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Operação historiográfica
Ele inicia fazendo perguntas; o que o historiador fabrica, para quem e qual a
finalidade de suas produções. Segundo ele na história todo sistema de pensamento está
definido sobre um “lugar’ seja ele político social ou econômico. A teoria é responsável
por organizar os procedimentos próprios de uma disciplina, pois encarar a história como
uma operação, é associá-la entre um “lugar”, e uma disciplina” procedimento de análise
e a construção de um texto “ uma literatura”.
Pag2 nesta perspectiva gostaria de mostrar que a operação histórica se refere à
combinação de um lugar social, práticas cientificas e de uma escrita. Esses três
elementos compõem uma operação historiográfica que consiste em recortar o dado
segundo uma lei presente, que se distingue de seu outro, passado. A operação tem um
efeito duplo, pois historiciza o atual, ela presentifica uma situação vivida, a história é
ambivalente o lugar que ela destina ao passado igualmente destina ao futuro.
Segundo (CERTEAU) toda pesquisa historiográfica se articula com um lugar de
produção socioeconômico, político e cultural. E as instituições de ensino superior de
Parnaíba, principalmente as que tem curso de formação acadêmica em história, são
lugares onde uma pesquisa historiográfica é bastante necessária. Os inúmeros trabalhos
científicos feitos no âmbito acadêmico se articulam com uma produção de um saber que
está ligado a uma instituição social, que dita as normas doutrinarias a serem seguidas
pelos pesquisadores. Elaborando um discurso cientifico que fala de sua relação com o
corpo social da história, diferentemente dos memorialistas parnaibanos que possuíam
uma concepção dotada de subjetividade. Assim a produção acadêmica parnaibana do
século XXI é composta pelo um conjunto de práticas relacionada a um grupo
responsável pela fabricação de novas percepções sobre o passado da cidade.
Michel de Certeau é um dos teóricos mais influentes nesta pesquisa, pois em sua
obra a “Escrita da História” ele fornece as bases sobre uma operação historiográfica,
conceito esse extremamente importante nesta pesquisa. De acordo com essa concepção,
uma produção histórica está intrinsecamente associada a um “lugar social”, esta
condição permite a análise de um lugar, e de uma sociedade onde ela está inserida.
Assim, a pesquisa histórica deve ser seguida sobre total responsabilidade com a
organização dos procedimentos próprios de uma disciplina, pois encarar a história como
uma operação, é associá-la entre um “lugar”, “disciplina” e um texto “ uma literatura”.
Esses três elementos compõem uma operação historiográfica que recorta metodicamente
um fato para analisá-los sistematicamente. Dessa forma, fundamenta-se a ideia de uma
análise sobre a produção acadêmica parnaibana que tem a cidade como lugar de
abordagem.
Lima, Frederico Osanam; Mendes, Sérgio Luiz da Silva; Castro, Francisco José
Leandro Araújo de. PARNAÍBA: história, memória, cidade. Teresina: Cancioneiro,
2011.
Pág. 187, a 190 fala sobre o tombamento dos prédios antigos da cidade, pelo Iphan e as
parcerias para a educação patrimonial.
Os jornais piagui e bembem atuaram como veículo de propagação dos trabalhos
de historiadores profissionais, editado por Daniel ciarlini e depois por claucio ciarlini. Já
o bebem em 2008 também destaca pelo seu próprio modo de pensar a cidade por meio
de vários colaboradores, historiadores profissionais, josenias silva, Adelmar Cavalcante,
Esses autores através de sesu textos e visões sobre a cidade transformaram a cidade de
Parnaíba em múltiplas cidades. Os novos escritores parnaibanos vêm dar uma renovação
a história da cidade, antes escrita por memorialistas.
Segundo o escritor o presente trabalho tem como intuito incentivar a análise dos
trabalhos acadêmicos sobre a cidade, uma produção acadêmica ainda pouco explorada
como objeto de pesquisa.
PROST, Antoine. Doze lições sobre a história / Antoine Prost; [tradução de Guilherme
João de Freitas Teixeira]. – 2. ed.; 4. reimp. – Belo Horizonte : Autêntica Editora ,
2017. --
(Coleção História e Historiografia, 2).
Outro teórico que ajudará a fundamentar este estudo é Certeau com a teoria, “o
espaço é um lugar praticado” (CERTEAU, 1998, P. 202). Segundo Certeau é no espaço
onde ocorrem as interações sociais, e as práticas estratégicas que ditam como
determinado indivíduo deve andar. Como exemplo temos os locais frequentados pela
elite de Parnaíba que foram definidos estrategicamente como locais de sociabilidade dos
mais ricos. Assim o cotidiano parnaibano nas décadas de 50 e 70 foi construído sobre as
relações de forças praticadas pelos sujeitos. Esse cotidiano ocorreu planejado tanto de
forma estratégica pela elite, mediante a exploração da mão de obra, como tática que não
ocorreu de modo planejado, e nem com fins econômicos, sendo ela mais ligada às
classes marginalizadas que resistem às práticas estratégicas. Com isso, é dessas ações
táticas, como também, desses espaços não planejados pela classe abastada que este
trabalho quer desvendar (CERTEAU, 1998).
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 3. Ed, Petrópolis, RJ: Vozes,
1998.