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Licenciamento Ambiental
A qualidade da vida humana e de todos os seres depende do meio ambiente
ecologicamente equilibrado, conforme previsto no artigo 225, caput da Constituição da
República Federativa do Brasil (CRFB).
CRFB, art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
A defesa do meio ambiente está prevista também no artigo constitucional norteador
da atividade econômica, artigo 170, inciso VI da CRFB. Entretanto, na maioria das vezes, as
pressões e interesses de mercado sobrepujam a proteção ambiental, privilegiando o
crescimento econômico em detrimento do meio ambiente sadio como um direito fundamental
de todos. Neste contexto, o licenciamento ambiental torna-se o instrumento fundamental na
busca do desenvolvimento sustentável.
O Licenciamento Ambiental torna-se, portanto, um instrumento de caráter preventivo,
essencial à atuação do Estado na proteção e preservação do meio ambiente. As atividades
utilizadoras de recursos ambientais, e quaisquer outras, efetiva ou potencialmente poluidoras,
ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, serão submetidas ao
controle do poder da polícia ambiental dos entes federados, que irá estabelecer condições e
limites para o exercício dessas atividades, por meio do licenciamento ambiental.
A contribuição desse instrumento, estabelecido no artigo 9°, inciso IV, da Política
Nacional de Meio Ambiente (PNMA) é fundamental para compatibilizar o desenvolvimento
econômico e a preservação do meio ambiente, visando o necessário equilíbrio entre eles, isto
é, desenvolvimento sustentável.
Resolução do CONAMA
A Resolução do CONAMA n. 237/97, em seu artigo 1°, inciso I conceituou
licenciamento ambiental como sendo o procedimento administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas
aplicáveis ao caso.
Lei Complementar
Posteriormente, em 2011, a Lei Complementar n. 140, o artigo 2°, inciso I, estabeleceu
que o licenciamento ambiental é o procedimento administrativo destinado a licenciar
atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.
Licenças ambientais
Conforme preceitua o artigo 2°, caput e §1º da Resolução CONAMA n. 237/97:
Cada uma dessas licenças são distintas umas das outras e poderão ser expedidas
isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do
empreendimento ou atividade, parágrafo único, artigo 8º.
Para cada etapa do licenciamento ambiental é necessária a licença adequada. Para o
planejamento de um empreendimento ou de uma atividade tem-se a Licença Prévia (LP), na
construção da obra há a Licença de Instalação (LI) e na operação ou funcionamento, a Licença
de Operação.
A norma ainda deixa claro que “os estudos necessários ao processo de licenciamento
deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, a expensas do empreendedor.
Parágrafo único. O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no
caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às
sanções administrativas, civis e penais”. Resolução CONAMA n. 237/97, Art. 11.
[...]
b) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União.
Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda
concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição
da União exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do Poder
Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação
de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios
de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.
ARTIGO 8
A Lei Complementar n. 140/2011 continua, em seu artigo 8°, incisos XIV, XV e XVI, a
disciplinar que são ações administrativas dos Estados:
[...]
XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º;
XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou
desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em:
[...]
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado.
ARTIGO 9
Já a competência para os Municípios promoverem o licenciamento ambiental, está
destacada na redação do artigo 9°, incisos XIV e XV da Lei Complementar n. 140/2011, que
destaca que a atuação dos municípios, no que se refere ao critério de competência para o
licenciamento ambiental deverá ser a do interesse local, observando-se, naturalmente, os
aspectos relativos ao porte, potencial poluidor e natureza da atividade.
Lei Complementar n. 140/2011, art. 9º São ações administrativas dos Municípios:
[...]
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de
porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
XV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, aprovar: [...] b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações
sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município.
ARTIGO 10
A norma ainda destaca, artigo 10, a competência do Distrito Federal para o
licenciamento ambiental.
Lei Complementar n. 140/2011, art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal
as previstas nos arts. 8º e 9º.
Impacto Ambiental
O impacto ambiental tem seu conceito determinado pelo art. 1º da Resolução do
CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986: Considera-se impacto ambiental qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou
indiretamente afetam:
I. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II. as atividades sociais e econômicas;
III. a biota;
IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V. a qualidade dos recursos ambientais.
Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA ou EPIA)
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental ou Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é uma
modalidade de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). O estudo de impacto ambiental
pressupõe o controle preventivo de danos ambientais. Uma vez constatado o perigo ao meio
ambiente, deve-se ponderar sobre os meios de evitar ou minimizar o prejuízo.
A existência do EIA é de natureza preventiva ao dano ambiental. Ele tem abrangência
mais restritiva entre as outras formas de avaliação ambiental, e é exigido nos licenciamentos
de qualquer obra ou atividade que possa causar significativa degradação ao meio ambiente,
conforme previsão no artigo 225, § 1º, inciso IV da Constituição Federal, in verbis: Todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...]
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
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Você fará agora seu EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO! Lembre-se que este exercício é opcional, mas não valerá
ponto para sua avaliação. O mesmo será composto de questões de múltipla escolha (3).
Após a finalização do exercício, você terá acesso ao gabarito. Aproveite para se familiarizar com este modelo
de questões que será usado na sua AV e AVS.
Licença de Construção.
Licença de Operação.
Licença Prévia.
Licença de Instalação.
procedimento administrativo;
contrato administrativo;
II- As diretrizes a serem seguidas para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental são
determinadas exclusivamente pelo Órgão competente que realizar o Licenciamento
Ambiental.
III- Durante o período da análise técnica, o RIMA deve estar disponível ao público no órgão
ambiental estadual, observado o sigilo industrial.
Apenas a afirmativa I
Apenas a afirmativa II
Apenas a afirmativa I e II
8. O exercício do poder que autoriza a autoridade publica para proceder com a fiscalização,
com o embargo e outras medidas que obstem ou que paralisem a degradação ambiental,
assim como concede poder ao órgão de licenciamento ambiental para analisar os riscos
ambientais envolvidos e conceder aprovação ou não à atividade pretendida pelo
empreendedor, denomina-se:
Poder de julgamento.
Poder de polícia
Poder de legislar.
Poder de execução.
Poder de arrecadação.