2021 14th IEEE International Conference on Industry Applications We6Track B.
Agricultura urbana 5.0: um estudo exploratório
Anna Carolina Dall Aneze Ferreira Silvia Lenyra Meirelles Campos Titotto
Universidade Federal do ABC Universidade Federal do ABC
Santo André, Brasil Santo André, Brasil
https://orcid.org/0000-0002-9195-7101 https://orcid.org/0000-0002-1089-6969
2021 14th IEEE International Conference on Industry Applications (INDUSCON) | 978-1-6654-4118-6/21/$31.00 ©2021 IEEE | DOI: 10.1109/INDUSCON51756.2021.9529771
Resumo— A Sociedade 5.0 tem como objetivo a promoção
da qualidade de vida dos cidadãos, reduzindo desigualdades e
promovendo a sustentabilidade social, econômica e ambiental
através da tecnologia e digitalização promovidas pela Indústria
4.0. Neste contexto, redesenhar as cadeias de produção e de
valor que levam alimentos até as cidades pode colaborar para a
geração do bem-estar. Esse projeto visou identificar as relações
entre os pilares da Indústria 4.0, Sociedade 5.0 e da agricultura
urbana (AU), bem como traçar um diagnóstico das
potencialidades e uso do território urbanizado como meio de
produção de alimentos e promoção de serviços
socioambientais. Conduziu-se uma revisão sistemática da
literatura, analisando-se 112 trabalhos relacionados aos temas,
que evidenciaram o uso de Internet of Things, automação,
aquisição de dados e integração tecnológica como forma de
promoção e AU no contexto de uma sociedade superinteligente.
Também se evidencia o potencial da AU no fornecimento de
alimentos. Este trabalho oferece um entendimento mais
profundo das relações entre tecnologia e os sistemas
alimentares urbanos, servindo como base na proposição de
novas arquiteturas para esse sistema.
Palavras-chave— sistemas alimentares inteligentes;
agricultura inteligente; segurança alimentar; Sociedade 5.0;
cidades inteligentes.
I. INTRODUÇÃO
A transição das cidades para um novo modelo inteligente
deve integrar as dimensões de governança, ambiental,
tecnológica, econômica e social, desenvolvendo um
ecossistema de inovação que tenha impacto direto em
infraestrutura, mobilidade e serviços urbanos [1]. Uma das
possibilidades de redesenho e integração está nas cadeias de
produção e de valor que levam alimentos até as cidades
através da agricultura urbana (AU).
A agricultura urbana pode ser definida como toda
atividade de produção agrícola realizada dentro ou ao redor
das cidades, neste último caso sendo chamada de agricultura
peri-urbana. Tais atividades podem abranger tanto a
produção de plantas ou de animais e as mais diversas
técnicas de cultivo e criação. Tipicamente, são cultivadas
plantas de manejo mais simples, como hortaliças, frutas e
legumes de pequeno porte. A adequação da produção de
alimentos de origem animal se dá pela criação de animais de
pequeno porte, como abelhas para produção de mel, galinhas
e coelhos [2][3]. A produção de animais também pode ser
integrada à produção de vegetais, como nos sistemas de
aquaponia, onde peixes e plantas são cultivados num sistema
fechado com circulação de nutrientes. Já os métodos de
produção são bastante diversos. Além da aquaponia, as
iniciativas de AU de distribuem por jardins e hortas
comunitários e particulares, até fazendas urbanas focadas na
produção comercial de hortaliças [4].
Uma infraestrutura de agricultura urbana (AU) pode, por
exemplo, beneficiar significativamente a qualidade de vida e
saúde humanas através do acesso a alimentos mais
978-1-6654-4118-6/21/$31.00 ©2021 IEEE
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Alessandra Cristina Santos Akkari
Universidade Federal do ABC
Santo André, Brasil
https://orcid.org/0000-0002-5376-7972
saudáveis, além de ser capaz de prestar outros serviços
socioambientais, como mitigação dos efeitos do lançamento
de gases de efeito estufa, aumento da disponibilidade de
áreas verdes, fortalecimento das relações entre comunidade e
o tecido urbano e desenvolvimento de novos modelos de
negócio [5], [6]. Neste sentido, a transição entre o modelo
atual e um modelo de sociedade sustentável resiliente é
possível a partir de iniciativas como a da Indústria 4.0 e dos
princípios da Sociedade 5.0 [7], [8]. Em um novo modelo, a
integração e digitalização dos sistemas que compõem a
sociedade seriam responsáveis pelo bem estar dos cidadãos,
sustentabilidade econômica e ambiental e resiliência da
sociedade como um todo.
Este trabalho buscou identificar as relações entre AU e a
promoção do bem-estar social, sustentabilidade e resiliência
no contexto de sociedades superinteligentes a partir da
digitalização dos processos, integração e implementação das
inovações tecnológicas trazidas pela Indústria 4.0. A
metodologia escolhida para esse estudo exploratório foi uma
revisão sistemática da literatura, que visou fomentar a
discussão da aplicabilidade da inovação tecnológica na AU,
bem como traçar um delineamento conceitual das relações e
conexões entre estes temas. A partir disso, será possível
determinar quais as dimensões, componentes e práticas
potencialmente mais adequadas e atualmente exploradas para
a construção de um sistema alimentar urbano mais resiliente.
II. REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Para esta revisão sistemática da literatura utilizaram-se
como guia geral as recomendações PRISMA (Preferred
Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses,
na sigla em inglês). Composto por um checklist e um
fluxograma de quatro estapas, a recomendação PRISMA visa
melhorar os relatos de revisões sistemáticas e meta-análises.
A. Estratégia de Busca
Foram selecionadas palavras-chave abrangentes à
maioria dos termos comumente utilizados para referência aos
temas de estudo e identificados nos estudos preliminares. As
palavras-chave dos artigos utilizados nos estudos
preliminares foram compiladas em um arquivo de Excel e foi
realizada uma análise de frequência. Alguns dos termos
selecionados (ou seja, mais frequentes), foram: “urban
agriculture”, “smart food system”, “industry 4.0”, “intert of
things”, “smart agriculture”, “society 5.0”, “smart city” e
“smart Society”. Todas as palavras-chave selecionadas estão
dispostas na Tabela 1, onde se visualizam os 17 termos de
busca, que contaram com as palavras-chave e operadores
booleanos. Foram construídos 8 termos relacionados à
Indústria 4.0 e AU e 9 relacionados à Sociedade 5.0 e AU.
As buscas foram feitas em três bases de dados, sendo elas
IEEE Xplore, Scopus e Web of Science (coleção principal),
utilizando a ferramenta de busca avançada.
1441 ISBN 978-1-6654-4118-6
 B. Critérios de Elegibilidade (n=9); software e modelagem (n=9) e produção de alimentos
Foram considerados os artigos publicados entre 2017 e e segurança alimentar (n=11).
2020, na língua inglesa, excluindo-se livros e capítulos de
livros, editoriais e textos introdutórios. Os artigos deveriam
tratar explicitamente de agricultura urbana e incluir menção
às tecnologias ou princípios preconizados pela sociedade 5.0
e indústria 4.0.

TABELA I. TERMOS DE BUSCA

# Termo
(("urban agriculture" ) AND ("smart food system"
1
OR "smart food"))
(("urban agriculture" ) AND ("industry 4.0" OR "4th
2 industrial revolution" OR “fourth industrial
revolution”))
(("urban agriculture" ) AND ("internet of things" OR
3 "internet of services" OR “big data” OR “cyber-
physical systems”))
(("urban agriculture" ) AND ("agriculture 4.0" OR
4
"farm 4.0" OR “agriculture 5.0” OR “farm 5.0”))
5 (("urban agriculture" ) AND ("smart agriculture”))
(("urban agriculture" ) AND ("cyber-physical
6
systems” OR "internet of things"))
(("urban agriculture" ) AND (“digitization” OR “big
7
data” OR “integrated system”))
(("urban food" OR "food system*" ) AND ("cyber-
8
physical systems” OR "internet of things") )
(("urban food" OR "food system*") AND
9 ("digitization" OR "big data" OR "integrated
system") )
(("smart city" OR "smart society") AND ("food
10
security" OR "food system"))
((“Society 5.0”) AND (“food system” OR “food
11
security” OR “food”))
((“super smart society”) AND (“food system” OR
12
“food security” OR “food”))
(("smart city" OR "smart society") AND ("urban
13 Fig. 1. Fluxograma do processo de revisão sistemática da literatura.
agriculture" OR "periurban agriculture"))
Fonte: autoria própria.
(("smart city" OR "smart society") AND
14
("agriculture"))
((“Society 5.0”) AND ("urban agriculture" OR III. RESULTADOS E DISCUSSÃO
15
"urban farm"))
((“super smart society”) AND ("urban agriculture"
Do total de estudos inclusos, 63% (n = 71) foram
16 publicados em periódicos e 37% (n = 41) em anais de
OR "urban farm"))
(("urban agriculture" OR "periurban agriculture") congressos e conferências. Dentre os periódicos, os mais
17
AND ("urban resilience" OR "system resilience")) frequentes foram os periódicos revisados por pares
Sustainability (n=16), Journal of Cleaner Production (n =
C. Seleção dos estudos 4), e Sustainable Cities and Society (n = 3). Dentre os
congressos, destacam-se os promovidos pelo IEEE nas áreas
Os dados obtidos em cada uma das bases foram baixados
de ciência da informação, computação e automação. A
diretamente dos respectivos websites, e a gestão do banco de
análise da frequência das palavras-chave destaca os termos
publicações formado foi realizada utilizando-se os softwares
“buildings”, “farming”, “vertical”, “IoT” e “sustainability”.
Mendeley e Excel. As buscas retornaram 3931 artigos, dos
Uma tabela resumo dos resultados é apresentada na Tabela
quais 1090 duplicatas foram automaticamente removidas.
II, sendo alguns resultados condensados numa mesma
Os 2841 artigos restantes foram avaliados em três etapas:
categoria para simplificação.
checagem de títulos, checagem de resumos e leitura
completa. O processo retornou 113 títulos, que foram A. Tecnologias e Recursos
considerados para inclusão. As etapas e respectivas seleções Muitas das práticas de agricultura urbana mencionadas
estão dispostas na Fig. 1. são baseadas na agricultura protegida, como agricultura
D. Análise e síntese dos dados vertical, fábricas de plantas e estufas em telhados [9], [10].
Algumas das técnicas mais citadas são hidroponia, semi-
Os estudos selecionados foram classificados de acordo
hidroponia, aquaponia e aeroponia, marcadamente
com sua afinidade e distribuídos em sete subcategorias:
reconhecidas pela redução do consumo de água quando
inovação tecnológica na produção de alimentos (n=33);
comparadas ao plantio irrigado tradicionalmente feito
sustentabilidade e serviços ambientais, sociais e econômicos
diretamente no solo [11], [12]. Se destacam o uso de
(n=24); Fatores sociais e governamentais (n=13); integração
automação e integração de sistemas através de Internet of
de sistema e infraestrutura (n=14); tecnologias e recursos
Things (IoT). O uso de IoT também permite a criação de
sistemas capazes de identificar vulnerabilidades e lançar

1442

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 avisos sobre falhas de processo e logística dos alimentos,
evitando que produtos impróprios para consumo cheguem
até o consumidor através da aquisição e processamento de
dados de toda a cadeia de produção [9]. Outros usos da
tecnologia estão na rastreabilidade dos alimentos utilizando
IoT e tecnologias de comunicação [9], [13], melhoria do
transporte, armazenagem e distribuição dos alimentos [14].
Big data e computação em nuvem tem papel no
desenvolvimento de dietas especificas, produção
direcionada e otimizada de alimentos [15], [16].
B. Inovação tecnológica na produção de alimentos
A inovação tecnológica surge com diversas aplicações
na AU. As principais e mais exploradas delas são a
automação e a integração dos sistemas através do uso de
sensores, atuadores e uso de Internet of Things (IoT) [17],
[18]. Diversos autores focam em sistemas modulares ou de
vasos individuais, que permitem o plantio em pequenas
áreas e a expansão da área cultivada [19]–[24]. Muitos
destes trabalhos têm foco em técnicas de cultivo como
hidroponia e aquaponia, onde não se utiliza solo como
substrato de plantio. Ainda assim, alguns autores propõem
sistemas de gestão e integração de práticas de plantio
tradicional no solo, em jardins comunitários, por exemplo
[25]. Nas implementações mais comuns são instalados
sensores de umidade, temperatura, luminosidade e
condutividade elétrica para aquisição de dados do meio.
Esses dados são transmitidos via redes móveis e sem fio e
processados por aplicações, que têm como função informar
ao usuário o status atual do plantio, como também acionar
algum atuador, como válvulas que abrem e fecham o
sistema de irrigação, por exemplo.
C. Software e Modelagem
A simulação também se mostra como tecnologia
aplicada pela Indústria 4.0 com potencial para o
desenvolvimento da AU. Softwares de modelagem e
previsão podem ajudar na tomada de decisão de quais
plantas cultivar a depender da incidência de luz solar ou
capacidade produtiva da área [26], [27] gestão do sistema
alimentar urbano através da definição de cultivo de um
alimento dadas as demandas de consumo [28], [29],
entendimento da viabilidade de implementação da AU em
terrenos ou telhados utilizando dados de sensoriamento
remoto ou projetos de construção de edifícios [26], [27],
identificação do melhor método de plantio através de análise
de multicritérios e modelagem das opções disponíveis [30],
ou projeção da quantidade de alimentos produzidos a partir
dos dados obtidos da área de implementação [26].
D. Integração de sistema e infraestrutura
A integração de sistemas, essencial para o
desenvolvimento da Indústria 4.0 e Sociedade 5.0, também
se mostra como objeto de pesquisa de diversos autores.
Neste sentido, pode-se entender a integração de duas
maneiras: a primeira trata da integração das áreas de AU
com a comunidade, amplificando os benefícios sociais e
gerando o sentimento de integração entre a população e o
espaço urbano. Já a segunda forma de integração trata
diretamente dos fluxos de matéria e energia que podem
colaborar para a economia de recursos naturais, otimização
do sistema como um todo e aumento da produtividade.
1443
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Tecnologias como realidade aumentada, big data,
automação, quando implementadas, podem maximizar os
benefícios sociais das áreas verdes através da maior
interação, integração e engajamento dos cidadãos. A coleta e
monitoramento de dados também facilita a gestão e o
diagnóstico de interferências nos sistemas de AU e
aumentando a integração destes aos demais sistemas que
formam as cidades [31]–[33]. A integração dos fluxos de
massa e energia também são possíveis e é essencial para o
desenvolvimento da Sociedade 5.0 [34]–[36].
E. Produção de alimentos e segurança alimentar
A agricultura urbana se mostra como oportunidade de
melhoria da segurança alimentar e do bem estar dos
cidadãos não só pela disponibilidade de alimentos e
promoção da segurança alimentar, mas também por
fomentar escolhas alimentares mais conscientes e nutritivas
através do maior envolvimento na produção destes
alimentos [2], [37], [38]. A AU também é capaz de fomentar
o plantio de alimentos tradicionais ou não convencionais,
que tendem a perder espaço na dieta das comunidades pela
pouca disponibilidade e desconhecimento de sua função
alimentar [39]. Um outro benefício trazido pela AU e
participação dos indivíduos nestas práticas é a capacitação
de pessoas nesta prática, que podem levar este
conhecimento paras comunidades isoladas com acesso
restrito a alimentos frescos [2]. A capacidade de produção
de alimentos e a colaboração da AU na satisfação das
necessidades diárias de consumo de vegetais em diversas
partes do mundo também foi explorada [40]–[42]. Porém,
ainda que haja muito otimismo quanto as capacidades de
fornecimento de alimentos através da AU, deve-se tomar
cuidado para que ela não seja superestimada. É importante
considerar que os cultivos mais explorados têm baixo valor
energético, concentrando-se na produção de hortaliças e
frutíferas de pequeno porte [43], e o alto custo trazido pela
tecnologia embarcada pode se tornar um empecilho para sua
implementação em larga escala e de maneira uniforme para
o atendimento das necessidade de diversas classes sociais
[37], [44].
F. Sustentabilidade urbana e serviços ambientais
Os serviços ambientais, econômicos e sociais são
frequentemente mencionados como justificativa para a
prática da agricultura urbana. Os ganhos em sustentabilidade
mais mencionados dizem respeito a redução de temperatura
e regulação do microclima [45]–[48], aumento da
biodiversidade e população de polinizadores, mitigação dos
efeitos de lançamento de gases de efeito estufa (GEEs) [49],
produção de alimentos variados [38], [46], [47], melhoria
estética e ganhos paisagísticos, prática de recreação e
atividades físicas e de lazer através do cuidado dos
canteiros, e melhoria das relações sociais pela promoção de
um espaço de comunhão e troca de conhecimentos [47],
[50]. [46], além de corroborarem com os benefícios citados,
mencionam ainda criação e restauração de habitats,
sequestro de carbono e ciclagem de nutrientes.
G. Fatores Sociais e Governamentais
Ainda que se apontem os diversos benefícios e desafios
da implementação da AU, ainda existe forte debate a
respeito da forma mais efetiva de implementação de projetos
 de agricultura urbana. Enquanto alguns autores afirmam que de um estudo exploratório e metodologia baseada numa
a verdadeira mudança vem da iniciativa popular, através da revisão sistemática da literatura seguindo as recomendações
implementação de hortas comunitárias e jardins em espaços PRISMA. O estudo incluiu 113 trabalhos que ofereceram -
públicos - mesmo sem autorização das prefeituras - o que em linhas gerais - uma visão dos avanços nas áreas de AU,
acaba por pressionar o estado a legislar a respeito da prática digitalização, automação e seus potenciais benefícios e
[51]–[53], outros defendem que o papel dos governos não relações com o desenvolvimento de uma sociedade
pode ser descartado [54], [55]. Neste sentido, os programas superinteligente centrada no bem estar humano. Dentre as
de incentivo, zoneamento e previsão da prática de cultivo de tecnologias e inovações da Indústria 4.0, destacam-se IoT,
alimentos nas áreas urbanas seriam essenciais para fomentar automação e a aquisição e processamento de dados do
a prática e torna-la mais distribuída no tecido urbano. É ambiente para a construção de sistemas autônomos e
importante entender as relações da sociedade e dos otimizados. Também se destaca o potencial da modelagem
governos, e como estes atores podem atuar de forma na tomada de decisão e previsão de sucesso das práticas de
conjunta para a implementação de um sistema de AU AU. A prática da agricultura urbana e sua distribuição no
resiliente e capaz de prover os serviços sociais, ambientais e tecido urbano também se mostra como meio para a
econômico que tem potencial. A AU tem papel chave no promoção do bem-estar social e sustentabilidade, além de
desenvolvimento sustentável urbano e como ferramenta do prestar diversos serviços ambientais capazes de fomentar a
empoderamento da comunidade, inovação urbana e resiliência urbana.
articulação entre os diversos espaços e funções do tecido Este estudo exploratório e conceitual colabora para a
urbano [56], [57]. discussão a respeito da aplicabilidade da inovação
tecnológica na produção de alimentos, focando na produção
TABELA II. RESULTADOS RESUMIDOS local urbana. A delimitação das relações, dimensões e
Temática Principais resultados (conceitos e aplicação) componentes de um sistema alimentar urbano
superinteligente serve, ainda, como base para estudo
• Agricultura protegida (estufas, áreas posterior, onde será feita a proposta de uma arquitetura de
fechadas) [9], [10];
Tecnologias
• Hidroponia, semi-hidroponia,
sistema para a Agricultura Urbana 5.0.
de plantio
aquaponia, aeroponia [11], [12];
• Sistemas modulares [19]-[24]. AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal do ABC (UFABC) pela concessão
• Integração de sistemas urbano [31]- de bolsa de estudos durante parte do desenvolvimento deste
[33]; trabalho.
• Internet of Things [9], [13], [17], [18];
Inovação REFERÊNCIAS
• Big Data e computação em nuvem
tecnológica +
[15], [16];
Softwares e [1] G. F. Camboim, P. A. Zawislak, And N. A. Pufal,
Modelagem + • Modelagem de áreas de plantio
(incidência de luz, capacidade “Driving Elements To Make Cities Smarter:
integração de
sistemas produtiva) [26], [27]; Evidences From European Projects,” Technol.
• Análise multicritério, adequações de Forecast. Soc. Change, Vol. 142, No. December
área e estimativa de produção [28]- 2017, Pp. 154–167, 2019,
[30].
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Serviços
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energia [34]-[36]; Communities?,” Curr. Opin. Environ. Sci. Heal.,
serviços
• Regulação de microclima [45]-[48];
ambientais +
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integração de [5] C. Kasper, J. Brandt, K. Lindschulte, And U.
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Implementaçã
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(fatores
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agricultura urbana, a indústria 4.0 e a sociedade 5.0 através 27, No. Society 5.0, Pp. 47–50, 2018,
[8] L. E. Villela Zavala, A. Ordonez Garcia, And M.

1444

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