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Explicite os principios fundamentais do ambiente:

Estes principios são importantes para a orientação e limite das decisões das pessoas dos tribunais.
Temos o principio da prevenção (art. 66º a) CRP), que visa evitar por completo ou atenuar os
efeitos negativos das lesões do ambiente, antes que os danos ocorram ou até mesmo sem saber se
vão ocorrer, pois “mais vale prevenir que remediar” (remediar é mais caro). A prevenção é baseada
em dados ciêntificos, e está concretizada através da Avaliação do Impacte Ambiental (AIA) e da
Licença Ambiental (LA). Enquanto que a precaução indica que devemos prevenir mesmo sem
dados ciêntificos.
Outro principio é o do aproveitamento racional dos recursos (art. 66º d) CRP), que tranforma o
ambiente em mercado, ou seja, alguém usa o ar, mas se queres poluir pagas e adoptas medidas para
compensar os danos.
Temos também o principio do poluidor pagador (art. 66º h) CRP e art. 3º LBA), que visa
desencentivar a poluição (pagar mais ou menos em função da poluição que querem produzir), e
também alimentar os cofres do Estado com fundos dos próprios poluidores, somente investidos no
combate á poluição.
O último principio é o da responsabilização por dano ecológico (art. 3º h) LBA e art. 48º LBA),
que é aplicado quando já ocorreram os danos e temos de agir, temos de repor a situação como se
nada tivesse ocorrido, alguém paga uma indminização.

Em que consiste o principio da prevenção e de que forma está concretizado?


(Resposta anterior a sublinhado)

Caracterizar, em geral, a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA):


Este procedimento só tem em consideração as questões ambientais.
Os objectivos da AIA estão no art. 4º do RJAIA.
Os procedimentos de AIA são as fases, os passos, as formalidades que deverão ser seguidas. O
público tem Direito a participar para a Administração Pública (AP) tomar a melhor decisão
possivel.
Este procedimento foi construido para verificar as consequências ecológicas (vantagens e
desvantagens) de um projecto ambiental (a curto, médio ou longo prazo).
O proponente apresnta duas coisas á AP: o pedido de autorização e o pedido de avaliação de AIA.
Depois da avaliação é proferida a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) que influencia a
Autorização ou não autorização. Apesar destas ocorerem em paralelo, a DIA é um intrumento
preventivo, por isso acaba por ser anterior.

Caracterizar, em geral, a Licença Ambiental (LA):


A LA, tal como, a AIA, é uma forma de concretizar o principio da prevenção. Existe apenas para o
combate á poluição, dando autorização para actividades económicas potencialmente poluidoras.
A LA é muito voláctil, pois tem prazo de validade e pode ser alterada pela APA.
Os objectivos da LA são a fixação das condições iniciais da actividade (limites poluentes) e a
possibilidade de haver alterações porque o ambiente assim o exige ou porque a tecnologia avançou
(Melhores Técnicas Disponiveis).
A descrição da LA está no art. 2º i) do RLA e é condição necessária para o inicio de uma exploração
de uma actividade económica potencialmente poluidora.
Existe um pedido principal e um pedido de LA á Entidade Coordenadora (EC). Primeiro é dada a
Licença que é condição necessária para a EC efectuar o acto de autorização.
Quais as fases do procedimento de AIA?
Tem inicio com o art. 12º nº6 RJAIA, que se refere á Lei de Acesso Ambiental, e indica que o
proponente deve apresentar o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) há Entidade Licenciadora (EL)
com um conteúdo minimo referido no Anexo III do RJAIA. Depois a EL remete para a autoridade
de AIA e esta nomeia a Comissão de Avaliação (CA) (art. 13º RJAIA). Esta decide ou
negativamente e o procedimento pára (art. 13º nº8 RJAIA), ou positivamente, seguindo para a
Autoridade de AIA, onde sofre consulta pública (art. 14º RJAIA), apenas do resumo não técnico. O
público concebe um relatório de consulta pública (art. 14º nº5 RJAIA). E, seguidamente,há a fase
decisória, que tem 3 momentos: Em 1º temos o art. 16º nº1 RJAIA (os entendidos, sem tempo): a
CA alabora um parecer final, ou seja, dá uma opinião do que deverá ser a DIA. E mesmo que a CA
diga que não, a Autoridade de AIA diz que sim e avança, ou vice-versa. Sendo assim, o parecer da
CA, no fundo, não conta; Em 2º temos o art. 16º nº2 RJAIA: a Autoridade de AIA envia ao Ministro
a proposta de DIA; (Estes dois momentos tem o mesmo prazo – 25 dias a contar desde a consulta
pública). E em 3º, vem o art. 18º RJAIA: o MAMAOT, em 15 dias, profere a DIA. Posteriormente,
a DIA é conhecida pelo proponente e pela EL. Esta pode ser favorável, desfavorável,
condicionalmente favorável (não se opõe ao projecto, mas impõe condições), ou favorável mas
deferimento tácito (art. 19º RJAIA – é aceite, dá o beneficio, mas é tácita, é informal porque se
esqueceram das autorizações/assinaturas).
Após a DIA nada pára, pois esta nunca é definitiva, tudo pode mudar.

Individualizar uma fase do procediemtno de AIA: exemplo – Fase decisória:


(Resposta anterior a sublinhado)

Quais as fases do procedimento de LA?


O operador apresenta um pedido de LA á Entidade Coordenadora (EC) (art. 11º nº1 RLA). Depois,
a EC envia o processo para a APA (art. 11º nº3 RLA), e tudo a partir daqui ocorre ao nível da APA.
Há uma instrução do pedido (art. 13º RLA), seguidamente é a fase de avaliação (art. 14º RLA),
depois é a vez da consulta pública (art. 15º RLA), e por fim temos a decisão (art. 16ª RLA), que tem
um prazo de 75 dias, onde há 3 hipóteses: ou á emissão da LA á EC (art. 16º nº8 RLA), onde o
conteúdo desta é expresso no art. 18º nº2 RLA, ou o processo é indeferido (art.16º nº6 RLA), ou,
ainda, á a hipótese de deferimento tácito (art. 17º RLA).
Após isto a LA tem validade de 10 anos, e antes que este prazo termine, deve-se pedir a renovação
(art. 20º RLA) se não a Licença caduca (art. 21º RLA), mas se a APA não disser nada, regressámos
ao art. 17º RLA (deferimento tácito).

Caso prático: (RJAIA)


Suponha que Virgolino, agricultor de culturas de regadio, pretende alargar a
sua atividade a um terreno, de sua propriedade e com uma dimensão de 750 ha,
contíguo a uma reserva natural.

a) Necessita de apresentar estudo de impacto ambiental (EIA)? Em caso de


resposta afirmativa, caraterize o procedimento que assim se inicia.
Sim. Art. 1º nº3 b) → anexo II c). Para áreas sensiveis devido á existência de uma reserva natural
contigua á propriedade. Discussão sumária do projecto, para evitar os impactes ambientais.
Procedimento prévio á autorização...

b) Caso o EIA não contemple qualquer descrição das medidas de minimização de


impactos, a falha tem consequências no plano do procedimento?
Art. 2º i) (definição de EIA) → art. 12º – anexo III (Conteúdo de EIA) → art. 13º nº1(EIA remetida
para a Autoridade de AIA) → art. 13º nº3 (nomeação da comissão de avaliação) → art. 13º nº8
(desconformidade da AIA).
c) Se um grupo de escuteiros que costuma frequentar a reserva natural se
manifestar contrário ao projeto de Virgolino na audiência pública do
procedimento, quais são as consequências desta tomada de posição?
São ouvidos em todas as fases do procedimento, até no Ministro. Art.14º (participação pública) e
art. 15º (audiências públicas) → Acta por escrito, onde consta a opinião de cada participante (art.
15º nº4) → Relatório da consulta pública (art. 16º nº1).

d) Pode a Comissão de Avaliação emitir uma Declaração de Impacto Ambiental


(DIA)?
Não. Pois se a comissão de avaliação disser que sim, e a autoridade de AIA disser que não, não
avança. A CA só dá um parecer. Quem emite a DIA é o Ministro.

e) Imagine que, passados seis meses desde a apresentação do EIA, Virgolino


não foi ainda notificado nos termos do art. 18.º RJAIA. Pronuncie-se
criticamente sobre as consequências daí decorrentes.
Questão de deferimento tácito (ultrapassou os 120 dias) – Projecto anexo II. A DIA é deferida, o
proponente não pode avançar, tem de esperar pela autorização. Do ponto de vista ambiental é uma
decisão negativa, mas para o Virgolino é positiva.

f) Em alternativa à hipótese anterior, imagine que a entidade competente decidiu


pela inviabilidade ambiental do projeto. De que entidade se trata? Poderá,
posteriormente, a entidade competente para o licenciamento do projeto de
Virgolino atender favoravelmente à sua pretensão? Justifique.
A entidade é o Ministro do Ambiente (MAMAOT) – ART. 18º. Não (art. 20º).

g) Caso venha a ser emitida DIA condicionalmente favorável, pode a autoridade


de AIA impor condições suplementares, em fase de pós-avaliação?
Sim (art. 27º b) ou art. 29º nº3) – Não se opõe ao projecto, mas impõe condições.

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