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As loucas aventuras

do Barão de Munchausen
Rudolph Erich Raspe

Tradução e adaptação
Heloisa Prieto

Ilustrações
Laerte

Elaboração
Roseli Novak

Coordenação
Maria José Nóbrega

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os tempos, surgiram na forma de livro, em Londres,
Um pouco sobre a tradutora em 1793. Mas, ainda segundo a tradutora, é muito
provável que as histórias narradas nesse livro circu-
e adaptadora
lassem pela Europa muito antes dessa data, numa
época em que a concepção de tempo, de autoria,
de obra e de público era outra. Por isso a dificul-
As loucas aventuras do Barão de Munchausen dade de se saber precisamente quem é o autor do
foram traduzidas e adaptadas pela escritora Heloisa livro – Rudolph Erich Raspe? Rabelais?
Prieto, autora de inúmeros livros infanto-juvenis, como
Lá vem história, Divinas aventuras, Mata, terra e mil fan-
tasmas, Dragões negros, A guerra dos gatos contra a bruxa Propostas de atividades
da rua entre outros. Doutora pela Universidade de São
Paulo, Heloisa recebeu vários prêmios como o Jabuti a) antes da leitura
e o da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. 1. Apresente o livro As loucas aventuras do
Barão de Munchausen para a turma: peça aos alunos
que observem a capa. Pergunte-lhes se sabem a
diferença entre autor, tradutor, adaptador. Pergunte
Resenha se conhecem Laerte, o ilustrador, se já ouviram falar
da revista Chiclete com banana.
As loucas aventuras do Barão de Munchausen é
um livro para quem gosta de histórias de aventura e de 2. Converse com os alunos a respeito das
diversão. narrativas de aventura: alguém da turma costuma
Como o próprio título indica, a vida do Barão ler livros de aventura? O que não pode faltar em
está muito longe de ser convencional e rotineira. Na uma história desse gênero?
verdade, o dia-a-dia do narrador-personagem é mar-
cado por perigos incomuns, fugas impossíveis, fatos 3. Leia para os estudantes o texto das duas
extraordinários, viagens fantásticas, ou seja, por tudo orelhas do livro: que informações relevantes há ali
que faz uma vida na Terra ser excepcional. Vida na Terra sobre o texto original? Pergunte se sabem quem foi
sim, pois o Barão escreve de seu refúgio secreto na Lua. Dom Quixote. Pergunte também sobre a importân-
Pois é... Ironicamente, a veracidade cia de ler textos antigos e se o texto da tradutora
das aventuras é “atestada e com- aumentou a vontade de ler o livro.
provada” por outros grandes aven-
tureiros da história da literatura 4. Peça que abram o livro nas páginas 68 e
mundial: Gulliver, Simbad e Alladin, 69 e leia com eles os textos sobre o escritor, a tradu-
como se vê na abertura do livro. tora e o ilustrador.
Sabemos que o gênero textual narrativa
de aventura se caracteriza por apresen- 5. Convide-os a folhear o livro do começo
tar um herói em ação, que é obrigado a ao fim, só para observar as ilustrações. Como são
passar por situações arriscadas nunca elas? Divertidas? A partir delas é possível imaginar
antes vividas pela grande maioria como vão ser as histórias?
dos mortais. As loucas aventuras
do Barão de Munchausen, contudo, 6. Ao folhear o livro, aproveite para chamar
além dos acontecimentos imprevistos traz também a atenção para as notas que aparecem ao longo da
uma boa dose de humor. narrativa com referências a lugares e a persona-
Conforme pesquisas da tradutora e adapta- gens. Explique que podem consultá-las se sentirem
dora Heloisa Prieto, as aventuras do Barão, vulgar- necessidade de algum esclarecimento.
mente conhecido como o maior mentiroso de todos

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b) durante a leitura c) depois da leitura

1. Leia para a turma o prefácio, que está na 1. Peça aos alunos que releiam o livro até o
página 6. Explique que o narrador do texto é um narra- capítulo 5 da primeira parte. Peça que escolham den-
dor em 1a pessoa, ou seja, um narrador-personagem ou tre os capítulos lidos o fato mais inacreditável, o mais
narrador-testemunha. Lembre aos alunos que uma das pitoresco, o mais ousado, o mais esquisito. Sugira a eles
características de um narrador desse tipo é que conta que primeiro escrevam os fatos no caderno, para de-
sua história sempre de forma parcial, considerando um pois relatá-los para a turma.
único ponto de vista: o seu.
2. Proponha um exercício que faça os alunos
2. Outro conceito importante de ser trabalha- observarem a importância do narrador. Peça a eles que
do é o de verossimilhança. A palavra verossímil é muito escolham um episódio de algum capítulo e reescrevam
comum no âmbito da literatura. Os autores de textos como se um outro personagem, que não o Barão fosse
literários esforçam-se muitas vezes para escrever tex- o narrador. Depois de pronta a nova versão, peça aos
tos verossímeis, isto é, que pareçam verdadeiros, com alunos para lerem para a classe.
nexo e harmonia entre os fatos, para que os leitores
não sintam que o texto contraria a realidade. Logo no 3. Leia para os alunos a história de Jonas, que
prefácio o narrador avisa ao leitor que ele estranhará está no Antigo Testamento. Lembre que histórias como
as peripécias corajosas e originais que provavelmente a de Adão e Eva, de Caim e Abel, do Dilúvio e da Arca
parecerão inverossímeis. Comente com os alunos que de Noé, narradas no Antigo Testamento, são narrativas
esse é um truque persuasivo que eles logo verão (assim que dão origem a outras histórias. Vai ser interessante
que começarem a ler as histórias) se é convincente comparar o relato bíblico de Jonas ao capítulo 7 da se-
ou não. gunda parte do livro.

3. Pergunte aos alunos se conhecem os três 4. Peça aos alunos para relerem o capítulo 9
aventureiros que assinam a carta que afirma a veraci- do livro, para perceberem o tipo de humor do narrador.
dade de tudo o que o Barão viveu. Verifique se os alunos perceberam a relação sutil entre
a ausência de médicos e a diminuição do número de
4. Faça uma leitura compartilhada do primeiro mortos na cidade.
capítulo. Colha as impressões dos alunos sobre as aven-
turas narradas. 5. Nos capítulos 5 e 11, há referências sobre a
lua, sobre viagens à Lua. Lembrando os alunos de que
5. Converse com os alunos sobre o que é ve- o livro é do final do século XVIII, peça a eles que, a partir
rossímil ou não no capítulo. Junto com os estudantes da releitura dos dois capítulos, escrevam um texto so-
busque passagens que são verdadeiros truques que bre como os homens antigos viam a Lua.
o narrador usa, para não correr riscos de haver outras
versões dos fatos que está narrando. Exemplo: “acabei 6. Organize com sua turma uma noite de “con-
me afastando de meus companheiros, por isso nin- tação” de histórias fantásticas. Cada estudante pode
guém assistiu às cenas que vou lhes contar”. preparar uma história ou um “causo” e contar numa
roda. Comes e bebes podem ser preparados especial-
6. Peça aos alunos que leiam os outros capítu- mente para o sarau. Atividades assim mobilizam os alu-
los do livro, fazendo anotações do que pode ser consi- nos, os aproximam do professor e são muito
derado verossímil e do que é inverossímil. Peça tam- prazerosas.
bém que anotem frases do narrador que podem ser
consideradas truques persuasivos, ou maneiras de tor-
nar o texto mais convincente.

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7. Câmara Cascudo, no Dicionário do folclore • Outros clássicos adaptados
brasileiro, afirma que: “As estórias mentirosas, pilhérias,
anedotas, casos estupefacientes [...] são muito popula- ROCHA, Ruth. Ruth Rocha conta a Odisséia; ilustrações
res e constituem um gênero especial, onde a imagina- de Eduardo Rocha. São Paulo: Companhia das Le-
ção exagerada e livre se liberta dos limites da lógica...”. trinhas, 2000.
Que tal organizar um concurso: o conto mais mentiroso
da escola. Peça-lhes que preparem a narrativa da men- ROCHA, Ruth. Ruth Rocha conta a Ilíada; ilustrações de
tira, preocupando-se com a verossimilhança, para sus- Eduardo Rocha. São Paulo: Companhia das Letrinhas,
citar a dúvida: será que foi verdade? O que foi relatado 2004.
aconteceu mesmo?
DEFOE, Daniel. Robinson Crusoé. São Paulo: Companhia
das Letrinhas, 1999.
Leia mais...
MELVILLE, Hermann. Moby Dick. São Paulo: Ática, 2006.
• Da mesma autora
STEVENSON, Robert Louis. A ilha do tesouro. Rio de Ja-
e Paulo Bloise. O imperador amarelo – São Paulo: neiro: Record, 2004.
Moderna, 2006.
e Raissa Veras e Paulo Bloise. A tábua de esmeraldas
– São Paulo: Moderna, 2007.

Quer ouvir uma história? – São Paulo: Angra.


Divinas aventuras – São Paulo: Companhia das
Letrinhas, 1997.

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