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O livro foi lançado em 1943 em plena Segunda Guerra Mundial, é volumoso, e sua
leitura, pelo menos para mim, é densa e difícil, mas, ao final é fundamental para
entendimento desse posicionamento filosófico. O existencialismo parte do princípio
de que a liberdade humana é a essência de todas as coisas, o homem seria capaz
de se fazer a si mesmo a partir de suas escolhas.
Ao colocar o homem como responsável por sua existência, Sartre afirma ser um
existencialista ateu, desse modo conclui que não há uma natureza humana e que
não há um Deus para originá-la. Entendo que aqui o que Sartre pretende é que
independente de Deus existir ou não, nada poderá livra-lo de si próprio, nem
mesmo a concretude de Deus.
Toda a proposta apresentada por Sartre nessa obra é muito forte, e tive a sensação
de que não sabemos exatamente quem somos, falta o ser, vivemos num caminho
de contentamento com nossas ações fragmentadas, ao ponto de ser quase
insuficiente a criação de uma identidade definitiva e autônoma. Lendo Sartre sinto
um mal estar inquietando o meu ser, capaz de provocar minha existência, e
consumir ilusões e crenças de que somos sustentáculo, da identidade, do nome, do
título, da profissão e tudo o mais que seja capaz de levar a esperança vazia de ser
humano, de ser Deus.