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MODELO PLISSIT
O modelo PLISSIT, é utilizado no ensino da sexualidade e formação dos profissionais, fornece
um quadro conceptual para a formação individual, que permite diferentes graus de
envolvimento dos participantes baseados no nível de conhecimentos, capacidades e níveis de
conforto para gerir as questões sexuais a um nível mínimo de competências.
P Permissão
LI Informação Limitada
SS Sugestões Especificas
IT Terapia Intensiva
Permissão
Informação Limitada
Uma grande parte das disfunções sexuais são despoletadas por falta de conhecimento
Ex: É normal que um Homem não consiga ter uma erecção logo após e ejaculação, no entanto,
por vezes em conversas de amigos (onde nem tudo o que se diz é verdade) ficam com a ideia
que não é normal não conseguirem e isso deixa-os stressados. Essa ansiedade pode provocar
problemas em futuras erecções e tornar-se numa disfunção apenas criada pela ansiedade
proveniente da falta de informação
Sugestões específicas
Uma erecção depende de vários factores e não apenas da vontade, eu não tenho uma erecção
quando quero tal como levanto o braço porque simplesmente o quero levantar, com a erecção
não funciona assim. A ansiedade é um bloqueio, a ansiedade e o medo de falhar libertam
catecolaminas (Dopamina, adrenalina e noradrenalina, as três principais catecolaminas-
processos de cognição, emoção, memória e aprendizagem) e adrenalina e isso bloqueia o
processo de excitação. Basta que aconteça 1 vez, o homem não conseguir ter uma erecção no
momento esperado, que começa a dramatizar a sexualidade e torna-se numa disfunção.
O que fazer?
Devemos dar informação, desconstruir a ideia de “problema”, vamos tirar o horror do sexo
que está na cabeça dele. Recomendação- Durante x tempo (exemplo 15 dias) está proibida a
penetração. Desta forma é retirada a pressão ao homem de que tem de estar erecto para dar
prazer à mulher e dessa forma acaba por acontecer naturalmente. Não há problema de não
houver erecção porque não vai penetrar e dessa forma o Homem fica inconscientemente
tranquilizado e aumenta, não só o prazer como também a criatividade e erotismo. Cada um
conhecer como é que o outro reage às carícias (não incluindo os órgãos genitais numa primeira
fase).
Após este exercício, o casal apercebe-se de que não existe nenhum problema com eles, era só
ansiedade. E o problema fica solucionado.
Terapia intensiva
Funcionalidades de um casal
+ Sexual; - Conjugal => quando isto acontece a sexualidade por melhor que seja acaba por ser
afectada. Sobretudo porque as mulheres valorizam muito o afecto na sexualidade, mais do que
os homens. Quando o casal não está bem, o homem continua a querer sexo mas a mulher
chega a criar aversão ao sexo por falta de afectos.
Homens= + Sexo
Mulheres= + Afecto
A sexualidade animal tem como único objectivo, a manutenção da espécie. Por outro lado, a
sexualidade Humana têm vindo a fazer progressos nesse sentido. Com o tempo e com algumas
vitórias na história da emancipação da mulher tais como a invenção da pilula contraceptiva em
1960 na Alemanha, a mulher começou a explorar a sexualidade ganhando assim espaço para o
prazer e desejo. No entanto, ainda não tanto como os Homens.
Estudo caso
Paulo- “Doutor, viemos aqui à consulta porque a Paula é muito fraquinha no sexo”-
normalmente observações deste género vêm de homens com um padrão tradicional que dão
um beijinho na boca, um apalpão nas mamas e está pronto para a penetração. No entanto a
mulher não fica “pronta” apenas com isso.” - as mulheres dos meus amigos funcionam, mas a
minha não”
Doutor- “será que é a sua mulher que não funciona ou é o Paulo que não a sabe por a
funcionar?”
Disfunção Sexual- é uma perturbação na sexualidade que causa sofrimento a pelo menos 1
dos membros do casal e que se mantém no mínimo meio ano.
Neste caso não se encontra uma disfunção, sendo que nenhum dos elementos sofre com a
situação, ambos gostam da sexualidade desta maneira. Por questões de saúde o homem
iniciou a toma de uma medicação que atrasava a ejaculação e ambos estavam desconfortáveis
coma demora da relação por isso foi pedida a alteração da medicação de forma a voltar à
medicação de coelho. Uma sexualidade “normal” é disfuncional para este casal. Se eles acham
a sexualidade coelho normal e não prejudicam ninguém, então não existe disfunção.
Comunicação Humana
Definição de Amor- não é interpretado por todos da mesma forma. Há quem diga que amor é
quando sentes ciúmes, ou é quando te sentes segura, ou quando queres a pessoa só para ti, ou
libertas a pessoa para que possa ser feliz. Não existe apenas uma única interpretação.
Comunicação Humana- Processo Psicológico através do qual transmitimos aos outros valores,
ideias, atitudes e mensagens sobre o que pensamos.
3 áreas da Comunicação Humana:
Sintaxe- capacidade que temos do ponto de vista formal e técnico de sermos capazes de
transmitir ideias. Exprimir clareza e síntese. É necessária inteligência e cultura. Adaptarmos o
nosso discurso à pessoa que temos à nossa frente.
Semântica- O significado dos símbolos Ex: Palavra mãe, todos associamos à cuidadora, quem
nos ensinou, com quem temos uma ligação forte, aquela que nos deu a vida. No entanto eu
posso chorar ao ouvir essa palavra porque já não a tenho comigo e essa palavra me causa dor.
Dor é o significado que dou à palavra MÃE. Quando alguém reage de forma diferente a uma
palavra, é importante perceber que razões levam a pessoa a reagir assim. O que despoletou
essa reacção fora do normal
CLAREZA ex: “Sou a Maguie e sou Personal Treiner” – informação clara e direta
AMBIGUIDADE ex: “Não te preocupes”- necessária a metacomunicação –“o que queres dizer
com isso”; “Queres mesmo que não me preocupe contigo, ou estás apenas triste e
desanimada?”
Exemplo: O homem vai velho do mundo deu uma entrevista onde lhe perguntaram qual era o
segredo da sua longevidade, ao que respondeu: “nunca contradizer ninguém”, quando
entrevistador lhe disse que isso não era possivel, a sua resposta foi “POIS NÃO”.
Daqui podemos retirar que ele queria dizer que em tantos anos nunca contradisse ninguem e
que não era agora que o ia fazer. Mas podemos tirar a conclusão de que isso não é possivel
porque todas as pessoas em alguma fase da sua vida o fizeram e que a resposta do senhor
queria apenas comunicar que ele ainda tem sentido de humor. Devemos questionar de forma
inteligente, por exemplo- “Sr. Joao, então o que me está querer dizer é que o seu sentido de
humor está apuradíssimo não é?”
Exemplo 2:
O manuel sai do trabalho todos os dias às 18h, passa pelo café a tomar a sua cerveja com os
amigos e chega a casa às 20h onde encontra a mulher já com o seu jantar pronto. (tradicional)
Determinado dia o Manuel sai do trabalho às 18h e vai diretamente para casa (comunicação
ambigua não verbal) e a Maria interpretou…
O Manuel pode mentir e dizer que foi porque tinha saudades dela mas de
seguida vai deitar-se porque a verdadeira causa de ter vindo mais cedo é uma
dor de cabeça e volta a falhar a comunicação no casal e a crescerem os atritos.
O Manuel pode explicar que tinha uma dor de cabeça
Exemplo 3
Ao chegarem a uma consulta, o terapeuta pergunta Ana porque estás de costas viradas com o
Diogo, ao que responde:
Ana- “Esse bruto sabe que eu detesto velocidade e veio a acelerar o caminho todo só para me
chatear”
Diogo- “Sr doutor, a Ana demorou demasiado tempo a arranjar-se e saímos de casa muito
depois da hora prevista, por respeito a vocês, vim mais rápido para não atrasarmos o vosso
trabalho”
Metacomunicação
Nesta comunicação é necessário, por um lado, tentar perceber o que é que o outro quis dizer
ou qual a intenção, no entanto é necessário, do outro lado haver uma resposta clara e
verdadeira sem julgamentos nem interpretações baseadas nas vivências ou na relação. A
metacomunicação nunca deve ser interpretada como um ataque, caso contrário perde o seu
efeito.
Axiomas da Pragmática
1- Impossibilidade de não comunicar - Não é possível não comunicar, todas as atitudes
humanas são atitudes de comunicação. Mesmo que não fales, estás a comunicar que não tens
interesse na comunicação
Exemplo 2: “vou estar 1 mês fora, por isso vou ligar todos os dias”
Caso 1- O João vai para o serviço militar e diz essa frase à mulher
Caso 2- O João vai de férias e diz essa frase aos colegas de trabalho
Ao voltar, cheio de saudades, é muito bem recebido no trabalho mas a mulher está chateada.
O que aconteceu no caso 1 foi que a mulher usou uma comunicação ambígua para dizer que
não queria que ele lhe ligasse por obrigação mas esperava que o fizesse por ter saudades. Essa
atitude de forma autónoma teria um simbolismo afectivo importante para ela.
O que varia entre os 2 casos é o contexto. Num contexto profissional é espectável que quem
vá de férias, não esteja preocupado em ligar para o trabalho porque está de férias e que esteja
realmente ausente. Num contexto de relacionamento, é expectável que acha um contacto, um
interesse, saudade, vontade de ouvir a pessoa. A mulher do João quis dizer, liga-me porque me
amas e tens saudades minhas e não como obrigação porque me disseste que o farias.
Exercício sugerido na terapia de casal- dar um papel com pequenas coisa que gostarias de ver
aumentado no outro e pequenas coisas que gostavas de ver reduzido no outro. Quando isto
não funciona. É o óbito do casal.
EXEMPLO 1: A natureza da Joana é dizer que anda nervosa porque o João não dialoga. A
natureza do João é que não consegue comunicar com a Joana porque ela anda muito nervosa.
Ambos têm razão.
EXEMPLO 2: O Manuel queixa-se que na noite passada, quando estavam na cama se tentou
aproximar da Maria tocando-lhe no ombro e ela rosnou. A Maria responde que o fez porque
ao jantar, ele criticou a sopa que ela fez dizendo que estava salgada e ela tinha feito a mesma
receita de sempre. Não importa onde começou este carrossel, importa perceber que o querem
corrigir.
Relação simétrica- Irmãos, colegas de trabalho, casal – onde há semelhança de poderes, o que
não invalida que hajam papéis diferentes
Relação Complementar- pai e filho, professor e aluno, médico e utente- onde ambos têm
poderes diferentes que se complementam
Exemplo: uma mãe descompensada, que não tem uma relação equilibrada com o marido ou
outro tipo de relação e se apegam demasiado ao filho, cobrando a sua atenção e se vimizando
quando por exemplo o filho arranja uma namorada. “vai lá ter com ela, vai. Eu fico praqui
jogada e abandonada, já ninguém quer saber de mim, não faço falta a ninguém”.
Esta mãe está a criar no filho, uma responsabilidade que não é dele. Não é função do filho,
cobrir as necessidades emocionais de uma mãe. Neste caso ele vai estar sempre a sentir-se
culpado independentemente do que faça. Se ficar com a mãe sente-se culpado porque deveria
ter estado com a namorada porque esse é realmente a função dele enquanto namorado, mas
se for ter com ela, vai sentir-se culpado por estar a “abandonar” a mãe.
Solução: O filho tem mostrar à mãe que ela também deixou os pais dela para ficar com o
marido e que essa é a lei da vida, ele não vai ficar em casa para sempre e a mãe não pode
atribuir a sua felicidade à presença do filho porque ele acabará por ir criar a sua própria
família. “é com a minha namorada que tenho de ir viver, não é contigo”. Quanto mais
compactuar com as atitudes imaturas da mãe, mais a irá prejudicar porque irá piorar os seus
comportamentos e cobranças.
Rigidificação-proteger os filhos apesar de eles já terem idade para irem na sua própria
bicicleta. A superprotecção não prepara ninguém para a vida e torna difícil a sua
funcionalidade nas outras relações. É necessária promoção da autonomia por parte da família.
O zé é tímido com as raparigas! A mãe leva-o à faculdade todos os dias, porque uma vez
quando era pequeno, foi atropelado e desde aí ela assumiu que ele era demasiado despistado
para andar sozinho, podia ser perigoso. Como tinha uma relação disfuncional com o marido
pois era traída, esta mãe, descobriu naquele dia, uma nova missão para a sua vida, garantir
que o filho estava sempre em segurança.
Solução: A mãe foi proibida de levar o filho à faculdade. Dessa forma percebeu que ele não
precisava disso e superprotege-lo não era a sua função. O filho começou a sentir-se mais
Autónomo e capaz e a sua relação com as raparigas começou a melhorar.
Intimidade
Conceito ambíguo mas é o suporte das relações românticas. As bases começam na infância na
relação com os pais e irmãos e p exemplo dos pais entre eles.
“posso ser um bocado chata e queixar-me demasiado mas sei que o posso fazer na minha
intimidade e não vou ser julgada”
Muitas vezes a intimidade desaparece porque escolhemos caminhos diferentes, por exemplo
em termos profissionais. Ex: eu e o ricardo
Para haver intimidade é necessária ligação e separação sem existir fusão. Amor não é querer
estar sempre com a pessoa. É necessária saudade para haver intimidade. Não temos de gostar
da mesma coisa nem devemos perder a nossa essência por medo de sermos julgados ou não
sermos amados por isso.
Pré- intimidade: Não ser capaz de me entregar totalmente numa relação. Ex: Deixei uma
relação e não fiz o luto da relação anterior, então entrei nesta relação com um estado de pre-
intimidade.
Pseudo-intimidade: Não há uma entrega total, tem a ver com o doublebind, é alguém que é
impossível de ser conquistado. Está tão marcado pelas suas características pessoais e intimas
que nunca serão capazes de serem íntimos na relação. Está a dar 30% e a receber 100%
Síndrome D. Juan- Conquista muitas mulheres mas é incapaz de as fazer felizes e ele mesmo
não consegue ser feliz. Dedica-se apenas à conquista e é incapaz de se entregar à intimidade,
dessa forma, conquista e farta-se. O único prazer que tem é na conquista e atenção das
raparigas.
Características da intimidade
investimento afectivo
Segurança pessoal
Segurança emocional
Segurança sexual
Segurança na relação
Confiança mútua
Relação com o corpo
Uma boa sexualidade não salva uma relação, mas uma disfunção na relação pode causar
disfunções na sexualidade