Você está na página 1de 13

Direito Ambiental / Aula 5 - Licenciamento Ambiental

Licenciamento Ambiental
A qualidade da vida humana e de todos os seres depende do meio ambiente
ecologicamente equilibrado, conforme previsto no artigo 225, caput da Constituição da
República Federativa do Brasil (CRFB).
CRFB, art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
A defesa do meio ambiente está prevista também no artigo constitucional norteador
da atividade econômica, artigo 170, inciso VI da CRFB. Entretanto, na maioria das vezes, as
pressões e interesses de mercado sobrepujam a proteção ambiental, privilegiando o
crescimento econômico em detrimento do meio ambiente sadio como um direito fundamental
de todos. Neste contexto, o licenciamento ambiental torna-se o instrumento fundamental na
busca do desenvolvimento sustentável.
O Licenciamento Ambiental torna-se, portanto, um instrumento de caráter preventivo,
essencial à atuação do Estado na proteção e preservação do meio ambiente. As atividades
utilizadoras de recursos ambientais, e quaisquer outras, efetiva ou potencialmente poluidoras,
ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, serão submetidas ao
controle do poder da polícia ambiental dos entes federados, que irá estabelecer condições e
limites para o exercício dessas atividades, por meio do licenciamento ambiental.
A contribuição desse instrumento, estabelecido no artigo 9°, inciso IV, da Política
Nacional de Meio Ambiente (PNMA) é fundamental para compatibilizar o desenvolvimento
econômico e a preservação do meio ambiente, visando o necessário equilíbrio entre eles, isto
é, desenvolvimento sustentável.

Conceito de Licenciamento Ambiental


Política Nacional de Meio Ambiente
A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), Lei n. 6.938/81, em seu artigo 10
determina que o Licenciamento Ambiental é necessário para construção, instalação, ampliação
e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva
ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. A redação atual do artigo foi
estabelecida pela Lei Complementar n. 140/2011.

Resolução do CONAMA
A Resolução do CONAMA n. 237/97, em seu artigo 1°, inciso I conceituou
licenciamento ambiental como sendo o procedimento administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas
aplicáveis ao caso.

Lei Complementar
Posteriormente, em 2011, a Lei Complementar n. 140, o artigo 2°, inciso I, estabeleceu
que o licenciamento ambiental é o procedimento administrativo destinado a licenciar
atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.

Licenças ambientais
Conforme preceitua o artigo 2°, caput e §1º da Resolução CONAMA n. 237/97:

O licenciamento ambiental está apoiado também em outros instrumentos de gestão,


como:
• O zoneamento ecológico econômico (ZEE);
• Planos de bacia (Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei 9.433/1997);
• Planos de manejo de unidades de conservação (Sistema de Unidades de Conservação - SNUC,
Lei 9.60519/98);
• Identificação ou não de Áreas de Proteção Permanente (APP), (Código Florestal - Lei
12.651/2012).

A Resolução do CONAMA n. 237/97, regulamenta os aspectos de licenciamento


ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente e conceitua, em seu artigo 1º,
inciso II a licença ambiental, dispõe a norma que a Licença Ambiental é o...
A licença ambiental é uma autorização emitida pelo órgão ambiental competente ao
empreendedor para exercer seu direito à livre iniciativa, atendidas as solicitações previstas
pelo órgão competente para o licenciamento. Tem caráter preventivo e também precário, pois
a licença ambiental pode ser cassada, caso as condições estabelecidas não sejam cumpridas. O
interessado é obrigado a se reportar ao Estado para solicitar os procedimentos necessários
para a obtenção da licença ambiental, ao pretender desenvolver uma atividade considerada
potencialmente causadora de significativa degradação ambiental.
Como observa a Resolução do CONAMA n. 237/97, em seus artigos 8º e 18, o
licenciamento ambiental é composto por três tipos de licença, são elas:

LICENÇA PRÉVIA (LP)


Como escrito na redação do artigo 8°, inciso I, a licença prévia é concedida na fase
preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade. Assim, deve ser solicitada ao
órgão ambiental competente na fase de planejamento da implantação, alteração ou ampliação
do empreendimento. É bom destacar que esta licença não autoriza a instalação do projeto, e
sim aprova a viabilidade ambiental do projeto e autoriza sua localização e concepção
tecnológica. Estabelece ainda as condições a serem consideradas no desenvolvimento do
projeto.
Resolução CONAMA 237/97, art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência
de controle, expedirá as seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou
atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de
sua implementação.
Como escrito na redação do artigo 8°, inciso I, a licença prévia é concedida na fase
preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade. Assim, deve ser solicitada ao
órgão ambiental competente na fase de planejamento da implantação, alteração ou ampliação
do empreendimento. É bom destacar que esta licença não autoriza a instalação do projeto, e
sim aprova a viabilidade ambiental do projeto e autoriza sua localização e concepção
tecnológica. Estabelece ainda as condições a serem consideradas no desenvolvimento do
projeto.
A Licença Prévia autoriza somente a localização e a concepção tecnológica, além de
conter orientações que guiarão o desenvolvimento do projeto e define as medidas mitigadoras
e compensatórias dos impactos negativos do projeto.
A viabilidade ambiental é comprovada, na fase preliminar do planejamento da
atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e
operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais do uso do solo.
Para as atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa
degradação ambiental, a concessão da licença prévia dependerá do Estudo Prévio do Impacto
Ambiental (EIA) e respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA), como previsto no art. 3º e
parágrafo único da Resolução CONAMA 237/97.
Resolução CONAMA 237/97, art. 3º. “A licença ambiental para empreendimentos e
atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do
meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto
sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de
audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação”.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou
empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio
ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de
licenciamento.
O prazo de validade da licença prévia não poderá ultrapassar cinco anos, Resolução CONAMA
n. 237/97, artigo 18, inciso I.

LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)


Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas
de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante”,
artigo 8º, inciso II da Resolução CONAMA n. 237/97.
A licença de instalação deverá ser solicitada junto ao órgão ambiental que deverá
verificar se a atividade, obra ou empreendimento está de acordo com as especificações
constantes do projeto executivo aprovado. Após a obtenção da licença prévia, o
empreendedor está autorizado a iniciar a sua obra.
Resolução CONAMA n. 237/97, art. 8°. O Poder Público, no exercício de sua
competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
II. Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo
com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as
medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo
determinante.
A licença de instalação deverá ser solicitada junto ao órgão ambiental que deverá
verificar se a atividade, obra ou empreendimento está de acordo com as especificações
constantes do projeto executivo aprovado. Após a obtenção da licença prévia, o
empreendedor está autorizado a iniciar a sua obra.
O órgão ambiental licenciador realizará o monitoramento das condicionantes
determinadas na concessão da licença, ao longo do processo de instalação. O prazo de
validade é determinado pelo cronograma das obras, mas não pode ser superior a seis anos,
conforme artigo18, inciso II da Resolução CONAMA n. 237/ 97.
LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO)
Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo
cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação”, artigo 8º, inciso III da Resolução CONAMA n.
237/97.
Esta licença será autorizada para o início da atividade após o órgão ambiental
responsável verificar se as exigências, anteriormente determinadas, foram cumpridas, isto é,
se todas as condicionantes estipuladas nas etapas anteriores foram realizadas.
Resolução CONAMA n. 237/97, art. 8º, O Poder Público, no exercício de sua
competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
III. Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade ou empreendimento,
após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as
medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.
A licença de operação não tem caráter definitivo e estará sujeita à renovação, com
condicionantes supervenientes. Qualquer modificação posterior deverá ser levada novamente
à análise do órgão ambiental licenciador.
O prazo mínimo de validade da licença de operação é de quatro anos e o prazo
máximo será de dez anos, Resolução do CONAMA n. 237/97, artigo. 18, inciso III.

Cada uma dessas licenças são distintas umas das outras e poderão ser expedidas
isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do
empreendimento ou atividade, parágrafo único, artigo 8º.
Para cada etapa do licenciamento ambiental é necessária a licença adequada. Para o
planejamento de um empreendimento ou de uma atividade tem-se a Licença Prévia (LP), na
construção da obra há a Licença de Instalação (LI) e na operação ou funcionamento, a Licença
de Operação.

Etapas do Licenciamento Ambiental


Segundo estabelece a Resolução do CONAMA n. 237/97, as etapas do licenciamento ambiental
estão disciplinadas em seu artigo 10, são elas:

I- Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do


empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao
início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida.
II- Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos
documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida
publicidade.
III- Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos
documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de
vistorias técnicas, quando necessárias.
IV- Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental
competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise
dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber,
podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e
complementações não tenham sido satisfatórios.
V- Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;
VI- Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental
competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver
reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não
tenham sido satisfatórios;
VII- Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;
VIII- Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida
publicidade;

A norma ainda deixa claro que “os estudos necessários ao processo de licenciamento
deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, a expensas do empreendedor.
Parágrafo único. O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no
caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às
sanções administrativas, civis e penais”. Resolução CONAMA n. 237/97, Art. 11.

Competência para o Licenciamento Ambiental


A Lei Complementar n. 140, de 08 de dezembro de 2011, estabelece a competência
para o licenciamento ambiental, destacando as atribuições de cada ente federativo no
exercício da competência comum, além de prever as atribuições de cada ente quanto ao
licenciamento e fiscalização de empreendimentos potencialmente poluidores, prevê outras
ações de gestão ambiental sob a responsabilidade de cada ente.
A norma disciplina a competência federal, estadual e municipal para o licenciamento,
tendo como base a localização em que será instalado o empreendimento ou efetivada a obra.
Manteve-se assim o critério da abrangência do impacto, conforme previsto na Resolução
CONAMA n. 237/97. Assim, significa dizer que a competência para o licenciamento ambiental
será municipal se o empreendimento ou obra forem de âmbito local; se extrapola mais de um
município dentro de um mesmo estado, caberá ao Estado o licenciamento; agora, se a
atividade ultrapassar as fronteiras do estado ou do país cabe à União, através de seu órgão
federal específico, isto é, ao IBAMA, o procedimento administrativo.

Observe, abaixo o que diz os artigos da Lei Complementar n. 140/2011.


ARTIGO 7
A Lei Complementar n. 140/2011, artigo 7o, incisos XIV e XV, destaca a Competência da União:
[...]
XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona
econômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em
Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder
Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na
Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material
radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas
e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e
natureza da atividade ou empreendimento;
XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em:

[...]
b) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União.
Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda
concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição
da União exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do Poder
Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação
de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios
de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.

ARTIGO 8
A Lei Complementar n. 140/2011 continua, em seu artigo 8°, incisos XIV, XV e XVI, a
disciplinar que são ações administrativas dos Estados:
[...]
XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º;
XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou
desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em:
[...]
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado.

ARTIGO 9
Já a competência para os Municípios promoverem o licenciamento ambiental, está
destacada na redação do artigo 9°, incisos XIV e XV da Lei Complementar n. 140/2011, que
destaca que a atuação dos municípios, no que se refere ao critério de competência para o
licenciamento ambiental deverá ser a do interesse local, observando-se, naturalmente, os
aspectos relativos ao porte, potencial poluidor e natureza da atividade.
Lei Complementar n. 140/2011, art. 9º São ações administrativas dos Municípios:

[...]
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de
porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
XV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, aprovar: [...] b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações
sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município.

ARTIGO 10
A norma ainda destaca, artigo 10, a competência do Distrito Federal para o
licenciamento ambiental.
Lei Complementar n. 140/2011, art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal
as previstas nos arts. 8º e 9º.

Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)


A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é um instrumento disciplinado na Política
Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei n. 6.938/81, artigo 9°, inciso III. É o conjunto de
procedimentos capazes de assegurar que, desde o início do processo, se faça um exame
sistemático dos impactos ambientais de um determinado projeto, programa, plano ou política
e das alternativas viáveis. Os resultados da AIA devem ser apresentados de forma adequada e
clara ao público e aos responsáveis pela tomada da decisão.
São instrumentos legais de implementação da Avaliação de Impacto Ambiental, que é
gênero que abarca algumas espécies, entre elas:
• Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
• Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
• Plano de Controle Ambiental (PCA)
• Relatório de Controle Ambiental (RCA)
• Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)
• Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)

O Estudo de Impacto de Vizinhança merece destaque, pois permite a avaliação dos


impactos causados por empreendimentos e atividades urbanas. Depende de regulamentação
Municipal.
A partir da análise dos impactos é possível avaliar a pertinência da implantação do
empreendimento ou atividade no local indicado. O EIV é um instrumento de gestão previsto
para avaliação de impactos urbanos previsto no Estatuto da Cidade, Lei. 10.257/2001, artigo
36, artigo 37 e artigo 38.

Impacto Ambiental
O impacto ambiental tem seu conceito determinado pelo art. 1º da Resolução do
CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986: Considera-se impacto ambiental qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou
indiretamente afetam:
I. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II. as atividades sociais e econômicas;
III. a biota;
IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V. a qualidade dos recursos ambientais.
Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA ou EPIA)
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental ou Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é uma
modalidade de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). O estudo de impacto ambiental
pressupõe o controle preventivo de danos ambientais. Uma vez constatado o perigo ao meio
ambiente, deve-se ponderar sobre os meios de evitar ou minimizar o prejuízo.
A existência do EIA é de natureza preventiva ao dano ambiental. Ele tem abrangência
mais restritiva entre as outras formas de avaliação ambiental, e é exigido nos licenciamentos
de qualquer obra ou atividade que possa causar significativa degradação ao meio ambiente,
conforme previsão no artigo 225, § 1º, inciso IV da Constituição Federal, in verbis: Todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...]
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade.

Thomé (2016) destaca que...

A Resolução do CONAMA n. 237/97 introduziu a definição sobre o estudo do impacto


ambiental:
Resolução do CONAMA n. 237/97, art. 3º - A Licença Ambiental para empreendimentos e
atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do
meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto
sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de
audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.
Resolução do CONAMA n. 01/86, artigo 8º - Correrão por conta do proponente do projeto
todas as despesas e custos referentes à realização do estudo de impacto ambiental, tais como:
coleta e aquisição dos dados e informações, trabalhos e inspeções de campo, análises de
laboratório, estudos técnicos e científicos e acompanhamento e monitoramento dos impactos,
elaboração do RIMA e fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cópias.

Resolução do CONAMA n. 237/97, art. 11º - Os estudos necessários ao processo de


licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do
empreendedor.
Parágrafo único - O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no
caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às
sanções administrativas, civis e penais.

Relatório de Impacto Ambiental


Você já ouviu falar do RIMA? O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é o documento
público que reflete as informações e conclusões do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). É
apresentado de forma clara, objetiva e acessível para toda a população e interessados.
Determina o artigo 2° da Resolução do CONAMA n. 01/86, que o licenciamento
ambiental de atividades modificadoras do meio ambiente, “dependerá de elaboração de
estudo de impacto ambiental e respectivo relatório que serão submetidos à aprovação do
órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo”.
O relatório de impacto ambiental (RIMA) deve refletir as conclusões do estudo de
impacto ambiental, conter os objetivos e justificativas do projeto e “cujas informações
destinam-se a possibilitar a avaliação do potencial impactante do EIA (que normalmente é
complexo, redigido em linguagem técnica). Através da utilização de linguagem simples, mapas,
quadros e gráficos o RIMA busca explicar as vantagens e desvantagens do projeto, bem como
todas as consequências ambientais de sua implementação” (Thomé, 2016).
Nessa etapa do licenciamento ambiental são realizadas Audiências Públicas para que a
comunidade interessada e/ou afetada pelo empreendimento seja consultada.
Trata-se do único mecanismo de participação social previsto na legislação ambiental
brasileira para o processo de Avaliação de Impacto Ambiental.

Aluno: BRUNA CRISTINA PINTO SILVA Matrícula: 201307052444


Disciplina: CCJ0012 - DIREITO AMBIENTAL  Período Acad.: 2017.1 (G) / EX

Prezado (a) Aluno(a),

Você fará agora seu EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO! Lembre-se que este exercício é opcional, mas não valerá
ponto para sua avaliação. O mesmo será composto de questões de múltipla escolha (3).

Após a finalização do exercício, você terá acesso ao gabarito. Aproveite para se familiarizar com este modelo
de questões que será usado na sua AV e AVS.

1. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE O CONCEITO DE LICENCIAMENTO


AMBIENTAL:
O LICENCIAMENTO AMBIENTAL, QUE É CONCEDIDO PELO CONAMA, É ATO
ADMINISTRATIVO VINCULADO AO RESSARCIMENTO DE EVENTUAIS DANOS
CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE.
O LICENCIAMENTO AMBIENTAL É O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PELO QUAL O
ÓRGÃO AMBIENTAL AUTORIZA A LOCALIZAÇÃO, INSTALAÇÃO, AMPLIAÇÃO E
OPERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS E ATIVIDADES UTILIZADORAS DE RECURSOS
  AMBIENTAIS CONSIDERADAS EFETIVAS OU POTENCIALMENTE POLUIDORAS OU
DAQUELAS QUE, SOB QUALQUER FORMA POSSAM CAUSAR DEGRADAÇÃO
AMBIENTAL.
O LICENCIAMENTO AMBIENTAL É O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO RESTRITO DA
UNIÃO, ATRAVÉS DO IBAMA, PARA CONCEDER A QUALQUER PESSOA FÍSICA OU
JURÍDICA O DIREITO DE POLUIR E DEGRADAR O MEIO AMBIENTE.
O LICENCIAMENTO AMBIENTAL É ATO DO PODER PÚBLICO PARA CONCEDER
LICENÇA AMBIENTAL PARA AQUELA PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA QUE JÁ
RESPONDEU POR DANO AMBIENTAL.
O LICENCIAMENTO AMBIENTAL SÓ PODE SER CONCEDIDO A PESSOA FÍSICA PELO
SISNAMA.

 Gabarito Comentado  Gabarito Comentado

2. Licença Ambiental a ser concedida na fase de planejamento do empreendimento:

Licença de Construção.

Planejamento Estratégico Ambiental.

Licença de Operação.

  Licença Prévia.

Licença de Instalação.

 Gabarito Comentado  Gabarito Comentado

3. O licenciamento ambiental tem natureza jurídica de:

  procedimento administrativo;

ato administrativo simples;

ato administrativo composto;

contrato administrativo;

ato administrativo complexo;

 Gabarito Comentado  Gabarito Comentado

4. Com relação ao licenciamento ambiental, assinale a alternativa correta:

A licença de instalação é concedida na fase preliminar do planejamento da atividade,


contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e
operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo.
A Licença de Operação é concedida no início da implantação do empreendimento, de
acordo com as especificações constantes do Projeto Executivo aprovado;
Impacto ambiental constitui qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a
  segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos
ambientais.
Licenciamento ambiental corresponde ao procedimento judicial destinado a licenciar
atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental.
O Licenciamento ambiental é o ato administrativo complexo, sucessivo e de caráter
repressivo.

5. A competência para licenciamento ambiental está disciplinada na Resolução nº 237/97 do


CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Deve ser destacado, no que se refere ao
licenciamento ambiental no plano federal, que a Lei Complementar nº. 140/2011
praticamente reproduziu o que já havia sido editado pela Resolução CONAMA nº 237/97.
Considerando que determinada empresa dedicada à produção de energia elétrica pretende
promover o licenciamento ambiental de empreendimento e atividade que envolva a
utilização de material radioativo, para produção de energia nuclear, em um determinado
município localizado no Estado da Bahia, indique a correta competência para apreciar
o pedido de licenciamento:

A competência é exclusiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).


Aos órgãos municipal, estadual e federal, mediante parecer da Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN), pois a competência ambiental é comum.
À União, por intermédio do IBAMA, mediante parecer da Comissão Nacional de
  Energia Nuclear (CNEN), pois a competência é exclusiva da União.
Ao município, por meio de seu órgão local de licenciamento ambiental, mediante
parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), pois a competência
ambiental é exclusiva do município em que o empreendimento for localizado.
Ao Estado da Bahia, por meio do órgão estadual de licenciamento ambiental,
mediante parecer do IBAMA, pois a competência ambiental é concorrente.

 Gabarito Comentado  Gabarito Comentado

6. Ministério Público Federal do Pará questiona na Justiça o empreendimento da usina


hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. O órgão move diversos processos contra a
instalação da usina. Os principais argumentos são o desrespeito aos povos indígenas, os
impactos ambientais e a questão financeira que envolve a usina de Belo Monte. Marque a
alternativa CORRETA em relação ao EIA_RIMA:

O estudo de impacto ambiental e o seu relatório são documentos técnicos de caráter


sigiloso, de forma a impedir danos às empresas concorrentes da obra pública em
estudo
O EIA contribui para informar de maneira completa e exaustiva acerca de todos os
desdobramentos de determinado projeto, permitindo que as organizações não
governamentais possam tomar mais corretamente posição em relação a ele, de forma
a eliminar a influência das elites científicas sobre a mídia.
A exigência ou não de EIA decorre sempre da discricionaridade do administrador, que
deve verificar, em cada caso, o grau de ofensividade ambiental do empreendimento
  proposto e determinar, se necessária, a formulação do EIA/RIMA, independentemente
das atividades exigíveis pela Resolução CONAMA 001/86, Art.2º.
Deve ser dada publicidade aos Estudos de Impacto Ambiental e permitida a
participação em sua elaboração pelos técnicos da coletividade local.
O licenciamento ambiental está condiconado à realização de estudo prévio de impacto
  ambiental. Ante a irreversibilidade dos danos ao meio ambiente não podem ser
afastados os princípios da prevenção e da precaução.

 Gabarito Comentado  Gabarito Comentado

7. Leia as afirmativas que seguem:


I- O RIMA é parte integrante do Estudo de Impacto Ambiental.

II- As diretrizes a serem seguidas para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental são
determinadas exclusivamente pelo Órgão competente que realizar o Licenciamento
Ambiental.

III- Durante o período da análise técnica, o RIMA deve estar disponível ao público no órgão
ambiental estadual, observado o sigilo industrial.

Está(ão) correta(s) a(s) alternativa(s):

Apenas a afirmativa I

Apenas a afirmativa II

  Apenas a afirmativa I e III

Apenas a afirmativa III

  Apenas a afirmativa I e II

 Gabarito Comentado  Gabarito Comentado  Gabarito Comentado

8. O exercício do poder que autoriza a autoridade publica para proceder com a fiscalização,
com o embargo e outras medidas que obstem ou que paralisem a degradação ambiental,
assim como concede poder ao órgão de licenciamento ambiental para analisar os riscos
ambientais envolvidos e conceder aprovação ou não à atividade pretendida pelo
empreendedor, denomina-se:

Poder de julgamento.

  Poder de polícia

Poder de legislar.

Poder de execução.

Poder de arrecadação.

Você também pode gostar