Capacitores 18/11/2022
/2022 Capacitores e degradações
Luis Fernando Gonçalves Moreira
I. INTRODUÇÃO
Os capacitores tem um papel crucial no
circuito do setor elétrico para todas as áreas
do SEP. O sistema elétrico como um todo se
comporta com o caráter reativo indutivo
devido as impedâncias encontradas no
circuito geral, nas gerações temos os
motores, nas transmissões temos os
transformadores... Todo esse conjunto
sobrecarrega o SEP com energia reativa
indutiva. Esse tipo de energia (VAr) não nos
traz utilidade, em termos de trabaçho útil,
para a carga final (W).
Com o intiuito de minimizar essa carga o
banco de capacitores entram em ação. Ao
inserir um banco de capacitores é possível
minimizar a potência VAr e maximizar a
potência em W. Paulatinamente os
capacitores conseguem, controlar a tensão,
corrigem o fator de potência, eleva a
capacidade da rede, reduz as perdas, reduz
consumo, filtra harmônicos (quando
utilizáveis para filtros).
Figura 1 – Imagem de banco de capacitores
345kV-150MVAr (dados extraídos do material
didático Prof. Helen Silva)
Para esse tipo de aplicação a
ferramenta é sempre a mesma, uso de
capacitores. Porém como todas as outras
máquinas e acessórios aplicáveis no setor
elétrico, existe a degradação do material que,
ao longo do tempo e por esforços naturais vai
definhando. Portanto, este artigo irá abordar
sobre a degradação dos capacitores
1
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 – Componentes do capacitor
Na construção de um capacitor o intuito
é utilizar material isolante, espaçamento,
material condutor, material isolante,
espaçamento, material condutor e por aí vai
até que finalize o capacitor com o valor de
capacitância projetado. Porém é necessário
projetar levando em consideração os limites
dielétricos, potências, temperaturas
suportáveis.
Para o material condutor, o utilizado
nos capacitores é uma folha de alumínio que
pode variar em suas dimensões de altura,
largura e comprimento. Para o material
isolante, hoje é utilizado filme dielétrico de
polipropileno (antigamente utilizado papel
Kraft, os mesmo utilizados em
transformadores). Além dos espaçamentos
os materiais são impregnados com produtos
para garantir o dielétrico do material.
Figura 2 – Imagem de construção de corpo
capacitivo ao longo dos anos.
Em geral, o que irá diferenciar um
capacitor de outro é o número de elementos
em paralelo e em série e a proteção com
fusível podendo ser interno ou externo.
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Figura 3 – O corpo capacitivo sem
impregnação, contando com materiais
condutores e isolantes.
2.2 – Degradação
Por se tratar de um material que
funciona com eletricidade, irradia temperatura
e contém materiais orgânicos, sofre o
processo de degradação natural.
2.2.1 - Descargas parciais
Quando uma tensão alternada
relativamente alta é aplicada a um capacitor
de potência, o seu óleo impregnante é
submetido a uma disrupção dielétrica local ou
a um processo de Descargas Parciais (DP)
devido aos campos elétricos elevados
impostos às proximidades das bordas dos
eletrodos. [1]
Quando a tensão alternada é aplicada
gradativamente a partir de um valor menor
que a nominal, haverá um valor a ser
alcançado onde as descargas parciais (DP)
começarão a ocorrer. Este valor é chamado
de tensão de incepção de descargas parciais
(TIDP). Nesse caso as descargas parciais
começam a ocorrer nas bordas dos eletrodos
como demonstrado na figura abaixo:
Figura 4 – Mapeamento do campo elétrico num
sistema dielétrico típico de capacitores de
potência
As linhas de campo eqüipotenciais são
representadas como parábolas e a distância
entre elas representa a medida do estresse
dielétrico naquela região. Para linhas
equipotenciais mais próximas entre si, tem-se
maior estresse dielétrico, e, obviamente, para
linhas equipotenciais mais distantes entre si,
tem-se menor intensidade de campo elétrico.
Nota-se que à direita da borda do eletrodo
2
interno, figura 4, as linhas equipotenciais são
igualmente espaçadas. Esta distância
representa o estresse nominal do sistema.
Diferentemente, as linhas equipotenciais
agrupam-se com espaçamentos não
constantes entre si nas proximidades da
borda do eletrodo interno, indicando maior
estresse dielétrico nesta região. Portanto, em
um sistema dielétrico de capacitores bem
construído, espera-se que o início das
atividades de DP esteja associado com as
bordas das lâminas condutoras (eletrodos). [2]
Lembrando que descargas parciais é
comum em todo material elétrico, a fuga
constante de corrente pelo meio isolante do
material começa a desgastá-lo e vai perdendo
sua unifirmidade dielétrica,
consequentemente a sua isolação e
funcionalidade por completo. Obvimente isso
degrada o equipamento.
2.2.2 – Influencia da temperatura
Diferentemente das demais máquinas,
quanto menor a temperatura de
operação/ambiente maior será a degradação
do material.
Tudo isso se deve ao fato de que em
menores temperaturas, o liquido isolante
interno do capacitor se torna mais viscoso
(fluidez menor). Isso inicia um processo de
disrupção dielétrica local num sistema
dielétrico de capacitores, o processo de DP
progredirá rapidamente para altos valores de
viscosidade do óleo impregnante, pois esta
condição impede a dispersão dos gases
decompostos nas redondezas da falha
incipiente. O mesmo processo ocorrerá de
forma mais lenta para baixos valores de
viscosidade, nos quais a dispersão dos gases
decompostos na suposta disrupção dielétrica
se dará mais rapidamente. [2]
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2.2.3 – Degradação
/2022 do dielétrico

Com a influência das descargas

parciais (estresses elétricos), o dielétrico
presente no capacitor começa a sofrer
degradações. Podendo ocorrer de duas
formas:

• O impacto direto de elétrons em áreas

do filme próximas a interface do
eletrodo.
• A disrupção do dielétrico em regiões Figura 5 – Reação química da degradação etapa
com baixa densidade de DP, 1.
ocasionando descargas localizadas e
consequente interação com a • A segunda etapa do mecanismo de
superfície do filme. decomposição dos radicais de PP
(PPº ) depende da presença ou
A primeira alternativa está não de oxigênio. Em princípio,
normalmente vinculada às falhas mais pode-se pensar em mecanismos
facilmente detectadas, devido a defeitos de decomposição sob ausência,
construtivos ou sistemas dielétricos em deficiência, ou até na presença de
estágio já avançado de degradação. As oxigênio. OBS: Suposta presença
descargas causam erosão, tracking1 e de oxigênio provindo de materiais
decomposição generalizada de áreas não limpos.
localizadas, indicando um primeiro estágio
para disrupções dielétricas iminentes.
Na segunda, com a formação de
átomos (H, OH ou CH3) inertes por terem
sido desemparelhados do filme polimérico,
estes sofrem reação com o oxigênio
(podendo ser absorvido com a umidade).
Nesse momento causam quebras de Figura 6 – Reação química da degradação etapa
cadeias, logo a formação de várias ligações 2.
novas que resultará em reações químicas
capazes de deteriorar as propriedades do
polimérico. • A terceira etapa do mecanismo de
Esre fenômeno pode ocorrer de duas decomposição ocorre quando
formas estando o sistema dielétrico sob decompõe-se novemente, desta
sobretensões oscilatórias de baixa forma a concentração aumenta e
freqüência ou, sob a tensão de operação, vai se autoacelerando no processo.
incluindo sobretensões de relativa longa
duração e mais moderadas.

2.2.4 Processo de Degradação do dielétrico

• Etapa inicial é essencialmente a
reação com radicais livres, Ro .
Capturam um átomo de hidrogênio
de um carbono do polipropileno do
capacitor.
Figura 7 – Reação química da degradação etapa
3.
Por fim o material continua se
deteriorando em cadeia até que perca suas
propriedades e altere significartivamente suas
características projetadas como mudança da
impedância, perda de capacidade dielétrica,
significativo aumento da temperatura, entre
outros.
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III- CONCLUSÃO

O objetivo básico dos capacitores é

compensar a potencia reativa indutiva
com a potencia reativa capacitiva para
maximizar o funcionamento elétrico do
SEP.
Os capacitores, em bancos, são
máquinas criadas para essa
compensação, e, como toda máquina,
possui pontos de falhas, defeitos
construtivos e vida útil.
O presente artigo veio a mostrar como
é realizado a contrução dos capacitores,
de que é feito o material e a
demosntração das células capacitivas. O
artigo também incluiu os fenômenos que
ocorrem no capacitor e suas degradações
com o material isolante (filme
polipropileno). É importante, assim como
todas as máquinas e acessórios de uma
subestação , realizar a verificação do
funcionamento e a evolução da máquina.
Caso contrário o sistema pode perder
esses componentes importantes que são
os capacitoes e sofrer com variações de
tensões, inferência em suas potências
finais nas cargas (W) e prejuízos no SEP.

IV - Referências

Abaixo as referências usadas para a

realização desse artigo:
[1] – KILOVAR BRIEFS – McGRAW
EDISON. Partial Discharge
Considerations in Capacitor Design. Issue
7, jun. 1986
[2] – Duarte, Luiz HenriqueCapacitores de
potência de alta tensão – capítulo 2,
set.2000.
Fergutz, Marcos - PROTEÇÃO CONTRA
SOBRETENSÕES, 2019.

[3] – ABNT, NBR-5469. Capacitores –

Terminologia- em sua última revisão.
[4] – CAMPOS, W.A. Askareis. CEMIG –
02118 – COPDEN – 0143, 1994.
[5] – COOPER POWER SYSTEMS. The
EX-7L Power Capacitor: In Inside
Story. Bulletin 88.010, feb. 1990.