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PORTFÓLIO DOS DIÁRIOS

NOME: Ana Beatriz Ferreira Ramoa


MATRÍCULA: 536996
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA BIBLIOTECONOMIA E CI
PROFESSOR: JEFFERSON VERAS NUNES
UNIDADE II: O SURGIMENTO DA DOCUMENTAÇÃO

AULA 01

O texto traz a análise do documento como objeto informacional, partindo da hipótese que o
documento possui relação com sua condição de informar, e é essa utilidade que permite
enveredar o aspecto pragmático do documento uma vez revelando o seu caráter social e
simbólico da informação.
A noção de documento na versão clássica se fundamenta em O Traté de Documention de Paul
Otlet, onde o mesmo argumenta que é necessário além de uma bibliografia, uma bibliografia,
uma ciência e uma técnica gerais do documento, desenvolvendo: "A bibliografia elabora os
dados científico e técnicos relativos a este quádruplo objeto: 1⁰ o registro do pensamento
humano e da realidade exterior em elementos de natureza material, ou seja, documentos; 2⁰ a
conservação, circulação, atualização, catalografia, descrição e análise desses documentos; 3⁰ a
elaboração, com a ajuda de documentos simples, dos documentos mais complexos e com a ajuda
dos documentos particulares, o conjunto desses documentos; 4⁰ em último grau, o registro dos
dados cada vez mais complexos, exato, preciso, simples, direto, rápido, sinotico de forma
simultaneamente analítica e sintética; seguindo um plano cada vez mais integral, enciclopédia,
universal e mundial." A acepção otletiana é resumida em não pensar o documento pelo seu
conteúdo puramente intelectual. Trata-se do modo de produzir e modo de usar documentos.
Suzana briet, discípula de Otlet, concordava com a noção não do documento como algo já
estabelecido, mas algo que se revela e vinha a ser. A noção clássica por si só inspirou alguns
autores e versões, as quais se destacam a versão francesa e espanhalo.
Para Myriat, na versão francesa, o documento - se enfatiza a noção de Otlet - não é um dado,
mas o produto de uma vontade, aquela de informar ou se informar. Segundo ele o uso de um
documento é o elemento principal, esboçando a ideia de o "usuário faz o documento." Enquanto
na versão espanhola, Sagredo Fernandez e Izquierdo Arroyo pensam como Meyriat ao afirmar
que um documento só existe quando é utilizado como tal. O documento é em si um objeto
manufaturado (registrado em um suporte) e "mentefaturado" (conteúdo significante).
Dentro da noção clássica anglo-saxã, destaca se Fondin que diferenciava-se de Otlet na sua
abordagem sobre documentologia, ao dizer que ela não seria uma teoria de transmissão dos
saberes, mas da intervenção na produção e uso dos documentos. Fondin também acreditava que
a informação como objeto social que pode ser utilizado por diversas áreas recebe uma
abordagem que acaba por gerar ambiguidade.

TEXTO TRABALHADO NA AULA: Noção de Documento: de Otlet aos dias de hoje, de Cristina
Dotta Ortega
AULA 02

A origem da Bibliografia é discutível, podendo ser referida desde os tempos remotos da


Antiguidade, tendo como precursor Calímaco, que produziu o Pinakes (uma espécie de
bibliografia que listava os títulos e autores da biblioteca de Alexandria), passando pelas
produções da Idade Média, com Galeno e Jeronimo, este último autor da obra Scriptores
ecclesiasticorium vitae, um listado de obras de autores católicos, e Illustrium virorum catalogus,
de Genadio de Marsella. Com a imprensa dos tipos móveis, a produção de bibliografias
tornou-se cada vez mais crescente, marcando outra corrente que discorre sobre o nascimento da
Bibliografia.
Na data de 1704, surge a primeira definição de Bibliografia, na obra Dictionnaire universel
François et latin, que assinala-a como conhecimento e interpretação dos antigos manuscritos,
definição esta que aproxima a Bibliografia do campo das humanidades, já que a maioria dos
manuscritos era de Filosofia, Literatura e História, exigindo conhecimentos dessas matérias por
parte dos bibliográfos. O movimento enciclopedista, que teve como materialização a publicação
da Encyclopédie (conjunto de obras que buscavam arrolar todo o conhecimento humano), levou
também as bibliografias a publicarem o conhecimento universal, expressos nos “repertórios
bibliográficos universais”, ademais da valorização do conteúdo intelectual das obras sobre o
valor físico ou material.
De acordo com Morales Lopez, o enciclopedismo contribuiu para forjar o pensamento que
influenciou acontecimentos posteriores, como a Revolução Francesa, que provocou um
deslocamento radical no âmbito político, cultural, econômico, e também no biblioteconômico.
Contudo, antes de adentrar nas mudanças ocasionadas pela Revolução Francesa, cumpre
salientar que o campo da Bibliografia possui uma estreita relação com o campo da
Biblioteconomia, não sendo desejáveis delimitações muito rígidas, pois em ambas a
preocupação com a organização dos saberes era comum desde a antiguidade, podendo ser
percebida através da confecção dos catálogos e o positivismo pode ser sentido também na
Biblioteconomia através da preocupação expressa nos procedimentos técnicos de intervenção,
catalogação, classificação, ordenação dos acervos. Operações técnicas que objetivam manter a
ordem dos acervos e das instituições, sendo, inclusive a ser nomeada de “ciências do acervo, das
técnicas e das instituições”.
Segundo Pulido e Morillas, Schrettinger diferente da concepção de atividades práticas confere
ao campo um caráter científico, em que deveria colocar a disposição as coleções a serviço de um
público determinado. Morales Lopes acrescenta que, aquele autor, defendia a incorporação de
metodologias e ferramentas provenientes de outras ciências para melhorar e aprofundar o estudo
dos fenômenos que tinham lugar na biblioteca. A inspiração epistemologia de Scherettinger
remonta a Kant, que dizia que para um saber ser reconhecido como ciência deveria partir de uma
ideia, na qual constituiria em um sistema (neste caso, o estudo da biblioteca). Contudo, suas
ideias não foram facilmente aceitas, pois na Alemanha as bibliotecas eram vistas como
instituições culturais, com forte tradição humanista, e os livros como objetos artísticos e
espirituais, e não como objetos de estudos, de valor informacional e intelectual que poderia
prover proveitos aos indivíduos e as sociedades.
A Biblioteconomia tem uma longa trajetória, uma história que se entrelaça com outros campos
do conhecimento, promovendo uma aproximação e um distanciamento entre eles, movimentos
que demarcam a configuração da Biblioteconomia

TEXTO TRABALHADO NA AULA: A constituição da Biblioteconomia científica: um olhar


histórico, de Gabrielle Francinne Tanus

AULA 03
Para Le Goff, os documentos não são neutros nem puros, mas resultam de um conjunto de
escolhas, agregados (conscientes ou inconscientes) e manifestações de decisões, registros
probatórios, ou seja, são representações objetivas e subjetivas no que diz respeito a sua produção
porque são ferramentas eficazes para satisfazer a necessidade de perpetuar decisões, opiniões e
acontecimentos. Portanto, não deve ser deixado para o passado, pois é representativo do mundo
de conhecimento de seus produtores, retratando a intenção de registrar determinado saber, é
produto da sociedade que o produziu, conforme as relações de poder existentes.
No percurso da Historiografia, o termo documento é utilizado para atribuir testemunho histórico
e supõe-se que essa questão acompanhou o fazer histórico desde os seus primórdios. No entanto,
esta ideia que partilha da pensamento positivista mantém raízes nos séculos XIX e XX.
Segundo a visão positivista da História, não há história sem documentos, principalmente os
escritos. No entanto, Fustel de Coulanges propôs outro ponto de vista sobre a questão dizendo
que: se faltar à História
monumentos escritos, esta deverá atentar-se às fábulas, aos mitos, aos sonhos da imaginação; às
marcar deixadas pelo homem por onde passou, aos elementos que representem toda a
inteligência humana; nesses é que reside a história.
No entanto, o uso de fontes não escritas - visuais, sonoras, materiais e imateriais - só foram
aceitas através das propostas da Escola dos Annales. Segundo Lefebvre, representante desta
Escola Historiográfica, a história é feita com documentos escritos, mas também pode fazer-se de
outras maneiras: com palavras, signos, paisagens. “Numa palavra, com tudo o que, pertencendo
ao homem, depende do homem, serve o homem, exprime o homem, demonstra a presença, a
atividade, os gostos e as maneiras de ser do homem”, cita Le Goff.
Outra contribuição importante para a noção de documento foi apresentada por Paul Zumthor.
Segundo o autor, o que transforma o documento em monumento é a sua utilização pelo poder.
Diante disso, Zumthor apresentou um ponto fundamental que vai de encontro com a noção
positivista de documento, dizendo que não existe documento objetivo. Essa visão enviesada
parte do interesse de uma sociedade cujos dominantes pretendiam que assim fosse, os quais
compreendiam o documento como prova de boa fé, autênticos; características difíceis de serem
pensadas com a ampliação dos meios de produção documental.
Bellotto trata a concepção de documento a partir da sua construção/proveniência. Para a autora,
a forma/função pela qual um documento é criado é o que vai determinar seu uso, é a razão de
sua origem e emprego, e não o suporte sobre o qual está constituído, o que vai determinar sua
condição de documento. Os documentos administrativos ou jurídicos servem, portanto, como
prova de uma ação e podem, em um segundo momento, serem utilizados para fins históricos.
Eles surgem, pois, para atender às funções administrativas e legais e servem para provar ou
testemunhar algo.
Senécal diz que um documento considerado administrativo tem a função de definir, controlar,
executar ou aconselhar sobre processos de trabalho, atividades ou itens para levar a cabo as
atividades de uma organização. Para Senécal, o mesmo objeto pode ser reconhecido como um
documento de arquivo se for possível perceber as características que confirmam as funções para
representar a pessoa ou entidade utilizadora desses documentos.
Couture apresenta várias maneiras de definir um documento, por exemplo, como um recipiente
de informações. Ao citar a Lei de Arquivos do Canadá, diz que os documentos são “todos os
elementos de informação, independente de sua forma e suporte, incluindo correspondência, nota,
livro, mapa, desenho, diagrama, ilustração gráfica, fotografia, cinema, microfilmes, gravação
sonora, vídeo ou toda reprodução destes elementos”. Para Couture, se pode definir o documento
de arquivo como um recipiente/suporte para o conteúdo
TEXTO TRABALHADO NA AULA: Percepções e aproximações do documento na historiografia,
documentação e ciência da informação, de Ismael Murguia

AULA 04

Em 1924, o Instituto Internacional de Bibliografia é reorganizado e se constitui numa


Federação de Organizações de Documentação. No ano seguinte, Otlet e Goldschmidt
apresentam uma biblioteca portátil de microfichas, equivalente a cerca de quinhentos metros de
estantes cheias de livros, biblioteca essa que, segundo Rayward (2002), poderia ser chamada
“Internet de papel” e considerada como uma visão premonitória da Internet. Em 1931, o antigo
Instituto passa a ser o Instituto Internacional de Documentação (IID)
O fenômeno conhecido por “explosão da informação”, ligado ao crescimento exponencial da
produção e uso de documentos, em especial nas áreas técnico-científicas, envolvia uma
diversidade considerável de profissionais, em diferentes contextos.
O que a literatura não registra com a clareza que caberia esperar de um fato histórico que
parece inegável é que a “explosão da informação” acontece e decorre a partir do
desmantelamento, pelas potências aliadas, dos arquivos técnicos da indústria alemã, após o fim
da Segunda Guerra Mundial. Com efeito, no anseio de conhecer a fundo o real nível dos
conhecimentos científicos e tecnológicos da Alemanha, iniciou-se uma verdadeira maratona de
análise do conteúdo de toda a documentação encontrada. Mobilizaram-se importantes efetivos
de especialistas em ciência e tecnologia, e de documentalistas, de diversos países que
procederam a organizar, condensar e indexar os relatórios de pesquisa e documentos diversos,
encaminhando os resultados aos respectivos governos. Como resultado, ficou patente o interesse
de promover e divulgar as publicações de índices e resumos, que conheceram uma notável
expansão nos anos seguintes. Uma alusão explícita à necessidade de encontrar uma forma de
organizar o enorme volume de informações geradas durante a Segunda Guerra foi expressa por
Bush. O autor convida os cientistas a desenvolverem uma teoria balizadora da nova ciência,
tornando esse acervo de conhecimentos acessível e útil.
Diener observou que uma característica fundamental da informação é que “ela é uma entidade,
não é consumida quando se usa e pode ser reproduzida sem custo e sem perda do conteúdo ou
significado; é ‘societal’, e é intangível.
A velocidade vertiginosa com que tem se desenvolvido a Internet, enquanto meio de
divulgação e localização de informações de todo tipo, merece uma pausa para pensar o que a
web semântica teria a contribuir para o futuro
desenvolvimento da Ciência da Informação, bem como de seus desdobramentos e aplicações.
O que se pode antever é que da mesma forma que a televisão não acabou com o rádio nem com
o cinema – bem pelo contrário, este sobrevive naquela – e que nenhuma das duas acabou com a
imprensa, nem o digital com todas elas, os espaços serão repartidos e/ou compartilhados, todos
evoluindo e se beneficiando dos avanços de todos e de cada um.

TEXTO TRABALHADO NA AULA: Do documento impresso à informação nas nuvens: reflexões,


de Jaime Robredo

AULA 05

O conceito de documento não é algo novo e tampouco consensual entre professores e


pesquisadores. Pensando nisso, este artigo tem como objetivo apresentar alguns entendimentos
sobre o conceito de documento a partir de uma revisão de literatura de três distintas áreas do
conhecimento: Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia. Elegeu-se como objeto de estudo o
documento nessas três áreas em razão da percepção inicial de que essas áreas lidam, de alguma
maneira, com o documento.
A Documentação, campo do conhecimento criado no final do século XIX por Paul Otlet e
Henri La Fontaine, é marcada por diversas visões de suas origens e de seu desenvolvimento ao
longo dos séculos, mas conforme revela a sua própria denominação, sua relação com o
documento parece indubitável, ao contrário das outras áreas acima mencionadas. Uma das
principais contribuições deste campo foi, justamente, a consolidação do conceito de documento
Smit, ao discorrer sobre a Documentação, revela que ela pode ser chamada com certa
frequência de “Ciência da Informação”, uma vez que ambas lidam com a informação sem
restringir a ideia de documentos presentes nos acervos de bibliotecas.
De acordo com Rousseau e Couture, os arquivos são instituições públicas ou privadas, que têm
como principais funções ou processos a: criação, avaliação, aquisição, classificação, descrição,
comunicação e conservação dos documentos gerados em decorrência do exercício das atividades
funcionais que se estabelecem primordialmente pelas vias jurídico-administrativas. Paes, ao
escrever acerca da origem dos arquivos e da importância deles para a sociedade, revela que eles
guardavam os tesouros culturais da época e eram responsáveis pela proteção dos documentos
que atestavam a legalidade de seus patrimônios. Gomes aponta que a origem dos arquivos teve
como base o surgimento da escrita e a proliferação dos documentos nas mais variadas instâncias:
individual, religiosa, jurídica, profissional, econômica, social ou nacional. Para ele, esse
crescimento da quantidade de documentos decorreu da passagem de uma cultura oral para a
escrita, permitindo ao ser humano conhecer na estrutura, no tempo e no espaço, o valor das
palavras, levando-o a perceber que, depois da descoberta da escrita, a origem dos arquivos
torna-se igualmente relevante para a sociedade. Conceitualmente, para esse autor, o documento é
considerado uma peça escrita ou impressa que oferece prova ou informação sobre um assunto ou
matéria qualquer”. Pode-se inferir, então, que o documento vincula-se a materiais fisícos que de
alguma forma são registrados.
Na Biblioteconomia é importante ressaltar sua ramificação em: Tradicional, vinculada aos
espaços da biblioteca, e Especializada, que se aproxima da Documentação, em virtude da
preocupação com a informação contida nos documentos para além dos espaços institucionais. O
conceito de documento para a Biblioteconomia especializada, sob esta argumentação, guardaria
contornos muito próximos da definição oriunda da própria Documentação, pois os documentos
não seriam apenas os livros, mas todas as formas documentais.
Luisa Orera Orera define a Biblioteconomia como uma ciência documental que tem por objeto
de estudo as bibliotecas, entendidas como sistemas de transmissão de informação para seus
usuários. Tal transferência ocorre por meio das coleções, que são formadas por um conjunto
organizado de documentos. Assim o documento é compreendido a partir da ótica da coleção que
integra o acervo de uma biblioteca.
Quanto a Museologia, as ideias de Hernández estabelecem uma proximidade da Museologia
com a Documentação, uma vez que, dentro dos museus, existem diversos tipos de documentos,
alguns cujo suporte é o papel, outros que utilizam qualquer outro suporte disponível, como
pedra, metal, osso ou madeira. Do mesmo modo, para Chagas, o documento se desdobra em
objetos, livros, papéis, coleção, patrimônio cultural e natural, assim, os documentos estão
presentes tanto nos museus quanto nos arquivos e nas bibliotecas.
O conceito de documento inserido nas áreas de Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia
possibilitou realizar um diálogo entre as áreas. Além disso, a partir das argumentações expostas,
da noção e das distinções do documento entre elas, propõe-se por meio do quadro abaixo uma
síntese das ideias apresentadas.
TEXTO TRABALHADO NA AULA: O conceito de Documento na Arquivologia, Biblioteconomia
e Museologia, de Gabrielle Francinne Tanus

AULA 06

Cada época tem suas questões a serem resolvidas, limitações a serem superadas e seu próprio
contexto. Quando Gutenberg inventou o tipo móvel no século XV, a proporção de produção e
distribuição dos livros aumentou consideravelmente.
Ortega argumenta essa foi uma questão que passou a fazer parte da realidade das bibliotecas e do
bibliotecário nos séculos seguintes, que foi sendo apaziguada por meio do desenvolvimento dos
conceitos de biblioteca pública, dos primeiros princípios da Biblioteconomia moderna, da
Bibliografia Especializada, da Documentação, entre outros.
O movimento neodocumentalista surge com a intenção de compreender como se configura essa
nova realidade, na qual o meio físico e o digital coexistem e se faz necessário identificar sua
relação para ser viável a conceituação do que é um documento, fazendo uso do suporte teórico da
Documentação clássica. Essa corrente de pensamento emerge de diferentes contextos, porém com
objetivos similares, por essa razão também há uma diversificação no termo pela qual é nomeada.
Neodocumentalista, neo-documentação e redocumentarização são os termos que aparecem nas
publicações encontradas sobre este movimento. Identificar uma data ou contexto exato do
surgimento desses termos é uma tarefa árdua, no entanto é possível traçar os rastros de suas
aparições.
Pedauque diz que ainda que por ser o conceito de documento onipresente na vida cotidiana e ser
objeto de pesquisadores e estudiosos de diversas áreas, não se sentia uma necessidade de definir
documento, por ser este considerado um conceito intuitivo e, sendo que o problema está
exatamente na falta de definição. A falta de clareza é hoje um problema: a forma eletrônica está
revolucionando o conceito de documento, mas não há como medir com precisão o impacto e as
conseqüências devido à falta de contornos claros [do conceito de documento].
Conforme Buckland fez se necessário retomar os preceitos documentalistas para entender as
novas maneiraa de se ver o documento conforme afirmarção de Buckland. Pois só
compreendendo o que é um documento na sua essência, com propriedades bem definidas é que se
torna possível identificar um documento em qualquer outro ambiente ou suporte que evolui
continuamente.
O entendimento sobre os grupos de pesquisa que discutem o documento sob a perspectiva de
estilo de pensamento e coletivo de pensamento auxiliam a refletir sobre a situação vivida
atualmente de aproximações entre a Ciência da Informação e a Documentação. Por muito tempo
corroborou-se a ideia de que as atenções dos estudos da Ciência da Informação deveriam se voltar
exclusivamente para a noção de informação, considerando ultrapassadas as discussões acerca do
conceito de documento. Conforme as novas tecnologias abriam caminhos na Ciência da
Informação, seu objeto de estudo (a informação) precisou se adaptar e foi se modificando
materialmente. Contudo essas mudanças começaram a se tornar tão abruptas que novos conceitos
e teorias se formaram.

TEXTO TRABALHADO NA AULA: O movimento neodocumentalista e a reaproximação entre


ciência da informação e documentação: uma perspectiva histórico-conceitual, de Gabriela Fernanda
Ribeiro Rodrigues e Dulce Maria Baptista

AULA 07

O documentário conta um pouco da história de Otlet por meio de reproduções e elementos


documentais e como surgiu seu interesse por organizar a informação, traçando um caminho pela
sua vida pessoal e juventude marcada pelo interesse em coleções até invenções que seriam
idealizadas mais tarde.

O desejo de Otlet de criar um sistema de classificação e indexação de informações e sua ênfase


da importância do acesso livre ao conhecimento contribuiu grandemente para o campo da
ciência da informação. E apesar de terem sido desenvolvidos no século 19, as ideias de Otlet
ainda possuem influência nos dias de hoje.
FILME: The man who wanted classify the world

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