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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

Andrey Alves de Araújo-202002140082


Isaac Gradim do Porto – 202202140050
Riquelme Arminio Cardoso - 202202140047
Rodrigo da Silva Gurjão - 202202140042
Samuel Portal Pinto - 202202140045

RELATÓRIO SOBRE O PLANO INCLINADO

Belém - PA
2023
Andrey Alves de Araújo-202002140082
Isaac Gradim do Porto – 202202140050
Riquelme Arminio Cardoso - 202202140047
Rodrigo da Silva Gurjão – 202202140042
Samuel Portal Pinto – 202202140045

RELATÓRIO SOBRE O PLANO INCLINADO

Relatório apresentado à Faculdade de


Engenharia mecânica do Instituto de
Tecnologia da Universidade Federal do Pará
como requisito parcial para a aprovação na
disciplina de Laboratório Básico I.
Professor: Dr. Marco Antonio Cunha Machado

Belém - PA
2023
3

RESUMO

A primeira Lei de Newton enuncia que “Um corpo em repouso tende a permanecer em
repouso até que sofra movimento de uma força externa’’ ou quase isso, uma vez que o conceito
de inércia é mais abrangente que a sua definição. Já o atrito é uma força que opõem-se ao
movimento de uma superfície em contato com outra, partindo da ideia que ambas são rugosas
e não perfeitamente lisas. Em outras palavras, o atrito entre superfícies é uma força que atua
para resistir ao movimento relativo entre objetos em contato. Sua magnitude depende das
propriedades das superfícies em contato e das forças aplicadas. Existem com isso, dois tipos
gerais de atrito, o atrito estático, quando dois objetos estão em repouso e em contato, o atrito
estático impede que eles comecem a se mover, e o atrito cinético, onde uma vez que um objeto
começa a se mover sobre uma superfície, o atrito estático é superado e o atrito cinético é levado
em consideração. Com isso tem-se fenômenos a serem estudados através de experiências
envolvendo corpos e energia cinética. Para determinar esses conceitos foi feito os
procedimentos experimentais em um plano inclinado, pois é mais intuitivo metodologicamente
trabalhar neste âmbito uma vez que no mesmo é possível se ter repouso, movimento e outras
forças que envolvem componentes decompostas em relação a gravidade.

Palavras-chaves: Inércia, Atrito, Movimento, Superfície, Plano Inclinado.


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SUMÁRIO

1. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 5
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 5
2.1 Plano inclinado ........................................................................................................ 5
2.2 Atrito ........................................................................................................................ 6
2.2.1 Coeficientes de atrito estático e dinâmico .............................................. 7
2.2.2 Momento de inércia ................................................................................. 8
2.3 Bloco em um Plano Inclinado ................................................................................ 8
2.4 Cilindro Maciço no Plano Inclinado ..................................................................... 9
3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 12
3.1 Materiais ................................................................................................................ 12
3.2 Métodos .................................................................................................................. 15
3.2.1 Pesagem, Medições e Preparação de Superfícies ................................ 15
3.2.2 Utilização do Dinamômetro de 2N ........................................................ 15
3.2.3 Montagem do Equipamento e Utilização dos Corpos de Prova ........ 15
3.3.4 Rolamento no Plano Inclinado.............................................................. 16
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 17
4.1 Movimento do Bloco em Repouso no Plano Horizontal .................................... 17
4.2 Movimento do Bloco em Baixa Velocidade no Plano Horizontal ..................... 19
4.3 Movimento do Bloco no Plano Inclinado ............................................................ 21
4.4 Movimento dos Corpos Metálicos no Plano Horizontal .................................... 24
4.4.1 Atividades com o cilindro metálico rolando ........................................ 24
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 26
REFERENCIAIS .................................................................................................................... 27
5

1. OBJETIVOS

• Calcular o momento de inércia do cilindro;


• Calcular velocidade e aceleração de um cilindro que rola sobre um plano
inclinado;
• Concluir sobre a validade da 1 Lei de Newton;
• Determinar a força máxima de atrito estático entre duas superfícies;
• Determinar o valor mínimo da força de atrito necessária para o rolamento;
• Determinar os coeficientes de atrito estático e cinético entre duas superfícies;
• Utilizar o plano inclinado para determinação do coeficiente de atrito cinético;

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 Plano inclinado

Um plano inclinado é uma superfície plana e oblíqua que forma um ângulo na vertical,
com uma das extremidades mais elevada do que a outra, tendo algumas funções como mover
objetos de um lugar mais alto que o outro. O plano inclinado é umas das seis máquinas simples,
pois é um dispositivo mecânico que altera direção, sentido e/ou magnitude de uma ou mais
forças, sendo Galileu um dos primeiros estudiosos. Com o plano inclinado, Galileu conseguiu
criar uma aproximação da queda livre dos corpos. Se a inclinação fosse pequena, a esfera
desceria lentamente (Hammes, 2011). Aumentando a inclinação do plano, a esfera desceria cada
vez mais depressa, aproximando-se, então, à medida que a inclinação do plano aumentasse, da
queda livre (Hammes, 2011).

Figura 1: Forças em plano inclinado

Fonte: Khan Academy


6

Com base na figura - 1, demonstra-se o que foi dito anteriormente que as intensidades e
sentidos das forças mudaram. Decompondo o peso P em duas componentes, uma Px, paralela
ao plano inclinado, e outra Py, perpendicular ao plano inclinado, A força normal N será
perpendicular ao plano inclinado e será anulada por Py e a componente Px é a resultante que
faz o corpo entrar em movimento. A partir do ângulo formado pelo plano tem-se a criação de
um triângulo retângulo logo, usando as relações trigonométricas têm-se:

sin α = Px

P =⇒ Px = P sin α (1)

cos α = Py

P =⇒ Py = P cos α (2)

Além das forças decompastas acima, há uma outra força envolvida nesse sistema a Força
de atrito. Essa força pode ser percebida quando, ao jogar um corpo com velocidade Vo sobre
uma superfície horizontal, após certo tempo, o bloco irá parar. Pois, a força de atrito tem o
sentido oposto a força resultante do movimento logo, constata-se que o atrito é força
contrária ao movimento.

2.2 Atrito

O atrito é a força que resiste ao movimento relativo de superfícies sólidas, camadas de


fluido e elementos materiais que deslizam uns contra os outros (Makkonen, 2012) e possui
vários tipos de atrito. Nesse sentido, em um plano inclinado trabalha-se o atrito seco, que por
sua vez é subdivido em:

• Atrito estático: o atrito estático é o atrito que ocorre entre as superfícies de dois ou mais
corpos que estão em repouso. Sendo esse atrito, o responsável pelo não deslizamento de um
móvel em uma superfície lisa. O coeficiente de atrito estático é representado por μe.
7

• Atrito cinético ou dinâmico: o atrito cinético ou dinâmico é força que ocorre entre a
superfície de um corpo em movimento com outro em repouso ou em movimento também. Esse
atrito é o responsável pelo “peso” ao se empurrar um objeto após sair de seu estado de repouso.
O coeficiente de atrito cinético ou dinâmico é representado por μc.

2.2.1 Coeficientes de atrito estático e dinâmico

O coeficiente de atrito é uma grandeza adimensional relacionado ao tipo de material, ou


seja, para materiais como aço e gelo o atrito será menor do que para concreto e plástico. No que
diz respeito a sua determinação, eles só podem ser aferidos por observação empírica logo, sua
quantificação depende de avaliações experimentais. Comparando os coeficientes observa-se
que o atrito estático sempre será maior que o cinético.

μe > μc

O cálculo dos coeficientes é feito a partir da razão entre força normal e a força utiliza
para o movimentar o objeto. No caso do atrito estático, ele é razão da força mínima para
movimentar móvel e o cinético é a razão de qualquer força (quanto o objeto estiver em
movimento) com a força normal.

μc = F/N

μe = Fmax/N

Figura 2: Forças de atrito

Fonte: Vamos Estudar Física


8

2.2.2 Momento de inércia


Momento de inércia de um corpo rígido é quantidade de torque necessário para uma
determinada aceleração angular em torno de um eixo de rotação. Então, o momento de Inércia
por ser denotado como a “dificuldade” que o corpo encontra para girar um torno deste eixo. Ou
seja, quanto maior o Momento de Inércia, mais difícil será para o objeto girar ou parar de girar
se já estiver fora do repouso (PET ENGALI).

Portanto, o momento de inércia, representado pela letra Ι, depende do corpo e do eixo


em torno do qual está sendo executada a rotação, ou seja, seu valor só possui significado se for
especificado em relação a qual eixo de rotação o corpo gira. Com isso, representando a sua
massa e sua distância ao eixo de rotação, a definição formal de momento de inércia para uma
partícula isolada é (Halliday, 2019):

Ι = m.r2 (3)

Para um corpo rígido de n partículas tem-se a seguinte dedução

Ι = ∑mi.ri2 (4)

Ι = ∫r² dm

2.3 Bloco em um Plano Inclinado

Figura 3: Forças que atual em um bloco no plano inclinado

Fonte: Relatório lab. Básico 1 (2003)

𝑁 + 𝑓𝑒 + 𝑃 = 0 (5)

descompondo as forças nos eixos Ox e Oy, obtemos:


9

𝑁 − 𝑃 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 0 (6)

À medida que aumentamos gradualmente o ângulo de inclinação até o início do


escorregamento, obtemos:

Portanto,

𝑁 = 𝑃 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝜃 (7)

𝑓𝑒 = 𝑃 ⋅ 𝑠𝑖𝑛𝜃 (8)

𝑓𝑒 = 𝑡𝑎𝑛𝜃 (9)

2.4 Cilindro Maciço no Plano Inclinado

Agora, vamos considerando o caso de um cilindro maciço com massa m e raio R rolando
para baixo, sem deslizar, em um plano inclinado.

Figura 4: Cilindro maciço em um plano inclinado

Fonte: Passei Direto (2019)

(10)

aqui, v é a velocidade linear do centro de massa e w é a velocidade angular em torno do centro


de massa no momento em que o cilindro chega à base do plano. Portanto,
10

(11)

mostrando assim,

(12)

logo

(13)

A velocidade do centro de massa seria √2𝑔ℎ se o cilindro deslizasse no plano inclinado


sem atrito. A velocidade do cilindro que rola é menor do que a do cilindro que desliza porque
parte da energia potencial perdida se transforma em energia cinética de rotação, restando menos
energia disponível para a parte translacional da energia cinética.

É importante observar que o atrito estático é necessário para causar a rotação do cilindro.
Utilizando a Segunda Lei de Newton (Figura 4):

𝑁 − 𝑚𝑔. 𝑐𝑜𝑠𝛼 = 0 (14)

𝑚𝑔 ⋅ 𝑠𝑖𝑛𝛼 − 𝑓 = 𝑚𝑎 (15)

o movimento de rotação em torno do centro de massa (cm) é analisado pela equação:

𝜏 =𝐼⋅𝛼 (16)

Uma vez que nem N nem mg podem causar rotação em torno do cm, pois suas linhas de
ação passam pelo cm e seus braços de alavanca são nulos, o braço de alavanca da força de atrito
em relação ao cm é igual a R, então:
11

𝑓⋅𝑅 =𝐼⋅𝛼 (17)

aqui,

(18)

𝐼 1
𝑓 = 𝑅 𝛼 = 2 𝑚𝑎 (19)

substituindo na Equação 15, obtemos:

(20)

Portanto, a aceleração do centro de massa do cilindro que rola()é menor do que a


aceleração do centro de massa do cilindro que desliza para baixo () ao longo do plano inclinado.

O centro de massa move-se com aceleração linear constante, portanto,

(21)

isso implica em

(22)

portanto,

(23)

o valor mínimo da força de atrito estático necessária para o rolamento será:

(24)
12

3. METODOLOGIA

3.1 Materiais

• Taco: objeto de madeira em formato de paralelepípedo que continha uma esponja em


uma de suas faces. O material tinha peso igual a 109g

Figura 5: Taco

Fonte: Autoral

• Cubo metálico: cubo perfeito de lado e peso igual a x e 58,75g respectivamente

Figura 6: Cubo metálico

Fonte: Autoral
13

• Cilindro metálico: cilindro de lado e altura iguais à x e y, e peso avaliado a 19,85g

Figura 7: Cilindro metálico

Fonte: Autoral

• Plano inclinado Kersting: Medidor de ângulo, para qual o objeto começaria a se


movimentar

Figura 8: Plano inclinado Kersting

Fonte: Autoral

• Régua: Fazer a medida entre dois pontos

Figura 9: Régua

Fonte: Autoral
14

• Dinamômetro tubular: Aparelho utilizado para medir a intensidade da força, tinha um


valor máximo de 2N

Figura 10: Dinamômetro Tubular

Fonte: Autoral

• Barbante: Segurar algum dos objetos na medida da velocidade

Figura 11: Barbante

Fonte: Autoral

• Balança digital: Aparelho usado para pesar os corpos de prova

Figura 12: Balança digital

Fonte: Autoral
15

3.2 Métodos

3.2.1 Pesagem, Medições e Preparação de Superfícies

Como procedimento padrão, todos os corpos de prova foram submetidos a pesagens e


suas dimensões foram registradas: bloco metálico (58,57g), taco de madeira (109g), e cilindro
metálico (19,85g). As medidas dos corpos foram as seguintes: o bloco metálico com aresta de
1,9cm, o taco de madeira com dimensões de 6cm x 9cm x 5cm, e o cilindro com diâmetro de
1,9cm e altura de 2,6cm. Outros equipamentos usados não foram sujeitos a medições ou
pesagens, uma vez que esses dados não eram pertinentes para o desenvolvimento do relatório.
Após a conclusão das medições e pesagens, as superfícies utilizadas passaram por um processo
de preparação, visando eliminar qualquer sujeira que pudesse afetar o coeficiente de atrito entre
elas. Para isso, as superfícies foram minuciosamente limpas com álcool isopropílico 70% e um
pano de microfibras, garantindo um ambiente higienizado para maior precisão nos
procedimentos experimentais.

3.2.2 Utilização do Dinamômetro de 2N

No primeiro estágio do experimento, empregou-se o dinamômetro de 2N em conjunto


com o taco de madeira, posicionado sobre a superfície da bancada de testes. Após a conexão
adequada, a ponta do dinamômetro foi vinculada ao taco de madeira e puxada até que o
movimento fosse iniciado. Nesse momento, o dinamômetro indicou uma medida que foi
registrada. Esse processo foi repetido em cinco ocasiões, visando assegurar maior precisão na
coleta de dados e, consequentemente, nos resultados almejados.

3.2.3 Montagem do Equipamento e Utilização dos Corpos de Prova

Após a utilização do dinamômetro de 2N em conjunto com o taco de madeira sobre a


bancada de testes, prosseguiu-se para a etapa envolvendo o plano inclinado. O taco de madeira
foi posicionado no equipamento, com a parte esponjosa em contato com a superfície do plano
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inclinado, e então o ângulo mínimo necessário para iniciar o movimento do taco foi ajustado.
Esse movimento foi provocado por meio de batidas leves no equipamento, sendo que a força
das batidas em si não era relevante para o experimento, tampouco para os cálculos realizados.
Esse ângulo foi estabelecido entre 33° e 36°.

Em seguida, os corpos de prova metálicos foram utilizados no experimento. Após serem


pesados e medidas, esses corpos foram submetidos a um procedimento semelhante ao do taco
de madeira no plano inclinado. O bloco metálico foi posicionado na parte mais alta do plano,
com qualquer face em contato com a superfície inclinada, enquanto o cilindro metálico foi
posicionado com a face circular em contato com o plano. O objetivo era encontrar o ângulo
mínimo que permitiria o início do movimento do bloco metálico e do cilindro metálico, que
foram respectivamente de 13° e 8,5°.

3.3.4 Rolamento no Plano Inclinado

Após a conclusão dos procedimentos envolvendo o início do movimento, o cilindro


metálico foi utilizado como corpo de prova para realizar experimentos de velocidade.
Inicialmente, foi necessário determinar o ângulo mínimo que permitiria o início do movimento
do cilindro metálico quando posicionado com a face externa em contato com o plano inclinado,
ou seja, deitado. Esse ângulo foi aferido em 1,8°, e é importante notar que o movimento do
cilindro não envolvia derrapagem, mas sim um movimento ao longo do eixo horizontal.

Com esse ângulo estabelecido, foram feitas medições da distância percorrida pelo
cilindro no plano inclinado até a parte mais baixa do equipamento, que totalizou 40cm, e da
altura da posição inicial do cilindro em relação ao final do movimento, que ficou em 4,5cm.
Em seguida, o tempo necessário para o cilindro percorrer a distância do plano inclinado, a partir
do momento em que foi solto na parte mais alta, foi cronometrado. Esse procedimento foi
repetido várias vezes para garantir a precisão na coleta de dados e, consequentemente, na
obtenção dos resultados desejados.
17

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Movimento do Bloco em Repouso no Plano Horizontal

No início, o procedimento envolveu a conexão do taco com a face esponjosa à mesa


através do dinamômetro. Antes disso, foi necessário efetuar a limpeza da superfície onde o
experimento seria conduzido. Após essa etapa, os testes foram realizados utilizando a face
esponjosa (azul) do bloco de madeira.

O corpo estava, inicialmente, em repouso em relação à mesa. Mantendo o dinamômetro


paralelo à superfície da mesa, uma força de 0,2 N foi aplicada. No entanto, o bloco não se
moveu em resposta a essa força. Em seguida, a intensidade da força foi gradualmente
aumentada até que se encontrasse um valor capaz de iniciar o movimento.

Para isso uma tabela foi criada para expor os resultados de forma didática:

Tabela1: Início do movimento do com aumento da força para superfície esponjosa


Nº das Medida Média Desvio Desvio Médio Desvio Intervalo de
medidas [N] [N] Absoluto absoluto Relativo incerteza
1 0,6 0,028
2 0,62 0,008 0,628
3 0,58 0,628 0,048 0,0336 0,053503 ±
4 0,70 0,072 0,0336
5 0,64 0,012
Fonte: Autoral
Após a criação da tabela, procedeu-se à medição do valor aproximado para iniciar o
movimento, que resultou em um valor aproximado de F1 = 0,6 N. Com base nisso, calculou-se
a força máxima de atrito estático, determinando a resultante das forças horizontais que atuam
no bloco de madeira. A força máxima de atrito estático (Fe) atua em sentido oposto e possui o
mesmo valor de F, portanto,

𝐹𝑒 = 0,6 𝑁

Calculando então, o coeficiente de atrito estático entre as superfícies realizando as


resultantes das forças horizontais que atuam no bloco de madeira tem se:

𝑓𝑒1 = 𝐹1
18

apresentando F1 como a força em que o bloco de madeira com a face esponjosa é puxado,
medido pelo Dinamômetro e fe a força de atrito estático máxima, para o último, temos que:

𝑓𝑒1 = 𝜇𝑒1 𝑁

sendo N a força normal, de sentido oposto e módulo igual a força peso, dada por:

𝑁=𝑃

𝑚
𝑁 = 𝑃 = 𝑚. 𝑔 = (0,109 𝑘𝑔). (9,81 ) = 1,0692 𝑁
𝑠2

dessa forma:

𝑓𝑒1 = 𝐹1

𝜇𝑒1 . (1,0692 𝑁) = 0,6 𝑁

𝜇𝑒1 = 0,5611 𝑁

A seguir, a face do taco de madeira foi trocada (parte esponjosa para cima) e, foi
procedida como na atividade anterior. Neste caso o valor aproximado da menor força capaz de
iniciar o movimento foi F2 = 0,2 N. Para o valor de atrito estático, usando o mesmo
procedimento anterior, tem-se que:

𝜇𝑒2 . (1,0692 𝑁) = 0,2 𝑁

𝜇𝑒2 = 0,1870 𝑁

os dados obtidos no experimento estão na tabela 2 a seguir:

Tabela 2: Início do movimento do com aumento da força para superfície de madeira


Nº das Medida Média Desvio Desvio Médio Desvio Intervalo de
medidas [N] [N] Absoluto absoluto Relativo incerteza
1 0,22 0,036
2 0,18 0,004 0,184
3 0,16 0,184 0,024 0,0288 0,156522 ±
4 0,22 0,036 0,0288
5 0,14 0,044
Fonte: Autoral
19

Comparando os dois resultados anteriores, observamos que o coeficiente de atrito


estático para a superfície esponjosa (μe1), que é igual a 0,5611 N, é maior do que o coeficiente
de atrito estático para a superfície oposta à esponjosa (μe2), que foi de 0,1870 N. Essa diferença
pode ser justificada pela variação dos materiais e, consequentemente, pelo contato real entre as
superfícies e o solo. No caso deste experimento, todas as superfícies em questão eram de
madeira, o que influenciou nos resultados obtidos.

Nas duas situações anteriores, o princípio adotado foi o mesmo: remover o bloco do
estado de repouso aplicando uma força externa paralela à superfície de contato. De acordo com
as leis da mecânica newtoniana, um corpo em repouso permanece assim a menos que uma força
resultante externa atue sobre ele. A explicação para a falta de movimento do corpo está na
natureza das forças externas iniciais. Essas forças, embora atuem sobre o corpo, não são
suficientes para vencer as forças que o mantêm em repouso, como a força de atrito estático.

Com base em observações, ao buscar justificar uma resultante externa nula durante o
intervalo em que a força aplicada não é suficiente para mover o bloco, é necessário considerar
que a soma das forças externas atuando sobre o bloco é, no máximo, igual à força de atrito
estático das superfícies em contato. Esse princípio está alinhado com a segunda lei de Newton,
que estabelece que FR=0 quando não há aceleração, ou seja, o objeto está em repouso.

É importante notar que o valor do coeficiente de atrito estático (μe) para as duas
superfícies específicas é constante e pode ser tabelado. Esse coeficiente de atrito estático é uma
propriedade intrínseca do material do corpo, embora possa apresentar variações devido a não
uniformidades no experimento.

4.2 Movimento do Bloco em Baixa Velocidade no Plano Horizontal

No tópico 4.1, procedemos ao puxar o bloco paralelamente, mas desta vez com o
objetivo de mantê-lo em baixa velocidade e tão próximo quanto possível de um movimento
retilíneo uniforme. Foi realizada a puxada do bloco conforme indicada, registrando o valor da
força aplicada em cinco medições, empregando a teoria dos erros para análise. Os resultados
serão expostos na tabela 3 a seguir:
20

Tabela 3: Força durante o movimento para superfície esponjosa


Nº das Medida Média Desvio Desvio Médio Desvio Intervalo de
medidas [N] [N] Absoluto absoluto Relativo incerteza
1 0,68 0,004
2 0,7 0,016 0,684
3 0,66 0,684 0,024 0,0128 0,018713 ±
4 0,7 0,016 0,0128
5 0,68 0,004
Fonte: Autoral

A partir dos dados coletados, foi calculado o valor médio da força de atrito dinâmico
(fc), e com base nesse valor médio, determinou-se o coeficiente de atrito dinâmico médio (μc)
entre a esponja e a superfície da mesa. De acordo com a equação 4 do fundamento teórico
fornecido no roteiro deste experimento, a força de atrito dinâmico (fc) é determinada pela
fórmula em que N=Peso do bloco(P):
𝑓𝑐 = µ𝑐 . 𝑁

considerando fc como a média dos valores da Tabela 3, ou seja, 0,684 N, isolando μc e


substituindo os dados na equação, obtemos:

0,684𝑁
µ𝑐 = 𝑚 = 0,6397
(0,109 𝑘𝑔). (9,81 )
𝑠2

Pode-se afirmar com segurança que o valor de μc, o coeficiente de atrito dinâmico, é
constante e pode ser tabelado, semelhante ao coeficiente de atrito estático. Esse valor é inerente
à natureza do material, embora possa apresentar ligeiras variações em resposta às condições
específicas de medição.

Esses fenômenos são possíveis devido à presença do atrito, que desempenha um papel
fundamental ao fornecer a força de reação necessária. Se o atrito fosse eliminado, por exemplo,
ao tentar caminhar, uma pessoa simplesmente deslizaria indefinidamente sem conseguir se
mover adiante. Esse princípio é demonstrado pela terceira lei de Newton.
21

4.3 Movimento do Bloco no Plano Inclinado

O equipamento (Plano inclinado Kersting) foi montado segundo a figura abaixo:


Figura 1: Exemplo do plano inclinado

Fonte: Khan Academy

Em seguida, foi procedida a medição da massa do taco de madeira utilizando uma


balança de precisão. O procedimento recomendava a pesagem do taco de madeira cinco vezes,
e notamos que os resultados foram consistentes em todas as repetições, resultando em uma
massa de 109 gramas (0,109 kg). Utilizando uma aceleração da gravidade de 9,81 m/s²,
𝑚
calculamos o peso do objeto: 9,81 𝑠2 ; portanto o peso é

𝑚
(0,109 𝑘𝑔). (9,81 2 )=1,06929N
𝑠

Com o taco de madeira sobre a rampa auxiliar (parte esponjosa para baixo), o plano foi
inclinado a 15◦. O corpo de prova não desceu, foi feito o diagrama de forças atuantes sobre o
taco e para justificar.

Figura 13: Plano inclinado à 15°

Fonte: Autoral

A razão pela qual o bloco não desce pela rampa reside no fato de que a componente
horizontal da força peso, chamada de 𝑝𝑥 não é suficiente para superar a força de atrito estático,
22

𝑓𝑒 , mantendo o bloco em repouso. Para calcular a força de atrito estático, foi realizado o
somatório das forças na direção horizontal (eixo x).

∑ 𝐹𝑥 = 0,

já que o objeto estava em repouso. Assim: 𝑓𝑒 − 𝑝𝑥 = 0 ; foi concluído que;

𝑓𝑒 = 𝑝𝑥 .

Para determinar 𝑝𝑥 foi necessário decompor a força peso no ângulo de 15 graus sendo
então 𝑝𝑥 =P.sen(15º) e por consequência 𝑓𝑒 = 𝑃. 𝑠𝑒𝑛(15º). Utilizando o peso determinado no
item 16; P=1,06929N. Substituindo os dados na equação: 𝑓𝑒 = 1,06929N. 𝑠𝑒𝑛(15º).

Portanto,

𝑓𝑒 = 0,27673𝑁 aproximadamente.

Posteriormente, gradualmente o ângulo de inclinação foi aumentado, aplicando


pequenas batidas, até que o deslizamento começou. Em seguida, o ângulo foi reduzido até
alcançar um movimento bastante lento do objeto. Registramos o valor do ângulo em cinco
medições para cada caso.

Tabela 4: ângulo de inclinação para início de movimento com perturbações


Desvio
Nº das Medida Média Desvio Desvio Intervalo de
Material Médio
medidas [º] [º] Absoluto Relativo incerteza
absoluto
1 35 0
2 36 1
Superfície
3 33 35 2 0,8 0,022857 35 +- 0,8
esponjosa
4 36 1
5 35 0
1 10 0,4
Superfície 2 11 0,6
da 3 9 10,4 1,4 0,72 0,069231 10,4 +- 0,72
madeira 4 11 0,6
5 11 0,6
Fonte: Autoral
23

Pode-se observar pela tabela que para a superfície esponjosa o ângulo médio que fez o
objeto começar a se mover após as perturbações na superfície foi 35º, já para a superfície de
madeira foi 10,4º. Isso já era esperado uma vez que a superfície de madeira possui menos
rugosidade e “adere” menos à superfície do que a esponja.

Ao criar o diagrama das forças que agem sobre o móvel e considerar o ângulo médio no
qual ocorreu o movimento (aproximadamente) uniforme nas duas superfícies, verificamos a
validade das expressões: N = mg cos α e fc = mg sin α.

Figura 14: diagrama na superfície de madeira Figura 15: diagrama na superfície esponjosa

Fonte: autoral Fonte autoral

∑ 𝐹𝑥 = 0 : N – Py = 0; ∑ 𝐹𝑥 = 0 : -Px + f = 0;

P=m.g P=m.g

Py= P . cosα; N = Pxcosα Px= P . senα; f = P . senα

N = m . g . cos(α) f = m . g . sem(α)

Sendo𝑓𝑒 = µ𝑒 . 𝑁 , pelas equações do item anterior:

𝑁 = 𝑚. 𝑔. cos(𝛼) 𝑒 𝑓𝑒 = 𝑚. 𝑔. 𝑠𝑒𝑛(𝛼),

𝑓
isolando o coeficiente de atrito estático temos: µ𝑒 = 𝑁𝑒 ; substituindo as equações, temos:

𝑚.𝑔.𝑠𝑒𝑛(𝛼) 𝑠𝑒𝑛(𝛼)
µ𝑒 = ; como 𝑡𝑔(𝛼) = cos (𝛼);
𝑚.𝑔.cos(𝛼)

fica provado que:


24

μe = tanα

A partir do α médio determinado e da expressão foi calculado o μc entre as superfícies


envolvidas (esponja e rampa).
μ = tanα

o ângulo para a superfície esponja rampa foi 35º. Logo:

μ = tan(35)
portanto,
μ= 0,7002 aproximadamente.

4.4 Movimento dos Corpos Metálicos no Plano Horizontal

O cilindro metálico foi colocado sobre a rampa, com a superfície circular em contato
com a mesma, com o objetivo de determinar o ângulo médio em que o movimento ocorreu.
Verificamos que o ângulo médio foi de 13 graus, o que nos permitiu calcular o coeficiente de
atrito dinâmico (μc) da seguinte forma:
μ𝑐 = tan(13º) : μ𝑐 = 0,2309

No caso do cubo metálico, o ângulo médio de ocorrência do movimento foi de 8,5 graus,
levando ao cálculo do coeficiente de atrito dinâmico da seguinte maneira:

μ𝑐 = tan(8,5º) : μ𝑐 = 0,1495

4.4.1 Atividades com o cilindro metálico rolando

Foi indicado fazer a medida do raio do cilindro 5 vezes e arbitrar a teoria dos erros,
porém os 5 resultados foram avaliados à 19 mm.

Com o cilindro desta vez deitado sobre os trilhos do plano, foi-se elevando
gradativamente até conseguir o movimento, adotando-se uma média igual à 1,8º e o tempo
indicado na descida do objeto foi de 1,38s.
25

𝑣
Para descobrir aceleração, é dada por 𝑎 = 𝑡 , sendo a velocidade dada pela equação

4
retirada do fundamento teórico do experimento 𝑣 = √3 . 𝑔. ℎ; substituindo os dados temos:

4
√ .9,81.0,045
3
𝑎= = 0,5559 m/𝑠 2
1,38

Foi medida a altura do plano inclinado aferida por 16cm. A velocidade é dada por

4
𝑣 = √3 . 𝑔. ℎ, substituindo os dados:

4
𝑣 = √3 . 9,81.0,045=0,7672m/s

Após isso, para descobrir o valor mínimo da força de atrito estático, segundo a teoria
1
𝑓 = 3 . 𝑚. 𝑔. 𝑠𝑒𝑛(𝛼), a massa do cilindro é 19,85g; α=1,8°; substituindo esses valores temos:

1 𝑚
𝑓 = 3 . 0,01985𝑘𝑔. 9,81 𝑠2 . 𝑠𝑒𝑛(1,8º) =2,039𝑥10−3 𝑁

Durante estes processos foram identificadas dos tipos de energias Energia potencial
gravitacional e cinética.

Calculando o momento de inércia do cilindro e comparando com o valor tabelado o


balanço de energia :

1 𝑣2 1
𝑚. 𝑔. ℎ = 2 . 𝐼. 𝑅2 + 2 . 𝑚. 𝑣 2 ;

isolando I e substituindo os dados temos:

I=0,026597kg.𝑚2 ;

pela tabela,

1
I=2 . 𝑚. 𝑅 2

substituindo os dados:

1
𝐼𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜 = 2 . 0,01985𝑘𝑔. (0,16𝑚)2 :2,54𝑥10−4 𝑚2 . 𝑘𝑔

As possíveis diferenças se devem a acumulo de erros estatísticos, aferições com


interferências entre outras discordâncias.
26

CONCLUSÃO

Os experimentos realizados proporcionaram uma exploração abrangente do movimento


de objetos em planos inclinados, estabelecendo uma base sólida para alcançar os objetivos
propostos neste estudo. A meticulosa preparação das superfícies, juntamente com a análise
detalhada das forças de atrito e rolamento, contribuiu para uma compreensão mais profunda das
complexidades envolvidas nesses fenômenos.

A determinação do momento de inércia do cilindro, juntamente com o cálculo da


velocidade e aceleração de um cilindro que rola sobre um plano inclinado, permitiu explorar as
propriedades dinâmicas dos corpos em movimento. Isso, por sua vez, contribuiu para a
avaliação da validade da 1ª Lei de Newton, trazendo à tona a relação entre as forças aplicadas
e o comportamento dos objetos em repouso e em movimento.

Além disso, a análise experimental possibilitou a determinação da força máxima de


atrito estático entre duas superfícies, o valor mínimo da força de atrito necessário para o
rolamento e os coeficientes de atrito estático e cinético entre essas superfícies. Essas
informações são cruciais para a compreensão das interações entre materiais e o impacto das
forças de atrito em diversas aplicações práticas.

Por fim, a utilização do plano inclinado como método para determinar o coeficiente de
atrito cinético mostrou-se eficaz, contribuindo para a análise do atrito em situações específicas.

Em resumo, os experimentos realizados não apenas abordaram os objetivos propostos


de forma abrangente, mas também ampliaram nosso conhecimento sobre as forças de atrito, o
rolamento e a dinâmica de corpos em planos inclinados. Os resultados obtidos fornecem
insights valiosos e têm o potencial de contribuir significativamente para o avanço do
conhecimento nas áreas da física e da engenharia.
27

REFERENCIAIS

1. HAMMES, O.; SCHUHMACHER, E. O plano Inclinado: Uma Atividade de


Modelização Matemática. Experiências em Ensino de Ciências – V6(2), pp. 66-85,
2023.

2. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física. 9ª


ed. Volume 1. São Paulo: LTC, 2012.

3. HANAOR, D. A. H.; GAN, Y.; EINAV, I. Static friction at fractal interfaces. Disponível
em:
https://www.researchgate.net/publication/283675011_Static_friction_at_fractal_interfa
ces. Acesso em 20 de outubro de 2023.

4. Khan Academy. Plano inclinado (Na prática). Disponível em:


https://pt.khanacademy.org/science/fisica-ensino-
medio/x6443ccf4d35f6b36:movimentos-bidimensionais/x6443ccf4d35f6b36:plano-
inclinado/e/plano-inclinado. Acesso em 20 de outubro de 2023.

5. Labortório de Física da UFPA. Experimentos de Física: Plano Inclinado. 2003.

6. MAKKONEN, L. A thermodynamic model of sliding friction. Disponível em:


https://pubs.aip.org/aip/adv/article/2/1/012179/21376/A-thermodynamic-model-of-
sliding-friction. Acesso em 20 de outubro de 2023.

7. MOSSMANN, V. L. de F. et al. Determinação dos Coeficientes de Atrito Estático e


Cinético Utilizando-se a Aquisição Automática de Dados.

8. NEVES, M. D. C. Galileu fez o experimento do plano inclinado?


28

9. PET ENGALI. Resumo Álgebra Linear - Ciclo de Oficinas: Revisão de Física I.


Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/72/o/Resumo_Física_I.pdf?.
Acesso em 20 de outubro de 2023.

10. SHERMAN, P. D. Galileo and the Inclined Plane Controversy.

11. Vamos Estudar Física. Como se comporta a força de atrito. Disponível em:
https://vamosestudarfisica.com/como-se-comporta-a-forca-de-atrito/. Acesso em 20 de
outubro de 2023.

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