Você está na página 1de 286

MOBIUS

E
Un orgettable vibration raining

Manual do Curso Técrlico


"Analista de Vibrações — Categoria II"
ISO 18436-2 e SNT-TC-1A da ASNT

4*})
SPEC
EngEnharia, Diagnóstico e Manutenção, Lda

SPECMAN, Lda. Av. Marquês de Tomar, 33 — 3• 0 Dto. — 1050-153 LISBOA


Tel: 21 793 50 17 Fax: 21 795 10 85 E-mail: specman@specman.pt Website: www.specman.pt


.ínclice
Capítulo 1 - Práticas de Manutenção 1
Porque é que Fazemos Análise de Vibrações? 1
Porque é que as Máquinas Avariam? 3
Como Atingir os Melhores Resultados? 3
Práticas de Manutenção Comuns 4
Manutenção Correctiva 4
Manutenção Preventiva 6
Manutenção Predictiva 9
Manutenção Proactiva 10
Em Conclusão 12

Capítulo 2 - Monitorização da Condição 13


Introdução 13
Porque é que o Fazemos? 15
Como é que Fazemos? 16
Análíse de Vibrações 16
Análise de Óleos 18
Análise de Partículas de Desgaste 19
Termografia por Infravermelhos 20
O Futuro da Monitorização da Condição 20

Capítuto 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações 23


O que é a Vibração? 23
Introdução da Fase 31
Medindo Vibrações 34
O Sinal no Tempo e o Espectro 38
Introdução das Frequências Características 44
Sinais 52
Medições de Níveis Globais 58
Introdução• à Análíse 59

Capítulo 4 - Medição de Vibrações 65


Princípios Básicos de Medição de Vibrações 66
Conversão Entre Aceleração, Velocidade & Deslocamento 68
Tipos de Transdutores 70
Selecção do Transdutor 76
Unidades de Vibração 80
Posicionamento do Sensor 81
Montagem do Sensor 82
Recolha de Medições de Rotina 87
Reconhecer Dados Errados 90
Medição da Fase 91

Capítulo 5 Processamento de Dados 97


Uma Breve História 97
Compreendendo a Amostragem e a FFT 98
Aliasing 100
Amostragem 104
Windowing 107
Gama Dinâmica 114

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Índice

Médias 116

Capítulo 6 Análise de Vibrações 127


As Quatro Fases 127
Detecção de Problemas 130
Configurar os Limites de Alarme 131
Técnicas de Detecção 139
Lidando com Variação de Velocidade 144
Analisando os Dados de Vibração 146
Tendência 146
Análise Espectral 149
Comparação Espectral 161
Compreendendo as Vibrações das Máquinas Imagem Global 167
Análise do Sinal em Tempo 170
Análise de Causa da Avaria 178
Verificação 180

Capítulo 7 - Diagnóstico de Avarias em Máquinas 183


Desequilíbrio 185
Excentricidade 195
Desalinhamento 196
Veio Empenado 202
Rolamento Enviesado 203
Folgas 204
Fricção no Rotor 207
Avarias em Chumaceiras de Atrito 208
Condições de Ressonância 210
Avarias em Rolamentos 212
Forças Hidráulicas e Aerodinâmicas 233
Avarias em Bombas 236
Avarias em Ventiladores 237
Compressores Centrífugos 239
Máquinas Recíprocas 240
Avarias em Motores Eléctricos 241
Avarias em Turbinas a Vapor e a Gás 248
Análise de Caixas de Engrenagens 250
Avarias em Uniões de Acoplamento 256
Avarias em Correias de Transmissão 257
Conclusão 261

Capítulo 8 - Implementação de um Programa de Monitorização


com Êxito 263
Introdução 263
Realize um Levantamento da Fábrica 263
Quantas Máquinas Devemos Medir? 264
Conheça a sua Máquina 264
Configuração da Base de Dados 268
Configuração e Optimização de Alarmes 269
Tarefas do Dia-a-dia 269
Relate os Seus Sucessos 272
Conclusão 273

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Ca pítulo 1
Práticas de Manutenção
Quando estamos junto a uma máquina quente e ruidosa,
aguardando o final de uma medição, podemos questionar-nos
sobre o que estamos realmente a fazer. Claro que podemos
limitar-nos a executar a tarefa em curso, mas compreender o
porquê e como, de modo a retirar o máximo dos nossos esforços,
tornará o nosso trabalho bastante mais recompensador.

Porque é que Fazemos Análise de


Vibrações?
A resposta resumida é que as máquinas com avarias, as quais
podem degenerar em parawn da máquina, avarias secundárias e
perdas de produção, vibram de modo característico. Se medirmos
as vibrações, observarmos os padrões e verificarmos as
alterações, podemos detectar um problema na máquina em tempo
útil, de modo a actuar com eficácia. As medições revelam-nos a
natureza do problema (se é um desequilíbrio, uma avaria num
rolamento, etc.) e a sua severidade. Podem fornecer-nos
informação suficiente de modo a planearmos as respectivas tarefas
de manutenção.
As medições de vibrações também nos dão informações que nos
ajudam a determinar porque é que o problema ocorreu - as
máquinas são projectadas para durar bastante mais tempo do que
acontece na prática. Se compreendermos esta informação e,
talvez, alterarmos o modo em que a máquina está instalada, é
operada, mantida e até projectada, a máquina em questão noriPr.
necessitar de menos manutenção nn mais
fiável.

Deste modo, a monitorização de vibrações tem essencialmente a


ver com redução de custos de manutenção, optimização dos

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Pá ina 2 Capítulo 1 - Práticas de Manutenção
Manual do Curso

tempos de produção e, em alguns casos, aumento da qualidade de


produção.
Vamos agora recuar um passo e abordar as diversas práticas de
manutenção. Existem vários tipos de manutenção que podem ser
adoptados por uma empresa de modo a manter a sua maquinaria
rotativa e muitas vezes são adoptadas várias filosofias de
manutenção em simultâneo. A compreensão dos vários tipos de
manutenção é muito importante.
De seguida iremos abordar as diversas tecnologias de
monitorização da condição. Tal é necessário, uma vez que a
monitorização de vibrações não fornece a totalidade das respostas.
A maioria das empresas utiliza mais de uma tecnologia de
monitorização da condição. É importante compreender as opções
disponíveis, uma vez que poderá ser necessário aplicar um ou
mais destes métodos.
Se a sua organização emprega actualmente mais de uma destas
tecnologias (a maior parte emprega), deverá tornar-se familiar
com a informação que pode ser obtida das mesmas, uma vez que
é a combinação de todos os testes que lhe fornecerá a imagem
global da condição das suas máquinas.
Os custos de manutenção constituem uma larga percentagem dos
custos totais de uma organização. Desde as peças de reserva em
excesso, que necessitam de armazenamento, às horas de
manutenção elevadas, os custos acumulam-se. As perdas de
produção e as falhas secundárias em máquinas que avariam
constituem também custos de manutenção avultados.
Adicionalmente, um consumo reduzido de energia e uma
optimização da qualidade do produto e do tempo de produção
promovem a rentabilidade de uma empresa.
Todas as indústrias são diferentes, e várias organizações terão as
suas próprias prioridades e modos de avaliar o seu nível de
sucesso. É essencial conhecer as prioridades da sua empresa, de
modo a percorrer o caminho para atingir os seus objectivos.
Em alguns processos de produção em massa, a manutenção da
operação da máquina é fundamental. Uma paragem não prevista
pode causar elevados custos de produção e uma onerosa produção
de sucata.
Nós colaborámos com frotas de navios pesqueiros que operam
durante uma época bastante curta. Se, por alguma razão, os
navios pesqueiros estiverem indisponíveis durante a época de
pesca, as consequentes perdas podem atingir os milhões de
dólares. Na indústria de produção de energia, paragens não
programadas, geram, não apenas custos de produção, mas
também coimas estatais. Também colaborámos com a Marinha de
Guerra Norte-americana. Além dos custos regulares de
manutenção, a prontidão dos navios de guerra é um factor
fundamental - de modo a cumprir a necessidade de prontidão em
qualquer altura.
Todas as aplicações acima referidas são interessantes, no entanto,
é essencial conhecer as idiossincrasias da sua empresa. Este
conhecimento ajudá-lo-á a tomar decisões de manutenção
fundamentadas. Se o vosso objectivo é detectar um problema
antes que o mesmo ocorra e implementar alterações de modo a

info@rnobinsinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 1 — Práticas de Manutenção Página 3
Manual do Curso
optimizar a fiabilidade das máquinas, é essencial saber de
antemão porque é que as máquinas avariam.

Porque é que as Máquinas Avariam?


A origem de avarias em máquinas pode começar no estirador do
projectista e acabar em inadequadas práticas de manutenção e
condições de operação. O modo como uma máquina é produzida, o
modo como é instalada e o modo como é mantida, todos
contribuem para o tempo de vida dessa mesma máquina. Poderá
não ter controle sobre todos ou alguns desses passos, no entanto,
os conhecimentos de problemas potenciais poderá indicar
alterações futuras.
Não é intenção deste curso o ensino de metodologias de
optimização de departamentos de manutenção, ou mesmo, de
empresas. É apenas nosso desejo que possa obter uma visão
abrangente de modo a identificar oportunidades de optimização da
fiabilidade das suas máquinas.
Enquanto o mundo dos negócios se torna cada vez mais
competitivo, muitas vezes resultando em equipas mais reduzidas,
em orçamentos mais magros e planos de produção maís exigentes,
os requisitos de uma operabilidade mais eficiente tornam-se mais
importantes e bastante mais difíceis. O objectivo é o aumento da
fiabilidade dos equipamentos, a redução dos custos de
manutenção, a redução do consumo de energia e o aumento da
qualidade dos produtos.
As alterações em questão não podem ser implementadas de um
dia para outro e não podem ser verdadeiramente implementadas
sem o envolvimento de todos os colaboradores. Desde o Técnico
que realiza a rebobinagem dos motores ao Administrativo que
preenche os cheques, todos têm de compreender os requisitos e
os benefícios da manutenção de precisão. Seria com certeza mais
simples se apenas fosse uma questão de adquirír um colector de
dados e um software de mofiitorização e todos os nossos
problemas ficassem resolvidos. Seria aínda mais fácil se as
máquinas nunca avariassem!

Como Atingir os Melhores Resultados?


Na realidade, é necessária uma alteração de atitude, ao longo de
toda a organização, de modo a atingir os melhores os melhores
resultados. Se a administração não compreender os verdadeiros
benefícios ou não perceber o que será necessário para os atingir,
os mesmos nunca serão obtidos.
Se todos os envolvidos na monítorização da condição não
compreenderem e acredítarem nos objectivos a atingir, o potencial
sucesso será limitado. Se os colaboradores das áreas da operação,
produção, compras e engenharia não compreenderem e
acreditarem nos objectivos, mais uma vez o sucesso a atingir será
limitado. Não é tarefa fácii implementar alterações giobais na
filosofia de uma organização, mas todos nós teremos de fazer o
que for necessário.
Devemos trabalhar no sentido de cooperar e informar os nossos
colaboradores dos verdadeiros objectivos, de modo a conseguir
info@rw-ibiusinstitute.org Copyright (i) 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org
Docurnent ID: TCM 220405
Página 4 Capítulo 1 - Práticas de Manutenção
Manuai do Curso

que todos rumem na mesma direcção. A geração de antagonismos


entre a manutenção e os demais departamentos de uma
organização é garantia certa de fracasso dos nossos objectivos.
Esta situação tem-se repetido em diversas empresas vezes sem
conta. Uma avaria é detectada, uma ordem de serviço é emitida,
sendo necessário intervir na máquina. Um grupo espera que a
máquina esteja realmente avariada, de modo a comprovar o seu
ponto de vista, enquanto, outro grupo espera que não haja
qualquer tipo de problema, de modo a comprovar o ponto de vista
contrário. Estas situações, demasiado comuns na indústria, geram
stress e reduzem em muito as possibilidades de sucesso de
qualquer programa de manutenção.
Se todos cumprirmos a nossa parte, aumentamos as possibilidades
de sucesso - e retiramos mais prazer das nossas funções. A
solução passa por uma mudança de filosofia, que deve começar ao
nível das chefias - e por formação. Todos deverão trabalhar de
modo a informar os demais colaboradores em departamentos
diferentes acerca do que será implementado, quais os potencíais
benefícios e como deverão tomar parte na nova filosofia.

Práticas de Manutenção Comuns


Durante muitos anos (e em muitas organizações ainda se
mantem), a filosofia tem sido, simplesmente, deixar as máquinas
funcionar. Quando estas últimas avariam, são reparadas ou
substituídas. Pouco tempo é gasto no sentido de optimizar a
fiabilidade dos equipamentos ou prognosticar avarias. Neste tipo
de filosofia, o departamento de manutenção acumula custos,
sendo os mesmos considerados como aceitáveis pela
administração.
Mais recentemente, a filosofia de manutenção alterou-se. As
organizações de hoje em día começam a reconhecer a necessidade
de investimento em tempo e dinheiro no sentido de alterar as
práticas de manutenção, de modo a aumentar a fiabilidade dos
equipamentos. Grandes reduções de custos foram conseguidas
com esta nova filosofia, frequentemente designada por
"manutenção de precisão" ou "manutenção proactiva".
Vamos agora abordar a manutenção correctiva, manutenção
preventiva, manutenção predictiva e manutenção proactiva, de
modo a conhecer o seu lugar na história e a julgar os respectivos
mérítos relativos.

Manutenção Correctiva
A manutenção correctiva é também conhecida por "manutenção
após avaria" e outras designações comuns. Consiste na prática de
deixar as máquinas funcionar até ocorrer uma avaria, ao contrário
de tomar medidas preventivas.

"Deixar funcionar até partir..."


Esta prática pode gerar custos de manutenção muito elevados.
Avarias secundárias na máquina (o rotor pode ficar daníficado após
avaria nos seus rolamentos), redução do tempo de produção,
custos de armazenagem de sobressalentes e tempos extra de
trabalho, são apenas alguns dos custos significativos que resultam
deste tipo de manutenção.
infb@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 1 Práticas de Manutenção Página 5
Manual do Curso
O controle da máquina não existe quando a manutenção correctiva
é implementada. Os vários componentes da máquina podem
avariar em qualquer altura, afectando assim a produção e a
segurança dos operários. Mesmo que um técnico de manutenção
experiente detecte uma avaria antes da mesma ocorrer, apesar de
avarias secundárias poderem ser evitadas, uma redução do tempo
de produção ocorre em função da intervenção necessária na
máquina.
Esta filosofia de manutenção é ainda comum em diversas
indústrias actuais, apesar de ser prática comum na década de 50.
Ainda hoje, é possível adoptar a manutenção correctiva para
determinadas máquinas não-críticas com base em decisões
económicas. Isto pode ser verdade por duas razões:
• Os recursos necessários à monitorização da condição de uma
máquina podem não ser justificados. Todas as actividades de
monitorização custam tempo e dinheiro; um custo que não é
justificável em todas as máquinas.
• Apesar de uma máquina ser monitorizada, poder-se-á tomar
a decisão de deixá-la funcionar até avariar, uma vez que a
mesma poderá funcionar durante a totalidade do período de
produção crítico e porque o custo de reparação (devido aos
requisitos de produção e aos custos de manutenção e
sobressalentes) poderá exceder o risco de avaria. Em
resumo, é uma questão de análise de riscos.

Resumo da Manutenção Correctiva


Vantagens da manutenção correctiva em relação aos
demais tipos de manutenção:
• Não envolve custos relativos a monitorização da condição e
manutenção preventiva.
• As máquinas não são sujeitas a sobre-manutenção.

infoRrnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Página 6 Capítulo 1 — Práticas de Manutenção
Manual do Curso

Desvantagens da manutenção correctiva em relação


aos demais tipos de manutenção:
• Tempo de produção desconhecido.
• Avarias secundárias e falhas catastróficas.
• Perdas de produção.
• Elevados custos de reparação.
• Ausência de controlo das máquinas.

Manutenção Preventiva
A manutenção preventiva é também conhecida por uma variedade
de designações: "manutenção planeada", "manutenção
programada", "manutenção histórica" e outras.

"Reparar antes de partir..."


A filosofia deste tipo de manutenção consiste no seguinte, uma vez
que o tempo de vida útil de uma máquina é limitado e a
probabilidade de avaria aumenta à medida que a máquina
envelhece, é então necessário intervir na mesma antes que as
avarias ocorram, evitando assim as avarias e prolongando o tempo
de vida útil da máquina.
O desafio consiste em estimar o tempo de vida útil de uma
máquina e programar a sua revisão antes da ocorrência de uma
avaria. Tenta-se equilibrar o risco com os custos. Se o espaço de
tempo até à revisão for muito longo, arriscamo-nos a ocorrer uma
avaria. Se o espaço de tempo até à revisão for muito curto, os
custos de manutenção (ocupação, perdas de produção e
sobressalentes) serão muito elevados.
Se traçarmos um gráfico da probabilidade de avaria em função do
tempo, é expectável obter uma curva semelhante à do gráfico
seguinte. Assume-se que a probabilidade de avaria mantém-se
baixa durante um determinado período de tempo. A partír de um
determinado número de horas de operação da máquina, os
componentes da mesma começarão a demonstrar sinais de
desgaste e fadiga, aumentando consequentemente a probabilidade
de avaria.

- Machine is healthy. Machine begins to wear.


Low risk of failure. Probability of failure increases.

Operating Hours

No entanto, há uma possibilidade real de "mortalidade infantil" da


máquina. A realidade é que existe uma elevada probabilidade de
avaria imediatamente após a revisão de uma máquina, devido a
lubrificação incorrecta (excessiva ou diminuta), instalação
incorrecta, sobressalentes incorrectos, desequilíbrio ou
desalinhamento e uma vasta variedade de outras causas.

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 1 — Práticas de Manutenção Página 7
Manual do Curso

Então, o gráfico deverá, talvez, ser o seguinte:

Probability of failure is high at


the beginning.

Temos agora de ajustar a curva de modo a reflectir o "tempo de


vida útil estimado" vs. o "tempo de vida útil provável". A
probabilidade de avaria aumenta antes que a mesma "deverá"
ocorrer, temos então de alterar o segmento recto da curva.

Assim, a tarefa consiste em programar a manutenção antes do


final do "tempo de vida útil provável" da máquina. Infelizmente e
na realidade, nós não sabemos qual o tempo de vida útil provável
de uma máquina, nem tão pouco, a velocidade com que uma
máquina se deteriora após o início da sua fase de desgaste.

.0



• •
2 • •
• •
o- •• ••
• •• .• • . 9
•• ••-
• ••
••

Operating Hours

Deste modo, somos confrontados com a situação típica de


programar acções de manutenção demasiado frequentes;
intervindo em máquinas sem qualquer problema. E para piorar o
problema, algumas máquinas continuarão a avariar apesar de
prevermos o seu normal funcionamento.
Um estudo foi levado a cabo há alguns anos (encomendado pela
United Airlines) de modo a examinar a variação da probabilidade
de avaria ao longo do tempo. Foram obtidas duas conclusões
importantes:
A primeira é que a curva nem sempre segue a forma de
"banheira" acima representada. De facto, a forma acima
representada é apenas representativa para 6% das
info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página Capítulo 1 — Práticas de Manutenção
Manual do Curso

máquinas. Na maioria dos casos (68%) a forma da curva é


recta após o período de "mortalidade infantil".
• A segunda conclusão (que explica a curva recta) é que
apenas 11% das avarias estão relacionadas com a idade da
máquina, enquanto que 89% das avarias são aleatórias. Tal
significa que a avaria tanto poderá ocorrer após 2 meses de
operação, como após 22 meses de operação. Em resumo, o
conceito de manutenção preventiva falhou.

e Reiated Random
Total = 11% Total = 89%

As boas notícias são que as máquinas normalmente exibem vários


sinais antes da ocorrência de uma avaria. Tais sinais podem ser:
alterações nas vibrações, na temperatura, no ruído, na
performance, aparecimento de partículas metálicas no lubrificante,
alterações na corrente eléctrica do motor, ou uma miríade de
outras mudanças. Este facto leva-nos para a próxima filosofia de
manutenção: a manutenção predictiva.

Resumo da Manutenção Preventiva


Vantagens (objectivos) da manutenção preventiva em
relação aos demais tipos de manutenção:
• A manutenção é realizada em data programada e de um
modo controlado.
• As avarias não previstas das máquinas deverão reduzir.
• Existem assim menos falhas catastróficas e menos perdas de
produção.
• Existe um maior controlo da armazenagem e custos de
sobressalentes.
Desvantagens da manutenção preventiva em relação aos
demais tipos de manutenção:
• As máquinas são frequentemente "reparadas" quando não
havia justificação para tal.
• As intervenções junto das máquinas causam frequentemente
mais mal do que bem.
• Ocorrem, apesar de tudo, paragens imprevistas.
• A programação da manutenção é semelhante para todas as
máquinas, não respeitando requisitos individuais de cada
infofirnobiusinstitute.org Copyright () 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 1 Práticas de Manutenção Página 9
Manual do Curso

máquina, nem tão pouco a expectativa de tempo de vida útil


observado.

Manutenção Predictiva
Do mesmo modo, a manutenção predictiva também é conhecida
por diversas designações - a mais comum é "manutenção
condicionada". Neste caso, a filosofia é:

"Se não partiu, não reparer


Sabe-se que uma máquina rotativa normalmente exíbe sinais de
alerta antes de uma avaria. Os níveis de vibração e os seus
padrões normalmente alteram-se. A temperatura de alguns
componentes da máquina aumenta. O desgaste nas superfícies
lubrificadas pode ser detectado nos lubrificantes. A performance da
máquina varia. E ocorrem ainda outros sinais de aviso.
Se conseguirmos monitorizar estes parâmetros das máquinas e,
quando detectados os sinais de alerta, planearmos as acções de
manutenção necessárias antes do risco de avaria ser demasiado
elevado, então conseguiremos obter o máximo tempo de vida útil
da máquina e simultaneamente reduzir os custos de manutenção.
Conseguimos assim prever a avaria e agir em tempo útil. Os
custos de manutenção serão reduzidos, uma vez que as máquinas
não irão sofrer avarias não programadas. Não haverá perdas de
produção. Não ocorrerão falhas catastróficas. Não serão geradas
avarias secundárias. As reparações serão efectuadas quando
conveniente com recurso a componentes encomendados
especificamente para o efeito. Parece ser perfeito, não é?! Se ao
menos fosse verdade...
Em teoria, tudo o que foi acima descrito é possível. No entanto,
isto é na suposição que todas as máquinas são completamente
monitorizadas e que todas as avarias seguem um percurso
predefinido, sendo detectadas com uma antecedência que nos
permite agir em tempo útil. A verdade é que é difícil e oneroso
monitorizar todas as máquinas deste modo e que nem todas elas
nos dão um período de tempo de acção confornie desejado.
Podemos criar uma nova curva de saúde da máquina vs. tempo.
Suponhamos que incluímos a secção de "mortalidade infantil" na
curva (a máquina deverá ser cuidadosamente monitorizada
durante esta fase), mas, o que fazer a jusante? Em determinada
altura, a saúde da máquina começará a degradar-se e taxa de
degradação até à avaria é desconhecida.

A arte da manutenção predictiva consiste na monitorização da


máquina com recurso a tecnologias apropriadas, de um modo

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstítute.org


Document ID: TCM 220405
Página 10 Capítuto 1 — Práticas de Manutenção
Manual do Curso

suficientemente frequente de maneira a detectar com


antecedência as avarias. Não é de espantar, que nos confrontemos
com um questão financeira. Devemos avaliar o custo económico
vs. o risco de avaria. O que é que estamos dispostos a fazer de
modo a garantir o conhecimento de quando uma máquina avaria?
Temos de colocar a nós mesmos esta questão. É assim necessário
avaliar cada máquina individualmente e adaptar o respectivo
programa de monitorização de acordo com os requisitos da
mesma. É necessário seleccionar as tecnologias de monitorização
mais adequadas e a respectiva periodicidade de aplicação das
mesmas (que pode ser alterada ao longo do tempo). Poderá
significar a implementação de manutenção correctiva em algumas
máquinas, uma vez que não se justifica economicamente a escolha
da manutenção condicionada nas mesmas. É necessário avaliar o
risco vs. o custo, e realizar monitorizações mínimas em
determinadas máquinas. No final, contudo, poderá ser necessário
instalar sistemas de monitorização permanente nas máquinas mais
críticas.
Existe, no entanto, um senão em manutenção predictiva. Se
simplesmente monitorizarmos as máquinas e realizarmos as
acções de manutenção quando necessário, não estaremos a fazer
nada para optimizar o tempo de vida útil das máquinas. Estaremos
apenas a obter um aviso prévio das avarias.
Se conseguirmos mudar o modo como compramos, operamos e
mantemos as máquinas, de modo a torná-las mais fiáveis, com um
tempo de vida útil mais longo, então conseguiremos diminuir ainda
mais os custos de manutenção. E isto leva-nos para a próxima
filosofia de manutenção...

Resumo da Manutenção Predictiva


Vantagens (objectivos) da manutenção predictiva em
relação aos demais tipos de manutenção:
• As perdas de produção não programadas são reduzidas.
• Os componentes das máquinas são encomendados e
utilizados apenas quando necessário. ,
• A manutenção é apenas realizada quando necessário.
• Prolonga o tempo de vida útil das máquinas.
• Elimina revisões desnecessárias.
• Possibilita uma operação das máquinas mais eficiente.
• Aumenta a segurança das máquinas.
• Aumenta a qualidade.
• Aumenta a satisfação dos clientes'.
Desvantagens da manutenção predictiva em relação aos
demais tipos de manutenção:
• Custo dos equipamentos, sistemas, serviços e pessoal.
• Não garante o aumento do tempo de vida útil da máquina.

Manutenção Proactiva
Mais uma vez, a manutenção proactiva também é conhecida por
diferentes designações, incluindo "manutenção de precisão" e
"manutenção baseada na fiabilidade". A sua filosofia é:

"Repare uma vez, repare correctamente!"

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstítute.org


Document ID: TCM 220405
Capíturo 1 — Práticas de Manutenção Página 11
Manuai do Curso
Se nós implementarmos um programa de manutenção predictiva,
conseguiremos (assim esperamos) obter, por exemplo, um aviso
de defeito num rolamento, de modo a encomendar um
sobressalente e a planear a sua substituição. Isto é óptimo, mas
porque é que o rolamento se avariou? Se soubermos a resposta e
se pudermos agír de modo a remover a causa da avaria, então a
máquina funcionará durante mais tempo após a sua retoma em
serviço. O termo "proactivo" é utilizado porque, ao invés de
aguardar a avaria da máquina, nós antecipamo-nos de modo a
reduzir as hipóteses de ocorrência da mesma. Tal não significa a
substituição de rolamentos e empanques tal como é efectuado na
manutenção preventiva; pelo contrário, determinamos a causa da
potencial avaria e corrigímo-la.
A determinação da causa subjacente a uma avaria pode ser um
processo complicado. Poderá requerer o estudo do histórico da
monitorização da condição e a realização de testes especiais tais
como: testes de impacto, análíse de fase e uma variedade de
outros ensaios. Deverá também passar pela revisão do processo
de compra da máquina (é a máquina e seus componentes, os mais
indicados?), um estudo dos lubrifícantes utílizados e o respectivo
modo de aplicação, e do processo de reparação
questão.
Utiliza-se também o termo "precisão" porque uma das melhores
maneiras de prolongar o tempo de vida útil de uma máquina é
através de alinhamentos e equilibragens de precísão da mesma.
Se a máquina estiver correctamente alinhada e equilibrada (de
acordo com normas exigentes), e atentarmos a quaisquer
problemas de ressonâncias, então, é muíto provável que a
máquina em questão funcione durante um longo período de tempo
antes do surgimento de uma avaria.
Nós continuaremos a utilizar técnicas de
monitorização da condição nas máquinas e
faremos recurso das respectivas tecnologias de
modo a determinar a origem dos problemas. No
entanto, é expectável que os sistema de
monitorização condicionada gerem menos
relatórios!
Assim, o objectivo é o aumento da fiabilidade
da maquinaria em questão. Apesar de ter
muitas vantagens, tem sido referido que
existem muitos obstáculos à implementação da manutenção
proactiva. Uma mudança de filosofia global, a todos os níveis, é
necessária. Todos têm de compreender e aceitar esta nova
filosofia. De outro modo, quando é necessárío formação, quando é
necessário perder tempo para proceder a investigações
detalhadas, quando é necessário proceder a alinhamentos e
equilibragens de precisão, quando recomendações são emitidas
para adquirir componentes de elevada qualidade (e maís caros),
etc., atalhos serão tomados, economias serão feitas e a instalação
voltará ao início.
Vantagens (objectivos) da manutenção proactiva em
relação aos demais tipos de manutenção:
• O tempo de vida útil dos equipamentos é prolongado.
• A fiabilidade dos equipamentos é optimizada.
• Menos avarias e consequentemente, menos avarias
secundárias.

info@mobiusinslitute.org Copyright (c) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Página 12 Capítuto 1 Práticas de Manutenção
Manual do Curso

• Redução nas perdas de produção.


• Redução nos custos globais de manutenção.
Desvantagens da manutenção proactiva em relação dos
demais tipos de manutenção:
• Custo dos equipamentos, sistemas, serviços e pessoal.
• Necessidade de formação adicional.
• Necessidade de tempo para o investimento inicial.
• Requer uma mudança de filosofia a todos os níveis.

Em Conclusão
Um programa de manutenção adequado incidirá na detecção e
diagnóstico de avarias e na análise da causa das mesmas. Tudo
começa com uma formação adequada - pelo que está, desde já,
no bom caminho! No entanto, necessitará de aprender como
implementar um programa de manutenção correcto, como mantê-
lo e optimizá-lo com base nos seus sucessos e fracassos.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 2
Monitorizaçao da Condição
Vamos agora abordar a monitorização da condição. Serão
apresentadas as tecnologías em questão, incluindo a análise de
vibrações. Faremos também uma revisão das diversas razões para
realizar a monitorização da condição.

Introdução
Esta secção tem como objectivo dar-lhe uma panorâmica geral da
monitorização da condição. Discutíremos os objectivos da
monitorização da condição e os requisitos envolvidos na realização
de um programa de monitorização da condição.
Vamos começar por descrever o termo "monitorização da
condição". Conforme o prOrio nome diz, é a arte de monítorizar a
condição do equipamento, de modo a determinar se a saúde da
máquina está estável ou se está a deteriorar-se. Mas, não
confundir com o termo "manutenção predictiva". Monitorização da
condição tem a ver com a determinação do estado e performance
da máquina. Ambas são muito importantes. Contudo, o modo
como essa ínformação é usada no processo de tomada de decisões
na produção e na manutenção é um outro assunto - que também
abordaremos.

Manutenção predictiva Monitorização da condição


Somos realmente muito afortunados. As máquinas rotativas dão-
nos vários sinais à medida que a sua condição e performance se
deteriora - apenas temos de saber o que procurar. Apesar de
ocorrerem falhas catastróficas, em que um máquina passa de
"saudável para morta" num curto intervalo de tempo, na maioría
dos casos, é nos dado um aviso prévio que a avária está iminente.
De facto, em muitos casos, são nos dados muitos sinais de aviso.
As máquinas rotativas são, em muito, semelhantes ao corpo
humano. E o modo como muítos departamentos de manutenção
tratam c máquinas é em tudo similar ao modo como muitas
pessoas tratam u rópria saúde.
Algumas pessoas tem um estílo vida agressivo bebem,
fumam e trabalham em demasia. Estas acuviudues não são
saudáveís para o corpo humano. Essas pessoas ignoram os sinais
vitais e, eventualmente, o corpo sofre. Têm apenas de esperar que
a condição patológica seja recuperável! Isto é semelhante à
manutenção correctiva.

Há também pessoas que, apesar de levarem um estilo de vida não


aconselhável, em termos de saúde, tomam ocasionalmente
vitaminas e gozam férias ditas naturais, tentando corrigir os erros
do dia-a-dia. Tentam cuidar do corpo periodicamente, mas
adoecem de tempos a tempos. Isto é semelhante à manutenção
preventiva.
Depois, temos as pessoas que não levam uma vida exemplar, mas
que visitam regularmente o seu médico. O médico mede a pressão
ínfo@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 14 Capítulo 2 - Monitorização da Condição
Manual do Curso

arterial, pede um painel de análises e ausculta o paciente. De


facto, o médico tenta detectar se existe algum problema com o
paciente e se necessário prescreve medicamentos para evitar que
o paciente fique realmente doente. Ocasionalmente, estas pessoas
podem adoecer, em especial quando contrariam as recomendações
do médico. Isto é semelhante à manutenção predictiva.
E finalmente temos as pessoas realmente saudáveis. Elas ingerem
alimentos saudáveis e exercitam-se frequentemente. Sabem o que
é indicado para os seus corpos e esforçam-se para fazer o
necessário de modo a manterem-se saudáveis. Consultam o
médico para realizar check-ups periódicos, apenas para descartar
o caso de doenças imprevistas, mas geraimente mantêm-se
saudáveis. São consíderados pelos seus patrões como muito
fiáveis - raramente faitam ao trabalho. Isto é semelhante à
manutenção proactiva.
Se realmente adoecer, apesar do tipo de vida que leva, um bom
médico irá, não apenas diagnosticar a doença e receitar o
necessário para que recupere a saúde, mas também procurará
descobrir a causa para a origem da doença em questão - poderá
pedir meios complementares de diagnóstico adicionais e fará a
anamnese do seu caso, incluindo a sua história pregressa e os
seus hábitos alimentares e de vida. Com base nesta informação e
em recomendações para alteração de maus hábitos, haverá
grandes hipóteses de não voltar a sofrer da mesma patologia. Isto
é designado por análise da causa da avaria - o médico
determinou a causa original da doença.
Na nossa analogia, a monitorização
da condição é simplesmente o
processo da consulta médica e da
realízação dos meios auxiliares de
diagnóstico. O medico analisa o
nosso sangue, ausculta o nosso
coração, mede a nossa pressão
arterial, observa a nossa garganta,
etc. No caso das máquinas rotativas,
podemos verificar os lubrificantes, medir as vibrações, medir a
corrente eléctrica dos motores, testar o fluxo e a pressão de
descarga e medir a temperatura dos rolamentos. Quando
concluímos todos os nossos testes, esperamos ter uma imagem
clara do estado de saúde da máquina. E é verdade - conseguimos
saber o que se passa no interior da máquina.
Existem outros pontos a ter em consideração:
O primeiro é que obtemos uma melhor imagem da condição
da máquina quando realizamos todos os testes e de seguida
correlacionamos os respectivos resultados. Um único teste
pode ser enganador ou pode fornecer apenas uma parte da
imagem global. De facto, alguns testes não nos dão qualquer
tipo de informação relativa às potenciais avarias que uma
máquina pode enfrentar. Uma análise espectrográfica de
óleos lubrificantes não nos diz se a máquina está
desequilibrada. A medição e análise de vibrações não nos diz
se existe contaminação nos óleos lubrificantes. Isto é
conhecído por monitorização da condição integrada. Pode
escolher comprar um único sistema, que suporta múltiplas
tecnologias, de um único fornecedor, ou, pode comprar
vários equipamentos especializados e depois integrar os

info©mobiusinstitute.org Copyright ©2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 2 - Monitorização da Condição Página 15
Manual do Curso
resultados - o que pode ser um desafio, contudo, várias
empresas e grupos, tais como a MIMOSA (Machinery
Information Open Systems Alliance), estão actualmente a
trabalhar numa solução.
• O segundo ponto prende-se com o facto de determinados
testes poderem informar-nos sobre situações que podem
causar avarias nas máquinas. Por exemplo, a ressonância por
si próprio não é uma avaria. Todas as máquinas sofrem
ressonâncias. No entanto, uma ressonância à velocidade de
funcionamento pode originar vibrações excessivas que
poderão danificar os rolamentos, originando uma avaria.
Contaminação num lubrificante não é uma avaria. O facto de
os contaminantes no lubrificante poderem danificar os
rolamentos (e outros componentes lubrificados) já é uma
avaria.
• O terceiro ponto é que os melhores resultados são
conseguidos quando temos dados anterioi-es para
comparação e dados de referência. Os médicos sabem os
valores normais para a pressão arterial e sabem os valores
de referência para as análises ao sangue. Se um doente
sofrer de hipertensão arterial, o médico estará interessado
em saber qual foram os valores da sua pressão arterial nos
últimos meses e quererá monitorizá-la de perto nos meses
que se seguem.
Nós tentamos fazer o mesmo com as máquinas rotativas.
Gostaríamos de ter valores limite de referência para
comparar com os resultados obtidos, mas infelizmente não
temos referências tão boas como as existentes na medicina -
mas não são más de todo.

Porque é que o Fazernos?


Poderá perguntar porque é que queremos saber tanto acerca da
condição das máquinas rotativas. Uma só palavra: rentabilidade.

Paragens
Quando uma máquina avaria, pode implicar a paragem da
produção. O tempo de paragem pode ser incrivelmente oneroso.
Perdas de produção e produtos defeituosos (e desperdícios)
diminuem drasticamente os lucros de uma organização.

Avarias Secundárias
Avarias secundárias podem ocorrer. Em vez de substituir apenas
um rolamento, poderá ser necessário substituir todo o rotor. Os
custos podem derrapar. O tempo de reparação é mais longo,
resultando num tempo de paragem maior e em custos de
manutenção mais elevados.

Segurança
Quando uma máquina se avaria, a segurança pode ficar
comprometida.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 16 Capítulo 2 - Monitorização da Condição
Manuar do Curso

Menos Sobressalentes
Quando uma máquina avaria, os
sobressalentes deverão estar disponíveis
para permitir a reparação. Os sobressalentes
exigem armazenagem e a sua compra
antecipada de modo a prever a ocorrência
de avarias. A armazenagem e gestão de
sobressalentes é bastante onerosa.
Por conseguinte, se conseguirmos avaliar o risco de avaria:
• Podemos planear o período de paragem de um modo mais
efectivo de um ponto de vista económico.
• Os sobressalentes podem ser encomendados e o trabalho
organizado. Conseguimos isto através de uma monitorização
apropriada.
• Se conseguirmos aumentar também a fiabilidade, as
máquinas não irão sofrer avarias com tanta frequência.
• Se conseguirmos que a máquina atinja o seu tempo de vida
útil inicial, conseguimos o retorno de investímento ideal e
mantemos os custos de manutenção no mínimo possível -
aumentando os lucros da empresa.
• Podemos alcançar estes objectivos através de equilibragens e
alinhamentos de precisão e outras actividades.
Então, o que é que se faz na monitorização da condição? Existem
diferentes testes que podem ser realizados. E apesar de termos
mencionado apenas as máquinas rotativas, obviamente que a
manutenção abrange todo o tipo de equipamentos.

Como é que Fazemos?


Existem muitos ensaios óptímos que podemos efectuar nas
máquinas da nossa empresa. O primeiro passo é compreender as
potenciais avarias nas nossas máquinas. Se soubermos o que pode
acontecer de errado e o que está a acontecer no interior das
máquinas, então, conseguimos realizar os ensaios apropriados.

Análise de Vibrações
Vamos primeiro rever o que se trata na análise de vibrações.
Todas as máquinas rotativas, tais como: bombas, ventiladores,
turbinas e compressores, vibram. O nível e a forma das vibrações,
dão-nos informações sobre a condição interna dos seus
componentes.
Se fizermos recurso a equipamento electrónico para medir as
vibrações, podemos monitorizar os seus níveis e analisar as suas
formas. De um modo geral, se os níveis aumentarem e as formas
se alterarem, não detectamos apenas a existência de um
problema, mas, podemos diagnosticar qual o tipo de problema.
Existem vários tipos de avarias
que podem ser detectadas. A
forma da vibração pode indicar-
nos se a máquina está
desequilibrada ou desalinhada.

info@niobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Insti .org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 2 - Monitorização da Condição Página 17
Manual do Curso
A análise das vibrações pode
também ajudar a diagnosticar
uma avaria num rolamento ou
numa chumaceira de atrito.
Existem muitas mais avarias
que podem ser detectadas e
diagnosticadas: desapertos,
pata coxa, avarias eléctricas,
desgaste em correias,
excentricidade em rotores, avarias em transmissões e
acoplamentos, avarias em engrenagens, barras de rotores
fracturadas, etc.
O procedimento básico envolve a montagem de um transdutor
numa chumaceira (ou na chumaceira com um "acelerómetro", ou
dentro da chumaceira com um "sensor de proximidade") e a
subsequente medição das vibrações com um colector de dados
portátil.
Todos os meses (tipicamente), o colector de dados é levado de
máquina para máquina, o transdutor é colocado na chumaceira e é
adquirida uma "fotografia" da vibração. Normalmente, o Técnico
consegue ver a medição de vibração efectuada junto à máquina,
no entanto, o colector da dados é normalmente levado para o
gabinete de modo a transferir os dados medidos para um
computador onde poderão ser analisados num software.
Se for uma máquina crítica ou se estiver localizada num local
remoto ou num ambiente hostil (de modo a não permitir a
realização de medições de rotina), os transdutores são montados
de forma permanente na máquina, assim como um sistema de
monitorização de vibrações que monitorizará os níveis de vibração
e avisará em tempo útil aquando de condições de avaria.

Dias Up Networting Inte~ Network

Existem também sistemas de protecção que monitorizam os níveis


de vibração continuamente, podendo parar a riláciúina (ou pelo
menos, gerar um sinal sonoro) em caso de detecção de uma avaria
crítica. Estes sistemas não são, na realidade, parte de um
programa de monitorização da condição - eles são necessários
devido a razões de segurança.
Nás consideramos que
existem quatro fases:
detecção de um problema,
realização da análise do VERIFICATION

problema de modo a
ROOT CAUSE
determinar a sua severidade,
análise da causa do problema ANALYSIS
de modo a determinar o que
DETECTION
info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Insi
Document ID: TCM 2204
Página 18 Capítulo 2 - Monitorização da Condição
Manual do Curso

aconteceu, e verificação da resolução do problema após a


respectiva reparação.

Detecção
A primeira tarefa do software de monitorização da condição é de
detectar se a máquina tem um problema. A menos que estejamos
a falar de um software de diagnóstico pericial, o software irá
comparar os níveis de vibração medidos com um conjunto de
valores limite definidos a priori. É então, tarefa do Técnico, o
estudo do "relatório de excepções" de modo a determinar quais as
máquinas que possivelmente terão um problema. Assim se inicia a
fase de análise.

Análise
Ao estudar os espectros e os sinais no tempo das vibrações, e
ainda as curvas de tendência e a comparação com o histórico
disponível, é possível saber se existe algo de errado com a
máquina e qual a sua severidade. Pode-se então efectuar um
relatório para _aimanutenção, recomendando as acções a
desenvolver.

Análise da Causa da Avaria


O mesmo conjunto de ferramentas de análise de vibrações são
usados nas investigações da análise da causa da avaria. A partir
destes testes, podemos determinar o porquê do início e
desenvolvimento da avaria. Fazemos então, recomendações
adicionais de modo a evitar que o problema volte a acontecer.

Verificação
Finalmente, uma vez que a máquina tenha sido reparada,
efectuamos medições adicionais de modo a garantir que o
problema foi resolvido, que a reparação foi realizada com sucesso
e que a máquina não apresenta mais problemas. Esta é a fase de
verificação.

Conclusão
A análise de vibrações tem vindo a ser usada desde há vários anos
e existem inúmeras empresas, consultores, organismos •
governamentais e universidades, que procuram novas maneiras de
melhorar as tecnologias e ferramentas usadas pelos Técnicos e
Analistas.

Análise de égeos
As máquinas rotativas necessitam de uma lubrificação correcta. No
entanto, ficaria espantado com a frequência com que lubrificantes
errados ou contaminados são utilizados. O resultado é o aumento
do desgaste e a ocorrência de avarias nas máquinas.
Existe também um factor económico - os lubrificantes são caros,
tanto a sua aquisição, como a sua remoção. Muitas vezes, um
lubrificante em perfeitas condições é mudado, aumentando
desnecessariamente os custos de manutenção.
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Docurnent ID: TCM 220405
Capítulo 2 - Monitorização da Condição Página 19
Manual do Curso
De modo a evitar este desperdício, são realizados testes aos óleos
e massas lubrificantes. Estes testes indicam-nos se os lubrificantes
podem continuar a desempenhar o seu papel (está o conjunto de
aditivos correcto, etc.), se existem contaminações e se existem
partículas metálicas ou outras, que possam indicar um desgaste
precoce da máquina.
No entanto, é necessário ter em conta que a maior parte dos
testes de análise a óleos são incapazes de detectar partículas de
desgaste - os espectrómetros não conseguem a detectar partículas
com menos de 10 pm. Vamos ver mais adiante que são
necessários testes específicos para detectar partículas de
desgaste.
Muitas das empresas que comercializam lubrificantes, também
fornecem "gratuitamente" serviços de análise. Apesar destes
testes serem importantes, é necessário conhecer as suas
limitações. Existem inúmeras histórias de máquinas que
avariaram, apesar das análises de amostras dos seus óleos terem
sido dadas como "limpas".
Análises típicas a óleos usados incluem as seguintes:
• Viscosidade por cilindro vibrante.
• Viscosidade em banho de óleo.
• Espectrómetro por Rotating Disk Emission (análise
elementar).
• Espectrómetro FTIR.
• Número ácido total.
• Número básico total.
• Em água pelo Teste Karl Fisher.
• Em água pelo Test Crackle.
• Contagem de partículas.

Análise de Partículas de Dsgaste


A análise ferrográfica de partículas de desgaste é uma tecnologia
de análise da condição que é aplicada em máquinas com
lubrificação. Fornece informação precisa da condição de
componentes sujeitos a lubrificação, -através da análise de
partículas suspensas no lubrificante.
Ao analisar a dimensão, concentração, forma e composição das
partículas existentes em amostras de lubrificante, recolhidas
sistematicamente, consegue identificar condições relacionadas com
desgaste anormal num estágio inicial.
A análisQ de partículas de desgaste complementa a análise de
vibrações, pois detecta problemas numa fase inicial, em alguns
casos, e é menos susceptível às limitações impostas por máquinas
rotativas de baixa velocidade de rotação e máquinas recíprocas.
Apesar de ser possível adquirir equipamento laboratorial, de modo
a realizar as análises no local, a maior parte das empresas
contrata os serviços de laboratórios externos. As amostras de
óleos têm, de qualquer modo, de ser recolhidas no local e de um
modo controlado, sendo posteriormente enviadas para o
laboratório contratado. Na maior parte dos casos, os resultados
in o©rnobiusinstitute.org Copyright (i) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 20 Capítulo 2 — Monitorização da Condição
Manual do Curso

das análises estão disponíveis em formato electrónico, pelo que


podem ser integrados no sistema de monitorização da condição.
Em resumo, a "análise de partículas de desgaste":
• É um conjunto de poderosas técnicas de ensaio não-
destrutivo de componentes lubrificados de máquinas.
• Detecta partículas de 1 pm a 350 pm.
• A análise é baseada na forma da partícula, na sua
composição, dimensão, distribuição e concentração.
• Determina modos de desgaste de operação da máquina,
resultando em recomendações específicas de manutenção.

Termografia por Infravermelhos


A termografia é uma outra técnica popular aplicada a máquinas
rotativas e outras. Envolve o estudo da temperatura, uma vez que,
o aumento do desgaste, as fugas de vapor e o arco eléctrico (para
mencionar apenas alguns exemplos), resultam numa mudança de
temperatura.
É possível simplificar o ensaio, recorrendo a um termómetro por
infravermelhos, que permitem medir a temperatura num ponto
(num rolamento, por exemplo). No entanto, o preço e
portabilidade das novas câmaras termográficas permite ao Técnico
recolher imagens termográficas que mostram os perfis de
temperatura de um objecto.
A comparação do termograma com uma fotografia do mesmo
objecto é usada para a identificação dos pontos quentes. A
comparação do termograma actual com o termograma de
referência, permite indicar a severidade dos problemas.

O Futuro da Monitorização da Condição


Integração Tecnológica
O futuro passa pela estreita integração entre tecnologias e
sistemas, integração continuada entre a monitorização da condição
e a monitorização de processos, aumento da utilização de sistemas
de diagnóstico automatizados e sistemas de monitorização
permanentes, com ênfase na informação basada em dados e
através da Internet.
A maior parte dos fornecedores de sistemas de referência
possibilitam o manuseamento da dados provenientes de diversas
tecnologias. Curvas de tendência de contagens de partículas
podem ser comparadas no mesmo gráfico com a temperatura de
rolamentos e os níveis de vibração, constituindo uma importante
evolução na última década. Contudo, continua a haver uma
limitada troca de informação entre sistemas concorrentes.
Vimos que não se consegue obter uma imagem global a partir de
uma única tecnologia. Assim, os Analistas e Técnicos necessitam
de se tornar "multifacetados" e não apenas, especialistas numa
única tecnologia.
A MIMOSA (Machinery Information Management Open Systems
Alliance), outros grupos e fornecedores, estão actualmente a
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.oro
Document ID: TCM 220405
Capítulo 2 Monitorização da Condição Pág na 21
Manual do Curso

desenvolver standards para troca de informação e dados, apesar


de ainda estarem numa fase inicial. Os grupos tipo MIMOSA
necessitam de mais suporte dos fornecedores e utilizadores deste
tipo de tecnologia.

Fusão entre Manutenção e Monitorização de Processos


Nos últimos anos, as maiores empresas, na indústria de
monitorização de processos e controlo, começaram a prestar
atenção ao mundo da manutenção e, em especial, à monitorização
da condição. Reconheceram o impacto que pode ser efectuado nos
lucros de uma organização através de uma monitorização
melhorada, da gestão de informação e diagnóstico, e
movimentações foram feitas para entrarem neste mercado. O
resultado foi a aquisição das maiores empresas de análise de
vibrações. E, por certo, o processo ainda não terminou...
Assim, no futuro, pode ter a certeza que a fronteira entre a
monitorização da condição e a monitorização de processos será
muito ténue, com dados e informações a serem partilhados e
sistemas a serem integrados.

Monitorização Permanente e Automação


Em parte, devido ao envolvimento das empresas de monitorização
de processos e à tendência de crescimento da subcontratação da
manutenção, os sistemas de monitorização permanente têm-se
tornado mais poderosos e a sua popularidade tem vindo a
aumentar, assim como a importância dos sistemas de diagnóstico
automatizado.
Os sistemas de monitorização permanente podem ser instalados
em locais remotos de modo a monitorizar equipamentos e os
relatórios de medições podem ser enviados directamente para o
departamento central de engenharia. No limite, os sistemas podem
ser instalados directamente em elementos específicos dos
equipamentos, de modo a reportar directamente ao fornecedor da
manutenção ou ao fabricante do equipamento, no âmbito da
garantia contratada.
O resultado é o aumento da sofisticação dos sistemas
permanentes e a redução do seu custo. É também necessário que
se tornem mais poderosos. Em vez de transferirem megabytes de
dados para sistemas centrais, deverão transferir informações de
diagnóstico, de modo a melhora'r os resultados

A Internet
Obviamente que uma abordagem ao futuro, não pode passar sem
uma menção à Internet. Quando se tem um sistema de
monitorização permanente automatizado, capaz de detectar
problemas e, em alguns casos, de os diagnosticar, e quando a
manutenção e a produção, localizadas remotamente, estão
envolvidas, então, a comunicação torna-se num assunto
importante. Daí a importância da Internet.
A maioria dos sistemas são actualmente capazes de gerar e-malls.
E alguns são mesmo capazes de gerar web sites; permitindo aos
utilizadores aceder a uma vasta quantidade de informação com
recurso apenas a um simples browser. Correio electrónico, pagers
e assistentes de dados pessoais, garantem que a informação chega

irifb@rnobiusinstituteorg Copyhght © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 22 Capítulo 2 Moni orização da Condição
Manual do Curso

às pessoas indicadas, permitindo os browsers a realização de


investigações subsequentes.

Resumo
O objectivo é a redução dos custos de operação da empresa (ou o
aumento dos lucros), através da diminuição dos custos de
manutenção e da minimização dos tempos de paragem (e perdas
de produção). Tal é conseguido através do aumento da fiabilidade
dos equipamentos e da recuperação do controle no programa de
manutenção.
Este objectivo é alcançado através da implementação das
alterações necessárias, de modo a garantir uma maior fiabilidade
dos equipamentos. Em primeiro lugar, é necessário saber porque é
que o equipamento falha - elevados níveis de vibração (incluindo
desgaste) devido a desequilíbrios, desalinhamentos e
ressonâncias; lubrificação desadequada e lubrificantes
contaminados; reparações e sobressalentes de baixa qualidade;
problemas de projecto e fabrico das máquinas; etc.
Também monitorizaremos as máquinas para detectar problemas
na sua "infância", de modo a planear as acções de manutenção
necessárias de um modo economicamente eficaz.
Estes objectivos podem ser atingidos. Eles têm vindo a ser
alcançados, a diversos níveis, por diversas indústria em todo o
Mundo. Necessita do empenho da administração, formação
adequada e um elevado nível de dedicação

info(ffirnobiusinstitute.org Copyright (i) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3
Princípios Fundamentais de
Vibrações
Para se tornar um especialista em análise de vibrações, é
necessário começar pelas bases. Terá de aprender a fazer uma
medição, a saber o que está a medir, a conhecer os vários tipos de
sinais e a ser capaz de interpretar os dados adquiridos. Vamos
iniciar desde já esta jornada de descoberta!
Neste capítulo, iremos focalizar-nos nos princípios fundamentais de
vibrações. Iremos abordar os sinais no tempo. Abordaremos
também a análise em frequência de vibrações e as suas relações
com os sinais no tempo e a máquina. O objectivo é torná-lo
confortável em relação ao sinal no tempo e à análise em
frequência. A medição em si, o processamento de sinal e os
detalhes de diagnóstico, serão abordados noutro capítulo.

O que é a Vibração?
Quando medimos as vibrações numa chumaceira de uma máquina,
estamos de facto a medir a resposta da chumaceira às forças
geradas no interior da máquina. Estas forças estão relacionadas
com todos os componentes rotativos da máquina: o veio, os
elementos rolantes dos rolamentos e as pás da turbina do
ventilador, mais as vibrações vindas das máquinas e processos
circundantes.
Se o impulsor estiver desequilibrado, conseguirá vê-lo na vibração
medida. Se os diversos componentes estiverem desalinhados,
conseguirá vê-lo na vibração medida. Até se a máquina não estiver
devidamente apertada à fundação, a primeira vibrará e conseguirá
vibração medida.
Assim, conc' , ímos que, se medirmos as vibrações e se as
analisarmos um olhar atento, conseguiremps descobrir se
existe algo de com a máquina.
Mas, como é que sabemos que as vibrações deverão mostrar? As
máquinas existem em divers formas e tamanhos. Existem, no
entanto, um conjunto de regras
• Primeiro, existe um número de fc. mas de onda que será
capaz de reconhecer. Se a máquina es`,- !ver desequilibrada, a
vibração altera-se de uma determinada Se houver
um problema nos rolamentos, também se alterará, mas de
um modo diferente.
• Segundo, reparou no uso da palavra "alteração"? Bem, à
medida que a condição da máquina se degrada, os níveis e
as formas de onda das vibrações também se alteram. O nível
de vibração, geraimente, aumenta e a forma de onda pode
alterar-se de diversas maneiras.

info@mobiusinstitute.org Copyright c© 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Página 24 Capítulo 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Assim, tudo o que temos de fazer é medir as vibrações, ver se


existem alterações e saberemos qualquer coisa, certo? Bom, não é
assim tão simples...
Durante anos e anos, Técnicos têm medido vibrações. Ainda hoje,
Técnicos "ouvem" as máquinas e ficam com uma ideia da sua
condição. Para ajudar, encostam uma chave de fendas ao ouvido
(o cabo!) e escutam os rolamentos.
Mas depois, surgiu o medidor de vibrações. Fornece uma indicação
global do nível de vibração. Era mais sensível que o ouvido, mas,
não permitia diferenciar os diferentes tipos de avarias.
Uma vez que se compreendeu a natureza das vibrações, foram
desenvolvidos novos medidores de vibrações com ênfase em
determinadas frequências (normalmente altas frequências) de
modo a dar uma indicação de problemas em rolamentos. Estes
parâmetros são usados ainda hoje - já deve ter ouvido falar em
"BCU", "shock pulse", "spike energy", "HFD" e outros.

Compreender as Vibrações
De modo a realmente compreender o que há de errado - numa
máquina, necessitamos de estudar as vibrações mais de perto.
Mas, como fazer? Como é que as vibrações se parecem?
Há medida que um veio roda numa máquina, num motor, por
exemplo, geram-se vibrações. Se os rolamentos não tivessem
atrito, não haveria carga, se estivesse perfeitamente equilibrado e
alinhado, e não houvesse gravidade, então, talvez não vibrasse.
No mundo real, todas as máquinas vibram.
Para uma máquina vibrar, têm de existir forças internas. Essas
forças podem ser devido a desequilíbrios, desalinhamentos, veios
empenados, desapertos, atritos, problemas eléctricos e outros
factores. A vibração que nós medimos é devida, por um lado, à
magnitude dessas forças, e por outro lado, à massa, rigidez e
amortecimento da máquina.
Para tentarmos compreender melhor as vibrações, devemos ver as
coisas do ponto de vista da máquina. Está correcto abordar o
movimento harmónico simples e a rigkiez e assim por diante, mas
pensamos que é necessário abordar o básico. Vamos ver dois
exemplos.
Primeiro, imagine urn:-4 nova
com oito pás. Com ventoinha ligada, se
puser a sua rr',r motor, poderá não
sentir gran..3c coisa - vamos assumir que
não nada (é uma excelente
ven.to ;nha!).
amos agora alterar o sistema. Vamos
adicionar um peso a uma das pás.
Colamos a cabeça de um alfinete a uma
pá. Ligamos novamente a ventoinha, de modo a rodar uma
rotação por segundo. Com a adição de um peso tão pequeno, acha
que sentirá alguma coisa? É provável que não (a menos que tenha
posto muita cola!).
Ou seja, a massa de desequilíbrio é desprezável em relação à
massa da ventoinha, e a velocidade de rotação do veio não é
suficientemente alta para gerar elevadas forças centrífugas.

info©mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações Página 25
Martual do Curso

Vamos agora aumentar o peso. Colamos a


maior moeda que tivermos na mesma pá!
Que tal uma moeda de ouro? É melhor usar
óculos de protecção! Com a ventoinha ligada
e a rodar à mesma velocidade, que sentirá
no motor?
O que sentiria é uma pulsação que parece
ter um período de um segundo. Isto faz
sentido porque a moeda percorre uma
revolução em cada segundo.
Se tiver a sua mão em cima do motor, vai sentir que a pulsação
atinge o seu pico quando a pá, que tem a moeda colada, passa no
ponto superior da rotação. Se observar a moeda a rodar, é capaz
de ficar tonto, mas, se tentar observar apenas o seu movimento
vertical, então verá algo interessante.

O movimento para cima e para baixo da moeda de ouro, parece-se


com o movimento de uma bola presa a uma mola. Este movimento
é designado por "movimento harmónico simples". Tendo em
consideração que a moeda de ouro é a fonte de vibração (por
assim dizer), a força na ventoinha e, por conseguinte, a vibração
sentida no motor estão sincronizadas com o movimento vertical da
moeda.
E se deixarmos agora, o ponto (a moeda...) mover-se ao longo da
"página" a uma velocidade constante, deixando um rastro para
trás. A curva que obtemos é uma "onda sinusoidal".

O pico rriáximo da onda sinusoidal ocorre quando a moeda está na


posição suprior e o pico mínimo quando a moedà está na posição
inferior. Isto é exactamente o que teria se instalasse um
transdutor de vibração na ventoinha e observasse o sinal no tempo
no visor de um analisador de vibração.
A onda sinusoidal é a representação de como a vibração
"instantãnea" se altera ao longo de tempo. A "forma de onda" faz
parte integrante da monitorização e análise de vibrações. Veremos
em breve como a forma de onda se altera à medida que a
velocidade de rotação varia e outras fontes de vibração são
adicionadas.
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 26 Capítulo 3 - Princ pios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Introdução do "Período" e "Frequência"


Esta é uma boa altura para aprender dois conceitos importantes. O
primeiro é o "período". Se medir o tempo entre dois picos
máximos consecutivos, este espaço de tempo é o período da forma
de onda. O segundo é a "frequência", que é o inverso do período.

Period

Frequency = ilPeriod

No nosso exemplo, a ventoinha rodava a uma rotação por


segundo, assim, o período é um segundo e o seu inverso também
é um. A frequência é então 1 ciclo por segundo. Ok, é bastante
fácil.
Se duplicarmos a velocidade de rotação da ventoinha e repetirmos
o exercício, vemos que as ondas estão agora mais juntas. O
período, o tempo entre as ondas, é agora menor (0,5 segundos)
porque demora metade do tempo para a ventoínha rodar uma
revolução. A frequência é agora 1/0,5 ou seja, 2 ciclos por
segundo.

Normalmente, fala-se em frequências em "ciclos por minuto" ou


CPM. A velocidade da nossa ventoinha é então de 120 CPM.
Naturalmente que a frequência em CPM é 60 vezes o valor da
velocidade de rotação em Hz (ciclos por segundo), porque existem
60 segundos num minuto!
Apesar da unidade "cíclos por segundo" ser mais fácil de
compreender, usa-se a unidade "Hertz" (abreviado - Hz). Assim, o
veio roda a 2 Hz.
Falta ainda aprender mais um termo. As unidades CPM e Hz são
termos genéricos para descrever qualquer frequência - a
frequência de um apito ou a frequência do ruído de uma caixa de
engrenagens. Mas, quando nos referimos especifícamente à
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute wWw.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo Princípios Fundamentais de Vibrações Página 27
Manuar do Curso

velocidade de rotação de um veio, usamos a unidade "rotações por


minuto" (RPM). A velocidade do veio é de 120 RPM.

Velocidade e Forma de Onda


Vamos examinar o efeito da velocidade de rotação na forma de
onda do sinal no tempo. À medida que aumentamos a velocidade
de rotação, a frequência aumenta e o período diminui - portanto,
os ciclos da forma de onda ficam mais apertados ou mais juntos.

Introdução da "Amplitude"
O próximo termo que vamos examinar é a "amplitude". A
amplitude revela-nos a severidade da vibração. A amplitude é igual
à altura dos ciclos. Se colocarmos duas moedas na pá da
ventoinha e voltarmos a marcar o nosso gráfico com a mesma
escala, a altura do gráfico será muito maior.

Introdução do "Pico-a-pico" e do "Pico"


Quando consideramos a amplitude no mundo das vibrações, temos
de introduzir dois novos termos. A amplitude pico-a-pico
(abreviado - "p-p") é a quantidade que se mede desde o pico
mínimo ao pico máximo.
A amplitude pico (abreviado - "p") é a quantidade desde o zero ao
pico máximo ou ao pico mínimo, aquela que for maior.

Na nossa onda sinusoidal, o valor pico-a-pico é exactamente o


dobro do valor pico, mas isto é apenas verdade núma onda
sinusoidal. Num sinal de vibração "real", o sinal máximo pode ser
maior ou menor que o sinal mínimo (em termos absolutos).

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 28 Capítulo 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Introdução do "Valor Médio"


O valor médio de um sinal é um termo raramente usado. É o valor
médio dos valores absolutos da forma de onda. Numa onda
sinusoidal, o valor médio é 0,637 vezes o valor pico.

Introdução do "Valor Eficaz RMS"


O próximo termo é o "valor eficaz" ou "valor RMS". O valor RMS
(Root Mean Square) é a raiz quadrada da médía dos quadrados
dos valores da forma de onda. No caso da onda sinusoidal, o valor
RMS é 0,707 vezes o valor pico, sendo apenas verdade neste caso.

O valor eficaz é proporcional à área abaixo da curva - se os picos


negativos forem rectificados (tornados positivos), e à área abaixo
da curva média correspondente a um valor constante, valor esse
que é proporcional ao valor eficaz.
Para uma onda sinusoidal pura, o valor efícaz é igual a 0,707
(1/raiz quadrada de 2) vezes o valor pico. Esta expressão é apenas
válida para uma onda sinusoidal.

info@rnobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações Página 29
Manual do Curso
Voltando ao nosso exemplo da ventoinha. Tentámos variar a
velocidade de rotação da ventoinha, mas a amplitude não se
alterou. Mas, na realidade, a amplitude certamente seria diferente.

O diagrama abaixo ilustra a relação entre o valor eficaz, o valor


pico e o valor pico-a-pico. Se ajustarmos a velocidade em 12 CPM,
o pico será 1 e o valor eficaz (RMS) será 0,707.

Speed 12 CPM Speed 24 CPM Speed 36 CPM

.707 1.0 Pk-Pk 2.0

É agora altura de tornar as coisas um pouco mais complicadas. Até


agora, o sinal de vibração tem sido bastante simples, apenas uma
ventoinha desequilibrada. A forma de onda também é muito
simples. Mas, e se pegarmos numa carta de um baralho e a
pusermos na ventoinha? A forma da vibração com certeza que se
alterará.

info@mobiusinstitu e.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobius nsitu e.org


Document ID: TCM 220405
Página 30 Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso
Além da vibração da ventoinha, vamos ouvir um ruído repetitivo.
Cada vez que a ventoinha roda uma revolução, ouviremos oito pás
a passar pela carta.

Speed 12 CPM Speed 24 CPM

Existem várias conclusões que podemos tirar deste exemplo.


Primeiro, conseguimos ver que a forma de onda tem uma pequena
"ondulação" sobreposta à onda sinusoidal dominante origínal. A
frequência da "ondulação" é oito vezes a frequência da velocidade
de rotação da ventoinha. Por exemplo, se a ventoinha rodar a 24
RPM, a frequência da "ondulação" é 192 CPM.
Verificamos também que o valor eficaz, o valor pico e o valor pico-
a-pico são agora diferentes. Uma vez que agora, o nosso sinal é
uma mistura de dois sinais, o valor pico poderá ser igual à soma
de ambos os sinais (na verdade, depende da relação de fase, que
veremos mais adiante).
É interessante saber que os termos "pico" e "valor eficaz" não são
termos abstractos que usamos para descrever formas de onda.
Durante muito anos, Técnicos tem usado medidores de vibração
para obter um "valor global" da vibração das máquinas. A leitura é
feita em valor eficaz ou valor pico (ou pico-a-pico).
Estas medições são ainda importantes hoje em dia. A maior parte
dos sistemas de monitorização da condição oferecem a opção de
medição do valor eficaz, podendo o mesmo ser alvo de análise de
tendência. O valor é calculado a partir da forma de onda ou a
partir do espectro, ou existe ainda um chip no colector de dados
que deriva o valor eficaz do sinal dinâmico.
Existem normas de severidade de vibração que estabelecem a
condição de uma máquina em função do seu valor eficaz. O
mesmo para o valor píco em máqufl com chumaceiras de
rolamentos, uma vez que é uma indicação da quantidade de
movimento do veio dentro da chumaceira.
Mais ainda, as unidades de vibração usadas para descrever a
amplitude de vibração são sempre referidas como RMS, pico ou
pico-a-pico, dependendo do tipo de unidade. Vamos abordar estes
tipos de medições, os tipos de transdutores, unidades e normas de
severidade mais adiante no curso. Por agora, queremos apenas
que saiba que este conceito é importante.

infokomobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações Página 31
Manual do Curso

Introdução da Fase
Vamos agora aprender acerca da fase. O assunto da fase tem
causado queda de cabelo e envelhecimento prematuro a muita
gente, mas, acredite que não é assim tão difícil de perceber!
Nota: Neste exemplo, não esperamos que siga o exemplo
com ventoinhas - use apenas a sua imaginação.
Voltando ao nosso exemplo com a ventoinha. Vamos arranjar uma
outra ventoinha. Meta a mão no seu bolso e retire outra moeda -
desta vez, uma moeda de níquel - e cole-a a uma pá na nova
ventoinha. Coloque as duas ventoinhas lado a lado, rode as pás
manualmente de modo a que ambas moedas fiquem na posição
superior e ligue as ventoinhas ao mesmo tempo. Como são
ventoinhas boas, irão acelerar até à velocidade de rotação nominal
ao mesmo tempo.
Agora coloque a sua mão esquerda numa ventoinha e a sua mão
direita na outra ventoinha. Consegue sentir ambas ventoinhas a
pulsar. E esta agora, estão ambas a pulsar em simultâneo; ambas
atingem o seu pico ao mesmo tempo. Ambas puisam em cada
segundo. Diz-se que as duas ventoinhas estão "em fase".

Vamos agora desligar as ventoinhas. Pegamos na primeira


ventoinha e rodamos as pás de modo a que a moeda fique na
posição superior. De seguida, pegamos na outra ventoinha e
rodamos as pás de modo a que a moeda fique na posição inferior.
Ligamo-las ao mesmotempo e colocamos as mãos nas ventoinhas
como anteriormente. O que sente?
Bem, deverá sentir que ambas ventoinhas puisam à mesma
frequência. Se olhar para c'ada uma delas, verá que a pulsação é
maior quando a moeda está na posição superior (desde que as
suas mãos estejam em cima da ventoinha). Mas, elas não pulsam
ao mesmo tempo.

info@mobiusinsUtute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 32 Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Fazendo recurso dos seus espectaculares sentidos, poderá dizer


que uma delas pulsa sempre meio segundo depois da outra
(continuam a rodar a uma rotação por segundo).
Se traçarmos o gráfico da vibração de ambas ventoinhas,
obteremos o seguinte:

Vemos no gráfico que as amplitudes são iguais e que a frequência


é a mesma, mas existe uma diferença em termos de tempo.
As duas ventoinhas dizem-se "desfasadas" a 180 graus. Se
considerarmos a onda sinusoidal da moeda de ouro como a forma
de onda de referência, podemos dividir um ciclo completo em 360
intervalos iguais. Cada intervalo corresponde a 1 grau de rotação
tendo cada rotação 360 graus. Se observarmos o pico da segunda
onda sinusoidal (moeda de níquel), ele é atingido 180 intervalos
(ou graus) após a primeira onda sinusoidal.

Se considerarmos o plano vertical da ventoinha co~uma


bússola, podemos constatar que, quando a moeda da primeira
ventoinha está no Norte, a moeda da segunda ventoinha está no
Sul, a 180 graus.

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 Princípios Fundamentais de Vibrações Página 33
Manual do Curso

Vamos repetir o exemplo, mas desta vez, vai estar a olhar de


frente para as ventoinhas. Vamos colocar a moeda, na primeira
ventoinha, na pá superior (Norte - 0 graus) e a moeda, na
segunda ventoinha, na pá a 90 graus da direita (Este - 90 graus).
E já agora, as nossas ventoinhas rodam no sentido dos ponteiros
do relógio quando as observamos de frente.

Ligamos, então, ambas ventoinhas e vamos senti-las! O que é que


sente? Nota que a segunda ventoinha, a que tinha a moeda
inicialmente a 90 graus, parece chegar ao pico da pulsação um
pouco antes da outra ventoinha chegar ao pico? De facto, ela
chega ao pico um quarto de segundo antes da outra, porque
quando chega à posição Norte (elas rodam no sentido dos
ponteiros do relógio), a outra ventoinha ainda está na posição
Oeste.
Se voltarmos a desenhar as nossas duas ondas sinusoidais, vemos
que os picos estão agora mais juntos. Continuam desfasados,
contudo, desta vez, a segunda ventoinha lidera a primeira por 90
graus.

info©mobiusinstitu e.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Página 34 Capítulo 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Então, a fase tem tudo a ver com o momento em que um evento


ocorre em relação a outro. No nosso exemplo considerámos a fase
a uma única frequência - a velocidade de rotação do veio. De
facto, a maior parte do nosso trabalho na análise de vibrações
passa por conhecer a fase à velocidade de rotação, e normalmente
saber apenas se algo está em fase (eventos que ocorrem
simultaneamente) ou desfasados a 180 graus (ocorrem em pontos
opostos do ciclo).
A fase é utilizada para diagnosticar avarias tais como: desequilíbrio
(o caso das nossas ventoinhas), desalinhamento, empeno de veio
e muitas outras. Podemos também detectar ressonâncias e
problemas de fundações flexíveis através da fase, assim como é
necessária nas equilibragens no local - mas, tudo isto será
abordado noutros capítulos deste manual.

Medindo Vibrações
Até agora, temos "medido" as vibrações com recurso à nossa mão
(e à nossa imaginação) - colocámos a nossa mão na ventoinha de
modo a sentir a vibração. O nosso exemplo demonstrou como o
nível de vibração se altera ao longo do tempo. Mas, de facto,
existem três características possíveis que nós podemos medir.

Introdução do "Deslocamento"
Vamos agora usar um exemplo ligeiramente diferente. Por
enquanto, vamos apenas observar um veio a rodar, e não uma
ventoinha. O ponto vermelho indica o ponto em que a nossa
massa de desequilíbrio (a moeda) foi colocada.
Em primeiro lugatyà medida que imaginamos o veio a rodar,
iremos ver que ele se moVrmenta idara cima e para baixo. Então,
pensamos que se tivermos uma maneira de medir a distância
entre um ponto de referência e o veio, iríamos ter o mesmo
padrão sinusoidal.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 Princípios Fundamentais de Vibrações Página 35
Manual do Curso

INSTItUTÉ
Copylight (c) Inetilmte
www.mobilsinsithsteorp Fan ;11 SPr,

O sensor prateado "genérico" que está por cima do veio, está a


realizar as medições.
Quando o veio está no ponto mais baixo do seu movimento, a
forma de onda está no seu ponto mais alto. Isto é porque o veio
está no ponto mais distante do sensor. Estamos a medir o
deslocamento.
Esta medição é designada por medição do deslocamento. No
capítulo "Aquisição de dados" iremos discutir como medimos o
deslocamento na realidade, as unidades usadas e as suas
limitações, mas, de momento, vamos apenas abordar os seus
conceitos.
A medição do deslocamento é muito importante porque é
proporcional à quantidade de tensão a que os rolamentos,
parafusos de fixação e outros componentes de aperto, estão
sujeitos. No caso das turbinas e das suas chumaceiras de atrito,
uma medição do deslocamento pode indicar-nos onde é que o veio
está em relação à chumaceira, e se existe fricção entre ambos.

nfo@mobiusnsfltute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 720405
Página 36 Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Introdução da "Velocidade"
Vamos considerar novamente o nosso veio. Observando o seu
movimento vertical, a partir da posição inferior, o movimento
vertical do veio acelera rapidamente, passa pelo ponto central à
velocidade máxima, e começa a desacelerar à medida que se
aproxima do ponto superior. Estamos agora a observar a
velocidade do veio.

Se observarmos o deslocamento e a velocidade simultaneamente,


podemos constatar que são ambos sinusoidais e que o veio atinge
a sua velocidade máxima (afastado do sensor) antes que o veio
chegue ao deslocamenta máxima, no ponto inferior da sua
rotação.

Agora que é um especialista em fase, consegue ver que a


velocidade comanda o deslocamento em 90 graus.
A velocidade é importante porque é proporcional às forças de
fadiga a que os rolamentos e outros componentes estruturais
estão sujeitos, sendo a causa mais comum de avarias em
máquinas rotativas. A maioria das suas medições de vibrações
serão representadas em unidades de velocidade.

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítu o 3 Princípios Fundamentais de Vibrações Página 37
Manual do Curso

Introdução da "Aceleração"
Já vimos o deslocamento e a velocidade, e como ambos se
relacionam. Vamos agora ver a aceleração.
Se observar o movimento vertical do veio, conseguirá ver que
desde o repouso no ponto inferior, terá de acelerar de modo a
atingir a velocidade máxima no ponto central, desaceierando de
seguida até ao repouso no ponto superior.

""):
1N 'TITUTE
Copyright (c) 2(XZ solbárs Institsste
wwinowemblusànstitute.org

Acceleration

Imagine que está sentado em cima do veio - esqueça que o veio


está rodar. As maiores forças de aceleração no seu corpo ocorrem
quando está a acelerar para a posição superior e imediatamente
depois, quando é puxado para trás. Quando atravessa o ponto
central, as forças no seu corpo não são grandes, mas depois, os
"travões" são accionados à medida que avança para a posição
inferior, (.-elerando novamente depois.
Assim, a aceleração é também sinu I. ,

máximo ocorrem em tempos exactamente opostos ao


deslocamento do veio. Estão desfasados 180 graus.

gj Acceleration
Velocity

Se pusermos todas as curvas juntas, podemos ver a relação da


fase entre as três. Poderá questionar-se, porque é que a relação
da fase é importante. Quando estudar a questão da medição e do
processamento de sinal, tudo será mais claro.

into©mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 38 Capítulo 3 Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso
A aceleração é importante porque é proporcional às forças na
chumaceira. Conforme iremos ver no capítulo da medição, a
aceleração (G) é mais importante em máquinas com velocidade
elevada ou com componentes de elevada frequência (> 120.000
CPM). Enquanto que o deslocamento pode ser muito pequeno e a
velocidade moderada, os níveis de aceleração podem ser elevados.
Por outro lado, o desiocamento (mm ou pm) é o melhor parâmetro
para máquinas de velocidade baixa, menor que 100 RPM. O
movimento pode ser elevado, enquanto que a aceleração é
reduzida. Mo meio, usamos a velocidade (mm/s ou in/s). Mas, não
se preocupe, iremos desenvolver este assunto com mais detalhe
no capítulo da medição.

O Sinal no Tempo e o Espectro


Acabámos de ver a forma de onda da nossa ventoinha virtual.
Também vimos que, se simularmos a inserção de uma carta nas
pás da ventoinha, iremos obter uma frequência adicional na forma
de onda - uma frequência de 8 vezes a frequência da ventoinha.
Na realidade, uma máquina tem diversas fontes de vibração. Os
rolamentos, as pás da turbina de um ventilador, as barras do rotor
de um motor e ressonâncias, todos geram vibrações a frequências
diferentes.
Então, como é que isto tudo nos ajuda? Bem, a análise de
vibrações é a arte de observar alterações na forma das vibrações e
relacionar essas mesmas alterações com o desenho mecânico das
máquinas. Vamos observar dois exemplos básicos para ver se
consegue chegar às conclusões correctas.
Imagine que conseguia adquirir uma forma de onda da sua
ventoinha todas as
semanas. À medida que
uL;C:r. Jd as formas de
onda da ventoinha, chega
à conclusão que a
frequência é a mesma da
velocidade de rotação da
ventoinha, mas os níveis
vêm aumentando. É
como se aiguém
aumentasse lentamente o
tamanho da moeda de modo a provocar um desequilíbrio cada vez

E se, por outro lado, o


sinal principal se
mantivesse igual, mas a
vibração devido à
ventoinha aumentasse.
Podemos ver que o sinal
princípal está ígual,
apenas a frequência mais
elevada é que se alterou.
É como se as pás da
ventoinha passassem cada vez mais contra a carta.
Agora que está familiarizado com estes sinais, esperamos que seja
capaz de díagnosticar qualquer tipo de problema em relação a esta

in o@rnobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute wwv,Lmobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 — Princípios Funda entais de Vibrações Página 39
Manual do Curso

ventoinha. Será capaz de o fazer, porque conseguirá reconhecer as


mudanças nos níveis de vibração e nas formas de onda. E isto é
que é análise de vibrações.
O sinal no tempo é muito útil na análise de vibrações. Permite-nos
ver exactamente como é que as vibrações se alteram de um
momento para outro. Se ocorrer um impacto (uma esfera de um
rolamento a chocar com uma fissura na pista interna do
rolamento), é expectável ver um pico na forma de onda do sinal no
tempo.

Introdução do Espectro
Vamos voltar à nossa forma de onda do sinal no tempo e vamos
considerar outro modo de representar esta informação. Nós
sabemos que existe um sinal na forma de onda, que é uma onda
sinusoidal pura, à velocidade de rotação.

Mas, quando mudámos o exemplo ao inserir a carta na ventoinha,


a forma de onda alterou-se.

O que pensa que veria se a moeda fosse retirada da ventoinha,


mas a carta se mantivesse? Continuaríamos a ter a vibração das
pás da ventoinha a bater na carta (o que ocorre a 8 vezes a
velocidade de rotação, uma vez que existem 8 pás), mas a
componente de frequência mais baixa, do desequilíbrio,
desapareceriá, „

Então, conseguimos perceber que, se adicionarmos ambos efeitos,


a moeda e a carta, obtemos a adição dos dois sinais. De facto, isto
é verdade, podemos adicionar sinais e o resultado depende da
frequência, da amplitude e da fase de ambos sinais.
A forma de onda do sinal no tempo é bastante útil, mas, à medida
que mais fontes de sinal são introduzidas, torna-se mais difícil
interpretar o que está a acontecer na nossa máquina. No nosso

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitut e.org


Document ID: TCM 220405
Página 40 Capítuto 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

caso simples, conseguíamos ver que os dois sinais tinham duas


frequências e amplitudes diferentes.
Extraímos essa informação, nas nossas mentes, de modo a
relacionar o padrão da vibração com o que aconteceu com a
máquina.
Mas, existe outro modo de estudar a vibração, designado por
"espectro". O espectro de frequência é derivado do sinal no tempo
através de um processo chamado Fast Fourier Transform ou FFT.
Vamos construir outro gráfico. Desta vez, o eixo das abcissas
(eixo-x) é a frequência, em vez do tempo. Lembre-se que quanto
mais rápida a máquina, maior a frequência. O eixo das ordenadas
(eixo-y) é a amplitude.

11 1 1 11 1 111

5 6 7 8 9 10
Frequency (Hz)

Vamos começar com o gráfico. Desenhámos um gráfico que


começa com 0 Hz (i.e. com a máquina parada) até 10 Hz. Lembre-
se que 10 Hz quer dizer 10 ciclos por segundo ou 600 ciclos por
minuto. O eixo das ordenadas tem uma escala de O (sem vibração)
até 6 - não se preocupe com as unidades, por agora.
Agora, vamos desenhar uma linha para a ventoinha com a moeda
colada, que roda a 1 ciclo por segundo (60 CPM). Vamos assumir
que a amplitude é 3.

7 8 O 10
Frequency (Hz)

E se pusermos uma moeda maior na pá da ventoinha, de modo a


duplicar o nível de vibração? Vemos que a linha no nosso gráfico é
duas vezes maior - mas, a frequência manteve-se inalterada.

8 9 10
Frequency (Hz)

E se duplicarmos a velocidade de rotação da ventoinha


(esquecendo que o nível de vibração aumentará devido às forças
centrífugas adicionais)? O comprimento da linha não sofrerá
alterações, mas passará para 2 Hz.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações Página 41
Manual do Curso

Vamos agora retirar a moeda, voltar a ajustar a velocidade em 1


Hz e introduzir a carta, de modo a entrar em contacto com a ponta
das pás da ventoinha. Pode ouvi-la a bater nas pás - e tudo o que
ouve é a vibração a 8 vezes a velocidade de rotação da ventoinha.
Mas, o nível é apenas um terço do nível existente quando a moeda
estava colada à pá. Então, a frequência é de 8 Hz e a amplitude é
apenas 1.

Amplitude
6•
NdANWtNA
5
4

11 , 1 1 1
5 6 7 O 9 10
Frequency (Hz)

Se forçássemos um pouco mais a carta, de modo a aumentar o


contacto com as pás da ventoinha (sem diminuir a sua velocidade
de rotação), então, o comprimento da linha aos 8 Hz aumentaria.

Amplitude
6-
5-

O
7 8 9 10
Frequency (Hz)

Consegue ver o que está a acontecer? À medida que alteramos a


fonte de vibração, o nosso gráfico também se altera do mesmo
modo. Ou é a amplitude que se altera (o comprimento da :;nha),
Ou é a frequência (a posição horizontal da linha), ou são ambas.
Isto é um espectro.

Esta ilustração mostra-nos que o processo de criação de um


espectro de frequência passa pela decomposição da forma de onda
do sinal no tempo nas suas partes constituintes, determinando a
frequência e amplitude destas últimas, de modo a construir o
espectro.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 42 Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Outra maneira útil de estudar o modo com um espectro é obtido é


a ilustrada de seguida. Separamos as formas de onda nas suas
partes constituintes e separamo-las de acordo com a sua
frequência.
Se observarmos as formas de onda de lado, de modo a apenas ver
a sua altura, vemos o espectro.

leeelleg
."11r Frequency

Amplitude Ir"lh
pr
~i
Spectrum

Time
Waveform

De facto, podemos levar esta linha de raciocínio ainda mais longe.


Acontece que qualquer forma de onda, por mais complexa que
seja, é constituída por diversas formas de onda de diferentes
frequências e amplítudes. Podemos dizer que a FFT é
simplesmente a decomposição da forma de onda complexa nas
diversas ondas sinusoidais individuais, e representá-las num
espectro.

"Ordens" - Uma Unidade de Frequência Diferente


Já reparou que muitas vezes nos referimos à frequência como uma
quantidade relativa à velocidade de rotação e não em termos
absolutos, por exemplo em CPM ou Hz? Saber a frequência em Hz
ou CPM é útil, no entanto, geralmente é mais útil sabê-la em
termos relativos à velocidade de rotação.
Se afirmar que o pico a 1X é elevado, a maioria dos analistas de
vibração saberão que o que está a dizer é que o pico à velocidade
de rotação (porque a frequêncía é 1 vez a velocidade de rotação
da máquína) é elevado. No nosso exemplo, podemos referir o pico
a 8X como o pico de "passagem de pás" a 8 vezes a frequência da
velocidade de rotação.

info@rnobiusinstitute.org Copyright () 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações Página 43
Manual do Curso

Este exemplo era muito


fácil - porque a nossa
máquina roda a 1 Hz.
Mas, mesmo que a
nossa ventoinha
rodasse a 0,5 Hz ou 20
Hz, a frequência da
componente devido ao
roçar das pás contra a
carta será sempre 8
vezes essa frequência.
Então, em vez de
representar o espectro
com o eixo das abcissas
(eixo-x) em unidades Hz
(ou CPM), podemos
mudá-lo para ordens. O
pico a 1X é uma ordem
e o pico a 8X são 8
ordens da velocidade de
rotação. Basta então,
pegar na frequência e
dividi-la pela velocidade de rotação.
À medida que abordamos máquinas mais complexas, com um
número maior de partes rotativas, a forma de onda do sinal no
tempo e o espectro tornam-se mais complexos.

Revisão
Vamos apenas rever os pontos importantes. O primeiro é que cada
componente rotativo será responsável pela geração de um ou mais
sinais a uma determinada frequência, amplitude e fase.
A combinação de todos os sínais (que podem ser medidos num
determinado ponto da máquina) contribuem para a formação da
forma de onda do sinal no tempo. A forma de onda pode mesmo
incluir ruído, vibrações provenientes de outras máquinas e sinais
que são simplesmente gerados devido ao modo como os sinais se
misturam.
Podemos decompor qualquer forma de onda de sinal no tempo
num número "ínfinito" de sinais puros individuais, cada qual com
uma frequência, amplitude e fase. Podemos representar esses
sinais indivíduais como um espectro.
Cada línha num espectro representa um sinal individual. A altura
da linha representa a sua amplitude, e a sua posição ao longo do
eixo das abcissas (eixo-x) representa a sua frequência.
A frequência pode ser representada por um valor absoluto,
tipicamente em Hz (Hertz ou ciclos por segundo) ou CPM (ciclos
por minuto) - sendo CPM, o maís comum nas nossas aplicações.
Em vez de representarmos a frequência em CPM no espectro,
podemos também dividir todas as frequências pela velocidade de
rotação da máquina. A unidade passa a ser "ordens". Assim, a
linha do espectro à velocidade de rotação da máquina é a "la"
ordem.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 44 Capítuto 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Fazemos isto porque a maioria das frequências de interesse estão


de algum modo relacionadas com a velocidade de rotação da
máquina. Se a máquina fosse um pouco mais lenta, então, os
picos no espectro iriam mover-se para a esquerda deste últímo. Se
a velocidade fosse um pouco mais elevada, os picos mover-se-iam
para a direita.
Através da "normalização de ordens" (é assim que este processo é
conhecido), os picos mantêm-se no mesmo sítio do espectro,
apesar da velocídade de rotação da máquina. Mas esta não é a
razão mais importante para a "normalização de ordens".
Quando determinamos a frequência expectável de cada pico no
espectro, é normalmente uma razão da velocidade de rotação. No
nosso exemplo, tínhamos uma ventoinha que gerava um pico à
velocidade de rotação. Chamamos a isto um pico a 1X (uma vez a
velocidade de rotação).
Também vimos que se puséssemos uma carta junto das pás da
ventoinha, iríamos obter uma frequência a 8 vezes a frequência da
velocidade de rotação. O espectro mostra então um píco a 8X.

Introdução das Frequências Características


Vimos que os padrões das formas de onda e dos espectros são
baseados nos elementos rotativos da máquina. Foi muito fácil o
estudo da nossa ventoinha e a determinação da localização dos
seus picos no espectro - não quer dizer que os mesmos aparecem
no espectro, apenas que eles deverão aparecer no caso da avaria
ocorrer.
À medida que pensamos nos tipos de máquina que existem na
indústria, podemos concluir que o número de frequências
expectáveis num espectro aumentará. Terá de aprender a forma
de estudar uma máquina e a calcirlar essas frequências -
conhecidas como "frequências características" ou "frequências de
avarias".
Vamos começar pelo princípio. Se tiver um veio rotativo, por
exemplo um motor, é expectável a geração de uma frequência à
frequência de rotação. Se o veio rodar a 1.000 CPM, então, será
de esperar o aparecimento de um pico no espectro a 1.000 CPM.
Aprendemos também que é bastante mais fácil descrever
frequências no espectro por ordens - múltiplos da velocidade de
rotação. Chamaremos ao veio do nosso motor, a velocidade de
referência ou 1X.
Vamos agora considerar a turbina de arrefecimento do motor. A
nossa turbina tem 8 pás. O que acha que aparecerá no espectro se
existir desgaste ou qualquer tipo de problema de escoamento?

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações Página 45
Manual do Curso

A frequência associada à turbina de arrefecimento aparecerá a 8X


(ou 8.000 CPM).
Muito bem, vamos então dar o próximo passo. Vamos juntar um
impulsor do compressor ao nosso motor. Existem chumaceiras de
rolamentos na máquina, um acoplamento e o impulsor. Vamos
construindo lentamente a lista de frequências características desta
máquina - mais tarde, iremos torná-la ainda mais complexa.
Em primeiro [ugar, vamos olhar mais de perto o compressor. O
nosso interesse principal, de momento, é o impulsor rotativo - ou
as pás do impulsor. Vamos analisá-las exactamente do mesmo
modo que usámos para a turbina do motor.
Se tivermos 12 pás, qual a frequência que será gerada - 12 vezes
a velocidade do veio. No nosso modelo, o veio do compressor é
directamente accionado pelo motor - estando a rodar à mesma
velocidade (1X ou 1.000 CPM) do motor.

Se considerarmos agora a totalidade da máquina,


três frequências de interesse, a velocidade do motor e do veio do
compressor, a velocidade das iSás da turbina do motor, e a
velocidade das pás do impuisor do compressor.

• 1 •
6 7 8 9 10 11 12
Frequency (orders)

Lembre-se que, apesar do impulsor rodar a 1X, se estiver sentado


no corpo do compressor observando-o, para cada rotação do veio,
irá ver passar 12 pás. Assim, no caso de uma avaria envolvendo

info@mobiusinstitute.org Copyríght © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 46 Capítulo 3 Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

as pás, irá ver um pico no espectro a 12X. Se o impulsor estiver


desequilibrado, verá um pico a 1X - a taxa de rotação do impulsor.
Vamos discutir avarias específicas mais tarde, mas por agora é
necessário compreender as frequências envolvidas.
Antes de avançarmos, é necessário lembrar que temos estado a
calcular as frequências em ordens. Quando estudarmos o espectro,
ou pensarmos na configuração necessária no colector de dados de
modo a analisar esta máquina, poderá ser necessário determinar
as frequências reais.
Se a máquina rodar a 1.000 CPM, qual serão as frequências de
"passagem das pás da turbina do motor" e de "passagem das pás
do compressor"? Ok, não é muito difícil, elas serão 8.000 CPM e
12.000 CPM, respectivamente. Simplesmente, multiplicamos a
velocidade de referência pelo número de ordens.
As frequências características são usadas para nos ajudar a
diagnosticar avarias em máquinas rotativas. Estes cálculos
permitem-nos calcular onde é que os picos aparecerão no espectro
(i.e. quais as frequências que são geradas).
Usámos a turbina do motor e o impulsor do compressor como
exemplos para mostra como as frequências características são
calculadas. Uma máquina rotativa terá muitos mais componentes
rotativos: ventiladores, sopradores, bombas, turbinas,
misturadores, ferramentas e muitos mais.
A frequência característica é calculada como a velocidade do veio
multiplicada pelo número de elementos. Por exemplo, se um
ventilador tiver seis pás, a sua frequência característica é 6 vezes
a frequência da velocidade do ventilador. Se uma bomba tiver oito
palhetas, a sua frequência característica é oito vezes a velocidade
de rotação da bomba.

info@mobiusinstitute.org Copyríght 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.ora


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações Página 47
Manual do Curso

Frequências Características de Rolamentos


Vamos ver cálculos mais complicados. Um componente muito
comum em máquinas rotativas é o rolamento. Existem quatro
frequências características com interesse: frequência da pista
interna (BPI - Ball Pass Inner Race), frequência da pista externa
(BP0 - Ball Pass Outer Race), frequência da gaiola (FT -
Fundamental Train) e frequência dos elementos rolantes (BS - Ball
Spin).
Se tivermos as frequências características em ordens (por exemplo
FT = 0,4X), então tudo o que precisamos para calcular a
frequência final é multiplicar essa ordem pela velocidade do veio
onde se encontra instalado o rolamento. No entanto, se o gráfico
se encontrar normalizado por ordens, então teremos apenas que
observar a ordem 0,4 no eixo dos x.
Alternativamente poder-nos-á ser dada a seguinte informação
física: número de esferas, diâmetro das esferas, distância entre
pontos e ângulo de contacto.

Defect on Inner Race (BPI) = 1- n (1 + dD cos a )


2

Defect on Outer Race (bPC) - 1 (1 - dr1


- cos a )

Defect on Cage (FT) = 1 ( i d- cos a )


2 D
2
Defect on Ball (BS) = P- [1 + cos 2a I
2d
Where:
d = Ball Diameter
D = Pitch Diameter
n ul csails
A= Contact Angle

Estes cálculos são complicados e não é de esperar que memorize


estas expressões! A maior parte dos softwares actuais têm bases
de dados de rolamentos que permitem determinar as frequências
características do seu rolamento. É apenas uma questão de
determinar a velocidade de rotação do veio e ir multiplicando.

info@)mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institu www.mobiusinstitu e.org


rrocument ID: TCM 220405
Página 48 Capítulo 3 Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Frequências Características de Engrenagens


Vamos agora dar mais um passo. Tendo apenas um único veio, a
máquina que temos visto é bastante simples. Vamos agora juntar
uma caixa de engrenagens.

A própria caixa de engrenagens gera novas frequências


(provenientes do engrenamento dos dentes das engrenagens),
mas mais importante por agora, é o facto de alterar a velocidade
de rotação no veio de saída.
O cálculo da velocidade de rotação do veio de saída é
relativamente simples. Dividimos simplesmente o número de
dentes do pinhão de entrada pelo número de dentes do pinhão de
saída, e multiplicamos o resultado pela velocidade de rotação do
veio de entrada.
Por exemplo, se o pinhão de entrada tiver 12 dentes e o pinhão de
saída 24 dentes, então o veios de saída rodará a metade da
rotação do veio de entrada. Se o veio de entrada rodar a 1.000
CPM, o veio de saída rodará a 500 CPM.
Então, se adicionarmos a caixa de engrenagens ao nosso
compressor, o que acontecerá? Estando o motor a rodar a 1.000
CPM, e tendo uma caixa de engrenagens com 12 e 24 dentes,
conforme o exemplo anterior, o veio de saída rodará a 500 CPM.
Temos agora duas velocidades de veios, um a 1X e outro a 0,5X.

7 8 9 10 11 12
Frequency (orders)

Então e a frequência de passagem de pás da turbina do motor?


Qual é a frequência de "passagem de pás"? É o dobro do que era?
É metade do que era? Ou mantêm-se inalterada? Claro, não se
alterou porque a velocidade do motor manteve-se igual e a turbina
do motor está directamente acoplada ao veio do motor.
E em relação à frequência de "passagem de pás" do compressor?
Alterou-se? Continuamos a ver passar 12 pás no nosso ponto de
referência, mas não estão a passar mais devagar? Sim, a
frequência será 6X a velocidade do motor (mas mantêm se 12X a -

velocidade do veio do compressor).

in oÇã'imobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações Página 49
Manual do Curso
Então, agora o nosso espectro terá uma frequência a 1X devido ao
motor, a 0,5X devido ao veio do compressor, a 8X devido às pás
da turbina do motor e 6X devido às pás do compressor.

4 8
E; 13 11 1:
Frequency (orders) Frequency (orders)

Para manter a representação fácil de entender, podemos dar a


cada veio o seu nome. O veio do motor será "XM" e o veio do
compressor "XC". As frequências características podem então ser
designadas de acordo com o seu veio/componente.

Componentes de Transmissões
Existem diversos componentes mecânicos que são usados para
alterar (transferência de potência) a velocidade de uma máquina.
Dois desses componentes comuns são as caixas de engrenagens,
que podem variar em tamanho, forma e configuração, e as
transmissões por correias.
No nosso primeiro exemplo, tínhamos uma caixa de engrenagens
com uma redução bastante simples que reduzia a metade a
velocidade. A razão de velocidades da caixa de engrenagens (ou
da correia de transmissão, acoplamento viscoso, ou outro
componente de transmissão) é normalmente referida como
accionamento: accionada. No nosso exemplo era de 2:1. Se a
entrada da caixa de engrenagens fosse 2.000 CPM, a saída da
caixa de engrenagens seria de 1.000 CPM.
Na análise de vibrações, é necessário determinar a razão de
velocidades de componentes como: caixas de transmissão,
correias de transmissão, correntes de transmissão, acoplamentos
viscosos e outros meios de transmissão. Consegue fazê-lo através
da determinação das velocidades de entrada e de saída (com
recurso a uma lâmpada estroboscópica, por exemplo) ou através
de informação mecânica do componente e calcular
subsequentemente a razão.
Vimos que podemos referir-nos a mudanç.: em
termos de entrada:saída. Por exemplo, 1:4 será um
acelerador com a saída quatro vezes mais rápida que a entrada.
Existe uma frequência característica fundamental que será
necessário calcular: a frequência de engrenamento. A frequência
de engrenamento é o número de
dentes da engrenagem
multiplicado pela velocidade de
rotação de veio.
Então neste exemplo temos 12
dentes na entrada e 24 dentes na
saída. A frequência de
engrenamento é 12 vezes a
velocidade da entrada, ou 24
vezes a velocidade da saída.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Página 50 Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Vamos ver um exemplo. Se a velocidade da entrada for 1.000


CPM, então a frequência de engrenamento é 12.000 CPM. A
velocidade de saída é (1.000x12)/24=500 CPM. Confirma-se a
frequência de engrenamento: 500x24=12.000 CPM. A frequência
de engrenamento é igual, não importando qual a engrenagem que
escolhe para a calcular.

Caixas de Engrenagens de Vários Andares


Em caixas de engrenagens de vários andares, a velocidade de
saída é calculada tendo em consideração cada mudança de
velocidade e mais uma vez, a frequência de engrenamento é
calculada como o produto do número de dentes pela velocidade da
engrenagem, tendo no entanto de considerar os veios intermédios.
Para começar, vamos calcular a velocidade de rotação de cada
veio. Temos de começar no veio de entrada, calcular a frequência
de engrenagem e determinar a velocidade de rotação do veio de
saída. Se este veio engrenar noutro conjunto de engrenagens,
então o primeiro será referido como veio intermédio.
Seguimos então para outro conjunto de engrenagens, calculamos
a frequência de engrenagem como anteriormente e juntamos a
razão de velocidades do veio intermédio.
Normalmente, será capaz de determinar as frequências de
engrenamento, mesmo que não saiba o número de dentes das
engrenagens, assumindo o seguinte: a) o número de dentes das
engrenagens é um número primo; b) observando o espectro e
procurando um pico de elevada frequência.
As razões serão designadas como "entrada:intermédio:saída". Por
exemplo: 1:8:17 quer dizer que uma velocidade de entrada de
1.000 CPM, resulta numa velocidade de saída de 17.000 CPM e
uma velocidade do veio intermédio de 8.000 CPM.
Vamos ver um exemplo. Na nossa caixa de engrenagens temos 35
dentes na engrenagem de entrada e 13 dentes na entrada da
engrenagem intermédia. A segunda engrenagem intermédia tem
27 dentes e o pinhão de saída tem 15 dentes.

35 teeth

27 teeth

72692 CPM

4846 CPM

15 teeth
2692 CPM

Vamos ver o primeiro par de engrenagens. A razão de dentes é


35/13=2,692. Assim, a velocidade será aumentada por um factor
de 2,692 através do primeiro andar. Isto também quer dizer que o
veio intermédio roda a 2.692 CPM.
Podemos também calcular a frequência de engrenamento do
primeiro andar. Será 35X (35 dentes no pinhão de entrada).

infokbmobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítu o 3 Princípios Fundarnentais de Vibrações Página
Manual do Curso

Temos agora de calcular a velocidade e frequência de


engrenamento do veio de saída. A razão do segundo andar de
engrenamento é 27/15=1,80. No entanto, ainda estamos a
referenciar-nos ao veio de entrada, então a velocidade será
2,692x1,80=4,846. A velocidade é então 4.846 CPM.
E finalmente, a frequência de engrenamento será o número de
dentes na entrada do segundo andar multiplicado pela velocidade
do veio intermédio (27x2,692) ou o número de dentes no pinhão
de saída multiplicado pela velocidade de saída (15x4,846). De
qualquer modo, chegamos a 72,69X ou 72.692 CPM.
Não obstante a complexidade da caixa de engrenagens, terá de
calcular cada conjunto de engrenamento de cada vez. Determinar
a velocidade de cada veio e multiplicá-la pela razão de dentes do
seguinte.

Transmissões por Correias


As transmissões por correias também são muito comuns na
indústria. À semelhança das caixas de engrenagens, são usadas
para transferir potência e realizar mudanças de velocidade.
O cálculo para máquinas com transmissões por correias é em tudo
semelhante às caixas de engrenagens de um único andar. Tem de
determinar o diâmetro de cada polia e calcular a razão (polia de
entrada/polia de saída).
Ao realizar estes cálculos, é sempre uma boa ideia parar um pouco
e criticar os resultados obtidos. Se o tamanho da segunda polia é
maior, então é natural que esta rode mais devagar.

O Nosso Exemplo
Muito bem, pegámos na nossa máquina e substituímos a caixa de
engrenagens de um andar por uma caixa de engrenagens de dois
andares. Vamos calcular as frequências de engrenamento. Os
detalhes desta máquina são: turbina de arrefecimento do motor
com 8 pás, impulsor do compressor com 12 pás, pinhão de
entrada com 43 dentes e 17 dentes no veio intermédio, 34 dentes
na segunda engrenagem do veio intermédio e 19 dentes no pinhão
de saída.
Vamos tornar o motor, a nossa referência. Considerando a
primeira frequência de engrenamento, a velocidade do veio
intermédio será: 43/17=2,592X. A frequência de engrenamento é:
43X
A próxima razão de engrenagem é 34/19=1,789X. No entanto, a
entrada desse par de engrenagens é 2,529X, sendo o veio de saída
2,529x1,789=4,524X. Com 34 dentes no veic
frequência de engrenamento será 34x2,529X=85,986X.
Se considerarmos as 8 pás na turbina do motor e as 12 pás no
impulsor do compressor, as frequências características são 8X e
(12x4,524)=54,288X.
Vamos agora ver tudo isto no nosso espectro. O nosso espectro
tem agora de ir até 90X por causa da elevada velocidade da
frequência de engrenamento do veio intermédio.

info@mobiusinstitute.org Copyright (d) 2005 Mobius Institute www.rnobiusins itute.org


Document ID: TCM 220405
Página 52 Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

.11 1 1 11 1 1 1 1 1 1 1 1
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 70 80 90
Frequency (orders)

Então, aqui o temos. É um espectro complexo, mas se o analisar


cuidadosamente, não é assim tão difícil compreendê-lo.
Em resumo, os passos a seguir para determinar as frequências
características são:
1. Em primeiro lugar, determine a velocidade relativa de cada
veios.
2. Depois, considere os componentes em cada veio e calcule as
suas frequências características únicas (frequências dos
rolamentos, frequências de passagem de pás, frequências de
engrenamentos e por diante). Certifique-se que entra em
consideração com a velocidade do veio.

Sinais
Até agora, estudámos a introdução às formas de onda e espectros.
Aprendemos também a observar o que interessa em espectros
obtidos em máquinas. Vamos agora ver como os sinais se
misturam e como a frequência e a amplitude da forma de onda
afectam o espectro.

Mudandco a Frequência
O que acontece quando mudamos a frequência? O que esperamos
que aconteça? As ondas juntam-se e o pico no espectro
movimenta-se para a direita indicando uma frequência mais
elevada.

F, 104 H, ¡I

info@rnobiusinstitute.org Copyriaht © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações Página 53
Manual do Curso

Ondas Quadradas e Harmónicas


Vamos agora ver a onda quadrada. Podemos ver que o espectro
alterou-se consideravelmente. De onde vieram estes picos todos?
Eles são múltiplos ímpares da nossa frequência fundamental.

Existe uma designação para uma série de picos como esta, que
são múltiplos inteiros de uma frequência. São chamados
"harmónicas". Irá ver frequentemente harmónicas na análise de
espectros e a maioria dos softwares de análise de vibrações
incluem ferramentas que permitem seleccionar a frequência
fundamental e saber se os picos existentes são múltiplos dessa
mesma frequência.
Neste exemplo, podemos ver as harmónicas ímpares que são
produzídas pela onda quadrada. Irá ver isto diversas vezes em
análise de vibrações em máquinas, quando, por exemplo, uma
máquina vibra, mas os extremos dos seus movimentos estão
restringidos (ou cortados), por exemplo, quando existe desaperto.
No entanto, normalmente, não iremos ver ondas quadradas puras.
Haverão transientes quando o impacto ocorre e ambos
movímentos para cima e pará baixo não estão restringidos (apenas
o movimento para cima, por exemplo). A forma da onda altera-se
e o espectro apresenta harmóniças de todos os múltiplos, pares e
ímpares.

Onda Cortada
Vamos ver esse fenómeno mais de perto.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 54 Capítulo 3 — Princíp os Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso
bius iLearnlYib ion [learningtobter] vuswiteusabussusibre.cans

Sek.
a.15nnel Amplitude
iFundarnental4
immisec]
"

SitY5,.VE
Irr..145

traé,
Squam wave

i ncPillii -
apped {48Ve
i ; E
ffl+ t ' fl
rdent
1.
fili
,45dulabon

Beaing
-2

-4.
-5
i
O 05
,. j 1 Ifi
i ji 1
025 02
,

45

34

`->
500 000 1 5k
L ■n c. ree,

H+Ikrxf 111,

Temos agora uma onda sinusoidal com os extremos superiores


"cortados". Isto é o que podemos esperar quando o movimento do
veio ou do rolamento está restringido numa única direcção.
Podemos ver que aparecem harmónicas elevadas. Desta vez temos
todas as harmónicas e não apenas as harmónicas ímpares.
Teríamos harmónicas mais elevadas (com uma amplitude maior
em relação à amplitude da frequência fundamental), se a onda
fosse mais cortada, ou se existisse um transiente devido ao
impacto.

Transientes
Neste exemplo, simulámos a ocorrência de um transiente. Um
transiente é um aumento muito acentuado de amplitude, seguido
de um decréscimo igualmente acentuado de amplitude, por vezes
seguido de alguma ressonância.
.Learubiter ,g§

. 111111111:ff"1::::i 11111V
125,1, Ia 5X) Ampkude: 1016 mrnic.ec

Simulámos um caso extreme de um sinal transiente. Conseguimos


ver que temos um pico a 0,5X, 1X, 1,5X, 2X e por diante. Temos
harmónicas de "meia-ordem". Isto é observado quando um
desaperto extremo ocorre numa máquina. Em vez de harmónicas
1X, obtemos harmónicas 0,5X.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações Página 55
Manual do Curso

Modulação e Bandas Laterais


A modulação é um fenómeno muito comum na análise de
vibrações em máquinas. Se observar o botão de sintonização do
seu rádio, verá AM (Amplitude Modulation ou Modulação em
Amplitude) e FM (Frequency Modulation ou Modulação em
Frequência). Iremos focalizar a nossa atenção na modulação em
amplitude.
De modo a transmitir o sinal de rádio ao longo de longas distâncias
e de modo a distinguir uma estação de outra, é necessário
transmitir o sinal usando uma elevada frequência (-500 a 1.700
kHz). Esta é a frequência "portadora".

INIIIE111110111 II1
EMINI
111 111111111111
A música e a conversa do locutor estão sobrepostos - ou
modulados - na frequência portadora.

Quando o sinal chega ao rádio, a portadora é removida (é


desmodulada), resultando a baixa frequência - música e conversa.

11111
111W111911111111
1F 11111
M11111 hlh111M l MIKEIMIS

Se observarmos novamente o sinal modulâdo, o que conseguimos


ver? Podemos ver que a amplitude do sinal de alta frequência varia
periodicamente com o tempo. A amplitude do sinal de alta
frequência aumenta, diminui, aumenta e por diante. Poderá isto
acontecer numa máquina rotativa? Claro que pode.
Vamos ver um exemplo clássico de modulação - uma limalha na
pista interna de um rolamento.
medida que o veio roda, a limalha entra em contacto com cada
esfera. O impacto entre a esfera e a límalha causa um transiente
(por isso, sim! obtemos harmónicas!). O número de vezes que

info@mob sinst tute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 56 Capítuio 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

bate numa esfera, por rotação, é baseado na geometria do


rolamento, podendo ser facilmente calculado.
No entanto, quando a limalha está na zona de carga do rolamento,
o seu impacto com a esfera será mais elevado do que quando está
fora da zona de carga. O impacto é menor quando a limalha está
no cimo do rolamento, maior quando está na base do rolamento e
intermédio quando está entre os dois extremos.
Então, como pensa que será a nossa forma de onda de vibração?
Se o impacto é maior na zona de carga, poderá afirmar
correctamente que o nível de vibração será mais elevado. Então,
isto significa que o nível de vibração irá variar à medida que o veio
roda. O impacto é a frequência portadora e é modulado pelo
movimento para dentro e para fora da zona de carga, o que
acontece uma vez por rotação - a velocidade de rotação.

Running Speed Bearing tone

I 1:11 l I 11111 1 111ffir1111 1111!1111111,1 1 1111 1jI


I IMP"1 1111. 1 111 1(1111L'i)1 li i I 1(1
11 1111 i 1 :111il • II 1 lii 1 111

No diagrama abaixo, encontramos um exemplo real de um sinal


modulado obtido numa máquina. Consegue-se claramente ver o
sinal de elevada frequência, que é a frequência do impacto, e a
modulação de baixa frequência.

Lin Orders

Embora o termo "modulação" possa parecer uma designação


teórica, é muito importante em termos de análise de vibrações em
máquinas.
Se quisermos observar com mais atenção o espectro, vemos um
pico elevado à frequência portadora, rodeado de picos mais baixos.
Se estivesse a analisar um espectro semelhante a este, deveria
determinar a frequência central (portadora) e as frequências das
bandas laterais (modulação). Podemos assim diagnosticar avarias

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuio 3 Pri cípios Fundamentais de Vibrações Página 5 7
Manual do Curso
em rolamentos, em caixas de engrenagens, problemas eléctricos e
outras.

Frequências de Batimento
Outro fenómeno interessante e comum em análise de vibrações
em máquinas é as frequências de "batimento". Já esteve, alguma
vez, num avião de dois reactores em que a velocidade de rotação
de ambos é ligeiramente diferente? Consegue-se ouvir um ruído de
batimento de baixa frequência.
Este fenómeno ocorre sempre que
existam dois sinais com frequências
próximas uma da outra. Existem
situações em que, ou duas máquinas
instaladas lado a lado rodam à mesma
velocidade, ou quando duas
frequências dominantes estão
separadas por aiguns Hertz uma da
outra. O resultado é o ruído de
batimento.
Podemos ver que a forma de onda
parece-se com um sinal modulado -
mas não é.
Neste caso, as duas amplitudes são
iguais, pelo que se cancelam. Na
1 realidade, esta situação é rara.
Geralmente, os dois sinais que
originam o batimento têm amplitudes diferentes, não se
cancelando um ao outro.

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobíus Inshtute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 58 Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Medições de Níveis Globais


Até agora, temos abordado a forma de onda do sinal no tempo e o
espectro. Conforme tem visto, estas duas formas de representação
de vibrações são muito ricas em detalhes. No entanto, para alguns
Técnicos e para algumas aplicações, são ricas demais.
Em alternativa, existe a possibilidade de determinar um valor
singular que pode ser comparado com níveis de referência, de
modo a determinar a condição da máquina.
De facto, durante muitos anos (e ainda hoje), Investigadores de
todo o Mundo, têm tentado determinar um número "mágico"
global que possa ser usado como um nível "passa/não-passa" para
as máquinas rotativas. Têm havido muitas tentativas, baseadas
em medições directas e em cálculos com base em formas de onda
e espectros, mas, até à data, sem sucesso.
Isto não quer dizer que não existam excelentes "medições" que
podem ser utilizadas na análise de tendência e na comparação
com alarmes, no entanto, não existe o "parâmetro mágico" ideal.
Hoje em dia, a maior parte dos fornecedores de sistemas incluem
uma variedade de parâmetros de medida que podem ser sujeitos à
análise de tendência. Alguns são tecnologias patenteadas
comercialmente, outros são marcas comerciais para a mesma
tecnologia, e outros são apenas parâmetros standard na indústria,
sendo utilizados há muitos anos.

Nível Global
O "nível global" é o valor eficaz (RMS) do sinal. O valor eficaz tem
sido usado na medição de vibrações desde há muitos anos. Antes
da portabilidade dos analisadores de vibrações (hoje em dia,
colectores e dados), o nível global era o parâmetro de medição
mais comum. Ainda hoje, muitas empresas compram um simples
"medidor" de vibrações para medir, visualizar e armazenar o nível
global. É um guia prátíco para o nível de vibrações. Em geral, à
medida que a condição da máquina se deteriora, o nível global
(valor eficaz de vibração) aumenta.
O nível global é normalmente calculado, tendo em consideração, a
vibração na gama de frequência dos 10 Hz aos 1.000 Hz, apenas.
Deste modo, é possível utilizá-lo como uma referência para
comparação.
Em algumas aplicações, o nível global não é relevante. Por outro
lado, o nível de pico ou o nível pico-a-pico é usado, como um valor
escalar, para descrever a condição da máquina. Isto é
particularmente verdade em máquinas com chumaceiras de atrito,
onde são realizadas medições de desiocamento.
Infelizmente, o valor eficaz não nos diz muito acerca da máquina e
é bastante sensível aos sinais mais dominantes; tipicamente a 1X.
É praticamente impossível saber o que está errado na máquina e
não é muito sensível a alterações em sinais de baixa amplitude. É
mais uma ferramenta de detecção que uma ferramenta de análise.

info@mobhisinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações Página 9
Manual do Curso

Outros Parãmetros
Durante muitos anos, tem-se também desenvolvido parâmetros
"escalares" (número único) orientados para dados de alta
frequência, essencialmente para indicar a condição de rolamentos.
Estes parâmetros incluem: "BCU", "Spike Energy", "SEE", "HFD",
"Shock Pulse" e outros. Não entraremos em detalhes em relação a
estas medições neste manual; deverá consultar o manual do seu
equipamento (ou os fabricantes, se ainda não adquiriu um
equipamento) de modo a aprender com realizar as medições e
quais as respectivas limitações.
Actualmente, podemos calcular estes parâmetros "passíveis de
análise de tendência" de diversas maneiras. Podemos medir o nível
global e o parâmetro de "condição de rolamentos" com o colector
de dados, ou, podemos extrair os parâmetros a partir do espectro
(com recurso a software) para realizar a análise de tendência e a
comparação com alarmes.
Estes parâmetros incluem o factor de crista (nível pico a dividir
pelo valor eficaz), o nível máximo numa "banda" de frequência
definida pelo utilizador (e muitos outros parâmetros calculados a
partir de uma banda de frequência) e nível de severidade
(calculado por um software pericial).
Na maioria dos casos, estes parâmetros são usados para chamar a
atenção para uma máquina que poderá ter um problema. Poderá
então, analisar o espectro, o sinal no tempo e outros dados
disponíveis, de modo a determinar a condição da máquina e a
severidade da falha, caso esta exista.

Introdução ã Análise
Deverá possuir agora, uma boa compreensão de formas de onda
de sinais no tempo e espectros. Deverá também ter adquirido os
conhecimentos básicos acerca da fase, harmónicas (impactos) e
bandas laterais (modulação). Vamos agora rever como é que este
conhecimento pode ser aplicado na monitorização da condição.
A sua tarefa será recolher dados de vibrações em máquinas
periodicamente. As máquinas mais importantes serão medidas
mensalmente, enquanto que, as menos importantes serão apenas
monitorizadas trimestralmente.
Terá de ser capaz de rever os espectros e as formas de onda dos
sinais no tempo, de modo a qualqw-!, - LipC, de
avaria nas máquin- - dvarias poderão incluir: desequilíbrio,
desalinhP--.w, desgaste em rolamentos, desaperto em
rolamentos, problemas eléctricos, desapertos, desgaste nas pás
das bombas, desgaste nas pás de ventiladores, problemas de
engrenamentos e muitas outras falhas.
As boas notícias são que existem quatro tipos de avarias que são
mais comuns que todas as outras. Em aiguns círculos, estas são
referidas como o "grande quatro". São: o desequilíbrio, o
desalinhamento, o desaperto e os problemas em rolamentos.
Poderá, então, focalizar-se no estudo destas avarias, antes de
abordar as demais.
De modo a diagnosticar avarias em máquinas, necessitará de
estudar os espectros e as formas de onda dos sinais no tempo.
info@mobiusinstitute.org Copyright (ç) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Pá ina 60 Capítulo 3 Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curso

Não apenas, precisará de procurar os padrões de avarias nos


espectros, mas, terá também de observar os níveis, de modo a
determinar se são anormais. Mas, o que é "anormal"?
Os espectros aparecem em todas as formas e tamanhos, e se não
possuir uma vasta experiência nas máquinas em questão, irá
basear-se na detecção de níveis variáveis em detrimento da
observação de níveis absolutos.
Existem normas internacionais disponíveis que fornecem
orientações, no entanto, uma vez que o seu programa de
monitorização condicionada esteja implementado e a funcionar,
deverá comparar as medições recentes com medições anteriores,
ou com medições recolhidas em máquinas semelhantes.

ISO 10816 Severity Chart 1.772

1.102
DANGEROUS

0.709

0.441

11111~11111111111111111111111111111111 0.280
alerMEMINI~111111111111111111 ~
STILL PERMISSABLE
111111 0.177

0.110
AC EPTABLE
0.071

0.044

0.028

GOOD
0.018

0.28 0.011
m mr's uns mis rins
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4

Irá procurar uma alteração do nível de vibração. Uma alteração


indica um agravamento do problema, e normalmente, irá
monitorizar os níveis ao longo de um período de tempo.
Posteriormente, tentará identificar a origem da vibração
responsável pela alteração do nível; apesar de tudo, algumas
partes do espectro não sofrerão qualquer tipo de alterações.
Por exemplo, se o pico a 1X (o pico à velocidade de rotação)
aumentar ao longo de um período de tempo, enquanto o resto do
np.rmanece basicamente igual, a máquina está
Enquanto que, se o pico aparecer a
4,9X e existirem harmonicas, poderá assumir-se que existe um
problema no rolamento.
Mas, e se existir um elevado pico a 4,9X (com harmónicas) e esse
nível não se alterar ao longo do tempo? Parece claramente um
problema de rolamento, mas, se não se alterar, o que devemos
fazer? A vibração poderá vir de outra máquina, ou mesmo do
processo em si, ou pode ter origem noutro componente rotativo.
Se não se alterar e se considerar que não causa danos na
máquina, então poderá limitar-se a observar.
Tem havido casos em que, existem evidências de um problema
num rolamento há mais de um ano - mas, sem um agravamento
da condição da máquina, nenhuma acção é recomendada.

info©mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 3 - Princípios Fundamentais de Vibrações Pági[ a 61
Manual do Curso
Continue apenas a monitorizar a máquina até há ocorrência de
uma aiteração - e então, aja.
Existem várias comparações que pode levar a cabo:
• Pode comparar as medições actuais com medições anteriores
de modo a verificar como os níveis evoluíram com o tempo.
• Pode comparar espectros com outros obtidos em máquinas
semelhantes. Pode assim obter uma referência de como as
vibrações deverão ser.
• Pode também comparar o espectro obtido numa direcção,
p.e. vertical, com o espectro obtido noutra direcção, p.e.
horizontal. Uma máquina vibra nos três eixos e a
comparação entre eixos pode revelar informação muito
importante. Por exemplo, se ambos os eixos vertical e
horizontal tiverem amplitudes elevadas à velocidade de
rotação (lX), é quase certo que a máquina está
desequilibrada.
• Pode também comparar a vibração obtida num ponto com a
vibração obtida noutro ponto da mesma máquina. De modo a
diagnosticar um desalinhamento, deverá comparar o padrão
da vibração (e a fase, se possível) ao longo do acoplamento.
O gráfico standard a utilizar é o "espectro de comparação", em que
vários espectros são visualizados simultaneamente, uns em cima
dos outros:

Em alguns softwares, pode mesmo visualizar os espectros


"empilhados", estando neste caso, separados uns dos outros:
LIQ -HOT WATER PUMP TOISTSCR
STR 03132 -1H MOER D.E BRG

31-J414-89 1420

18440V-88 1129

1044OV.88 1290

04-CCT-88 1426

23-SEPS8 1147

01-SEP-88 0822
400 900 1290 1600 2000
Frecpercy in

info@rhobiusinstitute.org Copyright c© 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 62 Capítulo 3 — Princípios Fundamentais de Vibrações
Manual do Curse

Outro meio de comparar espectros, muito popular, é a "cascata".


Neste caso, são visualizados vários espectros, revelando padrões e
análises de tendência:

A análise de tendência é também muito útil. A análise de tendência


mais comum revela como o nível global evolui ao longo do tempo.
Normaimente, indica também os níveis de alarme:
LIQ -HOT WATER PUMP TO 1ST SCR
STR 03132 -11,1 MOTOR D.E BRG
12
I TreraI DispI.Y

OVERALL VALUE
10

FAULT

ALERT

Date, 10-NOV-88
100 120 140 160
Tinne: 12:00:48
Days, n 1 Arma, 9.721

Alguns softwares permiteir, realizar a análise de tendência da


amplitude dos níveis a frequêndas específicas, de modo a verificar
a evolução dos níveis ao longo do tempo.
Noutros programas, terá de definir bandas de frequência
específicas. Uma banda de frequência poderá estender-se de 0,9X
a 1,1X, dedicada ao desequilíbrio, e outra, de 1,9X a 2,1X,
dedicada ao desalinhamento. Os programas em causa permitem
então, a realização da análise tendência dos níveis dessas bandas.
O objectivo é a detecção de uma avaria que possa existir, o estudo
dos padrões de vibração, de modo a conhecer a natureza dessa
mesma avaria, e a comparação com outros dados para determinar
a severidade da avaria em questão. Após este processo, estará
apto a emitir a sua recomendação.

info@rnobiusinstitute.org Copyright Cr:"): 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
C pítu o 3 Princípios Fundamentais de Vibrações Pág i na
Manual do Curso

info@rnobiusinsdtute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 4
Medição de Vibrações
A medição de vibrações é a parte mais importante do seu
programa de análise de vibrações. Sem dados correctos, não pode
esperar obter bons resultados. Existem muitos clichés, mas há
boas razões para se dizer: "Entra lixo, sai lixo".
Na realidade, existem duas partes na recolha de dados correctos.
A primeira, consiste em garantir que está a utilizar o transdutor
adequado, montado de um modo correcto. A segunda, consiste em
assegurar que as medições são realizadas do mesmo modo de
cada vez que são efectuadas.
A repetibilidade é essencial.
Mas, o que é que envolve realizar uma boa medição? Como é que
podemos ter a certeza que temos a melhor medição possível?
Bem, o facto de estar a ler este curso já é um primeiro passo. Se
tiver interesse neste assunto, é meio caminho andado para realizar
um bom trabalho.
O primeiro passo consiste em seleccionar o tipo de transdutor
adequado. Terá de seleccionar entre transdutores de
deslocamento, velocidade e aceleração. Informações como, a
velocidade de rotação da máquina e o tipo de chumaceiras, têm
influência na selecção do tipo de sensor.
De seguida, terá de escolher a marca/modelo que se adequa
melhor ao ambiente de medição. Terá de considerar: a
temperatura de operação, restrições de espaço, presença de água
ou outros líquidos, e outros factores.
Depois, temos de ter em consideração a técnica de montagem do
sensor no ponto de medição. O tipo de máquina, a natureza da
superfície da máquina no ponto de medida e outros factores
ambientais, a gama de frequência exigida e a acessibilidade, sãn
factores determinantes. Terá de estudar cuidadosamente a
máquina e certificar-se que identifica o melhor ponto de medida,
onde será montado o transdutor.
No final deste processo, deverá saber qual o tipo de transdutor a
utilizar em cada uma das máquinas e como e onde montá-los.
Para a maioria das pessoas, apenas um ou dois transdutores serão
necessários, fazendo recurso a um método de montagem quase
sempre semelhante. No entanto, se tiver máquinas com
velocidades de rotação baixas ou elevadas, máquinas instaladas
em ambientes potencialmente perigosos, turbinas ou outras
máquinas com chumaceiras de atrito, então, chegará à conclusão
que necessita de uma selecção mais vasta de transdutores e de
métodos de montagem. Um único sensor não serve para todas as
aplicações.
Precisa também de ter em consideração os seus percursos de
medição. Cada vez que uma máquina é testada, as medições terão
de ser realizadas do mesmo modo, a máquina terá de estar a

infoetrnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org

Document ID: TCM 220405


Página 66 Capítulo 4 — Medição de Vibrações
Manual do Curso

funcionar da mesma maneira e o transdutor terá de ser montado


do mesmo modo e no mesmo ponto. As únicas diferenças deverão
ser as vibrações adquiridas.
E enquanto estiver junto da máquina, não se esqueça de manter
os seus olhos e ouvidos bem abertos! Sabia que um dos benefícios
de manter um programa de monitorização da condição é o facto de
que alguém vai junto das máquinas com a preocupação de avaliar
a sua condição. Ficaria surpreendido com aquilo que se consegue
encontrar.
E não esqueça as medições de fase. Apesar de não serem
normalmente realizadas numa base periódica, elas fornecem
informações muito úteis ao diagnóstico de avarias.
Uma vez que tenha recolhido medições há algum tempo, sabendo
que os seus métodos são reprodutíveis, deverá dedicar algum
tempo aos seus transdutores. Até os melhores sensores podem
falhar ou simplesmente sofrer desvios de sensibilidade. A
calibração anual dos mesmos é recomendável.

Princípios Básicos de Medição de Vibrações


Todos nós sabemos que as máquinas vibram. Sabemos agora que
as vibrações indicam-nos quais as forças existentes na máquina.
Mas, como podemos tirar partido desta informação? Necessitamos
de um transdutor (também designado por sensor) que converta a
vibração num sinal eléctrico, de modo a processá-lo e armazená-
lo.
Num mundo ideal, poderíamos comprar um único transdutor que
poderia ser usado em todas as aplicações e em todas as condições.
Tornaria a nossa vida muito mais fácil (apesar de tornar a vida dos
fabricantes mais aborrecida). Mas, iremos ver de seguida que tal
não é simplesmente possível.
Se regressarmos aos princípios básicos de vibrações, podemos ver
um veio a rodar e a vibrar. Vamos considerar a situação mais
simples, o veio a movimentar-se para cima e para baixo de modo
"harmónico" (movimento sinusoidal).

Vamos olhar com muita atenção para este movimento. Se


instalássemos um sensor "universal" fictício em cima do veio,
vamos ver o que poderíamos medir. Em primeiro lugar, vemos a

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 - Medição de Vibrações Página 67
Manuaí do Curso
distância entre o veio e o sensor a tornar-se cada vez mais
pequena, depois cada vez maior, e assim por diante. Se
medíssemos essa mesma distância e a representássemos num
gráfico ao longo do tempo, obteríamos a forma de onda do sinal no
tempo do deslocamento. Se o veio rodar relativamente lentamente
e se o veio se puder movimentar no interior da chumaceira, tal
como numa chumaceira de atrito, então, esta seria uma excelente
medição.
Mas, e se o veio rodar muito rapidamente no interior de um
rolamento de esferas? Acha provável que exista muito
deslocamento para medir? Claro que existe algum movimento
(deslocamento), mas, pensamos que é necessário procurar outro
tipo de medição. Em vez de medir o deslocamento (que na
realidade é reduzido a altas velocidades), podemos medir a
velocidade - qual a velocidade do movimento para cima e para
baixo.

Se observar cuidadosamente, constata que o veio movimenta-se


mais rápido quando o deslocamento é nulo e quando este último é
máximo, a velocidade é nula. Eles estão desfasados.
Mas, se acelerarmos o veio ainda mais, desde que as forças nao
sejam demasiado excessivas, o movimento do veio será mufto
pequeno. A velocidade será elevada, mas estará a mudar muito
rapidamente - move-se muito rapidamente numa direcção e
depois na outra. À medida que o veio ganha velocidade, esta
aceleração e desaceleração torna-se elevada, sendo a melhor
maneira de medir a vibração.

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 68 Capítulo 4 - Medição de Vibrações
M nual do Curso

A aceleração (ou desaceleração) é maíor quando a velocidade é


nula - quando tem de mudar de direcção. Então, a aceleração está
também desfasada da velocidade.
Mais ainda, a aceleração está desfasada do deslocamento, porque
quando a primeira é máxima, o deslocamento é mínímo e vice-
versa. Então, estão ambos desfasados - desfasados a 180 0 .
Se considerarmos agora os três parâmetros; deslocamento,
velocidade e aceleração, podemos claramente constatar que o
deslocamento e a aceleração estão desfasados a 180 0 , e a
velocidade está desfasada a 90 0 dos restantes doís.

On/off
Speed
INST1TUTÉ
tc,right (c) 2005 Moteus Irestituto
www.mabiclomtitute.rg

Ma:‹ veiodtv

Acteleration

Velotity

1.3i,,pf.:c.,ent

Conversão Entre Aceleração, Velocidade &


Deslocamento
Compreendemos agora a relação entre deslocamento, velocidade e
aceleração. Mas, sabía que existe outro modo de converter o sinal
de vibração entre os vários parâmetros? Ou seja, podemos medir a
aceleração, mas visualizar os dados em unidades de velocidade ou
deslocamento. Esta conversão é designada por "integração" ou
"diferenciação".

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 Medição de Vibrações Página 69
Manual do Curso
Quando integra um sinal de aceleração para velocidade (de longe a
conversão mais comum), este processo envolve uma mudança de
fase.
A informação de alta frequência é suprimida e a de baixa
frequência é amplificada. De facto, a informação de muito baixa
frequência é tão amplificada que temos de filtrar esta porção do
sinal, ou electronicamente (irá ouvir falar frequentemente do filtro
passa-alto no colector de dados, normalmente configurado entre
0,2 Hz e 50 Hz) ou/e no software.
O gráfico seguinte mostra a relação entre desiocamento,
velocidade e aceleração para um nível de vibração fixo de 0,1 IPS
(2,54 mm/s). Tenha em consideração que a escala dos eixos x e y
é logarítmica. O eixo-y indica o nível de vibração, enquanto que o
eixo-x indica a frequência. Conclui-se que a frequências muito
baixas, a aceleração produzida é muito pouca, enquanto que as
amplitudes de deslocamento são muito elevadas. O contrário é
também verdade nas altas frequências.

1,000
Displacement:
100 When the speed is less than
Displacement (mils p
1000 CPM and the machine
10 has journal bearings
EU 1 .0 Velocity:
(mils pp) When the speed is between
(ips)
(g) 0.1
600 CPM and 120,000 CPM
Velocity ips)
Acceleration:
.01 When the speed is areater
Acceleration (g) than 60,000 CPM
.001

.0001
1 1 100 1,000 Hz
.6 60 .6 6,000 60,000 cpm
FREQUENCY

Este gráfico fornece-nos muitas informações. Em primeiro lugar,


constatamos que a velocidade tem uma boa resposta em toda a
gama de frequência (lembre-se,que todos os transdutores têm
limites físicos e electrónicos, e necessitam de ser montados
correctamente).
Podemos também concluir que a aceleração não é apropriada para
medições de baixa frequência e o deslocamento não é indicado
para medições de alta frequência.
Este gráfico também nos mostra o que acontece às medições
quando são integradas de aceleração para velocidade, ou de
velocidade para deslocamento. A informação de baixa frequência é
amplificada, enquanto que a de alta frequência é reduzida.
O ponto de intersecção (onde os níveis de amplitude não são
afectados pela integração) encontra-se a aproximadamente 166 Hz
ou 9.960 CPM.
Pode realizar estes cálculos com recurso às seguintes fórmulas:

info@mobiusin itute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Página 70 Capítulo 4 - Medição de Vibrações
Manual do Curso

V
D= 0.3187 = 0.71671

A D = Displacement in(pk-pk)
V= 0.225 7 = 3.14 f D
V = Velocity in/s(pk)
A = Acceleration in/s2 (rms)
f = Frequency Hz
A= 14.0 f2 D = 4.44 f V g = Gravity = 386in/s 2

A questão da aceleração, velocidade e deslocamento é muito


importante em relação à selecção do tipo de transdutor. Acabámos
de ver que a medição de deslocamento é ideal para máquinas de
baixa velocidade e a medição da aceleração, para máquinas de
elevada velocidade e máquinas com componentes com elevada
velocídade de rotação. A velocidade é índicada para o meio termo.
Esta relação de fases não nos afecta realmente nas nossas tarefas
diárias de monitorização da condição. É algo que necessitamos de
compreender; ajudando a uma compreensão básica do assunto. É,
no entanto, ímportante quando realizamos análise de formas de
onda de sinais no tempo avançada ou equilibragens no local.
É importante saber o que significa integrar e como afecta a
vibração, uma vez que encontrará esta designação quando lidar
com o colector de dados e com o software de análise de vibrações.

Tipos de Transdutores
Deverá agora ser capaz de entender a diferença entre aceleração,
velocidade e deslocamento. Vamos agora abordar os diferentes
tipos de transdutores indicados para cada tipo de medição e
explicar onde é que cada um deles deverá ser usado.

Transdutores de Deslocamento
Os transdutores de deslocamento medem o movimento relativo
entre o veio e a extremidade do sensor. Deste modo, em vez de
serem montados no exterior da chumaceira, são instalados no
interior da mesma, sendo necessariamente instalados
permanentemente.
Os transdutores de deslocamento são normalmente usados em
monitorização permanente (protecção da máquina) de máquinas
com chumaceiras de atrito, como turbinas, bombas e ventiladores
de grandes dimensões. Contudo, é normalmente possível ligar um
colector de dados portátil às saídas analógicas de modo a realizar
espectros "normaís" e análises de tendência.
Os transdutores de deslocamento são designados por sondas de
corrente de Eddy (ou de Foucault). Também são chamados de
sondas sem contacto e comercialmente, por sensores de
proximidade. Todos são baseados no mesmo princípio.
Existem três componentes: um oscilador, uma sonda e um cabo
entre ambos. O oscilador é alimentado por uma tensão,
produzindo um sinal RF. Esse sinal é transmitido, através do cabo r
à sonda. Um enrolamento, no interior da ponta da sonda, funciona
como uma antena e irradia a energia de elevada frequência para o
gap (espaço entre a extremidade da ponta da sonda e o veio) -
info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 - Medição de Vibrações Pág na 71
Manual do Curso
criando um campo magnético. Qualquer material condutor dentro
do campo magnético írá absorver a energia - criando correntes de
Eddy no material (veio), daí o nome da sonda.
A absorção da energia magnética causa a redução do sinal de
saída da sonda proporcionaimente à distância do gap. Deste modo,
à medida que a distância entre a sonda e o veio se altera
dinamicamente, assim se altera o sinal de saída da sonda.
O oscilador funciona então como um "desmodulador" e "detector",
tendo duas saídas. A saída dinâmica (AC) produz a forma de onda
do sinal no tempo, a partir da qual calculamos o espectro e o nível
global. A saída em tensão DC é proporcional à distância média do
gap. Este sinal é usado também em sistemas de monitorização da
condição para determinar a localização relativa do veio em relação
à chumaceíra.
Normalmente, uma medição do gap é obtida quando o veio está
em repouso e posteriormente, à medida que a máquina (o
exemplo típico é uma turbina) acelera para a velocidade
o gap é monitorizado. A partir desta informação, podemos detectar
atrito em veios e produzir um "díagrama de linha central".
Na maioria das turbinas, dois sensores de proximidade são
instalados na chumaceira, a 90 0 . Isto permite ao Analista verificar
exactamente como é que o veio se movimenta dentro da
chumaceira.
Os diagramas de órbitas são normalmente utilizados para
representar este movimento. O Analista experimentado pode
detectar desequilíbrios, desalinhamentos e muitas outras avarias.

Fracturas no veio podem ser detectadas deste modo, uma vez que
a dinâmica do veio se altera. Existem softwares avançados que
monitorizam a globalidade do movimento dinâmico do veio,
através da examinação de todos dos sensores de
proximidade e também de acelerómetros moracK,
chumaceiras, se estes existirem.
Vantagens:
• Resposta a baixa frequência (até 0 Hz ou DC).
• Medem o desiocamento relativo do veio em relação à
chumaceira.
• São fíáveis (quando instalados correctamente).
Desvantagens:
• São difíceis e caros de instalar.
• Não podem ser usados para medições de alta frequência.
• A sua calibração (determinação da razão entre a tensão de
saída e o deslocamento existente) depende do material do

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinst t te.ora


Docurnent ID: TCM 220405
Página 72 Capítulo 4 - Medição de Vibrações
anual do Curso

veio (materiais diferentes absorvem energia a taxas


diferentes).
• O desgaste na superfície do veio e eventuais falhas
existentes produzem falsos sinais.
Aplicações:
• Geralmente usados em máquinas de baixa velocidade;
normalmente abaixo de 600 CPM (10 Hz).
• São úteis como sensores de referência (produzem um sinal
de referência proporcional à velocidade de rotação) para
equilibragens no local e análise.
• São usados em equilibragens no local devido à filtragem a 1X
RPM.
Unidades:
• As unidades são mm pico-a-pico (ou mils pico-a-pico) ou pm
pico-a-pico (ou microns pico-a-pico).
• (1 mil = 0,001").

Transdutores de Velocidade
Apesar de analisarmos frequentemente dados de vibração em
unidades de velocidade, normalmente não utilizamos transdutores
de "velocidade" nas medições. No entanto, os transdutores de
velocidade continuam a ser usados na Indústria, pelo que iremos
agora abordar o seu princípio, vantagens e desvantagens.
O "sensor de velocidade electrodinâmico" é basicamente um íman
suspenso, montado entre uma mola e um amortecedor. Um
enrolamento envolve o íman. À medida que o corpo do transdutor
vibra, o íman mantêm-se estacionário devido à inércia. Assim,
tem-se o movimento do íman dentro do enrolamento, gerando
electricidade proporcional à velocidade da massa.
A construção do transdutor pode também incluir um enrolamento
ligado a uma massa, rodeado por um íman estacionário. O
resultado é o mesmo; electricidade é gerada quando existe
movimento relativo entre o íman e o enrolamento.
Vantagens:
• Não necessita de alimentação externa - gera electricidade.
• O sinal de saída é elevado.
• É fácil de usar - não é muito sensível a problemas de
montagem.
• Pode operar a temperaturas elevadas.
Desvantagens:
• Não é indicado para medições de baixa ou alta frequência.
• É sensível a mudanças de temperatura.
• Uma vez que inclui componentes móveis, está sujeito a
desgaste.
• Tem grandes dimensões.
• Pouco preciso, devido a uma baixa razão sinal/ruído.
Aplicações:
info@mobiusinstib e.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 - Medição de Vibrações Página 73
Manual do Curso

• Apesar de terem sido muito populares, não são actualmente


o sensor de eleição. Os acelerómetros com "integração"
interna para velocidade são mais comuns como "sensores de
velocidade".
Unidades:
• As unidades típicas são: mm/s RMS, in/s RMS ou VdB.

Acelerémetros
Os acelerómetros são, de longe, o tipo de transdutores mais
comummente utilizados na análise de vibrações em máquinas.
Todos os colectores de dados, hoje em dia, são fornecidos com um
acelerómetro, apesar da maior parte dos utilizadores "integrarem"
o sinal para velocidade e visualizarem os dados medidos em
unidades de velocidade. Os sistemas de monitorização permanente
de vibrações também usam acelerómetros, excepto no caso de ser
especificamente indicado o recurso a sensores de proximidade.
Existem actualmente vários tipos de acelerómetros. O
acelerómetro mais comum é o pieoeléctrico com amplificação
interna (IEPE). Há cerca de 10 anos atrás, a maioria dos
acelerómetros eram piezoeléctricos de carga, necessitando de um
conversor de carga externo.
Os acelerómetros piezoeléctricos são montados externamente,
normalmente na chumaceira de rolamentos. O método usado para
a sua montagem é muito importante. Existem acelerómetros de
todas as formas e tamanhos de modo a satisfazer diferentes
aplicações práticas.
Como é que funcionam? Lembra-se dos antigos gira-discos? A sua
agulha era um cristal e à medida que a pista do disco passava por
debaixo do cristal, este era comprimido e descomprimido ao longo
do percurso de vibração impresso na pista.
Esta compressão originava a produção de uma carga, que era
amplificaoá reproduzida nos altifalantes como Deep Purple ou
Frank Sinatra - o nriendo do seu gosto!
É basicamente assim que o. -relerómetros piezoeléctricos._
modernos funcionam. O material (crístal) é colocado
debaixo de urna massa. À medida qu ;ft;ra, o
é comprimido.
A saída de carga é proporcional à força, e portanto à aceleração
(Segunda Lei de Newton; A força é proporcional à aceleração da
massa). É então necessário um conversor de carga para converter
a saída de carga numa saída em tensão.
Enquanto que os conversores de carga externos eram comuns à 10
anos atrás, os acelerómetros modernos já incluem o conversor de
carga no seu interior, senrin aiim wr ue dcujos.
São conhecidos por "acelerómetros piezoeléctricos com
amplificação interna" (ou IEPE - Integrated Electronics
PiezoElectric ou ICP - Integrated Circuit Piezoelectric). Este
conversor de carga é alimentado por uma polarização DC do
condutor do próprio sinal, não sendo necessário um cabo adicional.
Assim, o colector de dados precisa de disponibilizar esta
alimentação DC para este tipo de transdutor.
Nota: Irá encontrar o "ICP Power", ou algo semelhante, durante a
configuração do colector de dados - apenas os
info@mobiusinstitute.oro Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 74 Capítulo 4 — Medição de Vibrações
Manual do Curso

acelerómetros necessitam deste tipo de alimentação (os


sensores de proximidade também têm de ser alimentados,
no entanto, a alimentação é assegurada por um
equipamento externo).
A propósito, a maioria dos colectores de dados monitorizam esta
tensão "bias" DC de modo a determinar se o transdutor tem um
problema ou se existe uma avaria no cabo de ligação.
A existência do conversor de carga resulta numa resposta em
baixa frequência limitada (significando que os acelerómetros não
podem normalmente ser utilizados a frequências muito baixas). O
"roll-off de baixa frequência" do conversor é normalmente a 1 Hz
para a maior parte das unidades ICP. Existem algumas que são
especificamente concebidas para ir até 0,1 Hz de modo a satisfazer
aplicações de frequências muito baixas.

Tempo de Estabilização do Acelerómetro


Quando um acelerómetro ICP é ligado à alimentação, necessita de
alguns segundos para estabilizar o conversor de carga, durante os
quais, se for realizada uma medição, os dados recolhidos estarão
contaminados por uma "rampa" de tensão de variação lenta. Por
esta razão, tem de existir um atraso temporal incorporado nos
colectores de dados de modo a assegurar que a unidade está
estável.
Se este atraso for muito
curto, a forma de onda do
sinal no tempo terá uma
"rampa" de tensão, de
forma exponencial,
sobreposta no sinal, e o
espectro mostrará um
aumento nas baixas
frequências, muito
característico, designado
por "rampa de ski". Este
fenómeno deve ser
evitado, uma vez que,
, •CO UC, tC0 compromete a gama
dinâmica da medição.
Irá encontrar o "settling time" na configuração de muitos
colectores de dados (e em softwares de análise associados a estes
últimos). É este o fenómeno a que eles se referem. No entanto, se
montar o transdutor numa máquina muito quente (depois de medir
numa máquina de arrefecimento), o primeiro irá sofrer um
transiente térmico e necessitará de mais tempo para estabilizar.
Nestes casos, deverá escolher um tempo de estabilização mais

Deslocamento Medido vs. Deslocamento Integrado


Pode-se tornar confuso quando falamos de medição de
deslocamento com sensores de proximidade e a medição de
deslocamento com recurso a acelerómetros, através da integração
dupla do sinal de aceleração. Se ambos transdutores estivessem
instalados na mesma chumaceira de atrito de uma turbina, iriam
medir a mesma coisa? A resposta é não.

info@ulobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 Medição de Vibrações Página 75
Manual do Curso

O sensor de proximidade mede o movimento relativo entre a


chumaceira e o velo. O acelerómetro mede a vibração (absoluta!)
no topo da chumaceira e depois, "converte-a" em deslocamento.
Podemos ter situações em que o movimento relativo entre o veio e
a chumaceira é pequeno, enquanto que a globalidade da
chumaceira está a vibrar muito - o sensor de proximidade não
mede essa vibração, o acelerómetro sim.
Os dois sensores medem dois fenómenos muito distintos. Por esta
razão, muitos Analistas monitorizam os sensores de proximidade e
colocam acelerómetros na chumaceira. Conseguem assim, saber
como a chumaceira vibra em relação à fundação e como o veio
vibra em relação ao interior da chumaceira - obtêm a imagem
completa.

Acelerómetros Triaxiais
Uma variação interessante em relação ao acelerómetro standard é
o acelerómetro "triaxial". Neste caso, existem três acelerómetros
montados ortogonalmente entre si. Quando instalado numa
máquina, o acelerómefro triaxial é capaz de medir a vibração
vertical, horizontal e axial num único ponto de medição.
Colectores de dados da Predict/DLI, VSC, ITC e outros,
possibilitam a amostragem dos três acelerómetros em simultâneo,
resultando num teste que demora o mesmo tempo que uma
medição uniaxial standard, mas obtendo mais informação.

Outros Acelerómetros Capacitivos


Existem outros tipos de acelerómetros, como: resistivos,
piezoresistivos e de capacitância variável. Os sensores com
amplificação interna modernos podem mesmo usar diferentes
cristais piezoeléctricos, diferentes desenhos do cristal e da massa
sísmica.

Calibração
A exposição a temperaturas extremas, assim como a queda numa
superfície dura, podem danificar um acelerómetro. Se um
acelerómetro cair de uma altura de algumas dezenas centímetros
numa superfície dura, o seu cristal pode-se fracturar, afectando a
sensibilidade e a resposta em fren»Anria. Dacin n Rmbiente em que
a maioria dos acelerómetros é usada, é uma boa prátIcc,
los e calibrá-los anualmente.
Vantagens:
• Vasta gama de frequência.
• Vasta gama de medição.
• Vasta gama de temperatura de operação.
• Normalmente, muito robustos e com vários modelos
disponíveis para todo o tipo de aplicações.
• Possibilidade do sinal de saída em velocidade ou
deslocamento (através de integração interna).
Boa estabilidade ao longo do tempo, mantendo-se calibrados
(para a mesma vibração, o mesmo sinal de saída).
Desvantagens:

info@mobiusinstitute.ora Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 76 Capítulo 4 Medição de Vibrações
Manual do Cu so

• Sem resposta nos 0 Hz - DC.


• Limitações de temperatura devido ao uso do conversor de
carga interno.
Aplicações:
• Os acelerómetros têm uma vasta aplicação na Indústria.
Desde colectores de dados a sistemas de monitorização
permanente, incluindo sistemas de análise modal, os
acelerómetros são usados numa vasta variedade de
ambientes e máquinas com diferentes velocidades de
rotação.
Unidades:
• G RMS ou A dB.

Selecção do Transdutor
Agora, que conhecemos as diferenças entre deslocamento,
velocidade e aceleração e sabemos como os diferentes tipos de
transdutores funcionam, vamos escolher o sensor mais apropriado,
tendo em consideração a aplicação em causa.
Mesmo que pense que um acelerómetro deverá ser usado, terá
ainda de seleccionar o mais apropriado e decidir se o sinal deverá
ser integrado em velocidade, para posterior análise.

Resposta em Frequência
Antes de avançarmos, temos de introduzir um novo conceito:
resposta em frequência. Num mundo ideal, se instalássemos um
transdutor numa máquina que vibrasse a mesma quantidade às
frequências de 0 Hz a 1 MHz, o referido transdutor iria produzir um
sinal de saída igual ao nível de vibração a todas as frequências.
Mas, tal não acontece.
Pelo contrário, as características do transdutor, o método usado
para o montar e a electrónica incluída, todos "conspiram" contra
nós. Todos os transdutores têm, por si mesmos, limites práticos. E
esses limites são frequentemente compromètidos pelo método de
montagem (um sensor seguro pela mão do Técnico é pior que um
sensor montado com recurso a um perno roscado, por exemplo).
Representa-se a "resposta em frequência" através de uma curva
do sinal de entrada vs. o sinal medido. Compara-se o sinal de
saída do sensor com um sinal de entrada conhecido (e constante)
a todas as frequências. Numa situação ideal, a curva seria um
recta:

info a mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Instítute www.mobiusinstitute,org


Document ID: TCM 220405
Capítu o 4 - Medição de Vibrações Página 77
Manual do Curso

Frequency Range
100

10

1
cr)
.1
cti
.01 rz
.001

.000 1

.000 01 C1
.000 001

.000 000 1
.1 Hz 1 Hz 10 Hz 100 Hz 1000 Hz 10 kHz 40 kHz
8 cpm 80 cpm 800 cpm 8000 cpm 80 kcpm BOO kcpm 2.4 Mcpm

Na realidade, existe um limite de frequência mínimo, uma gama


linear (ou utilizável) e, normalmente, uma frequência de
ressonância do transdutor a altas frequências, após a qual, a
resposta tende a decair:

Frequency Range
100

10

Volts out 1 cL>


of the csa
Sensor
.01

.001

.000 1

.000 01

.000 001

.000 000 1
.1 Hz 1 Hz 10 Hz 100 Hz 1000 Hz 10 kHz 40 kHz
8 cpm 80 cpm 800 cpm 8000 corn 80 kcprn 800 kcpm 2.4 Mcpm

A compreensão do conceito de "resposta em frequência" é muito


importante. Se necessitarmos de analisar dados numa gama de
frequência fora da "região linear" do transdutor, podemos incorrer
numa série de problemas de repetibilidade, precisão e mudança de
fase - algo que não deve ser feitr ,

1"!7: Kange
100

Volts out 1 a>


of the Linear Range
Sensor
.01

.001

.000 1
á
.000 01

.000 001

.000 000 1
.1 Hz 1 Hz 10 Hz 100 Hz 1000 Hz 10 kHz 40 kHz
cprn 80 cpm 800 cprn 8000 cpm 80 kcprn 800 kcprn 2.4 Mcprn

Nota: Medições do tipo: BCS/SED, shock pulse, spike energy,


HFD, SPM, "SEE" e espectros desmodulados, usam
dados de alta frequência obtidos fora da gama linear do
transdutor. De facto, algumas delas tomam partido da
ressonância do transdutor.
Outro ponto a considerar é a gama de operação do transdutor.
Todos os transdutores têm um limite superior do nível de vibração
que podem suportar (o transdutor ou o conversor de carga

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 78 Capítuio 4 - Medição de Vibrações
Manuai do cutso

interno). Têm também, um limite inferior, a partir do qual o ruído


electrónico se torna demasiado.
Se excedermos o limite superior, o sensor entra em sobrecarga ou
fica saturado. O espectro terá um ruído de fundo muito elevado,
tornando-se inutilizável.

Frequency Range
100

10
1111111111111111E.. -- 1111111111111
Volts out 1

Dynam ic Range
0.5 g troadband response
of the (100 rnlifg sensor)
Sensor .1
.01

.001

.000 1

.000 01

.000 001

.000 000 1
.1 Hz
111111111111111111E_
1 Hz
Below~ctronic noiw:floor

10 Hz 100 Hz 1000 Hz
_ 10 kHz 40 kHz
8 cpm 80 cpm 800 cpm 8000 cpm 80 kcpm 800 kcpm 2.4 Mcpm

Ao observarmos este espectro, alguns poderão pensar que o


sensor está avariado. Contudo, este fenómeno pode ser usado
como um auxiliar de diagnóstico - é frequentemente um indicador
de vibrações de muito elevada frequência e de elevada amplítude,
resultado de cavitação ou outro tipo de avarias. Assim, não
assuma imediatamente que o sensor tem um problema - a
máquina poderá a dizer-lhe algo.
Neste caso, poderá voltar a montar o transdutor, usando um disco
de borracha, entre o transdutor e a máquina, de modo a
amortecer o sinal de elevada frequência. Se o sinal parecer
correcto, terá encontrado o culpado.
No outro extremo da escala, temos de estar atentos ao limite
inferior da gama dinâmica do transdutor. Em máquinas de
velocidade de rotação baixa, em que os níveis de vibração são
fambém baixos, é necessário usar um sensor de elevada
sensibí:idade, de modo a_amplificar os sínais satisfatoriamente,
possuindo também um ruído inerente (electrónico) reduzido.
Agora que sabemos o que é a resposta em frequência e a gama de
operação, e que os transdutores têm as suas próprias limitações,
temos de tomar esta informação em consideração aquando da
selecção do nosso transdutor e método de montagem.

Tipo de Transdutor vs. Unidades Usadas


De seguida vamos separar a questão do tipo de transdutor das
unídades usadas. Podemos usar um acelerómetro e ainda assim,
visualizar os dados em unidades de velocidade e deslocamento.
Vamos então considerar, em primeiro lugar, o típo de transdutor.
Conforme anteriormente referido, os sensores de proximidade são
usados em máquinas de grandes dimensões com chumaceiras de
atrito ou em máquinas de baixa velocidade. Os sensores de
proximidade são muito comuns em turbinas. A resposta em
frequência dos transdutores de deslocamento estende-se de DC (0
HZ) a aproximadamente 1.000 Hz.
Para a maioria das restantes aplicações, iremos usar um
acelerómetro. Resume-se à selecção do tipo e modelo de

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 Medição de Vibrações Página 79
Man al do Cirso

acelerómetro a utilizar e às unidades escolhidas para a análise dos


dados.
Uma vasta gama de acelerómetros é proposta pelos fabricantes de
sensores, tais como: Brüel & Kjr Vibro, Dytran, PCB e outros. Os
seus representantes e distribuidores ajudam na escolha da melhor
solução para a sua aplicação e orçamento.
Existem vários factores a ter em consideração aquando da
selecção de um acelerómetro. Vamos em primeiro lugar abordar a
sensibilidade. A sensibilidade é a medição do sinal de saída em
tensão do acelerómetro, que é a resposta obtida a um nível de
vibração determinado. A sensibilidade dos acelerómetros é
indicada em mV/g (ou mV/ms -2 ). Por exemplo, um acelerómetro
comum com uma sensibilidade de 100 mV/g, quando excitado a 1
g, irá produzir uma tensão de saída de 100 mV ou 0,1 V.
Se tiver uma máquina de precisão, como uma máquina
ferramenta, ou uma máquina de baixa velocidade com níveis de
vibração baixos, irá necessitar de um acelerómetro de elevada
sensibilidade. Este último terá de produzir um sinal de tensão
suficientemente elevado para o colector de dados conseguir medi-
lo. A sensibilidade típica, neste caso, é de 1 V/g (1.000 mV/g).
Por outro lado, em máquinas muito ruidosas, a sensibilidade
deverá ser menor, aproximadamente 10 mV/g.
A maioria dos acelerómetros fornecidos com sistemas de
monitorização da condição e usados em aplicações de
monitorização permanente têm uma sensibilidade de 100 mV/g.
Estes sensores tomam partido da sua aplicação generalista,
fornecendo uma gama dinâmica suficiente para a maioria das
condições de teste.
Devido ao design da electrónica dos sensores, a resposta em
frequência não é a mesma em sensores de elevada sensibilidade e
em sensores de baixa sensibilidade (isto é independente dos
efeitos dos diferentes métodos de montagem).

20

CS) 10

19 -10
(
blelleill111111111.111111111111111111111111111011111
Mediutn Sensitivity (100mV7g)

-20
1~1111„
1111111111111111111111111111111111111111111111‘11111
F ik
1
.;*""•
-30 Low Sensitivíty (10mViti) e
42.›
co I 111111111kmman
0.3 10 100 1k 10k 100k
40 kHz
Frequency (Hz) kHz
15 kHz

Existem muitas aplicações para acelerómetros de elevada


sensibilidade e baixa frequência. No passado, a electrónica dos
acelerómetros e colectores de dados não permitia a realização
dessas medições. Muitas aplicações requerem estes sensores:
máquinas ferramenta, Indústria petroquímica e Indústria
papeleira.

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Página 80 Capítulo 4 - Medição de Vibrações
manuai do curso

Os requisitos deste tipo de transdutor são: um conversor de carga


muito sensível (de modo a fornecer um sinal de saída suficiente
para o colector de dados - tipicamente 500 a 1.000 mV/g), ruído
electrónico inerente muito reduzido (de outro modo, o ruído será
amplificado pelo sensor muito sensível) e uma frequência de corte
baixa (frequentemente até 0,1 Hz ou 6 CPM).
Devido à sua elevada sensibilidade e consequentemente, reduzida
gama de amplitude, estes sensores são susceptíveis de sofrer
sobrecarga, em especial na presença de vibrações de elevada
frequência significativas. Por esta razão, alguns fabricantes fazem
recurso de filtros passa-baixo internos para atenuar os sinais de
elevada frequência.
Poderá questionar-se porque é que não usamos simplesmente um
transdutor de elevada sensibilidade e baixa frequência em todos os
testes. Existem várias razões para que isso não aconteça. Em
primeiro lugar, devido às especificações de baixa frequência do
filtro passa-alto interno, o transdutor necessita de um período de
tempo mais longo para estabilizar após choques mecânicos,
térmicos ou electrónicos (início da alimentação).
Em segundo lugar, estes sensores têm usualmente um filtro
passa-baixo, limitando a sua resposta em frequência, tornando-os
desadequados para muitas aplicações de uso geral. E finalmente,
devido ao seu conversor de carga de elevado ganho, são
susceptíveis a sobrecarga.
Assim, apesar destes sensores serem cada vez mais usados na
monitorização da condição, eles deverão ser apenas utilizados em
aplicações específicas que requerem as suas características únicas.
Outra aplicação muito comum para os acelerómetros é os
ambientes de elevada temperatura, tais como a os secadores de
papeleiras. Os acelerómetros standard podem sobreviver em
condições de elevado calor, no entanto, o seu conversor de carga
interno têm um limite. Em temperaturas acima de 150° C (300° F)
é normalmente recomendado usar um acelerómetro de carga.
Os acelerómetros de carga necessitam de um conversor de carga
externo, localizado longe do sensor, num ambiente mais amigável.
Um cabo resistente a elevadas temperaturas é usado para ligar os
dois.
Nota: Em todos os acelerómetros de carga é necessário fixar
o cabo de ligação (durante a medição), de modo a
evitar a indução de ruído no cabo devido a movimentos
do mesmo.
Aprendemos então, que os acelerómetros com amplificação interna
100 mV/g são os mais usados em monitorização das vibrações de
máquinas, contudo, existem muitas situações que requerem a
utilização de sensores especificamente projectados para níveis de
vibração, condições de operação e gamas de frequência únicas.

Unidades de Vibração
Deverá ter agora, uma boa compreensão da diferença entre
acelerómetros e sensores de proximidade. Deverá também saber
que existem diferentes tipos de acelerómetros para diferentes
aplicações de monitorização e ambientes. Podemos agora abordar
a questão da escolha das unidades de vibração.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 Medição de Vibrações Página
Manual do Curso

Não deverá ser preciso dizer que se usam unidades de


deslocamento em sensores de proximidades. As unidades normais
são pm pico-a-pico e mils pico-a-pico (1 mil = 0,001"). Mas, e que
unidades escolher quando usamos acelerómetros?
O sinal de aceleração pode ser integrado em velocidade,
digitalmente ou analogicamente no colector de dados. Alguns
sistemas possibilitam também a "dupla integração" para unidades
de deslocamento. Muitos fabricantes de transdutores propõem
também acelerómetros com sinal de saída proporcional à
velocidade ou deslocamento.
A velocidade é considerada como uma medição mais indicada para
a severidade de vibração, enquanto que a aceleração está
intimamente ligada às forças existentes na máquina. Forças
elevadas podem ocorrer a elevadas frequências, apesar do
deslocamento e da velocidade poderem ser baixos.
A sua decisão deverá ser baseada na velocidade de rotação da
máquina. Como regra geral:
Deslocamento:A velocidade é inferior a 600 CPM e a máquina
tem chumaceiras de atrito.
Velocidade: A velocidade encontra-se entre 1.000 CPM e
10.000 RPM.
Aceleração: A velocidade é superior a 10.000 RPM.
As unidades de velocidade são usadas em monitorização da
condição na maioria das máquinas, apesar de ser nossa opinião
que a aceleração deveria ser usada, de um modo mais frequente,
na análise de rolamentos. Os espectros e as formas de onda dos
sinais temporais revelam muitas informações úteis a elevadas
frequências. Alguns Técnicos recolhem mesmo dados a duas
gamas de frequência; a primeira a cerca de 10 vezes a velocidade
de rotação da máquina em unidades de velocidade, e a segunda, a
100 vezes a velocidade de rotação e em unidades de aceleração.

Posicionamento do Sensor
Agora que compreendemos a diferença entre acelerómetros e
sensores de proximidade e sabemos qual o tipo de transdutor que
deve ser usado em diferentes situações, é tempo de aprender a
montar o transdutor na máquina. Uma correcta instalação é
essencial para a obtenção de bons resultados.
Os sensores de proximidade são
instalados por especialistas e como tal, não iremos abordar a
instalação dese'tipo de sensores neste manual. Pelo contrário,
vamos abordar a instalação (permanente e periódica) de
acelerómetros.
Basicamente, existem duas situações diferentes: sensores que são
montados permanentemente e sensores que são montados em
várias máquinas para monitorização de rotina. Aplicam-se as
mesmas regras e são apenas os métodos de montagem que
variam.
Em primeiro lugar, o local deve permitir um acesso seguro quando
usamos a recolha de dados portátil (uma vez, associámo-nos com
uma empresa de consultoria para montar sensores para
monitorização permanente. Um dos seus Técnicos tentou montar

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 82 Capítulo 4 — Medição de Vibrações
Manuai do Curso

um sensor num acoplamento! Teria sido uma medição muito


rápida!).
Em segundo lugar, deve haver um bom percurso de transmissão
mecânica entre a fonte de vibração (rolamentos) e o ponto de
medição. Muitas coisas vibram na máquina, no entanto, é
essencial escolher o ponto de medição com o percurso mais curto
entre a fonte e o sensor.
Deve certificar-se que o sensor não é montado num elemento
estrutural que é, ele próprio, excitado pela vibração da máquina.
Coberturas de ventiladores, protecções de acoplamentos, aletas de
arrefecimento de motores e outras estruturas não são pontos de
medida correctos.
Por vezes, os únicos locais adequados podem ser tão inacessíveis
(devido a razões físicas, de segurança e ambientais) que o sensor
tem de ser instalado permanentemente e ligado a uma caixa de
junção.
À medida que aprende mais sobre diagnóstico de avarias, irá
compreender melhor o valor dos dados de diferentes eixos:
vertical, horizontal e axial. As máquinas vibram nos três eixos e
algumas avarias, como o desequilíbrio e o desalinhamento, podem
ser diagnosticadas de um modo mais satisfatório com recurso a
dados dos três eixos.
Num mundo ideal, colocar-se-iam sensores em todas as
chumaceiras de rolamentos e recolher-se-iam dados dos três
eixos. Os sensores triaxiais permitem-nos recolher facilmente
dados dos três eixos, e vários colectores de dados possibilitam-nos
recolher dados nos três eixos em simultâneo, reduzindo o tempo
global de colecção de dados. Vários fabricantes de sensores
propõem-nos sensores triaxiais.
O número de sensores instalados na máquina depende em grande
parte do tipo e da dimensão do componente e da sua
acessibilidade. Depende também do tipo de acoplamento usado
entre componentes: correia, engrenagem, acoplamento flexível e
outros.
É sempre melhor ter pontos em demasia do que pontos em falta.
Pode-se sempre optimizar o número de pontos de medição depois
da implementação e do início do seu programa de monitorização,
determinando se existem redundâncias nos dados recolhidos.

do Sensor
Sabemos agora que tipo de transdutor deve ser utilizado em cada
situação e onde é que deve ser instalado na máquina. Mas, como é
que montamos o sensor?
No passado, a maioria dos fabricantes de colectores de dados,
fornecia o acelerómetro com uma ponteira incluída. O utilizador
tinha simplesmente de segurar no acelerómetro contra o
rolamento e iniciar a medição. Era rápido, fácil e permitia a recolha
de medições em locais de outro modo inacessíveis (uma vez que a
ponta da ponteira podia chegar a locais exíguos). Mas, a resposta
em frequência e a repetibilidade eram inaceitáveis.
Antes de abordarmos as opções de montagem, vamos examinar os
nossos objectivos. Se fosse possível, obteríamos uma medição que
representasse perfeitamente a condição da máquina: o desgaste, o
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítu 4 - Medição de Vibrações Página 8 3
t4anua• Curso
grau de desequilíbrio e de desalinhamento, e por diante, mas, sem
dados dúbios.
Se chegar junto de uma máquina e se a sentir de uma ponta à
outra, verificará que pode sentir vibrações por todo o lado. Então,
podemos instalar o sensor em qualquer localização e montá-lo com
recurso a qualquer método - desde que se mantenha no ponto de
medição durante a duração da medição. Mas, na verdade, não é
assim tão simples.
Conforme referido, não podemos montar o sensor em qualquer
local - temos de ter em consideração o nosso método de
montagem. Se não tivermos cuidado, podemos perder o conteúdo
de alta frequência, que é muito importante na análise de
vibrações.
Se as nossas medições forem sempre realizadas de uma forma
correcta (e a máquina funcionar sempre da mesma maneira),
então a única explicação para mudanças nas vibrações é uma
alteração da condição da máquina. Mas, e se o modo como monta
o sensor for diferente de teste para teste? Quando comparar as
medições ficará na dúvida; são as diferenças detectadas devido à
condição da máquina ou devido ao modo como o sensor foi
montado?
Com o aumento do uso de softwares de diagnóstico automatizados
e com cada vez mais pressões para o incremento da
produtividade, enfrentadas por todas as empresas, não é
simplesmente possível voltar a cada máquina para a tornar a
testar, cada vez que os níveis e as formas das vibrações se
alteram (o que era comum quando o autor começou na
monitorização da condição).
A resposta é a montagem correcta e com recurso ao mesmo
método de montagem de cada vez que as medições são
recolhidas. É uma questão de senso comum.

Montando o Sensor Correctaniiite


O sensor deve contactar directamente com a superfície da
máquina. Quanto mais segura e rija for a ligação, maior a
probabilidade de se obter uma medição com uma resposta em
frequência aceitável.
A superfície da máquina deve ser suave, rectificada e isenta de
ferrugem ou sujidade, de outro modo, a resposta em
frequência ficar comprometida.
Existem múltiplas confíg íes de montagem que são usadas
para ligar os sensores à supecie da máquina. É método escolhido
é em parte ditado pela aplicação Lecção portátil dP d;idos
rotina, em que o sensor é montado iiitnte ou
,

monitorização contínua, em que o sensor é montado


permanentemente.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.ora


Document ID: TCM 220405
Página 84 Capítulo 4 — Medição de Vibrações
Manual o Lurso

II

Probe 2-pole Flat Quick Cernenting


Stud
tip rnagnet magnet connect pad

O melhor método é, de longe, a montagem com perno roscado,


em que o acelerómetro é ligado directamente à superfície da
máquina. Este método permite uma gama de frequência óptima.
Todos os outros métodos mencionados reduzem o limite superior
de frequência do sensor. Ao remover o sensor de contacto com o
ponto de medição através da inserção de acessórios de montagem,
tais como: discos adesivos, bases magnéticas ou ponteiras, uma
frequência de ressonância é introduzida.

diffiaala.

Probe tip 2-: - Adhesive Adheive


magnet magne mounting
pad
o 45 6

V o
> - O
1 TJ:
. 7; 1k
100 10k 100k
Frequency (Hz)

Ponteiras
Quando os colectores de dados portáteis estão envolvidos, o
sensor é temporariamente ligado à máquina,.durante o teste,
sendo removido apás a conclusão da medição de modo a
prosseguir para o próximo local. As mesmas regras aplicam-se. O
sensor deve ser montado correctamente e o método utilizado deve
possibilitar uma boa
Conforme referidu anteriormente, as ponteiras eram muito
popularecjindo os colectores de dados surgiram na década de
na década seguinte. Tudo o que se tinha de fazer era
ecar a ponta da ponteira na chumaceira e carre,gar na tecia de
início da medição. As ponteiras ainda estão disponíveis como
extensões de acelerómetros standard.
Apesar de serem um método de ligação muito conveniente, essa
mesma conveniência tem um preço na repetibilidade e na resposta
em frequência (apenas 5 Hz a 1.000 Hz), devendo por isso ser
pouco usado.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 4 - Medição de Vibrações Página 85
Manual do Curso

Probe Tip (Stinger)


1,200 6,000 cpm 60,000 300,000

15 11111111111111111111~11

o
c 10
o
t‘5
o.)
5

O
111111 1111111
INNANEMIII
_s EMINIMMINNINIEINIE
-10
20 100 1,000 5,000
Hz
Frequency

Sem dúvida que muita gente ainda usa as ponteiras hoje em dia e
têm sucesso na detecção e diagnóstico de avarias em máquinas.
No entanto, pensamos que poderiam ser obtidos maiores sucessos
com bases magnéticas ou montagens de ligação rápida.
Resumo da ponteira:
• Usar apenas em locais difíceis de alcançar e em superfícies
de alumínio.
• Não usar para medições abaixo de 10 Hz.
• Ressonância de montagem: 800 Hz - 1.500 Hz.

Bases Magnéticas
A tecnologia das bases magnéticas tem melhorado ao longo dos
anos, garantindo uma ligação mais forte à máquina. Quando usada
correctamente, dois pólos magnéticos podem ser correctamente
aplicados a superfícies ligeiramente curvas, embora voltemos a
recomendar que a área seja maquinada de modo a ser o mais lisa
possível.
Se a superfície for pintada, terá de estar limpa e bem mantida.
Assim como a superfície da base magnética. Toda a sujidade,
partículas de metal e manchas, deverão ser removidas. Fluidos de
ligação, tais como óleo de máquina ou cera de abelha, melhoram
em muito a transmissão de altas frequências e, idealmente,
deverão ser usados com bases magnéticas de superfície recta.
Uma palavra de aviso: as bases magnéticas têm uma forte força
de liqaçr 1% mlocá-las na máquina, deveremos encostar de
início apenas um ,-rdo e só depois o outro, de um modo suave.
Se tentarmos colocá--- ,9i3idamente na chumaceira, irá ser puxada
rapidamente no último monto e a força de impacto resultante,
pode danificar o acelerómetro.
Resumo de bases magnéticas de
• Usar em superfícies irregulares e
• Bases magnéticas feitas de "Alnico 5".
• Bases magnéticas incluem um perno roscado para ligação do
acelerómetro.
• Ressonância de montagem: 1000 Hz - 7.000 Hz.

infornobiusinstitute.org Copyhght © 2005 Mobius Insfitute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 86 Capítulo 4 - Medição de Vibrações
Manual cio Curso

Magnets for Curved Surfaces


1,200 6,000 cpm 60,000 600,000
25

20

o 15

20 100
Hz 1 000 10, 00

Frequency

Resumo de bases magnéticas rectas:


• Usar em superfícies lisas.
• Bases magnéticas feitas de "Rare earth".
• Bases magnéticas incluem um perno roscado para ligação do
acelerómetro.
• Ressonância de montagem: 5.000 Hz - 10.000 Hz.

Fiat Surface Magnet


1,200 6,000 cpm 60,000 600,000
25

20
6,600 Hz /
(336,0 cpm)
o
zr,
ez5
10
o

-5

-10
20 100 1 000 10,000
Hz
Frequency

Discos de Montagem
Em alternativa, "discos de montagem" podem ser
permanentemente montados na máquina. Os discos em si podem
ser colados na máquina através de um perno roscado ou de cola
epóxida. Os discos fornecem uma área limpa e lisa para a
montagem da base m - .Jr•{Aica (especialmente útil em máquinas
sem superfícies f lagnéticas).

Outra são acessórios de montagem ,especiais que podem


ser rner.,:c,os entre as aletas de um motor, possibilitando uma
áo de montagem satisfatória onde anteriormente era

O sensor é então ligado ao disco através da base magnética ou


montado no perno roscado do disco. O sensor fica então "ligado"
ao disco, estando este último colado à máquina.
Este método é altamente recomendado quando utilizamos
sensores triaxiais (três acelerómetros no corpo do sensor,
orientados ortogonalmente entre si).

info 4-nobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 4 Medição de Vibrações Página 87
Manual do Curso

Os discos têm uma outra vantagem importante; eles aumentam a


repetibilidade. Qualquer que seja o Técnico que recolhe os dados,
é fácil localizar e posicionar o sensor no disco. Pelo contrárío, se o
sensor for colocado directamente na máquina (sem qualquer típo
de marcas), é fácil que o Técnico que recolhe os dados use uma
localização ligeiramente diferente de cada vez que realiza o teste.
Muitas vezes, isto pode resultar em medições ligeiramente
diferentes.
Apesar de caracterizados por ressonâncias de montagem e outros
problemas aquando da sua introdução à mais de 15 anos, alguns
fabricantes de transdutores também propõem dispositivos de
"montagem rápida". Estes dispositivos são montados
permanentemente na máquina e usam um método de ligação
rápido. O acelerómetro é então ligado ao dispositivo com um
movimento de apenas meia-volta.
Mais uma vez repetimos que estes meios oferecem uma excelente
repetibilidade (alguns são mesmo codíficados de modo a que o
colector de dados possa identificar automaticamente a sua
localização) e uma boa resposta em frequência, quando mantidos
correctamente.

Montagem por Perno Roscado


Perno roscado, colagem e bases de montagem são usados em
instalações permanentes. O sensor pode ser montado
directamente na máquina, através da realização de um furo
roscado na máquina e recorrendo a um perno roscado para a
ligação do sensor. A montagem através de perno roscado permite
atingir a gama de frequência máxima do sensor.
Discos com perno roscado podem ser colados nos pontos de
medição, dispensando os furos roscados; e sendo o sensor então
montado no disco. Os discos colados à máquina aproximam-se às
características de montagem dos pernos roscados.
Perno roscado
A montagem por perno roscado exige a realização de um furo
roscado na máquina. O perno roscado fornece ligação eléctrica e
mecânica entre o sensor e a máquina. É necessário uma superfície
lisa com um furo roscado perpendícular.
Discos de colagem
Os discos de colagem (discos que são colados à máquina) evitam a
furação da máquína, oferecendo uma boa capacidade nas altas
frequências, muito próxima dos pernos roscados. A superfície lisa é
colada à máquina, usando uma cola apropriada. O lado oposto
contêm um perno roscado 1/4-28 para montagem do sensor. Uma
montagem correcta isola electricamente o disco e o corpo do
sensor.

Recolha de Medições de Rofina


Chegámos a um ponto em que sabemos qual o tipo de transdutor
a usar e onde o instalar. Vamos agora utilizá-lo!

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 88 Capítulo 4 Medição de Vibrações
Manuai õo Lurso

A sua tarefa periódica será visitar cada uma das máquinas e


recolher medições de vibrações. Mais adiante iremos abordar a
periodicidade das medições (mensaimente, trimestralmente, etc.)
e o tipo de medições que deverão ser realizadas (níveis globais,
formas de onda, espectros de envelope, etc.). Por agora, vamos
abordar o procedimento de medição.
Atrás, discutimos o conceito de repetibilidade. Referimos que o
sensor deve sempre ser montado do mesmo modo nas máquinas.
Fazemos isto para que a única razão de mudança nas medições de
vibrações seja a alteração da condição da máquina. Mas será isto
verdade?
O que fazer se ao chegarmos à máquina, esta estiver a operar em
diferentes condições de velocidade e carga? As medições de
vibrações serão afectadas por estes parâmetros e outros. A nossa
tarefa é tentar definir um conjunto de condições de teste
reproduzíveis e controláveis.
Por vezes, tal poderá ser impossível ou, pelo menos, muito difícil.
Poderá exigir uma extrema cooperação entre você e os Técnicos
da fábrica. Se conseguir saber de antemão quando uma máquina
vai operar a uma determinada velocidade e carga, então, poderá
estar preparado para realizar o seu teste.
Mas, isto irá exigir um elevado nível de cooperação e compreensão
- algo que deverá considerar de elevada prioridade, de qualquer
modo. Os Técnicos locais podem fornecer-lhe muitas informações
sobre as máquinas, informações que podem levá-lo a um rápido
diagnóstico.
Mas, se continuar a não ser possível estabelecer um conjunto de
condições de teste reprodutíveis, devido a razões sazonais ou de
produtividade, terá de adoptar medidas mais drásticas.
A menos que o seu sistema tenha funções especiais para este tipo
de situação (monitorização adaptativa, p.e.), poderá ter que
adicionar uma máquina na sua base de dados mais do que uma
vez - uma para cada condição de teste reprodutível.
Poderá ter uma máquina designada por "BOMBA #1 1.500 GPM" e
outra por "BOMBA #1 2.200 GPM", e aí por diante. Assim, aquando
do teste da máquina, terá de identificar o estado de operação e
realizar as medições sob o nome da máquina adequado no colector
de dados.
Em alguns colectores de dados poderá ter a opção de guardar
estas condições de operação - poderá mesmo ser pedido a
inserção da velocidade e carga da máquina.
Mas espere; há uma outra coisa que pode correr mal. E se não
identificar o ponto de medição correctamente? E se,
acidentalmente seleccionar o ponto BOMBA #2 em vez de BOMBA
#3, ou o ponto "oposto ao ataque do motor" em vez do ponto
"ataque do motor"?
O uso de etiquetas com código de barras e de discos de ligação
rápida pode reduzir enormemente esta fonte de erro e,
geralmente, torna a navegação na fábrica muito mais simples - e
mais reproduzível.
Agora que identificou correctamente a máquina e o ponto de
medição, o próximo passa é parar, observar e ouvir. Procurar
fugas de óleo. Tentar ouvir ruídos pouco habituais. Sentir

info@mobiusinstitute.org Copyright rc
,) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 Medição de Vibrações Página 89
Manual do Curso

chumaceiras anormaimente quentes. Se possível, falar com os


Técnicos locais que possam transmitir informações específicas.
Se observar qualquer coisa de interessante, a maioria dos
colectores de dados permite a inserção de notas ou a selecção
rápida de "notas típicas". Pode consumir tempo, mas são
informações incrivelmente valiosas.
Um dos maiores benefícios da implementação de um programa de
monitorização de vibrações é ter alguém a visitar as máquinas
regularmente, anotando estas observações. Ficaria surpreso com o
que se pode encontrar.
Temos agora de ir para o primeiro ponto de medição na máquina.
Terá de identificar a localização exacta para o teste. Se usar
"discos de identificação" ou discos de ligação rápida, esta
identificação torna-se muito mais fácil.
Garanta agora que a superfície do ponto está limpa. Certifique-se
que não existem impurezas ou outros detritos. O contacto entre os
sensores e a superfície das máquinas,,deverá estar limpo,
independentemente do tipo de montagem. A adição de um
lubrificante pode melhorar ainda mais a realização do teste.
Instale o sensor e inicie a medição. Como é óbvio, a operação de
colector de dados varia de modelo para modelo, pelo que não
abordaremos esse assunto neste curso.
No entanto, em muitos colectores de dados, pode visualizar
previamente os dados, antes de os armazenar definitivamente.
Poderá ver uma medição de nível global ou mesmo, um
espectro/forma de onda.
Se estiver bem familiarizado com as vibrações e a máquina, esta é
uma boa altura para criticar os resultados obtidos. Parecem ser os
níveis obtidos correctos? Se não o forem, verifique a montagem e
condições de operação.
São as medições estáveis? Se não o forem, deveriam ser? Em caso
afirmativo, recolha os dados durante o pico do cicio de operação.
Com a conclusão do teste, recomendamos que reveja rapidamente
os dados antes de prosseguir para o próximo ponto de medição -
mas, somente se tiver a experiência em análise de dados
necessária.
Uma rápida verificação dos dados poderá levar a uma repetição do
teste ou à realização de um "teste especial" adicional, de modo a
íniciar o processo de diagnóstico; verifique os níveis nas
fundações, tente sentir a temperatura das chumaceiras, verífique a
fase nos acoplamentos, recolha um espectro de elevada resolução
extra, etc. Mais uma vez, isto deverá apenas ser levado a cabo por
analistas experientes.
Terá de repetir todos os estes passos erri todos os pontos de
medição da máquina.
Voltamos a reiterar a importância de recolher os dados de uma
maneira tal que, apenas a condição da máquina possa ser
responsável pelas alterações verificadas de teste para teste. Caso
contrário, à medida que uma alteração seja detectada, será
forçado a repetir as medições na máquina, uma vez que não terá
confiança nas medições realizadas. Poderá chegar a conclusões de
diagnóstico erradas e em resumo, perder tempo - e ficar
embaraçado.
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 90 Capítulo 4 - Medição de Vib ações
Manuaí do Curso

Alguns sistemas fornecem elevados níveis de repetibilidade, com


recurso a discos de ligação rápida e etíquetas com códigos de
barras, de modo a identificar os pontos de medição. Em resumo, é
necessárío uma boa formação e compreensão do valor de dados de
boa qualidade.
O ponto essencial é não tratar o procedimento de recolha de dados
como uma tarefa pouco exigente. O Técnico que realiza as
medições tem a hipótese de adquirir muitas informações, mesmo
antes de montar o sensor.
É também importante usar do senso comum. Torne a tarefa de
medição recompensadora. Não volte com dados errados devidos a
uma má montagem do sensor, condições de operação incorrectas
ou identificação de ponto de medição errada. Tente fazer tudo bem
à primeira.

Reconhecer Dados Errados


Aquando da análise de dados de vibrações, poderá ocasionalmente
ser confrontado com medições fora do normal. Tenha em
consideração o facto de que quando a começar analisar vibrações,
a maioria das medições poderão parecer-lhe fora do normal. Terá
de ser capaz de reconhecer quando é que uma medição não foi
recolhida de um modo correcto.
O problema poderá ser devído à maneira como o transdutor foi
montado ou a uma avaria no transdutor ou no cabo de ligação.
Existem uma série de conceitos que têm de ser apreendidos antes
de podermos avançar. É necessário conhecer o modo como os
transdutores funcionam e a maneíra como são alimentados.
Anteriormente, abordámos a construção interna dos acelerómetros
e o modo como são alimentados. Vimos também uma série de
razões para que o sinal de saída de um sensor se torne instável.
Vamos agora rever rapidamente essas razões.

Tempo de Estabilização da Alimentação


Em primeiro lugar, um sensor possui um conversor de carga
integrado, e em alguns casos, um círcuito integrador. Quando a
alimentação é aplicada no transdutor, o sinal torna-se instável
enquanto o circuito "estabiliza". Durante este período de tempo, a
forma de onda mostrará um offset DC.varíante e o espectro terá
uma "rampa de skí".
Se este fenómeno for observado, teremos de aumeritar o "tempo
de estabilização" - uma configuração do software que controla a
operação do colector de dados. O tempo de estabilização será mais
longo em acelerómetros específicos para baixas frequências.
Nota: Isto só se aplica em acelerómetros com amplificação
interna (p.e. ICP).

Transientes Térmicos
Se um sensor for retirado de uma superfície fria para uma outra
que esteja muito quente (ou vice-versa), irá sofrer um transiente
térmico. Isto também irá causar uma flutuação no sinal de saída,
que poderá ser visto na forma de onda do sinal no tempo e no
espectro, como uma "rampa de ski".
info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 - Medição de Vibrações Página 91
Manual do Curso
Neste caso, terá de aumentar o tempo de estabilização do sensor
ou simplesmente, montar o transdutor e esperar alguns momentos
antes de iniciar a medição.

Montagem Incorrecta
Se verificar que o conteúdo de alta frequência da medição está em
falta ou está reduzido (só conseguirá saber isto, se comparar com
medições anteriores), poderá ser devido a uma montagem
incorrecta do sensor.

Superfície Suja
Superfícies sujas causam perda de conteúdo de alta frequência. Se
a superfície de contacto está suja, então, a resposta em frequência
será reduzida - o conteúdo de alta frequência não será transmitido
ao transdutor, o que significa que não surgirá na medição.
Terá de melhorar as técnicas de recolha, garantindo que possui
uma superfície limpa e lisa, antes do teste. Se estiver a usar um
disco de montagem, poderá considerar a compra de tampas
adequadas de modo a manter os discos limpos.

Harmónicas Devido a Contacto Incorrecto


Se as medições exibirem harmónicas inesperadas num único ponto
de medição, poderá indicar que o sensor não estabeleceu um
contacto correcto com a máquina. O sensor poderá vibrar, gerando
harmónicas.
Se as harmónicas forem detectadas em outros pontos da máquina,
é mais provável que a máquina tenha um desaperto de algum tipo
(a menos que todas as suas medições estejam erradas).

Problemas no Sensor
Vamos agora abordar os problemas que podem ocorrer nos
conversores de carga internos dos acelerómetros (ICP).
Conforme anteriormente descrito, estes transdutores são
alimentados por uma tensão DC (8 a 14 V DC). O sinal AC
dinâmico é sobreposto à tensão de alimentação, resultando numa
variação de O V DC até ao limite da fonte de alimentação,
normalmente entre 18 a 30 V DC. O colector de dados remove
então a tensão de alimentação, deixando apenas o sinal dinâmico.
Observando o nível do sinal e verificando a tensão de alimentação,
é possível detectar uma gama de avarias no sensor e no cabo de
alimentação.

Medição da Fase
Até agora, temos focalizado a nossa atenção nos métodos usados
para medir vibrações. É agora altura de medir a fase. Vamos
começar com uma revisão de modo a compreender claramente o
conceito da fase.

info@mobiusinstitute.org Copyhght © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 92 Capítulo 4 - Medição de Vibrações
Manuai do Curso
A fase é uma medição da
diferença do tempo relativa
entre duas ondas
sinusoídais. No nosso caso,
o sinal sinusoidal é
normalmente a frequência
da velocidade de rotação.
Apesar de ser uma medição
da diferença de tempo, é
normalmente medida em
graus (ou radianos). 360
graus representam uma rotação ou ciclo completo (uma rotação do
veio).
Se dois sinais estiverem em fase, então, ambos os sinais atingem
o seu máximo simultaneamente.
Se estiverem desfasados 180 graus, então, quando um atinge o
seu máximo, o outro estará no seu mínimo.
Quando fazemos ensaios de análise modal ou análise de
ressonâncias em veios, estamos preocupados com a medição de
fases absolutas, e mesmo em alterações na medição das fases.
A equilibragem dinâmica também se baseia na medição de fases
absolutas. Uma mudança no ângulo de fase e no nível de
amplitude após a adição de uma massa de ensaio, permite-nos
calcular os "coeficientes de influência".
No entanto, na monitorização de máquinas, estamos normalmente
interessados em saber se algo está em fase ou desfasado 180
graus, de modo a diagnosticar desequilíbrios, desalinhamentos,
ressonâncías, empenos de veios e desapertos.
Existem basicamente duas maneiras de medir a fase: com um
analisador/colector de dados de 2-canaís e com um sensor de
referência.
Quando calculamos o espectro a partir da forma de onda do sinal
no tempo através do processo FFT, acabamos com os valores de
magnitude e fase para cada "linha" do espectro.
Os valores da fase são relativos ao início da amostra temporal
usada para calcular o espectro FFT. Mas, quando é que a amostra
temporal é capturada? Se não o soubermos, então, os nossos
valores de fase, que representam um atraso no tempo, não têm
sentido.
Assim, quando um colector de dados é norrnalmente usado para
medir vibrações, os valores da fase são desprezados - não são
armazenados.
Mas, e se pudermos controlar o início da amostra temporal? Ou, se
recolhêssemos duas amostras temporais de diferentes fontes
simultaneamente? Então, as medições da fase seriam relevantes e
úteis.
A maioria dos colectores de dados permitem medir a fase. Têm
uma entrada para o acelerómetro e uma outra para o sensor de
referência, normalmente um sinal tacométrico. Esta última entrada
pode ser designada por "trígger externo" ou "fase".
Um tacómetro fotoeléctrico pode ser usado para gerar um sinal de
trigger. Um pequeno pedaço de fita reflectora deverá ser colado no

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 - Medição de Vibrações Página 93
Manxa do Ci rsc

acoplamento ou no veio. O tacómetro fotoeléctrico é activado


(triggered) em cada rotação, produzindo uma onda quadrada TTL
com a frequência da velocidade da máquina.
Existem outras opções; a utilização de um sensor laser em vez do
tacómetro fotoeléctrico, ou a utilização de um sensor de
proximidade numa chaveta do veio.
Pode também usar uma lâmpada estroboscópica. Quando
apontada ao veio ou a qualquer objecto rotativo (com a velocidade
correcta), a frequência da lâmpada estroboscópica é ajustada até
que o objecto "pareça" parado - tenha cuidado, ele continua a
rodar!
Apesar da lâmpada estroboscópica poder ser usada em algumas
situações, não é recomendada em equilibragens dinâmicas ou em
medições de rotina para análise de tendência da fase.
Quando configurado correctamente (ver o manual de operação), o
colector de dados iniciará cada amostra temporal em sincronização
com o sinal do trigger. O valor da fase à frequência da velocidade
de rotação (baseado no sinal do sensor de referência - trigger) é
extraído quando a análise FFT é realizada. Assim, a medição da
fase é relativa ao trigger de referência.
Esta medição da fase pode ser usada na equilibragem dinâmica do
rotor (assumindo-se que a referência não muda). Pode também
ser usada para medições da fase relativa.
Vamos ver um exemplo. Em primeiro lugar, vamos montar um
sensor tacométrico de referência num ponto arbitrário do veio.
Fazemos uma medição da vibração e da fase na chumaceira
oposta ao ataque do motor, na direcção axial, e obtemos uma
medição de 23 graus à velocidade de rotação nominal.

Preocupa-nos que sejam 23 graus? Dá-nos alguma informação


sobre a máquina? Não, mas temos de nos lembrar desse valor.
De seguida, mantendo o sensor de referência montado, fazemos
uma medição na chumaceira de ataque da.bomba, na direcção
axial. Desta vez obtemos o valor de 25 graus. O que é que isso
nos indica?

info@rnobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 94 Capítulo 4 - Medição de Vibrações
Vía uai do Curso

Houve algo que nos esquecemos de Ihe dizer. Quando realizámos a


medição no motor, o sensor tinha um sentido contrário ao que
tinha na segunda medição, na bomba - 180 graus de diferença.
Pelo que, qualquer medição que façamos terá de ser ajustada 180
graus.
Então, temos a medição no motor de 23 graus, e na bomba de 205
graus. Estão sensivelmente desfasadas 180 graus. Sem entrar em
muitos detalhes, por agora, isto indica um problema de
desalinhamento.

Referimos anteriormente que o colector de dados calcula a fase


relativa no início da amostra temporal, que normalmente tem um
inicio arbitrário.
O método que acabámos de ver envolve o controlo do início da
amostra temporal através da sua sincronização com a rotação do
veio.
Mas, e se tivermos um colector de dados ou analisador multi-
canal? Nesse caso, o início da amostra temporal começa
simultaneamente num instante arbitrário. Assim, se fôssemos
comparar as medições de fase a 1X (ou a qualquer outra
frequência), obteríamos uma medição da fase relativa entre as
fontes das duas vibrações.
Podemos usar esta função de diversas maneiras. Podemos colocar
um sensor no motor e outro na bomba, e obter uma medição da
fase relativa.
Podemos colocar um sensor num ponto arbitrário da máquina e
mover o outro sensor em vários pontos da mesma máquina. Em
cada ponto, teremos o ângulo de fase relativo ao ponto arbitrário
(que é sempre o mesmo durante a realização do teste).

info©mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 4 Medição de Vibrações Página 95
Manual do Curso
Podemos assim comparar todas as medições de fase, umas com as
outras. Este é um excelente método de conhecer ressonâncias por
toda a máquina. Podemos saber se a máquina vibra num eixo, se
sobe e desce, e por diante.
Esta técnica, designada por "modos de deflexão de operação" ou
ODS (operatíng deflection
shapes), pode também ser
realizada com o tacómetro de
referência. A única diferença é
que teremos apenas um valor
de fase a uma única frequência
(a velocidade de rotação); mas,
frequentemente, é tudo o que r ior
'
queremos. yr r T "
Os métodos actuais usados para Vir
rir V wmpro.-
recolher a fase, variam de
acordo com o modelo do
colector de dados que utilize e a razão para a qual necessita da
fase. Uma vez que o tenha feito uma série de vezes, torna-se fácil
de realizar.

info@rnobiusinstitute.org Copyhght 2005 Mobius Institute www.mobius stitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 5
Processamento de Dados
Todos os dias em todo o mundo existem, literalmente, milhares de
pessoas em fábricas, navios e em outras instalações com
poderosíssimos colectores de dados nas suas mãos. Infelizmente,
muitas dessas pessoas não compreendem como funcionam estes
equipamentos, apenas sabem utilizar as suas funções básicas.
Deveremos importar-nos com o que se passa dentro da caixa?
Deveremos importar-nos como é que o sinal oriundo de um
transdutor resulta num sinal em tempo e num espectro?
Eu penso que devemos!
Para começar, necessitamos de obter bons dados para que um
programa de manutenção condicionada tenha sucesso. Como é
normaimente dito: "garbage in, garbage out"(entra lixo, sai lixo).
Compreendendo assuntos relacionados com médías, resolução e
gama de frequências, iremos descobrir que conseguimos recolher
dados de qualidade superior no mesmo íntervalo de tempo e obter
muito mais informação de um mesmo teste.
Quantas vezes encontramo-nos sob pressão no trabalho?
Gostamos de ficar ao lado de uma máquina a recolher dados?
Bom, através do melhoramento da configuração do teste, existe
uma hipótese de recolher melhores dados num intervalo de tempo
mais reduzido.
E quando o problema na máquina não for assim tão simples (se é
que são alguma vez)? Se soubermos como configurar melhor o
nosso colector e o que significa cada parametrização,
possivelmente estaremos em melhor posição para realizar testes
especiais e obter informação adicional, informação essa que
poderá ser a chave para um diagr L,LJ }_n eciso.
Este capiluiu ird aprofundar todos os assuntos relacionados com a
realização de medições, digitalização do sinal e produção do
espectro. Assuntos como razões de amostragem (allasing),
resolução, windowing (leakage) e médias, serão todos abordados.

Uma Breve História


Os tempos mudaram. Durante os últímos trínta anos, e mesmo
antes, as pessoas usaram todo o tipo de dispositivos para medir
vibrações. Se é uma pessoa relativamente nova na análise de
vibrações e por vezes sente que ao transportar um colector de
dados é um trabalho duro, então não se queixe! Quando o autor
começou nas vibrações, o novo analisador Hewlett-Packard 3561A,
que era considerado uma inovação, pesava 35 quilogramas e a
memória era suficiente para apenas 127 medições.

Normalmente, os testes de vibrações envolviam instrumentação


muito pesada, que necessitava de ser configurada manualmente
em cada ensaio. Enquanto os analisadores de espectros são ainda
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org

Doeument ID: TCM 220405


Pág na 98 Capítulo 5 Processamento de Dados
anuaï do Curso

utilizados, particularmente para testes especiais e para medições


com dois canais, a partir de meados dos anos 80 os colectores de
dados portáteis invadiram o mercado.
Um número variado de fabricantes apareceram e desapareceram
durante esse tempo, no entanto, os produtos foram melhorados,
com processamento de dados mais rápidos, capacidades de
medição, precisão e visores melhorados, e cada vez com maior
portabilidade.
Contudo, durante todos estes anos, as tarefas básicas do colector
de dados não foram alteradas: condicionamento do sinal do
transdutor, digitalização do sinal, produção de espectro e
armazenamento do mesmo. Adicionando, a essas tarefas, a
navegação e a potencialidade para testes especiais, incluindo a
equilibragem, temos uma descrição de como todos os colectores
de dados são feitos.

Compreendendo a Amostragem e a FFT


Mas, o que acontece realmente ao sinal oriundo de um transdutor?
Os colectores de dados utilizam actualmente software sofisticado e
hardware de medição com o objectivo de capturar e processar o
sinal de forma precisa. Se entendermos como é que na realidade é
gerado um espectro e todos os assuntos relacionados como, a
razão de amostragem, resolução, alíasing, windowing, médias e
gama dinâmica, então acreditamos fortemente que recolheremos
melhores medições, que é uma das chaves para uma análise de
vibrações bem sucedida.
Quando colocamos um transdutor numa máquina, a sua saída
eléctrica será um sinal analógico contínuo que representará a
vibração nessa localização. Para permitir a gravação e análise da
vibração, teremos que digitalizar o sinal. Para fazer isto, temos
que converter o sinal analógico contínuo em série de números
discretos, ao qual chamamos registo do sinal no tempo.

etrag
Vamos observar melhor este processo. Começamos por um sinal
de vibração contínuo.

Para que o nosso colector seja capaz de tratar esta informação,


temos que digitalizar o sinal, isto é, temos que o converter em
série de números. O nosso colector de dados recolherá uma
amostra com uma determinada frequência. A razão desta recolha é
chamada razão de amostragem.

info@mobiusinstitute.org Copyright @ 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 5 Processamento de Dados Página 99
Martual do Curso

Tudo isto significa que, o colector de dados olha para o sinal


analógico, determina nesse momento o nível, memoriza-o e depois
espera um momento antes de repetir o processo.

No final, o que nós obtemos no colector de dados não é,


consequentemente, um sinal tão detalhado como o sinal analógico
contínuo original. Neste exemplo, nós temos qualquer coisa que é
semelhante ao nosso sinal original (o software simplesmente une
os pontos).

O registo do sinal em tempo é definido como N amostras


consecutivas, e igualmente espaçadas do sinal de entrada. Por
razões computacionais N é uma potência de dois, tipicamente
1024, 2048, ou 4096.
A FFT é um cálculo que cria um espectro a partir do sinal em
tempo e esse espectro resultante contém N/2 linhas (por exemplo
512, 1024, 2048). Obtém-se apenas metade do número de linhas,
porque cada frequência contém na realidade duas partes distintas
de informação, a amplitude e a fase.
A frequência mais pequena que poderemos decompor com o
analisador (diferença entre frequências de cada linha) é baseada
na duração do sinal em tempo.

info@mobiusinsti ute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 100 Capítulo 5 — Processamento de Dados
Manuai do Curso

Podemos constatar, através do diagrama, que se o período do sinal


de entrada for maior que o sinal em tempo, não teremos forma de
determinar o período (ou a frequência).
Por outras palavras, se um ciclo completo do sinal não se
encontrar abrangido no sinal em tempo, não existirá forma de o
podermos observar no espectro.
Nesse caso, se a duração do sinal em tempo é igual ao período da
forma de onda, o inverso do comprimento de gravação deverá ser
igual à frequência mínima que poderemos decompor (dado que a
frequência é o inverso do período).
A frequência máxima, ou a gama de frequência, é então
N/2 x 1 / (duração do sinal em tempo), já que, nós temos N/2
linhas espaçadas pelo inverso do sinal em tempo e que começa em
zero Hz. No entanto, vamos verificar na realidade que, devido a
um fenómeno chamado aliasíng, a utilidade de alguns destes
dados será reduzida.
Contudo, é possível verificar que a gama de frequências e
consequentemente a componente da frequência mais elevada que
poderá ser analisada através dos dados recolhidos é dependente
da razão de amostragem e do número de amostras no sinal em
tempo. Se configurarmos o colector para um número de amostras
específico, por exemplo 2048, verificamos que a única forma de
configurar a gama de frequências é através da alteração da
duração do sinal em tempo. Se reduzirmos a duração do sinal em
tempo, as amostras têm que ser adquiridas mais rapidamente e a
gama de frequências é mais elevada.

Então, isto é tudo o que precisamos de saber? Recolher o número


de amostras necessárias à taxa desejada, calcular a FFT e está
tudo feito? Bem, na verdade não é assim tão simples.
Teremos que aplicar técnicas como o windowing, médias e
anti-alíasíng, de forma a garantir que o espectro final seja digno
de análise. Para além disso, ainda não foram discutidas questões
como a digitalização, a resolução e as configurações de ganhos.

Aliasing
Para melhor compreender o fenómeno de aliasíng temos que
observar mais atentamente o processo de amostragem. Embora o
sinal do sensor seja contínuo o sinal em tempo não o é, sendo
apenas uma série de números que fazemos com que se pareça
com a forma de onda original através da união dos pontos. A FFT
usa para o seu cálculo essas séries de amostras.
Observando o simples exemplo da medição de temperaturas
verificamos que, durante o dia a temperatura no interior de um

info©mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Capítulo 5 - Processamento de Dados Página 101
Manual do Curso

quarto varia ciclicamente, para cima e para baixo, sempre que se


liga e desliga o sistema de calor.

Room Temp erature

10:30 11:00 11:30 Time

Olhando para a forma de onda, verificamos que o cicio repete-se a


cada 30 minutos, se a forma de onda tiver a amostragem correcta.
Mas, o que aconteceria se a nossa amostragem da temperatura se
desse a cada 30 minutos?
Room Temp erature

10:30 11:00 11:30 Time

Bem, nesse caso, obter-se-ia apenas uma linha recta.


E se alterássemos ligeiramente a nossa amostragem e
guardássemos amostras a cada 15 minutos?
Roo m Temp erature

10:30 11:00 11:30 Time

O resultado seria o mesmo, basicamente uma linha recta. Não


temos uma amostragem suficientemente rápida para verificar as
flutuações da temperatura.
Este resultado é devido a um fenómeno chamado de aliasing. Dois
sinais são ditos alias se a diferença das suas frequências é
abrangida pela gama de frequências de interesse. Esta diferença
de frequências é sempre gerada no processo de amostragem.
Depois de observarmos estes aspectos, o que deveremos fazer
para obter um conjunto de dados digitais que representem o sinal
analógico de interesse? Torna-se claro que precisamos de uma
razão de amostragem superior. De facto, a amostragem terá que
ser maior que o dobro da frequência de interesse. Do exemplo
anterior, o nosso sinal tem um período de 30 minutos e uma taxa

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitu e.org


Document ID: TCM 220405
Página 102 Capítulo 5 — Processamento de Dad s
rvianuai ao Curso

de amostragem de 15 minutos (metade da razão), pelo que, não é


suficiente.

Por exemplo, o sinal ilustrado de seguida é um sinal a 65 Hz, mas


a nossa gama de frequência é de apenas 25 Hz (isto significa que
a nossa amostragem é de 64 amostras por segundo). Conforme
podemos verificar obtemos um pico a 1 Hz.
„ . •
Select a tutoríal panel frorn the list XjIJjz 1 cIIckontHeçrapHíoracuzoreedoul

l Antialiaz panel
Sampling " ": -------- " "
- - - - -

Sample Tate 32 6/4 128 258


Freq range 12,5 25 50 100 Hz •
Signals

111111111111, 111111111:,
80 80
40 y?"--1 120 40 f

60
Hz

10 15 2 25
Startirefresh sírnulalAn Hed.

Nota: Usámos 4096 amostras e a nossa razão de amostragem


é de 64 amostras por segundo, então a gama de
frequências é de:
4096 / (64 * 2.56) = 25
À medida que aumentarmos a frequência, o pico mover-se-á pelo
espectro apresentado. Esse pico que visualizamos não é um pico
verdadeiro. No èxemplo anterior não existia na realidade um sinal
com uma frequência a 1 Hz, mas sim a 65 Hz.
: Select a tutorial pand from ha li „ OlHO on the graph fpr a 05551 paadou

panel
, SarnPling

• Sarnple rate 2 4 148 26


. Freq range 12.5 25 50 100 Hz
. Signals

160 0 160
Hz Hz s

3.

10 20 30 40 50 70 90 100
Startireiresh

Então a regra é a seguinte: "a razão de amostragem deverá ser


maior que o dobro da frequência mais alta de interesse". Esta
regra é conhecida como o critério de Nyquist.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinshtute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Capítuto 5 – Processamento de Dados Página 103
Manual do Curso
Mas, quando estamos a recolher uma medição, como é que
sabemos quais as frequências que estão contidas no sinal? Não
existe maneira de saber, de facto, assumiremos sempre a
existência de sinais que se sobrepõem no nosso espectro. Por esta
razão, todos os analisadores de espectros e colectores de dados
portáteis usam alguns tipos de filtros anti-alias. Este filtro
passa-baixo, filtrará quaisquer sinais acima da frequência de
amostragem.
Para assegurar que entendemos esta questão, vamos observar
outro exemplo. Voltando ao nosso exemplo do ventilador, que
utilizámos na secção do Fundamentos de Vibração, temos um sinal
de 1 Hz e um sinal de 8 Hz.

Amplitude

5-
4-
3-
2-
1-
o ti
7 3 9 10
Frequency (Hz)

É fácil verificar que se recolhermos amostras a 1 Hz, vamos obter


uma linha recta. O mesmo acontece se a nossa razão de
amostragem for duas vezes por segundo. De acordo com o Critério
de Nyquist, se a razão de amostragem for de três vezes por
segundo teremos dados suficientes para identificar o sinal de 1 Hz,
contudo, continua a não ser suficiente para a frequência mais
elevada.
Se o sinal de 8 Hz for expectável, e se o
que ter uma amostragem SUPFDT —:,ib vezes por segundo
(8 * 2 = 16). No entantrs não soubéssemos da existência desse
sinal e a nossa arrs -- -.agem fosse de 3 vezes por segundo,
aparer:i, iiu espectro um pico à frequência "fantasma" devido à
componente de 8 Hz.
Face ao exposto, a única solução é filtrar tudo acima da frequência
que sabemos que será válida nos nossos dados. Se a nossa
amostragem é de três vezes por segundo, filtraremos qualquer
coisa acima dos 6 Hz (3 x 2 = 6).

Amplitude

5-

1-
O
o

Infelizmente, os filtros não são assim tão bons, não permitindo a


passagem de toda a informação abaixo de uma determinada

info@mobiusins itute.org Copyright () 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 104 Capítulo 5 Processamento de Dados
Manual do Curso

frequência e rejeitar toda a informação acima de determinada


frequência (ou vice versa para um filtro passa-alto).
Se tivéssemos um filtro perfeito, qualquer frequência acima da
razão de amostragem seria completamente removida mas, na
realidade, os filtros não são assim tão precisos, e algum nível de
sinal a essas frequências conseguem passar, pelo que, não
poderemos usar todo o nosso espectro.

Lembremo-nos do seguinte, se tivermos N amostras no sinal em


tempo, a FFT produzirá um espectro com n/2 linhas. Então, um
sinal em tempo com 2048 amostras irá produzir um espectro com
1024 linhas, mas, devido á natureza dos filtros antí-alías, nós na
verdade só ficamos com 800 linhas.
A regra aceitável é que no sinal em tempo o número de linhas é
igual ao número de amostras dividido por 2,56.

Amostras Linhas
512 200
1024 400
2048 800
4096 1600
8192 3200
Da mesma forma, a gama de frequências é igual à gama temporal
dividida por 2,56. Assim, quando a nossa amostragem for de 1024
amostras por segundo, obtemos um espectro de 400 Hz. Devido a
estas regras a maioria dos colectores de dados e analisadores de
eczpectros têm razões de amostragem fixas e filtros antí-alias
correspondentes que produzem gamas de frequências
convenientes.

Filtros Anti-Alias e Amostragem Sigma-Delta


Para que conste, temos na realidade duas formas de resolver este
problema. Uma das formas é a utilização de um filtro anti-alíasíng
"analógico", sendo a outra, a utilização de filtragem "digital", que
usualmente é chamado método "sigma-delta".
Os colectores de dados mais modernos empregam o método
sigma-delta, já que têm melhor rendimento e são mais baratos
para o fabricante.
Nota: O termo "Analágico" significa que o filtro trabalha com
o sinal original oriundo do transdutor. O filtro "digital"
trata os números gerados pela conversão
analógico-digital, sendo este processo realizado ao nível
do processador de sinal integrado, que é semelhante a
um pequeno computador dentro do colector de dados.

Amostragem
Vamos agora olhar mais profundamente para o processo de
amostragem. A electrónica, que se encontra dentro do colector,
chamada conversor analógico-para-digital (A/D), recolhe
info4mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 5 — Processamento de Dados Página 105
Manual do Curso
repetidamente uma imagem instantânea do sinal analógico, ou
seja, recolhe uma amostra do sinal. Existem dois factores que
podemos controlar: A razão de amostragem (número de amostras
por segundo) e o número total de amostras registadas.

Se recolhermos amostras mais rapidamente, poderemos decifrar


frequências mais altas. Então, no caso de estarmos a realizar um
teste num compressor de alta velocidade, é desejável ter uma
amostragem com uma razão superior.
(Não esquecer que, no nosso ventilador se a amostragem for de 2
vezes por segundo conseguimos decifrar o sinal de 1 Hz, no
entanto, teríamos que ter uma razão de amostragem de 16 vezes
por segundo para identificar a frequência de 8 Hz originada pelas
pás do ventilador)
Regra Razão de amostragem é proporcional à gama de
frequências
No entanto, se pretendemos identificar frequências que estão
muito próximas, temos que recolher mais amostras.
Regra N°2: Número de amostras é proporcional à resolução
Mas existe o outro lado da moeda. Quanto mais rápida for a nossa
amostragem, mais dados recolhemos, os quais terão que ser,
armazenados, transferidos, representados em gráficos e usados
nos cálculos. Se recolhermos mais amostras, para obtermos maior
resolução, mais tempo demorará para completar a medição, ou
seja, significa mais tempo junto da máquina.
Vamos então examinar o efeito da razão da amostragem. No
exemplo que se segue, podemos constatar que a razão de
amostragem é muito pequena. É obvio que, parte da informação
do sinal vai-se perder.

Original analog signal


Díg;. ricord

Se a amostragem do sinal for baixa, vamos perder todo o


conteúdo relativo às altas frequências.
No exemplo anterior existem três frequências: 6 Hz, 8 Hz, e
380 Hz. A gama de frequências foi configurada para 400 Hz (uma
razão de arnostragem de 1024 amostras por segundo). No caso da
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Instítute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 106 Capítulo 5 — Processamento de Dados
Manuat ao curso

nossa configuração ser de 512 amostras, para um espectro de 200


linhas, apenas conseguiríamos obter um pico por volta dos 7 Hz,
no lugar de dois picos: 6 Hz e 8 Hz.

Chck on the graph for a c

50 100 150 200 250 300 350 400


Her,

Se registarmos o mesmo sinal e aumentarmos o número de


amostras para 1024, para um espectro de 400 linhas, é possível
identificar dois picos, espaçados de 1 Hz entre eles. A gama de
frequências continua a ser de 400 Hz, no entanto, com 400 linhas
de resolução nós teremos na realidade uma linha por cada 1 Hz de
intervalo.
; Select a tutorial .panel from thelist,_ l CichanlheoraphtoracuzorreadzÀ
, 15 arnplIng panel
1 5.
Resolution
1 0,
200 raz 200 Hz
4nn 400 Hz
800 hne 800 Hz
1600 1600 Hz
S'gnals [Hz1 "

L!*

E 2.

100 150 200 250 300 350 400

• Se experimentarmos uma razão de amostragem superior, iremos


verificar se existem alguns picos acima dos 400 Hz, no entanto, a
nossa resolução foi reduzida.
Neste caso temos uma gama de 800 Hz - e os picos de 6 e 8 Hz
uniram-se num só, tal como é possível verificar no espectro
apresentado.

info©mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 5 Processamento de Dados Págína 107
Manual do Cur o

Select ã tutorial panel from the Cck oathraphfo: a maceec readout


,•-•`MAJ-- A ,,JJ--

15,
Flange
10.
200 Hz
400 kne.,
800 kre
-
1600 line

0.3 04 05 0.6 0.7 0.3 05

0.
100 200 300 400 500 600 700 000
Starthefresh ,ireclation Irl

É obvio que podemos aumentar o número de amostras para


aumentar a resolução. No exemplo anterior, usámos 2048
amostras para um espectro de 800 linhas.
NOTA: Mesmo que não seja possível observar dois picos no
espectro, é garantido que eles estão lá.
NOTA: A resolução real é afectada pela janela usada. Por
exemplo, se estivermos a usar a janela Hanning o
factor de janela é 1.5. Uma medição de 1600 Hz com
800 linhas terá uma resolução real de:
1.5 x 1600/800 = 3 Hz
No caso de estarmos em presença de um sinal com
picos separados entre si de 3 Hz, esta configuração não
é de todo suficiente.

Windowing
Existe outra propriedade da FFT que o seu uso afecta a análise de
vibrações. Deveremos lembrar-nos que a FFT é realizada a partir
de um conjunto de amostras, que é chamado sinal em tempo. No
cálculo da FFT, assume-se como verdadeiro que, o sinal em tempo
é contínuo, isto é, são idênticos os blocos do sinal imediatamente
anterior e posterior ao sinal em tempo guardado.

No exemplo apresentado Iculo da FFT é realizado no conjunto


de dados com o fundo preto, nu.-ntanto, assumimos que os dados
continuam indefinidamente antes e do cnnj..inff, de dados
registados, conforme o representado nu:, -urn o fundo
cinzento.
Se estivermos a analisar uma forma de onda pura, isto é, um sinal
com apenas uma frequência e com um sinal em tempo contendo
um número inteiro de ciclos, então a aceitação deste facto é
verdadeira. Mas, e se assim não for?
No exemplo apresentado de seguida, o sinal não é periódico em
relação ao sinal em tempo. Quando unímos os blocos de dados,
anterior e posterior, ao bloco guardado (que é a forma como o
cálculo da 11- 1 funciona), obtemos um sinal descontínuo. O sinal
info@mobiusinstitute.org Copyrioht © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstítute.
Document ID: TCM 220405
Página Capítulo 5 — Processamento de Dados
Manual do Curso

não é o mesmo que o original e parece-se com níveis de


incremento passo a passo.

No exemplo a seguir foram utilizados dados reais. Se olharmos


com atenção, veremos que existe uma variação na continuidade do
sinal.

Este nível de incremento passo a passo pode parecer um impacto,


o qual poderá resultar em energia (bandas laterais próximas), bem
como, num conjunto de harmónicas observáveis no espectro.
Este fenómeno é chamado de leakage e o seu resultado é o
alargamento dos picos no espectro.
O exemplo seguinte não tem nenhuma janela seleccionada e não
apresenta leakage:
S elect a luttmiaJ panel Som the 150. graph for msor readout

'ind.ang panel
indow type ›- •

Hanning window

Homminpwindow

Rat top wit'adok,

Show windcm shapc

Signal emurce • ,•• Freci

r Real signal

Simulated signal
,

Leakage
Your contml

100 150 200 250 300 350 400


S lart/reff esh airnulation H

mplo, temos um sinal de 10 Hz com uma gama de


L Lj- uencias de 400 Hz. O sinal é periódico em relação ao sinal em
tempo, não havendo por isso leakage.
Agora temos um novo sinal de 10,9 Hz, este novo sinal não é
periódico e obtemos no nosso espectro um pico alargado. Podemos
observar que, apesar da forma de onda começar em zero (ponto
médio da coordenada da amplitude), ela não termina em zero.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 5 - Processamento de Dados Página 109
Manual do Curso

Select a tutorial panel from the list: Cliokoothoonhlor a cursor readOUt".

Windowing panel
Window type

í-i;;;;;;'
fiamming window
- Flat top winclow

— Shom mindov., shape

Sign& source . Frequency

Real signal
0.8 1.2 2
Simuiated signal
No eakage 120 1 8
7

2.

0.
50 100 150 200 250 300 350 400
StarlIrehesh simufation LIn

Usando a escala logarítmica podemos constatar, de uma forma


mais clara, o efeito que o leakage produz no espectro.

Para resolver este problema temos, na realidade, que aiterar a


forma do sinal em tempo, de modo a que não existem dados no
início e no fim do nosso registo. Isto é conhecido como
"windowing" dos dados. A janela não altera o conteúdo
frequencial, no entanto, afecta a forma e os níveis de amplitude
dos picos espectrais.
Na ilustração que se segue, podemos constatar que, quando
aplicamos uma janela nos extremos do sinal em tempo, deixa de
haver alterações repentinas da amp!it - i.d- niCÊo quer no
fim do registo, e como tal, não .15 .ce leakage.
Forma de Onda

Forma de Onda Windowed:

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 110 Capítulo 5 — Processamento de Dados
Manual ao Lurso

Existem várias funções de janelas que se podem escolher, cada


uma com uma forma diferente, que afectará também de forma
diferente o espectro resultante. A janela Hanning é o tipo de janela
mais usado na análise de vibrações de equipamentos rotativos.
Se voltarmos ao nosso exemplo original temos então o sinal a 10.9
Hz com a aplicação de uma janela. Podemos verificar que o sinal é
muito melhor.
Sem Janela:

r
0.2 0.6 0.8

50 10u 150 200 250 3013 350 400


HerL

Janela Hanning:

info©mobiusinsbtu e.org Copyright 2005 Mobius Insbtute www.mobiusinstitute.org


Document ÏD: TCM 220405
Capítulo 5 — Processamento de Dados Página 111
Manuaí do Curso

Factor de Janela e Resolução em Frequência


A janela afecta a precisão da amplitude e a resolução em
frequência. A janela Hanning permite a melhor resolução em
frequência e a janela Rat Top permite a melhor precisão em
amplitude.
Dado que a resolução da frequência é afectada, a cada janela é
associado um factor de janela. Para determinar a resolução real
de um espectro (a capacidade para identificar duas frequências
muito próximas) temos que multiplicar o factor de janela pela
razão entre a gama de frequências e o número de linhas.
Por exemplo, se a gama de frequências for de 1600 Hz e se
tivermos 800 linhas, obteremos 2 Hz por cada linha. Contudo, se
utilizarmos a janela Hanning com um factor de 1.5, a resolução
real é então de 3 Hz. Então, se estamos interessados em
identificar duas frequências espaçadas de 2 Hz, necessitamos de
uma de duas coisas, ou reduzimos a gama de frequências ou
aumentamos o número de linhas.

A Janela Hanning
A janela Hanning é o tipo de janela mais usado na análise de
máquinas.
Infelizmente, a janela afecta a precisão da amplitude no espectro.
Se a frequência em questão é periódica no sinal em tempo, o pico
irá situar-se exactamente em cima de uma linha do espectro e a
sua amplitude será precisa. De outro modo, o nível de amplitude
poderá ser atenuado até 16% (1,5 dB).

No caso da velocidade da máquina ser a mesma de teste para


teste, então o erro será repetido permitindo a comparação dos
níveis de forma segura. Contudo, raramente as máquinas são
assim tão estáveis.
A boa notícia é que a natureza desta impreciau
compreendida e na maioria dos programas de análise existe uma
opção para cálculo da exacta frequência e da amplitude do pico.
Na maioria dos percursos automatizados, que comparam níveis
espectrais a limites de alarme, é também realizada esta correcção.

A Janela Flat Top


Existe outra opção chamada de janela Flat Top. Esta janela tem
uma maior precisão na amplitude, com um erro de apenas 1%
(0,1 dB), No entanto, a resolução em frequência é fraca.

inf @mobiusinstitute.org Copyright () 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 112 Capítulo 5 — Processamento de Dados
anuai do Curso

: ; . . .. EY:
25. • -
..; - ------- - - - - —
;
15. • — : r\
10. - - ""; " - -.1-1 4. s =
.c.,
5. o
I--Fi'
0. ,
-.:' ' \ /;- '''.----'-`,.--' `-:-,'
E -5. '"\ j ,-
.:.
7

-25. ' 'S• .,

O 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8

o -F77
0.01 o

E 0.001 - . .;
"

0.0001

0.00001
O 50 100 150 200 250 300 350 400
Log HerL

Dado que, a análise de vibrações a máquinas rotativas envolve a


detecção de frequências características e como, geraimente, são
obtidos picos muito próximos, a maioria dos analistas apenas usa
a janela Hanníng.

A Janela Hamming
Não, não é um erro de escrita. Existe de facto uma janela
chamada de Hamming. Esta janela tem a mesma forma que a
janela Hanning com a excepção de que a amplitude não é ajustada
para zero no início e no fim. Esta janela foi criada como um
melhoramento da janela Hanníng. A maioria dos colectores tem a
possibilidade de escolha tanto para a janela Hanning como para a
Hamming ou para ambas.

Janela Rectangular e Uniforme


Poderão existir situações onde observamos a opção entre a janela
Rectangular e a janela Uniforme. Isto significa exactamente o
mesmo que não ter qualquer janela aplicada.

Esta opção deverá ser seleccionada quando realizamos testes de


análises transitórias, como o teste de impacto ou teste de
pancada. Pelo facto da resposta do impacto se situar no início do
sinal em tempo, as janelas Hanning, Hammíng, ou Flat Top,
destruirão a parte mais importante da forma de onda.
De qualquer forma, os dados transitórios são, tipicamente, zero no
início e no fim do registo, pelo oue a leakeage não é um problema.
infb@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 5 — Processamento de Dados Página 113
Manual do Curso

É verdade!...Quando recolhemos dados e gravamos o sinal em


tempo para uma posterior análise, a forma de onda não foi
afectada pela janela, sendo normalmente usado para a FFT o
primeiro ou o último registo.

Porque é que isto é Importante?


Quando vamos decidir quais os parâmetros de dados que se vai
recolher para cada máquína, deveremos observar a máquina,
determinar as razões de rotação dos componentes mais
importantes, e com base nisso decidir quais as frequências mais
baixas e mais altas que terão interesse. Devemos ter ainda em
linha de conta que temos necessidade de analisar as harmónicas
dessas frequências características, as quais, vão ditar qual a mais
alta frequência de interesse. Como exemplo, a frequência de
engrenamento ou a razão das barras do rotor.
A maioria dos analistas de vibrações menos experientes escolhe
apenas uma gama de frequências, como por exemplo 1000 Hz,
sem ter em atenção ao tipo de máquina que está a ser analisada.
Isto poderá levar a baixas resoluções quando se testam máquinas
de baixa velocidade e falhar a identificação de frequências
importantes em máquinas de velocidades mais elevadas.
Muitos praticantes recomendariam, para a maioria das
consideradas máquinas "normais", uma gama de frequências de
50 ordens da velocidade de rotação. Considerando como exemplo,
uma máquina a rodar a uma velocidade de 1750 CPM, ou seja 29,2
Hz, a gama de frequências seria de aproximadamente 1500 Hz.
Uma gama de frequências com 50 ordens daria um conjunto de
harmónicas das frequências típicas de defeito dos rolamentos, bem
como, da frequência de passagem de pás, e talvez ainda
fornecesse a segunda harmónica da frequência de engrenamento.
No entanto, se usarmos as usuais 800 linhas de resolução
(obtendo daí as 2048 amostras no sinal em tempo), obtemos 1,5 *
1500/800 = 2,81 Hz (ou 168,75 CPM) entre linhas no espectro
(assumindo que estamos a usar a janela Hanning), i.e. a largura
de banda será de 2,81 Hz, o que cria alguma dificuldade na
determinação exacta da frequêncía. Se tivermos, como exemplo,
uma máquina com transmissão por correias, uma máquina que se
suspeite ter problemas eléctricos, ou em qualquer outras situações
onde existam muitos picos com frequências muito próximas,
precisaremos de uma maior resolução.
Por vezes, duas medições são melhores que uma. Relativamente à
primeira, precisamos de ter maior resolução nas primeiras 10
ordens de rotação, onde a maior parte das frequências
características serão encontradas: 1X, 2X, folgas (1X-10X), Oil
Whirl/011 Whip (inferiores a 1X), frequências características de
defeitos em rolamentos (inferiores a 1X e entre 2,5X a 8X),
passagem de pás (4x a 10X). A outra medição com uma banda de
frequências situada entre 50 a 100 ordens da razão de rotação, a
qual, será muito rápida devido às altas frequêncías e fornecerá
informação muito importante.
Outra forma de abordagem será a recolha de apenas um espectro
de alta frequência com alta resolução. Esta medição será realizada
em caixas de engrenagens ou noutros componentes que
contenham elementos rotativos de alta velocidade. No lugar das

info@rnobiusinstitute.org Copyright () 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 114 Capítulo 5 — Processamento de Dados
fvianual do Curso
usuais 800 linhas de resolução deveremos usar uma resolução de
1600 linhas ou maior.
Dica: Caso não tenhamos a certeza de quais são as frequências
características de determinada máquina, deveremos colocar o
nosso colector no modo de análise, escolher uma gama de
frequências larga e verificar o que aparece. Depois dessa pequena
análise, reduziremos a gama de frequências para aquilo que
acharmos apropriado. Isto nem sempre resulta, já que, as
frequências associadas a falhas nem sempre estarão presentes no
espectro (a não ser que determinada anomalia exista), no entanto,
será com certeza uma técnica muito útil.

Gama Dinâmica
Ainda não foi considerada a resolução da amplitude. As formas de
onda das vibrações oriundas da maquinaria contêm uma
quantidade elevada de informação e determinados sinais têm
amplitude muito pequena em comparação com as frequências mais
dominantes.
Lembremo-nos que, quando estamos a analisar dados não
devemos observar apenas os picos mais elevados, devemos sim,
observar também os picos mais pequenos. Por exemplo,
frequências harmónicas de defeitos em rolamentos, podem ser
muito pequenas em amplitude, no entanto, continuam a ser
críticas no processo de diagnóstico.
Quando o colector de dados digitaliza o sinal de entrada, poderá
apenas registar um número limitado de valores de amplitude para
cada amostra que grava. Vamos supor a seguinte situação
extrema, se o digitalizador (conversor A/D) for de apenas 5 bit,
isto significa que pode apenas registar um de 32 números (2"5 =
32) na amostra.

32

16

Se a tensão máxima for de 1 Volt, que é chamada gama de


entrada, a nossa resolução em amplitude seria (1/32 * 1000)
31,25 mV. Então a amplitude mais baixa que poderá ser medida
será de 31,25 mV, sendo que, a maior será de 1 V. As leituras
serão sempre múltiplas de 31,25 mV.

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 5 — Processamento de Dados Página
Man ua' do Curso

1V

A A A
31.25 mV 4,

WATATA
31.25 mV
o

Isto não será de alguma forma suficiente para a nossa aplicação,


obtendo-se espectros e formas de onda atarracados.
A Gama Dinâmica é a capacidade de medição para identificar
sinais muito pequenos na presença de sinais grandes. É a razão
entre o sinal mais pequeno e o maior e é tipicamente representado
em decibel (dB).
Gama Dinãmica = 20 x log (Sinal mais pequeno/sinal
maior)
Uma Gama Dinâmica larga, tal como é conhecida, significa que
teremos capacidade de analisar sinais muito pequenos em
presença de sinais grandes. Em teoria a gama dinâmica é apenas
dependente da resolução do conversor A/D. Contudo na realidade,
a electrónica dos colectores de dados (incluindo os componentes
de condicionamento de sinal, amplificação e filtragem) adiciona
ruído ao sistema implicando uma redução da gama dinâmica
(porque o ruído mascara os sinais de baixa amplitude).
Muitos dos colectores de dados antigos presentes no mercado têm
conversores A/D de 12 Bit, os quais teoricamente têm uma gama
dinâmica de 72 dB.
Nota: 12 bit dá-nos 4096 valores possíveis (2 1`12 = 4096)
Nota: Obtemos então 72 dB de 20 * log(1/4096)
Os colectores de dados recentemente desenvolvidos têm
conversores A/D de 16 bit, os quais, fornecem uma gama dinâmica
de 96 dB. Isto na realidade significa que, se o nosso sinal de
entrada for de 1 V, conseguiremos detectar variações tão
pequenas como 0.015 mV, o que é excelente.
Mas há mais! Os colectores de dados não têm apenas uma gama
de entrada. Normalmente, existe um amplificador (estágio de
ganho) antes da conversão A/D para aumentar a amplitude, de
modo, a melhor se adequar à gama de entrada do conversor A/D.
Voltando ao nosso exemplo de conversão A/D de 5 bit, existe a
situação ideal quando o sinal for de 1 V em amplitude, dado que,
toda a entrada disponível estará a ser usada.

infornobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius InsUtute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 116 Capítulo 5 Processamento de Dados
Manuaí do Curso
Mas o que acontecerá se o sinal for de apenas 0,05 V (100 mV/g
.5 g = 50 mV)?

O sinal mais pequeno que conseguiremos medir continua a ser de


31,25 mV. Então a gama dinâmica real será muito reduzida para
20 x log (31.25/50) = 4 dB. Que péssima medição!
A qualidade de medição de um colector de dados é, na realidade,
uma medida da resolução da conversão A/D (por exemplo 16 bit),
bem como, a sua capacidade para amplificar o sinal de modo a que
o colector utilize a maioria da sua gama de entrada. Gostaríamos
de poder, em pequenos passos, alterar as configurações das
gamas de forma a fornecer uma gama mais larga de sinais
possíveis.
Enquanto a maioria dos colectores de dados permite que seja
configurada manualmente a gama de entrada, também na maioria
dos casos permitimos que o colector de dados esteja no modo de
"auto-range". Neste modo é possível determinar automaticamente
a melhor gama, através de tentativas de configuração para cada
gama até se encontrar a melhor.
Os melhores colectores de dados têm, um conversor A/D de alta
resolução, um grande número de gamas de entrada e têm ainda
um algoritmo rápido para escolher a gama óptima.
É verdade, muitas pessoas confundem auto-ranging com auto-
scaling, mas não são em nada semelhantes.
Como descrito anteriormente, auto-ranging é o processo de
escolha do ganho óptimo. Auto-scaling é um simples processo de
grafismo, o qual recolhe o espectro e exibe-o com a óptima gama
de exibição.

Médias
Se a fonte da vibração fosse ruído livre, e se a vibração não
sofresse alterações de um momento para outro, então poderíamos
recolher um sinal em tempo, produzir um espectro FFT e
guardá-lo. Infelizmente existe sempre ruído e na maioria dos casos
a vibração não varia ligeiramente.
É do nosso interesse reduzir os impactos do ruído e realçar os
sinais de interesse. Um dos métodos utilizados é conhecido como
Média Linear (também conhecido como Média RMS). Esta média
calcula o valor médio em cada linha do espectro.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute,oro


Document ID: TCM 220405
Capítulo 5 — Processamento de Dados Página 117
Manual do Curso

Dado que o ruído de fundo não está sempre presente de um


momento para outro, os picos devidos ao ruído são reduzidos em
amplitude porque é mantido o valor médío. Devemos ter em
atenção que o ruído não é de facto removido, sendo apenas
reduzido em amplitude.
Em alguns casos são necessárias apenas algumas médias,
tipicamente seis (ou mesmo quatro). No entanto, em algumas
situações serão necessárias 10-20 médias. Face ao exposto,
recomenda-se que, antes de começar o seu percurso de um
programa de recolha de dados, seja feito um ensaio para
determinar a quantidade de médias necessárias.
Uma forma de fazer isso é observar um espectro no modo contínuo
"free-run", i.e. o modo no qual o espectro exibido está a ser
constantemente actualizado sem qualquer média. Podemos avaliar
o quanto ruidoso é o nosso sinal através da observação das
variações que ocorrem no espectro.
Uma forma aínda melhor é configurar o nosso colector para 30
médias e ficar a observar o espectro. Quando for difícil observar
alterações de uma média para outra, registamos quantas médias
foram realizadas até ao momento, utilizando esse número para a
nossa configuração.
O diagrama em baixo exibe uma simulação de um sinal ruidoso —
temos então apenas uma frequência com adição de ruído. A média
linear realizará médias sobre o ruído.
No exemplo apresentado utilizámos 10 médias:
Select a tutorial panel from the list: Fick on the graph for a corror readout

lAveraging panel
Signal source
Real sional
•`." Real rundown signal

Simulated gear tooth

verage control
. Free.run (ne averagingl
RMS
. . . . .
Trnee synchronous 0.2 0.3 0.4 0.5 06

Peak hold

of

0.1 ! d 1 1
50 100 150 200 250 300 350 400
Starthefresh vimulalioni 14e,

info©mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 118 Capítulo 5 Processamento de Dados
Manual do Curso

Neste exemplo foram utilizadas 100 médias:


Select a tutorial panel from the ht. 20 Hz (1 X] Ampli ude: 7.3355 mrdsec

,1Averaging panel
Signal source
Real oignal
("^ Real rundown signal
s';" Simulated noisy signal
Sirnulated gear tooth

Average control.
Freerrun (no averaging)
AMS (linearJ aueraging
0.2 0,4 0.5 0.5
Tirne synchronous
Peak hold

No of aver.ges

1 2 4 8
10 20 üill 500 1000

50 100 150 200 250 300 350 40


Startli fresh simulati Log H e rtr

Podemos constatar que foram feitas médias sobre o ruído, sem


que este tenha sido removido. Isto fornece-nos medições
repetitivas e se essa repetição for de um teste realizado hoje ou
daqui a um mês é possível comparar os espectros. Contudo,
alguma informação importante poderá esconder-se no meio do
ruído.

Médias Sobrepostas
Quando se realiza o processo de médias, recolhemos um sinal em
tempo, produzimos a FFT e realizamos a média, depois recolhemos
outro sinal em tempo, produzimos a FFT e realízamos a média e
assim sucessivamente.

No entanto, se nos lembrarmos acerca da nossa discussão sobre


windowing, o começo e o final do sínal em tempo regístado é
forçado a zero através da aplicação de janelas.

Poderemos então dizer que se perde a informação vibracional no


início e no fim do sinal em tempo. Então, e se sobrepuséssemos as
formas de onda?

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinst'Itute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 5 Processamento de Dados Página 119
W4nua do Cm-so

No lugar de usarmos um sinal em tempo completamente novo por


cada média, podemos usar parte do sinal anterior.

Neste exemplo foi usada uma sobreposição de 50%, ou seja, é


utilizado 50% do sinal em tempo anterior para a realização de
cada média. O colector de dados irá recolher 1024 amostras,
aplica a janela, cria a FFT e posteriormente realiza a média. De
seguida, recolherá apenas 512 amostras, junta-as às últimas 512
amostras do sinal em tempo anterior, aplica a janela, cria a FFT e
realiza a média.
Podemos verificar novamente, através do diagrama apresentado
em baixo, que estamos a utilizar menos sinal em tempo para
produzir um espectro.

Esta ilustração mostra a quantidade de tempo que é poupado


através desta técnica. Verificamos que não foi necessário utilizar
os dados sombreados a cinzento, o que significa que precisamos
de estar menos tempo ao pé da máquina...
A análise estatística tem mostrado que a qualidade dos dados
através da utilização das médias sobrepostas é tão boa quanto
aquela que utiliza o método convencional. É apenas mais rápido,
pelo que, se temos essa opção no colector devemos usá-la.

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 120 Capítulo 5 — Processamento de Dados
Manual do Curso

Médias de Pico Máximo


Existe outra forma de realizar médias sobre os dados através da
utilização de espectros. É chamada de Pico Máximo. Em vez de
calcular o valor de vibração médio através de uma série de
espectros, este método guarda o valor de pico, ou seja, guarda o
maior valor por cada linha em todo o espectro.

Find the
maximum
and keep it

Nos digramas em baixo, podemos ver de forma clara as diferenças


entre a média linear e a media de pico máximo. A média RMS
(linear) foi usada neste exemplo, observemos então os níveis de
amplitude:
Select a tutorial panel from Ihe 134 Click on the graph for a cursor readout

'JAveraging panel fff

Signal source
Real signal
Real rundom signal

Simulated gear looth

Average controf
r.: .„...
RUS
00
Time synchronous
Peak hold

No of averages .
. .

0.1
100 150 200 250 300 350 400
Startfrefresh simulation kertz

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 5 — Processamento de Dados Págína 121
Manual do Curso

Agora, se usarmos a média de pico máximo, em vez de estarmos a


realizar médias sobre o ruído, cada pico de ruído é mantido no
sinal em tempo:
elect a tutonal panel from the hst: ,4 ijFIecis 213 Hz [1 X] Amplitude 8.0633 mm/sec

A,temqip pand
Signal source
Real signal
Real rundown signal

. . . .
Simulated gear tooth

.A.vrage control
Free-run (no averaging)
RMS (linear) averaging
Time synchronotn 0.1 0.2 0.3 0.4 0 .5 06

k lud

50 100 150 200 250 300 350 400


1.1er

Não devemos usar este método quando recolhemos dados de


percurso. Deverá ser de facto usado em três típos de testes
especiais: Testes de arranque e paragem, testes longos de
variações de velocidade e testes de impacto.

Testes de Arranque e Paragem


Supondo que estamos a começar uma medição no modo contínuo
(free run) e posteriormente arranca-se com a máquina (ou pára-se
uma máquina em funcionamento). Veremos que os picos
presentes no espectro movem-se através do colector devido à
variação da velocidade. A amplítude dos picos varia quando, a
máquina passa por uma ressonância (quando a ressonância é
excitada, o pico a essa frequência aumentará) e pelo facto de que
a velocidades mais baixas as forças são também menores.
WaterfalliCescade plot ar Spectral Map

Se configurarmos o colector de dados para o modo de pico


máximo, serão guardados os valores máximos medidos para cada
frequêncía. Quando os picos dominantes (por exemplo 1X, 2X,
etc.) movem-se pelo espectro, obtemos qualquer coisa parecida

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Págína 122 Capítulo 5 Processamento de Dados
Mr ua do Curso

com uma série de pequenas tendências. Os níveis aumentarão


assim que passarem por frequências de ressonância da máquina.

Testes de Variações de Velocidade


No caso de irmos trabalhar com o colector no modo de pico
máximo e durante um largo período de tempo, poderemos verificar
as variações de amplitude e para além dísso as variações de
velocidade.

Peak hold (average) spectrurn plot

Se durante o tempo de realização de um teste, uma máquina


estiver a funcionar a 1750 CPM e gradualmente for reduzida para
1740 CPM (devido por exemplo a variações de carga), o espectro
resultante apresentará picos largos. A largura dos picos indicará
qual a variação de velocidade ocorrida.

Teste de Impacto
Se estamos interessados em saber quais as frequências de
ressonâncía de uma máquina e se a máquina não estiver a
funcionar e se for possível "bater" fisicamente na máquina, com
um pedaço de madeira largo ou com um maço de borracha, a
máquina irá vibrar às suas frequências de ressonância.
Se o nosso colector de dados estíver configurado no modo de pico
máximo e começarmos a bater na máquina, o espectro resultante
terá picos às frequências de ressonância da máquina.

Peak hold (average) spectrum plot

Devemos repetir os testes com o transdutor orientado segundo as


direcções vertical, horizontal e axial, de forma, a ficarmos com a
imagem completa das características de ressonância da máquina.
Nota: Dado que as janelas Hanning, Hamming e Flat Top
removem o início e o fim do sinal em tempo, não são
adequadas para a realização de testes transitórios, já
que, é no inícío do sínal em tempo que se encontra a
informação mais importante. Face ao exposto, a janela

info@mobiusinstitute.org Copyright (1) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 5 — Processamento de Dados Página 123
Manual do Curso

Uniforme (sem janela) deverá ser o tipo de janela a


utilizar.
Atenção: É importante mencionar que deveremos ser
extremamente cuidadosos na realização deste tipo
de ensaios. Não deveremos realizá-los, sem antes
ponderar correctamente quais os procedimentos a
seguir.

Médias Síncronas com o Tempo


Até ao momento, discutimos apenas as médias no espectro. Na
realidade, a média linear não remove o ruído, apenas melhora a
precisão estatística de um espectro com ruído. As médias dos
sinais no tempo podem de facto reduzir o nível de ruído e
consequentemente revelar sinais de amplitudes muito baixas que
poderiam estar ocultadas pelo ruído.
O ruído não significa apenas o ruído de fundo vindo de outras
máquinas ou oríginado pelo processo de medição, significa sim
quaisquer fontes de ruído que nós não desejamos incluir nas
nossas medições.
Em cada sinal em tempo recolhido é realizada a média juntamente
com o sinal em tempo anterior. O sinal em tempo final é
normalmente analisado e/ou usado para criar o espectro.
Para realizar as médías sobre o sinal em tempo é necessária a
utílização de um trigger para sincronizar o início do nosso sinal em
tempo. Esse trigger deverá estar sincronizado com o sínal de
interesse. Normalmente, isto é realizado com um tacómetro, que é
um transdutor de medição da velocidade de rotação. Por exemplo,
se pretendermos analisar uma caixa de engrenagens é necessário
fazer o trígger do veio da engrenagem de interesse.
Os sínais síncronos, aqueles que são fixos no sinal em tempo,
permanecerão na forma de onda, dado que, ocorrem ao mesmo
tempo relativamente ao nosso trigger de referência. Os sinais
não-síncronos irão ser eventualmente reduzidos a zero.
Quando utilizamos as médias RMS (lineares) veremos um
melhoramento do espectro mas, o ruído nunca será removido na
totalidade.
Select a tutorial panel from the list req. 20 Hz [1 ><1 Ampktude 7.9959 mrn

r Averaging panel
Signal tource
Real signal
Real rundown sígnal
Simulated noray signal
Simulated gear tooth

Average control
Free-run (no averaging]
RMS (linearl averaging
Time synchronous 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0

Reak hold

. No of averages

1
U00.1 500

5 100 150 200 250 300 350 400


Starthetresh nianrala son Hertz

Durante o processo das médias, veríficamos que a quantidade de


ruído é reduzida, contudo, é de facto ainda muito alta.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 124 Capítulo 5 Processamento de Dados
Manual do Curso

As médias síncronas no tempo são realizadas na forma de onda. A


forma de onda vai lentamente parecer-se cada vez mais com um
sinal sinusoidal limpo, e consequentemente também mais limpo
será o espectro.
1Freq 20 Hz ■
p X] Arnç litude. 7.9954 mmhec
:1Averaging panel
• Signal souce
Real signal
O Real rundown signal

Simulated ge .ar tooth •

Average conhol
Free-run (no averaging]
RMS. Pinear) averaging

Reak hold

50 100 150 200

O ponto mais relevante deste processo é que neste momento


temos a possibilidade de verificar claramente sinais de amplitudes
muito baixas. Não é importante a quantidade de médias lineares
realizadas, porque esses mesmos sinais poderão nunca ser visíveis
acima do ruído.
Para além disto, existem situações nas quais desejamos realizar
médias de modo a retirar um qualquer sinal dominante para que
seja possível isolar um determinado sinal relativo a uma parte da
máquina, como por exemplo um engrenamento.
No exemplo seguinte, temos a simulação de um engrenamento, no
qual, um ciclo em cada dez tem uma amplitude elevada, que é
sugestiva de um problema num dente da engrenagem. Se
realizarmos o trigger do veio, com médias no tempo, não só
verificamos claramente a falha, bem como, podemos determinar
qual o dente que tem o problema. Neste exemplo, é o sexto dente
da nossa referência tacométrica que tem a anomalia.
Select a tutorial panel from the req: 20 Hz [1 Xi Arnplitude. 4.156 rnm/sec
,......
lAveraging parel
< Signal source
' Real ergnal
Real rundown eignal
Swnulated noiSy

' Average
Free-run ino averaging)
RMS (linear) averaging
, 0.2 04 0.0 02

Peak hold

, No of averages •
' 4
0.1ZA ,

0.0001 z.
50 100 150 200 250 300 350 400
Start/retresh simulation

É de notar também a pouca informação que se encontra no


espectro. Claro que neste exemplo não são utilizados dados reais,
mas caso fossem, eram expectáveis resultados semelhantes.
Quando suspeitarmos de um problema numa caixa de
engrenagens deveremos olhar para o sinal em tempo.
A necessidade de sincronização do sinal triggerlsinal de
sincronização (sinal tacométrico) faz com que este método não
seja muito utilizado. Além disso, um grande número de médias é

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 5 Processamento de Dados Página 125
Manual do Curso

normalmente necessário, o que determina a necessidade de mais


tempo para a realização do teste. No entanto, em determinadas
situações (análise de uma caixa de engrenagens), este esforço
adicional dá origem a resultados satisfatórios.

info@mobiusinstitute.org Copyright (i) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 126 Capítulo 5 Processamento de Dados
Manualo Curso

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6
Análise de V brações
Neste capítulo iremos concentrar-nos no modo como se devem
analisar os dados de vibrações para determinar se um problema
existe. Nesta secção não será objecto de discussão o modo de
dístinção dos vários tipos de avarias, o qual será abordado no
capítulo seguínte.
Verifica-se ser mesmo necessárío separar as diferentes etapas:
Detecção, Análise/Diagnóstíco, Análise da origem da avaria e
Verificação.
Na maioria dos casos iremos recolher uma quantidade enorme de
dados de vibração: Níveis globais, medições relativas a rolamentos
(HFD, BCU, spike energy, shock pulse, etc.), espectros, formas de
onda, espectros desmodulados, e provavelmente ainda maís
dados.
Numa situação ideal, deveríamos ter um tipo de sistema pericial ou
um sistema de inteligência artificial com capacidade de verificar
todos os dados e indicar-nos quais as máquinas com problemas,
qual o problema existente, quaís as acções necessárias a realizar
nas máquinas, quando deverá ser realizado o trabalho, quais os
componentes necessários para substituição e como realizar
alterações a nível da manutenção ou de projecto, de modo a que
essas avarias não voltem a acontecer. Mas isto é pedir muito!
Muito embora os sistemas existentes proporcionem uma grande
ajuda, a maior parte do trabalho (senão todo) terá que ser
realizado por nós. Mas como podemos tornar esta tarefa mais
fácil?

1 Primeiro, temos que ter perícia na recolha e na análíse dos


dados.

2 Segundo, precisamos de ter experiência (e cooperação de


diversos técnicos auxiliares de outros departamentos) para
realizar as recomendações correctas. Nesta questão não os
poderemos ajudar, exístem algumas coisas que só serão
aprendidas através da experiência adquirida na própria
organização.

3 Terceiro, devemos ser bem organizados de modo a tírar


partido do nosso tempo de forma eficiente.

As Quatro Fases
Todas as vezes que nos deslocamos com o nosso colector no
interior de uma fábrica, voltamos provavelmente com muitos
megabytes de dados. Conforme referido noutras secções, devemos
ter dados em espectros e formas de onda, dados de tendência e
outras medições relativas a cada fabricante do colector de dados.

info@mobiusinstitute.org Copyhght © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org

Document ID: TCM 220405


Página 128 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
Manuai do Curso

Mas o que fazemos com tudo isto? Se formos anahsar todas as


medições (o que é realizado por muitas pessoas), então
precisamos de muito tempo e um grande nível de concentração e
preserverância.
E o que poderemos falhar, se não estivermos devidamente
concentrados? A não ser que o problema na máquina seja de facto
muito óbvio e severo, podemos ser desculpados por não nos
termos apercebido de um aviso prematuro por um sinal de avaria.
Quanto maior for o período entre os ensaios e quanto mais
importante for a máquina, maior é a possibilidade de perder uma
pista crucial de um determinado problema.
Então, qual deverá ser a resposta? Primeiro, é necessário um
sistema que verifique todos os dados e que nos indique quais as
máquinas com possibilidade de avaria. Devemos poder ter
confiança que não perderemos qualquer máquina que tenha
problemas, bem como, ter a certeza de que não serão gerados
falsos alarmes.
Esta é a fase da DETECÇÃO.
Uma vez que tenhamos em nosso poder esta lista de máquinas,
estamos em condições de determinar a natureza e a severidade do
problema. Este processo necessita de uma análíse cuidada dos
dados de vibração. Temos que identificar os padrões, comparar as
medições actuais com as anteriores, comparar as diversas
medições entre diferentes pontos na máquina e ainda comparar
com medições realizadas em máquinas idênticas.
Esta é a fase da ANÁLISE.
Neste capítulo vamos abordar as técnicas necessárias à realização
da análise. No entanto, no capítulo do Diagnóstico vamos discutir,
por exemplo, como na realidade se distingue um problema de
desequilíbrio de um problema de desalinhamento.
A fase da análise poderá envolver testes adicionais, os quais
poderão não ser realizados durante um percurso básico. Estes
testes podem incluir as medições do ângulo de fase, testes de
ressonância (testes de impacto, análise modal e ODS), bem como
outros testes especiais.
A fase da análise poderá ou deverá envolver a utilização de dados
de outras técnicas de monitorização da condíção: Análise de óleos,
análise de partículas de desgaste, análises termográficas, análise
de rendimentos, entre outras.
Uma vez finalizado o nosso diagnóstico, temos que proceder às
recomendações necessárias. Estas recomendações poderão ser,
unicamente, para continuar a monitorizar, talvez com maior
frequência, ou poderão ser para realizar uma acção de
manutenção ou de reparação. No entanto, isto não é o fim do
processo para um engenheiro de controlo de condição.
Em primeiro lugar, temos que nos perguntar porque é que
determinado problema ocorreu numa máquina. Por exemplo, uma
avaria num rolamento é frequentemente causada por desequilíbrio
ou desalinhamento. Mas porque é que a máquina estava
desalinhada ou desequilibrada?
Esta é a chamada fase de ANÁLISE DA CAUSA DA AVARIA.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 129
Manual do Curso
É necessário examinarmos qual a causa da avaria. Será que a
máquina nunca foi equilibrada correctamente ou foi a própria
operação da máquina causadora desse desequilíbrio?
Compreender a causa da avaria e realizar as acções necessárias
para assegurar que a fonte do problema foi corrigida, permite-nos
obter a maior fiabilidade e o máximo tempo de vida útil dos nossos
equipamentos rotativos.
Mas esperem, há mais! Se uma determinada reparação foi
executada, temos que verificar se a) a máquina voltou às
condições de serviço correctamente e b) se o problema foi
resolvido.
Infelizmente, acontece muitas vezes o facto de uma máquina
quando é posta de novo em serviço encontrar-se desalinhada, com
os empanques instalados incorrectamente, sem a correcta
lubrificação, ou quaisquer outras situações. Por este motivo, a
realização de testes imediatamente após o arranque e
periodicamente até ao seu normal funcionamento são muito
importantes e podem evitar outras avarias. A probabilidade de
avaria após uma reparação é muito elevada.
Em segundo lugar, o diagnóstico realizado poderá não ter sido o
correcto, sendo possível que a máquina tenha sido alinhada na
sequência da nossa recomendação, mas os níveis de vibração e os
padrões não foram melhorados. É humano errar, no entanto, não
faz sentido não verificar se a acção realizada foi de facto a acção
correcta.
Esta é a fase da VERIFICAÇÃO.
Claro que, outra forma de abordar o problema é considerar que o
nosso diagnóstico estaria correcto e que a acção de reparação terá
resolvido o problema. No entanto, temos que considerar que um
novo problema poderá ter sido introduzido. Face a isso, devemos
realizar um teste exaustivo de modo a certificar que a máquina
está em boa condição e que foi correctamente instalada.

A Pirâmide
Uma das formas de abordar este assunto é fazendo uma analogia
com uma pirâmide. A forma da pirâmide representa o número de
máquinas envolvidas em cada fase (e não a quantidade de tempo
disponibilizada, esforço envolvido, importância ou aptidões
necessárias).

VERIFICATION

ROOT CAUSE

ANALYSIS

DETECTION

info©mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 130 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
Manual do Curso

Na base da pirâmide encontra-se a fase da detecção. Nesta fase


necessitamos de um método que percorra todos os dados em
todas máquinas, de forma a determinar quais as máquinas que
têm problemas e que mereçam uma investigação. Dever-se-ia
tentar automatizar este processo.
•Depois aparece a fase da análise. Nesta fase a quantidade de
máquinas envolvidas deverá ser muito menor. Devemos
automatizar parte deste processo, de modo a termos uma
indicação da natureza do problema. Contudo, será ainda
necessário determinar a severidade desses mesmos problemas.
Realizando, como parte da nossa rotina normal, uma análíse aos
dados recolhidos, vamos poder decidir que em muitas dessas
máquinas não serão necessárias acções adicionais.
No entanto, sobre as restantes máquinas irão ser necessárias
análises adicionais e possivelmente serão também necessários
testes adicionais, de modo a determinar exactamente qual a
natureza do problema e permitir decidir que tipo de acções
deverão ser realizadas.
Baseado na natureza do problema diagnosticado, bem como, da
sua severidade, das alterações devidas às exigências da produção
e filosofias de manutenção, as recomendações feitas poderão
envolver a paragem da máquina para reparação. Neste momento
encontramo-nos no topo da pirâmide com um grupo muito
pequeno de máquinas.
Neste grupo de máquinas, vamos necessitar de realizar a análise
da origem da avaria, de modo a que o problema não apareça
novamente. Para além disto, teremos sempre que verificar a
correcta operação da máquina depois de esta ter sido colocada
novamente em funcionamento.
O nosso objecto é afastarmo-nos, o mais rápido possível, da base
da pirâmide, de modo a que possamos despender mais tempo
junto ao topo. Ao despender mais tempo no diagnóstico de
avarias, a determinar maneiras de evitar que as mesmas ocorram
no futuro e a verificar as reparações, estamos a dar grandes
benefícios às nossas entidades empregadoras.

Detecção de Problemas
Então, aqui estamos. Acabámos de entrar, vindos do nosso
percurso de medições, com o nosso colector de dados a rebentar
pelas costuras com tantos dados de vibração, ligámos o colector
de dados ao nosso computador e descarregámos tudo para o
nosso disco rígido. E agora?
Podemos sentar-nos de forma confortável, começarmos pela
primeira máquina e iniciarmos a visualização de cada uma das
medições. Bom, é claro que alguns programas de softwares
simplificam esta tarefa. Então, vamos observar as tendências das
frequências características (em bandas) dos dados extraídos, de
modo a verificar se alguma coisa se passa.
No caso de termos testado 20 máquinas, tendo quatro ou cinco
pontos por cada máquina, e em cada ponto existam meia dúzia de
bandas, então temos apenas que observar 600 tendências.

info@mobiusinstitute.org Copyhght @ 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 - Análise de Vibrações Página 131
Manual do Curso

Muitas pessoas realizam a tarefa deste modo. Mesmo tendo em


consideração o potencial tédio desta tarefa, isto assegurará que
veremos cada medição sem termos que confiar no software
automático.
A abordagem típica é a observação dos dados de tendência (sejam
eles de nível global, tendência de bandas, tendência de medições
específicas para rolamentos), posteriormente, e conforme se
justifique observamos os espectros e os sinais em tempo. Estamos
então a combinar as fases de detecção e análise numa base
máquina-a-máquina.

Relatório de Excepção
Há uma abordagem alternativa - A utilização da automação.
Durante largos anos os principais pacotes de softwares incluíam
um relatório de excepção. Este relatório fazia um varrimento a
todos os novos dados de vibração, comparava-os com os valores
limites de alarme, como opção poderia comparar essas mesmos
valores com os realizados na medição anterior, e finalmente
gerava uma lista de máquinas com os resultados obtidos.
Os resultados desse relatório indicariam quais as máquinas com
avaria e qual a severidade assocíada. Máquinas com dados
significativamente acima do valor de alarme seriam tratadas de
forma diferente das dos dados com valores ligeiramente acima da
excepção.

Esses resultados indicariam qual o nível actual dos dados, bem


como, o nível da excepção. Esse excedente poderá ser reportado
como uma percentagem (100% indica que o novo nível registado é
o dobro do limite de alarme) ou, embora menos frequente, em
decibel (6 dB é o mesmo que 100%).
Os resultados indicarão ainda como é que as últimas medições se
alteraram em comparação com as medições anteriores e/ou em
comparação com uma referência ou uma leitura padrão. Mais uma
vez, os resultados serão apresentados como um aumento em
percentagem ou como uma razão em dB.

Configurar os Limites de Alarme


Quando obtemos uma nova medição, seja ela de um nível global
simples ou de um espectro completo, um dos maiores desafios é
saber quais deverão ser os níveis aceitáveis. Quando é que um
info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 132 Capítulo 6 Análise de Vibrações
Manuai do Curso
nível elevado é demasíado elevado? A partir de que momento
devemos aumentar a monitorização? Em que momento devemos
recomendar uma acção de reparação?
De facto necessitamos de ter uma forma de dizer que até um
determinado nível de vibração a máquína está em boas condições
e acima desse nível a máquina necessita de ser reparada.
Infelizmente, isto não é assim tão simples.
O nível de referência é imposto através de muitos factores.
Factores como, o tamanho da máquina, a carga aplicada, a
ímportância da máquina, são todos eles importantes.
Por exemplo, uma máquina ferramenta de precisão não deverá
vibrar ao mesmo nível que um moinho de esferas.
Uma máquina que se encontre a funcionar durante meses com
níveis de vibração da ordem dos 2,54 mm/s terá menos
preocupação do que uma máquina que aumentou os seus níveis de
vibração de 1,27 para 2,54 mm/s.
Vamos ter mais preocupação com elevados níveis de vibração em
máquinas críticas e caras do que em máquinas menos críticas e
pequenas.
Contudo, continuamos a precisar de referências para comparação,
especialmente quando se está a começar. Existem basicamente
duas formas para configurar um nível de alarme de referência. A
primeira é através da utilização de limites de alarme publicados, os
quais, são configurados como limites fixos, a segunda através da
realização de um cálculo, baseado nas medições de vibrações
existentes, iremos determinar o limite de alarme. Para ambas as
abordagens existem prós e contras.

Limites de Alarme Fixos


Durante muitos anos houve tentatívas de caracterizar todas as
máquínas através de um conjunto de níveis de vibração que
definissem o modo como uma máquina deveria vibrar. Estas
tentativas foram realizadas por fornecedores de softwares, por
organizações militares, por empresas de formação, bem como, por
organísmos de normalização.
O resultado é uma tabela com limites baseados no típo de máquina
(definidos por carga, velocidade e função):

info©mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 Análise de Vibrações Página 133
Manual do Curso

45.0 ISO 10816 Severity Chart


28.0
DANGEROUS

18.0

11.2

7.10

4.50

2.80
111111111111~111 ACCEPTABLE
1.80 11111111111~11
1.12

0.12

GOOD
0.45

0.28
nurr's rins
CLASS 1 CLASS 2 CLASS 3 CLASS 4

CLASS 1 - Small machines, especlally production electrical motors up to 151.AN


CLASS 2 - Medium sized machines, especially electrical motors >15Kw to 75KW witnout special foundations
CLASS 3 - Lame machines on heavy foundations
CLASS 4 - Largest machines and turbo machines with special toundations

A norma ISO 2372/10816 fornece homologação de linhas de


orientação de amplitude de vibração para máquinas com
velocidades de funcionamento entre 10 a 200 rotações por
segundo (600 to 12000 RPM). De acordo com a classificação da
norma ISO, uma máquina de tamanho médio (15-75 kW) é
considerada em boas condições se o nível global de vibração RMS
se encontrar entre 0,18 a 1,12 mm/s (0,007 a 0,042 In/s ou 85 a
100 VdB). Máquinas maiores e menores poderão funcionar de
forma mais severa ou suave respectivamente.
Foi também publicado, pela Predict/DLI, um guia de bolso para a
severidade das máquinas. Como é difícil analisar o ábaco, podem
os interessados contactar a Predict/DLI e solicitar uma cópia
melhor.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 134 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
Manuai do Cusú

MACHINERY VIBRATION SEVERITY GUIDE


DISPLACEMENT: luk .00

/
MACHINERY
CATEGORIES
111111,1111E02311111111111
130
991
• SMALL-
125 REDUCE LIMITS
3111111111~117- BY4 dB
120
1111•~ .1111111¥1111 11~111 ". 111~11
-

115
1111111FAIRLiiag:diddia1111111k:IIIIR • MEDIUM-
LIMITS ARE
AS SHOWN
110

105
1' -
?„; s
4d0.2r:imiesilomemenewm
F rellibir
er. amegmemmeeniik.-amer" -
A
a
■ ki • LARGE, LOW SPEED-
INCREASE LIMITS
BY4dB
• LARGE, HIGH SPEED-
100

95
41111FAffirromeermemene..."WILN INCREASE LIMITS
BY 8 dB
V2B

1
fir.4111111PWIIIP11101 • RECIPROCATING-
INCREASE LIMITS
BY8dB
5 10 1 Hz , 911142
FREOUENCY

Este guia é bastante útil, já que fornece valores para diferentes


frequências, velocidades e unidades (aceleração, velocidade e
deslocamento).
Vejam por favor no vosso manual de referência rápido para obter
mais gráficos deste género.
Os níveis apresentados são relativos a valores globais, obtidos de
uma medição simples numa máquina, basicamente numa gama de
medições entre 10 Hz a 1000 Hz. E a configuração de limites de
alarme individuais para vibrações espectrais ou de alarmes de
bandas (conjuntos de parâmetros de análise)?
É aqui que as coisas se tornam mais complicadas. O pico à
frequência de funcionamento será tipicamente o pico de maior
amplitude no espectro. Contudo, nem sempre é assim, existindo
muitos mais outros picos que necessitam de ser analisados de
modo a identificar um potencial problema na máquina.
Então, como poderemos saber o nível a que deveremos colocar os
nossos limites de alarme? São expectáveis que algumas zonas do
espectro sejam mais elevadas do que outras.
Muitos dos fabricantes dos colectores fornecem linhas de
orientação, e para além disso, alguns pacotes de softwares vêm
mesmo com limites de alarme predefinidos, contudo, antes de eles
poderem ser-nos úteis, devemos ajustá-los de forma correcta.

Cálculo dos Limites de Alarme


Em vez de usarmos os limites de alarme fixos, podemos tentar
calcular, através de leituras anteriores, quais os níveis de alarme
correctos. Considerando que todas as máquinas são diferentes, até
mesmo máquinas semelhantes (tenham como exemplo os motores
AC), estas poderão funcionar em condições de carga diferentes,
poderão estar instaladas de forma diferente, poderão ter sido
fabricadas de modo diferente, e por aí em diante, é complicada a
utilização de limites de alarme fixos.
Se recolhermos um conjunto de leituras numa máquina e
posteriormente realizarmos uma análise, de forma a avaliar a
qualidade dos dados e a condição aproximada da máquina,

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 Análise de Vibrações Página 135
Manual do Curso

poderemos então aplicar limites de alarme baseados nos níveis


actuais.
Uma regra de ouro comum é que, se os níveis de vibração
duplicarem dos seus níveis originais de boa condição, então existe
um problema. Mas quais são os níveis de boa condição?
Recomenda-se que se comece um programa com limites de alarme
fixos e, apás a recolha de algumas medições, alteramos então
para os limites de alarme calculados. Terá que passar algum
tempo para que tenhamos uma melhor imagem da condição da
máquina. Em resumo, podemos dizer que, se os níveis de vibração
não se alterarem significativamente, mais do que 15% ao longo de
6 meses, então a condição da máquina é provavelmente estável.

Ajustar a Linha de Referência


Tendo como base a última informação, em que o dobro da
vibração indica a existência de um problema, podemos recolher
uma medição de referência, duplicar os níveis de vibração
observados e considerar esses valores como os limites de alarme.
Mas afinal o que é uma medição de referência?
A medição de referência é idealmente uma medição que julgamos
melhor representar o modo como a máquina deverá vibrar. É uma
medição sobre a qual podemos comparar se ocorreu alguma
alteração.
A forma mais fácil de abordar esta questão é recolher os primeiros
conjuntos de dados e ajustá-los como medições de referência.
Muitos programas de software permitem-nos facilmente a
comparação dos dados de vibração actuais com as medições de
referência.
Outra abordagem que se pode fazer é recolher medições após a
máquina ter sido reparada/revista (e depois da máquina ter
funcionado algum tempo - rodagem) e ajustar essas medições
como medições de referência. É possível, neste caso, que a
máquina esteja a funcionar nas melhores condições - isto significa
que os níveis de vibração serão tão baixos como alguma vez
poderão ser. Contudo, neste caso, deveremos ajustar os limites de
alarme aumentando para o dobro os valores obtidos na referência,
caso contrário o sistema poderá ser muito sensível (gerando falsos
alarmes).

Linhas de Referência Estatísticas


Outra aproximação, e provavelmente a melhor, é a utilização de
cálculos estatísticos.
Algumas pessoas ficam um pouco nervosas quando o tema
estatístico surge. Mas não há que ter receio, é de facto bastante
simples se pensarmos sobre o que significa em vez de pensarmos
sobre as fórmulas envolvidas, as quais são um pouco complicadas.
Vamos então começar pelo básico de modo a melhor entendermos
do que se trata. Já aprendemos que estamos interessados nos
níveis globaís de vibração, no entanto, provavelmente estamos
mais interessados ainda em saber como se alteram esses níveis.
Se os níveis de vibração não se alterarem durante um período de
tempo, então supõe-se que a máquina encontra-se estável e não
necessita de qualquer reparação. Existem alguns exemplos nos
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 136 Capitulo 6 Análise de Vibrações
Mcinual do Curso

quais os níveis de vibração e os padrões espectrais aparentavam


ser gravosos, e no entanto, não foram registadas alterações
passados 18 meses. Isto não significa que um problema não possa
existir, mas sim, que não é necessáría uma reparação urgente ou
não planeada.
Vamos agora observar um espectro. Se tívéssemos um conjunto
de cinco medições, realizadas com 30 dias de intervalo, e
observássemos que o pico correspondente à velocidade de rotação
(1X) alterou-se suavemente, enquanto que o pico a 6X, o qual
corresponde à razão de passagem de pás, teve uma variação de
30%, o que é que seria expectável observar quando fossemos
recolher uma nova medição?

Esperaríamos obter o nível do pico a 1X idêntico às medições


anteriores e o pico a 6X dentro da gama, ou talvez ligeiramente
fora, em relação às 5 medições anteriores.
Notem, que ainda não foram discutidos os níveis absolutos, apenas
os níveis relativos. Em muitos casos, partícularmente depois de
termos aigum hístórico de medições, ficamos cada vez menos
interessados nos níveís globais (valores actuais em ips ou mm/s).
Bem, voltando ao nosso exemplo, e se nós observássemos que o
nível de amplitude a 1X fosse 10% maior que o valor obtido
anteriormente? Ficaríamos um pouco surpreendidos já que o valor
ficaria fora da norma para este tipo de máquina. Um aumento de
10% do pico a 6X não seria uma surpresa. Seria? Bem, nós fomos
habituados a que este nível sofresse alteração de teste para teste.
Estas observações reflectem o modo normal do entendimento
humano. As estatístícas são apenas a aplicação destas
observações em fórmulas matemáticas.
O prímeiro parâmetro de interesse é o valor médio. Se tivermos
cinco medições do valor a 1X, realizarmos a soma de todas elas e
depois dividíssemos por cinco, obteríamos o valor médio.
Neste exemplo, esperamos que a medição a 1X se mantenha
sempre próxima do valor médio, porque normalmente essa
componente não varia muito. De forma inversa, não esperamos
que o valor a 6X seja muito próximo do valor médio, porque é
sabido que este varía largamente. Podemos então concluir que as
medições das vibrações são importantes para nós.

in o@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 Aná ise de Vibrações Página 137
Kanual do Curso
Podemos facilmente calcular a variação e através desse cálculo é
possível determinar um parâmetro chamado "desvio padrão".
Desvio padrão é um termo que descreve a quantidade de variação
considerada "normal" para uma quantidade medida.

Pensamos que não merecerá a pena explorar a matemática que


está envolvida, contudo, o desvio padrão é normalmente
representado pelo símbolo grego "sigma" - a. Pode ser
demonstrado que existe uma grande probabilidade de uma nova
medição se encontrar dentro de 3 -sigma e uma menor
probabilidade se localizar dentro de 2-sigma.
Voltemos ao nosso exemplo de modo a clarificar o que tudo isto
significa. Em primeiro lugar vamos examinar as nossas medições a
IX das quais podemos dizer que a nossa média é de 2,54 mm
(medições: 2,616; 2,642; 2,591; 2,438; 2,413). Baseado em
todas as nossas amostras, o desvio padrão é igual a 0,0952, e o
desvio de um sigma tem o intervalo de 2,448 e 2,632 mm/s.
Medições: 2,616 2,642 2,591 2,438 2,413
Média: (2,616 + 2,642 + 2,591 + 2,438 + 2,413) ÷ 5 = 2,54
Desvio Padrão:
V((0,076 2 + 0,102 2 + 0,051 2 + 0,102 2 + 0,127 2 ) ÷ 5)
= 0,0952
Conforme podemos verificar, nem todas as nossas medições
encontram-se dentro dessa zona, contudo, estatisticamente não
era expectável. Normalmente, esperaríamos que as nossas
medições vibracionais se encontrassem dentro da gama de 2-
sigma, o que neste caso seria entre 2.3496 e 2,7304. Caso fosse
encontrada alguma medição fora desta gama, deveria ser
considerada anormal e merecedora de uma análise mais
detalhada.
Vamos considerar os dados do espectro relativos a 6X. Admitindo,
que as medições fossem 2,718; 2,794; 2,337; 2,286; 3,048, a
média seria de 2,637, e consequentemente o desvio padrão seria
de 0,2875. Pode-se então concluir que esperaríamos medições
dentro da gama de 2,062 a 3,212 mm/s (2-sigma).
Medições: 2,718 2,794 2,337 2,286 3,048
Média: (2,718+ 2,794+ 2,337+ 2,286+ 3,048) ÷ 5 = 2,637
Desvio Padrão:
V((0,0814 2 + 0,15742 + 0,2996 2 + 0,3506 2 + 0,4114 2 ) ÷ 5)
= 0,2875
info@rnobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 138 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
Mak ual do Curso
Ter em atenção que, neste segundo exemplo a gama expectável é
muito maior, porque, normaimente, a vibração varia muito mais. É
então considerado, pela observação destes níveis, que esta
variação é normal. Depois de realizada esta avaliação, devemos
configurar os limites de alarme de modo a que nos avisem quando
a medição se encontrar fora daquilo que consideramos normal.
O que os computadores têm de bom é que eles podem fazer tudo
isto por nós. Se o vosso software suporta este processo, o vosso
trabalho será apenas a revisão dos dados, de modo a determinar
aqueles que são importantes para o processo estatístico,
solicitando depois ao computador para realizar os cálculos.
O resultado é que os limites de alarme usados são baseados em
medições recolhidas na nossa máquina e ajustados de acordo com
a variação dos níveis de vibração.
A variação poderá surgir devido ao processo de ruído (caudal,
ruído externo, etc.), flutuações de carga normais, variações
normais de vibração (duas medições realizadas com um intervalo
de 2 minutos não serão iguais), bem como, outras alterações de
operação.
A aplicação da estatística varia de pacote para pacote, pelo que
devemos consultar o fabricantes de software (ou os respectivos
manuais) de modo a saber utilizar esta poderosa ferramenta.
Deverá ser dito que, normalmente, devemos começar um
programa de análise de vibrações com alarmes fixos (dada a
inexistência de histórico de dados para serem usados nos
cálculos), e após termos um histórico entre 5 a 10 medições (cinco
é bom, dez será melhor) poderemos então alterar para uma
abordagem estatística.

Estatística Reflectida - Máquinas Idênticas


Até agora discutimos a criação de limites de alarme usando o
cálculo estatístico das medições registadas na máquina. Admitindo
que as medições usadas no cálculo estatístico são oriundas de
apenas uma fonte, significa que criámos os alarmes estatísticos
para apenas um determinado ponto, por exemplo correspondente
ao rolamento vertical, e baseados nos dados de apenas esse
ponto. Mas, será que isto tem que ser feito desta forma?
Vamos por um instante pensar "fora da caixa". Se tivéssemos seis
motobombas em linha, todas a realizar o mesmo trabalho, como
seriam as leituras de vibrações comparando-as entre o rolamento
da unidade A e o mesmo rolamento da unidade B?
Se tivessem sido fabricadas pela mesma empresa, e se estivessem
a bombear o mesmo fluído, não seria expectável que os níveis
fossem semelhantes? E se por acaso não fossem, a que é que
poderíamos atribuir tal diferença? Se existisse uma diferença de
amplitude relativa apenas a uma ou a outra frequência,
considerávamos possivelmente que as máquinas estariam em
condições diferentes de funcionamento.
Sabendo isto, não será possível conhecer qualquer coisa da bomba
A através da bomba B? Tomemos como exemplo, se estivéssemos
a monitorizar estas máquinas durante seis meses e víssemos que
o rolamento da bomba B falhou. Observando o aumento dos níveis
de vibração antes da sua falha (ou testemunhávamos o
desenvolvimento do desgaste quando a máquina fosse para
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 139
Manual do Curso
reparação antes de ter uma avaria), será que a situação descrita
não nos ajudaria a configurar os limites de alarme para a bomba
A?
Se todos considerarmos que isto faz sentido, então possivelmente
podemos utilizar dados de várias máquinas idênticas para gerar os
alarmes estatísticos para todas essas mesmas máquinas.
Além disso, podemos agarrar neste conceito e dar um passo mais
à frente. E se estivéssemos a configurar os alarmes e
verificássemos que os equipamentos de "A" a "E" encontravam-se
normaís, enquanto o equipamento "F" apresentava algum tipo de
problema, então talvez pudéssemos criar os alarmes baseados nos
dados existentes das primeiras cinco bombas (e caso tivessem sido
testadas duas vezes, teríamos dez conjuntos de dados para
realizar os cálculos) e aplicávamos esses alarmes para as seis
bombas.
Realizando isto deste modo tínhamos neste momento uma boa
referência para comparação, podendo ainda salientar o quanto
severa é a condição da bomba "F".
Nem todos os pacotes de análíse de vibrações podem suportar
estes cálculos (utílização de dados vibracionais de várias
máquinas), como tal, teremos que verificar se tal é possível com o
pacote que estamos a utilizar. Os benefícios destes cálculos são a
rápida criação de limites de alarme "maduros" e a possibilidade de
realçar a severidade da condição de uma máquina em particular,
no meio de um conjunto de máquínas idênticas, baseada nos
dados de todas elas.
Para além disto, quando se realiza análise de vibrações, esta
técnica serve também como um lembrete para termos que
observar os dados de outras máquinas semelhantes, de modo a
determinar a natureza e a severídade de um problema, já que, é
sempre muito complicado saber o que é "normal".

Técnicas de Detecção
Acabámos de ver como são fixados os limites de alarme e como
podem ser usados os cálculos estatísticos para calcular valores que
possam ser aplicados aos limites de vibração. Mas como são
aplicados esses valores?
Esta é uma área onde a abordagem a seguir é largamente ditada
pelo pacote que estamos a usar. Resumidamente existem "alarmes
de bandas", "alarmes de envelope (máscara), "sistemas periciais"
e "sistemas de inteligência artificial".

Alarme de Bandas
Simplesmente colocam-se alarmes de bandas a trabalhar segundo
o princípio que existem diferentes parcelas de espectro, diferentes
medições escalares (níveis globais, medições específicas para
rolamentos, etc.) e aplicam-se alarmes diferentes para cada
banda.
Por exemplo, podemos recolher um espectro e criar uma banda à
volta do pico correspondente à velocidade de rotação. O software
irá concentrar os níveis de vibração entre 0,9X a 1,1X.
Seguidamente o software irá observar a vibração dentro dessa
gama de frequências e calculará o nível máximo, o nível médio, o
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 140 Capítulo 6 Análise de Vibrações
i4éMucÚ tik,1 C u rso

nível RMS, entre outros parâmetros e verificará se o limite foi


excedido.
A mesma técnica é também aplicada para outros dados escalares,
como por exemplo as medições globais, medições de formas de
onda pico-a-pico, cálculo do factor de crista, medições em
rolamentos e em outros parâmetros úteis.
À banda pode ser dado um nome especial, por exemplo "1X", "Pico
à velocidade de rotação", "Desequilíbrio", ou outro qualquer nome
que o utilizador preferir. Os limites aplicados são também
seleccionados pelo utilizador, sejam limites fixos ou limites
calculados estatisticamente. É também comum a possibilidade do
utilizador criar mais do que um limite por banda, por exemplo,
limite de "alerta" e limite de "falha".

likILA4,1i, ,.Y4IV,11,,iL .r "L.Áf)ikd5,,`,4!0, A


1 z. 4' 5 5 9 12 1 1 .3 1 4 15 16 17 18 ' 19' 2

Podem estar disponíveis seis ou doze bandas para serem usadas


desta forma (o número exacto depende do pacote do software) e
essas bandas podem cobrir gamas de frequências estreitas (1X,
2X, 3X, etc.), ou bandas largas -10X, 0.2X - 0.8X (sub-síncronas,
10X-50X e por aí em diante.
Naturalmente que as opções variam de software para software, e o
nome dado a essas bandas também varia.
Quando um relatório de excepção é gerado, o software realiza
todos os cálculos necessários para extrair, em primeiro lugar, o
valor da banda e depois compará-lo com o(s) limite(s) de alarme.
O relatório será posteriormente gerado para informar o utilizador
de todas as situações de excepção. É aqui que começa o
divertimento....
Num sistema que tenha sido configurado correctamente, o
relatório apenas deverá apresentar uma lista com um pequeno
número de máquinas e a informação presente deverá dar uma
indicação clara do que se passa com a máquina. Durante anos, os
relatórios e os métodos usados para atribuir os limites de alarme
foram melhorados.
Contudo, e infelizmente, para configurar correctamente as bandas
(ou os conjuntos de parâmetros de análise) são requeridos
empenho, perícia, experiência e uma grande quantidade de
paciência, como tal, os resultados dos relatórios incluem por vezes
muitas máquinas. Se aparecer 1/3 das máquinas no relatório
então o sistema não foi configurado correctamente.

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Insfitute www.mobiusinst tute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 Análise de Vibrações Página 141
Manual do Curso

Este facto causa multas vezes, aos engenheiros analistas de


vibrações, desistência e frustração e a mudança para a análise
manual. Felizmente que as bandas actuam também como uma útil
ferramenta de análise e os dados extraídos das bandas podem ser
utilizados em tendências, permitindo que se verifique como é que
os valores estão a ser alterados ao longo do tempo.
Podemos dizer que existe uma mais valia em ter em
funcionamento um relatório de excepção, o qual quando se
encontra a funcionar correctamente, deverá poupar-nos um
grande número de horas de trabalho.
Posto isto, devemos ser capazes de descarregar o colector de
dados, correr o relatório, identificar a lista de máquinas em alarme
e posteriormente incidir o nosso tempo e atenção nas máquinas
que aparentemente tenham problemas.

Envelope Alarmes
Os alarmes de envelope (também conhecidos por alarmes de
máscaras e que não devem ser confundidos com a detecção de
envelope usada na análise de rolamentos) têm uma abordagem
diferente. Em vez de partir o espectro em bandas individuais, um
limite de alarme é aplicado à totalidade do espectro.
LE_
vi

1
\10)
1 2 3 4 5 G 7 9 9 10 1 .1 12 10 1 .4 10 16 17 19 19 2

Conforme pode ser observado no exemplo anterior, não é uma


única linha através do espectro, mas sim um envelope que abraça
o espectro em todas as suas frequências.
O benefício desta abordagem é que todas as frequências estão
cobertas e é potencialmente mais sensível a picos que poderão
aparecer em frequências inesperadas. Por exemplo, enquanto uma
banda única poderia ser usada para cobrir uma gama larga de
frequências 1X a 10X, um envelope/máscara poderá ser calculado
para ter cerca de 50 limites individuais que acompanham a forma
do espectro.
A desvantagem é que dependendo da sua implementação
específica é possível que o relatório de excepção não seja muito
específico sobre a causa da excepção. Por exemplo, se num
espectro fosse encontrado um pico que excedesse o envelope a
2960 CPM, gostaríamos de saber o que isso significa. Pois bem,
um relatório de excepção baseado em bandas poderá ter a
identificação de "2X", permitindo a observação da tendência de
valores anteriores relativos a essa mesma banda, o que poderá ser

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstítute.org


Document ID: TCM 220405
Página 142 Capítulo 6 — Análíse de Vibrações
Manuai do Lurso
uma caracteristica inexistente num sistema baseado em
envelopes.
Contudo, alguns sistemas baseados em envelopes permitem que
se introduza informação de frequências características (velocidade
de rotação, número de pás do impulsor) e o relatório relacionará
automaticamente as excepções a essas frequências características.
No exemplo dado, o software verifica que o pico a 2940 CPM
encontra-se próximo da componente a duas vezes a velocidade de
rotação, pelo que é identificado de forma apropriada.
Normalmente o software calcula automaticamente os alarmes de
envelope, no entanto, existem pacotes que permitem que estes
alarmes sejam desenhados manualmente nos espectros.
Quando se começa um programa não temos dados em histórico
para serem utilizados no cálculo estatístico. Em vez disso, o
envelope será calculado através de um espectro de referência (a
primeira medição recolhida), duplicando todos os níveis através do
espectro (possivelmente aplicando um limiar mínimo e um
máximo). Outros cálculos poderão ser realizados com o objectivo
de tornar o envelope menos sensível às pequenas variações de
velocidade.
Mais uma vez, é necessário consultar o manual, ou no caso de não
ter um sistema deverá questionar o vendedor. Cada abordagem
tem os seus méritos, mas a verdadeira questão é saber quanto
tempo vamos empregar para compreender esta técnica e para
configurar os alarmes.

Sistemas Periciais
Os sistemas periciais são usados há muitos anos, tendo dado
provas no terreno da sua importância.
Mas, em primeiro lugar, o que é um sistema pericial? De uma
forma simples, um sistema pericial é um programa de software
capaz de recolher dados, como entrada, e fornecer informação útil
como saída. Na maioria dos casos, o processo requer a realização
de cálculos e a tomada de decisões.
Na análise de vibrações o objectivo é reconhecer todos os dados
de vibração (e possivelmente outra informação) e receber um
relatório, através da indicação desses mesmos dados, com uma
lista das avarias das máquinas.
Os sistemas periciais são concebidos por regras. Estes sistemas
são criados seguindo regras como "se a vibração a 1X é elevada na
direcção vertical e horizontal, não sendo tão elevada na direcção
axial e a vibração a 2X não é elevada, e então temos
desequilíbrio". Estes sistemas têm sido criados para seguirem as
regras do analista de vibrações.
Os sistemas periciais, quando configurados correctamente, são
capazes de realizar muito bem a função de triagem e em alguns
casos vão um pouco mais longe, fornecendo um diagnóstico e uma
recomendação. Assim, não só representam uma grande
oportunidade de poupar tempo, mas também ajudam no processo
de análise, especialmente quando se tem pouca experiência.
Como todos somos humanos, e como tal podemos errar, os
sistemas periciais actuam para apanhar os problemas menos

info@rnobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítu o 6 — Análise de Vibrações Página 143
Manual do Curso
óbvios que facilmente poderiam escapar a um analista de
vibrações sobrecarregado.
Algumas pessoas têm receio na configuração que é necessária
para ter um sistema pericial a trabalhar correctamente. A
convicção é que é necessário um grande conhecimento da
máquina antes de se poder realizar um diagnóstico preciso, bem
como, a recolha e entrada de informação é muito demorada.
Bom, é mesmo necessário contactar os fabricantes de sistemas
periciais, como Brüel & Kjr Vibro, Predict/DLI, DMSI (SKF) e CSI
(entre outros) para determinar exactamente o que é necessário.
Poderemos ficar agradavelmente surpreendidos.
Talvez devêssemos perguntar-nos outra questão, uma questão que
irá ao encontro do nosso programa de controlo de condição e não
apenas do sistema pericial. Se desejamos ter sucesso e se
queremos detectar e diagnosticar avarias em máquinas com
precisão, certamente que existe uma grande quantidade de
informação que necessitamos de saber.
Essa informação é necessária quando nos sentamos para analisar
os espectros e os sinais em tempo. Estando no poder dessa
informação e observando os dados obtidos, poderemos tentar tirar
conclusões lógicas com base na informação disponível. Mas não
será possível que bons sistemas periciais possam fazer o mesmo?
Não será possível fornecer aos sistemas periciais a informação que
dispomos, bem como, fornecer informação adicional assim que
tivermos na posse dela e beneficiar de uma característica
automática enquanto ela amadurece?
Mais uma vez, temos que contactar os fabricantes para
conhecermos melhor as especificações de cada sistema pericial. De
qualquer forma sugere-se que o sistema pericial não deverá ter
mais informações sobre a máquina do que aquela que nós
sabemos. Claro que se um problema aparece e de modo a auxiliar-
nos no diagnóstico poderemos rapidamente obter mais
conhecimentos sobre a máquina. Contudo é sempre bom estarmos
preparados com antecedência.

Sistemas de Inteligência Artificial


Para uma completa abordagem deV'eremos introduzir os sistemas
de Inteligência artificial (IA). Estes sistemas têm objectivos
idênticos aos sistemas periciais, ou seja, rever os dados de
vibração e automaticamente fornecer um diagnóstico preciso.
Contudo, os sistemas IA (ou redes neurais como também são
conhecidos) trabalham de forma diferente dos sistemas periciais.
Conforme já referido, os sistemas periciais são concebidos com
base em regras, os sistemas IA não o são. Os sistemas IA
"aprendem", podendo mesmo dizer-se que desenvolvem as suas
próprias regras.
Fornece-se um conjunto de dados e informamos o sistema o que
estes significam. Ao fazer isto várias vezes, o sistema IA é então
capaz de extrair dos dados os parâmetros chave que indicarão a
condição. Da próxima vez que forem fornecidos novos conjuntos
de dados os sistemas podem dar um diagnóstico.
Durante largos anos, foram empregues muitas horas e muito
dinheiro para desenvolver os sistemas IA. Também ao longo de

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 144 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
Manudi

muitos anos foi verificado que estas experiências tiveram sucesso,


no entanto sem êxito na prática. Contudo, o autor entende que os
desenvolvimentos mais recentes resultaram em sistemas
industriais fiáveis e que esta tecnologia não deveria ser
descontinuada.

Lidando com Variação de Velocidade


Antes de continuarmos, precisamos de falar sobre uma situação
real que nos poderá causar um grande descontentamento, as
variações de carga e de velocidade.
A regra número um nos testes em máquinas rotativas é a
confirmação da repetibilidade das condições dos testes. Devemos
fazer tudo para assegurar que a máquina esteja a funcionar nas
mesmas condições de carga e velocidade todas as vezes. No
entanto, se isso não puder ser feito, então deveremos fazer
alguma coisa para lidar com as consequências.
Num exemplo anterior, foi abordada a criação de uma banda que
englobasse o pico à velocidade de rotação, por exemplo de 0,9X a
1,1X. E se a velocidade variar? O que significará essa banda?
Quando a velocidade varia (ou quando variam as condições de
carga), os níveis de vibração também serão consequentemente
alterados. Então, e se tiverem sido configurados alguns alarmes,
estatísticos ou por tabelas de referência e a velocidade variar o
suficiente para afectar os níveis de amplitude? Continuarão a ser
válidos os níveis de alarme? Será que no espectro o pico a 1X
continua a ser abrangido pela banda? Teremos que ter capacidade
de responder a todas estas questões sem que seja importante o
método utílizado (bandas, envelope, sistemas periciais ou IA).

Normalização
Em primeíro lugar temos que introduzir o conceito de
normalização. Falamos muitas vezes sobre a frequência em termos
de múltiplos da velocidade de rotação, 1X corresponde ao pico da
velocidade de rotação, 3X é o pico a três vezes essa frequência, e
por aí em diante. O processo de normalização actua de modo a
"alinhar" os pícos no espectro.
Se tivermos vários espectros de uma máquina a funcionar a
diferentes velocidades de rotação, é expectável que se vejam picos
em diferentes posições. Em vez disso, quando normalizamos os
dados no gráfico, os picos a 1X sobrepõem-se, os picos a 2X
sobrepõem-se e assim sequentemente. Também podemos realizar
esta normalização através de cálculos, de modo que os picos a 1X
sejam sempre abrangidos pela banda de 1X e que no envelope o
pico a 1X seja sempre comparado com o nível correcto.

Compensação da Velocidade
Mas, e em relação a outras frequências, como a frequência da rede
que não é influenciada pela velocídade de rotação? Infelizmente,
quando se normaliza um espectro, os picos relacionados com a
velocidade de rotação ficam alinhados, os que não são
(frequências da rede, frequências de ressonância, fontes externas
de vibração, etc.) não ficam alinhados.

infoehmobiusinstitute.org Copyhght © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 Análise de Vibrações Página 145
Manual do Curso

A resposta não é simples e mais uma vez depende do sistema que


se está a utilizar. Alguns sistemas são capazes de dar resposta a
estas situações, enquanto que outros não são. Quando chegar a
altura de realizar a análise espectral, deve-se estar avisado para
estas situações de forma a ajustar a nossa análise de acordo.
Uma situação ainda mais importante é saber quanta variação é
que se pode toierar. Se uma máquina variar em velocidade apenas
uma pequena percentagem então pode-se normalizar o espectro e
realizar uma análise dos dados de forma normal. Fora desta gama
a normalização não é apropriada, já que é provável que os níveis
obtidos sejam diferentes (devido a ressonâncias, impactos,
diferenças de carga, entre outros factores).
Existem outras abordagens que se podem fazer e mais uma vez
dependerá do sistema que se está a utilizar. Em alguns casos, e
perante diferentes gamas de operação, devemos decidir pela
criação de diferentes máquinas na nossa base de dados de forma a
armazenar dados recolhidos em testes com diferentes condições.
Por exemplo, podemos ter na nossa base de dados duas máquinas
chamadas de "Chiller A Verão" e "Chiller A Inverno". No verão,
quando o chiller encontra-se em condições de carga mais
elevadas, deveremos recolher dados para a máquina "Chiller A
Verão", e no Inverno, quando a carga é menor e
consequentemente os níveis são mais baixos, devemos recolher
dados para a máquina "Chiller A Inverno".
Do mesmo modo, podemos ter "Bomba A a 1000RPM", "Bomba A
a 1200RPM", e por aí em diante. Se não podermos controlar a
velocidade da máquina, então, simplesmente, teremos que
armazenar os dados na nossa base de dados em máquinas
diferentes e aplicar limites de alarme diferentes para cada
máquina.
Então, a primeira regra é, se possível, controlar a velocidade e a
carga das máquinas. A segunda é minimizar as variações de modo
a podermos comparar os dados de todos os testes. Por último, e
se isto não for possível, temos de configurar o nosso sistema de
modo a termos separados os dados e os limites de alarme.
.Já vimos que existem diferentes maneiras de calcular os limites de
alarme, bem como, existem diversos métodos para automatizar o
processo de detecção das máquinas que tenham problemas. Tal
como diversos aspectos da vida, se estivermos dispostos a investir
algum tempo, vamos no futuro obter melhores resultados e
recolher as recompensas de uma melhor eficiência.
Mas só agora começámos a nossa jornada. Salvo seja utilizado um
bom sistema pericial, tudo aquilo que sabemos é quais as
máquinas que apresentam sinais de um problema. Na melhor das
situações, um relatório de excepção dará algumas pistas sobre a
natureza do problema (como a posição e a direcção da máquina e
quais as frequências envolvidas).
Agora é através do nosso trabalho que se dá o próximo passo.
Temos de começar no processo de análise, de modo a que em
primeiro lugar possamos separar as máquinas que não apresentam
problemas, e em segundo lugar (mais importante) determinar a
natureza e a severidade de um ou de vários problemas que
existam.

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 146 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
Man ual do C urso

Analisando os Dados de Vibração


Se tivermos o nosso sistema configurado correctamente devemos
apenas analisar os espectros, sinais em tempo e tendências de
dados escalares, se o relatório de excepção indicar que uma
máquina terá um problema.
Infelizmente, o relatório de excepção poderá incorrectamente
seleccionar uma máquina como se esta tiver problema. Os limites
de alarme podem não ter sido ajustados correctamente, poderão
ter ocorrido variações de velocidade ou de carga, poderá ter
havido algum ruído externo ou de processo, ou qualquer outra
situação poderá ter feito disparar o alarme.
Independentemente da razão que nos levou a analisar os dados
em detalhe, existe sempre um conjunto de passos que devemos
seguir, de modo a realizar correctamente a análise. Uma vez
familiarizado com esses conceitos, bem como, com o modo de
operação do software, seremos muito eficientes.
Deve ser dito que, normalmente, recolheremos dados "complexos"
como os espectros de vibração, sinais em tempo e espectros de
desmodulação, bem como, dados "escalares" simples como os
níveis globais e parâmetros relativos a rolamentos (HFD, BCU,
spike energy, etc.). Em primeiro lugar vamos, de uma forma
resumida, saber como lidar com os dados escalares e
posteriormente avançamos para os dados mais complexos.

Tendência
O nosso software dar-nos-á uma série de maneiras de visualizar as
tendências dos nossos dados de vibração. Tipicamente existem
dois tipos de tendências: Tendência de dados medidos e
tendências de dados calculados.
As tendências dos dados medidos podem incluir as medições de
nível global, medições de alta frequência em rolamentos, dados de
processo (temperatura, pressão, etc.) e a velocidade da máquina.

LIQ - HOT WATER PUMP TO 1ST SCR


STR 03132 -1H MOTOR D.E BRG
4.5
Trend DispIay
of
4.0 1H. -20H.
FAULT

3.5

3.0

2.5

2.0

1.5 ALERT

1.0

O _,J , ,
1 Date: 10-NOV-88
O 20 40 60 80 100 120 140 160
Tirne: 120048
Days: 09-SEP.88 To 31-JAN-89 Arnpl: .571

As tendências de dados calculados são tipicamente geradas pelas


bandas (ou pelos conjuntos de parâmetros de análise) que
definimos. Teremos de ser capazes de ver como se aiteraram os

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Insbtute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 147
Manual do Curse
dados da banda a lx, da banda a 2X e de outras bandas. Estas
tendências podem ser de grande utilidade.
OMNITREND DApruttechmlcimonittendSvibtr140 IST3E/

Quando estamos a visualizar as tendências a primeira coisa a


observar é a alteração do nível e a comparação deste com o limite
de alarme.

Alarm Limit

Passing Time

Time

Se uma tendência apresentar-se basicamente como uma linha


direita, podemos estar seguros que nada se alterou e como tal não
é necessária uma análise mais detalhada.

No entanto, se a tendência exibir um aumento do nivel ao longo do


tempo e os níveis atingirem ou passarem os limites de alarme,
então será necessário dar mais atenção,

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute,org


Document ID: TCM 220405
Página 148 Capítulo 6 Análise de Vibrações
Man aí cio Lurso

Time

Se os límites de alarme não foram excedidos, deveremos verifícar


o quão rápido os níveis da tendência estão a aumentar e tentar
estimar quando é que os alarmes serão atingidos.

Time

Todavia é bom relembrar que os límites de alarme não são


perfeitos e que apenas fornecem uma indicação da severidade.
Nós devemos em primeiro lugar apreciar a utilidade destes
alarmes (os alarmes foram gerados a partir de 4 amostras ou de
24 amostras; são apenas alarmes aplicados por defeito pelo
software; terão sido configurados por um analista experiente,
etc.).
Estimar o período de tempo até que a tendência exceda o limite de
alarme e a apreciação geral da razão de alteração dos níveis,
apenas servirá para indicar a severidade do problema num
determinado momento e para determinar quanto tempo temos
antes de ser necessária uma acção de manutenção.
O mesmo é verdadeiro se os níveis excederem os limites de
alarme. Depois de examinar a precisão dos limites de alarme,
temos que apreciar a condição geral.
Alto! As tendências únicas por si só não são suficientes para serem
utilizadas de forma independente num processo de fabricação. As
tendências apenas servem para nos ajudarem a visualizar parte da
situação, o resto é fornecido por outros dados de tendência, dados
de formas de onda e espectros, dados de outros pontos da
máquina, bem como, o conhecimento da máquína e do processo.
Posteriormente o processo de decisão será influenciado pelas
exigências da produção, existência de sobressalentes, entre muitos
outros factores.
Voltemos então ao assunto da análise dos dados. Assim que
tivermos examinado todos os dados de tendências,
particularmente os dados de tendência que foram evidenciados
pelo relatório de excepção, é altura de observar mais atentamente
os espectros e os sinais em tempo.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstituteorg


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 - Análise de Vibrações Página 149
Manual do Curso

Análise Espectral
Agora é a altura indicada para observarmos os espectros de
vibração. A análise de espectros é muito envolvente, como tal, não
podemos esperar que nos tornaremos uns mestres já na próxima
hora. Mas não devemos ter receio, vamos aprender passo-a-passo
e dentro de algum tempo e com um pouco de experiência seremos
uns mestres Em tempo útil.
Então, por onde vamos começar? A primeira coisa que temos que
fazer é validar os nossos dados. Sabemos que temos em nosso
poder um colector de dados caríssimo, que tentámos criar
repetidas condições de teste e que lemos vasta informação sobre a
montagem de sensores, mas isto não é uma garantia para o
sucesso.
Quando trazemos espectros para análise, em primeiro lugar
algumas situações devem ser verificadas antes de observarrrios
muito atentamente o conteúdo real de um espectro.
Depois de ter sido feita esta verificação podemos então olhar uma
vez mais para o espectro e verificar a existência de padrões
clássicos: Harmónicas, bandas laterais, montes, entre outras
coisas.
De seguida podemos começar à procura de avarias específicas:
desequilíbrio, desalinhamento; falhas em rolamentos, etc..

Validação dos Dados


Sempre que recolhemos um espectro há a possibilidade de
qualquer coisa ter corrido mal. O transdutor podia estar soito, a
máquina podia ter oscilado repentinamente no meio do teste, a
máquina trabalhava em incorrectas condições de operação, entre
outras situações.
Quando vamos analisar espectros de vibração temos que passar
por estas verificações mentais antes de avançarmos para as
conclusões. Um momento de reflexão neste momento poderá
evitar um embaraço mais tarde.

Falhas com Transdutores


Os problemas mais comuns nas medições estão relacionados com
os transdutores.
Tal como havia sido abordado na secção dos transdutores, existe
uma série de sinais evidentes de avarias em transdutores ou do
modo como estes foram montados.
A primeira coisa que se deve fazer é assegurar que o espectro tem
picos e não apenas picos relacionados com a electricidade (picos
relacionados com a frequência da rede e múltiplos dessa
frequência). Precisamos de ter a certeza que existe informação
relacionada com a condição mecânica da máquina - Mas isso já
nós sabemos!
Seguidamente deveremos verificar a existência no espectro da
clássica "Rampa de Ski". Se verificarmos que o espectro começa
com uma elevada amplitude nas baixas frequências e que essa
amplitude diminui lentamente através do gráfico, então parece que
existiu um problema com o transdutor.

info@rnobiusinstitute.org Copyright (I) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Página 150 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
Manuai do Cu o

-0.002
-0 004

-0.008
-0.01
-0.012 - .11
0.014
-0.016 ,

A causa mais comum para a "rampa de ski" é de um tipo


transiente. Essa causa transitória pode ser mecânica, térmica ou
eléctrica.
Se batermos no transdutor durante uma medição, o amplificador
do sensor pode "cantar" e a "rampa de ski" aparecerá no espectro.

Se o sensor estiver frio e for colocado numa máquina muito


quente (ou vice-versa), então mais uma vez o sensor entrará em
choque e os níveis flutuarão até este ter estabilizado. Este "cantar"
a uma frequência muito baixa irá mais uma vez causar a
observação da "rampa de ski".

100 150 200 250


LO,J Rarf -

Se o sensor for alimentado e a medição começar antes de o


mesmo ter estabilizado, mais uma vez veremos a "rampa de ski".
No entanto, após o comissionamento do sistema, esta situação não
deverá acontecer, já que o sistema levará sempre o mesmo tempo
para alimentar o sensor e estabilizar a electrónica.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítu 6 — Análise de Vibrações Página 151
anual do Curso

Podemos também observar o sinal em tempo para verificar algum


evento transitório. Se podermos observar o "cantar" no início da
forma de onda, então deverá estar relacionado com uma causa
térmica (assumindo que temos o tempo de estabilização
correctamente configurado). Na maior parte dos casos o sinal em
tempo gravado é a primeira forma de onda recolhida, como tal
apresentará efeitos de eventos transitórios térmicos.
A não ser que déssemos um impacto na máquina no início do
teste, a situação transitória não aparece no início do sinal em
tempo, de facto podemos mesmo não consegui-la identificar.
O espectro poderá apresentar uma "rampa de ski" e um ruído de
fundo a altas frequências se o transdutor estiver saturado. Esta
situação pode ocorrer por diversas razões:

1 Se os níveis de vibração forem demasiadamente elevados,


então devemos considerar o uso de um transdutor menos
sensível. Determinadas máquinas de alta velocidade ou de
vibrações elevadas, como por exemplo os compressores,
requerem a utilização de transdutores menos sensíveis.
Queiram por favor ver as referências no módulo de medição.
2 Pode ter ocorrido uma descarga de vapor ou outra fonte de
elevada frequência e amplitude. Uma repetição do teste
deverá corrigir o problema, a não ser que esta fonte de ruído
esteja sempre presente (ou então temos azar!).
3 Poderá ainda haver uma avaria na máquina que produz
vibrações a elevadas frequências. Devemos nesse caso
executar um teste com uma gama de frequências mais
elevada. Devemos ainda tentar amortecer as fontes de
ruído/vibração de alta frequência através da colocação de um
disco de borracha entre o sensor e a máquina (rolamento).

Condições de Teste
Assumindo que os dados estão "limpos", deveremos então realizar
a próxima verificação: Estaria a máquina a funcionar nas condições
correctas? Conseguimos identificar o pico à velocidade de rotação?
Estaria a máquina a funcionar à velocidade correcta?
Poderá ser difícil avaliar se a velocidade ou a carga não estivessem
correctas, a não ser que elas fossem consideravelmente diferentes
das normais. Necessitamos portanto de confirmar se os dados
estão diferentes ou então necessitamos de comparar os dados de
um mesmo ponto com outros dados anteriores.

infoebmobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institu - www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 152 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
Manuai ao turso

Ponto de Teste
De seguida devemos verificar se os dados foram recolhidos na
máquina nos pontos e direcções (vertical, horizontal e axial)
correctas. Pode parecer estranho mas, erros acontecem.
É um erro comum recolher dados em pontos errados, ou de uma
máquina errada (unidade "A" em vez da unidade "B"). Estes erros
podem ser corrigidos enquanto estamos em campo, já que o
colector pede-nos uma confirmação para repetição do teste, num
momento em que nós não sabíamos se quer que o teste já teria
sido realizado.
Devemos ter sempre na nossa mente a ideia de que quaisquer
dados que observamos poderão não ter sido obtidos na correcta
localização, ou de terem sido recolhidos em condições incorrectas.
Pode-se reduzir bastante o potencial para ocorrência destes
problemas, através da utilização de acessórios de montagem, de
discos rápidos de ligação e de auxiliares de identificação de pontos
como por exemplo etiquetas com códigos de barras.

Identificação do Pico à Velocidade de Funcionamento


Agora que sabemos que o transdutor foi montado na máquina de
forma correcta e na correcta localização, temos apenas mais uma
verificação para realizar. Se o nosso sistema é concebido para
detectar automaticamente a velocidade de rotação da máquina
(quer pela informação inserida em campo, ou pela análise
automática dos dados), então devemos verificar se o colector
realizou correctamente esta importante tarefa.
O conhecimento da velocidade de rotação da máquina é crítico
para o sucesso da análise de vibrações espectral, já que, estamos
constantemente à procura de picos no espectro que sejam
múltiplos das diversas razões de velocidade de rotação dos
diferentes veios, bem como, de picos que não sejam múltiplos
dessas velocidades. Portanto, temos que saber qual a velocidade
de rotação.
Antes de podermos avançar mais, temos de fazer tudo o que seja
necessário no nosso sistema, para identificar o pico à velocidade
de rotação, de modo a permitir a identificação dos restantes picos
no espectro.
Muitas vezes o pico a 1X será óbvio. Quando assim não acontecer,
precisamos de observar um conhecido pico múltiplo da velocidade
de rotação e trabalhar de forma inversa (i.e. encontrar o pico a 6X
e dividir a frequência por 6), ou mudar rapidamente para um
ponto da máquina onde a componente for mais óbvia
(considerando que a velocidade da máquina não varia enquanto o
teste é realizado).
Então é recomendado que os espectros sejam visualizados no
formato de normalização por ordens. Num espectro normal o eixo
das abcissas é normalmente apresentado em intervalos de Hertz
(ciclos por segundo), ou em CPM (ciclos por minuto).
Contudo, quando observamos um gráfico deste modo torna-se
difícil identificar rapidamente o pico à velocidade de rotação e os
seus múltiplos. Embora, possamos colocar um cursor de
harmónicas no pico à velocidade de rotação para identificar as
ordens a esta frequência, a melhor maneira é normalizar o gráfico.

in o@mobiusinstitu e.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 153
Manual do Curso

Quando normalizamos o espectro por ordens o eixo dos x é


marcado com intervalos da velocidade de rotação. Neste exemplo,
podemos ver claramente os picos relacionados com a velocídade
de rotação realçados.
Então, sem que tenhamos feito nada podemos rapidamente
verificar se existem picos síncronos (relacionados com a velocidade
de rotação), ou alguns picos não-síncronos (múltiplos não inteiros
da velocidade de rotação). Para além disso, podemos ainda
verificar se existem picos abaixo da velocidade de rotação (picos
sub-síncronos).
Um dos nossos objectivos deverá ser a configuração do nosso
software de análise de modo a minimizar o trabalho que temos
que realizar. A normalização por ordens do nosso gráfico será com
certeza um passo nessa direcção. Se conseguirmos examinar
rapidamente os dados e imediatamente avaliar que tipo de padrão
temos, vamos poupar muíto trabalho a nós próprios. Para além
disso, estamos em melhor posição para não falhar condições de
avaria.
Quando a máquina é mais complicada e existam doís ou mais
veios (máquinas com transmissão por correias, com caixas de
engrenagens, com uniões de acoplamentos de fluído, etc.) então a
análise torna-se mais desafiante.
Enquanto um gráfico normalizado por ordens irá salientar os picos
relacionados com o veio de referência, será óbvio que os picos
relacionados a outros veios não o serão. É difícil dizer se esses
picos são não-síncronos (podendo estar relacionados com falhas
em rolamentos, ressonâncias, etc.), ou se estão relacionados com
outro veio.
Alguns pacotes de software permitem antecipadamente a
identificação dessas frequências (bem como frequências
características relacionadas com a máquina) e a sobreposição de
marcadores que indicam quais os picos que são relacionados com
veios diferentes e com componentes rotativos. É necessário
consultar o manual do software e verificar se existe esta função.

Rápida Análise dos Dados


Neste momento devemos examinar rapidamente os dados e
identificar padrões e características de interesse. Devemos
procurar picos com elevadas amplitudes, séries de picos
uniformemente espaçados (harmónicas e bandas laterais), picos
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstítute.org
Document ID: TCM 220405
Página 154 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
Manual do Curso
múltiplos não inteiros da velocidade de rotação, ruído de fundo
mais elevado que o usual e montes no espectro.
Devemos também consultar o relatório de alarmes correspondente
a essa máquina, de modo a determinar quais as partes do
espectro (se é que existem algumas) que tenham excedido o nível
de alarme.
Existem duas formas de abordar a análise de vibrações. Primeiro,
podemos construir um conjunto com vários padrões várias vezes
testemunhados em espectros (e em formas de onda), ou/e
aprender onde tiveram origem.
Na secção dos fundamentos analisámos os sinais em tempo, ondas
quadradas, ondas partidas, eventos transitórios, batimento,
modelação, entre outros fenómenos de sinais.
Neste momento deveremos construir uma razão de entendimento
para visualizarmos harmónicas e bandas laterais num espectro e
onde são gerados os eventos transitórios e as modelações.
Em segundo lugar precisamos de aprender sobre os vários tipos de
componentes, quais os seus modos e cenários de avaria.
Precisamos de aprender como identificar um desequilíbrio, um
desalinhamento, o desgaste num elemento rolante de um
rolamento e por aí em diante.
Com a capacidade de identificar e compreender fenómenos como
as harmónicas, bandas laterais etc., bem como, a capacidade de
identificar e compreender os padrões clássicos de avarias
(desequilíbrio, folgas, etc.) estamos em posição de sermos
capazes de analisar espectros e sinais em tempo com sucesso e
realizar atempadamente um diagnóstico preciso.

Identificar Harméinicas
Vamos agora falar sobre os métodos usados para identificar
harmónicas, bandas laterais e outros sinais reveladores clássicos.
Mais tarde vamos abordar o modo como identificar o desequilíbrio,
o desalinhamento, as folgas, as falhas num rolamento e muitas
outras avarias.
Outro assunto que devemos manter em mente é que,
independentemente do padrão observado, ou das amplitudes
envolvidas, devemos sempre verificar as variações dos níveis de
vibração.
As nossas acções vão ser largamente dependentes da razão de
alteração dos níveis de vibração. Se os níveis de vibração são
muito estáveis não agiremos com qualquer urgência. No entanto,
se identificarmos uma condição de avaria e os níveis de amplitude
(associados a esse padrão) alterarem rapidamente, então temos
que actuar com grande celeridade.
Um dos padrões mais comuns que iremos observar é a
harmánica. As harmónicas são uma série de picos que começam
com uma frequência fundamental.

info@mobiusinstitute.org Copyhght © 2005 Mobius Institute www.mobiusins itute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Capítulo 6 Análise de Vibrações Página 155
Manual do Curso

As harmónicas são bastante óbvias, contudo se alterarmos para a


escala logarítmica tornam-se ainda mais evidentes.

Conforme apresentado no espectro seguinte, em alguns casos as


harmónicas podem apresentar maiores amplitudes do que a
frequência fundamental.

0.1

2k 4k 6k 8k 10k 12k 14k 16k 18k


Low Range CPM •

Por vezes as harmónicas não estão relacionadas com a velocidade


de rotação (como poderia ser constatado com as folgas), em vez
disso, podem estar relacionadas com um impacto de um
rolamento, a razão das correias de transmissão, ou a outras
frequências.
É importante compreender as harmónicas e aprender o modo de
as detectar e analisar, de modo a reforçar o quanto são
importantes na análise de vibrações.
Mas esperem, até ao momento apenas considerámos metade da
história. Sempre que observamos harmónicas devemos observar o
sinal em tempo. As harmónicas são devidas a agitamentos
(movimentos não lineares) e a eventos transitórios (ímpactos).
É então expectável que sejam observados sinais deste tipo no sinal
em tempo.

nfo@mobiusnstftute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 156 Capítulo 6 Análise de Vibrações
Manuaí do Curso

A marcação da série de harmónicas no espectro é por vezes uma


grande ajuda para identificar outra série de picos, ou mesmo
outros picos que ainda não tenham sido expostos.
Se o espectro visualizado estivesse imprimido em papel,
poderíamos marcar com uma caneta florescente as harmónicas a
1X com uma cor e depois as harmónicas do rolamento com outra
cor. Deste modo conseguiríamos ver o que faltava, talvez outra
série de harmónicas, um conjunto de bandas laterais, etc..
Claro que isto não tem grande utilidade se não for realizado em
software (a não ser que tenham o hábito de imprimir os vossos
gráficos).

Neste conjunto de dados podemos observar um forte conjunto de


harmónicas. Agora podemos verificar outra série de harmónicas.

.[ 0 00 -

O 07

0 06 • •

0.00 -

001

46 Ok 06 10k 12k
,M

Os dados das formas de onda que temos vindo a observar são em


aceleração (Gs), contudo, normalmente muitos de nós podemos
analisar os dados em velocidade, a qual tende a suprimir o
conteúdo relativo às altas frequências (recordem-se que a
aceleração é o melhor parâmetro para a informação de altas

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 Análise de Vibrações Página 157
Manual do Curso
frequências, o deslocamento é melhor para a informação de baixas
frequências e a velocidade para o extenso campo do meio).
Podemos muito bem perguntar porque é que é necessário observar
o sinal em tempo se podemos identificar as harmónicas no
espectro? Bom, a origem e a razão para a existência das
harmónicas pode ser melhor compreendida se observarmos em
primeiro lugar a forma de onda.

Por exemplo, as folgas são aleatórias por natureza. Em lugar de


observarmos os impactos todos os ciclos, podemos vê-los no 1 0 ,
30 , go , go , etc. Avarias em rolamentos, e outras fontes de
harmónicas, têm também os seus padrões característicos no sinal
em tempo.
Nota Importante: Algumas máquinas apresentam sempre
harmónicas, como por exemplo
determinados compressores, sopradores de
lóbulos, etc.. Então em primeiro lugar
devemos entender o tipo de máquina antes
de tirarmos conclusões.

Identificar Bandas Laterais


Na análise de máquinas, as bandas laterais são um importante
fenómeno para observar (e compreender). As bandas laterais são
um resuitado da modulação em amplitude entre dois sinais, e são
comuns quando se investigam avarias em rolamentos, caixas de
engrenagens, problemas eléctricos, bem como outras avarias.
No espectro, as bandas laterais aparecem como picos igualmente
espaçados à voita de uma frequência chamada de "frequência
central". Dependendo da situação podemos estar interessados
tanto na frequência central como na frequência de espaçamento
das bandas laterais, como nas duas.

1
- . .

Ok 8.5k Ok 0.5k 10k

Vamos observar dois exemplos. O primeiro é relativo a uma caixa


de engrenagens, no qual se pode observar a clássica modulação da
frequência de engrenamento.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 158 Capí ulo 6 Análíse de Vibrações
Manuaí a Curso

A frequência central corresponde à frequência de engrenamento


(número de dentes vezes a velocidade do pinhão) e existem
bandas laterais à frequência de funcionamento do pinhão.
Por agora, não precisamos de preocupar-nos com a matemática
envolvida, ou no modo como calculamos esta informação relativa a
uma caixa de engrenagens. O que é importante é o padrão que se
observa no espectro. Primeiro identifica-se a frequência central e
depois ajustamos o espaçamento das bandas laterais.
Se observarmos rapidamente a forma de onda, podemos verificar
os sinais clássicos da modulação em amplitude. O nível de
amplitude vibra à razão do veio da frequência modulada.

Duas Abordagens
Um ponto importante a referir é que a investigação das bandas
laterais pode ser realizada por duas maneiras completamente
distintas. Uma abordagem é quando sabemos exactamente o que
devemos procurar (sabemos qual a frequência central e quais as
frequências das bandas laterais), a outra situação é quando
tentamos determinar o que é responsável pela existência de picos
no espectro e precisamos verificar se a modulação é a
responsável.
Por exemplo, estamos interessados nas bandas laterais à volta da
frequência de engrenamento. Se um dente na engrenagem ficar
gasto obtemos bandas laterais à frequência de funcionamento.
Nesta situação sabemos o que procurar. A única questão prende-
se com a aquisição de bandas laterais à frequência de
funcionamento do veio de entrada ou do veio de saída.
No entanto, às vezes, temos que observar um espectro e tentar
reconhecer a presença de bandas laterais. Não deveremos prever
a ocorrência da modulação. Em máquinas complexas, como as
caixas de engrenagens de vários andares, bem como em
rolamentos, podem existir muitas fontes potenciais de modulação,
as quais teremos que identificar e usar essa informação no nosso
diagnóstico.
O importante é que em primeiro lugar seja identificado o padrão e
em segundo lugar precisamos de nos tornar peritos na utilização
de ferramentas de análise de bandas laterais, de modo a que
analisemos os dados de forma precisa.
Por exemplo, vamos encontrar muitas vezes bandas laterais à
frequência da velocidade de rotação, 1X. Caso o software utilizado
permita, podemos ajustar o cursor de bandas iterais com um
nfo@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 159
Manual do Curso

espaçamento correspondente a lx e lentamente alterarmos a


frequência central até que as linhas de marcação fiquem alinhadas
no topo dos picos.

Outra situação ocorre quando observamos um pico dominante


rodeado por muitos outros picos. Numa situação como esta,
podemos começar por ajustar a frequência dominante como a
frequência central e depois ajustamos lentamente a frequência das
bandas laterais até que estas se alinhem com o conjunto de picos.
Depois deveremos observar o espaçamento dos picos e verificar o
que está a ser modulado.

Lembrem-se que normalmente a modulação ocorre quando o nível


da vibração é alterado de ciclo para cíclo, tal como quando um
elemento rotativo entra e sai da zona de carga, ou como a
severidade de fricções irregulares, ou algo semelhante. Então,
compreendendo a origem da modulação e ao pensando sobre o
que se passa dentro da máquína, ajudar-nos-á a compreender a
condição da máquina.

Ruído de Fundo e "Montes"


Até agora estudámos as harmónicas e as bandas laterais. Quando
observamos pela primeira vez um espectro, e após termos
verificado que os dados estão bons (sem "rampas de ski")
devemos procurar a presença de harmónicas e de bandas laterais.
Para além disso devemos ainda observar a presença de ruído de
fundo e de montes nos dados.
Quando observamos um espectro os níveis de amplitude são
normalmente muito próximos de zero, com picos que sobressaem,
como pequenas ilhas de montanhas que nascem do mar.
O ruído de fundo é o mar, o qual, tanto representa a vibração de
fundo (ruído gerado por esta máquina como pelas máquinas que
se encontrem na vizinhança próxima), como representa o limite
inferior do sistema de medição.
No entanto, por uma variedade de razões, vamos encontrar muitos
casos onde o ruído de fundo parece que se eleva, tanto na
globalídade do espectro como em certas áreas. Isto é algo que
deveremos observar.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institu e www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 160 Capítulo 6 — Análíse de Vibrações
Manual do Cur o

Se a totalidade do ruído de fundo crescer, é possível que tenhamos


um rolamento com um desgaste extremo. Se o ruído está
tendencialmente direccionado para as altas frequências, então
poderemos ter ruído de processo ou de fluxo com possível
cavitação.
Se o ruído aparece elevado em áreas específicas do espectro então
teremos várias hipóteses:
• Podemos ter um rolamento com sério desgaste. Quando o
problema evolui mais aumentará o ruído de fundo.
• A segunda hipótese prende-se com a possibilidade de termos
uma ressonância. Muitas vezes os picos no espectro têm uma
base muito alargada apresentando-se como montes devido a
ressonâncias. Caso não existam sinais de desgaste no
rolamento e se o pico aparece apenas segundo uma direcção
(as ressonâncias são muitas vezes direccionais) então isto é
uma causa provável.
• Podemos também observar montes no espectro quando
existe um número elevado de harmónicas muito próximas.
Se o espectro não tíver a resolução adequada, todas as
bandas laterais podem aparecer como uma "bolha". Se
temos a possibilidade de recolher outros dados com maior
resolução (1600 linhas em vez de 400) então poderemos
observar um vasto número de picos no lugar de uma bolha
• Ruído de escoamento e cavitação também podem provocar
montes no espectro. É sempre sensato observar o sinal em
tempo tendo em vista identificar sinais de ruído relacionados
com cavitação e processo.
No exemplo em baixo temos sinais de ressonância, nos quais os
dados apresentam montes típicos. Podemos constatar que esses
montes não são evidentes nas direcções vertical e axiai. Também
devemos observar o sinal em tempo, no qual podemos constatar
os impactos de energia devidos a cavitação ou ingestão de ar na
bomba.

in o@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítu o 6 — Análise de Vibrações Página 161
Manual do Curso

0.3
0.25
0.2
0.15
01
0.05
0.
-0.05
-0.1
-0.15

Devemos ter sempre consciência das máquinas que se encontram


instaladas ao lado da máquina a ser inspeccionada, já que podem
muitas vezes ser a origem da vibração que observamos no
espectro. Se suspeitarmos que a víbração observada tem origem
noutra máquina, podemos registar a frequência e observar as
medições das máquinas locais de modo a verifícar se encontramos
algo igual. Provavelmente não necessitamos de ir mais longe e
pelo menos desta forma ficámos a entender a origem dessa parte
do espectro.

Amplitude
Não podemos abordar um tema como este sem mencionar o termo
amplitude. Por vezes ao observarmos um espectro verificamos
indícios de padrões e harmónicas, ou eventualmente um pico
muito dominante, mas antes de darmos o alarme, primeiro temos
que verificar a amplitude.

Ambos os espectros acima apresentam o pico 1X muito dominante.


Claro que se observarmos atentamente, a escala da amplitude é
drasticamente diferente. Temos preocupação com os níveis e
amplitude, mas deveremos ter também preocupação com o modo
como eles variam.

Comparação Espectral
Nesta secção vamos abordar a razão porque a comparação de
espectros é necessária e vamos apresentar diferentes métodos
gráficos para realizar essas comparações. Os métodos que iremos
abordar incluem os apresentados no software de análise
iLearnInteractive e o autor está ciente que as opções estão
também disponíveis em sistemas comerciais. Precisamos de
verificar se estas opções estão disponíveis no nosso sistema, como
funcionam e se estão disponíveis opções adicionais.
Adicionando àquilo que podemos aprender de um espectro
individual, deveremos também comparar com outros dados que
temos disponíveis: medições recolhidas anteriormente, espectros
de referência, limites de alarme, espectros obtidos de eixos

info©mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Págína 162 Capítulo 6 Análise de Vibrações
manual do Curso

diferentes, espectros recolhidos em diferentes localizações na


máquina e dados recolhidos noutras máquinas idênticas mas na
mesma localização e direcção.
Devemos realizar comparações por duas razões básicas: Para
verificar como os dados se alteraram (ou como diferem do normai)
e para compreender o movimento da máquina.
A Monitorização da Condição está toda ela relacionada com
alterações. Podemos pensar que conseguimos identificar
problemas através da observação de apenas um espectro, no
entanto, se não soubermos como é a aparência dos dados de
víbração normais, como é que se alteram os padrões ou os níveis,
será que na realidade sabemos se existe um problema?
Era agradável que houvesse uma base de dados universal que
indicasse o modo como uma máquina deveria vibrar, ou uma
referência que pudéssemos usar para testar as nossas máquinas.
Contudo, isso não existe.
Em vez disso temos que utilizar os dados de testes anteriores,
dados recolhidos em máquinas idênticas instaladas na mesma
fábrica e dados de referência. Os dados de referência poderão ser
os espectros recolhidos imediatamente após uma revisão da
máquína (ou logo depois da máquina nova ter sido instalada) ou
estatisticamente derivados dos dados de referência.
Poderemos então observar o modo como os espectros e os sinais
em tempo se alteraram e utilizar os nossos conhecimentos em
crescimento na análise de vibrações para interpretar essas
mesmas alterações.
A segunda razão para a comparação dos dados de vibração é
entender o modo de vibração da máquina considerando-a como
uma estrutura. E porque todas as máquinas vibram, podemos
comparar os dados de uma direcção com outra e entre diferentes
localizações para melhor compreender o movimento da máquina.
Gostaríamos de poder visualizar a máquina inteira a mover-se
lentamente de forma animada, exagerando o movimento podemos
observar claramente como vibra. Avarias como o desequilíbrio,
desalínhamento, ressonâncias e em menor quantidade as folgas,
podem ser melhor diagnosticadas através do entendimento do seu
movimento geral.
Contudo não podemos realizar isto sem um software especial e
sem ter mais tempo disponível durante a recolha de dados mas,
existe muita coisa que poderemos fazer com os dados que
recolhemos no percurso de medição.

Comparação Espectral com os Dados de Referência


A monitorização da condição apoia-se fortemente nas comparações
entre os dados actuais e os dados antigos. Se conseguirmos dizer
o quanto os dados se alteraram e onde se alteraram (quais as
frequências) então estamos quase lá.
Todos os softwares de análise permitem-nos rever as medições
anteriores, fornecendo-nos deste modo uma rápida visão de
quanto é que os níveís de vibração foram alterados desde o último
teste.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 6 — Análise de Vib ações Página 163
Manual do Curso

Gráficos Sobrepostos
A forma mais fácil de ver os dados é sobrepondo os gráficos, uns
em cima dos outros. Assim, podemos verificar exactamente como
é que os dados se alteraram em cada pico do espectro.
Provavelmente é possível visualizar três ou quatro gráficos deste
modo, mantendo sempre a relação dos espectros com as
diferentes datas.
LY_

0.18•

0.16 -

0.12

0.00

0.06-

0.04 -

0.02-

o.
3 4 O 6 7 9 10
Lin Loini RAnge

Sabendo que estamos à procura de alterações dos níveis e se


todos os espectros sobrepostos se mantiverem próximos, então na
realidade não temos que nos preocupar com nada.
Quando são constatadas alterações mais significativas, então é o
momento para analisar mais profundamente os dados.
Podemos escolher um único gráfico ou analisar os dados de um
modo que melhor façam sobressair essas alterações. Em alguns
programas de software podemos observar a tendência de uma
frequência específica ao longo do tempo. Com outros softwares as
tendências serão definidas através dos alarmes de bandas que
configurámos. A intenção é sempre a mesma, mesmo se não
obtivermos completamente os mesmos níveis de controlo.

13# rti- 71:5,14`.9

V... 21 /10,3 2.12. 1391,4

Gráficos Empilhados
Outro método de comparação gráfica disponível em alguns
softwares é a possibilidade de colocar os gráficos espectrais
empilhados verticalmente
info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Docurnent ID: TCM 220405
Página 164 Capítulo 6 Análise de Vibrações
Manual do Curso
A diferença de amplitude de cada pico principal continuar a poder
ser observada claramente, enquanto podemos continuara a
observar o espectro completo.

Uma insuficiência dos gráficos empilhados é que quando temos


muitos conjuntos de dados e dada a existência de pouco espaço
disponível para cada gráfico, eles tornam-se comprimidos
dificultando a visualização de detalhes. O gráfico de cascata,
apresentado de seguida, resolverá este problema.

Gráficos em Cascatas
Um modo muito popular de podermos analisar um conjunto
alargado de espectros é o gráfico de cascata. Este gráfico é usado
para exibir o modo como os picos e os padrões foram-se alterando
ao longo do tempo.

Alguns softwares permitem que o índice de exposição do gráfico


seja alterado para permitir revelar melhor as tendências e os
padrões. Por vezes ter todos os dados alinhados torna-se mais fácil
verificar como é que os picos se relacionam.
Um gráfico de tendências integrado, disponível em aiguns sistemas
comerciais (embora com implementações diferentes em cada um
deles), realça o modo de alteração de uma frequência específica
(ou mesmo dentro de uma banda pequena).

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 165
Manual do Curso

R T Vnpo

FE

0
%Z:̀ •,, bfe41

, •=11',EYSTNí,,s1E:.:
SjK,IYS

Os gráficos de cascata revelam muita informação, podendo exibir


todas as formas de tendência e de padrões interessantes.
Este método permite que se consiga identificar, após alguns anos,
onde é que as avarias começaram a desenvolver-se e onde
desapareceram depois da avaria ter sido solucionada (por exemplo
depois de reparada). Assim, são um modo excelente de verificar o
histórico permitindo averiguar o modo como as avarias se
desenvolveram e quais os níveis atingidos antes da reparação
necessária.

Espectro de Referência e Médias


Até agora observamos as comparações entre os nossos dados
actuais e os espectros recolhidos anteriormente. Quando
comparamos apenas uma medição, as últimas quatro, ou o
histórico completo, deveremos sempre realizar as avaliações em
relação à qualidade dos dados de referência e da sua
adequabilidade para serem a referência.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 166 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
anual cio Curso

Anteriormente abordámos como se define uma referência, como


deverá ser usada para gerar o relatório de excepção e para
configurar os limites de alarme. No entanto, quando for altura para
realizar a análise, esses dados podem ser uma referência gráfica
de grande utilidade.
Por exemplo, podemos criar uma referência estatística baseada no
desvio padrão. Será uma grande ajuda se sobrepusermos essa
referência nos gráficos espectrais, permitindo rapidamente
verificar a comparação dos nossos novos dados com os dados de
referência.
Assim como, se tivermos alarmes de bandas ou alarmes de
mascara (alarmes de envelope), é de grande utilidade verificar a
comparação desses alarmes com os nossos novos dados.
Devemos referir que a sobreposição dos limites de alarme é
provavelmente mais útil durante a fase de detecção do que
durante a fase de análise. Muitas vezes, os alarmes de bandas e
de envelope não nos dão muita informação sobre o que é normal
no espectro. Os alarmes estatísticos têm mais utilidade para este
propósito, já que são obtidos dos dados e indicam a variação que é
normal.

Exibição Logarítmica
Muitas vezes utilizamos em gráficos a escala logarítmica para
realçar as harmónicas, bandas laterais e outros padrões nos
nossos dados, isto porque a exibição logarítmica permite-nos
observar amplitudes pequenas na presença de elevadas.
Portanto, não é preciso dizer que a escala logarítmica é muito útil
quando se realizam comparações gráficas entre dois conjuntos de
dados (ou entre dados espectrais e os dados de referência).
Observemos os dois gráficos seguintes, ambos contêm os mesmos
dados.

É de realçar que, enquanto a escala logarítmica é útil nas


comparações não é muito eficiente em gráficos de cascatas,
porque existem demasiados pormenores tornando-se difícil a sua
compreensão.

info©rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Instítute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 167
Manual do Curso

Compreendendo as Vibrações das Máquinas


Imagem Global
Considerem simplesmente que, se soubermos como é que a
máquina vibra na globalidade, condições como desequilíbrio,
desalinhamento e ressonâncias estruturais, seriam muito mais
fáceis de resolver.
Vamos agora abordar como e porquê devemos comparar as
vibrações entre diferentes localizações e entre eixos.

Comparação entre Eixos


Quando analisamos dados de vibração e se suspeitarmos de
desequilíbrio, desalinhamento, problemas de ressonância e outras
falhas relacionadas com forças de rotação, temos que comparar os
níveis obtidos nas diferentes direcções, vertical, horizontal e axial.
Embora as características de cada tipo de avaria sejam abordadas
numa secção separada, o facto é que muitas destas anomalias
geram vibrações muito direccionais.
Por exemplo, se tivermos um grupo motor-bomba horizontal e se
suspeitarmos de desequilíbrio (porque verificámos a existência de
um pico elevado a 1X), então, deveremos observar os outros eixos
de forma a confirmar essa anomalia.
Porquê? Porque as forças de rotação deverão produzir vibrações
segundo as direcções vertical e horizontal e deverão ser muito
pequenas segundo a direcção axial.
Isto é apenas um exemplo. Quando analisamos em maior detalhe
as várias condições de avarias, fazemos um favor a nós próprios
se tentarmos entender as forças que estão envolvidas. Isto ajudar-
nos-á a entender o que deveremos procurar nos três eixos de
vibração.
Para além disso, deve-se ter em consideração a orientação da
máquina, porque uma máquina vertical vibrará de forma diferente
de uma máquina com disposição horizontal. Face a isso, uma
máquina horizontal tem os seus movimentos restringidos segundo
a direcção vertical, como tal, não são esperadas vibrações iguais
segundo as direcções vertical e horizontal.
Por outro lado, uma bomba vertical deverá apresentar vibrações
iguais segundo as direcções radial e tangencial (as duas direcções
horizontais) a não ser que o movimento seja restrito de algum
modo.
Isto é uma das razões porque se recomenda a recolha de
vibrações em tantos eixos quanto possível, os quais poderão ser
realizados através de um sensor triaxial ou através de medições
individuais por cada eixo. E claro que poderemos realizar testes
adicionais de seguimento, de forma a confirmar um diagnóstico.

Gráficos Triaxiais
Uma maneira de realizar esta comparação é através de um gráfico
triaxial, através do qual é possível observar de uma só vez todos
os três eixos de vibração (vertical, horizontal e axial).

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 168 Capítulo 6 — Análise de Vibrações

Comparação entre Diferentes Localizações


Agora que começamos a entender como o conhecimento da
vibração global da máquina pode ajudar-nos no diagnóstico, é
então necessário realizar comparações entre os diversos pontos da
máquina.
Por exemplo, se suspeitarmos de um problema de desalinhamento,
devemos comparar as medições entre os pontos de cada lado da
união de acoplamento, como por exemplo entre o motor e a
bomba.
Se suspeitarmos de um problema de desequilíbrio, de uma
ressonância, ou de um problema de flexibilidade, devemos
verificar os espectros obtidos em diferentes pontos do mesmo
componente da máquina, de modo a constatar se têm níveis
elevados segundo a mesma direcção. Se a máquina estiver a
balançar para cima e para baixo, então é expectável que todas as
medições verticais sejam elevadas à frequência de ressonância.
O ponto de partida é que ao começarmos a entender as diferentes
condições de avaria, devemos pensar no modo como toda a
máquina vibrará, e consequentemente conduzir as nossas
medições e análises.
Como nota, podemos ainda afirmar que a comparação de dados
obtidos em diferentes localizações podem ajudar-nos a identificar
um componente avariado. Por exemplo, se estivermos a analisar
uma medição obtida junto à união de acoplamento do lado do
motor e suspeitarmos de uma falha no rolamento, será
aconselhado também verificar as medições obtidas na bomba (ou
as medições obtidas no motor do lado oposto à união de
acoplamento, caso tenhamos esses dados).
As vibrações percorrem as máquinas, especialmente as baixas
frequências e os "caminhos de transmissão mecânica" (o caminho
percorrido pela vibração ao iongo da máquina devido à
"impedâncía mecânica"), afectam os verdadeiros níveis de
amplitude de um ponto.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 169
Manual do Curso
Por essa razão, existem casos onde as frequências associadas a
anomalia do rolamento eram maiores no rolamento do motor, mas
na verdade a avaria existia no rolamento da bomba.

Comparações entre Máquinas


Este assunto foi abordado quando falámos sobre a criação de
níveis de alarme e dos dados de referência baseados
estatisticamente, contudo, poderá ser muitas vezes útil a
comparação de dados de uma máquina com os dados de outra.
Estas comparações ajudar-nos-ão a compreender melhor o que é
considerado normal para uma máquina.
No próximo exemplo, a comparação entre duas máquinas idênticas
revela grandes diferenças entre padrões, indicando-nos que uma
apresenta um pico à razão das pás do impulsor (6X) com elevada
amplitude e a outra apresenta o pico à velocidade de rotação
elevado. Sem esta referência não era possível ter conhecimento do
que era normal para esta máquina.

Neste exemplo, temos três bombas verticais idênticas. Neste caso


podemos verificar que as harmónicas são comuns e que parece
haver uma ressonância próxima da frequência a 4X. Todos os
espectros apresentam o mesmo "monte" entre ligeiramente acima
de 3X até ligeiramente abaixo de 5X. Além disso podemos ainda
constatar uma ressonância a uma frequência ligeiramente inferior
a 1X.

inford)rnobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 170 Capítu o 6 — Análise de Vibrações
ivi nuai do eur

Contudo, deveremos ter sempre algum cuidado com esta


abordagem, pois, temos que ter a certeza que a unidade #1 é
igual à unidade #2. Devemos ainda assegurar que as mesmas
estão montadas da mesma forma. Usando um pouco o senso
comum iremos assegurar que este método ajudar-nos-á a melhor
compreender as nossas máquinas.

Análise do Sinal em Tempo


Já verificámos o quanto é importante a análise do sinal em tempo
no processo de análise. Muitos dos casos práticos usados até agora
fazem referência à observação das formas de onda: impulsos,
eventos transitórios, padrões sinusoidais, entre outros.

infomobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 171
Manual do Curso

Resolução e Razão de Amostragem


Primeiro temos que ter em consideração alguns casos práticos. A
forma como o sinal em tempo é medido tem uma grande influência
na utilidade desses dados. Claro que, em aiguns casos podemos
voltar novamente à máquina e recolher mais dados, mas será
melhor se recolhermos tudo o que precisamos durante os
percursos de medição.
Conforme referido anteriormente podemos medir as vibrações
optando por diversos sensores, sensores sem contacto de
correntes de Eddy (transdutor de deslocamento), velocímetros
(transdutores de velocidade) ou acelerómetros. Cada um destes
transdutores tem diferentes características, em particular a
resposta em frequência. Naturalmente que essas diferenças serão
evidentes no sinal em tempo.
Por exemplo, não observaremos impactos de alta frequência ou
impulsos de cavitação através de dados recolhidos de um
transdutor de deslocamento.
Para além disso, provavelmente iremos recolher a maior parte das
nossas medições com um acelerómetro, sendo depois integradas
(electronicamente com um filtro analógico ou digitalmente no
colector) para visualizar os dados em velocidade. Isto irá afectar
tanto a resposta a altas frequências, como afectará a resposta a
baixas frequências devido ao filtro passa-alto utilizado.
Uma situação desagradável é que a largura temporal e a resolução
do sinal em tempo são afectados pela largura de frequências e
pela resolução do espectro. A maior parte das pessoas configura os
parâmetros de medição com base na gama de frequências
desejada (baseada na velocidade da máquina) e não no sinal em
tempo.
A gama de frequências e a largura do sinal em tempo são
inversamente proporcionais:
Largura Temporal = Número de amostras
(Largura Frequência* 2.56)

Largura de Frequência = Número de Amostras x


(Largura Temporal * 2.56)
Por exemplo, considerando um espectro com 800 linhas de
resolução (2048 amostras no sinal em tempo), se tivermos uma
gama de frequências elevada (3000 Hz), então a largura temporal
seria pequena (0,267 s). Se por outro lado tivermos uma gama de
frequências baixa (300 Hz), então obteremos uma largura
temporal maior (2,67 s).
Vamos observar dois exemplos de amostras registados na mesma
máquina a diferentes taxas. No primeiro caso temos 16384
amostras recolhidas num período de 12,8 segundos. Neste sinal
em tempo podemos identificar o batimento a baixa frequência ou a
modulação.

info@mobiusinstituteJGrg Copyright © 2005 Mobius Instítute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 172 Capítulo 6 Análise de Vibrações
Manual do Curso

.•
.

O.3 - -; --------- 4 ----- - - - - - - - - - - -- - ------ - - ----- - -

...
,

1 1
0.2
I I, 1
I I': 1 I 1
0.1
• <
..
0. F;
F.1.)

-0 .1 i it .
ri
I ir
-0.2 ' . ..... .. .... .... .. ........
I
-0.3 .. , ., - - - : ---------- : --------

O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

No outro extremo, se tivermos recolhidos 16384 amostras durante


um período de 4 s, os dados obtidos são completamente
diferentes.
Er-
0.6 H.

0.4 I t
1
0.2 .
_
,..

-0.2 t

-0.4 i
i 1
406 -

O 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

Observando esta forma de onda, não teríamos a mais pequena


ideia que o batimento ou a modulação ocorriam, contudo, é
possível identificar transientes que parecem aleatórios, os quais
poderão indicar folgas.
A resolução e a largura temporal são os mais importantes na
análise do sinal em tempo. Se pretendermos analisar ocorrências
de alta frequência como eventos transitórios, então precisamos de
uma largura temporal muito pequena. Se por outro lado,
pretendermos identificar modulações, então precisamos de uma
largura temporal mais alargada. Se por outro lado ainda,
pretendermos verificar alterações de longo termo nos níveis de
vibração, então precisamos de uma largura temporal ainda maior.
Podemos tentar quantificar o descrito (Catlin, 1987). Se
considerarmos uma máquina com uma razão de rotação de
período T, então precisamos de uma largura temporal de T/100,
de modo a podermos ver os detalhes de eventos de altas
frequências (transitórios). Por exemplo, uma máquina a funcionar
a 1500 RPM (1800 RPM), gostaríamos de obter uma largura de
banda de 0,0004 s (0,000333 s).
1500 CPM = 25 (1500/60) ciclos por segundo.
1/25 = 0.04
T/100 = 0.04/100 = 0.0004

info©mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 6 — Análise de Vibrações Página 173
Manual do Curso

Se pretendermos observar no sinal em tempo múltiplas


ocorrências de alta frequência, precisamos de uma largura de
1710. Por exemplo, uma máquina a funcionar a 1500 RPM (1800
RPM) gostaríamos de obter uma largura temporal de 0,004 s
(0,00333 s).
Se pretendermos capturar uma rotação do veio, ideal para realizar
equilibragens e análise de fase, então precisamos de uma largura
temporal de T. Por exemplo, uma máquina a funcionar a 1500 RPM
(1800 RPM) gostaríamos de obter uma largura temporal de 0, 04 s
(0,0333 s).
Para capturar vários cicios de rotação, precisamos de uma
amostragem a 10T. Por exemplo, uma máquina a funcionar a 1500
RPM (1800 RPM) gostaríamos de obter uma largura temporal de
0,4 s (0,333 s).
Finaimente, para observar tendências de termo longo e alterações
de baixa frequência como resultado da modulação ou batimento,
precisamos de configurar a nossa largura temporal para 100T.

Eixo de Medição e Armazenamento


Outra questão que colocamos é se devemos recolher dados de
sinal em tempo em todos os espectros recolhidos, ou apenas num
eixo em todos os componentes.
O custo associado à recolha de sinais em tempo é tão pequeno que
devemos sempre recolher as formas de onda. O sinal em tempo
tem que ser recolhido de forma a calcular a FFT (o espectro),
então apenas teremos que guardá-lo.
Mesmo que num percurso de medição se realize um teste especial
de modo a adquirir um sinal em tempo, maior ou mais pequeno, o
tempo necessário é mínimo.
Embora o sinal em tempo necessite de mais memória que um
espectro, a maioria dos colectores de dados e dos computadores
têm memória mais do que suficiente e os tempos de transferência
de dados (colector de dados para computador) não são grandes.

Realização da Análise
Existem três razões básicas para analisar os dados no sinal em
tempo:
• Primeiro, conseguimos observar fenómenos no sinal em
tempo que não são identificados no espectro.
• Segundo, existem muitas condições anómalas que podem ser
suportadas pela visualização do sinal em tempo.
• Terceiro, podemos utilizar o sinal em tempo para realizar
diversos cálculos.
Muitas vezes podemos visualizar provas de uma condição de
avaria no sinal em tempo que não são identificadas no espectro.
Eventos não periódicos (eventos transitórios e impulsos) não
aparecem no espectro, ou seja, nunca saberíamos que ocorrerarn
impuisos através da simples observação de um espectro.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 174 Capítulo 6 Análise de Vibrações
Manuai õo Lurso

Para além disso, dentes partidos em caixas de engrenagens são


claramente evidentes no sinal em tempo (se tiverem sido
recolhidos com uma referência), contudo, no espectro são quase
impossíveis de detectar.
Por essa razão, em componentes como caixas de engrenagens é
importante observar os sinais em tempo mesmo que a observação
do espectro tenha revelado muito pouco.
Da mesma forma, existem muitas condições de avaria que são
detectáveis pelo espectro, mas são bem suportadas pela
visualização do sinal em tempo.
Por exemplo, as folgas aparecem num espectro como harmónicas.
No entanto, existem outras razões para a existência de
harmónicas. A verificação do sinal em tempo poderá revelar
impactos/transitórios aleatórios, que são um sinal característico
que existem folgas.

1.5 -

1. -

0 5-,

0.

-0.5-

-1 5.

-2 5

-3
02 06 0.8 12 1.4 16

006

006

505

004

003

002

001 -------- -

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Lin

Desgaste em engrenagens é também visível no espectro como um


pico á frequência de engrenamento com bandas laterais á razão de
rotação (do engrenamento em questão). É de facto evidente no
espectro, no entanto, o desenvolvimento da anomalia pode ser
melhor analisada através da visualização do sinal em tempo.

inío@mobiusnstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 175
Manual do Curso

Se a pista interna de um rolamento estiver picado ou fissurado,


existirão impactos à razão de rotação do anel interno, mas haverá
também modulação sempre que a fissura entrar e sair da zona de
carga. Vamos muitas vezes identificar bandas laterais no espectro,
contudo, o sinal em tempo dar-nos-á também uma clara indicação.

0.035 -

0.03

0.025

t' L 0 •0' !

0.015 ¡

0.01

0.005
11
0.
.A.

No exemplo em baixo, podemos verificar os impactos de energia


devidos à cavitação ou à ingestão de ar para dentro da bomba. Os
montes no espectro são o resultado disso, contudo, e mais uma
vez, o sinal em tempo dá-nos uma boa indicação.

10 2 30 40 50
Lin Order,

Neste exemplo temos uma falha na correia. Embora existam


harmónicas no espectro, a avaria é claramente visível no sinal em
tempo.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 176 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
manual do Curso

Técnicas de Análise
Aprendemos até agora duas razões porque é importante observar
o sinal em tempo, mas também temos que analisá-lo e extrair a
informação relevante para o nosso diagnóstico. A ferramenta
chave que iremos abordar é simplesmente determinar o tempo
entre dois eventos e consequentemente a frequência.
Em primeiro lugar vamos observar um exemplo simples. Neste
exemplo podemos identificar ciaramente um sinal sinusoidal
consistente.

Se colocarmos o cursor na forma de onda obtemos o tempo


relativo ao início do registo. Não damos grande importância ao
significado desse tempo, no entanto, permite-nos medir a
diferença de tempo entre dois eventos.
Vamos registar o tempo no topo de dois ciclos. Podemos verificar
que as amostras encontram-se a 0,0141 segundos e a 0,0308
segundos, sendo a diferença entre elas de 0,0167 segundos.
Sabemos que a frequência é inversa do período, então a
frequência deverá ser 1/0,0167 ou 59,88 Hz ou ainda 3593 CPM.

A máquina em questão roda a 3593 RPM. Se agora observarmos o


espectro podemos constatar que existe um pico dominante a essa
frequência, tal como era esperado.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 — Análise de Vibrações Página 177
Manual do Curso
Y

0.5 -

0.4

203
'.'-'- •
.
0.2 .
,

01 • .... .... ....

0 2 3 4 5 6 7 3 10
Lin Low ,nge Oroers

Vamos agora observar uma forma de onda ligeiramente mais


complexa. No exemplo anterior, conseguíamos verificar impulsos
no sinal em tempo e se identificássemos o tempo de dois impulsos
quaisquer e calculássemos a diferença, obtínhamos o tempo entre
dois eventos.

4 5 6 7
Lossi Range

Neste caso a diferença é de 0,0109 segundos. Isto sugere que o


período deste sinal é de 0,0109 segundos. A frequência será então
de 1/0.0109 ou 91,74 Hz (5504 CPM). A velocidade de
funcionamento desta máquina é de 1776 CPM então este sinal é
3,099 X a velocidade de rotação.
Encontramos também este pico a esta frequência no espectro.
Neste caso tivemos a verificação que existe um pico no espectro à
mesma frequência. Mas nem sempre é assim e é por isso que este
método é tão poderoso.
Assim, acabámos de ver como se identificam padrões
característicos na forma de onda e realizámos cálculos que nos
ajudam a entender o que se passa dentro da máquina.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Página 178 Capítulo 6 — Análise de Vibrações
Manua do eu so

Análise de Causa da Avaria


Agora vamos para a terceira fase. Nós usamos os relatórios de
excepção para detectar máquinas com possibilidade de avarias e
usamos uma gama de ferramentas para analisar os dados e
realizar um diagnóstico. E agora?
Um dos benefícios da análise de vibrações é a capacidade de
detectar uma avaria, diagnosticar a natureza e a severidade do
problema, colocando-nos numa posição onde as acções de
manutenção apropriadas podem ser realizadas.
Precisamos de facto de dar o próximo passo. Se simplesmente
repararmos a avaria, como por exemplo a substituição dos
rolamentos, então, ainda nada fizemos para eliminar a
possibilidade de uma nova ocorrência do problema. Os rolamentos
foram substituídos, mas será que não vão avariar novamente?
Então, em lugar de andarmos a apagar fogos, devemos
disponibilizar algum tempo para determinar as razões da falha dos
rolamentos, e deste modo vamos no final poupar muito trabalho
no futuro. Tudo isto está relacionado com o melhoramento da
fiabilidade dos equipamentos.
Isto é chamado de Análise de Causa da Avaria, ou seja,
encontrar a natureza de um problema.
Não vamos abordar todos os testes possíveis que nos ajudariam a
descobrir a causa da avaria da máquina, mas vamos falar sobre
alguns princípios importantes.

Verificar o Histórico dos Dados


Um grande número de avarias ocorre em máquinas devido a
ressonâncias, desequilíbrio e desalinhamento. Se conseguirmos
detectar e resolver, com antecedência, outras falhas têm menos
probabilidade de ocorrer.
Vamos supor que temos uma máquina que perdeu um perno de
fixação, o que permitia flexão da fundação e como consequência a
degradação dos rolamentos.
Se formos verificar os nossos dados de controlo de condição
anteriores, devemos encontrar que nos últimos meses exístiam
sinais de avarias em rolamentos, contudo, muito antes existiam
sinaís de desequilíbrío ou de desalinhamento. Possivelmente
também poderíamos identificar evidências de ressonância.
Os rolamentos não avariam por eles próprios, salvo se existiram
problemas de lubrificação. Existiu certamente outra força
envolvida, força essa que causou a avaria. Se determinarmos a
orígem da vibração, e se a podermos minímizar, então a máquina
tornar-se-á mais fiável.
Por vezes, não temos a possibilidade de analisar os dados
anteriores, mas podemos com certeza falar com os operadores e
com outro pessoal da manutenção de modo a tentar saber um
pouco do historial da máquina.

Resumindo, da próxima vez que detectarmos evidências de


desequilíbrio, desalinhamento e ressonâncias, não as devemos
ignorar apenas porque os níveis não são muito elevados. Se

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 Análise de Vibrações Página 179
Manua E do Curso
pudéssemos medir a tensão verificávamos que existia tensão
excessiva nos rolamentos, tensão essa que pode ter levado à
avaria dos rolamentos.

Observar a Imagem Global


Por vezes as forças destrutivas provêm de outras máquinas. Isto é
especialmente verdadeiro em máquinas que não se encontram
sempre a funcionar. Enquanto se encontram paradas, a vibração
de máquinas vizinhas podem avariar rolamentos e as esferas
podem causar pequenas marcas nas pistas "brunelling".
Existem inúmeras histórias de máquinas que não foram usadas
durante largas semanas e que durante o último funcionamento
estavam em boas condições, avariaram no arranque. A solução:
Mantenham os veios a rodar, procurem formas de isolar as
vibrações, não coloquem as máquinas em reserva por muito
tempo.
Bombas submersas com veios longos podem estar em ressonância
quando não estão a funcionar, assim que arrancam, bum,
avariam!
Por vezes temos que olhar para as práticas usadas no passado
relativas ao armazenamento de peças ou de máquinas quando não
estão em funcionamento. Os rolamentos podem avariar enquanto
estão poisados na prateleira.
Devemos também olhar para os procedimentos de reparação.
Muitas avarias em máquinas podem ser referenciadas à última
reparação. Precipitação, falta de formação e baixo controlo de
qualidade podem resultar em máquinas sem fiabilidade.
Temos que olhar para os percursos das práticas de manutenção
para assegurar uma boa lubrificação. Será que os vedantes estão
bons? Houve alguma contaminação do lubrificante? Está-se a usar
o lubrificante correcto?
Devemos ainda considerar as questões de projecto. A máquina
está a ser utilizada para a tarefa para a qual foi projectada? Está a
funcionar à carga estimada ou acima dela? Existem factores
estruturais que resultam,em ressonâncias?
Com qualquer dos problemas descobertos, teremos que considerar
a subdivisão de uma mudança correctiva e quais os custos
envolvidos. É uma matéria financeira, mas não deixem que isso
vos detenha. Vamos ser requisitados para realizar uma justificação
de custos. Avaliem os custos necessários para fazer (ou manter) a
alteração proposta e avaliem os ganhos directos e indirectos que
daí resultarão.
Parece que é muito difícil descobrir a causa da avaria de uma
máquina e facilmente é justificada pela insuficiência de tempo,
mas existem recompensas para nós próprios e para a nossa
empresa. Máquinas fiáveis possibilitam menores custos de
manutenção, essa redução de custos traduzem-se em proveitos
melhorados e num trabalho mais seguro.

info©mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 180 Capí ulo 6 Análise de Vibrações
nuai do Curso

Verificação
Agora encontramo-nos na fase final. Realizámos a análíse e as
recomendações necessárias, realizámos testes adicionais para
determinar a natureza da avaria, mas agora que a reparação da
máquina está concluída temos que voltar ao trabalho.
Sempre que uma reparação foi executada, quer tenha sido
resultado de uma avaria catastrófica, quer de uma manutenção
planeada, ou quer de uma reparação baseada num diagnóstico
feito por nós, a máquina deverá ser minuciosamente verificada
uma vez de volta ao serviço.
Acontecem vezes sem conta avarias precoces em máquinas após
uma reparação, quer tenha sido pela utilização de componentes
incorrectos, quer pela instalação incorrecta de componentes, quer
devido à pobre lubrificação ou por componentes avariados (avarias
em rolamentos são resultado de marcas causadas pelas esferas
brunelling), o facto é que existe uma probabilidade bastante alta
de ocorrer uma avaria após uma reparação.
Então, quando a máquina voltar ao serviço, devemos recolher um
conjunto de medições, verificar se o problema original foi corrigido
e observar se os níveís de vibração e os padrões não indicam a
existência de um novo problema.
Dependendo daquilo que encontramos e da importância da
máquina, podemos ter a necessidade de inspeccioná-la de novo no
prazo de uma semana apenas para nos certificarmos que tudo está
bem. Após este período de rodagem, podemos voltar à nossa
periodicidade original dos testes.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 6 Análise de Vibrações Página 181
Manual do Curso

info@rnobiusinstitute.org Copyright () 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7
Diagnóstico de Avarias em
Máquinas
Tantas vezes foi dito o modo como os dados obtidos em diferentes
eixos (vertical, horizontal e axial) podem ser usados para nos
indicarem o movimento da máquina, tal como, foi também
debatida a questão como é que fenómenos como folgas, impactos
e modulação podem gerar bandas laterais e harmónicas num
espectro.
Foram também abordadas as frequências características e como é
que todos os componentes rotativos (veios, pás, engrenamentos)
geram frequências no sinal em tempo e no espectro. Vamos juntar
todas estas informações e mostrar como podemos usar todo este
conhecimento para diagnosticar condições de avarias em
máquinas.
Vamos abordar um largo número de diferentes condições de
avaria. Se é novo na análise de vibrações, tudo isto poderá
parecer um pouco esmagador, já que existem tantos factos e
figuras para saber.
Lembremo-nos que poderemos sempre voltar a esta secção mais
tarde para reavivar a memória das condições de avarias
específicas.
Existem três modos de abordagem ao processo de diagnóstico:
pensar no diagnóstico sobre o ponto de vista do espectro; pensar
no diagnóstico sobre o ponto de vista da máquina; ou então
"pormo-nos a jogar com as expectativas".

Compreender o Espectro
Se a nossa abordagem for do ponto de vista do espectro, podemos
tentar criar um cenário daquilo que deveríamos ver quando
analisamos um espectro. Basicamente, podemos classificar o que
vemos e relacioná-lo com uma condição de avaria:
• Pico 1X elevado
• Pico 2X elevado
• Harmónicas de 1X
• Presença de bandas laterais
• Quaisquer outros picos síncronos
• Picos não-síncronos
• Picos sub-síncronos
• Picos muito direccionais (num determinado eixo e não no
outro).
O Sub-síncrono refere-se à área no espectro abaixo da velocidade
de funcionamento (I.X) da máquina. Algumas falhas que podem
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.ora

Document ID: TCM 220405


Página 184 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

ser encontradas nesta área são o 011 Whirl, frequência da gaiola de


um rolamento, frequência das correias, turbulência, e indicações
de atrito e folgas severas.

Os componentes síncronos são aqueles que são múltiplos inteiros


da velocidade do veio. Existem muitas avarias que podem ser
reveladas por um pico síncrono, incluindo o desequilíbrio, o
desalinhamento, as folgas, o empeno do veio, o desgaste das pás,
o engrenamento, entre outras.
Picos não-síncronos são aqueles que não são múltiplos inteiros da
velocidade de funcionamento. Algumas causas desses picos são os
rolamentos, um componente accionado de um velo diferente,
harmónicas de frequências sub-síncronas, ressonâncias, ruído de
outras máquinas, cavitação e combustão.

Compreender a Máquina
Outro modo de abordar o processo de diagnóstico é tentar adquirir
uma boa compreensão do que se passa no interior da máquina. Se
entendermos a condição de avaria, então melhor saberemos o que
será expectável observar num espectro.
Se criarmos um entendimento seguro, não ficaremos atrapalhados
quando um espectro não se pareça com os exemplos, de
desequilíbrio, desalinhamento, etc., apresentados num livro de
texto. Se compreendermos a condição de avaria da máquina, e
entendermos como é que os sinais se misturam, se percebermos o
sistema de processamento de sinal e de medição, então estaremos
na melhor posição para diagnosticar avarias.

"Jogar com as Expectativas"


Finalmente, quando estamos a começar na análise de vibrações,
podemos, durante algum tempo, " Jogar com as expectativas ". Ou
seja, podemos concentrar o nosso esforço na identificação do que
estaremos à espera de encontrar. Com tempo, podemos estudar
as condições de avarias menos comuns.
As avarias mais comuns que poderemos encontrar, e que são
muitas vezes referenciadas como as "Três Grandes" são o
desequilíbrio, desalinhamento, avarias em rolamentos. Alguns
referem-se ainda como as "Quatro Grandes", adicionando folgas à
lista.

1. Desequilíbrio
2. Desalinhamento
3. Avarias em Rolamentos

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Capítu o 7 — Diagnós ico de Avarias em Máquirtas Página
Manual do Curso

4. Folgas
5. Ressonância
Outros continuam a preferir concentrar-se na causa de avaria de
muitos problemas, como tal, adicionam a ressonância à lista das
condições de avarías principais e que nás entendemos bem
porquê.
Então a nossa recomendação será a de tentarmos entender a
causa das várías condições de avarias em máquinas e
compreender os assuntos relacionados com o processamento de
sinal. Se conseguirmos fazer isto estaremos mais preparados para
diagnosticar avarias em máquinas numa fase inicial do seu
desenvolvimento.
Para começar, vamos direccionar-nos para as "Três Grandes", e
tenham a certeza que percebem a ressonância.

1. Desequilíbrio
2. Desalinhamento
3. Avarias em Rolamentos

Nota: Pensem nas máquinas instaladas na vossa fábrica (e


nas causas de avaria no passado) e tenham a certeza
que estarão preparados para lidar com estas situações
no futuro. Por exemplo, se tivermos turbinas grandes
devemos estudar as condições de 011 Whip e Oí/ Whirl.
Nota: Tenham sempre presente que as máquinas têm muitas
vezes mais do que uma avaria. Por exemplo, se a
máquina estiver desequilibrada durante algum tempo,
os rolamentos podem começar a avariar. Uma condição
de desequilíbrío poderá também acentuar os problemas
de flexibilidade da fundação.
Temos que analisar a máquina toda, procurar todas as avarias, e
utilizar essa informação para determinar quais as acções que
devem ser realizadas, não apenas para reparar a máquina, mas
também para assegurar que as avarías não voltam a ocorrer no
futuro.

Desequilíbrio
A descrição técnica para o desequilíbrio é uma condição onde "as
linhas de eixo geométricas do veío e da massa não coincidem" ou
onde "o centro da massa não está alinhado com o eixo de
rotação". Noutras palavras, existe um ponto pesado em alguma
parte ao longo do veio.
Esse ponto pesado no veio produz uma força centrifuga nos
rolamentos quando roda e esta força varia suavemente por cada
rotação do rotor.

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 186 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

A força varia no tempo com um padrão sinusoidal, tal como no


nosso exemplo quando colocámos uma moeda no ventilador e
podémos constatar o sinal sinusoidal. As forças são proporcionais à
velocidade do veio da máquina e do tamanho da massa de
desequilíbrio.
Então, se uma máquina estiver desequilibrada é expectável ver
uma forma de onda sinusoidal com a frequência da velocidade de
funcionamento e um espectro com um pico elevado à velocidade
de funcionamento (1X).
Contudo, na realidade existirão outras origens da vibração (folgas,
desalinhamento, desgaste no rolamento, ruído, etc.), então o sinal
que observármos não será uma sinusoidal pura. Embora, conforme
apresentado neste exemplo, o sinal pode parecer muito sinusoidal.

Qualquer rotor (ventilador, bomba, etc) terá sempre algum


desequilíbrio residual. Na realidade nada está equilibrado na
perfeição, como tal, haverá um pico a 1X e se o resto da máquina
estiver "silencioso", esse pico a 1X poderá ser o pico dominante no
espectro e a forma de onda poderá parecer sinusoidal. Então,
teremos que determinar quando é que o desequilíbrio representará
um problema, baseando-nos nos níveis de amplitude.

Avaliar a Severidade do Desequilíbrio


Como é que poderemos determinar a severidade da condição de
desequilíbrio? Vamos fornecer aigumas linhas de referência, mas
como sabemos, a velocidade do veio de rotação afecta as forças
centrípetas e consequentemente os níveis de vibração. De facto,
as forças de desequilíbrio são proporcionais ao quadrado da
velocidade (quando o rotor está a funcionar abaixo da sua primeira

info@rnobiusinsti te.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 - Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 187
Manual do Curso

frequência crítica). Rodem o botão da velocidade e veremos os


níveis a aumentar.
Assim, o nível de vibração a 1X aceitável é dependente do
tamanho e da velocidade da máquina.
A tabela seguinte exibe o nível de vibração para máquinas a
funcionar com uma gama de velocidades entre 1500 a 3000 RPM.
,
1X Nível de Vibração Prioridade de
Diagnóstico
In/sec pk rnm/s rms VdB (US) Reparação

<0.134 <2.5 <108 Desequilíbrio ligeiro Sem recomendação

Desequilíbrio
0.134-0.28 2.5-5.0 108 - 114 Desejado
Moderado
0.28 - 0.88 5 - 15.8 114 - 124 Desequilíbrio Severo Importante
>0,88 >15.8 >124 Desequilíbrio Extremo Obrigatório

O tamanho da máquina também afecta os limites de vibração que


deverão ser usados. Regra geral:
• Para máquinas pequenas deve-se reduzir os limites 4dB
(x0,63)
• Para máquinas grandes de velocidade baixa devem-se
aumentar os limites 4 dB (x 1,6)
• Para máquinas grandes de velocidades elevadas e para
máquinas recíprocas devem-se aumentar os limites 8 dB (x
2,5)
O desequilíbrio é comum e é importante porque o aumento das
forças de rotação provoca tensões nos rolamentos e nos vedantes.
Na secção de manutenção abordámos que parte da chave da
Manutenção Proáctiva (também conhecida como Manutenção de
precisão ou Manutenção Centrada de Fiabilidade) é a redução do
desequilíbrio, de modo que esta avaria secundária não apareça. Se
equilibrarmos com precisão (e alinharmos) as máquinas, elas
serão muito mais fiáveis.
A equilibragem de precisão é ainda mais importante para
máquinas de alta velocidade, porque como já vimos as forças
geradas são maiores quanto maior for a velocidade.

Desequilíbrio Estático
Existem na realidade dois tipos de desequilíbrio: Estático e Binário.
O tipo de desequilíbrio mais simples é equivalente a um peso num
único ponto do rotor. Isto é chamado de desequilíbrio estático,
porque é identificado mesmo se o rotor não estiver a funcionar. Se
o rotor for colocado num par de lâminas ele rodará até que o peso
se encontre na posição mais baixa.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 188 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai do curso

O desequilíbrio estático provoca forças de 1X em ambos os


rolamentos do rotor, e as forças em ambos os rolamentos são
sempre na mesma direcção. O que significa que os sinais de
vibração obtidos nos rolamentos estão em fase entre eles.
Um desequilíbrio estático puro produzirá no espectro de vibrações
um pico a 1X elevado, sendo a sua amplitude proporcional à
severidade do desequilíbrio e ao quadrado da RPM. Os níveis
relativos da vibração a 1X obtidos nos rolamentos dependem da
localização do peso ao longo do veio.

Imbalance a ic)

lx
90 0 ±300 between
vertical and horizontal

• • • • I I
5 9 10
Orders

Desequilíbrio de Binário
Um rotor com um desequilíbrio de binário poderá estar equilibrado
estaticamente (pode parecer perfeitamente equilibrado se o
colocarmos em cima de um par de lâminas). Contudo, quando
roda produzirá forças centrífugas nos rolamentos em oposição de
fase.

'

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 189
Manual do Curso

O espectro de vibração exibirá o mesmo, apenas a medição do


ângulo de fase ajudar-nos-á a distinguir se é um desequilíbrio
estático ou de binário.

Imbalance (couple)

1X
90°±30° hetween
vertical and horizontal

Li 9 19
Orders

Desequilíbrio Dinâmico
Um rotor poderá ter desequilíbrio estático e binário ao mesmo
tempo e a esta condição é chamada de desequilíbrio dinâmico.
Este tipo de desequilíbrio é o que usualmente é encontrado na
prática. Sem a medição do ângulo de fase é difícil distinguir entre
o desequilíbrio estático e dinâmico.

De modo a corrigir o desequilíbrio dínâmico é necessário realizar a


equilibragem de múltiplos planos, enquanto o desequilíbrio estático
pode ser corrigido teoricamente com uma única massa de
correcção. No entanto, essa massa deverá ser colocada
exactamente em oposição ao desequilíbrío e por vezes isto não
pode ser realizado na prática.

infornobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 190 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

Máquinas Horizontais
Já vimos que o sinal em tempo será sinusoidal e deverá aparecer
no espectro um pico a 1X elevado. Para máquinas dispostas na
horizontal devemos observar estas características vibratórias nas
direcções radiais, i.e. vertical e horizontal.
O nível de vibração a 1X medido depende da rigidez da montagem
da máquina, bem como, da quantidade de desequilíbrio. Para o
mesmo grau de desequilíbrio, uma máquina com apoios de molas
apresentará maior amplitude a 1X, do que uma máquina
rigidamente montada.
Devemos comparar os níveis de vibração a 1X obtidos nas
direcções vertical e horizontal. Quanto mais próximos estiverem
esses níveis, mais provável a causa será o desequilíbrio. Em todo o
caso, a direcção na qual a máquina terá menos rigidez, terá os
maiores níveis de vibração a 1X.

Máquinas Verticais
Máquinas verticais, como bombas, estão normalmente em balanço
em relação à fundação (cantiléver) e normalmente apresentam
níveis de vibração a 1X no ponto do motor do lado oposto ao
ataque, independentemente do componente que na realidade se
encontra desequilibrado.
Mais uma vez o espectro apresentará um pico a 1X elevado,
quando medido na direcção radial (horizontal ou tangencial).

De forma a isolar o desequilíbrio do motor do desequilíbrio da


bomba, poderá ser necessário retirar a união de acoplamento e
trabalhar apenas com o motor enquanto se mede a amplitude a
1X. Se o nível a 1X se mantiver o problema está no motor, caso
contrário está na bomba.

Rotores em Consola
Ventiladores e bombas em consola são muito usuais na indústria.
Deveremos analisar de perto as máquinas rotativas para assegurar
que temos conhecimento quando um componente está em consola
ou suportado por rolamentos nos dois lados.
Numa máquina em consola ou em balanço (cantiléver),
observaremos novamente uma amplitude levada do nível de
vibração a 1X, no entanto desta vez será também testemunhado
na direcção axial bem como nas direcções vertical e horizontal. As
medições devem ser recolhidas no rolamento mais próximo do
impulsor em consola ou das pás do ventilador.

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 191
Manual do Curso

A elevada componente a 1X é visível na direcção axial porque o


desequilíbrio cria um momento flector no veio, provocando que a
chumaceira do rolamento se mova axialmente. Alguns exempios
de rotores em consola são bombas de acoplamento próximo,
ventiladores de fluxo axial e turbinas pequenas.

Causas de Desequilíbrio
Existe uma série de razões para uma máquina não se encontrar
em equilíbrio. Claro que se uma máquina não estiver originalmente
equilibrada correctamente, devido a faita de formação, ausência de
equipamento apropriado (ou de tempo), então a máquina
permanecerá desequilibrada e poderá criar avarias nos rolamentos
e empanques.
Em adição, as seguintes condições podem resultar em
desequilíbrio:
• Sujidade acumulada nos rotores dos ventiladores de forma
desigual
• Falta de homogeneidade dos materiais, em especial em
peças fundidas (bolhas, secções porosas, furos de
enchimento)
• Dimensões diferentes de peças de união (veios, furos...)
• Rotores excêntricos (Serão abordados brevemente)
• Rotores fissurados
• Deflexão de rolos (rolos e máquinas de papel)
• Erros de maquinagem
• Distribuição de massas irregulares nos enrolamentos
eléctricos
• Corrosão irregular ou erosão dos rotores
• Massas de equilibragem perdidas.

Análise dos Dados


Aprendemos que deveremos esperar um pico elevado a 1X nos
eixos vertical e horizontal, e axial para os rotores em consola ou
máquinas em balanço (cantiléver). Para além disso é expectável
que a forma de onda seja muito sinusoidal.
Conforme se pode constatar a análise é muito directa. Apenas
temos que identificar o pico correspondente à velocidade de
rotação (1X) e observar os dados obtidos na vertical e horizontal
(e na axial nos casos de consola). O verdadeiro desafio é termos a
certeza que não falhamos o diagnóstico de desequilíbrio quando
existe na verdade um problema diferente em conjunto.
Por outro lado, o mesmo é verdadeiro quando pretendemos
equilibrar uma máquina. Existem inúmeros casos de tentativas de
info@mobiusinstitute.org Copyright () 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 192 Capítulo 7— Diagnós ico de Avarias em Máquinas
Manuai do Lurso

equilibragem em máquinas que tinham outros problemas:


desalinhamento, folgas, etc.. Devemos rectificar em primeiro lugar
todos os problemas e posteriormente realizar a equilibragem.
Durante a aprendizagem de cada condição de avaria em máquinas,
vamos reparar que existem várias condições que resultam no pico
a 1X elevado, incluindo o desalinhamento, as folgas, o empeno, a
excentricidade do rotor. Teremos então que ter a certeza que não
trocámos outra destas condições por desequilíbrio.
Também podemos utilizar a fase para fazer a distinção. Não vamos
medir a fase nos percursos de medição, no entanto, podem ser
usadas como testes especiais:
• Devemos obter 90 0 de desfasamento entre medições obtidas
nas direcções vertical e horizontal no mesmo rolamento da
máquina.
• No caso do desequilíbrio estático, as duas extremidades da
máquina estarão em fase.
• No caso de desequilíbrio de binário, as duas extremidades da
máquina estarão desfasadas 180 0 .
Contudo, em muitos casos teremos desequilíbrio dinâmico
(combinação dos dois) e para a qual não existe nenhuma regra de
mudança de fase entre os rolamentos interno e externo.

Caso de Estudo Número Um: Bomba de Lavagem


de Cinzas do Depósito de Alimentação
Os dados apresentados de seguida são de uma bomba de lavagem
de cinzas do depósito de alimentação. Esta máquina é usada para
bombear as cinzas de uma caldeira de alimentação. A máquina é
composta por um motor com uma potência de 150 CV, de
acoplamento flexível a uma bomba centrífuga com 6 pás no
impulso. A bomba debita 245 litros (930 galões) por minuto com
uma altura manométrica de 117 metros (385 pés).
Podemos constatar o pico a 1X elevado 9,5 mm/s rms (0,53 in/s
pk) e uma forma de onda bastante sinusoidal.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstítute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 19 3
Manual do Curso

Se observarmos os dados horizontais, constatamos níveis a 1X


extremamente elevados de 39 mmjs rms (2,17 inis pk). Isto
sugere que existe uma condição severa de
flexibilidade/ressonância que se encontra a ser excitada pelo
desequilíbrio. Como era expectável o nível segundo a direcção
axial é muito mais pequeno 1,6 mm/s rms (0,09 in/s pk).

Se observarmos o gráfico de cascata, podemos constatar que os


níveis de vibração a 1X foram aumentando durante um período de
tempo. Esta situação poderá estar associada a acumulação de
cinzas no impulsor da bomba, ou erosão/corrosão do mesmo.

Pelo motivo indicado, o nível vertical também aumentou, o que


significa que é a condição de desequilíbrio responsável pelo
aumento da amplitude e não pelo enfraquecimento continuado da
estrutura que alterou a rigidez segundo a direcção horizontal (i.e.
afectou a flexibilidade horizontal).

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 194 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai do Curso

Caso de Estudo Número Dois: Bomba de Licor


Preto
Os dados seguintes são de uma bomba de licor preto de uma
fábrica de papel. A máquina é composta por um motor eléctrico de
20 CV, uma união de acoplamentos flexível e uma bomba
centrífuga em consola com 6 pás no impulsor. A bomba debita 105
litros (400 galões) por minuto a 34 metros (112 pés) de altura
manométrica.
áco.

(...,........

V erti cal
a - -.- ---- t- ------- , "..-1- -..,...„ '
—v-- - -- ■ :—:: :- — , r

---- , ---7-- ---- ,- - ----- t, :::::::: ...


(L;

............
'r, ------- -' ------ • — - , , .

0.05 0.1 0.15 0.2 0.25


,

, ..„.........,...
18. • , , ,.
16.
14. --„.„.... .. . ,.

.
, , 's. a , M
,
— —:— -- -- 1 — — --- :-- — — 4— — - '
4. ,
2. : ,'

4 5 8 7 6 9 10
1..0 1A3 R.3nge Orders

O que é que nos lembramos sobre rotores em consola? Se a


máquina estiver desequilibrada é expectável que o pico a 1X
apresente níveis elevados nas direcções vertical e horizontal, mas
também segundo a direcção axial.
Podemos constatar a componente a 1X elevada na direcção
vertical e o sinal em tempo apresenta-se muito sinusoidal
(periódico). As curvas pequenas são devidas à presença das
componentes 2X e 6X.
Uma rápida observação aos dados horizontais mostra que os níveis
a 1X são também dominantes e mais elevados.
Por último, quando observamos os dados obtidos segundo a
direcção axial, voltamos a constatar o pico a 1X dominante e de
elevada amplitude.

Por último, quando observamos os dados obtidos segundo a


direcção axial, voltamos a constatar o pico a lx dominante e de
elevada amplitude.

info@mobiusnstitu e.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarías em Máquinas Página 195
Manual do Curso

Excentricidade
A excentricidade ocorre quando o centro de rotação não coincide
com a linha de eixo geométrica da polia, da engrenagem, do
rolamento ou do rotor. Os sintomas desta anomalia são muito
idênticos ao desequilíbrio.

As polias/engrenagens excêntricas vão gerar uma forte


componente radial a 1X, particularmente, segundo a direcção
paralela às correias. Esta condição é muito comum e imita o
desequilíbrio.

Nas máquinas com transmissão por correias haverá nos dois


componentes um nível de vibração a 1X elevado (por exemplo,
motor e ventilador), no entanto, devido à diferença da velocidade
as duas frequências serão diferentes.
A excentricidade nas máquinas de transmissão por correias pode
ser verificada através da remoção das correias e, posteriormente
verificar novamente o pico a 1X no motor.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 196 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai ao curso

Desalinhamento
Resumidamente, o desalinhamento é a condição onde as linhas de
eixo dos veios acoplados não coincidem.
Desalinhamento Paralelo
Se o desalinhamento das linhas de eixos do veio são paralelas mas
não coincidem, então o desalinhamento é paralelo (offset).

Desalinhamento Angular
Se o desalinhamento dos veios encontra-se num ponto mas não
são paralelos, então o desalinhamento é angular.
Na prática, quase todas as condições de desalinhamento
detectadas são a combinação destes dois tipos básicos.

Desalinhamento Angular
O desalinhamento angular produz um momento flector em cada
veio, como tal, origina uma elevada vibração a 1X e alguma
vibração a 2X obtidas na direcção axial nos dois rolamentos.

3
9 10
Orders

Também haverá alguma elevada vibração radial (vertical e


horizontal) dos níveis a 1X e a 2X, no entanto estes componentes
estarão em fase.

info@rnobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 197
Manual do Curso

A vibração está desfasada de 180 graus através do acoplamento


na direcção axial e em fase na direcção radial.
Acoplamentos desalinhados produzem normalmente elevados
níveis a 1X segundo a direcção axial nos rolamentos instalados nas
outras pontas do veio. Isto significa que, por exemplo, podemos
recolher medições axiais nos rolamentos exteriores do motor e da
bomba e continuarmos a detectar o desalinhamento.

Desalinhamento Paralelo
O desalinhamento paralelo produz quer uma força de corte, quer
um momento flector nos pontos acoplados de cada veio.
São produzidos elevados níveis de vibração a 2X, bem como a 1X
nas direcções radiais (vertical e horizontal) nos rolamentos do lado
do acoplamento. A maior parte das vezes a componente a 2X será
mais elevada que a componente a 1X.

Os níveis axiais a 1X e a 2X serão baixos para o desalinhamento


paralelo puro.

Na direcção axial e radial a vibração será desfasada de 180 graus


através do acoplamento.

Desalinhamento comum
A maior parte dos casos de desalinhamento é a combinação entre
os desalinhamentos paralelo e angular. Regra geral, o diagnóstico
é baseado na vibração dominante a duas vezes a razão de rotação
(2X), com o aumento dos níveis da razão de rotação (1X) segundo
as direcções axial e horizontal ou vertical.
r -Ifo@rnobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobíus Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 198 Capítulo 7- Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai do Curso
Problemas de acoplamentos flexíveis apresentam harmónicas de
1X e 2X. Na realidade, o desalinhamento produz uma variedade de
sintomas em máquinas diferentes, assim, cada caso deverá ser
diagnosticado individualmente e baseado no entendimento das
causas. Adicionando aos picos 1X e 2X, o pico a 3X elevado é
normaimente associado a desalinhamento.
Uma forma de distinguir o desalinhamento do desequilíbrio é
aumentando a velocidade de rotação. Os níveis de vibração
devidos ao desequilíbrio aumentarão proporcionalmente com o
quadrado da velocidade de rotação, enquanto que a vibração
devida ao desalinhamento não irá variar. Claro que isto não é um
teste que se possa realizar em todas as máquinas.
Outro teste que pode ser realizado é pôr a funcionar o motor
desacoplado. Se continuar a existir o pico a 1X com elevada
amplitude, então o motor está desequilibrado. Caso o pico 1X
desapareça, então ou o componente de trabalho está
desequilibrado ou é um problema de desalinhamento. Qualquer
teste pode fornecer pistas adicionais...

Efeitos da Temperatura no Desalinhamento


Devido à expansão e contracção térmicas, o melhor alinhamento
de qualquer máquina dá-se a apenas a uma temperatura de
funcionamento. É obrigatório que as medições de vibrações para
diagnosticar desalinhamentos sejam realizadas com a máquina a
funcionar na temperatura normal de funcionamento.
O desalinhamento é uma anomalia comum e é importante porque
o aumento das forças de rotação põe sob tensão os rolamentos e
os empanques.
Na secção de manutenção abordámos que parte da chave da
Manutenção Proáctiva (também conhecida como Manutenção de
precisão ou Manutenção Centrada de Fiabilidade) é a redução do
desalinhamento de modo que esta avaria secundária não apareça.
Se alinharmos com precisão (e equilibrarmos) as máquinas, elas
serão muito mais fiáveis.

Causas de Desalinhamento
O desalinhamento é tipicamente causado pelas seguintes
condições:
• União incorrecta de componentes - motores e bombas
• Mudança da posição relativa de componentes depois de
instalados
• Distorção devido às forças exercidas pelo encanamento
• Distorção de suportes flexíveis devido ao binário
• Aumento da estrutura da máquina por indução de
temperatura
• Face do acoplamento não é perpendicular ao eixo do veio
• Pata coxa, a máquina muda quando os pernos de fixação são
apertados.
Claro que, a outra razão principal para que as máquinas se
encontrem desalinhadas é porque, em primeiro lugar, não foram
alinhadas correctamente. Isto é devido a falta de formação ou falta

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 199
Manual do Curso

de equipamento apropriado (e tempo). Naturalmente que a


máquina permanecerá desalinhada e consequentemente ocorrerão
avarías nos rolamentos e nos empanques.
Da nossa descrição do desalinhamento angular e paralelo,
podemos verificar que as frequências 1X, 2X e 3X são importantes,
então é importante (como sempre) determinar com precisão a
velocidade de funcionamento da máquina.
Também vimos que é necessário analisar os dados obtidos nas
direcções vertical, horizontal e axial. As medições axiais são muito
importantes quando se pretende diagnosticar desalínhamentos.
Como referido anteriormente, ambos os níveis de vibração vertical
e horizontal podem ser elevados, no entanto, e contrariamente ao
desequilíbrio, eles não serão necessariamente iguais. De facto, um
nível poderá ter o dobro da amplitude do outro.
Se não utilizarmos um sensor tríaxial, então teremos que recolher
uma medição axial em separado. Felizmente, que é satisfatório
recolher medições axiais nos rolamentos exteriores, já que por
vezes é difícil recolher dados nos rolamentos interiores devido à
falta de espaço pela instalação de protecções dos acoplamentos.
Nunca esquecer que os componentes em consola também geram
elevadas vibrações a 1X segundo a direcção axial e um veio
empenado pode facilmente ser confundido com um
desalinhamento. Então devemos pensar cuidadosamente na
máquina e assegurar que pomos de parte as condições de
desequilíbrio e de empenos antes de concluirmos que se trata de
um problema de desalinhamento.
Também devemos ter em conta que quando observamos o pico a
2X eievado, primeiro temos que ter a certeza que não se trata do
pico a duas vezes a frequência da rede (100 Hz ou 120 Hz). No
espectro apresentado, à primeira vista, parece que temos um pico
a 2X elevado, no entanto, esse pico é na verdade uma mistura do
pico a 2X com o pico a 100 Hz.

Se veríficarmos que o suposto pico a 2X é na realidade o pico a


100Hz, deveremos investigar a razão para a existência desse pico,
bem como, continuar a nossa investigação de desalinhamento.
O sinal em tempo não é muito útil no diagnóstico de
desalinhamento. Se tívermos o pico a 1X dominante na direcção
axial, é expeetável que a forma de onda seja muito sinusoidal.

info@mobiusinstitute.org Copyright (I) 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 200 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai do Lurso

Se existir um forte nível da componente a 2X, bem como, algum


nível da componente a 1X, a forma de onda produz uma
característica oscilante.
O mesmo acontece nas medições do ângulo de fase através da
união de acoplamento. Quando comparamos a componente a 1X
das medições horizontal ou vertícal, elas estarão em fase ou 180 0
desfasadas.

Caso Estudo: Desalinhamento


Esta máquina é composta por um motor eléctrico AC com 20 CV, o
qual acciona, através de uma união de acoplamento, uma bomba
com 6 pás no impulsor. A velocidade de rotação nominal do motor
é de 3550 RPM.
Se começarmos pelos dados obtidos na bomba segundo a direcção
vertical, podemos observar o pico a 1X com elevada amplitude,
bem como o pico a 2X. O pico a 2X é a nossa primeira indicação.

De facto, e na realidade, estes dados observados foram utilizados


como indicação da segunda harmónica da frequêncía da rede
eléctrica.
Uma observação mais detalhada, indicou-nos que existe também o
pico a 2X com alguma amplitude, como tal, continuámos a nossa
investigação e observámos os dados obtidos segundo a direcção
horizontal.

info(mobiusinstitute.org Copyright (1) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute,org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 201
Manual do Curso

No exemplo agora apresentado podemos constatar que, de facto,


existem as componentes a 1X e a 2X com níveis elevados. Desta
vez o pico a 2X é verdadeiro (podemos veríficar que o marcador da
harmónica encontra-se no topo do pico a 2X). Para além disso
verificamos também a frequência a 3X. Mas o que revelam os
dados obtidos segundo a direcção axial?

O espectro obtido na direcção axial revela a presença do pico a 1X


elevado, tal como esperado (o pico próximo de 2X é novamente
uma mistura de dois picos, do pico a 2X com o pico ao dobro da
frequência da rede). Isto confirma o diagnóstico de
desalinhamento.
Tenham em atenção que a escala do gráfico é diferente e que a
amplitude a 1X é na realidade menor do que os níveis observados
segundo as direcções vertical e horizontal.
Se fossemos, verificar os dados de histórico, constatávamos que
as amplitudes eram elevadas nos testes mais recentes. Isto é
possível porque foí a expansão térmica que causou o
desalinhamento e na altura do teste mais recente não existiam
muitas tensões na máquina devido ao funcionamento do
encanamento.
Se analisássemos mais atentamente o motor, identificávamos
sinais de desgaste em rolamentos. Ambos os conjuntos de dados
apresentam bandas lateraís a 1X (possível anomalia da pista
interna), o que não é de todo despropositado, face à quantidade
de desalinhamento e do tempo em que a máquina esteve a
funcionar desalinhada.

info@rnobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 202 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

Veio Empenado
Vamos agora abordar como se diagnostica uma máquina com um
veio empenado. Esta abordagem é feíta agora porque muitas
vezes esta condição de avaria é confundida com desalinhamento e
desequilíbrio.

Um veio empenado causa sobretudo uma elevada componente de


vibração a 1X. A vibração dominante é a 1X se o empeno se
encontrar próximo do meio do veio, contudo, será a 2X se o
empeno se encontrar próximo do acoplamento.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute ww\ALmobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 Diagnãstico de Avarias em Máquinas Página 203
Manual do Curso

Muitas vezes, os picos a 1X e a 2X são visiveis nas medições


obtidas segundo os eixos vertical e horizontal. Contudo, a chave
do diagnástico obtém-se segundo a medição axial.

A medição do ângulo de fase é um bom teste para diagnosticar o


empeno. A fase relativa à medição a 1X, segundo a direcção axial
e nos apoios do componente, estará desfasada de 180 graus.
Um veio empenado é muitas vezes.causado por aquecimento
desigual no rotor devido a uma barra do rotor má. Se o empeno
for permanente é possível equilibrá-lo de forma a trazer os níveis
de vibração para valores normais.

Rolamento Enviesado
Um rolamento enviesado, que é uma forma de desalinhamento,
gera consideráveis vibrações axiais. Normalmente os picos
identificados serão a 1X, 2X, bem como, a 3X.

Já que existe uma forte vibração axial, esta pode ser confundida
com o desalinhamento do acoplamento e com desequilíbrio numa
bomba ou num ventilador de consola. No entanto, a presença dos
picos a 2X e a 3X irá distinguir a condição de um rolamento
enviesado no lugar de desequilíbrio.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 204 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

Folgas
Esta condição irá também gerar significativos picos a 1X. Na
realidade existem dois tipos de folgas a considerar: Folgas de
componentes rotativos e folgas de componentes estáticos.
A folga de componentes rotativos é causada por folgas excessivas
entre elementos rotativos e estacionários de uma máquina, como
por exemplo num rolamento. Enquanto que a folga de
componentes estáticos é causada entre dois componentes
estáticos, como por exemplo uma pata de apoio e a fundação, ou
uma chumaceira e a máquina.

Folgas Rotativas Folgas Estruturais

Folgas Rotativas
As folgas rotativas podem ocorrer devido ao desgaste num
rolamento. Em primeiro serão detectados outros sintomas de
desgaste do rolamento, seguidos de folgas.

Tolerâncias excessivas em chumaceiras de atrito (moentes,


casquilho) e em rolamentos (folgas em rolamentos) produzirão
harmónicas a 1X, que em alguns casos, podem ser superiores à
10a harmónica.

À medida que a condição de folga piora, o número e a amplitude


das harmónicas aumentarão. Alguns picos serão maiores que
outros quando coincidem com uma ressonância estrutural ou
outras fontes de vibração, como por exemplo, a frequência de
passagem de pás.
Uma tolerância excessiva de uma chumaceira de atrito pode,
conforme mostrado em baixo, originar harmónicas de 0,5X, as
quais são chamadas de meias harmónicas ou sub-harmónicas.
Estas componentes podem ser originadas por fricções e impactos
severos, sendo mesmo possível a ocorrência de harmónicas de 1/3
ordem.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnástico de Avarias em Máquinas Página 205
Manuai do Curso

Journal bearing looseness

Outras formas de folgas ou chocalho que resultam em harmónicas


de 1X observadas no espectro podem ser, tampas soltas, aço
estrutural em contacto com o motor, resguardos de protecção
soltos, etc..
Uma forma de onda sinusoidal cortada gera as harmónicas,
enquanto que o impacto gera as harmónicas de meia ordem.
Mobius, learnYibration ft earningenterl racihre wirt

A forma de onda pode ser muito útil quando se tenta diagnosticar


ou confirmar um problema de folgas. Quando a condição de folgas
se degrada é possível observar o truncamento do sinal em tempo e
mais tarde observam-se impactos no sinal em tempo. A vibração
parece ser aleatória por natureza, o que é um sinal de folgas.
A fase pode ser usada para confirmar uma condição e folgas,
contudo, é unicamente usada para confirmar que não será outra
condição de avaria. A fase relativa entre diferentes localizações e
eixos será aleatória por natureza.

Caso de Estudo: Folgas Rotativas


Este exemplo ilustra um caso de folgas severas num equipamento
de teste. O apoio do rolamento estava tão solto que chocalhava.

, .. ; ...

1-
i

O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Embora as harmónicas sejam nítidas Segundo a direcção vertical,


devido ao facto de existirem folgas estáticas, ou flexibilidade da

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 206 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
ivianuai do Curso

fundação, os níveis obtidos segundo a direcção horizontal eram


aproximadamente três vezes mais elevados.
Neste exemplo é possível visualizar o valor do sinal em tempo. Os
transitórios devidos ao chocalho (impactos periódicos) são bem
visíveis.
Como esperávamos, se observarmos os dados segundo a direcção
axial, constatamos que embora continuem a existir harmónicas, o
nível de amplitude das mesmas é reduzido para 1/20 do nível.

Folgas Estruturais ou Flexibilidade da Fundação


Folgas entre a máquina e a fundação aumentará a componente de
vibração a 1X na direcção da menor rigidez. Normalmente será na
direcção horizontal, mas dependerá da disposição da máquina.
As harmónicas a 1X de baixa ordem são muito comuns se as folgas
são severas. É muitas vezes difícil distinguir desequilíbrio de folgas
ou flexibilidade da fundação, em particular em máquinas verticais.
Se a componente a 1X segundo a direcção horizontal for muito
maior que a componente vertical, então suspeita-se de folgas. Se
a componente a 1X segundo a direcção horizontal for inferior ou
igual à componente vertical, então suspeita-se de desequilíbrio. A
flexibilidade e folgas da fundação podem ser originadas por pernos
soltos, corrosão ou componentes de montagem partidos.
Nota: Se a máquina tiver montagem resiliente, então a
vibração segundo o eixo horizontal será sempre maior.

Looseness: Structural

A fase pode ser usada para verificar esta condição. Existirá um


desfasamento de 180 0 , segundo a direcção vertical, entre a
máquina e a base.

Folgas Estruturais em Chumaceiras de Rolamento


Folgas estruturais em chumaceiras de rolamentos apresentam uma
característica diferente no espectro.

O espectro apresentará componentes a 1X, 2X e 3X (muitas vezes


sem harmónicas de ordem superior) com um pico 0,5X nos casos
mais severos.
infornobiusinstitu e.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 207
Manual do Curso

A fase pode ser novamente usada para verificar esta condição.


Existirá um desfasamento de 180 0 entre o rolamento e a base.

Caso Estudo: Folgas Estruturais


Os dados seguintes foram obtidos numa bomba de lavagem de
cinzas. Esta máquina é usada para bombear as cinzas de uma
caldeira de alimentação. A máquina tem um motor eléctrico com
150 HP, um acoplamento flexível e uma bomba centrífuga com 6
pás no impulsor. A bomba debita 245 litros (930 gaiões) por
minuto a uma altura de manométrica de 117 metros (385 pés).

Esta máquina foi também usada como um exemplo de


desequilíbrio. Embora tenham sido detectadas indicações claras de
desequilíbrio (elevada 1X), os níveis eram substancialmente mais
elevados na direcção horizontal, o que indica a existência de
flexibilidade de fundação.

Fricção no Rotor
A fricção apresenta características idênticas às folgas rotativas.
Observamos harmónicas da componente a 1X, e muitas vezes
harmónicas de meia ordem. Muitas vezes, uma ou várias
ressonâncias podem ser excitadas pela fricção (Neste exemplo a
componente a 4X).

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Págína 208 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
anual do Curso
Neste exemplo, forçámos a fricção no veio da nossa máquina de
teste usada no iLearnHandsOn. Existe um número de
características interessantes. Tal como era expectável podemos
observar harmónicas.

Nota: Observamos também picos relacionados com a


frequência da rede eléctrica (identificados no espectro
com os marcadores encarnados), os quais podem ser
ignorados.
É também ínteressante verifícar que esta fricção excitou uma
ressonância no equipamento de teste, que se encontra localizada
entre a 4a e 5a ordem. Como tal, esses picos apresentam maior
amplitude do que os outros picos.
Notem também que a forma de onda apresenta impactos
periódicos de transientes sempre que se intensífica periodicamente
a fricção (é possível que se encontrem bandas laterais devido ao
efeito de modulação).
O tempo entre os transientes é igual ao período de rotação.

Avarias em Chumaceiras de Atrito


Desgaste/Problemas de Folga de Tolerância
Quando existem problemas de folga de tolerância em chumaceiras
de atrito ou de metal anti-fricção, o espectro apresentará
características muito semelhantes às folgas rotativas. Existirão
elevadas harmónicas da velocidade do veio, na maior parte dos
casos, a vibração segundo a direcção vertical apresentará níveis
mais elevados do que na direcção horizontal.

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 209
Manual do Curso

nal bearinci wear

Nos casos mais severos, podem estar presentes no espectro


harmónicas de meia ordem e mesmo de harmónicas de 1/3 de
ordem.

Oil Whirl
o 011 Whírl é uma condição na qual a vibração ocorre entre 0,38X
e 0,48V, nunca aparecendo exactamente a 0,5X, sendo sempre
um pouco abaixo em frequência.

Journal bearinc

Esta condição é causada por tolerância de folga excessiva e carga


radial ligeira, a qual resulta num acumulamento da película de óleo
forçando o moente a migrar à volta do rolamento a menos de
metade da RPM.
Oil whírl é uma condição muito séria e deverá ser corrigida quando
encontrada, já que pode deteriorar-se muito rapidamente até ao
ponto de ocorrer contacto metal com metal no rolamento.

Oil Whip
O Oil Whip é uma condição muito destrutiva que muitas vezes
ocorre em grandes montagens de rotores múltiplos que funcionam
acima das velocidades críticas. 011 whíp ocorre quando a excitação
do componente em Oil-Whirl coincide com uma frequência natural
do veio. A ressonância é excitada resultando em níveis de vibração
muito elevados.
Oil whip ocorre normaimente no arranque de máquinas com veios
muito longos. Já que a frequência natural excitada é influenciada
pelo controle do sistema, à medida que a velocidade aumenta a
frequência de vibração não é aiterada. Isto é contrário ao 011
Whirl, do qual as frequências mudam de acordo com a velocidade
do veio. Assim, este é um bom método para detectar Oil Whip.

info@rnobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Págína 210 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
manuai do Curso

A solução para Oil Whip e Oil Whirl são apropriadas tolerâncias do


rolamento mais pequenas e adequadas cargas radiais. Quando se
arranca com uma turbina grande, é importante que se passe
rapidamente pelas suas frequências críticas de modo a prevenir o
aumento do Oil Whip.

Condições de Ressonãncia
A ressonância é uma condição de operação onde uma frequência
de excitação encontra-se próxima de uma frequência natural da
estrutura da máquina. A frequência natural é uma frequência à
qual uma estrutura vibrará se deflectida e largada.
Uma estrutura normal tem muitas frequências naturais. Quando a
ressonância ocorre, os níveis de vibração podem ser
extremamente elevados e causar rápidas avarias.
A ressonância é identificada no espectro de vibrações como um
pico no qual a frequência é constante mesmo que a velocidade
seja alterada. O pico poderá ser mais nítido ou mais largo,
dependendo da quantidade de amortecimento efectivo que a
estrutura tem a essa frequência específica.

20/04/2000 1175 F.PrE

0.35 - — -

0.3 - - —---

0.25
,,.
. ,
! -
J...,
Ë
E
-- ..., ...... ..... ..
:

i
t-
r_kg'''''' "` ,--
O 20 40 60 00 100 120 140 160 180 200
Li n Lom R an g e He rtz

Se não existir energia para excitar a ressonância, não


identificaremos qualquer sinal nos dados de vibração. Contudo, se
a frequência de ressonãncia coincidir com as frequências a 1X e a
2X, ou com a frequência de passagem de pás, então os níveis de
vibração aumentarão e pode aparecer como um pico muito elevado
em cima de um monte de pequenos picos.
De modo a determinar, se uma máquina tem ressonâncias
eminentes, um dos seguintes testes pode ser realizado para as
encontrar:

Teste de Impacto
Num teste de impacto a máquina é excitada com uma massa
pesada, como um pedaço de Madeíra, enquanto se recolhem os
dados de vibração. A vibração registada será às frequências
naturaís. Devemos configurar o nosso colector para as médias de
pico máximo e devemos bater na máquina várias vezes.

info@mobiusinsfitute.ora Copyright (i) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 211
Manual do Curso

Peak hold faverage) spectrurn piot

Teste de Arranque e Paragem


Os dados de vibração são registados enquanto se desliga ou liga a
máquina, podendo ser opcionalmente dados com referencia
tacométrica. Se o vosso colector suportar este tipo de teste,
vamos obter uma série de testes e veremos um ou mais picos à
frequência de ressonância.
Waterfall/Cascade plot or Spectral Map

De outro modo, se seleccionarmos no nosso colector a média de


pico máximo e começarmos o arranque ou a paragem, o espectro
final apresentará os picos às frequências de ressonância.

Teste de Velocidade Variável


Quando numa máquina a sua velocidade de rotação pode ser
variada num intervalo grande, pode-se variar a velocidade
enquanto se recolhem dados de vibração e dados com referência
tacométrica, tal como fora descrito para os testes de arranque e
paragem.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 212 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual cio Curso
Podemos também observar apenas o sinal em tempo enquanto a
máquina muda de velocidade. A amplitude será maior quando a
máquina funcionar à sua frequência de ressonância.

Usando Dados de Fase


Dados de Fase são muito úteis no diagnóstico de uma condição de
ressonância. À frequência natural o ângulo de fase entre a fonte de
vibração excitadora e a resposta da estrutura é normalmente de
90 graus.

Frequências Críticas e Velocidades Críticas


Nos casos de rotores compridos, como no caso das turbinas, as
frequências naturais são chamadas de frequências críticas ou de
velocidades críticas. Deverão ser tomadas medidas para que estas
máquinas não funcionem a velocidades onde a la e 2a harmónica
da frequência de funcionamento coincida com estas frequências
críticas.

Avarias em Rolamentos
Os rolamentos são encontrados num grande número de máquinas
e são responsáveis por muitas avarias em máquinas. Bem, esta
afirmação é um pouco injusta....0s rolamentos são projectados
para funcionarem durante muitos, muitos anos, no entanto, na
maior parte dos casos eles não são tratados correctamente.
Muitos anos de experiência revelaram que na prática, menos de
10% de todos os rolamentos funcionam até à sua vida útil, cerca
de 40% das avarias dos rolamentos são atribuídas à lubrificação
imprópria, cerca de 30% das avarias são devidas à incorrecta
montagem, como desalinhamento e enviesamento, e cerca de
20% avariam por outras razões, como por exemplo, sobrecarga,
defeitos de produção e por aí em diante.
Se as máquinas rotativas estiverem alinhadas e equilibradas de
forma precisa, se não funcionarem próximas das frequências de
ressonância e se os rolamentos forem lubrificados correctamente,
então os rolamentos aproximam-se da sua vida de projecto.
Infelizmente, isto não é feito em muitas (na maior parte) fábricas,
e como tal os rolamentos desgastam-se e avariam
prematuramente. É o nosso trabalho detectar os sinais de alerta e
determinar a severidade do problema. A análise de vibrações e a
análise de partículas e desgaste são ideais para esta aplicação.

Análise de Espectros e dos Sinais em Tempo


Um rolamento com defeitos produz componentes de vibração que
não são múltiplos exactos da frequência a 1X. Por outras palavras,
são chamados componentes não-síncronos.
A existência de componentes não-síncronos num espectro de
vibrações é uma bandeira vermelha para o analista que avisa que
podem existir problemas em rolamentos e o analista deverá
imediatamente extrair outras causas possíveis para a existência
dessas componentes de forma a verificar o diagnóstico.

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 Diagnóstíco de Avarias em Máquinas Página 213
Manual do Curso

Para realizar isso, começamos por observar para as frequências


que são geradas quando um rolamento avaria e depois seguimos
pelos vários patamares de degradação do rolamento, utilizando
diversas técnicas de análise em rolamentos.

Frequências Características

Existem quarto frequências características de interesse:


• Ball Pass Inner Race - BPI - Passagem de Esperas na
Pista Interior
• Ball Pass Outer Race - BP0 - Passagem de Esperas na
Pista Exterior
• Fundamental Train (Também chamada de Razão da Gaiola)
- FT - Frequência da Gaiola
• Ball Spin - BS - Frequência de Rotação das Esferas

Cálculo das Frequências Características


Se nos forem fornecidas as frequências características em ordens
(por exemplo, FT=0,4X) então o que temos de fazer é calcular a
frequência final através da multiplicação desse valor pela
velocidade do veio onde o rolamento está montado.
Alternatívamente podem ser fornecidas as seguintes informações
físicas:
• Número de Esferas ou Roletes
• Diãmetro da Esfera ou Roletes
• Diâmetro entre pontos
• Ângulo de Contacto

Bair
díame ter (d)
Pitch
diarneter (D
Number
of balls (n)
Contart angle (a)

info@mobiusinsfitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 14 Capítu o 7— Diagnéstico de Avarias em Máquinas
Manuai ao Curso

As fórmulas serão:

Defect on Inner Race (BPI) = n +!;-.1 cos a


2 D

Defect on Outer Race (BP0) = 2 n - D cos a

Defect on Cage (FT) = (1 -g_ cos a


Defect on Ball (BS) = 1
2Pd [i + (g)2 cos 2a
Where:
d = Ball Diameter
D = Pitch Diameter
n = Number of Balls
A = Contact Angle

Estes cálculos são complicados e não são para serem realizados


mentalmente. A maior parte dos pacotes de softwares dos nossos
dias têm bases de dados de rolamentos que permitem obter as
quatro frequências características de cada rolamento.
O iLearnVibration Centro de Referência e o AvariasiLearnMachine,
permitem procurar numa base de dados de mais de 30.000
rolamentos.
Será então uma questão de determinar a velocidade do veio e
depois multiplicar pelo valor. Vamos abordar este tema com mais
detalhe na próxima secção.
Umas notas rápidas:
• Estas fórmulas são aplicadas a rolamentos com esferas e
rolos. Neste caso "n" é o número de elementos rolante, "d" é
o diâmetro do elemento rolante e "BS" é um defeito no
elemento rolante.
• O valor de BS pode ser duplicado porque o valor dado pela
fórmula é obtido considerando que o impacto do elemento
rolante seja efectuado na pista interior OU na pista exterior.
Se a imperfeição na esfera/rolo bater nas pistas interior e
exterior, então a frequência é duplicado.
• Estas frequências não são exactas, devido a escorregamento,
deslizamento, desgaste e detalhes do rolamento imperfeitos
(i.e. as dímensões podem não ser perfeitamente precisas), o
que implica que as frequências possam não bater certo por
uma quantidade pequena.
Para simplificar, existem alguns métodos empíricos que podem
achar interessantes saber.
Se soubermos a BPI e a BPO, estas podem ser somadas para
determinar o número de rolos ou esferas. Por exemplo, se a BPO
for igual a 3,2 X e a BPI for igual a 4.8 X, então número de esferas
deverá ser igual a 8.
Número de esferas [rolos] = BPI + BP0
Podemos muitas vezes determinar o número de esferas através de
uma inspecção e por vezes a única informação que temos sobre o
rolamento é o número de esferas ou rolos. Então se conseguirmos
determinar uma frequência característica através do espectro (ou
obtê-la por outra via) podernos calcular a outra.
BPI = Número de esferas [rolos] BP0

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 215
Manual do Curso

BPO = Número de esferas (rolos] - BPI


Quando entrámos na secção do diagnóstico, aprendemos também
que o pico relativo ao anel interno terá normalmente bandas
laterais a1X (para máquinas horizontais). Então, tendo
conhecimento disto e se soubermos o número de esferas, podemos
determinar a BPO.

Adicionando a isto, há um método empírico (para rolamentos com


8 a 12 esferas/rolos) que diz que BPO é normalmente 0,4 vezes o
número de esferas, BPI é 0,6 vezes o número de esferas, e a FT é
0,4 X.
Defeito na Pista Interna (BPI) = 0.6 n N
Defeito na Pista Externa (BP0) = 0.4 n N
Defeito na Gaiola (FT) = 0.4 N
Onde: N = Velocidade do Veio
n = Número de esferas/rolos
Por último, se identificarmos picos não-síncronos, existe uma
grande probabilidade de que estejam relacionados com desgaste
no rolamento, e se houver harmónicas e bandas laterais então a
probabilidade é muito maior. Face ao exposto, nem precisamos de
saber exactamente quais são as frequências características de um
rolamento.

Visualização das Frequências Características.


Vamos abordar esta questão com um pouco mais e detalhe, de
modo a que entendamos o que significam as frequências
características (também conhecidas por frequências de avaria).
Como nosso exemplo vamos considerar um rolamento com 9
esferas, e utilizando a nossa regra de ouro obtemos BPF0 = 3,6;
BPFI = 5,4; BS = 2,4; e FT = 0,4.

Vamos começar pela frequência de rotação das esferas, a qual


representa o número de vezes que um defeito na esfera bate na
pista interior ou exterior. Tal como referido, o valor calculado

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 216 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuaí do Curso
poderá ser duplicado caso o defeito na esfera bata no anel interno
e externo.
Por cada volta de rotação do veio a esfera gira 2,4 vezes e ao girar
a esfera entra e sai da zona de carga, pelo que é expectável a
modulação. A esfera anda à volta do rolamento à frequência da
gaiola (FT), o que neste caso é igual a 0,4 (FT) de volta do
rolamento por cada rotação do veio.
Por cada rotação do veio passam 3,6 esferas por um ponto na
pista externa.
E finalmente, por cada rotação do veio passam 5,4 esferas por um
ponto na pista interna.

As Nove Fases de Avarias em Rolamentos


Agora que sabemos onde encontrar, no espectro, as frequências
características, vamos abordar as nove fases de avarias em
rolamentos.
Nota: Algumas pessoas descrevem as quarto fases de avarias
num rolamento. Esta descrição dá apenas maior
detalhe.

Primeira Fase
A avaria de um rolamento na fase mais incipiente apresenta
frequências na gama de 20kHz a 60 kHz e possivelmente até
frequências mais altas.

Bear ngs Stage One

lx
2X

N :•tur'&

Existem uma série de sistemas electrónicos projectados para estas


frequências, onde se inclui o spike energy, HFD, impulso de
choque, SEE e possivelmente outros sistemas com capacidade de
medir frequências ultrasónicas.
Nesta fase o espectro de vibração "normal" não nos dará qualquer
informação.

Segunda Fase
Nesta fase os defeitos já são suficientemente grandes para causar
o "cantar" do rolamento, assim como, um sino toca à sua
frequência de ressonância (natural). Esta frequência actua como a
frequência portadora, modulando a frequência de defeito no
rolamento. Esta questão será abordada mais á frente.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstítute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 7 Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 217
Manual do Curso

Bear gs: Stage Two


Hz

1X
2X

Defect frequerzcAes Ultrasonic


Naturf frequencies

Terceira Fase
Nesta fase as frequências de defeito do rolamento começam a
aparecer. Numa primeira fase observamos apenas as frequências,
como por exemplo a falha da pista interna.

e rings: Stage Three


500 Hz 20 kHz

lx
2X BP 1

Defect frequencies Ultrzsonle


Nat ra freuenci,

Com o desenvolvimento da avaria, a amplitude do pico à


frequência (BPI) de avaria aumentará. Embora tenhamos que
considerar muitos modos de avarias, na maior parte dos casos a
amplitude aumentará linearmente com o tempo.
No entanto, devemos referir que uma avaria no rolamento não
seguirá sempre o mesmo padrão clássico. Os sinais de desgaste
por vezes aparecem e desaparecem, ou seja, um teste, num dado
momento, aparenta que o problema existe e o teste seguinte
poderá nada revelar. Devemos ter isto em mente quando nos
encontramos a monitorizar máquinas com rolamentos.

Quarta Fase
À medida que a avaria progride, as frequências de avarias
desenvolvem harmónicas, o que indica que ocorrem alguns
impactos.

Bearings: Stage Four


SCO H- 2 1:; k'

1X BRI
X 7>B P1

Existem situações em que as próprias harmónicas aparecem


primeiro do que as suas frequências fundamentais. Como tal,
devemos procurar picos não-síncronos e verificar se existem
harmónicas.
info@rnobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 218 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai do Curso
As amplitudes das frequências de avarias e das suas harmónicas
começam por ser baixas, inclusivé se observarmos os nossos
dados com a escala linear poderemos facilmente não identificar
esses sinais vitais.
Algumas pessoas podem argumentar que "se não é visível num
gráfico com escala linear, não é suficientemente mau para nos
preocuparmos". Contudo, o autor sugere que se pretendermos ter
a capacidade de planear com antecedência e ter um aierta prévio
dos rolamentos com avaria, precisamos de utilizar ferramentas
simples como a escala logarítmica em gráficos de modo a poder
observar tudo o que a máquina nos possa dizer.

No exemplo acima do gráfico linear, não é possível identificar


nada, no entanto, no gráfico com escala logarítmica é possível
identificar o pico a 3,18 X.
Em baixo é apresentado outro exemplo onde um pico não-síncrono
com harmónicas são claramente visíveis no gráfico com escala
linear.

A análise do sinal em tempo é também muito importante nesta


fase. Se é expectável observarmos qualquer coisa no espectro,
então, será também certamente visível na forma de onda. Estes
impactos aparecem como batimentos na forma de onda.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 - Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 219
M nual do Curso

‹,;
'.

•)35,1.0.1.1
!
, ,
í

<■,`
0 .05 0.15

No exemplo apresentado de seguida, é possível observar altas


frequências, mas, na forma de onda aparecem como picos
sobrepostos com amplitudes muito baixas. Esta situação será
analisada com mais detalhe no próximo exemplo.

Deve ser dito que se pretendermos o aviso mais antecipado de um


rolamento com avaria, devemos recolher um sinal em tempo com
altas frequências em unidades de aceleração (com um
acelerómetro), i.e. não devemos integrar. A aceleração é ideal
para esta aplicação, já que acentua o conteúdo das altas
frequências.

Quinta Fase
À medida que a avaria se torna pior e os danos no rolamento
pioram, os níveis de vibração aumentam e aparecem mais
harmónicas. Nesta altura, as bandas laterais aparecem,
dependendo da natureza da avaria.

n s: Stacie Five
sco k

ect uencio:-;
1tw ai fr

Se recordarmos, a modulação ocorre quando a amplitude de uma


frequência (frequência de defeito no rolamento) muda

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 220 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

periodicamente. Existem duas situações onde pode ocorrer a


modulação (numa máquina disposta horizontalmente).
No primeiro caso, se a pista interna do rolamento tiver uma
anomalia, os impactos serão mais violentos e originarão elevadas
amplitudes, quando a pista interna estiver dentro da zona de carga
do rolamento. Assim que a anomalia da pista interna sair da zona
de carga a amplitude diminuirá e apresentará um mínimo quando
se encontrar na parte de cima do rolamento.

Weakest impacts -
lowest amplitude

Então, neste caso, a frequência de defeito da pista externa é


modulada pela velocidade de rotação (velocidade de rotação do
anel interno), como tal será expectável bandas laterais a 1X. Mais
tarde será apresentado um exemplo desta condição, a qual é
bastante comum.
No caso de termos uma esfera com uma anomalia, também
teremos modulação pelas mesmas razões. Quando a esfera estiver
na zona de carga os impactos serão mais violentos do que quando
se encontrar fora da zona de carga. Quanto mais perto a esfera
estiver da zona de carga maiores serão as amplitudes de vibração.
Mas, com que rapidez uma esfera entra e sai da zona de carga?
Não é a 1X, será? A esfera move-se à volta do rolamento à
frequência da gaiola (FT). Esta frequência é inferior a 1X,
tipicamente por volta de 0,4X.
Quando começamos a observar harmónicas, e especialmente
quando são observadas bandas laterais, a avaria será visível no
rolamento. É recomendado que se substitua o rolamento neste
momento.
É de referir que nesta fase, as medições de altas frequências para
rolamentos, como o spike energy, shock pulse, continuam a exibir
uma tendência crescente.
A forma de onda exibirá novamente os efeitos da avaria no
rolamento. Os picos serão mais pronunciados e poderemos
inclusivé medir o tempo entre cada pico e calcular a frequência de
defeito.

info©mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 7 Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 221
Manual do Curso

- ------- - :- ----------- '


eg

VerticEd
.......,,:.: --- ..
0.05 0.15 0.2 0 25

L
0.045
:
0.04
0.035 3.113gx Bearmg tone , .•
, .
0.03. .
-.. , : ■
0.025-
. . ,
... 0.02.•
r'5' • . • ,

0.015.-
:
0.01
0.00, .
0.


0 2 4 5 6 7 8 9 10
Lin Lo. Ran,

Sexta Fase
Nesta fase a frequência a 1X será amplificada e as suas
harmónicas irão aparecer. Esta situação pode ser atribuída ao
facto do desgaste resultar em folgas excessivas.

Beari a e Six
500 Hz

1X
2X
BPI
lx

, fect frequencles

Sétima Fase
Neste momento as frequências de defeito e as bandas laterais são
substituídas por montes no espectro, normalmente referidas como
"meda" haystacks. Esta condição deve-se ao desenvolvimento de
ruído de banda larga.

Bearings: Stage even


500 Hz 20 kHz
X
2X

1
Defect frequt,-;nce:
Watur&

Nesta fase, é possível ouvir o rolamento quando estamos ao lado


da máquina. As medições de alta frequência em rolamentos podem
começar a decrescer. Se estivermos a utilizar estas ferramentas e
começarmos a observar que as tendências se encontram a
decrescer, não devemos dar um suspiro de alívio, mas sim, ter um
momento para mandar substituir os rolamentos!
Oitava Fase
As coisas agora estão a tornar-se muito complicadas. Os
"amontoados" e as harmónicas irão crescer juntamente com folgas
adicionais, as tendências das medições de alta frequência em
rolamentos continuarão a decrescer e mais importante, o ruído de
info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Instítute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 222 Capítulo 7— Diagnéstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

fundo irá elevar-se. Neste momento é definitivamente possível


ouvir o rolamento. O tempo está a acabar!

Bearings: Stage Eight


500 Hz
lx
2X

trr
í
Defect frequencles Ultrasonic
Naturl frequencies

Nona Fase
Pronto, nós avisámos! O espectro será muito baixo, porque a
máquina não está a funcionar!

11 V 1

Defect frequencies
Natura

Caso de Estudo
Esta máquina tem um motor de 40 Cv
accionando um ventilador com 16 pás, a
transmissão por correias tem uma razão
de 2:1. Esta máquina está instalada no
telhado num renovador de ar de um
apartamento de uma fábrica.
Para este exemplo vamos observar uma
série de medições recolhidas durante um
período de nove meses.
Quando se iniciou a monitorização, em
4/5/99, os dados horízontais e verticais
não evidenciavam muita coisa e os níveis
de amplitude eram baixos. A forma de
onda apresentava algum conteúdo
relativo a altas frequências, que
sugeriam sinais prévíos de desgaste.
Os picos associados à razão das correías e ao veio do ventilador
eram também visíveis

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 223
Manuai do Curso

0.05 0.1 0.15 0.2 0.25

Lin

Os dados axiais são interessantes, sendo possível identificar o pico


elevado a 1X o que sugere que as polias poderão estar
desalinhadas e que poderão ter sido a causa do problema nos
rolamentos.

Os dados do mês seguinte exibem que os níveis foram crescendo e


que o sinal em tempo apresentava ainda mais sinais de desgaste
no rolamento. Esta situação é difícil de observar num gráfico com
escala linear, no entanto, no modo de visualização logarítmica é
possível identificar o pico a 3,1X com harmónicas. Neste momento
estamos na quarta fase.

Se avançarmos para os dados de 6/1/99, podemos constatar que


os sinais de desgaste no rolamento tornam-se mais evidentes e a
forma de onda é típica para esta situação, sendo possível
determinar a ocorrência de impactos a cada 3,1X a velocidade de
rotação.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 224 Capítuto 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai do Curso

Esta máquina tem dois conjuntos de dados, um referente à gama


baixa até 10X e o outro da gama alta até 100X. Se alterarmos
para os dados da gama alta é possível observar com bastante
evidência o pico a 3,1X e as suas harmónicas (a frequência
verdadeira é 3,06X).

Se observarmos atentamente os dados, mesmo em escala


logarítmica, não são visíveis bandas laterais. Como pode ser isto
possível? Bom, foi dito anteriormente que as bandas laterais
ocorrem se houver uma avaria na esfera (bandas laterais de FT)
ou uma avaria na pista interna (bandas lateraís a 1X). Posto isto, o
impacto do rolamento é baixo em frequência (BPI=0,6 x # esferas,
BP0=0,6 x # esferas) o que sugere que seja uma anomalia na
pista externa, como tal obtemos apenas harmónicas, sem bandas
laterais.
É de referir que conseguimos determinar, com alguma confiança, a
natureza da avaria sem que sequer tenha sabido qual o rolamento
instalado na máquina.
À medida que avançamos no tempo, podemos constatar o
aumento das amplitudes das harmónicas, o surgimento de montes
e a elevação do ruído de fundo. Isto refere-se aos dados obtidos
na gama alta, segundo a direcção vertical e em 10/15/99.

info@mobiusinstituteorg Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarías em Máquinas Página 225
Manual do Curso

Agora tomemos atenção aos dados de 1/2/2000. Aparenta ser


muito diferente! O sinal em tempo não tem os mesmos impulsos
periódicos, o espectro não tem harmónicas, mas o ruído de fundo
é consideravelmente superior.

0.05 0.1 0.15 02 025

20 30 40 50 60 70 90 100
High Range Orders

Encontramo-nos na fase 8. O rolamento encontra-se quase


gripado. Na verdade a máquina avariou catastroficamente dois
dias depois!

Usando a Desmodulação
Falámos anteriormente no facto de em fases incipientes de
degradação de um rolamento ser possível observar a vibração à
frequência natural do rolamento. O rolamento "canta" à sua
frequência natural. Os impactos devidos ao defeito no rolamento
causam esse cantar, pelo que obtemos bandas laterais da
frequência de defeito.

Beari igs: Stage Two


500 Hz: 21) kHz

Ix
2X

Defect frucle:,-

Em fases mais avançadas de avaria num rolamento, é também


possível observar modulação tanto com bandas laterais a 1X como
à razão da gaiola (FT), para a pista interna, como para os defeitos
em esferas, respectivamente.

Bearings: Stage F ve
500 H7 20

IX ; BPI
2X 1 2xLIPI

refet frequenc
'tsatura frquencie;

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 226 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso
Se nos concentrarmos na primeira situação (rolamento a cantar
como um sino) podemos constatar que se pudéssemos identificar o
rolamento em ressonância com bandas laterais à frequência do
defeito, obtínhamos um aviso muito prematuro de um rolamento
em desgaste. Contudo, a frequência medida é alta mas a sua
amplitude é baixa, perdendo-se no meio das outras fontes de
vibração dominantes.
Uma solução é desmodular o sinal. Em resumo o processo envolve
a filtragem de todas as componentes dominantes de frequências
baixas através de um filtro passa-alto, a rectificação do sinal e a
aplicação de um filtro passa-baixo para remover as altas
frequências e com o propósito de protecção anti-alias.

Original signai

Defect
frequency
sidebands

\ormal dorninnnt vibration

Se observarmos o sinal em tempo é possível visualizar o sinal


sinusoidal dominante com impactos frequentes. O transiente é
devido ao rolamento cantar como um sino.

Bearing
wavefor

A nossa primeira tarefa é a remoção dos sinais de baixa frequência


com um filtro que permita a passagem de sinais de alta
frequência, típicamente deixa passar frequências acima de
2.000Hz (para análise em rolamentos).

requency
sidebands

N ot nial dorninant vibration

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 7 Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 227
Manual do Curso

O resultado desta tarefa é um sinal que continua a conter as altas


frequências mas do qual deverão ter sido removidos os sinais de
elevada amplitude.

Filtered signa

Defect
frequency
skiebands

A forma de onda deverá conter apenas os impactos do rolamento,


que será a informação mais importante.

Agora transpomos para baixo as bandas laterais superiores para a


nossa banda de base da nossa escala de frequências, através da
utilização de um desmodulador o que na realidade é apenas um
rectificador (que passa para cima todos os dados negativos dos
sinais).

O processo de rectificação passa para cima toda a porção do sinal


negativa, de modo a que se obtenham apenas sinais de valores
positivos.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 228 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
ivianual do Curso

Rectified si

Agora filtramos as fontes de sinais restantes, que poderão ter


origem em outras fontes de modulação. Alguns produtos
desmoduladores permitem-nos configurar o filtro manualmente, no
entanto, na maioria dos casos esta função é realizada pelo colector
de dados através dos filtros anti-alias (baseados na gama de
frequências seleccionada).

Podemos verificar como isto se apresenta no domínio do tempo,


no qual foi removida toda a informação de alta frequência. Alguns
chamam a esta etapa o "detector de envelope".

Enve oped signa

Uma importante configuração de medição para o teste de


desmodulação é a gama de frequências (Fmax). Como
recomendação deverá ser configurado para 15-20X (i.e. 15-20
vezes a velocidade de rotação). No entanto, uma análise mais
detalhada do processo de desmodulação revela que se devem ter
alguns cuidados.

info@mobiusins itute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnéstico de Avarias em Máquinas Página 229
Manu do Curso

O objectivo é assegurar que o único sinal restante na medição final


é oriundo da fonte de modulação de interesse. Uma máquina terá
naturalmente outras fontes de desmodulação, como tal a melhor
regra é configurar a gama para metade da largura máxima das
bandas laterais.
O sinal restante deverá apresentar um conjunto forte de
harmónicas, dependendo da severidade do problema. A frequência
fundamental é a frequência de defeito no rolamento (BPI se a falha
estiver na pista interna).
Ciaro que estas ilustrações representam um caso ideal, já que as
medições reais têm muito mais detalhes, o que torna os espectros
muito mais complexos.
A medição de espectros desmodulados difere noutras importantes
formas do espectro de vibrações normal. Não vamos determinar a
sua severidade através da sua amplitude. Em vez disso, vamos
comparar a amplitude dos dados actuais com os da última medição
e mais importante ainda, vamos comparar como é que a amplitude
dos picos é comparada com a altura do ruído de fundo.

Deteri severity
Height above
/ noise-floor

1 - 20X

Normalmente os picos são muito pequenos quando a anomalia é


muito pequena ou não existe. Assim que o nível da anomalia
começar a crescer, os picos irão sobressair do ruído de fundo e
quando a anomalia for significativa os picos estarão
aproximadamente cerca de 20dB (100X) acima do ruído de fundo.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 230 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso
Com o desenvolvimento da avaria do rolamento, descrito
anteriormente como fases 7 ou 8, o ruído de fundo começará a
elevar-se de encontro aos picos. Isto é um mau sinal e indica que
o fim está próximo!

Este processo poderá também ser aplicado a outras áreas de


avarias em máquinas: análise de engrenamentos, análise de
correntes em motores, análise de excentricidade do entre ferro em
motores eléctricos, bem como outras fontes de modulação.
É importante compreender a natureza da desmodulação, bem
como a frequência portadora. A configuração do filtro passa-alto
deverá rejeitar todas as fontes de sinal abaixo da frequência
portadora. Contudo, essa frequência varia de acordo com a
aplicação (engrenamento, ressonância do rolamento, etc.). Como
tal, em primeiro lugar deverá ser realizada uma medição em
aceleração a altas frequências, de modo a permitir determinar as
fontes das vibrações. Se podermos seleccionamos a configuração
óptima, se não, determinamos se o nosso desmodulador funciona
para a aplicação em causa.
Um prémio relacionado com a medição de desmodulação é que
pode ajudar-nos a identificar qual é o rolamento que de facto tem
a avaria. Se não soubermos as propriedades do rolamento e
consequentemente as frequências típicas de defeito, ou, se
conhecermos essas frequências já que a máquina tem muitos
rolamentos idênticos, então realizaremos estas medições em todos
os rolamentos, mesmo que sejam testes de diagnósticos
exclusivos, de modo a revelar o rolamento com problema.
Isto acontece porque os sinais de elevadas frequências são
atenuados com transmissão pela máquina, pelo que não será
transmitida para muito longe. A frequência portadora é um sinal
de alta frequência, especialmente se comparada com as
frequências normais de defeitos. Assim tanto é possível identificar
frequências de defeito nos múltiplos rolamentos como o espectro
desmodulado permitirá identificar somente a falha no rolamento
danificado.
Podemos também utilizar esta técnica para estudar os
engrenamentos. Dado que as engrenagens rodam, o contacto
individual por dente gera uma frequência elevada de vibração,
conhecida como frequência de engrenamento, a qual será a
frequência portadora.
Um dente defeituoso num engrenamento gera uma vibração de
impulso de engrenamento assim que engrena e causa a modulação
em amplitude. Se uma engrenagem estiver ligeiramente
excêntrica, provoca uma variação na quantidade de vibração de

infoamobftisinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 231
Manual do Curso

engrenamento quando roda (bem como a amplitude de


desmodulação).
Nota: A modulação em frequência também pode ocorrer
especialmente em engrenagens, podendo causar
resultados enganosos quando se realizam medições de
desmodulação em amplitude.

Método do Impulso de Choque


Não serão completamente abordadas as questões de detecção de
avarias em rolamentos se não foram abordados os métodos de
Impulso de choque ou outras técnicas que envolvam o uso de
informação de alta frequência.
Existem algumas técnicas usadas por várias empresas de
monitorização de vibrações. Existem pelos nomes de, Método de
Impulso de Choque, Spike Energy, HFD (High Frequency
Detection) entre outros.
Resumidamente, elas funcionam baseadas no facto de existir um
impacto no rolamento, primeiro ocorre uma onda de choque
(transiente), e consequentemente o rolamento entrará em
ressonância ou "cantará como um sino". Tal como a técnica de
desmodulação gera um espectro, SPM, HFD, Spike Energy entre
outras técnicas geram um valor (ou dois) que podem ser
analisados por tendências. Se esta última aumentar então existirá
uma grande probabilidade de ser rolamento avariado.
Anteriormente analisámos as características padrões do espectro
para diferentes tipos de sinais. Um sinal sinusoidal é uma
frequência única e como tal, produz apenas uma frequência no
espectro. Uma onda quadrada, produz uma série de harmónicas,
mas lembramo-nos o que foi dito para os sinais transientes?
Dependendo da forma do transiente, tanto uma séries de
harmónicas ou um transiente puro (como a nossa onda de choque)
gera energia em todas as frequências.
3.5 - ---- ', -- - - —i ----- — ---- , . v --1-
'.
.... - -
2.5 -
2. --
•- - -

0.

05 0.1 0.15 02 O 25 0.3


DC0C, Q

....... .
SalO5,0.1.111.1

..y. .
Cai

, '77 .., \-.,


H

... _ .. . ..
M CMC".:C.
C).

- 1- - -
-
CN

.... ..... .., ?,,,•,k k ,,,....


,ki i ii,,i.,,
, i ,,I' r
. t, iliki i'dill idi 'fikitiiill
,J •• I, ,,.., I , ! I 1. t , ”Iil " L IIII,I'l= h! il'ilill
É , [i ,.. if I , Iil
inil , 1

500 1000 1.5k. 2k 2.5k


-

Nota: Este transiente é um sinal transiente simulado. Mesmo


que sejamos capazes de visualizar um número elevado
de picos no espectro, um sinal transiente real terá picos
e todas as frequências.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 232 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai cio Curso
Isto significa que se estivermos a observar um espectro de um
transiente, em vez de visualizarmos picos individuais, veremos
apenas um aumento do ruído de fundo do espectro (i.e. a parte
inferior do espectro elevar-se-á). Já foi referido anteriormente que
se for constatado um aumento do ruído de fundo devemos
suspeitar de um problema no rolamento. No entanto, até que a
anomalia se torne significativa, não vamos ser capazes de detectar
alterações no espectro. Então como poderemos usar o ruído de
fundo?

Conforme pode ser observado no diagrama apresentado em baixo,


a resposta em frequência de um acelerómetro é estacionária na
gama de frequências na qual é normalmente usada (i.e. de —0 Hz
a 3kHz ou superior), mas a frequências mais elevadas existe uma
ressonância. As fontes de vibração que coincidem com a
frequência de ressonância do sensor serão amplificadas.

Frequency Range
100

10

Votts out 1
of the
Sensor .1
Linear Range 4 cf)

.01

.001

.000 1

.000 01

.000 001

.000 000 1
.1 Hz 1 Hz 10 Hz 100 Hz 1000 Hz 10 kHz 40 kHz
8 cpm 80 cpm 800 cpm 8000 cprn 80 kcpm 800 kcpm 2 4 Mcpm

Teríamos colocado juntos estes dois factores? Sim, a vibração


gerada pelo choque injecta energia a todas as frequências. Na
nossa gama de frequências normal 0-3kHZ é difícil detectá-las, já
que estamos em presença de muitas outras fontes de vibração.
Contudo, junto à frequêncía de ressonância do sensor não existem
fortes fontes de vibrações (desequilíbrio, desalinhamento, etc. são
muito mais baixas em frequência), à excepção da transiente onda
de choque. Então, o choque por si só excita a ressonâncía no
sensor e obtemos um aumento do sinal a essa frequêncía
Os métodos como o impulso de choque, spike energy, HFD entre
outros, utilizam este facto. Eles detectam os impulsos periódicos
na frequência de ressonância do transdutor, realizam o
processamento dos dados (filtragem, rectificação e envelope) e

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capí ulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 233
Manual do Curso

geram um valor único (ou dois números no caso dos instrumentos


da SPM), os quais podem ser observados em tendências para
monitorizar a condição do rolamento.
Mas devemos estar prevenidos de que existem armadilhas para as
quais devemos estar preparados. Pensam que todos os
acelerómetros são iguais? Pensam que todos têm a mesma
frequência de ressonância? Não, não têm.
Por esta razão, na maior parte dos sistemas de recolha de dados,
é possível ver a tendência do valor gerado (spike energy, HFD,
etc.). No entanto, esses valores não podem ser comparados com
normas e não permitem determinar a condição do rolamento com
uma única medição (é possível com as medições de impulso de
choque).
Adicionando a tudo isto, o que acontece se mudarmos de sensor
(mesmo que tenham o mesmo número de modelo)? A não ser que
tenhamos muita sorte e que os dois sensores tivessem a mesmas
características de ressonância, os valores serão diferentes sempre
que se trocarem os sensores.
E o que aconteceria se o sensor não fosse montado correctamente,
bem como da mesma forma todas as vezes? Claro que as
medições virão alteradas, assim como as características de
ressonância também mudarão.
Existem empresas que tratam destas questões. Elas produzem
sensores calibrados, ou seja, todos os sensores que elas vendam
têm as mesmas características de ressonância. Estas empresas
recomendam (insistir) também que seja utilizado uma técnica
especial de montagem para assegurar um bom contacto com o
rolamento e também para obter medições repetitivas.
Se estivermos a utilizar este tipo de técnicas, deveremos verificar
junto do nosso fornecedor do equipamento se os sensores são
calibrados e quais os métodos de montagem adequados.

Forças Hidráulicas e Aerodinárnicas


Avarias em Pás
Todas as bombas, ventiladores e compressores têm normalmente
no espectro um pico à frequência de passagem de pás. Esta
frequência é igual ao número de pás multiplicado pela velocidade
do veio.
Passagem de pás = Número de pás x RPM
A amplitude do pico pode aumentar se o espaço entre as pás e o
difusor estacionário não for igual. Bem como, poderá ser causado
por obstruções e curvas abruptas no percurso do fluxo.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 234 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

I •.
10 12 14 1e. 18 20
Orders

Turbulência do Fluxo
A turbulência do fluxo é devido a variações de pressão ou de
velocidade do ar quando passa pelo ventilador ou soprador.

Este fenómeno gera vibrações de baixa frequência aleatórias e


será tipicamente observado na gama de 50 a 2000 CPM.

Cavitação
A cavitação gera normalmente vibrações de alta frequência
aleatórias ou ruído. Esta condição é normalmente identificada
como um monte no espectro de vibrações.

Normalmente a cavitação indica uma pressão de sucção


insuficiente ou starvation (pressão de admissão baixa). Se
ouvirmos a forma de onda, o som é parecído como se houvesse
gravilha dentro da bomba.
O sinal em tempo é uma ferramenta de análise muito útíl, já que
as explosões de energia a altas frequências são claramente
visíveis. Contudo, é possível que sejam necessários dados com

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítu o 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 235
Manual do Curso

maior tempo de aquisição (Le. Sinal em tempo maior) do que


aqueles que normaimente são recolhidos.

Caso de Estudo
Uma bomba centrífuga, com 6 pás no impulsor, é accionada por
um motor eléctrico com 20Cv. Esta máquina faz parte de um
sistema de evaporação, que ferve a água para a retirar do licor,
numa fábrica de papel.
Se observarmos os dados da bomba, com 3200 linhas de
resolução, obtidos segundo a direcção horizontal, verificamos no
sinal em tempo a existência de impactos com muita energia e de
montes no espectro. Poderão ser também visíveis a excitação de
ressonâncias.

Mas, vamos levar a nossa análise um pouco mais à frente e, para


isso, observar os dados do espectro em G's (acentuar as
frequências mais altas) obtidos segundo a direcção vertical. Os
sinais de existência de cavitação são ainda mais evidentes.

info@mobiusinstitute.org Copyright (I) 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 236 Capítulo 7- Diagnástico de Avarias em Máquinas
ivíanual do Lurso

Avarias em Bombas
Até agora já foram abordadas muitas situações relacionadas com
bombas, no entanto, nesta secção vamos rever alguns conceitos
específicos relacionados com tipos de bombas comuns.
Existe um número variado de tipos de bombas usados
normalmente e as suas assinaturas vibratórias variam largamente.
Quando monitorizamos as vibrações em bombas é importante que
as condições de operação sejam mantidas de um teste para o
teste seguinte, de modo a garantir a consistência dos padrões de
vibração. Pressão de sucção, pressão de descarga e especialmente
a indução de ar e a cavitação vão afectar muito os padrões de
vibração.

Bombas Centrífugas
As bombas centrífugas têm sempre uma componente de vibração
dominante à frequência de passagem de pás, a qual é igual ao
número de pás vezes a velocidade. Se a amplitude dessa
frequência aumentar significativamente, significa que poderá
existir um problema interno, como por exemplo, a erosão do
impulsor, um problema relacionado com o fluxo ou possivelmente
um desalinhamento. Neste tipo de bombas também é comum a
visualização de harmónicas da frequência de passagem de pás.

Vane pass

PV 2PV
1X

1 I
8 10 12 14 15 18 20
Orders

Bombas de Carretos
As bombas de carretos são normalmente usadas para bombear o
óleo de lubrificação e normalmente apresentam uma forte
componente de vibração à frequência de engrenamento dos
dentes, a qual é calculada pelo número de dentes vezes a
velocidade do veio do engrenamento.

Esta componente será altamente dependente da pressão de saída


da bomba. Se a amplitude da frequência de engrenamento dos
ínfo@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítuto 7 Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 237
Manual do Curso

dentes aiterar significativamente, como por exemplo o


aparecimento repentino de harmónicas ou bandas laterais no
espectro de vibração, isso poderá indicar um dente partido ou um
dente com anomalia.

Outros Tipos de Bombas


A maioria das bombas gera no espectro um pico à frequência do
número de elementos rotativos (pás, carretos, parafuso, etc.)
vezes a velocidade de rotação da bomba. Quando as amplitudes
aumentam e quando as harmónicas e bandas laterais a lx
aparecem, saberemos que existirá um problema de desgaste ou
um problema de fluxo/hidráulico.

1 1 1 I
12 14 16 18 20
Orders

Avarias em Ventiladores
A maior parte dos ventiladores ou são do tipo de hélice de fluxo
axial ou são centrífugos. Os ventiladores são propícios a acumular
resíduos nas suas pás, especialmente quando transportam ar com
partículas ou gás. Esta situação causa desequilíbrio e deverá ser
corrigido assim que for diagnosticado.

Ventiladores em Consola
Se o ventilador for de consola, o que é muito comum, então a
amplitude de vibração a 1X também será segundo a direcção axial.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstítute.org


Document ID: TCM 220405
Página 238 Capítulo 7— Diagnástico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

No caso de alguma das pás deformar-se, apresentar fissuras ou


partir-se, a amplitude da frequência de passagem de pás
aumentará e se a situação for relativa a muitas pás, então
aparecerão bandas laterais a 1X à volta da frequência de
passagem de pás.
Se existir um problema de folgas de tolerância, serão também
visualizadas harmónicas da frequência de passagem de pás.

I • I • I
10 12 14 16 18 20
Orders

Ventiladores Centrífugos
Um problema comum em ventiladores centrífugos é a irregular
distribuição da velocidade do ar de alimentação através da
entrada, o que causa o aumento dos níveis de vibração à razão da
passagem das pás. Se o ventilador estiver desequilibrado e, no
caso de ser um ventilador em consola, o pico de vibração a 1X
com amplitude elevada aparecerá na direcção axial, bem como,
nas duas direcções radiais.

. I • I 1
4 6 6 10 12 14 16 18 2
Order

Pás defeituosas podem também gerar bandas laterais a lx à voita


da frequência de passagem de pás.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstítute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 7 Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 239
Manuaí do Curso

Sugere-se que os testes sejam realizados com os registos


completamente abertos, de modo a que o fluxo de ar não seja
restringído. Não esquecer que temos sempre que assegurar que as
condições dos testes têm que ser repetitivas, já que alterações no
fluxo de ar implicam alterações nas medições de vibração.

Com pressores Centrífugos


Compressores centrífugos geram espectros idênticos aos
ventiladores centrífugos, pelo que a frequência de passagem de
pás será dominante.
CV = Número de Pás x RPM do Veio

Centrifugal compressor

10 12 14 16 18 20
Orders

Desgaste no Compressor Centrífugo


Pás danificadas ou corroídas causam o aumento dos níveis de
vibração à frequência de passagem das pás e, normalmente,
produzem bandas laterais a 1X à volta dessa frequência.

Centrifugal compressor wear

Oscilações repentinas (Surge) em Compressores


Centrífugos
A oscilação repentina (surge) em compressores é um problema
dinâmico do fluído na saída do compressor, a qual, normaimente
cria vibrações abaixo da frequência a 1X. Esta condição é
normalmente originada pela ínadequada pressão de saída.

infornohiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 240 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
tvtanuai do Cu~

Centrifugal compressor surge

Máquinas Recíprocas
Os tipos de máquinas recíprocas mais comuns são as bombas de
êmbolos, compressores e máquinas de combustão interna.
Se analisarmos o movimento do êmbolo veríficamos que existem
dois movimentos distintos, como tal, é muitas vezes identificado o
pico a 2X no espectro.

Motores a Quatro Tempos


Se tivermos um motor a quarto tempos, então dá-se a explosão
em cada duas voitas, o que produz um espectro com um pico forte
a 0,5X.

Motores a Dois Tempos


No caso de motores a dois tempos, como são muitos motores
Diesel, a máquina tem a explosão em cada volta. Como tal, é
possível observar um pico forte a lx.

Two-stroke engines

1X

11 I

Orders

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 7 - Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 241
Manual do Curso

Os níveis de vibração em máquinas recíprocas é normaimente


muito elevado, pelo que não deveremos entrar em pânico mas sim
comparar os valores obtidos com as medições anteriores.
É essencial que os testes sejam realizados nas mesmas condições
de operação, porque, por exemplo, nos motores Diesel as
variações de carga podem gerar padrões muito diferentes.
Bombas de Êmbolos de Deslocamento Variável
As bombas de êmbolos de deslocamento variável são muito mais
suaves que os compressores e podem ser bem controladas pela
análise de vibrações. Se as harmónicas da razão do pistão estão
presentes no espectro com níveis significativos, então essa
condição indica normalmente um problema de ligação do
deslocamento do pistão. Um elevado impulso à frequência do
êmbolo poderá indicar pontos de desgaste no prato de agitação.

Avarias em Motores Eléctricos


Vamos agora abordar as avarias associadas a motores eléctricos
de indução e síncronos AC, bem como as avarias de motores DC.
Normalmente, os motores eléctricos sofrem de problemas de
desequilíbrio ou de desalinhamento, como qualquer outra máquina
rotativa. Contudo, nesta secção vamos analisar as suas
propriedades eléctricas e as avarias associadas a essas
propriedades.

Existem dois tipos de motores AC, o motor síncrono e o motor de


indução, os quais, podem ser alimentados por uma única fase, ou
por corrente trifásica. Nas aplicações industriais os motores
trifásicos são de longe o tipo de motores mais comum, o que é
devido à sua elevada eficiência.
O estator do motor AC contém um
número de enrolamentos nas s/ots do
Stator estator. Existem muitas mais s/ots do
Windings que enrolamentos, então esses
enrolamentos são entrelaçados de uma
3-phase forma muito complexa.
AC Line
Quando os enrolamentos são
energizados, um campo magnético de
Magnetic field
rotação é criado no interior do estator.
A velocidade de rotação é dependente
do número de enrolamentos ou do
número de pólos.
Um motor trifásico com três enrolamentos forma dois pólos
magnéticos devido à acção da corrente que tem 120 0 de
desfasamento.
Com a frequência da rede eléctrica de 50Hz e dois pólos no
estator, a razão de rotação do campo é de 50 ciclos por segundo
ou 3000 RPM. No caso do motor ter 4 pólos (6 enrolamentos) o
campo roda 1500 RPM, e por aí em diante.
Claro que nos países com a frequência da rede eléctrica de 60 HZ
as velocidades de rotação serão diferentes (2 pólos - 3600 RPM; 4
pólos 1800 RPM).

info@mobiusinstitute.org Copyright @ 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Págína 242 Capítuto 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Martuaí do Curso

Motores Síncronos
Se um rotor, que esteja
permanentemente magnetizado, for
colocado no interior do estator, será
arrastado rotativamente pela atracção
magnética e à velocidade do campo
giratórío. A isto chamamos velocidade
síncrona e a este arranjo chamamos
motor síncrono.

Motores de Indução
Os motores de indução são diferentes dos motores síncronos
porque o rotor não se encontra permanentemente magnetizado,
mas sim um tipo de electroíman. O rotor tem diversas barras
montadas em ranhuras e dispostas ao longo do seu comprimento e
espaçadas uniformemente à volta da sua periferia. As barras
encontram-se todas ligadas umas às
outras por anéis soldados que se Stator

encontram nas extremidades do rotor. Air gap

Este arranjo faz lembrar a forma de uma


gaiola rotativa utilizada para exercitar
anímais de estímação, e como tal, muitas
Rotor bar
vezes é chamado de "Gaiola de Esquilo", e
os motores de indução são então Rotor
chamados motores de gaiola de esquilo.
Vamos agora, de forma simplificada, descrever o modo como um
motor de indução funciona, de modo a que possamos entender
alguns termos como frequência de escorregamento, velocidade
síncrona, entre outros (descrição por cortesia da Glenn White).
Cada par de barras é na verdade curto circuitado. O rotor torna-se
magnetizado devido à acção do campo magnético rotativo do
estator. À medida que o campo se movimenta circularmente pelas
barras do rotor, o campo magnético dinâmico induz correntes
elevadas nele próprio, as quaís vão gerar o seu campo magnético.
A polaridade do campo magnético induzido no rotor é tal que
repele o campo do estator que o criou, e esta repulsão resulta num
binário no rotor que provoca a sua rotação.
Dado que o motor de indução trabalha através de uma repulsão
magnética, em vez de numa atracção como no motor síncrono, foi
sempre chamado de Motor de repulsão indutivo.
Se não existir fricção no sistema, o rotor rodará à velocidade
síncrona, contudo, dessa forma o movimento relativo do motor
não produziria binário útil. Nestas condições não existiria
movimento relativo entre as barras do rotor e o campo rotativo do
estator e não seria induzida nenhuma corrente neles.
Quando fosse aplicada qualquer carga ao motor, a velocidade
diminuía o que causava que as barras do rotor cortassem as linhas
de força magnética do campo do estator e criassem uma força de
repulsão no rotor. O campo magnético induzido no rotor migrava à
volta e em direcção contrária à rotação, sendo a velocídade desta
migração dependente da carga aplicada. Isto signífica que a RPM
será sempre inferior à velocidade síncrona.
À diferença entre a velocidade real e a velocidade síncrona
chama-se escorregamento. Quanto maior o escorregamento, maior
info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 243
Manual do Curso

será a corrente induzida nas barras do rotor e maior será o binário


de saída. A corrente nos enrolamentos do estator também
aumenta de modo a criar maiores correntes nas barras do rotor.
Por estas razões é que a velocidade real de um motor de indução é
sempre dependente da carga.

Fontes de Vibração em Motores Eléctricos


Nos motores eléctricos a segunda harmónica da frequência da rede
(100 Hz ou 120 Hz) é sempre uma componente de vibração
medida. A atracção entre o estator e o rotor varia a esta razão e o
próprio ferro varia um pouco de dimensões na presença da
variação do campo magnético, a qual é devida a "magnetostrição".
Magnetostrição é a deformação do material magnético na presença
do campo magnético e causa vibrações a 100 Hz ou a 120 Hz em
todos os equipamentos eléctricos, sejam motores, geradores ou
transformadores.

Nos motores eléctricos existe uma atracção magnética entre o


estator e o rotor que varia a 100 ou a 120 Hz, o que origina que o
estator também vibre a 100 ou a 120 Hz.
Em motores de dois pólos (velocidade síncrona 3000 CPM ou 3600
CPM) é muitas vezes difícil distinguir o pico a 100 ou a 120 Hz
(dobro da frequência da rede eléctrica) do pico relativo à segunda
harmónica da velocidade de rotação.
Esta é mais uma razão para recolhermos espectros com maior
resolução.

Um teste que se pode realizar, de modo a determinar a presença


do pico a 2X em vez de 100 ou 200HZ, é realizar a medição
enquanto o motor está em funcionamento e depois cortar a
alimentação. O pico a 100 ou a 200 Hz desaparecerá de imediato,
enquanto o pico a 2X permanecerá (enquanto o motor diminui a
velocidade).

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 244 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

Problemas no Estator
Os problemas no estator geram elevadas vibrações à segunda
harmónica da frequência da rede eléctrica (100 ou 200 Hz). A
excentricidade do estator produz um entre-ferro estacionário
desigual entre o rotor e o estator a qual produz uma fonte de
vibração muito direccional.

Stator eccentricity, loose iron


or shorted laminations
711■111.

2xLF
lx
2X

LF = Une Frequency = 50 or 60 Flz Orders

Pata-coxa
A pata-coxa ou bases deformadas podem originar um estator
excêntrico. Alternando a tensão dos pernos de fixação do motor,
ou reparando a fundação deverá resolver o problema.

Rotores Excêntricos
Os rotores excêntricos produzem uma variação do entre-ferro
rotativa entre o rotor e o estator, o qual induz uma fonte de
vibração pulsatória. Mais uma vez vamos observar a componente a
duas vezes a frequência da rede eléctrica, no entanto, neste caso
haverá bandas laterais à frequência de passagem dos pólos à volta
desta frequência, bem como, da frequência a 1X.

Eccent ic rotor

2xLF
lx 2X ed
PPF
PPF IPPF
111 1 III # #
.--
,
4
PPF = Pote Pass Frequency Orders

A frequência de passagem dos pólos é a frequência de


escorregamento vezes o número de pólos. A frequência de
escorregamento é igual à diferença entre a velocidade real e a
velocidade síncrona.
Dado que a frequência de escorregamento é bastante pequena, a
frequência de passagem dos pólos será consequentemente
pequena. Como tal, precisamos de uma medição de elevada
resolução para identificar as bandas laterais.

Problemas no Rotor
Barras do rotor partidas, fissuradas ou corroídas são avarias muito
comuns nos motores de indução, especialmente em motores que
arrancam e param muitas vezes em carga. A corrente no arranque
é muito superior à corrente em funcionamento, colocando uma
tensão nas barras do rotor que causam o seu aquecimento.

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 245
Manual do Curso

Rotor Curvado
O aquecimento desigual no rotor devido a desequilíbrio de
distribuição de correntes nas barras do rotor provoca que o mesmo
se deforme ou curve, resultando numa condição de desequilíbrio
com todos os sintomas habituais. Pode ser detectado pelo facto de
desaparecer quando o motor está frio. Nos motores o aquecimento
local pode ser tão severo que as barras do rotor em questão
podem fundir-se e alojar-se no entre-ferro.

Barras do Rotor Fissuradas


Um rotor com barras fissuradas gera num espectro de vibração a
frequência a 1X e correspondentes harmónicas (2X, 3X, etc.) com
bandas laterais à frequência de passagem dos pólos. Por vezes
observam-se espectros muito preenchidos com harmónicas da
frequência a 1X, cada uma com "saias" que não são mais do que
as bandas laterais à frequência de passagem dos pólos.

Broken/cracked rotor bars

PPF = Pote Pass Frequency Orders

Um motor de indução com barras defeituosas gera uma assinatura


de vibração que varia suavemente em amplitude para cima e para
baixo ao dobro da frequência de escorregamento. A este fenómeno
chama-se batimento e pode muitas vezes ser ouvido e medido. A
amplitude e a frequência dos batimentos são dependentes da
carga no motor (porque a carga afecta a frequência de
escorregamento).

Barras do Rotor Soltas


Se existirem barras do rotor soltas haverá um píco à frequência de
passagem de barras do rotor (RBF = número de barras do rotor
vezes RPM), com bandas laterais ao dobro da frequêncía da rede
eléctrica (100 ou 120 Hz). Mesmo que não tenhamos
conhecimento do número de barras do rotor, se observarmos no
espectro uma frequência elevada com bandas laterais ao dobro da
frequência da rede eléctrica, podemos de aiguma forma estar
confiantes que esta avaria existe.

Rotor Solto
Por vezes o rotor pode rodar no veio, normalmente de uma forma
intermitente dependente da temperatura, o que causa uma
info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 246 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

vibração severa à componente a 1X e correspondentes


harmónicas. Alterações de carga ou de tensão abruptas podem
induzir esta condição.

Loose rotor on the shaft

Enrolamentos do Estator Soltos


Se os enrolamentos eléctricos do estator do motor encontrarem-se
um pouco soltos os níveis de vibração ao dobro da frequência da
rede eléctrica aumentarão. Esta condição é muito destrutiva
porque desgasta o isolamento dos fios, causando curto-circuitos e
consequentemente a avaria do estator.

Loose stator windings

2xLF
lx

• 4 I • •
2 4 5
LF = Line Frequency = 50 or 60 Hz Orders

Problemas de Laminação
O rotor e o estator de motores AC são feitos de laminações muíto
finas e estão isoladas entre si. Se as laminações estiverem em
contacto umas com as outras, ocorrerá um aquecimento local o
que resulta num empeno térmico.
Para além disso, esta condição origina níveis elevados do pico ao
dobro da frequência da rede eléctrica e devido ao empeno o nível
da frequêncía a 1X aumentará com a presença de bandas laterais
à frequência de passagem dos pólos.

Shorted laminations

Ligações Soltas
Problemas de fase, devido a ligações soltas, podem originar
vibrações excessivas ao dobro da frequência da rede eléctrica (100
ou 120 Hz), com bandas laterais a 1/3 da frequência da rede (33
ou 40 Hz).

info@mobiusinstitute.org Copyright (i) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 247
Manual do Curso

Loose connector (phasing)

Medição de Correntes em Motores


Um teste, que se tornou muito comum para verificar a condição
das barras do rotor, é a medição da corrente no motor (para o
efeito basta medir apenas uma fase) através da criação de um
espectro de elevada resolução. Para a realização do teste é
necessária uma pinça amperimétrica, na qual a saída é ligada ao
colector de dados (ou analisador em frequência) como sempre é
feito (o manual deverá ser consultado de modo a configurar
adequadamente o colector).
O nosso objectivo é a comparação do nível de amplitude dos picos
das bandas laterais a duas vezes a frequência de escorregamento,
com o nível de amplitude da frequência da rede eléctrica (atenção
que não é a segunda harmónica da frequência da rede eléctrica).

Motor current measure et t


LF
2xSlip

e í 714. E

50 Hz or 60 Hz

Deve-se portanto recolher uma medição com 1600 linhas e com


uma gama de frequência de 10 Hz acima da frequência da rede
eléctrica (i.e. 60 Hz ou 70 Hz). Uma medição ainda melhor é
realizar uma medição com zoom, centrada à frequência da rede
eléctrica (40 Hz a 60 Hz, ou 50 Hz a 70 Hz), a qual proporcionará
a melhor resolução.
Por exemplo, se a velocidade síncrona era de 1500 RPM, e a
velocidade real fosse de 1460 RPM, a frequência de
escorregamento seria de 40 CPM ou 0,667 Hz. Neste exemplo,
analisávamos os picos a 50 Hz, 48,666 Hz e a 51,334 Hz.

Motor current measurement


60 Hz

)11. 63 Hz 61.a34 Hz

Se as bandas laterais encontrarem-se 55 a 60 dB abaixo do pico à


frequência da rede as barras do rotor são consideradas boas, no
info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Página 248 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai do Curso

entanto, se as bandas laterais aumentarem 40 dB abaixo do pico à


frequência da rede eléctrica isto indica que as barras do rotor
estão defeituosas. Caso seja conhecido o número de barras no
rotor, é possível calibrar um sistema como este para relacionar o
número real de barras abertas com o nível das bandas laterais.

Avarias em Turbinas a Vapor e a Gás


A análise de turbinas a vapor ou de turbinas a gás é
fundamentalmente a mesma, contudo, as turbinas a gás têm uma
câmara de combustão que gera um ruído de banda larga em
vibrações.
Embora, os acelerómetros standards possam ser usados nas
chumaceiras dos rolamentos das turbinas, o transdutor de medição
mais comum é o transdutor de deslocamento (sondas de
proximidade ou sondas sem contacto de correntes de eddy).
A análise do espectro e do sinal em tempo podem ser realizadas
através do sinal em deslocamento, nos quais podemos tentar
identificar as componentes elevadas a 1X e a 2X para diagnosticar
desequilíbrio e desalinhamento, tal como foi previamente
abordado.

Avarias nas Pás


Por vezes as turbinas exibem um pico predominante à razão das
pás (número de pás da turbina vezes a velocidade do veio).
A amplitude da vibração é dependente da geometria interna,
sendo que, a mesma poderá variar devido a fissuras, empenos ou
pás corroídas, o que causa o aumento da amplitude do pico
relativo à frequência de passagem de pás no espectro de vibração.

Turbine blade damage


• 11

BP

J 110
• 1 •g•
14 16 18 20
Orders

Dado o grande número de pás, a frequência será muito elevada e


podem existir, com muita frequência, múltiplos patamares de pás.
No caso do desgaste das pás da turbina não ser uniforme ou se
uma parte do rotor estiver danificada, como por exemplo uma pá
partida, a componente de passagem de pás será modulada pela

infoeumobiusinstitute.org Copyright () 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Díagnóstico de Avarias em Máquinas Página 249
Manual do Curso

velocidade do veio ou pelo número de injectores na turbina vezes


a velocidade de rotação, o que gera bandas laterais no espectro.

16 13 20
Orders

Chumaceiras de Atrito
Considera-se que as turbinas utilizam chumaceiras de atrito
(chumaceiras de metal antí-fricção), as condições de avaria Oil
Whirl e Oil Whip, abordadas anteriormente, devem ser avaliadas
quando se analisam os dados.
A visualização mais comum dos dados medidos para analisar
turbinas grandes é a órbita. Duas sondas de proximidade são
ínstaladas a 90 graus uma da outra e os dois sinais são medidos
em simultâneo e apresentados em gráfico no formato de "x vs y".
A órbita indica o movimento do centro do veio dentro da
chumaceira de atrito.
Vamos agora apresentar algumas órbitas típicas para condições de
avaria. Esta apresentação é do nosso interesse e serve como
introdução para este assunto.

Órbitas - Desequilíbrio
O desequilíbrio gera uma órbita circular. Se a rigidez na vertical e
na horizontal forem iguais, obteríamos um círculo perfeito. Na
maioria dos casos a órbita e ligeiramente elíptica.

Órbita - Desalinhamento
O desalinhamento gera órbítas com a forma mais elíptica. A
mudança de fase e a frequência a 2X provocam a forma elíptica.
Não esquecer no entanto que existe a possibilidade de outras
fontes a elevadas frequências.

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinsitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 250 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
ívianual do Curso

Órbitas — Oil Whirl


A condição de Oil Whirl abordada anteriormente poderá também
ser detectada pela visualização da órbita. Como tal, é expectável
obter uma componente de vibração entre 42% - 48% da
velocidade do veio que cria uma volta dentro de uma volta maior.

ffil
menZII
u" B
ill1111111111111111~111110t:11
11=111~W~ffill

As componentes de frequência de meias ordens são geradas como


resultado de fricção do veio. As folgas também criam a segunda
volta, no entanto, enquanto a segunda volta devido a Oil Whirl
parece mover-se à volta da órbíta, as folgas e fricções originam
uma segunda volta estacionária.
Existem outras condições de avaria que podem ser detectadas
através da órbita, incluindo, fricções ou atritos, folgas,
ressonâncias (durante os teste de arranque).

Análise de Cabcas de Engrenagens


Quando abordámos as frequências características, analisámos as
caixas de engrenagens com algum detalhe. Existem três
frequências chaves envolvidas, a frequência relativa à velocidade
de entrada, a frequência de engrenamento (número de dentes
vezes a velocidade de rotação) e a frequência relativa à velocidade
de saída.
Freq. Engrenamento = Número de dentes x Velocidade
do veío
Velocidade de Saída = Velocidade de entrada x Número
de dentes do veio de entrada / Número de dentes do
veio de saída

info@mobiusinstitute.org Copyright @ 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 7 Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 251
Manual do Curso
Quando a caixa de engrenagens tem dois ou mais andares (ou
engrenamentos para ser mais preciso) os cálculos para as
frequências características tornam-se mais desafiantes (já que
existe um maior número de velocidades de veios e múltiplas
frequências de engrenamento) e como tal torna-se mais difícil
relacionar os aumentos dos níveis com avarias específicas.
Normalmente observamos picos à velocidade dos diferentes veios
e à frequência de engrenamento, contudo os níveis serão baixos.
Poderão também existir o pico a 2X e possivelmente bandas
laterais à frequência da velocidade do veio à volta da frequência de
engrenamento.

Gears

Ii
O
2X

4
lXp

Xp = Pinion
a

';--3
GM

12 24 32 3:r3 40
Orders

Estas frequências serão mais dominantes na direcção radial para


engrenagens de dentes direitos e na direcção axial para
engrenagens helicoidais.
O sinal em tempo é uma ferramenta muito ponderosa quando se
pretende analisar medições de caixas de engrenagens. Por cada
engrenamento do dente é possível observar um impulso no sinal
em tempo. Inclusivamente é possível contar os dentes através da
análise da forma de onda. Dependendo da natureza da avaria é
possível identificar um dos impactos/impulsos por cada cicio que
poderão ter amplitudes maiores ou menores (se falhar o
engrenamento).

Neste exemplo (máquina de teste) é possível identificar


claramente os impulsos, devido ao desalinhamento das
engrenagens. Cada impuiso está relacionado com o contacto entre
dois dentes e podemos verificar o ciclo correspondente a uma volta
completa do veio.

info©mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 252 Capítuto 7— Diagnéstico de Avarias em Máquinas
Manual do Curso

A média síncrona com o tempo (TSA - Time synchronous Médias) é


normalmente usada quando se tenta diagnosticar avarias em
engrenagens. A TSA calculará a média e retírará todas as fontes
de vibração que não são síncronas com o impulso tacométrico, que
é obtido do veio com a engrenagem de interesse.
Isto significa que vibrações com origem em rolamentos, motor,
ressonâncias, etc., são removidas, obtendo-se desta forma um
sinal em tempo límpo. Os ensaios por TSA consomem muito
tempo, quer pelo número de médias necessárias, quer pelo tempo
necessário para a configuração do sistema. No entanto os
resultados obtidos valem o esforço empregue.

Detecção de Desgaste no Dente


Quando os dentes de uma engrenagem começam a desgastar
acontecem duas coisas. A primeira é que as amplitudes das
bandas laterais vão aumentar, dado que, as bandas laterais
correspondem à velocidade do engrenamento em desgaste.

Gears: To th wear

Gnf
lXp "
X 2GM
-

0 4 10 20 2 ,4 '8
'7

Gnf = Gear natural frequency Orde

A segunda coisa que ocorre é que a frequência natural do


engrenamento é excitada. Este pico também irá exibir bandas
laterais, e como qualquer ressonância, parece que tem uma base
mais larga.

Carga no Dente
A amplítude da frequência de engrenamento é dependente do
alinhamento dos veios com engrenagens, bem como, da carga no
engrenamento. Um pico elevado à frequência de engrenamento
não indica necessariamente a existência de um problema.

info@mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 253
Manual do Curso

Gears: Tooth load

GM
1X ixp
2X
2GM 3GM

4 24 28 32 32 40
Xp = Pinion Orders

Folgas na Engrenagem e Engrenagens Excêntricas


As folgas em engrenagens geram também a frequência de
engrenamento com bandas laterais à frequência da velocidade do
veio. Muitas vezes, quando existe um problema os picos à
frequência de engrenamento, e à frequência natural da
engrenagem, decrescem com o aumento de carga.

GM = Gearmesh frequency

Para engrenagens excêntricas como para engrenagens com veios


empenados, vamos observar mais uma vez bandas laterais à
frequência de funcionamento do veio (da engrenagem com
problemas) à volta da frequência de engrenamento. No entanto,
por vezes apenas se consegue observar uma única banda lateral
em vez de uma família completa.

Engrenagens Desalinhadas
Engrenagens desalinhadas geram também frequências de
engrenamento elevadas com bandas laterais. No entanto, é
comum observar-se algumas harmónicas da frequência de
engrenamento, das quais a segunda e terceira harmónicas
apresentam níveis mais elevados. Portanto, é importante
configurar a nossa gama de frequências (Fmax) de modo a que as
nossas frequências de interesse estejam contidas nessa banda.

Gears: Misalignment

2GM

1 1
O 4 ;J 20 24 28 32 3e; 40
Xp = Pinion orders

Um Exemplo
Neste teste forçámos o desalinhamento entre engrenagens. É
possível observar na forma de onda o desgaste desigual e, como

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 254 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai do Curso

esperado, é possível identificar a frequência de engrenamento com


bandas laterais à frequência de funcionamento do veio.

Se realizarmos um zoom na frequência de engrenamento podemos


verificar claramente as bandas laterais a 1X.

0.08
0.07 Gear rotation speed

0.04
E O 03
0.02 '
0.01
0. '
8

Se retirarmos o zoom é possível identificar as harmónicas da


frequência de engrenamento. Neste exemplo em particular
(máquina de teste) torna-se ainda mais claro se não integrarmos e
se utilizarmos a escala logarítmica. Os dados apresentados são
oriundos da direcção axial.

Dente Partido ou Fissurado


Um dente partido ou fissurado vai gerar picos com amplitudes
elevadas à frequência de funcionamento dessa engrenagem e
excítarão a frequência natural do engrenamento. Serão ainda
identificadas frequências com bandas laterais à frequência de
funcionamento da engrenagem de interesse.
Contudo, a melhor forma para detector dentes partídos ou
fissurados é através do sinal em tempo. Se existirem doze dentes,
um dos 12 ímpulsos na forma de onda será muito diferente dos
outros impulsos. É claro que a diferença de tempo entre cada
impulso será igual ao período da velocidade de rotação dessa
engrenagem (o dente engrenará uma vez por cada rotação).

info©mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 255
Manual do Curso

Gears: Cracked or broken tooth

b 2I0
Orders

A chamada "frequência de caçada do dente" "huntíng tooth


frequency" é a razão em que um dente de uma engrenagem
emparelha com um dente em particular da outra engrenagem. Se
a razão de engrenamento for um número inteiro como 1, 2, ou 3,
a frequência de caçada do dente será a velocidade da engrenagem
maior e os mesmos dentes entrarão em contacto uma vez por
cada rotação. Esta condição causa um desgaste desigual nas
engrenagens, e um'pequeno defeito num dente irá repetidamente
encontrar-se com um mesmo dente da outra engrenagem
causando desgaste localizado nos dois dentes.
Por esta razão as caixas de engrenagens não são fabricadas com
razões de engrenamento inteiras, a não ser que seja
absolutamente necessário. Idealmente a frequência de caçada do
dente deverá ser tão baixa quanto possível para que o desgaste
seja distribuído uniformemente nas duas engrenagens. Face ao
exposto, o número de dentes em cada engrenagem deverá ser um
número primo.
Na prática a frequência de caçada do dente é usada para detectar
falhas em ambas as engrenagens (pinhão e roda) que possam ter
ocorrido durante o processo de fabricação ou como resultado de
mau manuseamento. É normalmente uma frequência baixa e
pode-se ouvir um "rosnar" da caixa de engrenagens.

A frequência de caçada do dente de um par de engrenagens é a


frequência de engrenamento dividida pelo menor múltiplo comum
dos números de dentes das duas engrenagens. O menor múltiplo
comum é normaimente o produto entre o número de dentes.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 256 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuai do Curso

Avarias em Uniões de Acoplamento


Existem uniões de acoplamentos de diversos tipos e configurações
e as avarias causam sintomas idênticos ao desalinhamento.
Frequentemente, as avarias em acoplamentos criam componentes
de vibração a 1X tal como um desalinhamento faz.
Se o acoplamento não for verdadeiro, isto é, se não tiver as faces
das flanges paralelas, o padrão de vibração idêntico ao
desalinhamento é produzido.

“4.3 ipling (..non iiIc

lx
2X

O desequilíbrio em acoplamentos é também um problema muito


comum e resulta em elevadas amplitudes das componentes radiais
a 1X e a 2X.

O desgaste nos acoplamentos podem originar sintomas de


desalinhamento e de folgas.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 257
Manual do Curso

Avarias em Correias de Transmissão


As correias de transmissão são um modo de transmissão de
potência muito comum e barato. Contudo, são muito propícias a
muitos problemas: desgaste, desalinhamento, tensão inadequada
e ressonância da correia.
Tal como foi abordado, na secção da análise de vibrações, é
possível calcular a segunda velocidade através da razão dos
diâmetros das polias.

Driving RPM x Driving Sheave Diameter


Driven RPM =
Driven Sheave Diameter
No entanto, devemos ter em atenção que, com o desgaste da
correia e dependendo da tensão, esta razão de velocidade alterar-
se-á. Face ao exposto, este cálculo não é exacto e não
permanecerá constante (tal como é difícil ser muito preciso nas
medições de comprimento).
A primeira frequência característica é conhecida por "razão das
correias de transmissão" ou por "frequência fundamental de
passagem das correias". É a razão entre um ponto numa correia
passa e um ponto de referência fixo. È sempre menor que a
velocidade de qualquer umas das polias.
A frequência de passagem das correias é calculada por:

PI x Sheave RPM x Sheave Diameter


Belt Freq =
Belt Length

Where PI = 3.1416

Para correias dentadas existe uma segunda frequência


característica que temos que ter em consideração, que é conhecida
por "Frequência das correias dentadas".

Freq. Correias dentadas = Freq. correias x # Dentes da correia


OU

Freq. Correias dentadas = RPM da Polia x # Dentes da Polia

Correias Desgastadas
Se uma correia está solta ou desgastada vamos identificar um pico
à frequência de passagem das correias (2BR) e as suas
harmónicas, com a segunda harmónica de maior amplitude
(quando existem duas polias).

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 258 Capítuto 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
rianuai do curso

BR = elt rate frequency

Exemplo
Este exemplo é da máquina de teste do iLearnHandsOn.
Estragámos suavemente a correia de modo a induzir uma avaria.
Sempre que a avaria bate na polia um impulso é observado na
forma de onda.
A natureza transiente do ímpulso gera muitas harmónicas no
espectro. Tanto os impulsos no sinal em tempo, como as
harmónicas no espectro, podem ser claramente identificadas.

Polias Excêntricas
As polias excêntricas geram um forte píco à frequêncía de
funcionamento da polia, especialmente, segundo a direcção
paralela à correia. Esta condição é muito comum e imita o
desequilíbrio. Esta condição pode ser verificada através da
remoção das correias e realizando novamente a medição. A
componente de vibração a 1X de uma polía excêntrica pode ser
observada na outra polia.

info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 259
Manual do Curso

Em baixo encontra-se apresentado um diagrama de pormenor com


uma polia excêntrica:

Desalinhamento entre Polias


O desalinhamento entre polias pode também ser diagnosticado.

Offset or Angular
parallel

O desalinhamento em polias produz a componente de vibração a


1X elevada, predominantemente segundo a direcção axial. Por
vezes é possível observar as harmónicas da razão das correias
(frequência das correias) segundo a direcção axial.

Misaligned sheaves

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 260 Capítulo 7— Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manuaí do Curso

Ressonância das Correias


A ressonância em correias pode originar amplitudes elevadas, se a
frequência natural da correia coincidir com o a frequência de
funcionamento da polia de accionamento ou a polia de trabalho. A
frequência natural das correias pode ser alterada se alterarmos o
comprimento ou se alterarmos a tensão das correias.

Exemplo
Para este exemplo foi realizado um teste na máquina de testes da
correia, de modo a determinar as frequências de ressonância. Para
realizar isto foi necessário tocar na correia como se toca uma
guitarra (enquanto a máquina estava parada).

O sinal em tempo mostra quando é que a correia foi excitada e o


espectro exibe um pico em cada uma das frequências naturais
(730 CPM).
Se alterarmos para o modo logarítmico é possível identificar
ressonâncias adicionais, a 9050 CPM entre outras.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 7 — Diagnóstico de Avarias em Máquinas Página 261
Manual do Curso

Conclusão
Isto conclui a secção de diagnóstico.
É quase impossível podermos lembrar-nos de todos os factos e de
todas as figuras apresentadas nesta secção. No entanto, se
tentámos entender as razões existentes por detrás das técnicas de
diagnóstico, então aprendemos muito.
Não esquecer que podemos sempre voitar atrás para reavivar a
memória!

info©mobiusinstitute.org Copyright C) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Docurnent ID: TCM 220405
Página 262 Capítulo 7- Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Manual cio Lurso

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 8
Implementação de um Programa
de Monitorização com Êxito
Introdução
É agora tempo de consíderar como iremos pôr todo este novo
conhecimento em prática. Sabemos os princípios gerais de
vibrações, aprendemos como medir vibrações e como resolver
problemas. Mas, o que fazer agora?
Temos o nosso colector de dados e o software de monitorização da
condição prontos a funcionar. Mas, quais as máquinas que
devemos medir? Com que frequência as devemos medir? E o que
devemos fazer para garantir sucesso a longo prazo?
Teremos de tomar estas decisões e teremos de seguir de perto o
sucesso do nosso programa de monitorização de modo a ajustá-lo,
se necessário.

Realize um Levantamento da Fábrica


Em primeiro lugar, deverá distanciar-se um pouco e levar a cabo
uma revisão da sua maquinaria. Terá de ter em consideração
factores financeiros (fiabilidade, importâncía, redundância) e
questões de ordem prática (acessibilidades, localização, etc.).

Questões Financeiras
Nunca se esqueça que o que está a fazer tem de ser
economicamente justificável. Se o tempo e o esforço necessários
para monitorizar uma máquina não são justificáveis, então, não a
monitorize.
Terá de ter em consideração a história da máquina. Tem sido
fiável? Qual é que tem sido (qual é que será) o impacto das
avarias: paragem da máquina, avarias secundárias, necessidades
de mão-de-obra e de sobressalentes. Quais são os custos
envolvidos nas perdas de produção e na manutenção? Existe uma
unidade sobressalente?
Terá mesmo de realizar uma análise de risco. Essa análise irá
ajudá-lo a decidir o que será monitorizado, com que frequência e
com recurso a que tecnologia(s). Também o ajudará mais tarde
quando uma avaria for detectada: em que fase deverá a
intervenção de manutenção ser realizada?
O risco poderá varíar ao longo do ano. Em épocas de elevada
procura ou em alturas de condições atmosféricas adversas (o
Verão para máquínas de arrefecimento e o Inverno para a
Indústria produtora de energia, por exemplo), a frequência da
monitorização e o planeamento das acções de manutenção podem
ser alterados.
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org

Document ID: TCM 220405


Página 264 Capítulo 8 - Implementação de um Programa com Sucesso
Manual do Curso

Terá então de considerar as tecnologias necessárias à detecção de


potenciais problemas. Conseguirá ter sucesso com as vibrações?
Necessitará de incluir outras tecnologias: termografia, análise de
partículas de desgaste, etc.

Questões de Ordem Prática


Juntamente com qualquer tecnologia de monitorização, terá de
considerar questões de segurança e de ordem prática. Se tiver
uma instalação remota, equipamento localizado em ambientes
potencialmente perigosos ou chumaceiras inacessíveis, poderá ter
de instalar sensores permanentes ou mesmo, sistemas de
monitorização permanente.
Os sensores com montagem permanente numa máquina podem
ter fichas de ligação localizadas em locais de fácil acesso (de modo
a aceder com o colector de dados).

Quantas Máquinas Devemos Medir?


Após a realização de uma análise de risco e de um estudo de
viabilidade, deverá considerar de seguida uma série de questões
de ordem prática. Quando iniciamos um programa de
monitorização da condição é fácil ficarmos entusiasmados e tentar
monitorizar tudo, sendo isto um passo muito arriscado.
Deverá começar com um grupo de máquinas fácil de gerir. Não
deverá sobrecarregar-se de trabalho. Deverá certificar-se que vai
ter sucesso nesse grupo de máquinas, antes de adicionar novas
máquinas no seu programa.
Deverá também garantir que a Administração tem conhecimento
das máquinas que estão a ser monitorizadas. Depois de terem
investido algum dinheiro no sistema de monitorização, a
Administração poderá pensar que todas as máquinas se tornaram
imediatamente imunes a qualquer tipo de avarias. Terão uma
grande surpresa quando uma máquina avariar.
Deve definir objectivos realistas para si mesmo e certificar-se que
a sua Administração concorda com esses mesmo objectivos.

Conheça a sua Máquina


Agora que fez a selecção das suas máquinas, vai precisar de
compilar uma lista de detalhes fundamentais de cada uma das
máquinas. No mínimo, deverá saber o seguinte:
• Velocidades do veio.
• Potência do motor (hp ou kW) e número de barras no rotor.
• Número de dentes em cada engrenagem.
• O díâmetro de cada polia e a distância entre os respectivos
centros.
• O número de pás em cada bomba.
• O número de pás em cada turbina.
É também muito útil o conhecimento das características dos
rolamentos - as suas características dimensionais ou as
frequências características. Lembrem-se, no entanto, que é muitas
vezes óbvio quando um rolamento começa a degradar-se

into@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítuto 8 - Implementação de um Programa com Sucesso Página 265
Manua[ do Curso

(conforme referido anteriormente), pelo que não é essencial


conhecer todos os detalhes para ter sucesso.
Alguma desta informação, pode na realidade ser obtída a partir do
primeiro conjunto de medições espectrais. Se estiver a monitorizar
uma bomba e observar um pico elevado a 6X, então existem
grandes hipóteses do impulsor da bomba ter 6 pás.

ane rate peak

Condições de Teste Standard


Terá também de estabelecer condições de teste standard e
reprodutíveis. É muito importante que a máquina rode à mesma
velocidade (com uma variação percentual mínima) e à mesma
carga porque, quando comparar as medições, a única coisa que
queremos que mude entre os testes é a condição da máquina.

Onde Medir?
De seguida, vai precisar de um plano de monitorização. Terá de
decidir onde montar os sensores - a sua posição na máquina e os
eixos (vertical, horizontal e axial) a serem monitorizados.
O ideal seria a recolha de dados nos três eixos de cada
chumaceira. Poderá recolher os dados nos três eixos
simultaneamente com um sensor triaxial, se o seu colector de
dados o permitir; de outro modo, terá de medír em cada eixo e de
cada vez. Terá também de decidir qual a posição na máquina que
Ihe dará informações mais úteis.
As posições de monitorização na máquina têm de ser orientadas e
localizadas de acordo com as linhas de transmissão das forças
mais importantes, por exemplo, nas chumaceiras e caixas de
engrenagens devemos alinhar pelos rolamentos. Podemos instalar
acessórios de montagem especiais entre as aletas de
arrefecimento dos motores para montar o sensor.
Em máquinas orientadas horizontalmente, as medições são
normalmente realizadas no plano horizontal, com, pelo menos,
uma medição vertical em cada um dos componentes principais
(motor, bomba, ventilador, etc.). As medições axiais são
efectuadas nas posições de impulso; contudo, as forças axiais
transmitem-se normalmente de igual modo para as posições
comuns do veio.
Conforme referido anteriormente, deverá identificar claramente os
pontos de medição nas máquinas, de modo a minimizar os erros
de recolha de dados. O uso de discos de montagem e de etiquetas
de identificação (p.e. com códigos de barras) são uma excelente
solução e um bom ínvestimento.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 266 Capítulo 8 — Implementação de um Programa com Sucesso
Manuai do Curso

Guia de Medição e Análise de Vibrações


Deverá então criar um "guia de medição e análise de vibrações"
para cada máquina. Este deverá incluir a localização dos pontos de
medição, as frequências características (baseadas em detalhes
mecânicos) e um diagrama esquemático da máquina. Verificará
que estes guias são uma óptima fonte de referências.

MACHINE PLANT AREA


UNIT IdED AVERAGE S

TEST RPM d OPERATIffC- C ONDITIONS Variable Speed? YES NO


VERTICAL HORIZONTAL

Driver Iniemtediate Shaft leivert

RrisrensellEM_ SPEED RATIO


. . Ye5

Ornt: C—) Omi: Omt: (_)


Rmges: Low X Ceuplitg Type:

Mer" MEr:

Seia1 Seria1 tft" Sei.a1 ,


Model: Type: 1de del:
Type RPM: . TYP.:
RPM: Gear Mesh 1: RPM:

PassingElernents Passing Eternerds

Bars: Oser Idesh


Slets" ...........
Poles"
. . " . #Belts
.
Ofiter: tketrupling Elernents
Other" Other: Other:

COMMENTS

Sketch (includ€, mounting block loc s,directxn ofnotch, oriultAtions z+ndbenings )

O Que Medir?
Terá agora de decidir quais os dados a recolher. Na realidade, esta
questão encerra duas partes. Em primeiro lugar, terá de decidir o
tipo de medições (medições de níveis globais, espectros, etc.)e em
segundo lugar, quando necessário, as especificidades das
medições (gama de frequência, número de médias, etc.).
Cada porção de dados recolhidos necessitará de tempo para medir,
para armazenar, para analisar e para reportar. No entanto, no
início do seu programa é aconselhável ter informação a mais do
que informação a menos. Se chegar à conclusão de que alguns dos
dados não são úteis, poderá deixar de os recolher.
As opções óbvias a considerar são: medições de níveis globais
(normalmente de 10 Hz a 1.000 Hz), formas de onda de sinais
temporais, espectros, medições de rolamentos (BCS, spike energy,
HFD, etc.) e espectros desmodulados.
As medições de níveis globais podem ser úteis para a realização de
análises de tendência e para a comparação com tabelas de
Normas. Os níveis globais poderão auxiliá-lo a começar através de
um sistema de aviso básico, mas, a longo prazo, poderá concluir
que fornecem pouca informação.
info@mobiusinstitute.org Copyright (i) 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 8 — Implementação de um Programa com Sucesso Página 267
Manual do Curso

Os espectros de vibração devem ser recolhidos, no entanto, a


gama de frequência e a resolução deverão ser cuidadosamente
escolhidas. Recomenda-se que em primeiro lugar calcule as
frequências características (conforme descrito anteriormente) e
depois realize uma medição de teste com uma gama de
frequência, pelo menos, 30 % superior à frequência de ínteresse
mais elevada. Um exame desta medição poderá revelar
frequências importantes que devem ser monitorizadas
periodicamente.
Alguns colectores de dados permitem recolher automaticamente
duas medições com diferentes gamas de frequência, uma após a
outra. A maioria dos colectores de dados apenas suporta uma
gama de frequência (Fmax) por "ponto" na base de dados.
Se forem possíveís duas gamas de frequência, a medíção de
"gama baixa" deverá normalmente ser configurada para 10 vezes
a velocidade de rotação e a medição de "gama alta" para 100
vezes a velocidade de rotação. A gama baixa terá excelente
resolução nas frequências comuns 1X, 2X, passagem de pás e
rolamentos de primeira ordem. A gama alta é usada para
harmónicas de rolamentos, múltiplos de passagem de pás,
frequências de engrenamento e outras informações de alta
frequência.
Se apenas uma medição for realizada, então recomenda-se uma
gama de frequência de 60 vezes a velocidade de rotação.
Fornecerá uma resolução suficiente para as ordens baixas,
cobrindo ainda as harmónicas dos rolamentos e outras
informações de alta frequência.
A outra peça do puzzle é a resolução. A resolução efectiva é dada
pela gama de frequência a dividir pelo número de linhas,
multiplicado pelo factor da janela usada. No entanto, para
simplificar, deverá apontar para cerca de 1 Hz por linha do
espectro.
Apesar das medições com 400 linhas terem sido a norma durante
muitos anos, nós recomendamos medições com 800 linhas. Em
máquinas de elevada velocidade, isto pode querer dizer que serão
necessárias medições de 1600 ou 3200 linhas. Mas, pondere um
pouco acerca desta configuração.
Em máquinas com veios de baixa e alta velocidade, terá de
garantir que tem uma resolução e gama de frequência suficientes
para incluir todas as frequências de interesse. Num caso deste
tipo, poderá ter de realizar uma medição com 1600 ou 3200 linhas
em vez de 800 linhas.
Apesar de ser comum recolher apenas uma medição da velocidade
(mm/s ou in/s), é muito recomendável incluir também uma
medição da aceleração de alta frequência, em especial para testes
em componentes de elevada velocidade como: compressores,
caixas de engrenagens e turbinas.
Deverá recolher também formas de onda de sinais no tempo. É
recomendável a medição da forma de onda do sinal no tempo de
cada espectro que recolha. Conforme, cada vez, é mais
demonstrado, a forma de onda permite ajudá-lo a detectar e
diagnosticar uma série de avarias.

info©mobiusínstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobíusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 268 Capítulo 8 — Implementação de um Programa com Sucesso
Manuai do Curso

Se recolher vários eixos por ponto de medição ou se usar um


sensor triaxial (para medir os três eixos simultaneamente), então
poderá guardar a forma de onda de apenas um dos eixos.
Se o seu colector de dados permitir a definição de duas gamas de
frequência, então, deverá medir uma forma de onda do sinal no
tempo de elevada gama. Alguns colectores de dados também
permitem a recolha de uma amostra de forma de onda do sinal no
tempo independente. Em qualquer dos casos, deverá usar uma
taxa de amostragem rápida, de modo a detectar impactos na
forma de onda.
Se o seu colector de dados permitir medições de rolamentos (BCS,
spike energy, HFD, etc.) ou a medição de espectros de envelope,
então, deverá tirar partido desta funcionalidade e adquirir estes
dados periodicamente.
Deverá consultar o manual de operação do colector de dados para
determinar a configuração indicada e as condições de teste. A
análise de envelope é normalmente realizada numa gama de
frequência de aproximadamente 20 vezes a velocidade de rotação
da máquina.

Configuração da Base de Dados


Cada sistema de monitorização da condição tem as suas próprias
especificidades, no entanto, os sistemas mais modernos fazem
recurso de "wizards" para configuração da base de dados,
permitindo-nos seguir os passos necessários à configuração da
mesma, como também a introdução das frequências e bandas de
frequência características, para que possam gerar relatórios de
medição e interagir com sistemas periciais.
A tarefa consiste na identificação de cada máquina (usando um
nome que seja facilmente identificável por qualquer um) e dos
pontos de medição (pontos de teste). Estes últimos são
normalmente numerados (começando no componente de
accionamento e crescendo ao longo da transmissão de potência,
até ao componente accionado) e nomeados de acordo com o
componente, p.e. "chumaceira de ataque do motor", "chumaceira
oposta ao ataque da bomba" e por diante.

Purrp

Deverá usar uma convenção de designações que seja facilmente


reconhecível e compreensível por todos. Os nomes dos pontos de
info@rnobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Capítulo 8 Implementação de um Programa com Sucesso Página 269
Manual do Curso

medição irão aparecer no visor do colector de dados e nos


respectivos relatórios de medições. Não podem ser ambíguos.

Configuração e Optimização de Alarmes


No Módulo de Análise abordámos os métodos disponíveis para a
definição dos níveis de alarme. A nossa tarefa consiste em definir
níveis de alarme suficientemente sensíveis para iniciar o programa
de monitorização e optimizá-los à medida que o referido programa
evolui.
O princípio de base passa por começar com alarmes baseados na
melhor informação disponível (recomendações do fornecedor,
normas internacionais ISO, etc.) e se o seu sistema o permitir,
aplicar cálculos estatísticos para determinar novos níveis de
alarme a partir do momento em que tenha cinco ou mais
conjuntos de dados.
As estatísticas podem mesmo "aprender"'a partir de outras
máquinas idênticas, deste modo, se tiver uma série de quatro
bombas idênticas, compare todos os dados, separe qualquer tipo
de dados que indiquem um problema na máquina (se os houver) e
defina um conjunto de alarmes a partir dos dados restantes.
Este método garante que os alarmes são baseados em tudo o que
é "normal" para uma determinada máquina - baseados nas suas
dimensões, no seu fabrico, na sua localização, na sua função, na
sua instalação, etc. Quando ocorre um problema, o relatório de
avaria (ou o relatório do sistema pericial, se este existir) indicará
que existe um problema.

Tarefas do Dia-a-dia
Uma vez que tenha o sistema configurado, o seu trabalho
consistirá em recolher medições de acordo com a periodicidade
estabelecida. O ideal é ter um programa flexível de modo a que,
no caso de detecção de um problema numa máquina, a sua
periodicidade de teste aumente. Por outro lado, se determinadas
máquinas provarem ser extremamente fiáveis ao longo do tempo,
a sua periodicidade de medição pode ser reduzida.

A Fase de Detecção
Quando regressa ao seu gabinete, juntamente com o seu colector
de dados (após uma série de recolha de medições), iniciará a
primeira fase: a detecção de avarias. O seu software de
monitorização deverá percorrer os dados adquiridos e identificar
medições incorrectas ("rampa de ski" na forma de onda, etc.) e
máquinas com medições que tenham ultrapassado os níveis de
alarme predefinidos.

A Fase de Análise
Após uma revisão do relatório de medição e, talvez, de uma
observação dos dados (de modo a remover falsos alarmes), deverá
agora ter uma lista muito menor de máquinas que necessitam de
uma investigação adicional. Começa então a segunda fase: a
análise de avarias.

info@mobiusinstitute.org Copyright () 2005 Mobius Institute www.rnobiusinstítute.org


Document ID: TCM 220405
Págína 270 Capítulo 8 - Implementação de um Programa com Sucesso
Manual do Curso
O seu trabalho consiste na revisão dos dados obtidos e na
identificação da natureza e severidade dos problemas detectados
na máquina. Haverá situações em que chegará à conclusão que a
condição da máquina não se alterou significativamente em relação
ao teste anterior, pelo que não é necessário levar a cabo acções de
intervenção na máquina. Haverá outras situações em que será
necessárío realizar testes adicionais, de modo a auxiliar o
diagnóstico da avaria: testes de impacto, medições de fase,
ensaios de arranque ou paragem e por diante.
Deverá também comparar os seus resultados com os dados de
outras instalações que estejam disponíveis: termogramas,
resultados de análises de óleos, testes de partículas de desgaste,
cálculos de rendimento, etc.

A Fase da Recomendação
Depois de ter uma imagem completa do que se passa na máquina,
deverá estar pronto para emitir a sua recomendação. Terá de
compreender o modo como a sua organização de manutenção
funciona, de maneira a saber como reportar as avarias em
máquinas.
A consequente acção a realizar dependerá da natureza e
severidade da avaria, mas também, da necessidade da máquina,
da disponibilidade de sobressalentes e de outros factores. É
essencialmente uma decisão económica.
Pode ser frustrante saber que todo o seu trabalho de detecção e
diagnóstico de uma avaria está aparentemente a ser ignorado. No
entanto, terá de compreender que outros colaboradores são
responsáveis pelo funcionamento contínuo da empresa e pelo
orçamento da manutenção. Muito factores têm de ser tomados em
consideração antes de realizar uma reparação não programada.
No caso ideal, conseguirá emitir a sua recomendação com bastante
tempo de antecedência, de modo a conseguir realizar a reparação
durante o próximo período de paragem programado. É este o seu
objectivo final.
Deverá também perceber que, em particular no início do seu
programa, os demais colaboradores da sua empresa (manutenção,
produção e engenharia) poderão estar um pouco cépticos em
relação à sua capacidade de diagnóstico. Terá de ser paciente,
mas ao mesmo tempo, pro-activo.
Deverá tentar informá-los de modo a que compreendam como
chegou à sua conclusão e insistir para que eles próprios estejam
envolvidos no processo de diagnóstico.
Se os tiver consultado acerca de várias questões relativas a
avarias passadas, histórico de reparações, histórico de máquinas
semelhantes, o rendimento actual da máquina, ruídos estranhos
que a máquina possa emitir, etc., então, eles irão sentir-se como
parte integrante do processo. Torne-os parte da equipa.
A última coisa que deverá fazer é dar a impressão de que apenas
você consegue compreender a sua tecnologia.
Técnicos que tenham trabalhado com a máquina durante muito
tempo, tendem a sentir que sabem muito mais do que você com o
seu novo colector de dados. Respeite esses sentimentos e peça o
seu conselho - irá obter muitas informações acerca da máquina.

info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 8 — Implementação de um Programa com Sucesso Página 271
Manual do Curso

Adicionalmente, deverá assegurar-se que explica o seu


diagnóstico, não em termos de espectros e outros dados
complexos, mas com descrições que suportam as suas conclusões.
Se eles compreenderem os seus argumentos e sentirem a sua
confiança nas suas conclusões, então, aceitarão melhor o que tem
para dizer.
Considere a possibilidade de Ihe ensinar técnicas de monitorização
da condição. Eles não precisam de saber tanto como você, mas, se
conseguir que compreendam que a forma das vibrações é uma
consequência das forças nas máquinas, então, eles ficarão mais
abertos em relação aos seus diagnósticos.
Compreenda também que nem todos os seus diagnósticos estarão
correctos. Até o Analista mais experiente erra. Uma coisa é a
detecção da natureza da avaria, outra coisa é a determinação
correcta da severidade da mesma. Se a reparação é realizada e
conclui-se que o rolamento tem apenas um defeito incipiente ou
mesmo, nenhum defeito aparente, então, poderão voltar-se contra
si!
Nessa altura, terá de aceitar as críticas, explicar os seus
argumentos e aprender com a experiência. Quando acertar nos
diagnósticos que implicam grandes ganhos financeiros, voltará a
ganhar o seu respeito de volta. Mais uma vez, se envolver os seus
colegas no processo de decisão, eles estarão numa posição menos
defensiva e crítica no caso de erro do diagnóstico.

A Fase da Análise da Causa da Avaria


Não termine o seu trabalho no diagnóstico da avaria. Deverá
seguir para a próxima fase: a análise da causa original da avaria.
Faça o que puder para determinar o porquê do aparecimento da
avaria na máquina. Estaria o equipamento subdimensionado, foi a
última reparação mal realizada, foi a equilibragem/alinhamento
bem efectuado, é a lubrificação adequada, etc.
Se conseguir determinar porque é que a avaria ocorreu e
subsequentemente corrigi-la, a máquina ficará mais fiável no
futuro.

A Fase de Verificação
Não se esqueça que quando uma reparação é levada a cabo numa
máquina, independentemente da precisão da sua recomendação,
deverá proceder a testes adicionais de modo a garantir que o
problema foi corrigido e que a máquina está agora a funcionar em
boas condições. Estamos agora na fase final: a fase da verificação.
Verifique a equilibragem e o alinhamento. Verifique que os
rolamentos estão correctos. Verifique que os parafusos de aperto
estão apertados e por diante. O seu colector de dados e as suas
novas aptidões são vitais neste processo.

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Página 272 Capítulo 8 Implementação de um Programa com Sucesso
Manual do Curso

Relate os Seus Sucessos


Tem agora a oportunidade de fazer a sua empresa economizar
muito dinheiro. Os seus esforços podem resultar em reduções
substanciais de custos. O seu trabalho pode fazer aumentar o lucro
da sua empresa através do aumento do tempo e da qualidade de
produção.
Mas, não torne isto num segredo!
De modo a garantir a sua viabilidade futura, faça todos os
possíveis para relatar os seus sucessos junto dos Administradores
da sua organização. O esforço necessário poderá ser muito
diferente do que está acostumado a fazer, mas, se deseja manter
a sua posição e fazer crescer a sua equipa, este é um passo
necessário a tomar.
Em primeiro lugar, deverá documentar e relatar as "economias"
que conseguiu. Não afirme apenas que "detectou-se um defeito
num rolamento do motor, tendo sido substituído antes de partir".
Deverá fazê-lo em termos económicos.
Terá de se informar sobre as avarias secundárias possíveis, os
custos de mão-de-obra e o impacto na produção e na segurança.
Não exagere nos números, mas também não seja demasiado
conservador.
Após algum tempo, à medida que as máquinas se tornam mais
fiáveis, não terá tantos sucessos para relatar. Terá então de levar
os seus relatos para o próximo nível.
Deverá investigar a manutenção anual, o tempo de produção, o
inventário de sobressalentes, os custos de trabalho extraordinário
e outros parâmetros, e depois demonstrar como todos estes
indicadores se alteraram desde o início do seu programa de
monitorização da condição.
É difícil relatar estes números e conseguir o crédito merecido, mas
deve tentar mostrar a relação causa/efeito. Tem de tornar a
"vender" os benefícios da monitorização da condição e demonstrar
o impacto que tiveram na organização.
Seja agressivo, certifique-se que as pessoas certas fiquem a saber.

Deverá demonstrar como a monítorização da


condição influencía a economía da empresa.
Existem diversas histórias de grupos de monitorização que foram
extinguidos por não terem realizado as suas tarefas de modo
satisfatório. Os Administradores questionam-se "o que tem feito
por mim nos últimos tempos?". Se não tiver uma boa resposta,
poderá engrossar esse grupo!

Não seja um estatístíco!


Arranje uma boa resposta e dê-a antes que lha peçam. Vai
precisar de se tornar num exemplo de sucesso, algo com que os
Administradores gostam de se associar, e não um custo no
balancete da empresa que ninguém consegue compreender.

info@mobiusinstitute.org Copyright @ 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Capítulo 8 Implementação de um Programa com Sucesso Página 273
Manual do Curso

Conclusão
É nosso desejo que este curso o tenha ajudado a iniciar de forma
correcta o seu programa de monitorização da condição, ou o tenha
ajudado a integrar-se numa equipa já existente. Esperamos ter-lhe
fornecido informações suficientes de modo a ter sucesso, tanto no
diagnóstico de avarias consideradas difíceis, como na manutenção
e crescimento da sua equipa.
Nós procuramos constantemente sugestões de modo a melhorar
os nossos produtos. Queremos que tenha sucesso e gostaríamos
que transmitisse aos seus colegas as suas impressões sobre este
curso, para que eles possam ponderar a sua frequência no mesmo.
Assim, estamos abertos a todas as sugestões que tenha para
melhorar este nosso produto.
Boa sorte e muito obrigado! De todos nós na Mobius e de todos os
nossos Representantes, desejamos o melhor na realização dos
seus esforços. Lembre-se sempre que estamos aqui para o ajudar
com os nossos produtos e a aumentar os seus conhecimentos de
monitorização da condição.
www.iLearnInteractive.com
supportiLearnInteractive.com

info@mobiusinsfitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
índice
Barras do Rotor Soltas 245
2X
Avarias em Acoplamentos
Desequilíbrio 256
0.38X - 0.48X Desgaste no Acoplamento 256
Oil Whirl 209 Desalinhamento 196
Turbinas 249 Desalinhamento da Turbina 248
0.5X Rolamento Enviesado 203
Máquinas Recíprocas 240

1
3X
112X Harmónicas Rolamento Enviesado 203
Avarias em Chumaceiras de Atrito
Desgaste/Problemas com Tolerâncias 208
113X Harmónicas
Avarias em Chumaceiras de Atrito
Desgaste/Problemas com Tolerâncias 208
Acelaração
1X
Equações Conversão 70
Avarias em Acoplamentos
Desequilíbrio 256
Acelerómetro 73
Desgaste no Acoplamento 256 Acelerómetro Capacitivos 75
Avarias em Correias de Transmissão Acelerómetro Extensómetro 75
Desalinhamento entre Polias 259 Acelerómetro Piezoresistivos 75
Polias Excêntricas 258 Acelerómetros
Avarias em Motores Eléctricos Calibração 75
Barras do Rotor Fissuradas 245 Outros Tipos 75
Problemas de Laminação 246 Sensibilidade 79
Rotor Solto 245 Triaxiais 75
Desequilíbri da Turbina 248 Acelerómetros Triaxiais 75
Desequilíbrio de Ventiladores em Consola 237 Alarme de Bandas 139
Excentricidade 195
Alarmes Envelope 141
Máquinas Recíprocas 240
Rolamento Enviesado
Alarmes Máscaras 141
203
1X Bandas Laterais Aliasing 100
Avarias em Engrenamentos Arnostragem Sigma Delta
- 104
Carga no Dente 252 Análise Causa Avaria 178
Desgaste no Dente do Engrenamento 252 Histórico 178
Folgas na Engrenagem 253 Análise da Causa da Avaria 14
Desequilíbrio de Ventiladores Centrífugos 238 Análise Espectral
Desgaste em Compressores Centrífugos 239 Amplitude 161
Pás Danificadas da Turbína 248 Análise Rápida 153
1X Harmónicas Avarias em Rolamentos 212
Avarías em Chumaceiras de Atrito Identificação do Pico à Velocidade de Funcionamento
Desgaste/Problemas com Tolerâncias 208 152
Barras do Rotor Fissuradas 245 Identíficar Bandas Laterais 157
Desgaste no Acoplamento 256 Análise Óleos 18
Rotor Solto 245 Análise Partículas Desgaste 19
Análise Vibrações
Quatro Fases
Detecção
Configurar Limites de Alarme 131
Relatórios Excepção 131
2 x Bandas Laterais à Frequência da Rede
Pirâmide 129
Barras do Rotor Soltas 245
Análise Vibrações
2 x Frequência da Rede
Análise 18
Avarias em Motores Eléctricos
Análise Causa Avaria 18
Enrolamentos do Estator Soltos 246
Detecção 18
Problemas de Laminação 246
Quatro Fases 18, 127
Rotores Excêntricos 244
Análise 128
2 x LF Verificação 129
Avarias em Motores Eléctricos Verificação 18
Enrolamentos do Estator Soltos 246
Análise Vibrações
Problemas de Laminação 246
Quatro Fases
Rotores Excêntricos 244
Detecção
2 x LF Bandas Laterais
info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org

Document 1D: TCM 220405


Index - 276 Training Course Manual

Técnicas 139 Desalinhamento entre Polias 259


Análise Vibrações 146 Polias Excêntricas 258
Análise Vibrações Ressonância das Correias 260
Tendência 146 Avarias em Máquinas Recíprocas 240
Análise Vibrações Matores a Dois Tempos 240
Análise Espectral Avarías em Motores Eléctricos
Identificação do Pico à Velocidade de Medição de Correntes em Motores 247
Funcionamento 152 Avarias em Motores Eléctricos 241
Análise Vibrações Barras do Rotor Fissuradas 245
Análise Espectral Barras do Rotor Soltas 245
Análise Rápida 153 Enrolamentos do Estator Soltos 246
Análise Vibrações Motores de Indução 242
Análíse Espectral Problemas de Laminação 246
Identificar Bandas Laterais 157 Rotor Solto 245
Análise Vibrações Rotores Excêntricos 244
Análise Espectral Avarias em Pás 233
Amplitude 161 Avarías em Rolamentos 212
Análise Vibrações Análise do Sinal em Tempo 212
Comparação Espectral 161 Análise Espectral 212
Análise Vibrações Caso de Estudo 222
Comparação Espectral Frequêncías Características 213
Comparação com Dados de Referência 162 Ball Pass Inner Race 213
Ball Pass Outer Race 213
Análise Vibrações
Ball Spin 213
Comparação Espectral
Cálculos 213
Comparação com Dados de Referência
Fundamental Train 213
Gráficos Sobrepostos 163
Visualização 215
Análise Vibrações Impulso de Choque 231
Comparação Espectral Nove Fases de Avarias em Rolamentos 216
Comparação com Dados de Referência
Avarias em Turbinas 248
Gráficos Empilhados 163
Avarias em Turbinas a Gás 248
Análise Vibrações
Comparação Espectral Avarias em Turbinas a Vapor 248
Comparação com Dados de Referência Avarias em Ventiladores
Gráficos em Cascata 164 Ventiladores 238
Análise Vibrações Ventiladores em Consola 237
Comparação Espectral Avarias Rolamentos
Espectro de Referência 165 Frequências Características 47
Análise Vibrações BPIR 47
Comparação Espectral BPOR 47
Exibição Logarítmica BS 47
166
FT47
Análise Vibrações
Comparação Espectral Avarias Secundárias 15
Outros Eixos 167 Avarias.Rolamentos
Análise Vibrações Frequências Características
Comparação Espectral Cálculos 47
Outros Eixos
Gráficos Triaxiais 167
Análise Vibrações
Comparação Espectral
Outras Máquinas 169 Ball Pass Inner Race 213
Análise Vibrações Ball Pass Outer Race 213
Quatro Fases
Ball Spin 213
Fase da Detecção 269
Bandas Laterais 157
Análise Vibrações
1X
Quatro Fases
Avarias em Engrenamentos
Fase da Análise 269
Carga no Dente 252
Análise Vibrações Desgaste no Dente do Engrenamento 252
Quatro Fases Folgas na Engrenagem 253
Fase da Verificação 271 Desgaste das Pás da Turbina 248
Avaliar a Severidade do Desequilíbrio 186 Avarias em Motores Eléctricos
Avarias em Acoplamentos 2 x Frequência da Rede
Desequilíbrio 256 Barras do Rotor Soltas 245
Desgaste no Acoplamento 256 Barras do Rotor Fissuradas 245
Avarias em Bombas Passagem dos Pólos
Bombas de Carretos 236 Problemas de Laminação 246
Outros Tipos 237 Rotores Excêntricos 244
Avarias em Chumaceiras de Atrito 208 Bandas Laterais à Passagem dos Pólos
Desgaste/Problemas com Tolerâncias 208 Avarias em Motores Eléctricos
011Whip 209 Barras do Rotor Fissuradas 245
011Whirl 209 Problemas de Laminação 246
Avarias em Compressores Centrífugos Rotores Excêntricos 244
Desgaste em Compressores 239 Bandas Laterais ao dobro da Passagem de Barras
Avarias em Correias de Transmissão 257 Avarias em Motores Eléctricos
Cálculo da Velocidade do Veio 257 Barras do Rotor Soltas 245
Corelas Desgastadas 257 Barras do Rotor Fissuradas 245
info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Training Course Manual Index - 277

Barras do Rotor Soltas 245 Desequilíbrio Dinâmico 189


BPI 213 Desequilíbrio Estático 187
BP0 213 Desequlíbrio Dinâmico
BS 213 Máquinas Horizontais 190
Máquinas Verticais 190
Rotores em Consola 190
Deslocamento
Equações Conversão 70
Detector de Envelope 228
Caixa de Engrenagens
Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Análise
Folgas
Carga no Dente 252
Rotativas
Desgaste no Dente 252
Caso de Estudo 205
Folgas na Engrenagem 253
Diagnóstico de Avarias em Máquinas 183
Caixas Engrenagens
Desalinhamento
Frequências Características
Angular 196
Engrenamento 49
Caso de Estudo 200
Vários Andares 50
Causas 198
Velocidade Saída 48
Efeitos da Temperatura 198
Caixas Engrenagens Vários Andares 50 Desequilíbrio 188
Cálculo dos Limites de Alarmes 134 Análise dos Dados 191
Calibração Acelerómetro 75 Avaliar a Severidade 186
Causa de Avaria 11 Caso de Estudo
Cavitação 234 Bomba de Lavagem de Cinzas do Depósito de
Ciclos Por Minuto 26 Alimentação 192
Bomba de Licor Preto 194
Ciclos Por Segundo 26
Causas 191
Comparação Espectral 161 Desequilíbrio Dinâmico
Comparação com Dados de Referência 162
Máquinas Horizontais 190
Gráficos 163
Máquinas Verticais 190
Gráficos em Cascatas 164
Rotores em Consola 190
Gráficos Sobrepostos 163
Desequilíbrio Dinâmico 189
Espectro Referência 165
Desequilíbrio Estático 187
Exibição Logarítmica 166
Excentricidade 195
Outras Máquinas 169 Folgas
Outros Eixos 167
Rotativas 204
Gráficos Triaxiais 167
Rolamento Enviesado 203
Componentes Transmissão 49 Visão Global
Condições de Teste 265 Compreender o Espectro 183
Configuração da Base de Dados 268 Jogar com as Expectativas 184
Configuração das Medíções 266 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Configurar Limites de Alarme 131 Folgas
CPM 26 Estruturais 206
Curva de Forma de Banheira 7 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Folgas
Estruturais
Chumaceiras de Rolamento 206
Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Folgas
Definição Estruturais
Aceleração 37 Caso de Estudo 207
Deslocamento 34 Diagnóstico de Avarías em Máquinas
Velocidade 36 Avarias em Chumaceiras de Atrito 208
Desalinhamento Diagnóstico de Avarias em Máquínas
Angular 196 Avarias em Chumaceíras de Atrito
Caso de Estudo 200 Desgaste/Problemas com Tolerâncias 208
Causas 198 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Efeitos da Temperatura 198 Avarias em Chumaceiras de Atrito
Turbina 248 Oil Whirl 209
Desalinhamento Angular 196 Diagnóstíco de Avarias em Máquinas
Desalinhamento entre Polias 259 Avarias em Chumaceiras de Atrito
Desequilíbrio Oil Whip 209
Análise dos Dados 191 Diagnóstico de Avarias em Máquínas
Caso de Estudo Ressonância 210
Bomba de Lavagem de Cinzas do Depósito de Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Alimentação 192 Ressonância
Bomba de Licor Preto 194 Teste de Impacto 210
Causas 191
Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Desequilíbrio de Binário 188
Ressonância
Desequilíbrio Dinâmico 189
Teste de Arranque 211
Máquinas Horizontais 190
Máquinas Verticais 190
Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Rotores em Consola Ressonãncia
190
Desequilíbrio Estático 187 Teste de Velocidade Variável 211
Turbina 248 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Desequilíbrio de Bínário Ressonãncia
188

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Index - 278 Training Course Manual

Usando Dados de Fase 212 Diagnóstico de Avarías em Máquinas


Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Motores Eléctricos
Ressonância Enrolamentos do Estator Soltos 246
Frequências Críticas 212 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Motores Eléctricos
Ressonãncia Problemas de Laminação 246
Velocidades Críticas 212 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Motores Eléctricos
Avarias em Rolamentos 212 Medição de Correntes em Motores 247
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Avarias em Rolamentos Avarias em Turbinas 248
Análíse Espectral 212 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Turbinas
Avarias em Rolamentos Chumaceiras de Atrito 249
Análise do Sinal em Tempo 212 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquínas Avarias em Caixa de Engrenagens
Avarias em Rolamentos Desgaste no Dente 252
Frequências Características 213 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Caixa de Engrenagens
Avarias em Rolamentos Carga no Dente 252
Nove Fases de Avarias em Rolamentos 216 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Caixa de Engrenagens
Avarias em Rolamentos Folgas na Engrenagem 253
Caso de Estudo 222 Diagnóstico de Avarías em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Acoplamentos
Avarias em Rolamentos Desequilíbrio 256
Impulso de Choque 231 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarías em Acoplamentos
Forças Hídráulicas e Aerodinãmicas 233 Desgaste no Acoplamento 256
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Forças Hidráulicas e Aerodinãmicas Avarias em Correias de Transmissão 257
Avarias em Pás 233 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Correias de Transmissão
Forças Hidráulicas e Aerodinâmicas Coreias Desgastadas 257
Turbulência do Fluxo 234 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Correias de Transmissão
Forças Hidráulicas e Aerodinâmicas Polías Excêntricas 258
Cavitação 234 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Correías de Transmissão
Avarias em Bombas Desalinhamento entre Polias 259
Bombas de Carretos 236 Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Avarias em Correias de Transmissão
Avarias em Bombas Ressonância das Correias 260
Outros Tipos 237 Diagrama de Órbitas
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Oil Whirl 250
Avarías em Ventiladores Diagramas de Órbitas
Ventiladores em Consola 237 Desalínhamento 249
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Desequilíbrio 249
Avarias em Ventiladores Discos Colagem 87
Ventiladores Centrífugos 238 Discos Montagem 86
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Dobro da Frequência da Rede 244, 246
Avarias em Compressores Centrífugos Dynamic Range 114
Desgaste em Compressores 239
Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Avarias em Máquinas Recíprocas 240
Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Avarias em Máquinas Recíprocas
Motores a Dois Tempos 240 Engrenamento 49
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Enrolamentos do Estator Soltos 246
Avarias em Motores Eléctricos 241 Equações Conversão 70
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Excentricidade 195
Avarias em Motores Eléctricos Exibição Logarítmica 166
Motores de Indução 242
Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Avarias em Motores Eléctricos
Rotores Excêntricos
Diagnóstico de Avarias em Máquinas
Avarias em Motores Eléctrícos
244 71111111111111111111111111
Factor Crista 59
Barras do Rotor Fissuradas 245 Fase
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Absoluta 92
Avarias em Motores Eléctricos Diagnóstico Ressonância 212
Barras do Rotor Soltas 245 Fase Absoluta 92
Diagnóstico de Avarias em Máquinas Fase Análise 18
Avarias em Motores Eléctricos Fase Análise Causa Avaria 18
Rotor Solto 245
info@mobiusinstitute.org Copyright 2005 Mobius Instítute www,mobiusinstitute.org
Document ID: TCM 220405
Training Course Manual Index - 279

Fase da Análise 269 Coreias Desgastadas 257


Fase da Detecção 269 Desalinhamento entre Polias 259
Fase da Verificação 271 Passagem de Pás 233
Passagem Pás 48
Fase Detecção 18
Turbinas
Fase Verificação 18, 180 Passagem de Pás 248
Filtros Ventiladores
Anti-Alias 104 Passagem de Pás 237, 238
Digital 104 FT 213
Sigma-Delta 104
Fundamental Train 213
Filtros Analógicos 104
Filtros Digitais 104
Flexibilidade da Fundação Ver Folgas Estruturais
Folgas
Estruturais 206
Caso de Estudo 207 Gráfico Comparação 61
Chumaceiras de Rolamento 206 Gráficos Cascatas 62
Rotativas 204 Gráficos em Cascatas 164
Caso de Estudo 205 Gráficos Empilhados 61, 163
Folgas Estruturais Gráficos Sobrepostos 163
Caso de Estudo 207 Gráficos Triaxiais 167
Chumaceiras de Rolamento 206
Guia Severidade Vibratória Máquinas 133, 134
Folgas Rotaivas
Caso de Estudo 205
Folgas Rotativas 204
Forças Aerodinâmicas 233
Forças Hidráulicas 233
Frequência 26 Harmónicas
Central 157 1X
Engrenamento dos Dentes 236 Avarias em Motores Eléctricos
Frequência das Bandas Laterais 157 Barras do Rotor Fissuradas 245
Frequência das Correias Dentadas 257 Rotor Solto 245
Frequêncía Natural 209, 210 Desgaste no Acoplamento 256
Avarias em Correias de Transmissão 260 Fundamental 53
Passagem de Pás 233, 237, 238, 239, 248 Meia Ordem 54
Razão das Correias Razão das Correias
Desalinhamento entre Polias 259 Coreias Desgastadas 257
Razão das Correias 257 Desalinhamento entre Polias 259
Coreias Desgastadas 257 Hertz 26
Frequência Central 157 HFD 59
Frequência da Rede 244, 246 High Frequency Detection 231
Frequência das Correias Dentadas 257 Histórico Manutenção 6
Frequência de Engrenamento dos Dentes 236 Hz 26
Frequência de Escorregamento 247
Ligações Soltas 247
Frequência de Passagem das Barras 245
Frequência de Passagem de Pás233, 237, 238, 239
Frequência Fundamental 154 Impulso Choque 59
Frequência Fundamental da Passagem das Impulso de Choque 231
Correias Ver Razão das Correias ISO 10816 133
Frequência Natural Ver Ressonância ISO 10816 Tabela Severidade 60
Avarias em Correias de Transmissão 260
Oil Whip 209
Frequência Passagem Pás 48
Frequências Batimento 57
Frequências Características
Avarias em Rolamentos 213 Janela Flat Top 111
Ball Pass Inner Race 213 Janela Hammíng 112
Ball Pass Outer Race 213 Janela Hanning 111
Ball Spin 213 Janela Rectangular 112
Fundamental Train 213 Janela Uniform 112
Avarias Rolamentos 47
BP1R 47
BPOR 47
BS 47
FT47
Bombas Levantamento da Fábrica
Engrenamento dos Dentes 236 Análise de Risco 263
Caixas Engrenagens Questões de Ordem Prática 264
Engrenamento 49 Questões Financeiras 263
Compressores Centrífugos Limites de Alarme
Passagem de Pás 239 Ajustar Linha Referência 135
Correias de Transmissão Alarrne de Bandas 139
Frequência das Correias Dentadas 257 Alarme Envelopes 141
Razão das Correias 257 Alarmes Máscaras 141

info@mobiusinstitute.org Copyright © 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Index 280 Training Course Manual

Amadorecimento 269
Cálcubs
Configuração
134
269
o
Configurar 131
Fixos
Oil Whip 249
132
ISO 10816 133 011Whirl 249
Linha Referência Estatística Onda Cortada 53
Máquinas Idênticas 138
Sistemas de Inteligência Artificial 143
Sistemas Periciais 142
Limites de Alarme Fixos 132
Linha Referência Paragens 15
Configurar 135
Período 26
Estatística
Máquinas Idênticas 138 Perno Roscado 87
Línha Referência Estatística Pico 27
Máquinas Idênticas 138 Pico-a-Pico 27
Localizações das Medições 265 Picos de Baixa Frequência 234
Picos Não-Síncronos 212
Pk 27
Polias Excêntricas 258
Ponteiras 84
Magnéticas 85 Problemas de Laminação 246
Manutenção 4 Processamento Dados
Razão Amostragem 98
Próactiva 10
Manutenção Após Avaria 4
Manutenção Baseada.Planeamento 6
Manutenção Correctiva 4
Manutenção Planeada 6
Manutenção Preventiva 6 Razão Amostragem 98
Manutenção Proáctiva 10 Razão das Correias 257
Máquinas Horizontais 190 Coreias Desgastadas 257
Desalinhamento entre Polias 259
Máquinas Verticais 190
Razão de Amostragem 171
Médias 116
Espectro de Referência 165 Razão Velocidade 49
Linear 116,120 RBF Ver Frequência de Passagem das Barras
Píco Máximo 120 Recolha Dados
RMS 116 Reconhecimento Dados Errados
Síncronas com o Tempo 123 Superfície Suja 91
Sobrepostas 118 Recolha Dados 87
Médias Síncronas com o Tempo 123 Reconhecimento Dados Errados
Médias Sobrepostas 118 Montagem Incorrecta 91
Medição nível Global Tempo Estabilização 90
Nível Global 58 Transientes Térmicos 90
Reconhecimento.Dados Errados 90
Medição Nível Global
Factor Crista 59 Recolha Dados
HFD 59 Reconhecimento Dados Errados
Implulso Choque 59 Contacto Incorrecto 91
Nível RMS 58 Recolha de Dados
SEE 59 Teste de Impacto 122
Spike Energy 59 Testes de Variações de Velocidade 122
Medição Nível Global 58 Relatórios Excepção 131
Medições Resposta Frequência 76
Condições de Teste 265 Ressonância 210
Configuração 266 Frequências Críticas 212
Localizações 265 Oil Whip 209
M1MOSA 20 Teste 211
Modulação 55 Teste de Arranque 211
Teste de Impacto 210
Monitorização da Condição 13
Teste de Velocidade Variável 211
Montes 234 Usando Dados de Fase 212
Motores a Dois Tempos 240 Velocidades Críticas 212
RMS 28
Rolamento Enviesado 203
Rolamentos See Rolamentos
Root Mean Square Amplitude 28
Nível Global 58 Rotor Solto 245
Nível Referência 131 Rotores em Consola 190
Nível RMS 58 Rotores Excêntricos 244
Normalização 144 Ruído de Fundo 161, 234

info@mobiusinstitute.org Copyright @ 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405
Training Course Manual Index 281

Métodos Montagem
Discos Montagem 86
Pontas Sondas 84
Montagem 82
Sampling
Montagem Incorrecta 91
Number of Samples 106
Posicionamento 81
SEE 59 Resposta Frequência 76
Segurança 15 Sonda Correntes Eddy 71
Sinal em Tempo 170 Sondas Proximidade 71
Análise 173 Superfície Suja 91
Avarias em Correias de Transmissão 260 Tempo Estabilização 90
Avarias em Rolamentos 212 Transientes Térmicos 90
Cavitação 234 Velocidade 72
Técnicas 176 Introdução 67
Armazenamento 173 Transdutor Deslocamento 70
Eixo de Medição 173 Transdutores
Razão Amostragem 171 Métodos Montagem
Resolução 171 Magnéticas 85
Sistemas de Inteligência Artificial 143 Transientes 54
Sistemas Periciais 142 Transientes Térmicos 150
Sobressalentes 16 Transmissão Correias 51
Spike Energy 59,231 Turbulência do Fluxo 234

Tabela Severidade 60 Unidades


Técnicas de Detecção 139 Equações Conversão 70
Alarme de Bandas 139 Vibração 80
Alarmes Envelope/Máscaras 141 Unidades Vibração 80
Sistemas de Inteligência Artificial 143
Sistemas Periciais 142
Tempo Estabilização
Tendâncias
Tendência
Termografia
150
62
146
20
211111111111111111111•111111
Variação Velocidade 144
Teste de Arranque Normalização 144
211
Teste de Impacto 122,210 Velocidade
Equações Conversão 70
Teste de Paragem 211
Velocidade de Funcionamento
Teste de Velocidade Variável 211
Identíficação no Espectro 152
Testes de Variações de Velocidade 122 Velocidade Saída 48
Transducer
Velocidade Transdutor 72
Comparison between Types 69
Velocidades Críticas 212
Transdutor 70
Aceleração
Introdução 67
Acelerómetro 73
Avarias
Tempo Estabilízação 150 Windowing 107
Transientes Térmicos 150 Flat Top 111
Contacto Incorrecto 91 Hamming 112
Deslocamento 70 Hanning 111
Introdução 67 Rectangular 112
Gama Operação 78 Uniform 112

info@mobiusinstitute.org Copyright @ 2005 Mobius Institute www.mobiusinstitute.org


Document ID: TCM 220405

Você também pode gostar