Alcalino Terrosos: n.o. = + 2 (Be2+, Mg 2+, Ca 2+)
– n.o.(Ag+) = + 1 n.o.(Zn 2+) = + 2 n.o.(Aℓ3+) = + 3 n.o.(F-)=- 1

• Numa molécula a soma dos números de oxidação de todos os elementos é zero.


​​HF n.o.(H) + n.o.(F) = 0 (+ 1) + (- 1) =  0​

• Num ião poliatómico, a soma dos números de oxidação de todos os elementos é igual à carga do ião.
2−
​​​​SO​  4​  ​  n.o.(S) + 4 × n.o.(O) = - 2 (+ 6) + 4 × (- 2) = - 2​

• Hidrogénio (H) ⇒ n.o.(H) = + 1 (H 2SO4, HCℓ, H2O, NH3)


– Exceção: hidretos ⇒ n.o.(H) = - 1 (NaH, MgH2, AℓH3)

• Oxigénio (O) ⇒ n.o. (O) = - 2 (H2O, H2SO4, H3PO4)


– Exceção: peróxidos ⇒ n.o.(O) = - 1 (Na 2O2, MgO2, H2O2)

Considerando a seguinte equação química:


​Zn(s)  + ​Cu​​ ​(aq)  → Cu(s) + ​Zn​​ ​(aq)​
2+ 2+

270
2 | Reações de oxidação-redução QUÍMICA

RESUMO TEÓRICO

O QUE DEVO SABER


> Semiequação de oxidação: ​Zn(s)  → ​Zn​​ ​(aq) + 2 e–​
2+

• Zn perde dois eletrões e transforma-se em Zn2+ ⇒ espécie oxidada: Zn


• Aumenta o número de oxidação
n.o.(Zn) = 0 ⇒ n.o.(Zn 2+) = + 2
• Cu2+ é responsável pela oxidação do Zn ⇒ oxidante: Cu2+

> Semiequação de redução: ​​​​Cu​​ ​(aq)  +  2 ​e​​ ​  → Cu(s)​


2+ −

• Cu2+ ganha dois eletrões e transforma-se em Cu ⇒ espécie reduzida: Cu2+


• Diminui o número de oxidação
n.o.(Cu2+) = + 2 ⇒ n.o.(Cu) = 0
• Zn é responsável pela redução do Cu2+ ⇒ redutor: Zn

Espécie oxidada - espécie que sofre oxidação, cede eletrões


Oxidante - espécie responsável pela oxidação da outra espécie, o oxidante sofre redução
Espécie reduzida - espécie que sofre redução, ganha eletrões
Redutor - espécie responsável pela redução da outra espécie, o redutor sofre oxidação

Pares conjugados de oxidação-redução (oxidante / redutor)


Na representação dos pares conjugados, por convenção, indica-se primeiro o oxidante, elemento
com maior número de oxidação e depois o redutor conjugado.
Relativamente a esta equação os pares conjugados são:
Zn2+/ Zn e Cu2+/ Cu

Nas reações de oxidação-redução o acerto da equação química depende do acerto das cargas
e do número de átomos.
1.º) Divide-se a equação química nas duas semiequações.
2.º) Em cada semiequação acerta-se o número de átomos.
3.º) Em cada semiequação acertam-se as cargas.
4.º) Determinam-se os mínimos múltiplos comuns de modo a eliminar os eletrões quando se
somam as semiequações.

Exemplo:

​Mg(s) → ​Mg​​ ​(aq)  + ​2 e​​
2+

+ −

2 ×  (​Ag​​ ​(aq) + ​e​​ ​  → Ag(s))
+ − −
Ag​​ ​(aq) + ​2 e​​ ​  → ​Mg​​ ​(aq)  + 2 Ag(s) + ​2 e​​ ​​
2+
Mg(s) + ​2

Espécie oxidada: Mg(s) Oxidante: Ag+(aq)


Redutor: Mg(s) Espécie reduzida: Ag+(aq)
Pares conjugados oxidação/redução: Mg2+/Mg e Ag+/Ag

271
DOMÍNIO 4 | REAÇÕES EM SISTEMAS AQUOSOS

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
VEJO COMO SE FAZ

1.4. De acordo com a série eletroquímica, selecione a afirmação correta.


(A) O zinco pode ser utilizado para proteger os cascos metálicos, de ferro, dos navios.
(B) O cobre pode ser utilizado para proteger os cascos metálicos, de ferro, dos navios.
(C) Uma solução de nitrato de cobre(II) pode ser guardada num recipiente de zinco.
(D) Uma solução de nitrato de cobre(II) pode ser guardada num recipiente de ferro.

2. O dinitrogénio, N2(g), e o dioxigénio, O2(g) reagem entre si formando o monóxido de nitrogénio,


NO(g), de acordo com a seguinte equação química
​N2(g) + O2(g) → 2 NO(g)​

Selecione a opção que completa corretamente a afirmação seguinte:


“Neste processo, é válido afirmar que a variação do número de oxidação do é pelo
que se pode dizer que o elemento é .”
(A) … nitrogénio … - 2 … reduzido (B) … nitrogénio … + 2 … oxidado
(C) … oxigénio … - 2 oxidado (D) … oxigénio … + 2 … reduzido

Resolução

1.1. D
 e acordo com a série eletroquímica apresentada, o alumínio metálico tem maior poder redutor
do que o zinco metálico. Assim, e como num par oxidante/redutor, quanto maior é o poder oxi-
dante, menor é o poder redutor, podemos inferir que o catião A​ℓ3+ ​ tem menor poder oxidante do
que o catião Zn2+. Deste modo, podemos concluir que, como a reação espontânea se dá entre as
espécies que têm maior tendência para reagir, irá ocorrer reação se estiverem em contacto o alu-
mínio metálico e o catião Zn2+. Na situação apresentada, irá ocorrer o desgaste da barra de alumínio
e começará a formar-se zinco metálico.

1.2. O
 pção (C). De acordo com a série eletroquímica apresentada, o magnésio metálico tem maior
poder redutor do que o ferro metálico. Assim, e como num par oxidante/redutor, quanto maior é
o poder oxidante menor é o poder redutor, podemos inferir que o catião Mg2+ tem menor poder
oxidante do que o catião Fe2+. Deste modo, podemos concluir que, como a reação espontânea se
dá entre as espécies que têm maior tendência para reagir, irá ocorrer reação se estiverem em con-
tacto o magnésio metálico e o catião Fe2+. Tal significa que a reação espontânea será traduzida
pela equação química apresentada, mas no sentido inverso.

 pção (C). O alumínio metálico e o catião Cu2+ são as espécies mais reativas e a equação tem de
1.3. O
estar acertada.

1.4. O
 pção (A). Pretende-se evitar a corrosão do casco no navio, ou seja, a oxidação do ferro metálico.
Tal é conseguido se este estiver em contacto com uma espécie com maior poder redutor, isto é,
uma espécie com maior tendência para se oxidar. De acordo com a série eletroquímica apresen-
tada, pode utilizar-se o zinco, que obedece a este critério.

2. Opção (B).

276
2 | Reações de oxidação-redução QUÍMICA

ORGANIZO IDEIAS
REAÇÃO DE
OXIDAÇÃO-REDUÇÃO

ocorre

Transferência
existe de eletrões existe

Espécie responsável pela redução do


Redutor Oxidante
Espécie responsável pela oxidação do

Série
eletroquímica

compara

Espécie Forças relativas Espécie


oxidada de oxidantes e reduzida
redutores
sofre sofre

Oxidação Redução

Libertação Aceitação
pode ser
de eletrões de eletrões
indesejada

Número Número
de oxidação de oxidação
aumenta diminui
Corrosão

ocorre em pode ser evitada por

Presença Meios Proteção


Galvanização
do ar húmidos catódica

277
TESTE DE AVALIAÇÃO 5
ESTOU PREPARADO(A)?

• Aspetos quantitativos das reações químicas


• Equilíbrio químico e extensão das reações químicas
• Reações ácido-base
• Reações de oxidação-redução

Para responder aos itens de escolha múltipla, selecione a única opção (A, B, C ou D) que permite obter uma
afirmação correta ou responder corretamente à questão colocada.
Se apresentar mais do que uma opção, a resposta será classificada com zero pontos, o mesmo acontecendo se a
letra transcrita for ilegível. Utilize unicamente valores numéricos das grandezas referidas na prova (enunciado,
tabela de constantes e Tabela Periódica).

Grupo I
Um composto iónico, de massa 5,844 g, contendo aniões C​ℓ-​ e catiões de um metal X, alcalino,
é dissolvido em água e tratado com excesso de solução de nitrato de prata, AgNO3.
A massa do precipitado de cloreto de prata, AgC​ℓ​, que se forma, é 14,33 g, num processo que
ocorre de acordo com a equação:
​XCℓ ​(aq) + AgNO​3​​(s)  →  AgCℓ​(s) + XNO​3​​(aq)​

1. A percentagem em massa de iões C​ℓ​- no composto original é aproximadamente:


(A) 20,7% (B) 60,7% (C) 30,7% (D) 10,7%

2. O metal X em causa é:
(A) lítio (B) sódio (C) potássio (D) rubídio

Grupo II
O ácido adípico, ​C6H10O4​, é uma matéria-prima muito importante na indústria química. É usado
principalmente na produção do nylon-6,6, de fibras sintéticas, plásticos e lubrificantes sintéticos.
A síntese do ácido adípico, a seguir representada, é um dos processos referenciados como exem-
plo de Química Verde.
O
HO
+ 4 H2O2 + 2 H2O Catalisador OH + 4 H2O
Na2WO2
O

1. Determine a quantidade de matéria de ​C6H10O4​que se poderá obter a partir de 1,50 kg de ​C6H10​,


e 60,0 mol de H
​ 2O2​, considerando que o rendimento da reação é 93,0%.

2. Considere uma amostra de ​C6H10​, de massa ​1,0 × 103 g​, com um grau de pureza de 80%.
A massa de C ​ 6H10O4​que se pode obter, a partir da reação completa do C
​ 6H10​existente na amos-
tra, pode ser determinada por:

(A) ​​​(_____________)​  g​ (B) ​(______________)​  g​


3 3
80 × 146,16 × 1,0 × ​10​​ ​ 0,80 × 146,16 × 1,0 × ​10​​ ​
​        ​ ​        ​
82,16 82,16

(C) ​​​(_____________)​  g​ (D) ​​​(____________)​  g​


3 3
0,80 × 82,16 × 1,0 × ​10​​ ​ 80 × 82,16 × 1,0 × ​10​​ ​
​        ​ ​       ​
146,16 146,16
286
QUÍMICA

TESTE DE AVALIAÇÃO 5

ESTOU PREPARADO(A)?
3. Para avaliar a adequação aos princípios da Química Verde utiliza-se o conceito de economia
atómica.
A economia atómica percentual para este processo de obtenção do ácido adípico é aproximada-
mente:
(A) 71% (B) 67%
(C) 79% (D) 75%

Grupo III
O ácido sulfúrico, H2SO4, é um dos produtos químicos mais importantes a nível mundial. Devido
à grande procura de que é alvo, foram desenvolvidos processos de obtenção a custos rentáveis.
Um dos passos envolvidos na preparação industrial de ácido sulfúrico é a produção do trióxido
de enxofre, SO3, de acordo com a equação química seguinte.
​​2 SO​2​​(g)  + ​O​2​​(g)  ⇌ ​2 SO​3​​(g)​
O gráfico seguinte mostra o rendimento da reação de formação de trióxido de enxofre até se
atingir o equilíbrio químico, à pressão de 1 atm, em função da temperatura.
% de conversão em SO3

100

50

0
400 600 800 1000 𝜭 (ºC)

1. A reação considerada, no sentido direto, é e a constante de equilíbrio à temperatura de


800 ºC é à constante de equilíbrio à temperatura de 600 ºC.
(A) … endotérmica … superior
(B) … endotérmica … inferior
(C) … exotérmica … superior
(D) … exotérmica … inferior

2. Num recipiente de 2,0 dm3 introduziram-se 1,0 mol de dióxido de enxofre, SO2, 1,0 mol de oxigé-
nio, O2, e 2,0 mol de trióxido de enxofre, SO3, tendo-se fechado o recipiente. Passado um minuto,
o sistema atingiu o estado de equilíbrio, à temperatura T.
A constante de equilíbrio, à temperatura T, não pode ser igual a:
(A) 1 (B) 4
(C) 8 (D) 12

3. Justifique a seguinte afirmação:


“Pressões elevadas permitem aumentar o rendimento da reação de síntese do trióxido de enxofre,
a temperatura constante.”

287
PROVA GLOBAL 1
ESTOU PREPARADO(A)?

Grupo VII
Considere uma reação traduzida pela equação química genérica:
2 A(g) + B(g) ⇌ C(g)
Considere que se introduziu, num reator com a capacidade de

c (mol dm–3)
2,0 L, uma mistura de A, B e C, em fase gasosa, em diferentes
B
concentrações.
O gráfico da figura representa a evolução, ao longo do tempo, t,
C
das concentrações, c, dessas substâncias, à temperatura T.
A
1. Relativamente ao estado de equilíbrio é válido afirmar que:
0 t (s)
(A) é espontâneo.
(B) depende da composição inicial do sistema.
(C) é atingido quando as velocidades das reações direta e inversa ficam constantes no tempo.
(D) é atingido quando a reação deixa de ocorrer em ambos os sentidos.

2. A expressão da constante de equilíbrio é:


​​[C]​​e​​ ​​[C]​​e​​
(A) ​​Kc​​​  = ​ _________    ​​  (B) ​​Kc​​​  = ​ __________    ​​ 
​​[A]​​  e​ ​  × ​​[B]​​e​​
2
​​[A]​​e​​  × ​​[B]​​e​​

[​​ C]​​  e​ ​ [​​ C]​​e​​


2

(C) ​Kc​ ​​ = ​ _________    ​​  (D) ​Kc​ ​​ = ​ _________    ​​ 


​​[A]​​  e​ ​  + ​​[B]​​e​​
2
​​[A]​​e​​  + ​​[B]​​e​​

3. A fração molar de A(g), no equilíbrio, é determinada pela expressão:

(A) ____________ (B) ____________


3,0 1,0
​​       ​​   
​​     ​​
5,0 + 3,0 + 1,0 4,0 + 3,0 + 1,0

(C) ____________ (D) ____________


5,0 + 3,0 + 1,0 4,0 + 3,0 + 1,0
  
​​   ​​     
​​   ​​  
1,0 1,0

4. Indique a variação da quantidade de matéria de A(g) até ter sido atingido o estado de equilíbrio
químico.

5. Determine o valor de KC, à temperatura T.


Apresente todas as etapas de resolução.

6. Preveja, com base no Princípio de Le Châtelier, o efeito no equilíbrio acima apresentado após
uma compressão isotérmica do vaso reacional.

FIM

COTAÇÕES
GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV GRUPO V GRUPO VI GRUPO VII
1. 2. 3. 1. 2. 3. 4. 1. 2. 3. 4. 1. 2. 3. 1. 2. 3. 4. 1. 2.1. 2.2. 1. 2. 3. 4. 5. 6. TOTAL
5 10 5 5 10 5 5 5 5 15 5 15 5 5 5 10 5 5 5 15 10 5 5 5 5 15 10
20 25 30 25 25 30 45 200

314
PROVAS GLOBAIS FÍSICA E QUÍMICA A 11.º ANO

PROVA GLOBAL 2 (120 minutos)

ESTOU PREPARADO(A)?
• Aspetos quantitativos das reações químicas • Tempo, posição e velocidade
• Reações de ácido-base • Forças e movimentos
• Reações de oxidação-redução • Ondas eletromagnéticas
• Equilíbrio químico e extensão das reações químicas
• Soluções e equilíbrio de solubilidade

Para responder aos itens de escolha múltipla, selecione a única opção (A, B, C ou D) que permite obter uma
afirmação correta ou responder corretamente à questão colocada.
Se apresentar mais do que uma opção, a resposta será classificada com zero pontos, o mesmo acontecendo se a
letra transcrita for ilegível. Utilize unicamente valores numéricos das grandezas referidas na prova (enunciado,
tabela de constantes e Tabela Periódica).

Grupo I
Em duas tinas contendo iguais volumes de água destilada e uma gota de indicador ácido-base, à
pressão de 1 atm e à temperatura de 25 ºC, colocam-se pequenas porções de sódio metálico (En-
saio 1) e de potássio metálico (Ensaio 2).

Sódio Potássio

água + indicador água + indicador

Ensaio 1 Ensaio 2
Ocorrem reações químicas completas, que podem ser interpretadas com base na série eletroquí-
mica seguinte:

Equações de redução

​K+(aq) + e– → K(s)
Poder oxidante


N a+(aq) + e– → Na(s)

2 H2O(ℓ) + 2 e– → H2(g) + 2 OH –(aq)​

1. Indique os pares conjugados de oxidação-redução relativos ao ensaio 2.

2. Selecione a opção que identifica corretamente os metais por ordem crescente do seu poder redutor.
(A) K < Na (B) K > Na (C) Na < K (D) Na > K

3. À temperatura de 25 ºC, o caráter químico das soluções resultantes dos ensaios 1 e 2 poderá ser
confirmado utilizando apenas um dos dois indicadores ácido-base constantes na tabela se-
guinte:

Indicador Ponto de viragem Variação de cor

X 6,0 – 7,6 amarelo – azul

Y 4,2 – 6,3 vermelho – amarelo

Selecione esse indicador e indique a cor adquirida pela solução.


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