Você está na página 1de 165

III ENCONTRO PSI

IMPLICAÇÕES E APLICAÇÕES DA PSI


LIVRO DE REGISTRO DE TRABALHOS APRESENTADOS

PROCEEDINGS OF PRESENTED PAPERS

3RD PSI MEETING: IMPLICATIONS AND APPLICATIONS OF PSI

21 , 22 E 23 DE A B RIL DE 20 06 - CU RIT IB A - B RAS IL


III ENCONTRO PSI
IMPLICAÇÕES E APLICAÇÕES DA PSI

RESPONSÁVEIS PELAS COMISSÕES COMITÊ CIENTÍFICO

CIENTÍFICA Argentina - Alejandro Parra Lic.


Fábio Eduardo da Silva Brasil - André Pércia Lic.
Carlos Frederico Grubhofer Brasil - Carlos Alberto Tinoco M. Sc
Brasil - Jalmir Brelaz de Castro M. Sc
DE TRANSPORTE E DA Brasil - Neusa Ponchieli Lustosa M. Sc
II JORNADA DE ESTADOS Brasil - Ronaldo Dantas Lic.
MODIFICADOS DE CONSCIÊNCIA Brasil - Valter da Rosa Borges Lic.
Elíriam Brito Chile - Sergio Schilling Lic.
Sibele Pilato Chile - Waldo Moura Lic.
EUA - Carlos Alvarado Ph.D.
FINANCEIRA
EUA - Nancy Zingrone Ph.D.
Silviane Muniz
EUA - Stanley Krippner Ph.D.
DE EDITORAÇÃO França - Christine Hardy Ph.D.
Fábio Eduardo da Silva Israel - Benny Shanon Ph.D.
Japão - Tatsu Hirukawa Ph.D
DE ORGANIZAÇÃO GERAL Japão - Kokubo Hideyuki B.Sc
Nadir Martinz Ganz Peru - Luis S. Espinoza Paul Lic.

PROMOVIDO POR
Faculdades Integradas “Espírita”
Curso Livre de Parapsicologia
Instituto Nacional de Pesquisas Psicobiofísicas
Centro Integrado de Parapsicologia Experimental
APOIO
International Research Institute (IRI), Japão
Instituto de Psicologia Paranormal, Argentina
Grupo de Estudios Parasicológicos del Perú, Peru
Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, Brasil
Universidad Diego Portales - Unidad de Investigación PSI, Chile
Saybrook Graduate School Chair for the study of Consciousness, EUA
s u m á r i o

Apresentação - Os desafios da Parapsicologia 01


Fábio Eduardo da Silva
Presentation - The challenge of Parapsychology 04
Artigos - Papers
O caso Lilian Sarago - o estudo de um CORT por e-mail Vitor Moura Visoni 07
Tatsu Hirukawa, Reginaldo Hiraoka, Fábio
Field REG experiments of religious rituals and other group events
Eduardo da Silva, Sibele Pilato, and Hideyuki 17
in Paraná, Brazil
Kokubo
Posesión en una tribu Embera: Informe de caso y revisión de
posibles diagnósticos Sérgio Shilling 27

Supostos fenômenos psi espontâneos, psicoterapia e André Percia de Carvalho 41


transferência e a emergência do sistema de fatores integrados
Estudio preliminar de la relación entre psi experiencial y psi
experimental utilizando un cuestionario breve y una computadora Waldo Mora e Sergio Schilling 53
equipada con un URNG
Experiências Aparicionais - Percepções e Fenômenos em Busca Jalmir Brelaz 59
de Explicações, uma Análise de Modelos para Pesquisas
Termografia cutânea em estados modificados de consciência: um Carlos Alberto Tinoco 73
estudo de caso
Dream homes: When dreams seem to predict real estate sales Stefan J Kasian 76
É possível estimular a percepção de experiências anômalas? Fábio Eduardo da Silva 92
Um estudo exploratório com grupos de dinâmicas.
The dynamics of intuition viewed through a cognitive systems Christine Hardy 102
theory
José Raimundo Facion; Júlia Hein; Nadir
Intenção de Cura à Distância sobre pacientes autistas: um estudo Martins Ganz; Fabio Eduardo da Silva; Magda
Jaqueline da Silva; Sergio Schilling; Waldo 109
exploratório, considerando variáveis psicológicas e físicas
Mora; Luis S. Espinoza Paul; Hideyuki Kokubo
Hideyuki Kokubo, Mikio Yamamoto; Fabio
Application of psi inductive training for Brazilian children Eduardo da Silva, Sibele Pilato, Reginaldo 119
Hiraoka
El caso “Andres Venier”: consideraciones neuropsicológicas, Alejandro Parra 124
fenomenológicas y psicodinámicas de la actividad poltergeist
Palestras - Lectures
Brain Activity While Guessing - Research by Functional Near- Hideyuki Kokubo 133
Infrared Spectroscopy (fNIRS)
Joan H. Hageman, Stanley Krippner and
Seven advanced meditators in Ramtha’s school of enlightenment 140
Ian Wickramasekera II
The Antipodes of the Mind Benny Shanon 141
Um Relato Pessoal
Minhas experiências em sessões mediúnicas Valter da Rosa Borges 143
Mesas Redondas - Roundtables
Parapsicologia e Psicologia Transpessoal Célia Quadros; Stanley Krippner; André Percia
de Carvalho; Neyda Nerbass Ulysséa 146
Parapsychology and Transpersonal Psychology
Implicações e aplicações dos fenômenos psi na vida prática Sérgio Shilling; Hideyuki Kokubo; Stefan J 148
Real-Life Implications and Applications of Psi Kasian; Anna Mathilde P. C. Nagelschmidt
Estados Modificados de Consciência e realidade Jalmir Brelaz; Carlos Alberto Tinoco; Steven R.
Pritzker; Benny Schanon 153
Altered States of Consciousness and reality
Referências profissionais dos participantes 160
Apresentação

Sendo promovido pelas Faculdades Integradas ―Espírita‖, através do Curso Livre de Parapsicologia,
Centro Integrado de Parapsicologia Experimental (CIPE) e Instituto Nacional de Pesquisas Psicobiofísicas
(INPP), o ―III Encontro Psi: implicações e aplicações‖ visa estimular o desenvolvimento científico da área,
promovendo a integração de pesquisadores de diferentes paises. Busca também apresentar a sociedade os
conhecimentos produzidos, visando uma ação de retorno e integração social. Simultaneamente ao III Encontro
Psi, estará ocorrendo a II Jornada de Estados Modificados de Consciência (EMC) que oportunizará aos
participantes vivenciarem experiências excepcionais de consciência. Para tanto foram selecionados 4 rituais
envolvendo algum tipo de transe: 1) Centro de Umbanda; 2) União Fraterna Universal (Terapia com pirâmides);
3) Santo Daime; 4) Ritual de Pajelança Aty Guarani.
O terceiro encontro Psi aborda um dos mais difíceis e controversos aspectos da Parapsicologia ou
pesquisa psi: as suas hipotéticas implicações e aplicações. Seriam estes os mais difíceis desafios da
Parapsicologia?

Os desafios da Parapsicologia

Segundo Alvarado1 o trabalho da parapsicologia tem sido amplamente ignorado por outras áreas do
conhecimento. A visão positiva da importância e das contribuições de nossos estudos é compartilhada somente
por nós, salvo exceções.
Por outro lado temos a parapsicologia cada vez mais transdisciplinar, forçando as interações com
outras áreas, a construção de pontes com diferentes paradigmas e perspectivas, o que faz nosso trabalho se
tornar mais visível a comunidade científica em geral. 2 Um exemplo disso é o livro Varieties of Anomalous
Experience, editado por E.Cardeña, S.J.Lynn e S.Krippner e publicado em 2000 pela American Psychological
Association.
Mas afinal que implicações teríamos para refletir a partir dessa minúscula disciplina científica?
Varvoglis3 entende que estamos contribuindo para a construção de um futuro melhor para a
humanidade. Recorda que os ataques terroristas de 11 de setembro burlaram todos os métodos de segurança
e que Sally Feather coletou uma impressionante quantidade de casos de precognição sobre esse evento. Claro
que não conseguimos ainda distinguir entre alarmes reais e falsos. Talvez, equipamentos possam fazê-lo no
futuro. O Global Consciousness Project (GCP), de Roger Nelson, poderia ser considerado como um sistema
rudimentar de alerta prévio, pois registra de forma premonitória o humor da ―psique coletiva‖.3 O GCP4 busca
verificar cientificamente se a ressonância de consciências de multidões de pessoas produz padrões não
aleatórios em RNGs (Random Number Generators), distribuídos em diversas partes do mundo. Iniciando
várias horas antes do impacto da primeira torre do World Trade Center, e perdurando por 3 dias, a rede de 37
RNGs aparentemente exibiu o mais forte desvio de toda a história do GCP. Se existe uma consciência global
ela se manifestou nesses eventos e foi detectada pelo GCP, que poderia ser comparado a um EEG planetário.5
6
Para Radin os estudos do campo da consciência (como o GCP) têm implicações sociais, visto que
qualidade de nossos pensamentos poderia influir na construção de eventos globais. Além disso, esses estudos
sugerem que a teoria quântica pode estar incompleta quando aplicada a sistemas com sujeitos humanos,
visto que os saltos quânticos podem ser influenciados pela coerência de sentimentos-emoções de grupos, ou
ainda pelo esforço mental individual, como mostram os estudos de Micro-Psychokinesis (Micro-PK). Indo mais
longe, a existência dos fenômenos parapsíquicos ou simplesmente psi implica que temos negligenciado
propriedades fundamentais do espaço, tempo, energia e informação.
Varvoglis3 comenta também sobre o impacto dos estudos de Interação Mental Direta sobre Sistemas
Vivos (DMILS - Direct Mental Interaction with Living Systems). Por exemplo, os estudos de cura à distância
realizados por Elizabeth Targ no California Pacific Medical Center (EUA) estão sendo seguidos por um número
crescente de estudos médicos e clínicos de larga escala. Radin6 comenta que uma melhor compreensão dos
efeitos da cura à distância e de como aumentar os métodos de diagnóstico baseados em psi, traria uma
redução enorme nos custos médicos e poderia melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas.
A psi em geral e os estudos de DMILS trazem implicações para a biologia e psicologia, como por
exemplo, quais seriam os limites da interação mental sobre sistemas vivos? Existem sentidos humanos-
animais negligenciados? A psi teria funções evolucionárias e/ou genéticas? É um sentido primitivo ou
futurístico? Um talento ou habilidade? Haveria uma unidade entre todos os sistemas vivos? Se a psi pode
afetar organismos vivos sendo parte deles e se não somos tão separados uns dos outros, teria ela uma função
no comportamento individual, de grupos ou da sociedade? Essa noção de interconectividade profunda, de uma
consciência universal, suportada pela psi, não auxiliaria nas reflexões sobre o sentido da vida, de
pertencimento, de cooperação entre as pessoas? Isso não traria conseqüências benéficas significantes para a
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 2

saúde mental individual e coletiva.6-7


Outra área relacionada é a psicopatologia. Em função de que os fenômenos psi guardam
semelhanças com sintomas psicóticos, estes podem ser confundidos com aqueles e vice-versa, trazendo
intervenções inadequadas e nocivas para ambos os casos. Podem ainda existir casos em que ambos estão
presentes. Com base nos estudos DMILS é possível ainda que uma pessoa possa, através da psi,
desencadear sintomas psicóticos noutra pessoa. Por outro lado reações contrárias ou mesmo distúrbios graves
podem surgir pela experiência do fenômeno, como por exemplo, nas Precognições com eventos trágicos, ou
nas Experiências de Quase Morte (EQMs).8-9 Em acréscimo, parece que os fenômenos psi podem auxiliar tanto
no diagnóstico como no tratamento de distúrbios mentais, sendo que isso pode ocorrer tanto pelo
―desenvolvimento‖ psi do próprio doente10, como pela atuação de paranormais já desenvolvidos.11
Outro item considerado é a tecnologia baseada em psi. Aquela inspirada na interação da mente
matéria (Micro-PK), possivelmente utilizará a nanotecnologia e os métodos de reconhecimento usados em
sistemas de radar para decodificar e responder a padrões individuais de pensamentos à distância.
Equipamentos de comunicação ou interruptores baseados na psi poderão ser construídos, podendo-se
controlar próteses para paraplégicos ou robôs na profundeza do espaço ou dos oceanos. Poderá também
auxiliar nas conexões telepáticas entre as pessoas. O efeito pressentimento (reação orgânica antecipada a
estímulos futuros) já inspira equipamentos de alerta prévio. Variáveis fisiológicas, como a taxa cardíaca e a
resistência elétrica da pele podem ser monitoradas e decodificados em informações úteis a tomada de
decisão.6
Se por um lado a tecnologia pode auxiliar na utilização da psi, esta também pode ser útil a ciência e a
tecnologia. A clarividência poderia ser usada para explorar galáxias distantes ou realidades infinitesimalmente
minúsculas. A retrocognição ou a precognição poderiam auxiliar na exploração civilizações antigas ou futuras.
Em adição, a melhor compreensão desses fenômenos poderia trazer conseqüências dramáticas para as novas
tecnologias. Por exemplo, a compreensão da telepatia poderia revolucionar os métodos de comunicação.6
Em termos das implicações de psi, um último item considerado, entre muitos não abordados, diz
respeito aos fenômenos sugestivos da hipótese da sobrevivência da consciência após a morte
(Lembranças de supostas vidas passadas, Aparições, Drop-in e EQMs). Com implicações religiosas, filosóficas
e práticas óbvias, quaisquer que sejam as conclusões dos estudos futuros, estas certamente terão impactos
marcantes para toda a sociedade.
Considerando que muito das implicações e aplicações da Parapsicologia dependerão da percepção-
uso mais consciente dos fenômenos e, possivelmente, de uma melhor compreensão dos mesmos, seu grande
desafio é desenvolver-se cientificamente. Parece-nos que algumas estratégias ou metas poderiam auxiliar.
Uma delas é o desenvolvimento de mais pesquisas relacionadas ao treinamento das “habilidades” psi.9
Segundo Radin6 a aceitação da parapsicologia dependente principalmente da vontade da sociedade de
considerar estes fenômenos seriamente. Assim, pesquisas que proponham a integração útil dos fenômenos na
vida das pessoas podem ser muito vantajosas a Parapsicologia. Têm sido feitos estudos sobre intuição,
aumento da tomada de decisão e aconselhamento aos sujeitos que passam por experiências psi. Outros
poderiam incluir possibilidades clínicas12 dos fenômenos psi, como transe-terapêuticos (psicotranse, rituais
de pagelança), acesso psi-terapêutico (ganzfeld e visão remota), sonhos psi-terapêuticos, Psychomanteum
terapêutico e dinâmicas psi-condutivas de grupo. Radin6 afirma que se alguma coisa é real ela deve ser usada
ainda que não a compreendamos muito bem. Acrescentamos que explorar a utilização pode auxiliar a
compreensão.
Em termos metodológicos, parecem-nos muito promissores aqueles que integram perspectivas
complementares, como DMILS + Ganzfeld, ESP + PK, avaliações qualitativas + quantitativas, variáveis
psicológicas + físicas e biológicas e por fim estratégias e/ou desenhos de estudos inspirados por EACs-
intuição-psi-criatividade.
Em acréscimo, parecem cruciais as ações que integrem diferentes áreas, culturas, perspectivas,
idiomas. A Parapsicologia precisa abrir espaço para novas energias, como as que estão surgindo na Ásia,
Austrália e América latina e, com isso, renovar-se.
Finalizando, a Parapsicologia precisa vencer suas limitações e assumir todo o seu potencial integrador
e transformador. Talvez, desse pequeno grupo humano, concentrado no estudo dos mais difíceis e
fundamentais temas13, surjam novas esperanças para a sobrevivência e a qualidade da vida em nosso
planeta.

Referências

1-ALVARADO, C. (2003) Parapsychologists Contributions to knowledge. PA e-newsletter. Spring.


2-DALTON, K. (2002) PA 2002 Election Statements.
3-VARVOGLIS, M.P. (2002) The wild card I the deck. PA new. Spring and Summer.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 3

4-NELSON, R. (1999) The Global Consciousness Project. Proceedings of Presented Papers: The
Parapsychological Association 42nd Annual Convention, 202-218.
5-NELSON, R. (2002) El PCC: análisis preliminares del efecto ―11 de setiembre‖. Revista Argentina de
Psicología Paranormal. 13, 105-113.
6-RADIN, D. (1997) The conscious universe: the scientific truth of psychic phenomena. San Francisco: Harper
Edge.
7-SHILLING, S. et al. (2004) Análisis genético de experiencias psi en familias Chilenas. Livro de registro de
trabalhos apresentados: II Encontro Psi, 92-96.
8-SILVA, F.E. (1997) Esquizofrenia & psi. Curitiba: [s.n.].
9-IRWIN, H.J. (1999) An introduction to parapsychology. Jefferson: McFarland.
10-WAPNICK, K. (1991) Misticismo e esquizofrenia. In: WAPNICK, K. et. al. Experiência cósmica e psicose.
Petrópolis: Vozes.
11-SILVA NETO, S.A. (1996) Paranormalidade e doença mental. Olinda: Novo Estilo.
12-PALLU, T.R. (2004) Aportes terapêuticos em Parapsicologia. Livro de registro de trabalhos apresentados:: II
Encontro Psi, 227.
13-VARVOGLIS, M. (2000) PA 2000 Election Statements.

Fábio Eduardo da Silva

Nota: Os trabalhos incluídos nesse livro de registros foram revisados pelo Comitê Científico porém, tanto ao nível
gramatical quanto da coerência e validade científica e filosófica, são de inteira responsabilidade dos seus respectivos
autores. As diferentes abordagens adotadas pelos mesmos, não representa, necessariamente, a perspectiva das
instituições organizadoras do evento, ou mesmo dos membros do referido comitê.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 4

Presentation

Promoted by the Spiritualist Integrated Colleges through its Parapsychology Course, the Integrated
Center of Experimental Parapsychology, the 3rd Psi Meeting: Implications and Applications of Psi aims at
stimulating scientific research and development in the field of Parapsychology, and at promoting the integration
of researchers from several countries. It also seeks to spread into society the knowledge produced in this field in
order to promote social integration and a greater understanding of the possibilities and limits of Parapsychology.
Along with the 3rd PSI Meeting, the 2nd Journey of Altered States of Consciousness (ASC) will be held,
giving participants an opportunity to experience heightened states of consciousness, favoring exceptional
consciousness experiences. Four traditional Brazilian trance rituals have been selected: 1) Umbanda Center Pai
Maneco (Afro-Brazilian religion); 2) União Fraternal Universal (pyramid therapy); 3) Santo Daime (using the
Ayuasca tee) and 4) Aty Guarani (shamanistic ritual involving singing, prayer and dancing).
The 3rd Psi Meeting approaches one of the most difficult and controversial aspects of Parapsychology:
its hypothetical implications and applications. Would it be the most difficult challenge of parapsychology?

The challenge of Parapsychology

According to Alvarado1, parapsychology has greatly been ignored by other areas of science. The
importance and the contributions of our work are unfortunately usually only shared by parapsychologists.
On the other hand parapsychology has become more and more trans-disciplinary, forcing us to interact
with other areas bridging different paradigms and perspectives, making our work more visible to the wider
scientific community.2 An example of this is the book ―Varieties of Anomalous Experience‖, edited by E.
Cardeña, S. J. Lynn and S. Krippner and published in 2000 by the American Psychological Association.
But after all what implications would we have to ponder from this minuscule scientific discipline?
Varvoglis3 understands that we are contributing to a better future for humanity. He remembers that the
terrorist attacks of September 11th bypassed all the security methods and that Sally Feather collected an
impressive amount of precognitive cases about that event. Of course, we still can‘t distinguish between real and
false alarms. Maybe, equipment will be able to do this in the future. Roger Nelson‘s Global Consciousness
Project (GCP) could be considered as a rudimentary advance-warning system, drawing from premonitory
3 4
moods of the collective psyche. GCP seeks to verify scientifically if the resonance of consciences of crowds
produces non random patterns in Random Number Generators (RNGs), which are distributed in several parts of
the world. Beginning several hours before the impact of the World Trade Center‘s first tower and lasting for 3
days, the web of 37 RNGs recorded the strongest deviation in the whole history of the GCP. If a global
consciousness does indeed exist it manifested itself during these events and it was detected by the GCP, which
could be compared to the planet‘s EEG.5
For Radin6 the consciousness field studies (like GCP) have social implications since the quality of our
thoughts could influence the unfolding of global events. Besides, these studies suggest that quantum theory
can be incomplete when applied to systems with human subjects, because the quantum jumps can be
influenced by the emotional coherence of groups, or even for the individual mental effort, as show the Micro-
Psychokinesis (Micro-PK) studies. Going further, the existence of the parapsychological phenomena or simply
psi implicates that we have neglected fundamental properties of space, time, energy and information.
Varvoglis3 also comments about the impact of the Mental Direct Interaction with Living Systems
studies (DMILS). For example, the distant healing studies conducted by Elizabeth Targ at the Califórnia Pacific
Medical Center (USA) are being copied by a growing number of medical and clinical large scale studies. Radin6
comments that a better understanding of the distant healing effects and of how to improve the diagnostic
methods based on psi, would bring an enormous reduction in the medical costs and could improve the life
quality of millions of people.
Psi in general and the DMILS studies bring implications for biology and psychology. What would the
limits of the mental interaction with living systems be? Are there human-animal senses neglected? Would psi
have evolutionary and/or genetic functions? Is it a primitive or futuristic sense? Is it a talent or ability? Would
there be a unity among all of the living systems? If psi can affect living organisms being part of them and if we
are not so separated from each other, would psi have a function in the individual or social behavior? The
concept of a ―deeply interconnected conscious universe‖ is supported by psi as a reality. Would it help in the
reflections on the meaning of life, of belonging, cooperation and love among the people? Wouldn‘t this bring
6-7
significant beneficial consequences for individual and collective mental health.
Another related area is psychopathology. Since psi phenomena show similarities with psychotic
symptoms, they can easily be confused, bringing inadequate and harmful interventions for both. There can even
be cases where both are present. Based on the DMILS studies, it may be possible for a person, through psi, to
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 5

trigger psychotic symptoms in another person. On the other hand negative reactions or even serious
disturbances can result for the experience of psi phenomena, as for example in the tragic event precognitions or
in Near Death Experiences (NDEs).8-9 Additionally, it seems that psi phenomena can help both in the diagnosis
and in the treatment of mental disturbances, since this can happen through the patient‘s psi "development" 10 or
through the intervention of other psychics.11
Another item to be considered is psi-based technologies. Those based on mind matter interaction
(Micro-PK) will probably use nanotechnology and pattern-recognition methods used in advanced sonar systems
to decode individual thought-patterns at a distance. ―Psi-based communication and switching devices could be
built‖ allowing us to mentally control paraplegics prosthetics or deep-space and deep-sea robots. It could also
help telepathic connections between people. The presentiment effect (organic reaction to future stimulus)
already inspires early-warning equipment designing. Physiological variables, like heart rate, electrodermal
activity can be measured and decoded into useful information.6
If on one side technology can help in the use of psi, it can also be useful for science and technology.
Clairvoyance could be used to explore distant galaxies or infinitesimally tiny realities. Retrocognition or
precognition could help in the exploration of ancient or future civilizations. In addition, a better understanding of
those phenomena could bring dramatic consequences to new technologies. For example, an understanding of
6
telepathy could revolutionize communication methods.
Of all the other psi implications items, a last item I would like to consider concerns the suggestive
phenomena of the hypothesis of after death conscious survival (memories of so-called past lives,
apparitions, drop-in and Near Death Experiences). Whatever the conclusions of future studies, they will certainly
have outstanding impacts for the whole society.
Considering that a lot of the implications and applications of parapsychology will depend on a more
conscious perception and use of psi phenomena and, possibly, of a better understanding of them, the great
challenge of parapsychology is its scientific development. It seems that some strategies or goals would help its
development. One of them is the development of more studies related to the training of psi "abilities".9
According to Radin6 parapsychology‘s acceptance depends far more on society‘s willingness to take these
phenomena seriously.
That‘s why research studies that propose the useful integration of psi phenomena in people's life can be
very advantageous to parapsychology. Studies have been made on intuition, luck, decision making increase
and on counseling subjects who have psi experiences. Others could include psi clinical possibilities12, as
therapeutic-trance (psycho-trance, shamanic rituals), psi-therapeutic access (Ganzfeld and Remote Viewing),
psi-therapeutic dreams, therapeutic psychomanteum and psi-conductive dynamics of groups. Radin6 affirms that
if something is real, it should be put to use even though we don't understand it very well. We would add that
exploring its use can help its understanding.
In methodological terms, those that integrate complementary perspectives, such as DMILS &
Ganzfeld, ESP & PK, qualitative & quantitative evaluations, psychological, physical & biological variables and
finally strategies and/or design studies inspired by Altered States of Consciousness-intuition-psi-creativity seem
very promising.
Moreover, the actions that integrate different areas, cultures, perspectives and languages seem crucial.
Parapsychology needs to make space for new groups, like the ones from Asia, Australia and Latin America and
allow itself to be renewed by them.
Concluding, parapsychology needs to overcome its limitations and to assume all its integrating and
transforming potential. It may be that, from this tiny human group, concentrated in the study of the most difficult
and fundamental themes13, new hopes for the survival and life quality on our planet will arise.

References

1-ALVARADO, C. (2003) Parapsychologists Contributions to knowledge. PA e-newsletter. Spring.


2-DALTON, K. (2002) PA 2002 Election Statements.
3-VARVOGLIS, M.P. (2002) The wild card I the deck. PA new. Spring and Summer.
4-NELSON, R. (1999) The Global Consciousness Project. Proceedings of Presented Papers: The
Parapsychological Association 42nd Annual Convention, 202-218.
5-NELSON, R. (2002) El PCC: análisis preliminares del efecto ―11 de setiembre‖. Revista Argentina de
Psicología Paranormal. 13, 105-113.
6-RADIN, D. (1997) The conscious universe: the scientific truth of psychic phenomena. San Francisco: Harper
Edge.
7-SHILLING, S. et al. (2004) Análisis genético de experiencias psi en familias Chilenas. Livro de registro de
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 6

trabalhos apresentados: II Encontro Psi, 92-96.


8-SILVA, F.E. (1997) Esquizofrenia & psi. Curitiba: [s.n.].
9-IRWIN, H.J. (1999) An introduction to parapsychology. Jefferson: McFarland.
10-WAPNICK, K. (1991) Misticismo e esquizofrenia. In: WAPNICK, K. et. al. Experiência cósmica e psicose.
Petrópolis: Vozes.
11-SILVA NETO, S.A. (1996) Paranormalidade e doença mental. Olinda: Novo Estilo.
12-PALLU, T.R. (2004) Aportes terapêuticos em Parapsicologia. Livro de registro de trabalhos apresentados:: II
Encontro Psi, 227.
13-VARVOGLIS, M. (2000) PA 2000 Election Statements.

Fábio Eduardo da Silva


rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 7

O CASO LÍLIAN SARAGO - O ESTUDO DE UM CORT POR E-MAIL

The Lilian Sarago case - the study of a CORT by E-mail

Vitor Moura Visoni


e-mail:vitormoura@hotmail.com

Resumo
Este é um estudo de caso que busca analisar a possibilidade de reencarnação e submetê-la a testes
conhecidos pela ciência forense e que não são facilmente encontrados na literatura sobre o assunto,
oferecendo um salto qualitativo nas pesquisas por buscar outras formas de correlacionar a personalidade
atual com a anterior. O caso em questão foi o de Lílian Sarago (pseudônimo), que teve sonhos premonitórios
e um filho com uma marca de nascença. As entrevistas se deram exclusivamente por e-mail. O estudo falha
em atender a maior parte de seus objetivos, em parte porque a próprio Lílian interrompeu as investigações,
no entanto, deve manter-se em aberto a possibilidade da ocorrência de algum fenômeno anômalo.
Características incomuns em relação aos CORTs típicos também foram encontradas, e alerta-se para erros
comuns cometidos no cálculo da probabilidade da ocorrência de marcas de nascença coincidentes.

Palavras-chave: ciência forense - casos do tipo reencarnação CORTs - características paranormais

Abstract
This article is a case study in which the author tries to analyze the possibility of reincarnation and to submit
this possibility to tests known in forensic science which are uncommon in the literature about reincarnation.
The forensic tests offer a qualitative investigative leap as one searches for additional forms to correlate the
present personality to the previous one. The present case refers to Lilian Sarago (pseudonym) , who had
precognitive dreams and subsequentely gave birth to a son with a birthmark. The interviews with her were
carried out only through email exchanges. Although for the most part, this study fails to reach its objectives,
partly due to the fact that Lilian herself decided to drop out of the investigation process, one should still remain
open to the possibility that some anomalous phenomenon did occur. Features uncommon to other CORT
cases were also found, and we call attention to common statistical mistakes in the assessment of the
probability of coincident birthmarks.

Key words: forensic science - cases of the reincarnation type CORTs - paranormal features

INTRODUÇÃO

Nos estudos de reencarnação, o pesquisador que mais se destacou foi Ian Stevenson, diretor do
departamento de psicologia da Universidade de Virgínia, possuindo artigos publicados em diversas revistas
científicas , tais quais o Journal of Nervous and Mental Disease [1] , o American Journal of Psychiatry [2] ou o
Medical Hypotheses [3]. Ainda é autor de diversos livros, sendo seu primeiro livro sobre o tema, Vinte Casos
Sugestivos de Reencarnação, considerado hoje um clássico.

A maior parte dos estudos de Stevenson concentram-se nas alegações de crianças, geralmente entre
dois e quatro anos, que espontaneamente começam a falar acerca de uma vida passada. A quantidade de
afirmações fornecidas pelas crianças permite, por vezes, identificar a personalidade prévia alegada. Quando
isso ocorre, Stevenson diz que o caso foi ―resolvido‖. Tais casos chamaram a atenção de céticos como Carl
Sagan, considerado o maior divulgador da ciência que o mundo já conheceu, que, em seu livro O Mundo
Assombrado pelos Demônios, afirmou:

"No momento em que escrevo, acho que três alegações no campo da percepção extra-sensorial (ESP)
merecem estudo sério: (1) que os seres humanos conseguem (mal) influir nos geradores de números aleatórios
em computadores usando apenas o pensamento; (2) que as pessoas sob privação sensorial branda
conseguem receber pensamentos ou imagens que foram nelas "projetados"; e (3) que as crianças pequenas às
vezes relatam detalhes de uma vida anterior que se revelam precisos ao serem verificados, e que não
poderiam ser conhecidos exceto pela reencarnação. Não apresento essas afirmações por achar provável que
sejam válidas (não acho), mas como exemplos de afirmações que poderiam ser verdade. Elas têm, pelo
menos, um fundamento experimental, embora ainda dúbio."

Entretanto, deve-se observar que normalmente a esmagadora maioria das informações coletadas por
Stevenson são oriundas dos pais da criança, e não da própria, o que diminui a força dos casos. Diminui porque
como os familiares já haviam identificado a personalidade prévia antes do investigador, é difícil avaliar o quanto
de alteração nos registros do ‗testemunho original‘ da criança foram feitos. Afirmações que os pais fizeram,
certas ou erradas, podem acabar sendo misturadas e acrescidas às afirmações originais da criança.
Atualmente, porém, já existem 33 casos documentados antes que tivesse havido a identificação da
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 8

personalidade prévia por parte dos familiares. Desse modo pôde-se obter o testemunho original da criança, e
tais casos são os mais fortes de ocorrência de algum processo paranormal.

Há também alguns problemas de reinterpretação do próprio investigador, como foi demonstrado por
Leonard Angel em seu artigo publicado na Skeptical Inquirer [4] .

Os estudos de reencarnação, entretanto, não se baseiam única e exclusivamente nas alegações das
crianças. Por vezes, a criança exibe comportamentos e habilidades que seriam característicos da
personalidade anterior. Há ainda marcas e defeitos de nascença que parecem se corresponder a ferimentos
presentes na personalidade anterior, ferimentos estes algumas vezes registrados em relatórios médicos e de
necropsia. Nestes casos, não é raro que a criança possua fobias relacionadas com o modo de morte da
personalidade prévia. É importante frisar que não se conhece o mecanismo pelo qual as marcas presentes nos
corpos físicos da personalidade anterior seriam transferidas para o corpo da personalidade atual.

Entretanto, é possível fazer um cálculo probabilístico da chance de uma marca ou defeito de nascimento
corresponder à mesma região da pessoa falecida. Stevenson no artigo Birthmarks and Birth Defects
Corresponding to Wounds on Deceased Persons (1993), publicado pelo Journal of Scientific Exploration,
calculou esta chance em 1/160, porém tal cálculo foi feito de forma equivocada, como bem mostrou Leonard
Angel em seu artigo publicado na Skeptical Magazine [5], sendo a probabilidade correta 1/25 (Angel considerou
1/26, provavelmente por ter usado apenas 2 algarismos significativos, como se verá) .

Basicamente, Stevenson diz que a superfície (área) da pele de um homem adulto é aproximadamente
1,6 metros quadrados (isso daria um quadrado com 1,264911 metros de lado). Então Stevenson resolveu
dividir esse quadrado em quadrados menores, com dez centímetros de lado. Ele calcula que o quadrado maior
poderia conter 160 quadrados menores, o que é correto. Qual seria a probabilidade, portanto, entre uma marca
de nascença de uma pessoa qualquer e uma marca de ferimento mortal de uma pessoa falecida estarem
ambas situadas dentro de um desses quadrados hipotéticos? Resposta: 1/160. Se houver duas dessas
coincidências, então a probabilidade é 1/160 x 1/160, que é igual a 1/25.600.

Qual o problema nesse cálculo? Além da diferença no tamanho da superfície da pele de um adulto e de
uma criança, e do problema da distribuição não uniforme dos sinais de nascença (dito pelo próprio Stevenson),
há uma questão muito mais grave, de natureza matemático-estatística mesmo, e que se prende à questão de
como Stevenson está realmente usando os dados que ele possui. Stevenson está nos levando a crer que ele
considera para esse cálculo dele quaisquer dois sinais (onde o sinal 1 é o sinal de morte da "personalidade
prévia", e o sinal 2 é o sinal de nascença da "reencarnação da personalidade prévia") que se encontrem dentro
de tal quadrado com dez centímetros de lado. Ou seja, mesmo se um sinal estiver a 14,14 cm de distância do
outro, Stevenson ainda assim consideraria tal dupla como estando dentro do mesmo quadrado, já que a
diagonal do quadrado de dez centímetros de lado seria igual a 14,14 cm. O problema é que Stevenson não
fornece claramente, com relação a cada caso do artigo, a distância entre o sinal de morte e o sinal de
nascença. Então somos obrigados a considerar, baseados no relato dele, que mesmo sinais distando 14,14 cm
seriam considerados como "no mesmo quadrado hipotético". O ponto chave desta questão é esse: a distância
que Stevenson está nos levando a considerar é de 14,14cm entre os dois sinais!

Como devemos então, anatomicamente, tratar tal distância de 14,14cm para fins estatísticos? Sem
dúvida, não usando dos quadrados hipotéticos de Stevenson, pois eles não existem no corpo. Imaginemos que
o corpo fosse de fato dividido em quadrados menores. Bem, nesse caso poderíamos até usar do critério de
Stevenson, mas ele implicaria que se um sinal estivesse, digamos, bem perto de outro (3 cm, por exemplo),
talvez não contasse como "acerto", já que poderiam ser sinais em quadrados diferentes. Mas o corpo não é
dividido em quadrados pequenos, e nem Stevenson os dividiu assim. A única maneira de usar a distância
sugerida por Stevenson de um modo anatomico-estatístico correto é tomarmos 14,14 cm como o raio de um
círculo, e não como a diagonal de um quadrado. O que temos então que de fato fazer é considerar tal distância
de 14,14 cm como o raio de um círculo e calcularmos qual a área deste círculo, e usarmos tal área para
definirmos qual a probabilidade de tal dupla de sinais estar situada nesse mesma área. Então, a fórmula da
área do círculo é pi x raio elevado ao quadrado. O raio, de 14,14 cm, elevado ao quadrado é igual a 199,93, e
isso vezes pi (3,14) é igual a 628 centímetros quadrados de superfície. Se o total da superfície considerado é
1,6 metros quadrados, então 628 centímetros é igual a 1/25 desse total (16.000 dividido por 628), e essa é a
verdadeira probabilidade de um par de sinais (morte-nascença) estar situado na distância que Stevenson usou
(ou que ele nos levou a crer que ele usou), de 14,14 cm entre si. Angel provavelmente usou o raio como tendo
14 cm, o que elevado ao quadrado é igual a 196, e isso vezes pi resulta em 615 centímetros quadrados.
Dividindo-se esse número por 16.000 centímetros quadrados, encontramos a fração usada por Angel (1/26).
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 9

Outra forma de se lidar com estes números é trabalhando com radiciação. Ao invés de usarmos a
diagonal do quadrado como sendo 14,14 podemos usar 10√2, que elevando ao quadrado dá 200. Multiplicando
este número por pi e dividindo-se o resultado por 16.000, encontramos, após arredondamento, 1/25.

A probabilidade da coincidência de um sinal de nascença (par morte-nascença) na área sugerida por


Stevenson seria então de 1/25, e não 1/160. Dois sinais coincidentes dariam então 1/625 (ou, segundo Angel,
1/676), e não 1/25.600 ! O fato é que esse erro, bem grave, passou despercebido da publicação inicial deste
trabalho no Journal of Scientific Exploration em 1993, passou despercebido na publicação de ambos os livros
de Stevenson sobre o assunto em 1997, e passou despercebido da resenha sobre tais livros também publicada
no Journal of Scientific Exploration feita por Erlendur Haraldsson, psicólogo da Universidade da Islândia que
também investiga o fenômeno das alegações de vidas passadas.

Em todo o caso, é preciso assinalar que mesmo 1/25 é um número "estatisticamente significativo", pois
equivale ao ponto p < .05! (dá p = .04, ou seja, 4% de probabilidade).

Há outros problemas, como as marcas saírem do lugar durante o crescimento da criança, e mesmo o
seu total desaparecimento, o que dificulta o conhecimento de sua localização exata no nascimento, ou mesmo
a confirmação de sua existência, tendo-se que fiar apenas nos testemunhos dos pais. Ainda existe a questão
do número de marcas não correlacionadas, ou seja: caso a criança tenha inúmeras marcas, qual seria a
probabilidade de alguma delas coincidir na região correspondente à afetada na personalidade anterior? Nesse
caso, a base de cálculo precisa ser outra. E mais: Stevenson desconta o fato que as marcas de nascença não
ocorrem com freqüência igual em partes diferentes do corpo.

Apesar das falhas cometidas por Ian Stevenson, outros pesquisadores replicaram seus estudos, sem
falhas aparentes na metodologia. Nos últimos anos, houve uma melhora sensível na coleta dos dados relativos
a estes casos, inclusive da parte do próprio Stevenson [6].

Em 2003, Robert S. Bobrow publicou um artigo na Medical Hypotheses [7] citando o fenômeno das
alegações das crianças de vidas passadas como algo a ser pesquisado a sério, e não simplesmente
desacreditado. Coloca alguns motivos bem razoáveis para agir assim:

―O avanço científico começa com uma observação que não possa ser explicada por modelos existentes.
Os eventos inexplicados são relatados regularmente na literatura médica, e são um substrato valioso para a
pesquisa. Dado os números significativos de nossos pacientes que acreditam neles, nossa atenção analítica a
tais fenômenos pode, no mínimo, permitir-nos uma comunicação melhor com as pessoas que nos importamos.
A opinião dos relatórios dos nossos colegas e dos nossos pacientes merece atenção, não um encaixe
procustiano em paradigmas correntes.‖

No intuito de contribuir com a pesquisa sobre o tema, foi estudado um caso sugestivo de reencarnação
que foi descoberto de forma casual. O caso se enquadra em uma categoria menos conhecida dos estudos
relatados, havendo a presença de sonhos premonitórios por parte da mãe que anunciaram a personalidade
que iria reencarnar. Ou seja, o caso foi ‗resolvido‘, por ter-se identificado a personalidade prévia e a atual. Há
ainda a presença de uma marca de nascença, registrada por foto quando a criança tinha quase dois anos. Não
houve o registro de memórias espontâneas por parte da criança, ou seja, a criança jamais alegou qualquer fato
pertencente a uma suposta vida anterior. Tais casos são conhecidos como ‗silenciosos‘. [8]

METODOLOGIA

As entrevistas foram o principal método de investigação. Tentou-se obter depoimentos com as pessoas
diretamente relacionadas, quer da parte da criança quer do lado da pessoa falecida. Também tentou-se
investigar documentos diversos: certidões de óbito e outros. Buscou-se fazer uma comparação entre os
escritos da criança com a da suposta personalidade anterior, assim como suas impressões digitais e
fisionomia, com o intuito de verificar se há alguma possível semelhança. Infelizmente, como se verá, houve
fracasso em todas as tentativas.

Todos os contatos se deram através do uso de correio eletrônico, não tendo sido feita uma única visita à
família. Isso se deu devido a diversos motivos, entre eles o custo e tempo necessários para fazer a viagem até
São Paulo, e à tentativa de ganhar primeiro maior confiança da família antes de sugerir tais visitas. Também
porque através de email tinha-se a vantagem de ter os depoimentos registrados automaticamente, sem
nenhuma forma de despesa. Stevenson por vezes usa gravadores, mas prefere usar anotações registradas em
papel no decorrer da entrevista porque o uso de gravadores costuma intimidar os entrevistados e nem sempre
é possível identificar posteriormente na gravação as respectivas vozes dos entrevistados ou o que dizem
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 10

exatamente. Tal forma de abordagem difere radicalmente, portanto, dos métodos empregados anteriormente,
sendo um ineditismo nas pesquisas.

Primeiros Contatos e Principais Referências

Tomou-se conhecimento do caso de forma absolutamente casual, após a entrada em um grupo de


discussão cético via internet, em 23 de agosto de 2003, no qual a mãe da criança já participava desde 18 de
janeiro de 2002. O caso foi relatado de forma espontânea no dia 27 de setembro de 2003. Entretanto, somente
em outubro de 2004 o caso começou a ser estudado profundamente, após o estudo da metodologia e das
pesquisas de Ian Stevenson e de João Alberto Fiorini, delegado brasileiro que também analisa casos de
reencarnação, sendo pioneiro em usar os métodos forense de criminalística e instrumentos ligados à pesquisa
policial nas pesquisas dos fenômenos sugestivos de reencarnação, tendo apresentado alguns de seus casos
estudados em congressos e em revistas não indexadas pelo ISI, voltadas para o público leigo.

O Caso

A senhora Lílian Sarago nasceu no dia 17 de abril de 1966, tendo seu primeiro filho, Lúcio, em 1º de
outubro de 1990 e seu 2º filho, Guilherme, em 12 de junho de 1997. Ambos os nascimentos foram anunciados
através de sonhos. Somente no segundo, porém, é que foi possível resolver o caso. Seu segundo filho seria a
reencarnação de Diego Rissoli, o pai de sua sogra. Muitas previsões passadas nos sonhos se verificaram
exatas com o decorrer dos acontecimentos, entre elas, a morte de um membro específico da família e sua data
de ocorrência. Todos os nomes de todos os envolvidos foram trocados, a pedido da família.

Passemos agora, portanto, aos depoimentos.

1º Depoimento (relatado originalmente em 27/09/2003)

―Bem, há sete anos eu estava tranqüila, com um filho já com 6 anos e pronta para seguir com uma pós
graduação, a vida já entrava nos eixos. Até que numa bela noite eu tive um sonho estranho e longo. Vou
resumir: sonhei que um rapaz, que me acompanhava numa visita a um "médico", disse que eu estava grávida e
que ele seria meu filho caso eu permitisse (?) e que ele tinha sido o pai de minha sogra em sua última vida. O
"médico" que eu fui visitar no sonho, assim como o rapaz, faziam questão que eu aceitasse a gravidez de
"coração"...Diante do meu ―ceticismo‖ (sim, eu duvidei do rapaz no sonho), ele então me disse que para que eu
tivesse certeza de que era ele mesmo, o meu bebê seria loiro como minha sogra (eu sou castanha, nada
demais: toda minha família é loira em maior ou menor grau... bem como meu marido); disse que seria um
menino (50% de chance de estar certo); disse que teria olhos azuis como os da minha sogra ( bem, eu não
acreditei... tenho uma bisavó com olhos azuis mas como meu filho mais velho tem olhos quase negros, achei
pouco provável... não impossível mas pouco provável) e a derradeira e última "prova": minha sogra morreria
quando o bebê tivesse 2 anos (convém notar: ele, o que fora pai dela, havia morrido quando minha sogra
contava pouco mais de 2 anos de vida).

Na manhã seguinte ao sonho, eu acordei com a sensação de que tinha comido demais na noite
anterior... sempre tenho sonhos vívidos de estômago cheio, mas enfim, pensei: oras, minha menstruação não
tem falhado, está tudo certinho... Mesmo assim resolvi ir na farmácia naquela manhã mesmo e comprar um
teste de gravidez: batata, eu estava grávida! Não acreditei... fiz exame de sangue no dia seguinte e quando
veio a resposta, ali estava a prova de gravidez, aliás muito grávida porque havia engravidado há quase dois
meses pela contagem hormonal (!)... e eu nem sabia.

Passado o susto inicial, umas duas semanas depois, à noite eu fui deitar preocupada porque eu estava
começando a inchar. Minha primeira gestação foi um horror por conta da nefrite. E naquela noite eu tive outro
sonho. Dessa vez eu estava num pátio com várias outras mulheres que eu soube estavam grávidas também.
No meio delas uma amiga que eu não via há anos. Fiquei ao lado dessa amiga todo tempo, até que ouvi
chamarem meu nome. Eu olhei e vi que não estavam chamando esta Lílian aqui mas uma senhora de nome
Lylian: ela sorriu e veio me cumprimentar. Eu a conhecia também: ela trabalhava num centro espírita, tratava
de mães gestantes. Já falecida. Na manhã seguinte, procurei por essa amiga que há anos eu não via e fiquei
sabendo: ela também estava grávida. A coincidência fica por conta da data do nascimento do bebê dela
prevista pelo médico: a mesma que a minha.

Bem, passaram-se os nove meses sem sofrimento. O meu filho nasceu bem de saúde, branco de tão
loiro. Com duas semanas já se via que os olhos seriam azuis, como são de fato. Ele nasceu com uma marca
de nascença no abdômen, do lado direito, perto do estômago. (Conversando com minha sogra como quem não
quer nada, procurei saber de que forma o pai dela havia morrido. Ela me disse que ele tivera câncer no
duodeno e que antes de morrer fizeram uma cirurgia para tentar colocar uma prótese. Sem sucesso, ele
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 11

morreu a seguir). A marca de nascença do meu filho parece um quelóide em forma de meia lua, bem na altura
do duodeno...

E só para finalizar: faltava pouco mais de um mês para o aniversário de 3 anos do meu filho quando eu
pensei aliviada: não é "ele". Afinal faltava um mês para ele completar 3 anos e minha sogra continuava viva.
Mas, enfim por essa ocasião eu tive outro sonho, agora com a mãe da minha sogra, já falecida, que estava me
ajudando a olhar o nenê. E ela no sonho me perguntou: "- Você ainda duvida? Você vai ter a prova". Duas
semanas depois, no dia 14 de maio, dia das mães, minha sogra foi encontrada morta: morreu dormindo, vítima
de um enfarto ou ACV. Em 12 de junho seguinte, meu filho completava 3 anos...

Como foi tudo na base dos sonhos, a única prova que eu tenho é o fato de meu filho ser menino, loiro,
de olhos azuis, uma marca de nascença e ter tido uma avó paterna que morreu antes dele completar 3 anos.
Nada serve como "prova"... a menos que sonhos pudessem ser gravados...

Meu outro filho mais velho também veio pedir para nascer em sonho... mas dele eu não pude
"comprovar" nada, só a data em que eu engravidei: eu tive certeza de que estava grávida desde a noite do
sonho com o "espírito" dele. E no sonho, ele me contou que havia morrido durante a segunda guerra mundial.‖

Questionada se teria alguma foto com seu filho recém-nascido em que a marca de nascença fosse
visível, disse Lílian:

―Foto do meu filho recém nascido eu tenho mas só com roupa. E registro da operação do pai da minha
sogra eu nem sei onde procurar. Deve ter sido operado em São Paulo porque aqui no interior não tinha infra-
estrutura há mais de 60 anos. Como praticamente todos os envolvidos diretamente com ele já faleceram, não
sei se seria fácil saber onde, nem quando foi feita tal intervenção. No mais, eu estou satisfeita por mim mesma:
eu tive os sonhos, comentei com meu marido desde o início (ele achava que eu estava ‗louca‘, um amor ...)
minha mãe e minha sogra (que duvidou, achava que o bebê seria menina). Quando o bebê nasceu, foi como
uma espécie de ‗revelação‘: ficaram todos atônitos com o meu índice de acerto... ‖

Felizmente, Lílian estava equivocada quanto às fotos. Seis meses depois, como veremos no próximo
depoimento, foi encontrada uma foto do bebê tomando banho em que a marca era visível. Interessante
também observar neste depoimento é a reação da família, cética quanto à possibilidade de Lílian acertar em
suas previsões.

2º Depoimento (oferecido em 14/03/2004)

―Fui procurar nos álbuns do tempo em que as fotos ainda eram de papel... Achei uma em que a marca
está visível. Nessa foto ele está com quase dois anos. O bebê está tomando banho com o pai e a água quente
deixou a marca visível: hoje em dia, com quase 7 anos, como naquela época, ela é quase imperceptível,
apenas ficando visível quando o corpo esquenta... ou ele fica muito nervoso. Quando era recém nascido, era
"saltada"...

O que falta ainda saber é como se realizou a cirurgia do pai da minha sogra e de qual lado do abdômen
ele foi aberto para o implante da prótese. Olhando bem agora, é do lado esquerdo!! (eu sempre troco os
lados... ).‖

3º Depoimento (oferecido em 06/10/2004)

―Na época eu ainda era espírita... não praticante mas ainda sentia muito a influência dos guias... tinha
sonhos lúcidos, inspirações, fazia ‗viagens astrais‘... interessante lembrar disso tudo agora quase 10 anos se
passaram desde meu último contato direto com entidades. Hoje em dia ando muito duvidosa de tudo
relacionado a isso, visto que com medicamentos contra a depressão muita coisa deixou de ‗acontecer‘.‖

O Espiritismo é uma doutrina de aspectos científicos, filosóficos e religiosos fundada por Allan Kardec
em 1857. Possui seu maior número de adeptos no Brasil. Prega a existência de Deus, da reencarnação, da
pluralidade dos mundos habitados.

Análise dos Depoimentos

Com base nos depoimentos, o estudo confirma o que outros autores têm encontrado acerca das marcas
de nascença. Com o tempo, elas se tornam menos nítidas e chegam mesmo a desaparecer. Por outro lado,
fica claro que fiar-se apenas nos depoimentos dos pais é uma fraqueza dos estudos, sendo uma possível fonte
de erros. Notemos que a localização exata da marca de nascença é um detalhe crucial, que permite
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 12

supostamente estabelecer uma relação entre a causa da morte da personalidade anterior e o surgimento das
marcas e defeitos de nascença na criança. Justamente essa informação revelou-se equivocada com base na
foto adquirida. Entretanto, caso a marca tenha movido de lugar durante os quase dois anos de vida da criança,
isso explicaria o equívoco da mãe, de certa forma minimizando o erro em seu depoimento. Interessante
observar a respeito da marca, é que segundo o depoimento da mãe, ela aparece de forma mais nítida quando
a criança fica nervosa, sugerindo um fator emocional correlacionado a ela. Trata-se, na verdade, não de um
quelóide, mas de um nevo vascular, que consiste num maior aglomerado de vasos numa determinada região
da pele. Ficam mais avermelhados com calor, exercício físico ou mesmo estresse emocional, pois são fatores
que aumentam o fluxo sanguíneo cutâneo. Em crianças, eles são mais evidentes e muito comuns, e podem
mesmo involuir com o decorrer do tempo, até mesmo diminuindo de volume. As chamadas pintas são nevos
melanocíticos, pois são decorrentes da formação embrionária, tendo pouca influencia genética. Fatores
ambientais podem modificar, por exemplo, o grau de pigmentação de uma pinta, ao se exposta a mais radiação
ultra-violeta. Sobre a marca, ainda, é preciso dizer que de fato existem porções do duodeno que passam por
ela, apesar daquela localização específica parecer ser do final do estômago (quadrante superior esquerdo do
abdome). Como foi dito, não se sabe o quanto a marca pode ter se deslocado após o nascimento, mas a
localização do duodeno é bem mais à direita. A localização da marca corresponde ao estômago
predominantemente. Seria preciso ver o laudo médico para se saber que tipo exato de tumor atacou o senhor
Diego Rissoli. O adenocarcinoma primário de duodeno geralmente é o tumor mais comum, junto com o tumor
de ampola de Vater, os quais são predominantes à direita. Não se pode dizer com certeza, portanto, se há ou
não alguma correspondência entre o local da operação do senhor Diego Rissoli com a marca de nascença da
criança.

Análise dos Sonhos

Interessante observar que na época de ambos os sonhos Lílian já se encontrava grávida e,


conscientemente, não o sabia. Seriam seus sonhos uma espécie de aviso dramatizado de seu organismo para
esta nova situação? O que a neurociência e a psicanálise dizem acerca da formação dos sonhos?

O sonho, durante muito tempo, foi interpretado de forma premonitória. Supunha-se que os mortos ou os
deuses enviassem sinais do exterior para alertar, durante o sonho, sobre algum perigo ou imprevisto. No
entanto, no campo da psicanálise, Freud propôs uma nova forma de pensar o sonho, recusando a função
premonitória até então atribuída ao fenômeno: o sonho deveria ser interpretado como a realização de um
desejo, um evento psíquico, próprio àquele que sonha. No caso em questão, tais sonhos representariam o
desejo de Lílian de ser mãe novamente. Freud, entretanto, nunca conseguiu explicar muito bem os pesadelos,
que seriam ‗desejos negativos‘. Isso o levou a revisar, em torno de 1920, sua primeira elaboração teórica e a
introduzir novos conceitos. Os pesadelos seriam originados nos traumas.

Para o neurocientista J. Allan Hobson, entretanto, em seu livro Dreaming: An Introduction to the Science
of Sleep, os sonhos premonitórios não passariam de coincidências.Segundo ele, indivíduos que estão
preocupados sobre um acontecimento traumático, tal como a ameaça da perda de um ente querido que está
doente, sonhará mais com este ente do que com qualquer outro. Quando o sonhador então descobre que o
indivíduo morreu, é compreensível para ele supor que o sonho era um aviso dessa morte, porém seria
simplesmente uma coincidência entre uma situação sobre qual se tem interesse legítimo e a ocorrência do
evento que se teme. Além disso, afirma que quem acredita nesse tipo de sonho costuma relatar fatos isolados
relativos à experiência premonitória mas quase nunca diz quantos sonhos não correspondem ao que realmente
aconteceu depois.

De fato, pouco antes do segundo sonho, Lílian mostrou-se preocupada com a saúde de sua sogra,
porém, ela fez muitas outras afirmações que tornam difícil explicar o caso apenas por essa hipótese.
Evidentemente, Lílian poderia ter feito afirmações equivocadas e não ter contado, e não se pode descartar
essa hipótese. Entretanto, a própria reação da família, que se mostrou cética no início, seria um indício de que
tal situação não ocorreu.

Outra hipótese é que os sonhos premonitórios corresponderiam a sensações adquiridas durante o


estado de vigília, nas semanas que precedem o sonho. Vários sinais ‗impalpáveis‘ seriam registrados
inconscientemente e ressurgiriam durante o sonho. Isso não se verificou no caso de Lilian, já que sua
menstruação estava em dia, dando um sinal fortemente contrário. Evidentemente, é possível que outros sinais
tenham se manifestado de forma não tão perceptível, como o crescimento dos seios, sugerindo a gravidez.
Entretanto, seria possível explicar como ela poderia conhecer, ainda que de forma não consciente, a época da
morte de sua sogra? Além disso, fica extremamente difícil explicar a descrição exata sobre a cor dos olhos e
dos cabelos de Guilherme somente por esta hipótese. No entanto, não há nada de extraordinário nisso. São
muito grandes as chances de nascer uma criança de olhos azuis ou verdes de pais com olhos castanhos tendo
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 13

eles vários parentes próximos com olhos claros. A cor dos olhos é determinada por vários genes. A cor dos
olhos dos irmãos não tem o menor valor para se predizer a do próximo filho.

Fica difícil explicar também a informação correta obtida sobre a gravidez de sua amiga que não via há
anos.

Deve-se perceber que após o nascimento de Guilherme, Lilian passou a sofrer de depressão, e seus
sonhos premonitórios e outros fenômenos pararam assim que ela começou a tomar remédios anti-depressivos.

Atrasos

No dia 29 de outubro de 2004, segundo uma amiga, Lilian submeteu-se a uma operação para a retirada
do útero, o que, evidentemente, atrasou as pesquisas. Buscou-se repetidas vezes entrar em comunicação
novamente, tendo apenas no dia 19 de janeiro de 2005 obtido a seguinte comunicação:

―Sinceramente, eu posso até ajudar você com sua pesquisa e tudo mas não gostaria que o caso do meu
filho fosse veiculado. Sério mesmo. De repente pode prejudicar, não sei qual seria a reação dele agora que já
entende as coisas.

Andei buscando sobre o pai da minha sogra entre familiares e só o que eu pude saber foi que ele foi
mesmo operado no hospital das clínicas de SP. Mas daí a conseguir algum laudo médico são outros
quinhentos. Eu teria que ir até lá especialmente e ainda contar com a boa vontade daquele povo pesquisar nos
arquivos de 1932/33.

Enfim, não quero desanimá-lo mas meu caso eu não gostaria de ver sendo veiculado mesmo que em
alguma revista séria. Andei pensando bem, conversei com meu marido. Talvez um dia mais tarde. Mas por
hora não.‖

Lamenta-se a decisão de Lilian de interromper as investigações. Por outro lado, isso mostra os motivos
pelos quais os pais decidem não colaborar com os estudos e a necessidade do pesquisador de ter tato para
lidar com a família e extrair as informações. Isso também demonstra que fraude, neste caso, não é razoável ser
cogitada, pois desde o início Lílian sabia que o caso era para publicação, dando seu consentimento na época.
Infelizmente, também não foi possível comparar o depoimento de Lilian com o de outras pessoas ligadas ao
caso.

Analisando a Hipótese de Sobrevivência

Antes de analisarmos a hipótese de sobrevivência, é importante fazer aqui uma distinção entre os
termos fecundação e concepção. Fecundação é o momento de união do espermatozóide com o ovócito,
dando origem a um objeto único, o zigoto, o que ocorre cerca de 22 horas após o encontro deles. Antes disso,
o espermatozóide e o ovócito ainda são duas coisas distintas, apesar do espermatozóide já estar dentro do
ovócito. Concepção é o desenvolvimento do embrião a partir de sua nidação (alojamento do ovo ou zigoto no
útero - endométrio), o que acontece normalmente do 5º até o 8º dia após a fecundação. Muitos livros tratam
como sinônimos fecundação e concepção, mas a tendência atual é que tais palavras tenham significados
distintos.

Lilian, à época dos acontecimentos, era crente em reencarnação, mas sua religião dizia que o ‗momento
da união da alma com o corpo‘ se dava no momento da concepção. Quando ela sonhou com o rapaz que lhe
pediu para ser seu filho, ela já estava grávida há quase dois meses. Isso nitidamente contraria sua crença
religiosa, independente de pensarmos fecundação e concepção como sinônimos ou não, o que afasta a
hipótese de tais sonhos serem totalmente fruto de sua fé no fenômeno da reencarnação como ela o entendia.

Pesquisando casos similares nos estudos de Ian Stevenson, nos deparamos com o caso Ravi Shankar,
descrito no seu livro Twenty Cases Suggestive of Reincarnation. Neste caso, Ravi Shankar afirmava ser
Munna, morto em 19 de janeiro de 1951. Ravi, entretanto, nasceu em julho de 1951. Isso quer dizer que a mãe
de Ravi já estava grávida há pelo menos 3 meses quando ocorreu o assassinato de Munna. Tais casos
mostrariam que, se algo relativo a nossas memórias sobrevive de alguma forma após a morte cerebral,
retornando por vezes em outros corpos, tal retorno não se daria necessariamente no momento da fecundação.

E o que seria uma evidência ou um fenômeno sugestivo de sobrevivência? Seriam fenômenos em que
indivíduos já falecidos se manifestariam em nosso mundo dando mostras de continuar existindo e mantendo
sua individualidade. Tais manifestações precisam apresentar conhecimentos e/ou características em
quantidades suficientes de modo que permitam diferenciar o agente manifestante de qualquer outro.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 14

O pesquisador Jim Tucker, em seu mais recente livro, Life Before Life, refere-se a 6 características das
quais pelo menos duas deveriam estar presentes em cada CORT para que o mesmo fosse registrado nos
arquivos da Universidade de Virgínia, onde trabalha. Estas são:

1. A predição de renascimento—não só "renascerei" mas com alguns detalhes específicos; por exemplo,
seleção de próximos pais.

2. Um sonho anunciador.

3. Marcas de nascimentos ou defeitos de nascimento relacionados à vida anterior— não só qualquer


nevo ou outra mancha; também o defeito/marca de nascimento deve ser notado imediatamente após o
nascimento ou dentro de algumas semanas.

4. Declarações pelo indivíduo, quando criança, sobre uma vida anterior—o registro destas não devem
depender apenas do indivíduo: ao menos uma outra pessoa mais velha (por exemplo, um pai ou irmão mais
velho) deve corroborar o que o indivíduo falou sobre uma vida anterior quando criança.

5. Reconhecimentos pelo indivíduo de pessoas ou objetos com que a personalidade prévia era familiar.

6. Comportamento incomum da parte do indivíduo—isso é, comportamento que é raro na família do


indivíduo e que aparentemente corresponde a comportamento semelhante mostrado pela presumida
personalidade prévia ou que possa ser conjeturado para ele/ela (por exemplo, uma fobia a armas de fogo se a
personalidade prévia tiver sofrido um tiro fatal).

Tucker salienta que podem haver exceções, mas que este critério tem servido bem. Baseado neste
critério, percebemos que o presente caso apresenta as características 2 e 3, sendo digno de análise por
possuir as duas características mínimas necessárias. Isso não necessariamente classifica o caso como sendo
sugestivo de sobrevivência, pelo contrário, o próprio critério mostra que uma grande variação na força dos
casos pode existir, alguns oferecendo ―constrangedora evidência de que algo incomum aconteceu, enquanto
que a evidência é bem menos convincente em outros‖.

Além das 6 características mencionadas, poderiam ser feitos exames das digitais, da fisionomia e da
letra da criança comparando-os com o da personalidade prévia, caso existam registros que o permitam. Uma
vez que marcas ou defeitos de nascença seriam transferidos de uma vida a outra, outras características físicas
como as digitais e o formato do rosto também o seriam? E no caso de habilidades, a caligrafia seria
equivalente? Os exames das digitais e da caligrafia são bastante utilizados em especial pela ciência forense na
identificação do indivíduo, com alto grau de precisão. De fato, existe pelo menos um caso de um alegado
médium que em uma psicografia teria conseguido reproduzir a letra de um morto, passando pelo exame de um
perito em grafoscopia [9], o que constituiria uma evidência de sobrevivência. Portanto, tais testes poderiam
ajudar a responder às seguintes questões:

a) se existe a reencarnação, e
b) existindo, o que de fato reencarna?

Nesse intuito, buscou-se aplicar tais testes ao presente caso.

Análise das Impressões Digitais

Não foi possível comparar as impressões digitais de Guilherme com as de Diego Rissoli.

Análise da Fisinomia

Não foi possível comparar a fisionomia de Guilherme com a de Diego Rissoli.

Análise da Escrita

Não foi possível realizar um exame grafoscópico comparando a escrita de Guilherme com a de Diego
Rissoli.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 15

Fotos

Foto 01- Marca de nascença de Guilherme, com quase dois anos na época

Foto 02 – Ampliação de parte do Foto 03 – Ampliação dos olhos de Lilian,


rosto de Guilherme, mostrando o mostrando que são de fato castanhos, e seus
azul de seus olhos e o dourado de cabelos negros.
seus cabelos, já em idade mais
avançada.

CONCLUSÃO

O caso apresenta indícios de sobrevivência, mas falha em apresentar evidências fortes para quaisquer
dos fenômenos discutidos, com uma ausência total de documentação oficial. A evidência de sobrevivência,
neste caso, até o momento, é fraquíssima, baseada apenas no depoimento de uma pessoa e em um registro
fotográfico. No entanto, o autor deste artigo acredita que apresenta algumas contribuições a este campo de
pesquisa, como:

- confirmação independente de CORTs, e que diferem ligeiramente da cultura religiosa das pessoas
envolvidas.

- revela motivos pelos quais a família não gostaria de ver seus casos publicados, ressaltando a
necessidade de tato e cautela por parte do investigador.

- revela que muito provavelmente a ocorrência desses casos é maior do que se imagina. Tucker
menciona em seu livro Life Before Life que desde que montou seu website recebeu ―dúzias de emails de
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 16

famílias americanas descrevendo uma criança que informou memórias de vidas passadas‖. Novos casos
poderiam ser encontrados através de uma abordagem mais direta, em que o próprio pesquisador acessaria
listas de discussão ou comunidades virtuais sobre o tema, pedindo relatos sobre tais casos.

- ressalta a importância do uso de metodologias extraídas da ciência forense ainda pouco exploradas no
estudo de CORTs

- revela diferenças drásticas no suposto tempo de reencarnação. O senhor Diego Rissoli teria morrido,
segundo depoimento de Lilian, entre 1932 e 1933, e seu filho Guilherme nasceu em 1997. Temos um espaço
de tempo de mais de 65 anos pelo menos, sendo o tempo médio de apenas 16 meses [10].

Agradecimentos

O autor deste artigo agradece sinceramente ao biológo Julio Siqueira pelos cálculos efetuados e ao
coordenador do curso de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais Jáder Sampaio, por sua
contribuição metodológica. Também agradece ao biólogo Marcos Borges, ao cético brasileiro Kentaro Mori, ao
pesquisador psi Leonardo Stern, ao parapsicólogo Titus Rivas e ao médico Hugo Boechat, pela revisão do
artigo e finalmente a Lilian Sarago, esperando que algum dia ela reveja sua posição e permita investigações
mais profundas.

Bibliografia

1. J Nerv Ment Dis 1977 May;164(5):305-26. The explanatory value of the idea of reincarnation. Stevenson I.
2. Am J Psychiatry 1979 Dec;136(12):1591-2. A case of secondary personality with xenoglossy. Stevenson I,
Pasricha S.
3. Med Hypotheses 2000 Apr;54(4):652-9. The phenomenon of claimed memories of previous lives: possible
interpretations and importance. Stevenson I.
4. Skeptical Inquirer, Fall 1994, 481-487. Empirical evidence for reincarnation? Examining Stevenson's "most
important" case. Leonard A.
5. Skeptic Magazine. vol. 9, Nº.3, 2002 Reincarnation All Over Again: Evidence for Reincarnation Rests on
Backward Reasoning. Leonard A.
6. J Nerv Ment Dis 1988 Dec;176(12):741 Three new cases of the reincarnation type in Sri Lanka with written
records made before verification. Stevenson I, Samararatne G.
7. Medical Hypotheses (2003) 60(6), 864–868 Paranormal phenomena in the medical literature sufficient smoke
to warrant a search for fire. Bobrow RS.
8. Journal of Scientific Exploration, 1996, Nº 10, 467-485. Cases of the reincarnation type: An evaluation of
some indirect evidence with examples of "silent" cases. Keil, J.
9. Revista Semina 1990, Vol. 11: 59-71. A Psicografia à Luz da Grafoscopia. Perandréa, C.A.
10. Journal of Scientific Exploration, 2005, Vol.19, Nº 4. Children Who Claim to Remember Previous Lives:
Cases with Written Records Made before the Previous Personality Was Identified. Keil J, Tucker J.
11. O Mundo Assombrado pelos Demônios. Editora Companhia das Letras. Sagan C.
12. Reencarnação no Brasil. Editora O Clarim. Andrade, H. G.
13. Investigação Científica da Reencarnação e Outros Fenômenos. Fiorini. J.A. Disponível em
http://www.espiritnet.com.br/Colunistas/livro.htm (acessado em 19/12/2005).
14. Dreaming: An Introduction to the Science of Sleep . Oxford University Press. Hobson, J. A.
15. Life Before Life: A Scientific Investigation of Children's Memories of Previous Lives. St. Martin's Press.
Tucker, J.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 17

FIELD REG EXPERIMENTS OF RELIGIOUS RITUALS AND OTHER


GROUP EVENTS IN PARANÁ, BRAZIL

Experiências REG de campo de rituais religiosos e outros eventos grupais


no Paraná, Brasil

Tatsu Hirukawa(Picture)1, Reginaldo Hiraoka2,3, Fábio Eduardo da Silva3, Sibele


Pilato3, and Hideyuki Kokubo4,1

(1) School of Information and Communication, Meiji University, Tokyo, Japan.


(2) Instituto Nacional de Pesquisas Psicobiofísicas, Faculdades Integradas ―Espírita‖, Curitiba, Brazil.
(3) Centro Integrado de Parapsicologia Experimental, Faculdades Integradas ―Espírita‖, Curitiba, Brazil.
(4) International Research Institute, Chiba, Japan.

Abstract
We measured the fluctuations of data from REGs, or ―field consciousness‖ in the religious rituals and other
events in Paraná, Brazil. The rituals and events we investigated are the ceremonies of Guarani people,
Umbanda, Santo Daime, table turning, samaritano and other group healing, Candomblé, yoga class, and a
2
concert of Djavan. To using the method of accumulation of (Z -1), we found 4 significant deviations (in 5%
level) in 18 experiments and 2 significant deviations in 8 controls for distance. To using simple Z score, we
found 1 significant deviation in 18 experiments and 1 significant deviation in 8 controls. The average of
2
normalized accumulations of (Z -1) from experimental data was larger than the average of controls for
2
distance, although it was not significant. The normalized accumulations of (Z -1) of experimental data were
not correlated with the numbers of participants of the events. Whether the total deviations were significant or
not, mountain shaped graph (―up, up, and down‖ pattern) like ―decline effect‖ in PK experiments were
commonly observed in the analyses of accumulation of (Z2-1).

Keywords: Field Consciousness, Religious Rituals, PK - Psychokinesis

Resumo
Medimos as flutuações de dados de REGs, ou ―consciência da campo‖ nos rituais religiosos e outros eventos
no Paraná, Brasil. Os rituais e acontecimentos que nós investigamos são as cerimônias de Guarani,
Umbanda, de Santo Daime, mesas girantes, Bom Samaritano e outros grupos de cura, Candomblé, classes
de iogas e um concerto de Djavan. Ao usar o método de acumulação de (Z2-1), achamos 4 divagações
significativas (ao nível 5%) em 18 experiências e 2 divagações significativas em 8 controles a distância. A
usar uma contagem simples de Z, nós achamos 1 divagação significativa em 18 experiências e 1 divagação
significativa em 8 controles. A média de acumulações normalizadas de (Z2-1) de dados experimentais foi
maior que a média de controles a distância, embora não fosse significativa. As acumulações normalizadas de
(Z2-1) de dados experimentais não foram correlacionadas aos números de participantes dos eventos. Se as
divagações totais foram significativas ou não, o gráfico formato montanha (padrão ―para cima e para baixo‖)
como ―efeito de declínio‖ nas experiências de PK comumente foi observado na análise da acumulação de
(Z2-1).

Palavras Chave: Consciência da campo, Rituais religiosos, PK - Psicocinesia

INTRODUCTION

This paper describes a pilot study investigating the fluctuation of ―field consciousness‖ mainly during the
religious rituals.

REG Research
The REG (Random Event Generator) or RNG (Random Number Generator) which makes random number
based on quantum mechanics have been used for the experiments to detect ―micro-PK‖ for a half century. Meta-
analyses of many experiments show weak but significant results (Radin, 1997: 138-144; Blackmore, 2003: 298-
301). The results may have essential importance to solve the theory of measurement in quantum mechanics, to
understand the nature of mind-matter relationship.

Field REG
Recently some researchers start to investigate the fluctuation of "field consciousness" (Radin, 1997: 157-
174) or ―physical entropy‖. The previous researches suggest that the mind-matter interaction may occur, when a
large number of people form a shared emotion, a shared attention, or a specific state of consciousness. The
researches are referred to as FieldREG (Nelson et al., 1996; Nelson et al., 1998) or ―field consciousness‖
(Radin, 1997; Radin, 2002). Significant REG deviation was often reported during some meetings (Nelson et al.,
1996), broadcasting events (Radin et al., 1996), and sport events (Bierman, 1996). Particularly, religious rituals
and ceremonies are important topics, because participants of such ceremonies usually share altered states of
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 18

consciousness and may experience PK-related phenomena like anomalous healing. Nelson et al. (1998) review
some significant results measured in such situations as healing rituals of Native American and "paganist"
ceremonies. Hirukawa and Ishikawa (2004) found significant fluctuation of REG data during Nebuta-matsuri,
summer festival in northeast Japan. Yoichi et al. (2002; 2004) gathered REG data focusing on Japanese New
Year festivals. They reported some significant results.
In this study, we focus on the religious rituals in Brazil because Brazil is one of the richest places of various
religious movement and musical tradition from the indigenous culture to complex syncretism of the immigrant
culture from Europe, Africa, and Asia.

Hypotheses
The hypotheses of this study are as follows:
(1) Anomalous deviations of REG are observed during group events, especially religious rituals.
(2) The effect sizes of the deviations decline along the distance from the point of the events.
(3) The effect sizes of the deviations depend on the number of participants of the events.

METHOD

Measurement
We especially focused on the mass events which the participants share some special states of
consciousness with music, dance, and the tea of psychoactive plants. At least one of the authors visited various
religious rituals and other group events around Curitiba, Paraná state, Brazil, from August to September, 2004,
to measure fluctuation of data from REG devices during the rituals and events. The rituals and events we
investigated were a welcome ceremony of a group of indigenous Guarani people with mate tea and tobacco (in
April), a healing ritual of another group of Guarani people (in September), healing rituals of Umbanda, an Afro-
Brazilian spiritual movement, services of Santo Daime, another Afro-Brazilian religious group using ayahuasca
tea, a session of table turning in FIES (Faculdades Integradas ―Espírita‖), samaritano and other group healings
by mediums also in FIES, Candomblé ritual originally from Yorba tradition of west Africa, a class of group yoga
in FIES, and a live concert of Djavan, one of the most popular singer song writer in MPB (Popular Music in
Brazil). Some of them were a part of optional tour of 2nd psi meeting in April, 2004. Most events were religious or
spiritual activities. Only one exception was Djavan‘s live.
We used more than two REGs for one event to check consistency of devices, the ―experimenter effect‖
and the effect of distance (in not all experiments). In the latter case, for example, one REG was set in the place
of an event, the other was set in distant place such as Ouro Verde Hotel, where authors from Japan stayed, in
the center of Curitiba city and the laboratory of experimental parapsychology in the Faculdades Integradas
―Espírita‖ (FIES) as controls for distance. If the fluctuation of ―field consciousness‖ is local (i.e. not nonlocal)
phenomenon in the physical space, less deviation is observed in distant place. Sometimes we connected two
REGs to one computer to check consistency of the outputs from the REGs.
To cancel ―warming-up effect‖ of the REG devices, we started measuring at least half an hour before the
event, although the ―warming-up‖ effect may be very short, within one second (Nelson, pers. comm..).

Equipment and Analysis


The REG device we use was ―Orion RNG‖ (http://www.randomnumbergenerator.nl/) which creates "true"
physical binary random number (0 or 1) based on the thermal noise from quantum tunnel effects of electrons
inside a diode. The fluctuation of the electric current itself is cancelled by a XOR circuit inside the device.
Sampling software FRED (with permission of Dr. Dean Radin) records 2000-bit random numbers per second
(except some experiments in this series (see table 1)); every bit (0 or 1) is summed up for a second to make a
value n whose mean is 1000 and variance is 500. Each number n is normalized to Z score: Z = (n-1000) /
sqrt(500). The Z scores were analyzed using MS-Excel. We employed two types of analyses: mainly sum of (Z2-
1) (mean=0; variance=2n) and simple Z score as a supplementary method.

RESULTS AND DISCUSSION

Overall Results
The results of the experiments are summarized in table 1. We found 4 significant deviations (in 5% level) in
2
18 experiments to use accumulation of (Z -1). The probability that events which probability are 0.05 occur 4
times in 18 trials is 0.011, although we found 2 significant deviations in 8 control data for distance (p=0.057). On
the other hand, using supplementary method, the accumulation of Z score, we found only 1 significant deviation
in 18 experiments (p=0.603) and also only 1 significant result in 8 control conditions (p=0.337).
Of course, this result doesn‘t justify or deny the efficiency itself of each ritual and ceremony (for example,
spirituality, healing effect etc.).
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 19

Table 1. The summery of results of the 26 field REG experiments.

Experiment /
Event Date Time Place Experimenter N log N D
Control

Guarani Ritual (1) Experiment 23/04/04 20:50 - 24:10 Quatro Barras Hirukawa 25 1.40 25
Guarani Ritual (2) Experiment 02/09/04 19:25 - 20:45 Piraquala Hirukawa 20 1.30 20
Guarani Ritual (2) Control 02/09/04 19:25 - 20:45 FIES Hiraoka 20 1.30 0
Umbanda (1) Experiment 24/04/04 20:40 - 23:55 Pai Maneco Hirukawa 100 2.00 15
Umbanda (1) Control 24/04/04 20:40 - 23:55 Ouro Verde Kokubo 100 2.00 0
Umbanda (1) Control 24/04/04 20:40 - 23:55 Ouro Verde Kokubo 100 2.00 0
Umbanda (2) Experiment 26/08/04 20:15 - 24:25 Pai Maneco Hirukawa 70 1.85 15
Umbanda (2) Experiment 26/08/04 20:15 - 24:25 Pai Maneco Hiraoka 70 1.85 15
Umbanda (2)* Control 26/08/04 20:15 - 24:25 FIES Hiraoka 70 1.85 0
Umbanda (3) Experiment 23/09/04 20:25 - 24:53 Pai Maneco Kokubo 80 1.90 15
Umbanda (3) Experiment 23/09/04 20:25 - 24:53 Pai Maneco Kokubo 80 1.90 15
Santo Daime (1) Experiment 25/04/04 22:00 - 25:30 Batéias Hirukawa 80 1.90 25
Santo Daime (1) Control 25/04/04 22:00 - 25:30 Ouro Verde Kokubo 80 1.90 0
Santo Daime (1) Control 25/04/04 22:00 - 25:30 Ouro Verde Kokubo 50 1.70 0
Santo Daime (2) Experiment 15/08/04 20:00 - 24:30 Batéias Hirukawa 50 1.70 25
Table Turning Experiment 26/04/04 15:05 - 15:45 FIES Hirukawa 20 1.30 0
Medium Healing Experiment 17/08/04 20:05 - 21:45 FIES Hirukawa 30 1.48 0
Candomblé Experiment 29/08/04 18:05 - 21:35 Curitiba Hirukawa 20 1.30 15
Candomblé Experiment 29/08/04 18:05 - 21:35 Curitiba Hiraoka 20 1.30 15
Yoga Class Experiment 01/09/04 19:17 - 20:13 FIES Hirukawa 40 1.60 0
Yoga Class Experiment 01/09/04 19:17 - 20:13 FIES Silva 40 1.60 0
Yoga Class* Control 01/09/04 19:17 - 20:13 FIES Silva 40 1.60 0
Samaritano Experiment 22/09/04 20:00 - 22:00 FIES Kokubo 100 2.00 0
Samaritano Experiment 22/09/04 20:00 - 22:00 FIES Kokubo 100 2.00 0
Djavan Concert Experiment 03/09/04 21:10 - 23:00 Curitiba Hirukawa 3000 3.48 2
Djavan Concert* Control 03/09/04 21:10 - 23:00 FIES Pilato 3000 3.48 0

2
Experiment / Accumulation Accumulation (Z -1)/ sqrt
Event p 2 p d.f.
Control of Z of (Z -1) (d.f.)

Guarani Ritual (1) Experiment -2.98 0.003 286.0 0.032 12000 2.61
Guarani Ritual (2) Experiment -0.19 0.842 28.3 0.386 4800 0.41
Guarani Ritual (2) Control 0.46 0.643 -32.5 0.630 4800 -0.47
Umbanda (1) Experiment 0.03 0.971 115.3 0.226 11700 1.07
Umbanda (1) Control 0.28 0.778 289.6 0.029 11700 2.68
Umbanda (1) Control -1.35 0.176 118.5 0.219 11700 1.10
Umbanda (2) Experiment -0.56 0.573 -4.7 0.511 15000 -0.04
Umbanda (2) Experiment -0.42 0.671 318.0 0.033 15000 2.60
Umbanda (2)* Control 0.33 0.739 0.2 0.499 15000 0.00
Umbanda (3) Experiment -1.23 0.219 88.2 0.311 16080 0.70
Umbanda (3) Experiment 0.37 0.708 -209.2 0.878 16080 -1.65
Santo Daime (1) Experiment -1.60 0.111 189.9 0.116 12600 1.69
Santo Daime (1) Control -2.68 0.007 341.7 0.016 12600 3.04
Santo Daime (1) Control -1.58 0.114 -114.4 0.764 12600 -1.02
Santo Daime (2) Experiment -1.49 0.136 -107.7 0.725 16200 -0.85
Table Turning Experiment 0.21 0.830 68.9 0.160 2400 1.41
Medium Healing Experiment -0.54 0.587 -89.3 0.792 6000 -1.15
Candomblé Experiment -1.37 0.172 -155.8 0.837 12600 -1.39
Candomblé Experiment -1.10 0.271 -153.2 0.833 12600 -1.36
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 20

Yoga Class Experiment -0.50 0.615 -42.9 0.699 3360 -0.74


Yoga Class Experiment 1.92 0.055 168.0 0.021 3360 2.90
Yoga Class* Control 0.14 0.886 -62.1 0.774 3360 -1.07
Samaritano Experiment 0.03 0.976 -80.2 0.748 7200 -0.95
Samaritano Experiment -0.42 0.676 3.9 0.487 7200 0.05
Djavan Concert Experiment 1.11 0.265 215.1 0.031 6600 2.65
Djavan Concert* Control -1.87 0.061 -291.5 0.994 6600 -3.59

Time zone in Paraná is BRA/BST (Brazil Standard Time: UTC/GMT-3)


N: Approximate number of all participants including mediums, teachers, performers, clients and
audiences.
D: Distance (km) from the center of Curitiba city.
*: Sampling rates were 200 bit/s in these experiments
Underlines mean statistically significant deviation in 5% level.

Effect of Distance
To compare the effect size of the experimental data to the control data, the normalized accumulation of
2
(Z -1) is defined as following equation;

Normalized accumulation of (Z2-1) = accumulation of (Z2-1) / sqrt (d.f. of accumulation of [Z2-1])

We can compare them in 6 events: Guarani ritual (2), Umbanda (1), (2), Santo Daime (1), yoga class,
and Djavan‘s concert. The normalized accumulations of these events are summarized in table 2.

Table 2. Normalized accumulations of (Z2-1) of experimental data and control data for distance.

Event Experiment Control


Guarani Ritual (2) 0.41 -0.47
2.68
Umbanda (1) 1.07
1.10
-0.04
Umbanda (2) 0.00
2.60
3.04
Santo Daime (1) 1.69
-1.02
-0.74
Yoga Class -1.07
2.90
Djavan Concert 2.65 -3.59
Average 1.32 0.08

The average accumulations of experimental data was larger than that of control. However, this difference
was not significant (t=1.36, d.f.=12, p=0.099(one-tailed)). We have to consider the factor from many other
events because the control points are the center of the city. More data are needed to conclude whether the
fluctuation of ―field consciousness‖ is local or nonlocal phenomenon in physical space.

Effect of Number of Participants

The correlation between logarithms of the number of participants and the normalized accumulation of 18
experimental data was not significant (r=0.323, p=0.095 (one tailed)) (fig. 1). This weak correlation may be
caused mainly by one exceptional data, Djavan‘s concert (N=3000). It is not easy to evaluate the effect of the
number of participants independently among many events of various natures, religious or secular, exciting or
quiet.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 21

Fig. 1 Correlation between common logarithms of the number of participants and the normalized
accumulation of (Z2-1) of 18 experimental data

Experimenter Effect
The ―experimenter effects‖ among four experimenters were not clear. The numbers of significant results
(accumulation of Z2-1, 5% level) of every experimenter were as follows: Hirukawa 2/10 (20%), Kokubo 2/7
(29%), Hiraoka 2/6 (33%), Silva 1/2 (50%), Pilato 0/1 (0%), and Total 6/26 (23%).

Patterns of the Deviation Graph


The ―decline effects‖ have been reported in the experiments to detect PK. These may be reflection of the
motivation of the subjects. In the field research of rituals and festivals, mountain shaped graphs (―up, up, and
down‖ patterns) are commonly observed in the analyses of accumulation of (Z 2-1). We also commonly find the
peak of deviation in the latter half or even after the end of event although it is difficult to determine the exact time
of the beginning and ending. Fig. 2 and 3 are typical (but arbitrarily selected) examples. These are the welcome
ceremony of Guarani and the concert of Djavan.

Fig. 2. Cumulative deviation of (Z2-1) of the welcome ceremony of Guarani people in Quatro Barras, 23-24/
April/ 2004.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 22

2
Fig. 3. Cumulative deviation of (Z -1) of the live concert of Djavan in Curitiba, 3-4/ September/ 2004.

In fig. 3, the peak was observed 20 minutes after the end of concert.
Fig. 4 is another example from another series of experiments of the Nebuta-matsuri: summer festival in
Japan (Hirukawa & Ishikawa, 2004). The shapes of graphs are similar to those of this study. The shape of graph
is like a mountain and the peak is observed in the latter half of the event.

2
Fig. 4. Cumulative deviation of (Z -1) of the Nebuta-matsuri: summer festival in Aomori, Japan, 2-3/ August/
2003 (Hirukawa & Ishikawa, 2004)

Even if the total result from start to end of the event was not significant, the same patterns of deviations were
often observed. Fig. 5 shows the most impressive example, the deviation of REG output in the tea ceremony of
Santo Daime at Ceu do Paraná in April, 2004.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 23

Fig.5. Cumulative deviation of (Z2-1) in the service at Ceu do Paraná, church of Santo Daime, at Batéias, 25-26/
April/ 2004

In this case, Hirukawa, the first author started to record of REG output at Ouro Verde Hotel in the center
of Curitiba city, and arrived at Ceu do Parana about one hour before the ceremony. The deviation was
fluctuating around zero before the beginning the service, and after that the participants took ayahuasca tea, the
value of cumlative deviation of (Z2-1) started to increase and up to the peak the latter half of the ceremony when
the participants were standing and singing hymns like ―subi, subi, subi…(up, up, up…)‖. And then the deviation
changed to decrease and the total result at the time of ending of service was not significant in 5% level.
However, Fig. 5 shows rather typical pattern of the deviation of the field REG experiments than the experiment
with significant results.
We need new method to evaluate this pattern of data. One simple idea is evaluating the cumulative
deviation to just the middle time of the total event. For instance, in the case of Fig. 5, the service began at 22:00
and ended at 25:30. The length was 210 minutes, so, the middle time is 105 minutes after 22:00, i.e. 23:45. At
this time, Z=-1.33 (p=0.183), accumulation of (Z2-1)=293.0 (p=0.0045). We can recalculate other data, but we
never do it more in this paper, because this is a kind of post hoc analysis.

Field REG and Global Consciousness Project


To check the fluctuations of ―field consciousness‖ decline depend on the distance more globally, we can
utilize the global network of REGs: the Global Consciousness Project (Nelson, 2001). The GCP built a
worldwide network of REGs connected by Internet. (Hirukawa, the first author keep a REG site running at Meiji
University in Tokyo, which is the only site of GCP in Japan as of today.) The GCP data showed significant
deviation during some global events such as earthquakes, sports events, wars etc. (Radin, 2002; Nelson, 2002;
see also website of GCP: http://noosphere.princeton.edu/results.html about current results). In addition, Radin
et. al. (2004) suggest that a local healing session had effects on remote REGs of GCP and the effects declined
along the distance. Further researches combining local Field REG experiments and the data of GCP are
required to know more about the nature of ―field consciousness‖.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 24

Additional Analyses 1 Multiple Analyses on Correlation with Raw Data

Table 1 shows a summary of results of multiple analyses on correlation with raw data. Table 2 shows
strong correlations more than r = 0.7.

Table 1 Multiple Analyses on Significant Correlation with Raw Data

Normalized df
Finish Z of cumulative Accumulation
N log N Distance accumulation (Measuring Z/df 2
time deviation 2 of (Z -1) / df
of (Z -1) time)

Negative for Positive for


Positive, Negative for
Start time n.s. n.s. n.s Control & 2-point Night Positive n.s
strong Control
Measurement experiments
Finish Positive,
n.s. n.s. Positive Negative n.s. Negative n.s
time strong
Positive,
Mean time n.s. n.s. n.s. Negative n.s. n.s. n.s
strong
N n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. n.s
log N n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. n.s
Positive, Negative for
Distance Negative n.s. n.s
strong Experiment
Positive,
Z n.s. Negative n.s
strong
Norm.
Positive,
Accum. of n.s. n.s.
2 strong
(Z -1)
df n.s. n.s
Z/df Positive

Table 2 Strong Correlations More Than r = 0.7

Population Positive / p value


Correlation Group r
of data Negative (two tails)
Starting time & Z Control 8 Negative -0.840 0.009
Start time & Z Control except Concert 7 Negative -0.842 0.018
Mean time & Z Control 8 Negative -0.707 0.050
Mean time & Z Control except Concert 7 Negative -0.766 0.045
Start time & Z/df Control 8 Negative -0.789 0.020
Start time & Z/df Control except Concert 7 Negative -0.884 0.008
Mean time & Z/df Control except Concert 7 Negative -0.854 0.014
Distance & Z 1-point measurement 10 Negative -0.735 0.015
Start time & Finish time all events 13 Positive 0.887 0.0001
df & Finish time all groups 26-7 Positive 0.05-0.01
df & Mean time almost all groups 26-7 Positive 0.05-0.01
df & Distance almost all groups 26-7 Positive 0.05-0.01
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 25

(1) There were significant positive correlations between Distance and Event time. That is, the events left
distantly from the city area were held at late time.
(2) There were significant positive correlations between Event time and df (measuring time). That is, the event
of late time had long measuring time.
(3) Distance, Event time and Measuring time had significant positive relationships with each other. It is difficult
to separate them in the present study.
(4) Distance, Event time and Measuring time had significant strong or medium negative correlations with Z.
(5) The event-time effect was large in the control data.

4.00 4.00 4.00


y = -0.2629x + 5.062 y = -0.0442x - 0.2335
3.00 3.00 3.00
y = -0.0001x + 0.4544
2.00 2.00 2.00

1.00 1.00 1.00

0.00 0.00 0.00

Z
Z

-1.00 -1.00 -1.00

-2.00 -2.00 -2.00

-3.00 -3.00 -3.00

-4.00 -4.00 -4.00


15 17 19 21 23 25 0 10 20 30 0 5000 10000 15000 20000
Mean of Event Time [h] Distance [km] Measuring Time [s]

Fig. Relationship between Z and Mean of Event-time, Distance & Measuring-time [all data]

Discussion 1: Z is considered to be more sensitive than the accumulation of (Z 2-1).


Discussion 2: Population of the participants of the concert was 3000, and it was much larger than populations
of the other events. Therefore, it is necessary to delete the data in evaluation of correlations.
There was no effect of population of the participants if we deleted data of the concert.
Discussion 3: There is a possibility to find effects of population if we cancel the effects of Distance, Event time
or Measuring time.

Additional Analyses 2 Analyses on Effects of Population with Corrected Z

Corrected Z for the distance effect can be calculated by the approximate expression of distribution of Z
and the distance. We can get corrected Z for other factors in the same way.
When we use corrected Z, there are the effects of population of the participants. Especially, when we use
corrected Z for the event-time, there is a significant positive correlation between log N and the corrected Z (r =
0.629, p = 0.005, two tails) in experimental data, not control data. There is also a significant correlation (r =
0.546, p = 0.023, two tails) even if we delete data of the concert.
Population effects in the present study were considered to be weaker than effects of the distance, event-
time and measuring-time.

Acknowledgements

Authors thank Dr. Dean Radin, Institute of Noetic Science for allowing us to use a beta version of Field
REG Device (FRED) code, and all the members of the group we investigated, Candomblé, Guarani people,
Santo Daime, Umbanda, Faculdades Integradas ―Espírita‖, and other people contributed for the 2nd psi meeting.
We wish also to acknowledge Masato Ishikawa, Meiji University for helpful discussion, and Toshimi Ueda, Kyoto
University of Foreign Studies for the translation between Portuguese and English.

References

Bierman, D. J. (1996). Exploring correlations between local emotional and global emotional events and the
behavior of a random number generator. Journal of Scientific Exploration, 10, 363-373.
Blackmore, S. (2003). Consciousness: An Introduction. London: Hodder & Stoughton.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 26

Hirukawa, T. & Ishikawa, M. (2004). Anomalous fluctuation of RNG data in Nebuta: Summer festival in northeast
Japan. Proceedings of Presented Papers, 47th Annual Convention of the Parapsychological Association, 389-
398.
Nelson, R. D. (2001). Correlation of global events with REG data: An Internet-based, nonlocal anomalies
experiment. Journal of Parapsychology, 65, 247-271.
Nelson, R. D., Bradish, G. J., Dobyns, Y. H., Dunne, B. J. & Jahn, R. G. (1996). FieldREG anomalies in group
situations. Journal of Scientific Exploration, 10, 111-141.
Nelson, R. D., Jahn, R, G., Dunne, B. J., Dobyns, Y. H. & Bradish, G. J. (1998). FieldREG II: Consciousness
field effects: Replications and explorations. Journal of Scientific Exploration, 12, 425-454.
Radin, D. I. (1997). The conscious universe. San Francisco: HarperEdge.
Radin, D. I. (2002). Exploring relationships between random physical events and mass human attention: Asking
for whom the bell tolls. Journal of Scientific Exploration, 16, 533-548.
Radin, D. I., Rebman, J. M. & Cross, M. P. (1996). Anomalous organization of random events by group
consciousness: Two exploratory experiments. Journal of Scientific Exploration, 10, 143-168.
Radin, D. I., Taft, R. & Yount, G. (2004). Possible effects of healing intention on cell cultures and truly random
events. Journal of Alternative and Complementary Medicine, 10, 103-112.
Yoichi, H., Kokubo, H. & Yamamoto, M. (2002). Anomaly of random number generator outputs: Cumulative
deviation at a meeting and New Year's holiday. Journal of International Society of Life Information Science,
20(1), 195-201.
Yoichi, H., Kokubo, H. & Yamamoto, M. (2004). Anomaly of random number generator outputs (II): Cumulative
deviation at New Year's holiday. Journal of International Society of Life Information Science, 22(1), 142-146.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 27

POSESIÓN EN UNA TRIBU EMBERA: INFORME DE CASOS Y REVISIÓN DE


POSIBLES DIAGNÓSTICOS

Possession in the Embera tribe: informing the case and revising the possible
diagnostics

Sergio Schilling
Unidad de Investigación Psi, Chile - Universidad Internacional SEK, Chile
contacto@parapsicologia.cl

Resumen
El siguiente informe describe una visita realizada entre el 12 y 19 de Junio del año 2005, a los habitantes de
Unión Embera Katio, localizada en el Noreste de Colombia, cercano a la frontera con Panamá, con motivo de
recopilar antecedentes respecto a una serie de episodios psicoticos, intentos de suicidio y suicidios, que han
tenido como foco principal un grupo etario especifico (mujeres entre los 9 a 20 años, mayoritariamente). El
origen de estos suicidios permanece aun sin respuesta (los miembros de la comunidad relacionan estos
casos con posesiones de espíritus, contabilizando mas de 30 casos de este tipo). Gran parte de las muertes
son por estrangulación (ahorcamiento). Existe una tendencia cinco veces mayor de suicidios en mujeres. El
analisis genético, da resultados que se ajustan a una anomalía con base genética autosómica recesiva. Por
otro lado, se registran múltiples uniones endogamicas, entre los miembros de la comunidad. La ―posesión‖
descrita por la comunidad Embera podría indicar la existencia subyacente de trastornos de tipo orgánico,
tales como epilepsia (de diverso tipo), Gilles de la Tourette, Corea de Synderham o Neurocisticercosis (Los
análisis de laboratorio arrojan resultados negativos a presencia de proglotides de tenia o larvas de
strongilinoides). Dentro de los trastornos de origen psicógeno, los síntomas podrían dar cuenta de al menos 3
tipos de diagnostico (basado en la tipologia DSM-IV), estos son: D) Trastorno de tipo disociativo, en
particular, F44.9 (Trastorno disociativo de posesion, o sindrome de posesión). Trastorno psicotico breve
F23.81 (psicosis reactiva breve) o F24 [297.3] Trastorno psicotico compartido (folie á deux). Los problemas
registrados en el Eje IV (efectos psicosociales adversos), producto de la ocupación de territorios que los
chamanes (Jaibanas) y por el resto de la comunidad describen como ―sagrados‖, por la FARC, grupos
paramilitares y ejercito regular, desde el año 1996, apoyan cualquier hipótesis diagnostica de origen
psicógeno., además, los síntomas de las jóvenes, favorecen la hipótesis de una crisis espasmofilia, con
respecto a una crisis epiléptica. Se entregan los elementos a favor y en contra de múltiples categorías
diagnosticas establecidas, sin dar una respuesta definitiva a la situación, que debería ser resuelta por futuras
investigaciones.

Palabras clave: Tribu Embera, posesion espiritual, suicidios, Jaibanas.

Abstract
The following report describes a visit carried out between the 12th and 19th of June of 2005, to the habitants of
Unión Embera Katio, located in the Northeast of Colombia, close to the border with Panama. The motive of
the visit was to gather proceedings concerning a series of psychotic episodes, suicide intents and suicides,
that have had as a prime focus a specific age group (women between the ages of 9 and 20). The origin of
these suicides remains without explanation. The members of the community relate these cases with spiritual
possessions, with a count of over 30 cases of this type. A large part of the deaths are caused by
strangulation. Five times more women than men commit suicide. The results of a genetic analysis, shows an
autosomic recessive pattern of the disorder. The possession described by the Embera community could
indicate the underlying existence of an organic type of disorder , such as epilepsy of diverse types, Gilles of
Tourette, Corea of Synderham or Neurocisticercosis. The laboratory analysis give negative results to the
presence of parasites. Within the disorders of psychogenic origin, the symptoms would be able to give
account of at least 3 types of diagnostic based on the typology DSM-IV; these are: D) disorder of a
dissociative type, in particular, F44.9 (dissociative disorder unspecified, ―possession syndrome‖), brief
psychotic disorder F23.81 (brief reactive psychosis) or F24 [297.3] shared psychotic disorder (folie á deux).
The registered problems in the IVth axis (adverse psycho-social effects), product of the occupation of territory
considered for the shamans (Jaibanas) and the community, like ―sacred‖ land, for the war of FARC,
paramilitary groups and regular army , since the year 1996. The later, support any diagnostic hypothesis of
psychogenic origin. The elements in favor and against are delivered of multiple categories of diagnosis
already established, without emitting a definitive answer to the situation, that should be resolved through
future research.

Key words: Embera tribe, possession, suicides, Jaibanas.

INTRODUCCIÓN

La investigación presente describe un estudio en terreno, de un caso de supuesta posesión, que sufren
muchas jóvenes de una comunidad indígena en el país de Colombia. Esta en un sector selvático y rural.
Existen muchos suicidios, que la comunidad, no puede entender, mientras al mismo tiempo, están sufriendo el
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 28

dolor de estar ubicados en un territorio, que actualmente esta en disputa entre la guerrilla y los grupos
paramilitares de ese país, con todas las muertes que acarrea para su comunidad, estar en una zona de guerra.

Los estudios realizados, intentan buscar una respuesta a las preguntas de la comunidad, de estos
extraños acontecimientos, y también sensibilizar a la opinión publica de la desmejorada situación que están
viviendo estas personas.

Hay muchas interrogantes, respecto a lo que se considera una posesión y como se manifiesta (Crabtree,
1993). Esta investigación, intenta ver, a la luz de la psicopatología, las posibles expresiones conductuales que
se podrían interpretar erróneamente (a partir de un marco de referencia cultural particular), como casos de
posesión de espíritus.

No se pretende dar una explicación univoca a lo que esta pasando a esta colectividad. El presente
informe busca mostrar al clínico, cuales podrían ser algunos de los diagnósticos que encajan con los
elementos diagnósticos descritos por las jóvenes y la comunidad.

Descripción de la visita

Un equipo de 4 personas (Felipe Miranda, director en terreno; Eduardo Cruz-Coke, Camarógrafo;


Cristian Matus, sonidista y Sergio Schilling, psicólogo, asesor científico de la serie) funcionarios de la
productora Audivisual ―Nueva Imagen‖, realizaban la serie documental ―Factor desconocido‖, para la cadena
televisiva Discovery Channel. Viajaron a la zona, gracias a un convenio que se logro establecer con la
comunidad indígena, por medio de su representante político, Luis Evelis, para registrar los acontecimientos e
intentar dar respuesta a ellos.

Durante los días comprendidos desde el 12, hasta el 19 de Junio, el equipo se interno en la localidad y
visito las comunidades de Unión Embera y Barranco, en ambas se registran suicidios de jóvenes, causados,
supuestamente, por posesión espiritual. Las técnicas utilizadas, fueron de tipo cualitativo y cuantitativo.

Los datos obtenidos de la visita, se obtuvieron a través de observación participante y entrevista clínica
Semi-estructurada (principalmente, las preguntas fueron dirigidas a poder discernir entre un posible cuadro de
origen orgánico, o uno de origen psicogeno) respecto a las sobrevivientes, sus padres, padres de las fallecidas,
lideres religiosos y seculares, conyugues de las afectadas, ancianos, jóvenes y diversos participantes de la
comunidad. También se realizo un registro o empadronamiento a todas la familias de la comunidad, en busca
de antecedentes psicológicos, sociales, genéticos y alimentarios, que explicaran los trastornos. Es importante
consignar que la mayoría de las jóvenes entrevistadas, no tienen conocimiento del idioma Español y solo
hablan el dialecto propio de los Embera.

Además, se realizo un examen coproparasitologico a una muestra de 7 cerdos (4 adultos y 3 en


proceso de desarrollo), correspondientes, respectivamente, a la localidad de Unión Embera y Barranco, los
cuales son criados y alimentados por los miembros de la comunidad, para su posterior consumo

Historia y características de la comunidad

Unión Embera es una localidad rural, ubicada en la provincia del Chocó, en la frontera Noreste de
Colombia, en el límite con Panamá. Es un lugar de nutrida vegetación, con clima propio de la selva tropical,
húmeda y con temperaturas que fluctúan entre los 20 y 35 C°. El asentamiento humano mas cercano a la
comunidad es Río Sucio, un municipio, dominado por el los grupos paramilitares, a tres horas de viaje en
lancha por el rio Salaqui. Este ultimo no cuenta con los recursos típicos de una ciudad, tales como sistema de
alcantarillado, agua potable y fuentes de electricidad, dando el aspecto de un gran campamento, en
condiciones de extrema pobreza.

Los integrantes de la comunidad, habitan en viviendas de madera de dos pisos, las cuales muchas
veces deben desocupar, por la subida del cauce del rio. No tienen luz eléctrica, sistemas sanitarios, ni servicio
de asistencia medica regular, desde el 1996. Las enfermedades más comunes son el paludismo, fiebre
amarilla, tifus, hepatitis A y Cólera

Union Embera es una comunidad indígena que está rodeada por paramilitares y ha vivido mucho
sufrimiento y matanza a manos de la guerrilla colombiana. Es una comunidad de 350 personas
aproximadamente, originarios de la zona del Bajo Atrato - Camizba, limitando al norte con Panamá.

En el año 1996, la guerrilla convirtió en un infierno dos campamentos paramilitares y dejó más de cien
muertos sobre los cultivos de plátano, La batalla espantó a los 3.000 Afro colombianos que vivían a orillas del
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 29

Salaquí y solo quedaron los indígenas habitando la zona. Junto con el bombardeo de las zonas contiguas a la
comunidad, los indígenas destacan la pérdida del intercambio comercial en el sector, por razones políticas
(ninguno de los grupos militarizados, desea que esta comunidad sea un lugar de abastecimiento de insumos,
que favorezca a algunos de los otros grupos) el centro de asistencia medica esta clausurado. Todo lo anterior,
ha producido una profunda conflictiva en la comunidad, poniendo en riesgo su subsistencia, la mantencion de
su cultura y conductas tradicionales.

A mediados del año 1996, el gobernador del Cabildo de la comunidad indígena Embera-Chamí llamó al
psiquiatra Uriel Escobar para informarle que un grupo de niños de la comunidad había enloquecido
repentinamente. Cuando llegó Escobar, encontró a una veintena de niños, de entre 10 y 18 años, que decían
que sus miembros se les adormecían, se ponían agresivos y sufrían una serie de alucinaciones auditivas y
visuales que los obligaban a internarse en las selvas vecinas.

Previo a esto, en el año 1992, un grupo de niños había pasado por un problema similar. Los psiquiatras
que los atendieron consideraron el caso como una psicosis colectiva y notaron que cuando a los niños se les
daba medicamentos, se excitaban mucho más. Los indígenas consideraron como origen de sus problemas a
un Jaibaná (ver definición mas adelante) que ejercía una influencia maligna sobre ellos.

Nelson Salazar, que había perdido un mes atrás a su esposa, se despidió en la tarde de sus vecinos,
para ir de caza. En la noche lo encontraron sentado en una hamaca, con un disparo de bala en la sien, y un
rifle entre sus piernas. Luis Bailarín (43 años, miembro de la comunidad de Unión Emebera), dice que esto se
debería a la desesperanza que atormentaba a este joven, dada la falta de oportunidades y constante miedo de
los ataques de los grupos guerrilleros.

Esto fue algo doloroso e inquietante para toda la comunidad. Los Emberas no conocían la practica del
suicidio, de hecho, hasta ese momento no existía ni siquiera alguna palabra embera para describir este hecho
o referencia en las leyendas e historias tradicionales de la comunidad. Lamentablemente, esto seria el
comienzo de una larga lista de muertes.

Ola de suicidios

A partir del año 2001 han ocurrido un total de 28 suicidios, los que han tenido como principal grupo
etario a jóvenes, especialmente mujeres, entre los 11 y 23 años. En palabras de German Casama, uno de los
dirigentes de la organización regional indígena CAMIZBA y nuestro traductor en la comunidad ―nunca habían
ocurrido suicidios en esta región, hay intranquilidad en la naturaleza entonces lo que dicen es que, los sabio
dicen que han alborotado el espíritu malo entonces el espíritu ha venido... contra la humanidad‖

Una ola de suicidios comenzó en Septiembre, en Rió sucio, Ricaurte Puchicana, de 21 años, fue
encontrado muerto con una cuerda de tejer hamacas en el cuello, y cinco días después fue descubierta Leída
Salazar, de 15 años, colgada en su cuarto.

Marino Salazar, de 36 años, perdió a dos de sus hijas. Pimero su hija mayor de 14 años y luego a su
hija de 11 años, nietas del Jaibaná Atensio Salazar. Él dice: ―Cuando comenzó la cuestión de suicidio ya ahí
comenzaron a ver gentes en sueño y en vivo así... en sueño venia y la invitaba‖...empezó a dejar de comer, a
aislarse de la gente y luego un día empezó a gritar, vomitar, moverse de forma extraña...fuera de si‖. Marino
recuerda que Leída, su hija, estaba triste porque él se fue para una reunión en otra comunidad. ―Temía por mi
vida porque la guerrilla me había amenazado hace tres años. Me había pedido que no me fuera, pero tuve que
hacerlo porque tenía que trabajar‖, comenta.

En el caso de la joven Leída, se cuenta que ella había mandado a sus tres hermanos, a una actividad
con los soldados campesinos (que tenía bajo su cuidado porque sus padres estaban de viaje). Cuando
volvieron la encontraron pálida, temblando, colgada de una paruma (vestimenta femenina tradicional embera),
dejando una nota de despedida a sus padres, amigos y maestros de escuela.

Antes de esto, a finales de junio, Marino perdió a su hija mayor, Kety Salazar, de 14 años . Los
pobladores de Barranco se toparon con el cuerpo de Kety, atada a una cuerda del cuarto de su casa.

A comienzos del año 2003, en la comunidad de Pueblo Nuevo, a orillas del Peranchito, fue encontrada
colgada Patricia Jumí, de 12 años. El mes siguiente, Cecilia Domicó, de 13 años, apareció sin vida de la misma
forma en el poblado. A los ahorcamientos se sumaron las extrañas muertes de Ilda Nora Domicó, de 21 años,
que no sobrevivió a la mordedura de una serpiente, y en similares circunstancias murió Amparo Vergara
Casama, de 23 años.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 30

Las que sufrieron estos trastornos y lograron sobrevivir, relataron algunas de sus experiencias, en
especial sus sueños, Rosa, de 15 años, comenta: ―yo en los sueños si he soñado con los muertos que si han
muerto o los muertos que se murieron con eso soñaba yo‖ (Haciendo referencia a las muertas que se
suicidaban)... ― cuando yo estaba durmiendo senti que a mi lado, se sentó una persona‖... ―empece a sentir
digamos con rabia y ahí es donde enloqueci... ―he visto una persona en sueños, una persona negra que me
llama, y me dice, algún día te llevare a ti‖... (palabras traducidas por German Casama)

Las comunidades han sufrido mucho con la guerrilla, los jóvenes han presenciado desde muy pequeños
matanzas y masacres y creen que esta es una razón por la que no tengan ganas de seguir viviendo. Esto
generó pánico en la población, por lo que los padres no quieren dejar a sus hijos solos y eso los imposibilita
poder salir a cazar, a pescar o a realizar cualquier actividad. Estas tribus hoy se encuentran muy aisladas y sin
recibir ninguna ayuda por parte del gobierno, solo han recibido apoyo de algunas ONG y la cruz roja

Los jóvenes que se han suicidado entran en un estado de depresión fuerte, no quieren hacer nada, se
sienten vulnerables y es ahí cuando sienten que el espíritu se apodera de ellos y los impulsa al suicidio. Luego,
muchos creen que los espíritus de los que han muerto también se apoderan de los jóvenes, invitándolos a la
muerte.

En ocasiones se reporta que ha habido hasta 6 intentos de suicidio al mismo tiempo en la comunidad
(en particular lo anterior ocurrió a mediados del año 2002). Se han solicitado los servicios de los líderes
religiosos de la comunidad, que culpan de estas desgracias a los espíritus de los ancestros que están molestos
con el hecho de que estén ocupados ciertos territorios sagrados.

La opinión de los Jaibaná

Los médicos, curanderos y los sabios Jaibaná (Palabra que se viene del vocablo ―jai‖, que significa
―espíritu‖, es el maestro, guía o conductor de los espíritus de los ancestros y la naturaleza). El Jaibana es el
intermediario entre los humanos y los Jais o espíritus de la naturaleza.

El ―Jaibana debe acercarse al espíritu o Jai que la posee‖ (según Atensio Salazar). Primero lo llama
para saber que le agrada y que le molesta ,luego lo seduce con cánticos y regalos y le ofrece una fiesta en
su honor , si el Jai queda satisfecho el Jaibana podrá pedirle que actúe a su favor liberando al paciente y
ganando mas poder.

Luego de sepultar a Lidia, los habitantes de Unión Embera- Katío se reunieron con los de Barranco y decidieron
pedir que el jaibaná más sabio cantara para detener las muertes, al tiempo que comenzaron a hacer pequeñas cruces de
jagua para colgarse en el cuello, y una grande para poner en la entrada del pueblo, como les había recomendado el padre
Albeiro, que se comprometió a bendecirlas en una visita.

Atensio, el jaibaná más veterano de la región (habita en la localidad de Barranco, 30 minutos en canoa de Unión
Embera), que tiene 19 bastones en los que guarda el poder de los espíritus buenos, fue el elegido por la comunidad para
esa misión. El cree que: "Los indígenas no se están matando; esas muertes no son por voluntad propia. Espíritus malos se
están metiendo en los indios débiles y tristes, y los están colgando. Son por los muertos de la guerra que no han sido
enterrados".

Las posesiones se deberían al castigo de dios y los ancestros, sobre la comunidad, por ser estos
incapaces de proteger sus territorios ancestrales, de las amenazas que se ciernen sobre ellos.

Luego de la batalla de diciembre del 2001(tiempo cuando ocurrió el primer suicidio), se encontraron bajo un
frondoso tronco de mango 30 cráneos de paramilitares, y muchos muertos han sido arrojados por la guerrilla a las aguas
del río.

En palabras de Atensio (traducido por German Casama):

...― Dos cosas pueden estar ocurriendo por un lado puede ser un espíritu enviado, de otra parte, como
puede también influenciar un espíritu maligno, puede ser‖... ―el espíritu habla y comunica sus quejas‖

...―a donde esta el paciente llega como una sombra así y la primera vez que vi uno de estos espíritus, ella me dijo
que esto se iba a seguir repitiendo ... y yo pensé...esto es un castigo de Dios‖ (respecto a los relatos de las jóvenes en los
rituales)
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 31

Los jóvenes quieren tirarse al río, a precipicios o simplemente se arrodillan y se ponen una soga al
cuello para terminar con sus vidas. Al estar poseídos ellos sienten una fuerza extraña, se ponen más agresivos,
insultan a los sabios y solo buscan la muerte.

Desde que ocurrieron los primeros suicidios hasta ahora no se ha podido encontrar ninguna cura para
los jóvenes que siguen intentando matarse. Han realizado rituales, misas, oraciones, pero el sabio Jaibanás no
ha podido controlarlo y dice que esto seguirá ocurriendo.

Los rituales han logrado disminuir o controlar algunos de los síntomas de las jóvenes. Sin embrago, el
aumento de los casos, ha hecho ineficiente las practicas de estos, generando un descontento popular, que ha
llevado a la muerte de un Jaibana de la comunidad de Unión Embera, hace un año. El Jaibaná fue asesinado
por la comunidad y el cuerpo se dividió en muchas partes, pues se consideró que así se liberaría a las
personas poseídas. Un individuo fue encontrado culpable de asesinato y ahora se encuentra en prisión

La familia de los Salazar han perdido a la fecha, 12 niñas por culpa de los suicidios y otras mas, han
sufrido los trastornos posesivos, siendo el linaje mas afectado por estos suicidios. Dos de las nietas de don
Atensio, han muerto (cabe recordar que la primera niña en suicidarse era su nieta mayor y se ahorco en la
propia casa de éste), por lo que algunas personas de la comunidad, sospechan que los Salazar están
malditos.

A tres Jaibanás, se les retiró su investidura y estatus social de poder en una ceremonia ritual, liderada
por un herbalero externo a la comunidad el mes previo a la fecha de la vista (en la localidad de Unión Embera),
con propósito de terminar con las luchas de poder internas entre los tres y como medio de protesta por su
ineficacia en dar solución al problema.

Frustrados porque el canto de Atensio no les devolvió la calma, a mediados del 2003, el gobernador del Cabildo
Mayor de los indígenas, Luciano Casama Indrama, pidió ayuda a las comunidades vecinas. En Quibdó, los miembros de la
Orewa, la organización que reúne a todos los indígenas del Chocó, le recomendaron solicitar los servicios del jaibaná
wounan Jairo Javier Peña, ―que había luchado contra espíritus terribles en los pueblos del río San Juan‖.

Tras una semana en el pueblo y luego de dos noches de canto, con aguardiente Antioqueño, cerveza y cigarrillos,
les dijo a los líderes, ―que había podido neutralizar al papá de los espíritus y que por ahora iba a haber calma, pero que sus
hijos andan sueltos todavía por la selva‖.

Les recomendó que ―les anunciaran a todas las comunidades que no podían estar tristes y que nadie podía decir
que se quería morir porque los espíritus aprovechaban esa debilidad y se les metían en el cuerpo‖. A los hombres les pidió
que no regañaran a los niños, que no pelearan con sus esposas y que no fueran a cazar solos. Sus palabras fueron ley
para estas aldeas.

En el mes de Octubre del 2003, partió de Riosucio pero les anunció que regresará a visitar los otros ríos porque el
arreglo no ha terminado y podría morir más gente. "El espíritu puede aparecer de diferentes formas: en ganado, en perro o
en culebra. Todavía nadie en la selva está a salvo". Hasta la fecha de visita del equipo de Discovery Channel, no hay
registros de que Peña haya vuelto a la comunidad.

Algunos de los valores tradicionales de la comunidad se han perdido, tales como la unión del poder
secular/clerical en la figura del ―Jaibanás‖ líder y brujo, que tenia riquezas y heredaba su estatus por herencia
familiar. Ha sido desplazado por la figura de un Gobernador, de elección popular. Los últimos años, misioneros
de culto protestante, han encontrado adeptos en la comunidad, teniendo un pastor (de origen indígena) que
cuenta con 20 fieles. Estos desprecian las creencias tradicionales y la cosmovisión de los Jaibanás,
acusándolos de ―supersticiosos‖. La comunidad, en su conjunto, sigue creyendo en Atensio, pero los
intercambios culturales, han indudablemente, disminuido la importancia del culto a los espíritus, al comparar
las opiniones de los mas ancianos de la comunidad, con respecto a las generaciones mas jóvenes.

DESCRIPCIÓN DE LOS SÍNTOMAS

El trastorno afecta mayoritariamente a mujeres jóvenes (adolescentes), de alguno de los principales


linajes de la comunidad de Unión Embera y Barranco, siendo mayoritarios los casos en la familia de los
Salazar, con respecto a las otras familias.

Las 7 sujetos sobrevivientes entrevistadas presentan diversos síntomas (ordenados por el curso típico
en que estos se presentan): Las jóvenes comienzan cambios graduales en el estado de animo (irritable o
depresivo, mostrando síntomas de fatiga y falta de energía, entretanto, empiezan a tener sueños que las incitan
a morir, estos muchas veces contienen escenas donde ellos se reúnen con sus amigos y amigas, en un lugar
muy bonito, las y los que se han suicidado, y algunas(os) que viven aun. Los muertos les dicen que deberían
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 32

morir, para estar todos juntos, nuevamente (conteniendo elementos, que seria posible interpretar como
―ideación suicida‖, es decir pensamientos recurrentes de muerte de si mismas y de otras jóvenes), muchas
veces los padres descubren que sus hijas están con estos sueños, con lo que comienza la desesperación de
ellos, dado, que los elementos anteriores, generalmente, anteceden a los trastornos mas graves.

Las jóvenes empiezan a ver espíritus (sombras) que las persiguen (posible alucinación visual), y que le
hablan del fin de la comunidad (posible alucinación auditiva e ideas delirantes). De ahí en adelante, por lo
general, se registra un marcado deterioro de la actividad social (alejamiento de comunidad) y multiples
conductas violentas/ agresivas (hacia si y a otros, comúnmente los padres).

Los eventos narrados por las sobrevivientes y sus padres, cursan incluyendo múltiples cambios de
estado de consciencia de las jóvenes, por un periodo de tiempo variable (este elemento aparece en todas las
entrevistas realizadas). A este punto, los síntomas se tornan mas severos, incluyendo episodios que podrían
ser catalogados como fenómenos disociativos (hablar con diferente voz y asumir una identidad alternativa, de
un espíritu descarnado). A veces, según cuentan algunos padres y también el Jaibanas Atensio, las victimas de
los ―espíritus‖, adoptan posturas extrañas, durante largos periodos y permanecen inmóviles (dando la impresión
de episodios de tipo catatónico), Los ataques llegan a su clímax con una serie de movimientos involuntarios de
tipo estereotipado (convulsiones), que duran por muchas horas, también estas pierden los recuerdos de lo que
sucede mientras sufren estos ataques, sus padres las castigan y ellas dicen no tener idea de lo que estaban
haciendo o diciendo, (dando cuenta, posiblemente, de amnesia retrograda selectiva), las jóvenes, mientras se
encuentran en ese estado, insultan a sus padres y a la comunidad, inclusive diciendo obscenidades
(coprolalias).

En algunos de los casos entrevistados directamente o narrados por los padres de las sobrevivientes,
también se describen alteraciones en el sueño (con presencia de insomnio de despertar precoz, mientras otras
presentan hipersomnia, en los periodos de brote de los síntomas). Algunos de los padres y madres de las
jóvenes afectadas, reportan haber visto a las niñas, caminado por las noches, de manera errática, por la aldea.
Ellas, por su parte no recuerdan haber salido de sus casas cuando sus padres las han increpado (tal vez, estas
descripciones, podrían interpretarse como episodios de sonambulismo)

La duración de los trastornos es variable, entre un rango de los 15 a 70 días, aproximadamente. Estos
se agudizan episódicamente en subperiodos de 12 a 72 horas, donde se presentan los síntomas más
complejos (convulsiones, catatonia, despersonalización e intentos de auto agresión). El curso de
estos, culmina, generalmente, en el acto suicida.

REVISIÓN DE LAS POSIBLES EXPLICACIONES, SUBYACENTES A LA CONDUCTA DE LAS


JÓVENES EMBERA

En esta revisión, excluiremos, la hipótesis de una posesión espiritual genuina, en el intento de buscar
alguna explicación alternativa, desde el ámbito clínico, que pudiera dar mejor cuenta de estas conductas en las
jóvenes. Esto no excluye que algunos de los trastornos descritos abajo, puedan potenciar o favorecer
experiencias psi. Por ejemplo, los catalogados dentro de la esfera de los cuadros disociativos (Van de Castle,
1989).

Lo anterior ha sugerido la posibilidad de algún(as) de las siguientes hipótesis diagnósticas:

Siguiendo el criterio clasificatorio multiaxial DSM-IV, los siguientes trastornos mentales debidos a
enfermedad medica, podrían corresponder al caso:

A) F06.1 [293.89] trastorno catatonico debido a Síndrome epiléptico, el cual podría corresponder a
epilepsias del lóbulo temporal, epilepsia catamenial, o epilepsia primaria generalizada con crisis tónico-clónicas
(en este caso, epilepsia tónico-clónica generalizada del despertar). La hipótesis de un cuadro de tipo
epileptiforme de origen idiopático (es decir, de origen genético), tiene como evidencia a su favor, la edad
especifica de curso de inicio, prevalencia de la enfermedad en un solo sexo y síntomas asociados similares a
los diversos casos reportados. Además, se presenta un alto número de uniones endogamicas en la comunidad
(en particular, alto índice de uniones conyugales entre primos).

La epilepsia (vocablo de origen griego que se traduce como ―estar poseído por‖) es un trastorno
episódico del sistema nervioso por la descarga paroxística sincrónica y autolimitada de un grupo neuronal del
cerebro. Esta descarga se manifiesta en una alteración en la conducta del paciente, cuya expresión clínica
dependerá de la región(es) cerebral(es) afectada(s) (Citado de Galdames, 2000). Este trastorno, es
claramente, uno de los primero de los diagnósticos posibles a una experiencia que comprenda la esfera de las
posesiones espirituales y es posiblemente una de las principales causas de estas experiencias, a través de
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 33

toda la historia. Muchas de los subgrupos de epilepsias tienen como origen, una base genética, por lo que las
uniones entre familiares, podrían hacer plausible la existencia de este. La explicación detallada de los diversos
tipos de epilepsias propuestas aquí, escapan los objetivos de este articulo, sin embrago las epilepsias antes
señaladas, comparten un carácter hereditario y un curso, que generalmente se inicia en la pubertad. En el caso
de la epilepsia del lóbulo temporal, existe amplia evidencia relacionada con el vínculo de esta con experiencias
de despersonalización, posesión o alucinaciones experienciadas además de fenómenos de tipo apariciones y
experiencia mística (Blanke, 2005; Brugger, 2002; Palmer & Neppe, 2003) y comprenden aproximadamente un
60 % de las crisis originadas en los lóbulos cerebrales. Es importante señalar que la literatura (Afifi y Bergman,
2001), reporta muertes inexplicables en epilepsia del lóbulo temporal, que se atribuyen a cambios autonómicos
en la función cardiovascular, durante la crisis, dado que la estimulación en la corteza insular derecha produce
efectos simpáticos en la función cardiovascular (taquicardia y efectos presores). La estimulación de la corteza
insular izquierda, produce, en cambio, efectos parasimpáticos (bradicardia y efectos depresores). Dado que
nos encontramos ante una serie de muertes, es necesario descartar la posibilidad de la presencia de este
trastorno, en las muertes de las jóvenes.

Por otra parte, la epilepsia catamenial, que se manifiesta a través de crisis epilépticas, en relación a la
ovulación y/o menstruación es una entidad diagnostica posible también, dada la casi absoluta prevalecía de los
episodios en mujeres (cinco veces más que en hombres), además los estudios indican que este tipo de
epilepsia estaría correlacionada con la epilepsia al lóbulo temporal, mostrando una alta comorbilidad
(Galdames, 2000)

Es posible establecer, como diagnóstico diferencial, los subtipos de epilepsias generalizadas idiopáticas,
dado que, responden a la edad de inicio, a las crisis inicialmente generalizadas y al tipo de sujetos que se
están viendo afectados. Dados los síntomas presentes de alteraciones del sueño, que están, al menos,
cronológicamente relacionadas con los ataques, la epilepsia con crisis tónico-clónicas generalizadas del
despertar, es posible, dado que los síntomas comienzan en la mayoría de los casos inmediatamente después
del despertar, no importando la hora del día, y con segundo periodo de actividad en la tarde, en el periodo de
relajación. Este tipo de epilepsia es de origen genético y factores estresores externos o privación de sueño,
pueden precipitarla. Comúnmente este trastorno se manifiesta en la adolescencia.

B) F06.1 [293.89] Trastorno catatónico debido a Neurocisticercosis, en particular, los miembros de


comunidad consumen carne de cerdo (al menos 1 vez al mes), criados por ellos. Según Cruz et al (2003) ―La
crianza domestica de cerdos es un factor de riesgo importante para la población, debido a que el fecalismo al
ras de la tierra facilita que los cerdos consuman las heces de personas infectadas con tenia y,
consecuentemente, son sacrificados estos animales sin control sanitario, la carne con cisticercos esta
disponible para perpetuar la condición endémica de este parásito‖.

La cisticercosis es el resultado del enquistamiento de las larvas de taenia solium, la tenia de cerdo, en
los tejidos. La infestacion se adquiere por la ingestión de huevos, generalmente por la contaminación fecal de
alimentos o en menor frecuencia por auto infección mediante transferencia oral-anal o peristaltismo inverso de
proglotides al estomago. La mayoría de estos enfermos tienen un examen neurológico normal y se presentan
con crisis convulsivas tónico-clónicas generalizadas edema de pupila, hipertensión intracraneal y meningitis
(Del Brutto, 1992). Los quistes meníngeos causan pleocitosis crónica del líquido cefalorraquídeo, las larvas
vivas en la parénquima producen una inflamación leve. La inflamación se desarrolla, cuando mueren las larvas,
generalmente varios años después de la ingestión y a menudo esta relacionada con la aparición de síntomas.
En particular, las manifestaciones clínicas de la variedad de cisticercosis, en su forma parequimatosa,
específicamente los quistes corticales, los que producen, crisis de tipo epileptogeno, que dan lugar a crisis
focales o localizadas.

Se realizaron dos importantes estudios epidemiológicos entre 1985 y 1988 en el municipio de San
Vicente, Antioquia, zona endémica para teniasis-cisticercosis. En el primero se demostró una relación positiva
entre epilepsia y los factores de riesgo para estas dos infecciones parasitarias, los cuales fueron: tener cerdos
en las viviendas, tenerlos en malas condiciones y existir teniasis en las familias de los epilépticos (Franco,
Hincapie, Mejia y Botero, 1986). El segundo estudio concluyó que la presencia de anticuerpos contra cisticerco
en humanos y en cerdos guardaba relación positiva con el mantenimiento deficiente de estos animales, libres
alrededor de las viviendas, con la posibilidad de ingerir excretas humanas (Botero, 1986)

La comunidad de Unión Embera y Barranco, contaba con múltiples riesgos sanitarios, que hacían
posible la existencia de neurocisticercosis en la comunidad, por lo que se realizo un examen
coproparasitologico a una muestra de 7 cerdos de Unión Embera y la localidad próxima de Barranco (4 adultos
y 3 en proceso de desarrollo). Los resultados de estos análisis se encuentran en el apartado resultados.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 34

C) F06.1 [293.89] Corea de Sydenham, o baile de San Vito, es una enfermedad de la infancia,
caracterizada por movimientos involuntarios rápidos, irregulares y sin un propósito fijo en los músculos de los
miembros, la cara y el tronco, que sugieren un estado de agitación continua. Asimismo se observan debilidad,
hipotonía, irritabilidad, síntomas obsesivo-compulsivos, déficit de atención, alteración del habla y labilidad
emocional. Pueden presentarse complicaciones cardiacas. Esta se produce por un trastorno inmunitario, una
secuela de la infección de los estreptococos betahemoliticos del grupo A y tarda 6 o más meses en la aparición
de los síntomas. (Rowland, 2002)

D) Dado el temprano inicio de la enfermedad, los automatismos motores y las vocalizaciones, es un


posible diagnostico diferencial el F95.2 [307.23], Síndrome de Gilles de la Tourette. Se define como un
trastorno neuroconductual, caracterizado por múltiples tics motores y fónicos, de naturaleza cambiante en el
tiempo; comienzo antes de los 21 años y síntomas oscilantes que duran mas de un año. Los tics varían desde
sacudidas simples, breves e intermitentes hasta un patrón complejo de movimientos involuntarios rápidos y
coordinados, generalmente precedidos de una sensación desagradable que se alivia con el movimiento. Si bien
los tics se pueden suprimir, durante periodos breves, se acumula una sensación interna que determina otra
descarga de tics, cuando el paciente deja de suprimirlos. Los tics suelen empezar por la cara (parpadeo,
gesticulación) y cuello (sacudida de cabeza). Pueden extenderse a los miembros y acompañarse de ruidos
(sorber de nariz, aclarar la garganta, toser con fuerza, emitir palabras o fragmentos verbales, a veces también
los sujetos producen coprolalias (palabras obscenas), repeticiones de sonidos (ecolalia) o movimientos
(ecopraxia). Los tics tienen desde velocidades muy rápidas (tics clónicos), hasta contracciones sostenidas (tics
distonicos). (Rowland, 2002).

Otros posibles diagnósticos diferenciales: F16.51 Trastorno psicotico inducido por alucinógenos, con
ideas delirantes [292.11]; F16.52 Trastorno psicotico inducido por alucinógenos, con alucinaciones [292.12];
F06.1 [293.89] trastorno catatonico, debido a paludismo cerebral.

Dentro de los trastornos de origen psicógeno, se observan 5 posibles clasificaciones que dan
cuenta de la patología, estos son:

E) Trastorno de tipo disociativo, en particular, F44.9 [300.15] (Trastornos disociativos no especificados,


entre ellos la subcategoría de trastorno disociativo de trance de posesión). Se entiende disociación por: ―la
separación estructurada de los procesos mentales (por ejemplo, pensamientos, sentimientos, memoria e
identidad), que están comúnmente integrados‖ (Spiegel & Cardeña, 1991). DSM IV define las características
esenciales de los trastornos disociativos, como una ―interrupción de las funciones comúnmente integradas de
la consciencia, memoria, identidad o percepción del entorno‖ (APA, 1994). El desorden disociativo de trance
incluye ―Síndromes disociativos culturalmente modelados‖ (Spiegel y Cardeña 1991, p.375), tales como
―estados de posesión involuntaria‖ y otros fenómenos disociativos que resultan en malfuncionamiento y estrés.
Respecto a los criterios diagnósticos y definición se puede decir que: el trance de posesión, consiste en la
sustitución de la identidad personal por otra, atribuida a la influencia de un espíritu, poder deidad u otra persona
y se encuentra asociado a movimientos estereotipados de tipo involuntario o a la amnesia‖ (APA 1994,
Breviario DSM-IV, Pág. 234). En el desorden de trance disociativo, el trance o estado de posesión no es
aceptado, como parte normal de una práctica colectiva cultural o de la práctica religiosa. Según Spiegel, este
tipo de trastornos se relaciona con: ―Descripciones inter-culturales de la posesión y estados de tipo trance,
comúnmente experimentan amnesia asociada a estos episodios, experiencias relacionadas con de una
sensación de extrañeza de si mismos y su medioambiente (Despersonalización y desrealizacion) y exhibir
alteraciones de la identidad, con manifestaciones conductuales, tales como hablar con diferente voz y asumir
una identidad alternativa‖. (Spiegel 1994, Pág. 82). (Ver mas detalles de este trastorno, en la sección de
―discusión‖)

E) F 33.3 [296.33] (Trastorno depresivo mayor, redicivante (*), grave con síntomas psicoticos
(congruentes con el estado de animo) y catatonicos.
Este diagnostico es posible debido a los cambios del estado de animo (depresivo o irritable, en este
caso) que sufren algunas de las victimas, la mayor parte del día; la disminución o pérdida del placer de casi
todas las actividades diarias; el inmsonio de despertar precoz y/o hipersomnia que se desprende de los relatos
de 3 de las madres de jóvenes con intento de suicidio; la fatiga y falta de energía; y muy importante también,
los pensamientos recurrentes de muerte, la ideación suicida recurrente. Dado que en algunos casos (como el
de la primera joven que se suicidó vía ahorcamiento) existe mas de un episodio con estas características,
podría ser un trastorno depresivo mayor, recidivante(*) , los síntomas psicóticos tienen que ver con las ideas
delirantes (Por ejemplo: los sueños que llaman a las jóvenes a suicidarse y juntarse con las otras muertas) y
alucinaciones (las sombras que se ven ellas en sus ataques), son congruentes con el estado de animo, porque
el contenido de estas es consistente con el tema depresivo de ser merecedoras del castigo que los jais
imponen a la comunidad, por las ciruntancias sociales ocurridas los últimos años. Los síntomas catatónicos han
sido descritos previamente, por lo que no se los mencionará aquí.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 35

(*) No es posible establecer con certeza si existe una recuperación ínter episódica total o parcial, por
falta de datos suficientes y clínicamente fidedignos, que permitieran observar, de manera longitudinal, el curso
de la enfermedad en las jóvenes.

F) El criterio diagnostico de Trastorno psicotico breve F23.81 [298.8] (psicosis reactiva breve), se
establece como diagnóstico, dado que se observa la presencia de: Ideas delirantes, Alucinaciones, lenguaje
desorganizado, comportamiento catatonico o gravemente desorganizado junto con la duración de los episodios
que cumplen los criterios descritos para esta enfermedad según DSM IV (más de un día, pero menos de un
mes)

Dado que múltiples sujetos han padecido de síntomas (algunos al mismo tiempo) G) F24 [297.3]
Trastorno psicotico compartido (folie á deux), es un criterio diagnóstico, más cercano a las descripciones dado
que: se desarrolla una idea delirante en el sujeto, en relación con otra persona que ya tiene una idea delirante
establecida (las jóvenes, van maldiciendo a la comunidad y anticipando cual será la próxima victima, la que en
menos de un mes, suele presentar los síntomas y la idea delirante es parecida en su contenido a la de la
persona que ya tenia la idea delirante. Los problemas registrados en el Eje IV (efectos psicosociales
adversos), producto de la ocupación de territorios ―sagrados‖ de la comunidad por la FARC, grupos
paramilitares y ejercito regular, desde el año 1996, apoyan cualquier hipótesis diagnostica de origen psicógeno.

Otros diagnósticos diferenciales (que no se explicaran aquí) pero que es importante nombrar son: F25.0
[295.70] (Trastorno esquizoafectivo, tipo depresivo), F20.22, Esquizofrenia Tipo catatónica episódica, con
síntomas residuales interepisódicos [295.20].

RESULTADOS

La muestra registrada es de 308 personas (48,4% hombres y 51,6% mujeres, con un promedio de edad
de 18 años y un total de 26 personas afectadas por trastornos de posesión)

113 niños menores de 10 años


81 hombres normales
88 mujeres normales
4 hombres con TDP
22 mujeres con TDP

¿El trastorno de posesión (TDP) podría tener una base genética?

Se aplicó un análisis segregacional sobre los datos de 5 familias nucleares en donde hay al menos un
caso de trastorno en cualquiera de sus modalidades y sin considerar los individuos menores de 9 años (edad
en que suele comenzar la pubertad en las niñas amerindias y es posible que el trastorno tenga que ver con
este cambio madurativo)
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 36

Figura 1: Genograma de las familias analizadas.

Se realizó un análisis segregacional sobre los siguientes datos familiares: Las probabilidades de que
tales pedigrís se obtengan por TDP asociado a un gen dominante o a un gen recesivo son 4,3 % y 24,4 %,
respectivamente (ver figura 1)

Las cinco familias seleccionadas por presencia del trastorno en al menos un integrante tienen un total
acumulado de 12 hijos, 4 con trastorno y 8 normales.

Al suponer un modelo genético autosómico recesivo las frecuencias esperadas son de 6 hijos con
trastorno y 6 hijos normales. Las diferencias con las frecuencias observadas en las familias no son

Si la suposición es dominancia las frecuencias esperadas son 7 hijos con trastorno y 5 hijos normales.
Las diferenci
Además, las familias 29 y 59 son imposibles de lograr con un gen dominante.

La repetición de apellidos en la comunidad estaría indicando que hay muchas uniones consanguíneas,
por lo cual aumenta la probabilidad de homocigosis y con esto pueden manifestarse anomalías con base
genética autosómica recesiva (ver tabla 1). Entre los linajes mas extensos, la endogamia, al parecer, es
bastante factible. Un 77 de los 308 individuos registrados (25 % de la muestra), corresponden a la familia
Salazar, los Casama, otra familia afectada por los suicidios y posesión, involucra también un numero
significativo de habitantes en la comunidad(41 personas, correspondiendo al 13,3% del total).

Sin embargo, por lo reducido de la muestra, no es recomendable aceptar el resultado del análisis
segregacional como algo definitivo.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 37

Tabla 1: Distribución de personas, por apellido, en Union Embera

LINAJE FAMILIAR N %

otro 58 18,8
bailarin 14 4,5
bugama 10 3,2
berrugate 6 1,9
casama 41 13,3
cansari 7 2,3
chami 8 2,6
domico 13 4,2
dojirama 7 2,3
cabrera 7 2,3
guaseruca 2 ,6
marmolejo 1 ,3
salazar 77 25,0
tocamo 13 4,2
velasquez 24 7,8
lino 17 5,5
sabare 3 1,0
Total 308 100,0

¿El trastorno de posesión (TDP) se relaciona con el sexo?

En la siguiente tabla se indican las frecuencias del TDP en individuos mayores de 9 años, dispuestas
para un análisis de contingencia. Las frecuencias observadas están en negrilla y las frecuencias esperadas
están entre paréntesis.

Tabla 2: Comparación del trastorno en hombres y mujeres

Sexo Salud Mental


Total
social sano con TDP
81 4
Hombres 85
[73,7] [11,3]
88 22
Mujeres 110
[95,3] [14,7]
Total 169 26 195

tenemos evidencia para decir que el TDP no es independiente del sexo.

Como una de las celdas tiene una frecuencia observada menor que 5 podría existir una desviación
importante con respecto a la distribución 
G = 2  fo ln (f o/f e)

Donde f o y f e son las frecuencias observada y esperada (Steel y Torrie, 1980), respectivamente, es el
procedimiento adecuado para estos casos, y resulta ser 10,71.

Neurocisticercosis

Se analizaron muestras fecales de 7 cerdos (4 adultos y 3 en proceso de desarrollo), correspondientes,


respectivamente, a la localidad de Unión Embera y Barranco. El estudio coproparasitologico fue realizado en
Unilab, laboratorio que se encuentra en el distrito de Apartado, Colombia. Los análisis de laboratorio arrojan
resultados negativos a presencia de proglotides de tenia o larvas de strongilinoides. (Cabe destacar que las
técnicas coproparasitologicas de sedimentación y flotación, tienen una sensibilidad no mayor al 60%, en el
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 38

diagnostico de la teniasis). Los resultados anteriores son desfavorables a cualquier hipótesis que se base en
neurocisticercosis, como también lo es el comienzo de los síntomas epileptiformes a temprana edad.

Epilepsia y psicogenesis

Los síntomas de las jóvenes, favorecen la hipótesis de una crisis espasmofilia, con respecto a una crisis
epiléptica. Esto, se vincula con la ausencia de lesiones, pese a numerosas crisis, a la vez que no se reporta
mordedura de la lengua y/o incontinencia de esfínteres. Además de que los ataques tienen relación con
episodios previos de gran estrés. Respecto a las características ictales sugerentes de crisis psicógenas, estas
se relacionan con la duración prologada de los ataques, habilidad para hablar durante convulsiones bilaterales,
gritos y obscenidades posictal, término brusco de las clonias y falta de somnolencia posictal. Importante es
señalar también, que las crisis se pueden iniciar por la sugestión (por medio de un ritual) de los Jaibanas.

DISCUSIÓN

En opinión de Pascual-Leone, profesor de neurología de la escuela medica de Harvard (Pascual-Leone,


2005, comunicación personal) ―La forma de suicidio es terriblemente agresiva y los síntomas suenan poco
estereotipados para considerar que fueran epilepsia. La posibilidad de neurocisticercosis u otras infecciones
parece muy remota, dada la selectiva afectación de un grupo de sujetos especifico. Si este fuera el caso, no
seria fácil explicar porque mueren. En el Tourette no esperaríamos ni afectación selectiva, ni tampoco suicidios.
Los datos relacionados con las dificultades psicosociales, sugestibilidad de las crisis y ritualismo, me hacen,
sospechar de una folie a deux y un trastorno psicogeno. Sin embargo, estudios orgánicos (incluyendo genética
y eventualmente, autopsias cerebrales) pudieran ser de gran interés para detectar problemas neurológicos
subyacentes‖.

Aparentemente, los casos de posesión, se relacionan con el genotipo y con el sexo de los individuos de
la comunidad. Las mujeres presentan una frecuencia de trastornos de tipo posesivo cinco veces mayor que la
de los hombres; sin embargo no se trata de ligamiento al sexo (herencia del cromosoma X), ya que hay familias
con padres sanos que tienen hijos con este trastorno.

Los resultados actuales aportarían a la línea diagnostica establecida por Escobar, a finales de los 90‘. El
consideró que todo esto era producto de una serie de conflictos internos que se daban en la comunidad y que
la solución no era estigmatizar a uno de ellos como responsable ni tampoco que él mismo o sus colegas del
área psiquiatría y psicología hicieran un tratamiento (Escobar, 2005, comunicación personal). La respuesta
estaba en que la misma comunidad contratara a un Jaibaná externo para a través de un ritual de canto a los
espíritus contrarrestara la posesión (sin embrago, los trastornos perduran, a pesar de la visita del jaibaná
wounan Jairo Javier Peña, el año 2003)

Así, los resultados obtenidos en la presente investigación y las opiniones de los expertos consultados,
apuntan a un trastorno de origen psicógeno, dentro de los cuales, F24 Trastorno psicotico compartido [297.3] y
F44.9 [300.15] Trastornos disociativos no especificados, entre ellos la subcategoría de trastorno, denominada
como ―síndrome de posesión‖ (termino acuñado, para el trastorno que sufren varias culturas del Sudeste
Asiático) se ajustan mas a los síntomas descritos. Sin embargo, es importante puntualizar que ninguna de las
actuales categorizaciones, contiene las variadas descripciones y elementos diagnósticos que se observan en
este caso. Dado lo anterior, este informe entrega los elementos a favor y en contra de múltiples categorías
diagnosticas establecidas, sin dar una respuesta definitiva a la situación, que debería ser resuelta por futuras
investigaciones.

Los episodios de síndrome de posesión, en países tales como India y el sudeste Asiático, nos dan un
marco sobre el cual explorar patrones similares en este caso. Los episodios agudos, en esos lugares muestran
características tales como: Mostrar considerable variabilidad de comienzo, comenzando a veces, como
síntomas somáticos, procediendo el cambio d consciencia. Ocurren frecuentemente en respuesta de estresores
que se intensifican gradualmente, 3) Son asociados con un estallido primariamente afectivo con alteraciones
somáticas, 4) Durante el estado alterado típicamente surgen verbalizaciones (en la victima) que piden ayuda o
tratamiento, Son seguidos casi siempre por intermitentes perdidas de la consciencia o marcada desorientación
y parcial o total amnesia (Lewis-Fernández, op cit). La relación entre pensamientos de auto-destrucción,
intentos de suicidios y suicidios, con síndrome de posesión ha sido reportada también en investigaciones de las
culturas de sudeste Asiático (Freed y Freed, 1990). Los datos obtenidos en la comunidad Embera, aportan a
las hipótesis que vinculan comorbilidad entre posesión y conductas auto-destructivas, observándose también,
similitudes entre los episodios agudos de síndrome de posesión en el Sudeste Asiático y los descritos en la
comunidad Embera.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 39

Los participantes en experiencias relacionadas con trastornos posesivos, son muchas veces mujeres
oprimidas con pocas opiniones para protestar, que ganan apoyo social de los seguidores de un credo religioso
específico, y a través del espíritu especifico que las posee, encuentran una manera de encausar su demandas,
dentro de su entorno familiar y el resto de la comunidad, proveyendo vías socialmente sancionadas de protesta
y contestación (Lewis, en Spiegel, 1994) , Stanley Krippner consultado por este problema de la comunidad
Embera, opina: ―En consideración con el significado cultural que pueden tener este trastorno para la red de
significados de esta comunidad, es posible que la posesión de las niñas sea un método de protesta de los
jóvenes hacia las dificultades que está pasando la tribu, a partir de las tragedias de los últimos años, que les
crean desesperanza e incertidumbre, respecto al futuro‖ (Krippner, 2005, comunicación personal).

El ser humano es extremadamente maleable, al parecer, la gente puede generar personalidades para
defenderse a si misma contra un trauma, para adaptarse a las presiones culturales, o para satisfacer las
expectativas de un psicoterapeuta o un exorcista. (Martinez- Taboas, 1991)

Según Roa (1974), para que un exorcismo funcione, debe obrar moviendo los mismos mecanismos
interiores que constituyen el ataque y llevándolos por el mismo camino que ya por si llevan para el
reestablecimiento espontaneo. Solo por la violencia y exageración se distingue el exorcismo de la crisis natural
y por esa misma violencia es capaz de acelerar y precipitar todo el desarrollo y progreso del ataque y por
consiguiente también su resolución critica.

A veces, un mismo tipo de agente o entidad puede poseer varios miembros de la familia, a través del
tiempo o de las generaciones sucesivas. Este elemento es congruente con los descritos en la literatura
existente del tema (Freed y Freed, 1990; Lewis-Fernández, op cit). La transmisión interpersonal de estas
entidad (es), sugieren consenso intercultural e ínter subjetivo de estos actores sociales. Tal vez los Salazar
tengan tantos enfermos por alguna especie de marca simbólica o de la historia familiar que los hace sufrir
mayoritariamente a ellos este trastorno.

También es posible que las funciones que ahora la cultura occidental etiqueta como ―disociativas‖,
alguna vez hayan sido útiles para funciones adaptativas de supervivencia en la evolución humana y que
pueden seguir siendo una conducta adaptativa, en muchas culturas no-occidentales (Krippner,
Wickramasekera & Wrickramasekera, 2001)

COMENTARIOS FINALES

Lamentablemente, no fue posible realizar los análisis correspondientes, a la detección de Corea de


Synderham o paludismo cerebral.

También, no es imposible descartar, la posibilidad de asesinatos selectivos, por miembros de la misma


comunidad o externos. El autor de este informe no tiene la pericia para determinar si las mismas jóvenes se
ahorcaron, o alguien las estrangulo.

Posteriores estudios, deberían definir la presencia o no de trastornos de tipo hereditario, en la


comunidad, que favorezcan los síntomas.

Agradecimientos

A Waldo Mora, quien hizo posible un estudio genético, al analizar los datos de la visita. También a
Carmen Gloria Ramirez, Jaime Morales, Sergio Dagach, Patricia Perez y Sergio Schilling Besoain, por sus
ideas y aportes en la redacción del informe. Tambien al tiempo y ayuda otorgados por el Dr. Stanley Krippner,
Alvaro Pascual- Leone y Uriel Escobar, quienes dieron valiosas opiniones. A los miembros del equipo de
Discovery Channel/ Nueva Imagen, que hicieron posible esta visita, a Luis Evelis y a todas las personas de las
comunidades Embera, que desinteresadamente nos dieron su hospitalidad y nos permitieron conocer mas de
sus vidas.

REFERENCIAS

Afifi, A. & Bergman, R. (2001). Neuroanatomia funcional. México, DF: Mc Graw-Hill Interamericana.
American Psychiatric Association Commitee (1994). Diagnostic and statistical manual: DSM-IV (Cuarta edicion
revisada). Washington, D.C.: American Psychiatric Association.
Blanke, O., Mohr, C., Christoph, M., Pascual-Leone, A., Brugger, P., Seeck, M., Landis, T. & Thut, G. (2005)
Linking Out-of-Body Experience and Self Processing to Mental Own-Body Imagery at the Temporoparietal
Junction. J. Neurosci., 25(3), 550 –557.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 40

Blanke, O., Landis, T., Spinelli, L. & Seeck, M. (2004) Out-of-body experience and autoscopy of neurological
origin. Brain, 127, 243–258.
Botero,D. (1986). Estudio sobre cisticercosis en Colombia. Rev UIS Medicina Bucaramanga (Colombia);14:19-
34.
Brugger, P. (2002) Reflective mirrors: perspective-taking in autoscopic phenomena.Cogn Neuropsychiatr, 7,
179–194.
Crabtree, A. (1993) Puzzling over possesion. Dissociation. VI.1. 254-259.
Cruz, V., Plancarte, A., Moran, I., Valencia, S., Rodriguez, G. y Vega, L. (2003) Teniosis y cisticercosis en
comerciantes de alimentos en mercados de una área de la ciudad de México. Parasitol. latinoam., vol.58, no.1-
2, p.41-48.
Del Bruto, O., Santibáñez, R., Noboa, C., Aguirre, R., Díaz, E. & Alarcón, T. (1992). Epilepsy due to
neurocysticercosis: analysis of 203 patients. Neurology, 42, 389-92.
Franco, S.,. Hincapie, M., Mejia ,O. y Botero, D. (1986). Estudio Epidemilógico de epilepsia y neurocisticercosis.
Revista UIS Me-dicina. 14:143-174.
Galdames, D. (2000). Manual de epilepsias. Santiago, Chile: Mediterraneo.
Lewis-Fernadez (1994). Culture and dissociation: A comparison of ataque de nervios among puerto ricans and
posesion sydrome in India. En Spiegel, Dissociation: Culture, mind and body. (pp. 123-170). Washington:
American Psychiatric Press.
Palmer & Neppe (2003). A controlled analysis of subjective paranormal experiences in temporal lobe
dysfunction in a neuropsychiatric population. The journal of Parapsychology, 67, 75-97.
Roa, A. (1974). Demonio y psiquiatria. Santiago: Editorial Andrés Bello.
Rowland, L. (2002). Neurologia de Merritt . Madrid: Mc-Graw-Hill Interamericana.
Spiegel, D. & Cardeña, E. (1991). Desintegrated experience: The dissociative disorders revisted. J. Abnormal
Psychology 100, 366-378.
Spiegel, D. (1994). Dissociation: Culture, mind and body. Washington, DC: American Psychiatric Press, Inc.
Steel, R. & Torrie, J. (1980). Principles and Procedures of Statistics. New York: M c Graw-Hill Inc.
Van de Castle, R. (1989). Psi manifestations in multiple personality disorder. En Coly, L & McMahon, J (Eds.),
Psi and clinical practice, 84-114. New York: Parapsychology Foundation.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 41

SUPOSTOS FENÔMENOS PSI ESPONTÂNEOS, PSICOTERAPIA E TRANSFERÊNCIA E A


EMERGÊNCIA DO SISTEMA DE FATORES INTEGRADOS

Purported spontaneous psi phenomena, psychotherapy and transference and the


emergence of the system of integrated factors

André Percia de Carvalho


Psicólogo e Consultor Empresarial
Full Member of the Paapsychological Association

Resumo
Neste artigo, o autor relata estudos de caso que sugerem conexões entre a ocorrência do fenômeno
psicológico chamado por psicoterapeutas de ―transferência‖ no contexto de processos de psicoterapia e
supostos fenômenos psi espontâneos. Em sua hipótese de trabalho, psi poderia ocorrer espontaneamente
em indivíduos neuróticos como uma extensão de aspectos psicodinâmicos e suas variações, considerando
demandas e outros importantes aspectos sócio-culturais aparentemente favoráveis na cultura brasileira. É
então proposto o modelo ―Sistema de Fatores Integrados‖ que sugere a interação da história pessoal com a
influência cultural que contém crenças abertas a manifestações anômalas contribuindo para a formação de
uma personalidade com predisposição a experimentar supostos eventos psi.

Palavras Chave: Transferência - Psicoterapia - Psi espontânea - Psi e psicodinâmica

Abstract
In this article, the author describes study cases which suggest connections between the occurrences of
psychological phenomena called by Psychotherapist as ―transference‖ in the context of psychotherapeutic
process and purported spontaneous psi phenomena. In his working hypothesis, psi could work spontaneously
in neurotic individuals as an extension of psychodynamic aspects and its variations, which contemplate
important social-cultural aspects and demands apparently favorable to such occurrences in the Brazilian
culture. It is then proposed a model called ―System of Integrated Factors‖ which suggests the interaction
between the subject‘s personal history with the cultural influence that holds beliefs open to anomalous
influence, helping to establish a personality with predisposition to experiment purported psi events.

Keywords: Transference – Psychotherapy – Spontaneous Psi – Psi and psychodynamics

Minhas investigações preliminares com os relatos de poltergeits que me levaram a escrever artigos para
Convenção da PA e JSPR, o livro "Casas Mal-Assombradas" e o ―Caso Cristina‖ (Carvalho, 1992) publicado e
apresentado nos círculos parapsicológicos mundiais na época e os relatos que colhia de supostos casos
espontâneos me faziam especular que era simplesmente impossível pensar em supostos fenômenos ‗psi‘
destituídos da estrutura psicológica de quem os experimenta.

Nesta época, coincidentemente, ministrava muitos cursos e palestras sobre temas variados, entre os
temas, muitos relacionados a pesquisas e investigações parapsicológicas. Como havia me formado em
psicologia clínica, muitas pessoas que assistiam a minhas palestras me procuravam para sessões de
psicoterapia.

Sempre tive bem claro em minha mente qual era meu papel enquanto psicoterapeuta: Ouvir as "queixas"
e tudo mais que o paciente trazia perceber padrões e dinâmicas psicológicas, dar feedbacks progressivos
sobre o que estava percebendo, e, dentro da medida do possível, dentro da realidade, visão e expectativas do
mesmo, trabalhar com o cliente soluções a curto, médio e longo prazo para seus problemas.

De vez em quando ouvia relatos onde clientes vivenciavam possíveis eventos parapsicológicos, mas,
devido a minha relação terapêutica para com os mesmos, lidava com estes relatos assim como lidava com
qualquer outros, sem enfatizar qualquer possibilidade de serem ―autênticos‖, pois não era minha função
investigá-los naquela situação. No entanto, alguns casos foram bem marcantes e merecem ser relatados, pois
tive a oportunidade de ser uma espécie de "testemunha" da suposta autenticidade dos mesmos. Pedi então
autorização dos pacientes para tal, me e me comprometendo a modificar nomes e outros fatores que
pudessem identificá-los, mantendo, contudo os fatos e dinâmicas psicológicas intactos.

Na maioria dos casos que pude observar nos meus consultórios, os mais notáveis foram aqueles em
que os pacientes estavam em situação de "transferência". Vamos começar explicando conceitos de terapia e
de transferência.

O termo "transferência" é usualmente associado a psicanalistas Freudianos (e.g. Nemiah, 1975, p.177)
mas também foi usado por Jung (e.g. 1966) assim como por membros de outras "escolas" de terapia (e.g.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 42

Jourard,1964,cap. 8). Na transferência, clientes "transferem" ou "projetam" necessidades "eróticas",


"agressivas", "regressivas" e muitas outras demandas não resolvidas em relações interpessoais anteriores,
padrões quem sabe formados na infância, sobre o terapeuta (Nemiah,1975,p.177).Tais projeções são tidas
como disfuncionais em sua natureza, pois são padrões de comportamento, sentimento e pensamento que se
interpõe entre o cliente e as pessoas com as quais se relaciona, distorcendo o que é percebido ou comunicado
a ele (a). Por exemplo: Se a pessoa acredita ser freqüentemente alvo de perseguição, tudo o que percebe
pode ser distorcido ou interpretado como um ato de perseguição contra ela. Quando o terapeuta começa a
trabalhar com ela, e dando-lhe feedback sobre suas limitações, pode achar que ele deseja persegui-la, como
os demais que a cercam.

A transferência serve como um fator que traz significado aos encontros e relações que o cliente mantém.
No entanto, a disfuncionalidade observada na repetição e desenvolvimento do padrão impede seriamente a
maturidade, que viria justamente do encontro do paciente com a sua história: suas limitações, seus medos etc.
- encontro este que tende a ser evitado. Exemplo: No caso da perseguição, todos o perseguem, inclusive o
terapeuta, em sua percepção. O que ele não percebe inicialmente é a sua própria dose de responsabilidade na
situação, suas dificuldades pessoais em resolver problemas interpessoais e até o quanto, inconscientemente,
ele pode estar incitando pessoas a perseguirem-no.

O autor não assume uma posição mais radical como fazem os psicanalistas de assumir que a
transferência é inevitável para o sucesso de uma psicoterapia. No entanto quando ela surge, geralmente
provoca importantíssimos insights sobre a estrutura de personalidade do cliente. Quando ela surge, é
fundamental que seja sinalizada para que ele observe suas próprias tendências, pois nem sempre ele sabe ou
percebe seus padrões de comportamento, sentimento e comportamento de forma plena. Ai então, mais
consciente, poderá decidir de forma cada vez mais madura o que fazer naquela - e em outras - situações
semelhantes.

PROBLEMA E MÉTODO

Clientes de psicoterapia são uma população única para a exploração da possível relação entre a
transferência e psi, pois sua relação com seus terapeutas é única em suas vidas. Neste estudo, vou descrever
quatro casos onde acredito que essa correlação aconteceu, e tentarei traçar um esboço sobre as implicações
deste suposto fenômeno.

Caso 1: Frida

Frida iniciou seu tratamento psicoterápico comigo em Dezembro de 1991. Era uma mulher divorciada há
mais de vinte anos e tinha um casal de filhos, ambos em torno de trinta anos de idade. Frida era a filha mais
nova de uma prole que tinha três irmãos mais velhos. Desde seu nascimento, houve graves deficiências de
cuidados de seus pais para com ela, sendo que, num dos episódios, ela quase morreu, pois desenvolveu
anemia devido à alimentação inadequada.

A vida sexual de seus pais também lhe causou problemas. Na infância, sofreu vários abusos sexuais por
parte do pai. Custou-lhe muito tempo de terapia para separar em sua mente a diferença entre o amor que
sentia pelo pai e o ódio que sentia pelos seus atos. Sua mãe, por outro lado, fazia uma coleção de novelas
eróticas, as quais Frida teve acesso ainda bastante jovem, o que serviu de base inicial para que desenvolvesse
de forma bastante precoce suas próprias fantasias sexuais.

Quando tinha quatorze anos, sua mãe que, há muito era promiscua sexualmente, abandonou a família.
Todo o seu quadro familiar e recentes experiências deixaram-na bastante confusa a respeito de conceitos de
amor, sexo, intimidade e família. Se por um lado fazer sexo era algo extremamente "fácil" para ela, desenvolver
e manter "amizade" por pessoas era algo quase que impossível. Tinha dificuldade em ter uma relação
emocional íntima com seus parceiros, ao mesmo tempo em que fantasiava encontros eróticos com seus
poucos amigos. Sexo, amizade e relacionamento interpessoal estavam profundamente misturados em sua
mente. Como não acontecia "sexo" com os amigos nem "intimidade" com seus parceiros, ela não se sentia
motivada para persistir em nenhuma destas categorias de relações. Ficava presa num círculo vicioso da busca
de algo que nunca se completava - ou nunca era bom o bastante, o que a deixava deprimida.

No meio de um complicado divórcio e de uma depressão avassaladora, Frida descobriu o "universo" de


práticas alternativas e religiosas que davam a ela a visão de um mundo melhor, mais justo, onde seus
sofrimentos passaram a ser interpretados como "carma" ou provações pelas quais tinha que passar como um
caminho para o seu desenvolvimento pessoal e espiritual. Tal enfoque trazia-lhe mais conforto e tranqüilidade
e penso que, neste momento, ficou bastante claro que a solução de seus problemas deveria ser buscada "fora"
e não "dentro" dela. Entre as práticas as quais ela passou a se dedicar destacam-se: Yoga, meditação,
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 43

religiões afro-brasileiras, espiritismo Kardecista, controle mental, Tai-shi-shuam, parapsicologia entre muitas
outras atividades que buscavam "trabalhar" corpo, mente e espírito. Entre suas leituras preferidas estavam
livros de psicologia Junguiana, teologia e filosofia oriental.

Durante o processo de terapia, Frida desenvolveu uma forte transferência com relação ao autor,
projetando sua necessidade de busca de amor, amizade e intimidade. Muitos foram os sonhos em que Frida
relatou onde tinha relações sexuais ou de grande intimidade comigo.

Evento 1

Neste processo, durante um período em que pude combinar minhas férias com conferências na Europa
em que fui convidado a participar como palestrante, viajei com uma amiga minha. Frida , assim como os meus
outros pacientes, não sabia nenhum detalhe, sequer superficial, sobre meu itinerário ou sobre minha amiga.

Em 05 de Outubro de 1993, tive uma agenda profissional bastante cheia. Passei todo o dia participando
de um debate num estúdio de televisão em Valência, Espanha, e usava um paletó cinza e uma camisa azul
que havia adquirido um dia antes de embarcar para a Europa (nem pessoas da minha família puderam vê-los).
Retornei ao hotel a uma da madrugada e, do saguão do hotel, de uma sofisticada cabine, telefonei para o
quarto de minha amiga perguntando se ela gostaria de jantar, quando fui informado por ela que os restaurantes
do hotel e das redondezas já estavam fechados, sendo que só o serviço de quarto funcionava.

Fui para o quarto dela esperar o lanche. Logo, gostosos sanduíches e refrigerantes foram trazidos numa
exótica bandeja de prata que era grande e comprida.

Retornei ao Brasil no dia 07 de Outubro de 1993 e meu primeiro encontro com Frida aconteceu no
subseqüente dia 12. Ela iniciou sua sessão puxando da bolsa um caderno onde anotava sonhos e
pensamentos. Queria me contar um sonho que teve no dia 05 de Outubro que a havia marcado. No sonho,
Frida andava por uma cidade "estrangeira" e chegava a um grande hotel, perguntando a recepcionista pelo
meu quarto. Andou pelo saguão até achar algo que se parecia com uma cabine telefônica. Ao discar para o
meu quarto, uma mulher atendeu, fato este que a deixou furiosa de ciúmes. Tomou o elevador e dirigiu-se ao
meu quarto. Quando ela bateu, eu teria aberto a porta usando uma camisa azul e um paletó cinza. Ela
começou a justificar seus sentimentos para mim, quando inesperadamente entrou um garçom trazendo meu
jantar em uma "atípica" bandeja de prata que era grande e comprida.

Até aquela data, Frida jamais havia saído do Brasil. Esse foi um dos relatos mais impressionantes e
fidedignos que já tive a oportunidade de testemunhar, e tenho consciência de como soa impressionante e
dramático.

Evento 2

Em certa ocasião, Frida se desligou da terapia por quatro meses, pois foi agraciada com uma bolsa de
estudos envolvendo práticas alternativas no Nordeste Brasileiro. Neste período, não nos comunicamos. No
final do quarto mês em que ela estava ausente, devido a um quadro de estresse, tive uma semana em
particular, onde senti sintomas físicos desagradáveis, como um leve aumento de minha pressão sangüínea, dor
de cabeça etc. Fui forçado inclusive a desmarcar consultas por quase uma semana. Três dias depois do ápice
do meu quadro físico desagradável, recebi um cartão postal dela, me mandando notícias positivas e
expressando claramente sua preocupação com minha saúde, pois havia tido uns sonhos que sugeriam que eu
não estava bem de saúde.

Estas experiências parecem sugerir que:

1 - O período em que acontece a transferência pode ser propício à ocorrência de eventos


parapsicológicos espontâneos, o que já foi sugerido em literatura especializada (e.g. Eisenbud,1970;
Tornatore,1977).

2 - A natureza das supostas experiências psi poderiam propiciar a fluência de informações anômalas
(e.g. telepatia, clarividência, precognição) ou de influência anômala (psicocinesia).
Caso 3 - Wanda

Wanda iniciou um ciclo de sessões psicoterápicas por causa de recorrentes fobias. Ela tinha quarenta
anos. Apesar de casada, havia cuidadosamente construído e mantido uma verdadeira "corte" de irmãos e
irmãs que a protegiam e "mimavam‖. Suas fobias eram de ficar em locais fechados, tomar um simples
elevador, andar de avião, se separar de sua "corte" familiar etc. Inconscientemente sua família a superprotegia
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 44

como se ela fosse uma criança pequena, evitando que ela se confrontasse com suas limitações. Para que
mudar?

Nasceu no seio de uma família de orientação Católico - Romana, recebeu sua educação por muitos
anos em colégios de freiras. No entanto, adulta, passou a interessar-se e freqüentar reuniões espíritas, embora
não tivesse abandonado totalmente o catolicismo.

Wanda relatou-me muitas experiências que poderiam ter sido psi espontâneas, consistente com relatos
e observações feitas por pesquisadores, além de ter se interessado por toda uma gama de assuntos como
"controle mental", "poder da mente" etc.

Algumas poucas semanas foram suficientes para que Wanda pudesse desenvolver uma forte
transferência em relação a mim. Ela projetava, sobretudo, sua necessidade de se sentir amparada, protegida e
preenchida por alguém. Inúmeros eram os argumentos que defendia onde acreditava ter de encontrar
"pessoas", "coisas", religiões, gurus que pudessem ajudá-la, conduzi-la, etc. Por muito tempo, ela quis me ter
como sendo esse "alguém".

No "auge" da transferência, aproveitei a semana do carnaval para tirar uns dez dias de descanso, pois
há muito não o fazia, onde viajei para longe e não mantive contato com nenhum cliente. Como raramente deixo
de misturar "trabalho" com "prazer", levei na ultima hora um texto que estava preparando para uma conferência
a qual havia sido convidado a participar. A data - limite de entrega estava bem próxima, e minha pouca vontade
de trabalhar nisso por causa das curtas férias me deixava preocupado, pois precisava me motivar e escrever
um bom trabalho. Quando retornei para meus atendimentos, Wanda, em sua primeira sessão, relatou um
sonho onde me via extremamente preocupado em terminar um trabalho para apresentar num congresso.

Novamente, mais um cliente pareceu haver incorporado no material de seus sonhos aspectos da vida
pessoal de seu terapeuta, os quais não poderia ter acesso por vias normais, num período de intensa
transferência.

Caso 4: Janaína

Janaína tinha quarenta anos quando iniciou tratamento psicoterápico comigo.

Divorciada duas vezes, tinha um casal de filhos ambos na faixa dos 20 anos, do primeiro casamento.
Quando Janaína tinha 4 anos, seu pai morreu. Sua mãe, sem condições de criá-la, levou-a para o interior para
morar com sua madrinha e sua avó por mais de sete anos.

Sonhava diariamente que sua mãe era uma mulher perfeita, quase "santificada" que iria buscá-la um
dia. Isso de fato aconteceu sete anos depois, mas no lugar de uma "santa", encontrou uma mãe afetada por
graves distúrbios mentais que a obrigava a fazer duros trabalhos caseiros além de espancá-la e torturá-la
fisicamente de diversas formas.

Não tardou muito para que Janaína Concluísse que sua mãe não era perfeita, mas não desistiu de
procurar essa "perfeição" em pessoas, coisas, religiões diversas. Freqüentava a Igreja católica, era "médium"
em terreiros de Umbanda e Candomblé, praticava Yoga, meditação, participava de um grupo de estudo espírita
Kardecista e outro de temas parapsicológicos com uma abordagem mais científica.

Intelectualmente era brilhante, com especial inclinação para matemática e física. Emocionalmente, era
um turbilhão. Era extremamente desconfiada das pessoas, tinha dificuldade de fazer amizades, também ficava
extremamente confusa ao tentar diferenciar amizade e sexualidade.

Falando em sexualidade, a ausência da mãe foi preenchida por fantasias de encontrá-la novamente,
uma "mulher perfeita". Quando a encontrou queria dar e receber amor. No lugar, encontrou violência. Não foi
surpresa verificar que mais do que "carinho", Janaina excitava-se sexualmente com violência, e apresentou
traços de bissexualidade, com a observação de que buscava mulheres perfeitas que a completasse. Na
descrição de suas fantasias, parecia querer se comportar algo semelhante como uma "filha". Nitidamente
buscava a mãe "perfeita" que não teve.

A constante busca da "pessoa perfeita" que faria uma grande diferença em sua vida, não tardou a se
transformar numa forte transferência em relação ao autor. Na sua fantasia, seu terapeuta tinha de ser perfeito e
infalível, dizendo sempre a palavra certa e usando a técnica certa. No decorrer da terapia, disse que, naquele
momento de sua vida, eu era a única pessoa disposta a ouvi-la e tentar "compreendê-la" e "ajudá-la". Sentia-se
pela primeira vez segura para falar sobre os detalhes mais íntimos de sua vida.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 45

Recusava-se a me perder e a ver o meu lado humano. Não tardou para que tivesse sonhos de
envolvimento afetivo e/ou sexual com a figura do terapeuta. Neste período experimentou eventos onde
aparentes fenômenos psi preencheram lacunas existentes no nosso relacionamento.

Evento 1

Em Novembro de 1993, um amigo que acabara de chegar dos Estados Unidos telefonou para meu
consultório no Rio, inesperadamente, me convidando para jantar em sua casa naquela noite. Como não tinha
compromissos, aceitei de pronto o convite. Chegando lá, uma das primeiras coisas que ele fez foi me mostrar
algo que havia comprado. Tratava - se de uma esfera de vidro cuja base era conectada à eletricidade. Pos o
seu quarto no escuro e ligou o aparelho. De uma esfera menor no centro, raios rosados eram lançados até se
encontrarem com o limite do vidro. Os raios também modificados em tamanho, forma e intensidade de acordo
com música e com os sons que emitíamos. Um outro botão do dispositivo foi acionado, e os raios se
transformaram então em uma espécie de fumaça rosada. Em seguida, meu amigo me mostrou um dispositivo
de slides, uma espécie de óculos que criavam um efeito de três dimensões durante a exposição das imagens.
Eu vi cenas que retratavam a cidade de Amsterdã com tulipas, roupas típicas etc.

Terminado o jantar voltei para minha casa e, além de nem sequer falar ao telefone com nenhum
paciente, não comentei com ninguém que havia jantado fora e o que havia acontecido.

Na manhã seguinte, atendi Janaína, que iniciou a sessão ansiosa por me contar um estranho sonho que
havia tido comigo naquela noite.

No sonho, ela estava dormindo quando despertou e descobriu que havia uma cama ao lado da sua,
onde um homem dormia. Primeiro teve a impressão de ser seu primeiro marido, depois seu filho. Ao mesmo
tempo, surgiu uma figura espectral na escuridão que queria atacá-la.

No meio disso eu havia surgido no sonho e me propus a explicar que tal figura espectral não era real, e
sim fruto de um truque sofisticado, uma ilusão. Eu usava uma espécie de sobretudo transparente que liguei a
uma tomada. De repente a roupa começou a soltar raios cor-de-rosa e uma fumaça rosa que se desprendia da
parte inferior do sobretudo. Fazendo isso, eu teria demonstrado o "segredo" do espectro.

Na segunda parte do sonho, Janaína me viu andando por uma cidade estrangeira que arriscou
descrever como "Européia". Viu-me apreciando coloridas flores de caule fino e comprido.

Evento 2

Pouco tempo depois deste intrigante sonho, eu vivia a expectativa da chegada de uma razoável soma
de dinheiro vinda do editor que publicou meu primeiro livro na Espanha, pois com o capital, poderia fazer
urgentes reformas no meu consultório. No período em que considero como tendo sido o "auge" de minha
expectativa, Janaína teve um sonho no qual uma voz pedia que ela me incentivasse a jogar numa loteria
disponível no Brasil, e que eu apostasse no número 1320. Curioso com o sonho, depois que atendi a todos os
clientes daquela manhã, procurei uma loja de loteria e, para meu espanto, soube que o sorteio daquela manhã
havia resultado no número 1320.

É importantíssimo dizer que minha sessão com Janaína ocorreu às 8 horas da manhã, que o sorteio
ocorreu às dez horas e que eu só soube do resultado às 12h30min do mesmo dia.

Janaína exibiu estes e outros eventos de menor repercussão durante o período em que sua
transferência esteve mais intensa, e de alguma forma ela satisfez minha curiosidade em observar mais de
perto eventos desta natureza. Sua representação da desmistificação do espectro parece ter relação com
minhas constantes tentativas neste período de trabalhar terapeuticamente sua fixação em mim.

Caso 5 : Pedro

Pedro tinha 26 anos de idade quando iniciou terapia comigo, em 1991, permanecendo por três anos em
tratamento. Muitos foram os interesses manifestos por Pedro em relação à psi e assuntos "mentais" que, desde
muito jovem, fizeram com que desenvolvesse uma forte predisposição para experimentar possíveis fenômenos
parapsicológicos. Dez anos de meditação. Nove anos de profundas leituras e cursos envolvendo inúmeros
temas relacionados à parapsicologia, meditação, hipnose, estados alterados de consciência, antropologia,
teologia, psicologia, Jung, mitos etc. Freqüentemente praticava relaxamento, auto - hipnose, etc.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 46

Sua história de vida fazia com que acreditasse que era um perdedor, e desenvolveu como conseqüência
um forte sentimento de inferioridade. Pedro é bissexual, e, um dos motivos que o trouxe para a análise foi sua
recém descoberta (e até então problemática) homossexualidade. Sentia-se um perdedor no amor. Tinha uma
fantasia inconsciente de que ele não seria jamais valorizado e de que as pessoas eram muito "bondosas" por
estarem tendo um relacionamento com ele. Tal crença valia também para amizades.

Pedro sentia-se "fraco‖. Emocionalmente imaturo, buscava constantemente fora de si pessoas e


situações que pudessem "completá-lo". Queria sentir-se "protegido" por aqueles com quem se relacionava.
Suas relações interpessoais sempre acabavam mal, pois a intensidade de projeções era tamanha que,
raramente, conseguia ver a pessoa como ela realmente era, e as pessoas não estavam sempre interessadas
em se tornar esses personagens fantásticos que ele criava.

Falando especificamente de relações afetivas - sexuais, a terapia fez com que ele descobrisse um
padrão psicológico onde tendia a se comportar como um "filho" querendo ser amparado por seu(s) "pais". Tal
padrão também trazia muitas complicações na manutenção das mesmas.

Pedro já havia me relatado vários eventos que poderiam ter sido "psi espontâneos" antes que eu
pudesse testemunhar vários episódios.

Evento 1

Numa certa noite de uma época em que Pedro esteve envolvido numa relação com um rapaz, mas ou
menos de sua idade, ele assistia a uma divertida comédia na televisão do grupo "Montyphyton", quando teve
uma abrupta mudança de humor. Desligou-se do programa, pos - se de pé, experimentou uma forte angústia e
uma taquicardia, enquanto um forte sentimento de que algo muito perigoso estava acontecendo com seu
amigo.

Neste meio - tempo, ele me telefonou pedindo-me uma sessão extra de terapia no próximo dia. Contou-
me sobre sua experiência, e interpretou-a como um fenômeno puramente psicológico, fruto dos problemas que
ainda precisava resolver, pois já estava numa fase em que reconhecia seus padrões disfuncionais e estava
disposto a fazer o que pudesse para evitá-los e resolvê-los. Marcamos então uma sessão extra para a próxima
tarde.

Na manhã seguinte, Pedro me telefonou novamente para me contar que, logo após o nosso telefonema,
seu namorado o contatou dizendo que estava voltando da casa da mãe dele, num bairro de classe alta do Rio
de Janeiro quando, ao parar num sinal, foi abordado por homens armados que lhe fizeram ameaças, inclusive
de matá-lo, mas, felizmente, conseguiu escapar.

Evento 2

Não muito longe desta data, Pedro estava dormindo ao lado de seu amigo quando despertou de um
terrível pesadelo: Ambos andavam num lugar escuro, quando então surgiu um homem que tentou atirar no
amigo com uma arma.

Coincidentemente, na manhã seguinte, Pedro tinha uma sessão comigo, quando relatou seu sonho, o
qual foi imediatamente interpretado por ele como uma extensão de sua psicodinâmica: Medo de perder aquele
que, além de amar, transmitia-lhe a sensação de proteção e segurança, sensação de ameaça e medo da perda
etc. Naquela mesma tarde, contudo, Pedro me telefonou dizendo que seu amigo esteve inusitadamente sob a
mira de um revolver. Ele trabalhava em um hospital e, um marido inconformado com a morte de sua esposa,
puxou uma arma de sua pasta e ameaçou matar todos quanto pudesse. Se não fosse a habilidade dos
seguranças do hospital, o amigo de Pedro poderia estar morto.

No caso de Pedro, havia uma intensa transferência e projeções em relação a seu companheiro e seu
terapeuta (eu) era visto como aquele a quem ele podia confiar e recorrer quando necessário. Ele também me
via como uma fonte externa de ajuda, projetando sua forte necessidade de proteção e amparo. Seus eventos
não só "monitoravam" seu amigo, como "antecipavam" seu contato comigo - duas pessoas alvos de sua
intensa projeção.

DISCUSSÃO

Há uma extensa literatura em Parapsicologia sobre a possibilidade de ocorrência de fenômenos psi


envolvendo a relação psicoterápica. Um grande estudioso deste assunto é sem dúvida Ehrewald (1952).
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 47

Um pesquisador de nome Tornatore (1977) recebeu respostas de mais de 600 questionários enviados a
psiquiatras. Entre aqueles que admitiam a possibilidade da ocorrência de fenômenos psi entre eles e seus
clientes relacionaram os mesmos aos períodos de intensa transferência. Ademais, 79% deles afirmavam
acreditar que tais fenômenos possam ocorrer.

Mintz (1983) descreveu aquilo o que poderia ser o gerenciamento uma vez tendo ocorrido em ambiente
terapêutico e Ullman (1979) descreveu sua ocorrência em sonhos.

Na concepção de Ehrewald (1977), Clientes de psicoterapia parecem sempre confirmar, com seus
relatos, sonhos e comportamentos, as doutrinas sobre as quais seus terapeutas acreditam. Clientes de
terapeutas que seguem a Psicanálise Freudiana, freqüentemente relatam sonhos abundantes em símbolos
fálicos, complexo de Édipo e castração etc. ao passo que clientes de Junguianos relatam sonhos repletos de
mitos e arquétipos. Seguindo esta linha de pensamento, clientes de terapeutas que acreditam em psi poderiam
ter sonhos, sensações e comportamentos onde psi surgiria, e nada melhor do que "provocar"
(inconscientemente) o terapeuta fornecendo detalhes que envolvam sua vida pessoal.

Se tais fenômenos forem verdadeiros, sua sinalização para o cliente seria fundamental, para que o
mesmo pudesse perceber a extensão de sua transferência, pois é desta forma que cada terapeuta faz com que
o cliente entenda as tendências e os padrões que existem dentro dele. A consciencientização é o único
caminho que poderá abrir a perspectiva para um repensar e para um redirecionamento da vida dos pacientes
como um todo.

Acredito que a sinalização deva ocorrer independente de o terapeuta ter ou não a certeza de que tais
fenômenos são autênticos, onde o foco deve permanecer na questão e na dinâmica transferencial, que é o que
interessa para seu crescimento.

Os casos que relatei não constituem uma evidência científica de que há de fato fenômenos
parapsicológicos ocorrendo entre clientes e terapeutas ou em demais situações onde ocorrem transferências e
projeções psicológicas. Tal como foi assinalado por outros colegas, os "supostos" fenômenos que venho
observando, como os exemplificados no presente artigo parecem estar bastante relacionados com a estrutura
psicológica daqueles que os experimentam, desempenhando um papel fundamental em suas vidas. Embora
relacionados a algumas complicações psicológicas, penso que psi parece ser um elemento que tende a
desempenhar uma função saudável no psiquismo das pessoas.

Em todos os casos que analisei tal possibilidade de ocorrência, dada à frágil estrutura de personalidade
dos sujeitos, a ausência dos eventos psi que relatei faria com que tivessem de encarar as situações sem
terem condições, eventos esses de forte teor emocional que poderiam, naquele momento, leva-los ao
agravamento de suas tendências psicopatológicas. "Ruim com eles... pior sem eles".

Porque estas pessoas parecem ter experimentado fenômenos parapsicológicos? Para mim a resposta
está no cuidadoso estudo dos próprios sujeitos. Alguns elementos parecem estar presentes nos casos em que
pude estudar:

1 - A fantasia psicológica que os predispunham a acreditar que respostas para seus problemas estavam
em coisas, pessoas e situações "externas".

2 - Todos tinham demandas e necessidades que, dentro de suas visões pessoais, estavam
"insatisfeitas" ou "incompletas" em sua interação ordinária com seu mundo. Minhas observações sugerem que
os supostos eventos psi ajudaram-nos a prolongar a crença de que, de alguma forma, podiam atendê-las. Tal
crença obsessiva é um mecanismo psicológico defensivo que os estavam impedindo de encarar seus temores
e dificuldades. A crença no impedimento de encará-los teria origem na frágil e imatura personalidade que
possuíam até então. Simplesmente não tinham estrutura emocional para fazê-lo, e precisavam de uma
estratégia que impedisse um colapso ou crise psicológica. A possibilidade de psi e suas interpretações místicas
- religiosas parecem construir uma fantasia onde os sujeitos transferem a responsabilidade, mais uma vez,
para agentes "externos".

3 - De acordo com o pensamento de Ehrewald, meus clientes, sabendo de forma consciente ou


inconsciente de minhas inclinações ao estudo da parapsicologia, poderiam ter produzido tais fenômenos para
se aproximarem cada vez de mim e/ou obter minha aprovação.

4 – Todas as pessoas estavam de alguma forma envolvidas em práticas e meios que induzem a Estados
Alterados de Consciência: Transes religiosos, auto-hipnose, meditação etc. A pesquisa experimental tem
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 48

demonstrado relação significativa entre Estados Alterados de Consciência e resultados significativos sugestivos
da existência de Psi na pesquisa experimental.

O Sistema de Fatores Integrados

Com base em muitas observações e relatos, como os publicados nos anos de 1990 no JSPR, comecei
aos poucos a esboçar uma hipótese de trabalho onde procurei relacionar os três fatores que sempre estavam
presentes nos casos em que pude estudar. Em meio às questões psicológicas ordinárias, aparentes
fenômenos parapsicológicos foram observados.

Fator I - Contexto sócio - cultural no qual o sujeito está inserido

Todos os sujeitos de meu estudo estavam de alguma forma em contato com um sistema social e cultural
cujas premissas, de alguma forma, apoiavam a crença na ocorrência do que parapsicólogos poderiam chamar
de ―psi‖ ou paranormalidade.

Todos os sujeitos e/ou suas famílias estavam inseridos, em maior ou menor contato em religiões ou
práticas abertas ao ―paranormal‖. Quando acreditamos em poderes da mente, ou na manifestação de anjos e
entidades, ou práticas que estudam ou crêem na ―paranormalidade‖, estamos nesta categoria (controle mental,
Rosacrucionismo, meditação, religião etc.).

Vou mais longe com minhas especulações: tendo nascido numa cultura que apóia sistemas de crenças
abertos ao ―paranormal‖ uma pessoa se tornaria inconscientemente predisposta a experimentá-los, mesmo que
conscientemente sustente um discurso cético (lembre-se, por exemplo, do caso da avó de Cristina que era
católica mas dissociava-se e ―incorporava‖ o espírito de um índio curandeiro sem que esta soubesse
conscientemente, brevemente relatado em Carvalho,1992).

Em ultima análise, a maioria das culturas existentes acredita em uma forma ou de outra na eventual
―intervenção‖ de forças sobrenaturais em nossa realidade ordinária. Seria por isso que quase todas as culturas
forneceram ao longo de sua história vários relatos de eventos que poderiam ter sido ―paranormais‖?

O caso do Brasil é especial, pois um mesmo indivíduo se vê exposto a muitos sistemas de crença
abertos ao ―paranormal‖, cujas práticas incluem rituais que poderiam induzir Estados Alterados de Consciência,
outro aparente facilitador de experiências psi.

Fator II - História pessoal

A história pessoal parece ser de fundamental importância para ―criar referências‖ que vão moldando
gradativamente as características e inclinações do sujeito. Lembrem-se: Cristina foi superprotegida pelo pai
(Carvalho 1992). Esse foi um dos fatores que criou uma fantasia onde precisava controlar e monitorar aqueles
que eram importantes para ela (filhos, marido, família, amigos) evitando assim sofrimento os quais não podia
suportar.

Pedro foi excessivamente cobrado e recriminado em sua infância e, em decorrência disso, desenvolveu
um forte complexo de inferioridade que o levou a fantasiar que a ―solução‖ para seus problemas estava em
buscar pessoas ―fantásticas‖ que o protegeriam e cuja interação ajudaria a resolver seus problemas (seus
namorados, seu terapeuta). Precisava ter a sensação de que estas pessoas estariam com ele, e seus eventos
―psi‖ aconteciam mediante a possibilidade de perdê-las

Frida sentia-se fortemente transferida por mim, porque eu era devido ao vínculo psicoterápico um dos
poucos com o qual ela conseguia manter sua projeção que era uma mescla da busca de amizade, intimidade e
desejo de realizar - se sexualmente, tem clara origem em sua história pessoal e desenvolvimento.

O mesmo ocorre nos demais casos relatados aqui e nos estudos de caso que já publiquei (Carvalho
1992,1994, 1995 entre outros). A história pessoal desenvolvendo um padrão psicológico de importância
fundamental para os fenômenos que iriam ocorrer com seus sujeitos.

Fator III - Estrutura da personalidade dos sujeitos, com crenças que favoreceriam a ocorrência de psi.

A partir do momento em que nascemos, vamos interagindo com o mundo e tendo experiências
prazerosas e desprazerosas. Com base nestas experiências, principalmente se nossa exposição a eventos
semelhantes tem o mesmo significado, vai se formando na mente códigos de referência que chamei de
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 49

padrões indutores, pois formam um vínculo em nossas mentes pelo qual tenderemos a interpretar os eventos
que iremos experimentar no futuro.

Para Pedro, houve muitos momentos em sua vida onde ele se sentiu miserável, diminuído e
completamente indefeso. Coincidentemente, cruzou com pessoas que foram ―amigas‖ cujos gestos e/ou
palavras ajudaram - no a superar crises que estava vivendo. A partir de algumas experiências, adotou
inconscientemente o ―padrão indutor‖ de tornar-se dependente de fontes externas para aliviar seus temores
existenciais. ―Indutor‖ por que o padrão que se formou passou a ―dirigir e organizar suas buscas, anseios e
necessidades‖ na vida.

―Padrões Indutores‖ organizam nossos processos de pensamento, sentimento e comportamento, e


compõe a imagem que transmitimos para o mundo. O ―mundo‖ ―compra‖ esta imagem e tende a nos tratar
coerentemente com ela, o que vai continuamente reforçando o padrão, mantendo-nos num círculo vicioso que
cresce e se desenvolve cada vez mais.

Os sujeitos que observei tinham padrões indutores que os caracterizavam e os supostos fenômenos
parapsicológicos que relatei estavam diretamente relacionados às tendências e inclinações de tais padrões: No
caso, padrões de motivação neurótica. Em outros momentos, padrões para a manutenção da integridade física
e emocional.

Não podemos ainda nos esquecer do fenômeno ―modelagem‖. Podemos modelar inconscientemente
padrões psicológicos e comportamentais diversos de outras pessoas, incorporando-os em nossa estrutura
psicológica. Os sujeitos aqui estudados parecem ter incorporado padrões ou modelos tanto neuróticos quanto
sociais e culturais (crenças, hábitos, atitudes e práticas religiosas coerentes com o meio sócio-cultural no qual
estavam inseridos).

Os três fatores juntos provocariam uma ―reação química‖ que favoreceria ocorrências parapsicológicas.
O fator I seria muito importante, pois uma cultura que ―ampara‖ e ―dá as boas vindas‖ a pessoas que
manifestam possíveis eventos psi facilitaria a interação entre os envolvidos, assim como ajuda na
predisposição para a vivência de tais eventos.

Em muitos ambientes místicos e religiosos, ―premonições‖, ―telepatias‖ e ―curas‖ são vistos não como
―fenômenos psi‖, mas como ocorrências bastante possíveis que são, aliás, muito bem - vindas, pois tendem a
retroalimentar a crença, funcionando quase como uma ―confirmação‖ e ―motivo‖ para que a mesma se
perpetue.

Antropólogos de todo o mundo estudam o sincretismo religioso ou ―mix‖ de crenças que ocorrem no
Brasil. É possível encontrar muitas pessoas que sejam, por exemplo, católicas, mas que eventualmente vão a
reuniões espíritas, consultam o mapa astral, praticam meditação, visitam mensalmente cultos de filosofia
oriental e façam cursinhos de ―parapsicologia‖. Estas pessoas expõem-se a vários sistemas de crença abertos
ao ―paranormal‖. Tais indivíduos estariam potencialmente inclinados a experimentar fenômenos psi.

Apresentarei uma equação que penso ajudar a compreender a dinâmica que ocorre entre fenômenos
psicológicos ordinários e fenômenos parapsicológicos:

FATOR I + FATOR II = FATOR III

O ambiente sócio cultural parece ser um dos fatores mais dominantes. Em minha opinião, o que tem
maior poder de construir e respaldar significados para dar sentida a nossa realidade. Em outras culturas menos
diversificadas ou bem fechadas ao ―místico‖, a crença cultural fecha portas para situações e práticas que
poderiam ser facilitadores de psi. No Brasil, em outros países ou no seio de culturas semelhantes, indivíduos
deixarem-se fluir numa situação favorável a psi (Estados Alterados, Crença favorável etc.) não só não causa
espanto, como também é muito bem vindo.

Esta idéia da supremacia de mitos e crenças não é original, tendo sido colocada de diferentes formas
por diferentes estudiosos. Entre eles destaco Carl Gustav Jung que propôs a existência de ―arquétipos‖ e do
―Inconsciente coletivo‖.

MECANISMOS DE DEFESA E NEUROSES CULTURAIS

Assim como existem indivíduos que se defendem psicologicamente do sofrimento podendo até se tornar
neuróticos, existem também casais neuróticos e famílias neuróticas. Existem trabalhos e empresas
neuróticas... Por que não admitir a existência de ―culturas neuróticas‖?
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 50

Não estou aqui atribuindo nenhum valor pejorativo a tais culturas. Aproveito aqui o conceito de neurose
relacionado à ―imaturidade e dificuldade de encarar problemas e dificuldades‖, porque sabemos que muitas
crenças e preceitos culturais foram concebidos para lidar com muitos ―problemas‖ e ―dificuldades‖ existenciais
da humanidade, como o envelhecimento, o sofrimento, a morte entre outros.

Alguém poderia sugerir que a idéia do ―paraíso‖, da ―reencarnação‖, da existência de ―espíritos‖,


―entidades‖, ―santos‖, da ―vida após a morte‖ são concepções criadas para lidar com a angústia existencial
frente ao ―fim‖, uma ―negação‖ da realidade que poderia trazer muita depressão e sofrimento para os povos.

Se isso for verdadeiro, penso que a cultura para se manter ―viva‖ precisa produzir ―santos‖, ―médiuns‖,
―mestres espirituais‖ dotados de ―poderes‖ que reforcem continuamente as bases da crença.

Muitas religiões e filosofias místicas diferem em seus preceitos. Alguns chegam a ser diametralmente
opostos... Mas todas as culturas místicas produzem eventualmente tais ―personagens‖ ou ―eventos‖.

Estátuas de santos ―choram‖ e comovem comunidades, o ―Espírito Santo‖ se revela produzindo ―curas‖
em igrejas evangélicas, ―orixás e espíritos‖ fazem fenômenos de cura, de predição do futuro, ―espíritos‖ trazem
mensagens daqueles que já se foram etc.

Minha hipótese é a de que nascemos imersos nestas culturas com estas demandas coletivas, e que
fatores da história pessoal e desenvolvimento podem predispor indivíduos a se tornarem em maior ou menor
grau veículos ou ―ícones‖ para as mesmas. Ao mesmo tempo em que atendem à suas demandas pessoais e
padrões psicológicos, atendem as demandas e padrões da cultura na qual se encontram inseridos. Apesar de
termos dividido em ―partes‖ (Fatores I, II e III), não podemos perder a noção do ―todo‖, ou seja, de que as
partes compõem uma realidade única e final. A análise detalhada dos casos aqui apresentados mostra que os
sujeitos atenderam a essa ampla demanda: pessoal e coletiva. No plano pessoal, deram sentido às suas
necessidades pessoais. No plano social, ao relatarem suas experiências, reforçaram crenças que apóiam o
―paranormal‖ nos contextos de suas culturas geral e específica. Uma vez essas crenças reforçadas, a
comunidade encontra um alento ou produz uma reação defensiva frente às angústias existenciais mais comuns
(sentido da vida, morte, solidão, felicidade etc.).

Se tal modelo que apresentei de neurose, imaturidade emocional e psi for verdadeiro, pessoas com os
desafios como os descritos aqui precisariam desenvolver a própria capacidade de fazer distinções, separando
em sua concepção interior seus ―eus‖ (ou partes) e suas próprias demandas das demandas de sua família e/ou
cultura, para que possa escolher – e não ser conduzido à – quando e onde irá atendê-las.

Futuros pesquisadores poderiam estudar com bastante minúcia a força e a intensidade dos sistemas de
crença e culturas (Fator I) influenciando e moldando direta e indiretamente sistemas de educação e
estruturação de classes sociais, tentando inferir o quanto tais elementos influenciaram na educação e
desenvolvimento dos sujeitos em estudo (Fator II). O resultado disso seria a formação de uma personalidade
com características que favoreceriam a ocorrência de psi.

Nos casos em que eu estudei, na medida em que os sujeitos iam compreendendo o funcionamento de
seus padrões psicológicos e correlacionando seus possíveis eventos psi a eles, houve uma brusca redução ou
até mesmo o desaparecimento de tais fenômenos, dando lugar ao nascimento de uma nova personalidade
mais madura e capaz de enfrentar cada vez mais seus problemas e dificuldades. A ilusão do mecanismo de
defesa não mais funcionava. Agora sim, estavam preparados para enfrentar o ―inimigo‖. Tinham condições e
estrutura para tal empreendimento.

No entanto, muitos sujeitos cujos estudos publiquei em artigos para o JSPR como Pedro, João, Janaína,
Cristina e outros me relataram até a presente data (Janeiro de 2006) ocasionais supostos eventos psi também
relacionados a questões envolvendo situações de ameaças, medos, perdas... Só que desta vez reais, e não
fruto de uma fantasia persecutória, de um padrão psicológico que lutava para continuar a existir: Alguém estava
morrendo, alguém realmente sofria perigo, alguém realmente havia ou iria (no caso das premonições) se
acidentar etc. Por exemplo: no ano de 2004, João teve um aparente sonho premonitório sobre a morte de sua
cachorrinha preferida dois meses antes dela sofrer um súbito e improvável acidente que tirou-lhe a vida.

Alcançar maturidade emocional não significa ficar imune a medos e ameaças. Tais sentimentos ocorrem
com base em eventos reais. Por mais que você esteja resolvido emocionalmente com seu pai e sua mãe,
esposo (a) ou sua família perdê-los num acidente de carro não passa a ser ―agradável‖ ou ―aceitável‖, e
sofremos quando isso ocorre. Proteção contra sofrimento é característica inerente dos seres vivos... Por que
não continuarmos, eventualmente a lançar mão de psi para isso, uma vez que muitos sistemas de crenças
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 51

apóiam tal manifestação e o conhecimento ―imediato‖ ou antecipado (de primeira mão) poderia nos preparar
para ou reduzir o impacto emocional de um determinado evento?

Este modelo que aqui apresento é consistente com pesquisas e observações da psicologia
experimental.

Em um capítulo que explora a questão da motivação, a psicóloga americana Linda Davidoff


(Davidoff,1983 :383-425) aponta uma interessante definição para o que muitos chamam de instinto
(necessidades fisiológicas e/ou padrões de comportamento que podem ter origem hereditária): padrões de
ação fixa, que receberiam influência tanto dos fatores de hereditariedade quanto dos fatores ambientais
(cultura, história de vida,etc.). Poderíamos até arriscar a proposição de um ―Instinto psi‖ em alguns indivíduos,
formado e sedimentado através da equação anteriormente apresentada.

João, um dos pacientes cujos supostos eventos psi pude observar mais de perto (Carvalho 1995),
parece ―redespertar‖ tal ―Instinto‖ sob determinadas condições. Se eu pudesse testá-lo experimentalmente (ou
a outro paciente com as características para - psicológicas que sugeri), tê-lo-ia sob rigoroso controle
experimental, numa experiência Ganzfeld, tendo que ―adivinhar‖ uma seqüência de alvos aleatoriamente
escolhidos. Entre as figuras/filmes/músicas (teria alvos multi-sensoriais). Alguns destes estímulos (85% dos
estímulos apresentados) diretamente relacionados aos temas centrais de sua psicodinâmica, tanto os que lhe
dão prazer como desprazer/ameaça, por serem dois extremos diretamente relacionados às suas necessidades
emocionais. Numa evolução do experimento, teria temas mais, menos e diretamente opostos as suas fantasias
de ameaça, a suas buscas existenciais, temas que facilitariam a projeção neurótica combinados com alvos
mais neutros (para ele), e prediria um resultado possivelmente significativo em termos estatísticos para os
―alvos certos‖ (relacionados à suas características), principalmente para os mais prazerosos ou mais
ameaçadores.

Em um outro experimento, colocaria todo o hall de potenciais alvos ligados a um gerador de eventos
aleatórios de Schmidt onde João veria slides ou filmes seqüenciais que poderiam ter vários desfechos: Um
relacionado às suas buscas neuróticas de prazer, outro relacionado à evitação neurótica de confronto com a
dor, outro completamente neutro, e outro mostrando uma solução que demandaria maturidade psicológica. Eu
prediria que, enquanto sob intensa neurose, ele tenderia a escolher ―inconscientemente‖ (e para isso poderia
usar psi sobre o mecanismo que ―decide‖ aleatoriamente o final) a busca neurótica, e bloquear ou evitar
significativamente (usando psi) o desfecho que o ameaçaria. Na medida em que ele ou outro sujeito fossem
vencendo a neurose, uma mudança de escores seria observada: um decréscimo progressivo da solução
neurótica e um acréscimo significativo da solução madura. Acredito que, dependendo do tema, haveria um
decréscimo do bloqueio ou evitação do sofrimento. Não me surpreenderia se com a resolução da neurose,
sumissem também os resultados significativos e João passasse a apresentar escores de quem ―não
indicativos‖ de psi... A não ser que situações normais e isoladas (não neuróticas) que o animassem ou
ameaçassem, o que poderia demonstrar a possível manutenção do Instinto psi. Embora dispendioso,
experimentos diversos seguindo estas idéias são perfeitamente viáveis.

Assim como na psicoterapia a energia empregada na neurose e na patologia é redirecionada aos


poucos para padrões saudáveis, não seria absurdo pensar num redirecionamento de toda a complexidade dos
supostos fenômenos psi para objetivos pessoais e profissionais que levem ao crescimento e desenvolvimento
do individuo e dos ambientes com os quais ele interage.

Este trabalho é apenas um ensaio que me ―saltou aos olhos‖ após a releitura de muitos dos casos os
quais eu tive a oportunidade de analisar pessoalmente. Se eu tivesse esta hipótese de trabalho formulada em
minha mente antes de analisar cada um dos casos, teria condições de traçar uma testagem psicológica
padronizada para avaliar os detalhes de personalidade de cada sujeito, assim como um registro com
testemunhas sobre os incidentes parapsicológicos que me foram contados com antemão. Futuros
pesquisadores podem testar esta hipótese assim como desenvolver experimentos parapsicológicos
rigorosamente controlados cujos alvos despertem uma variedade de respostas emocionais como o medo, a
ansiedade, situações que mostrem ameaças à integridade física e emocional entre muitos outros fatores.

REFERÊNCIAS

Carvalho, A. P de (1991) As casas mal-assombradas. Editora Ibrasa ,SP, Brasil


Carvalho, A. P de (1992) Mediumship, Psychodynamics and ESP: The case of Cristina. JSPR 60 29-37 –
Londres, UK
Carvalho, A. P. de (1994) ―Some socio-psychological aspects of psi‖. JSPR 59,364-367 – Londres, UK
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 52

Carvalho,AP de (1995) The emergency of the ‗System of Integrated Factors‘ . JSPR – UK


Carvalho,AP & Krippner,S (1998) – Sonhos Exóticos (In Press) – Ed. Summus, SP - Brasil
Ehrewald,J. (1952) New Dimensions of Deep Analysis. New York: Grune & Stratton. USA.
Ehrewald,J. (1977) Therapeutic applications. In Krippner,S. (Ed). Advances in Parapsychological Research,
vol.1, 133-148. New York: Plenun Press- USA
Eisenbud,J. (1970) Psi and psychoanalysis. New York: Grune &Stratton – USA
Honorton,C. 1977. ―Psi and Internal Attention States‖ - handbook of Parapsychology, McFarland, USA
Jourard,S. (1964) The Transparent Self. New York: Van Nostrand Reinhold. USA
Jung,C.G. (1996) The Prectice of Psychotherapy. Princeton,NJ: Princeton University Press. USA
Krippner,S. Ullman,M. Vaughan,A..1989. Dream Telepathy – Experiments in Nocturnal ESP. McFarland, NC,
USA.
McClenon, J. 1984 . Deviant Science: The Case of Parapsychology. University of Pennsylvania Press, USA
Mintz,E.E. (1983) The Psychic Tread: Paranormal and Transpersonal Aspects of Psychotherapy. New York:
Human Sciences Press. USA
nd
Nemiah,J.C. (1975). Classical Psychoanalisis. In Arieti,S. (Ed) American Handbook of Psychiatry (2 edition),
vol.5, 163-182. New York. Basic Books. USA
Stanford,R.G. (1990) Na experimentally testable model for spontaneous psi events,etc. In Kripner,S. (ed)
Advances in Parapsychological Research 6. Jefferson,NC: McFarland - USA
Tortanore,N.(1977) The Paranormal Event in psychotherapy: a survey of 609 psychiatrists. Psychic Magazine
(july), 34-37.
Ullman,M.(1979) Psi communication through dream sharing. In Shapin,B. and Coly,L. (eds.). Communication
and Parapsychology, 202-227. New York: Parapsychological Foundation,Inc. USA
Van de Castle , 1977 ―Sleep and Dreams‖ - Handbook of Parapsychology - McFarland, USA
Woolger,R.J. As várias vidas da alma, Ed. Cultrix, São Paulo, Brasil
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 53

ESTUDIO PRELIMINAR DE LA RELACIÓN ENTRE PSI EXPERIENCIAL Y


PSI EXPERIMENTAL UTILIZANDO UN CUESTIONARIO BREVE
Y UNA COMPUTADORA EQUIPADA CON DISPOSITIVO TRNG

An exploratory study of the relationship between experiential and experimental


psi using a brief questionnaire and a true random number generator (TRNG)
device computer

Waldo Mora(Foto) 1,2 y Sergio Schilling 1,3


1
Unidad de Investigación Psi, 2Universidad de Rancagua, 3Universidad Internacional Sek
contacto@parapsicologia.cl

Resumen
Este avance de investigación informa los resultados de la comparación entre fenómenos Psi espontáneos y
los rendimientos en pruebas de Psi experimental. Las experiencias de clarividencia y de precognición fueron
consultadas mediante dos preguntas cada una. Los experimentos de clarividencia y de precognición se
realizaron con un programa de computadora que utiliza un generador de números aleatorios verdaderos
(TRNG). Luego de haber analizado los datos de los integrantes de tres familias nucleares distintas,
encontramos que ambas, clarividencia y precognición por separado, presentan coincidencia entre experiencia
y experimento en 7 de los 16 individuos de la muestra (44 %); además encontramos que la clarividencia y la
precognición entre sí coinciden bastante poco, tanto en lo experiencial como en lo experimental. Pensamos
que nuestros resultados podrían estar afectados por un cuestionario Psi de muy pocas preguntas, un criterio
de calificación Psi experimental equivocado, demasiado error experimental, una muestra demasiado pequeña
o alguna combinación de estos factores. Por otro lado, los resultados de experiencias y experimentos, junto
con los de algunas simulaciones utilizando el TRNG, configuran una gran diferencia entre clarividencia y
precognición de manera que cabe la posibilidad de comenzar a considerar que estas últimas no sean
realmente distintas manifestaciones de una variable única que denominamos Psi.

Palabras Claves: clarividencia, precognición, números aleatorios, simulación Psi, genética humana.

Abstract
This research advance reports comparisons between spontaneous and experimental Psi results. Clairvoyance
and precognition experiences were probed by means of two questions for each one. Experimentally, these two
Psi dimensions were measured with software based upon a TRNG device. Our preliminary results, after
analyze 16 individuals of 3 nuclear families, do not reveal high relation between data of everyday experience
and experimental Psi using random number generator (similarity = 7 of 16 or 44 % of individuals). This may be
due to a poor Psi questionnaire, a wrong experimental criterion to assign qualitative Psi, too experimental
error, our very small sample, or some combination among these factors. By other side, simulations,
experiences, and experiments, delineate a big difference between clairvoyance and precognition, up to the
point of consider the possibility that they may not be parts of a unique variable called Psi.

Keywords: clairvoyance, precognition, random numbers, Psi simulation, human genetics.

INTRODUCCIÓN

Desde tiempos remotos la historia de la humanidad registra hechos denominados anómalos o


sobrenaturales, en todas las culturas y lugares, y que han sido objetos de estudio de las ciencias
sociales (Bozzano ,1927 ; Castiglioni, 1934; De Martino ,1965; Rose ,1957). Entre tales fenómenos están las
capacidades Psi, de clarividencia y precognición (e.g.V. Cardeña et al, 2000), y una de las estrategias para
investigarlas ha sido el uso de generadores de números aleatorios (e.g. Jahn et al, 1987; Radin y Nelson, 1989;
May et al, 1995).

La variabilidad humana, en sus diversas manifestaciones, tiene base genética y base ambiental.
En particular, el estudio genético de rasgos conductuales ha llevado a la identificación de genes que
influyen en la configuración individual de capacidades cognoscitivas, personalidad y Psicopatologías
(Plomin et al, 1984). Por lo tanto es razonable suponer que las vivencias humanas sobrenaturales estén
relacionadas con los genes (Cohn, 1999). Esta base genética podría e xplicar la permanencia temporal y
espacial de los fenómenos Psi.

Nuestro propio trabajo de investigación, nos ha llevado a proponer la existencia de un modelo


genético autosómico recesivo que contribuye a explicar los patrones de las experiencias Psi en f amilias
nucleares (Schilling et al, 2004). Por otro lado, hemos elaborado un procedimiento para medir la
clarividencia y la precognición sobre la base de la operación de un generador de números aleatorios
(Mora et al, 2004). Combinando ambas líneas de trabajo, nos propusimos estudiar que relación hay
entre las experiencias individuales de clarividencia y precognición espontáneas y los resultados de las
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 54

mediciones experimentales de tales dimensiones Psi en personas que constituyen familias nucleares, de
manera que posteriormente podamos continuar con la búsqueda de posibles mecanismos genéticos
subyacentes.

MATERIALES Y MÉTODOS

CUESTIONARIO
Para indagar acerca de las experiencias Psi de los sujetos participantes se utilizaron 4 preguntas,
que derivan de las utilizadas por McCready y Greeley (Haraldsson y Houtkooper, 1991) con el propósito
de indagar clarividencia (1, 2) y precognición (3, 4):
1 ¿alguna vez ha tenido la sensación de estar en contacto con una persona que se encuentra
muy lejos, sin utilizar ningún medio de comunicación?
2 ¿alguna vez le ha parecido ver algo que ocurrió en otro lugar, como si estuviera ocurriendo
frente a usted?
3 ¿alguna vez se ha despertado recordando un sueño que posteriormente se realiza?
4 ¿alguna vez ha tenido el presentimiento de que algo sucederá y luego esto se cumple?
Se considerará que la respectiva experiencia Psi es significativa cuando ambas preguntas se
contestan afirmativamente (operación lógica AND).

MUESTRA
Fueron empadronadas 16 familias, todas residentes de la Villa Araucaria, Rancagua, Chile. Estas
familias aceptaron colaborar voluntariamente con esta investigación, para lo cual uno de los autores
debe ir a sus respectivas casas, llevando el equipo necesario, para obtener los datos del estudio; hasta
el momento de preparar este informe se han logrado datos completos de 3 familias y datos parciales de
las otras 13. La elección del lugar se hizo sobre la base de su homogeneidad sociocultural y
socioeconómica.

DISPOSITIVO TRNG
Se utilizó el generador de números aleatorios verdaderos (TRNG) Protego R210 (Protego, 2003,
2005), conectado a una computadora portátil Compaq Presario 2100 con Windows Xp HE. El software
proporcionado por el fabricante del R210 permite analizar estadísticamente la calidad de aleatoriedad
del dispositivo en cualquier momento.

INTERFAZ DE INTERACCIÓN ENTRE SUJETO OPERADOR Y TRNG


La interfaz de interacción entre participante y TRNG fue implementada con Visual Basic 6
(Microsoft, 1996) adaptando el programa MENYMAQ (Mora et al, 2004) . En cada prueba de Psi, el
programa ofrece una pantalla con dos rectángulos pequeños y vacíos. Tanto en la medición de
clarividencia como en la de precognición se le pide al sujeto que anticipe cual de los dos vacíos
(izquierdo o derecho) se llenará; para indicar esto debe presionar una tecla de flecha (  o ). A
continuación el programa procede a llenar uno de los rectángulos, según el valor de un número
aleatorio. Si hay coincidencia la computadora emite un ―bip‖ que constituye un refuerzo positivo para el
sujeto. En el experimento de clarividencia el software primero toma un número y así determina que
rectángulo se llenará, antes que el operador presione una tecla de flecha; en el experimento de
precognición el operador presiona una tecla y luego el programa tom a un número con el cual se
determina que ventana se iluminará; cada experimento consiste de 100 ensayos, sin restricción de
tiempo (V. Bierman, 1988). Los datos de un experimento consisten de 100 parejas ordenadas que
registran secuencialmente las coincidencias y diferencias observadas, primero en la prueba de
clarividencia y luego en la de precognición. También se hicieron algunos programas para simular ambos
experimentos, tanto con el TRNG como con la función RND de Visual Basic que proporciona números
seudo aleatorios (PRNG).

TRAMOS SIGNIFICATIVOS Y ANÁLISIS ESTADÍSTICO


La medición de clarividencia y de precognición experimentales se realizó mediante la numeración
de tramos significativos. Este método consiste en contar el número de veces que se presenta un tramo
de longitud constante estadísticamente significativo, con frecuencias de coincidencias o diferencias que
se apartan de las esperadas por azar (por ende con Psi directa o inversa), recorriendo la trayectoria
experimental registrada, comenzando en el evento 1 de la curva experimental, luego se desplaza un
lugar al evento 2, etc., hasta que el borde derecho del tramo alcanza el final de la curva que es el
evento 100. Por ejemplo, el tramo de longitud 2 podrá ser analizado estadísticamente 99 veces, e l tramo
de longitud 3 podrá ser analizado 98 veces, etc., hasta llegar al tramo de longitud 100 que solo puede
ser analizado una vez. El análisis es una prueba de bondad de ajuste cuyo estadístico es ―equis
cuadrado‖: X =  (fo - fe) / fe (V. Steel y Torrie, 1980) con error alfa = 5 % y donde fe es frecuencia
2 2

esperada y fo es frecuencia observada.


rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 55

RESULTADOS Y DISCUSIÓN

SIMULACIONES

La imitación de los experimentos de clarividencia y precognición, aleatorizando la elecciones de


tecla y de rectángulo genera una distribución de frecuencias de tramos significativos con mayor peso a
la izquierda, ya que las frecuencias significativas esperadas para tramos pequeños son mayores que las
esperadas para tramos grandes. Por esta razón se aplicó la transformaci ón log10 (L + 1), siendo L la
frecuencia de tramos con longitud L, con lo cual se consigue una mejor aproximación a la distribución
normal. En la Figura 1 podemos apreciar las curvas obtenidas con 1000 simulaciones de 100 eventos
cada una.

Simulaciones de Clarividencia y Precognición

350

300

250

200
frecuencia

150

100

50

0
0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Log (tramos significativos)

Clar.Prng Prec.Prng Clar.Trng Prec.Trng

Figura 1: Distribución de frecuencia del logaritmo de los tramos significativos en muestras simuladas
(Clar: clarividencia, Prec: precognición, Prng: números seudo aleatorios, Trng: números aleatorios).

Con estos datos de simulación podemos calcular los parámetros correspondientes para cada
experimento, que servirán de referencia para el tratamiento y análisis de los datos de los voluntarios. Se
puede obtener la frecuencia correspondiente al promedio con el antilogaritmo 10 promedio (tabla 1); este
valor puede servir posteriormente como criterio para decidir cuando una frecuencia observada
experimentalmente es baja o es alta cuando sea menor o mayor que el promedio de simulación. En las
tablas 2 y 3 se pueden apreciar las frecuencias de tramos si gnificativos en las distintas simulaciones así
como también un análisis de factor y de contingencia, cuyo resultado indica que clarividencia y
simulación tienen distinta estructura.

Tabla 1: Parámetros de las muestras simuladas (Clar: clarividencia,


Prec: precognición, Prng: números seudo aleatorios, Trng: números
aleatorios), compuestas de 1000 repeticiones de 100 eventos cada una.
Parámetro Clar.Prng Prec.Prng Clar.Trng Prec.Trng
promedio 1,95607928 1,96135769 2,0837616 2,01110157
frecuencia 89 90 120 102
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 56

Tabla 2: Total de tramos significativos en las


muestras simuladas de la tabla 1.
Clarividencia Precognición total
Trng 350331 278398 628729
Prng 227558 220790 448348
total 577889 499188 1077077

Tabla 3: Prueba de bondad de ajuste


para las frecuencias de la tabla 2.
2
Factor X (gl = 1) P<
generador 30208,9 0,0000
experimento 5750,6 0,0000
contingencia 2595,3 0,0000

La diferencia entre simulaciones de clarividencia y de precognición no era esperada, ya que como


no hay intervención humana en el proceso de simulación debería dar el mismo resultado la elección de
rectángulo y de tecla en orden directo o inverso.

EXPERIENCIAS PSI Y EXPERIMENTOS PSI

Las respuestas de los individuos integrantes de las tres familias completas registradas (a, b y c),
las frecuencias de tramos significativos encontrados (en clarividencia y en precognición) y los resultados
de las operaciones AND y log 10 respectivas, se pueden apreciar en la siguiente tabla:

Tabla 4: Resultados de las preguntas de clarividencia (Q1 y Q2),


de las preguntas de precognición (Q3 y Q4), de la operación lógica
AND (1&2 y 3&4) y de la suma de tramos significativos, tanto para
clarividencia (C, log 10 [C+1]) como precognición (P, log 10 [P+1]).
Familia Edad Q1 Q2 Q3 Q4 1&2 3&4 C logC P logP
54 0 0 1 1 0 1 285 2.46 327 2.52
53 1 1 1 1 1 1 90 1.96 23 1.38
a 26 1 1 1 1 1 1 10 1.04 533 2.73
22 1 1 1 1 1 1 430 2.63 595 2.78
20 1 1 1 1 1 1 6 0.85 1100 3.04
48 1 0 1 1 0 1 26 1.43 249 2.40
47 1 0 0 1 0 0 208 2.32 11 1.08
b 23 1 0 1 1 0 1 10 1.04 14 1.18
21 0 0 1 1 0 1 23 1.38 308 2.49
17 0 0 0 0 0 0 48 1.69 528 2.72
54 0 0 0 0 0 0 69 1.85 126 2.10
56 1 1 1 1 1 1 71 1.86 44 1.65
33 1 0 1 1 0 1 166 2.22 62 1.80
c
29 1 0 0 1 0 0 481 2.68 376 2.58
25 1 0 1 1 0 1 872 2.94 23 1.38
19 0 0 0 1 0 0 21 1.34 118 2.08
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 57

Las cifras en negrilla y cursiva de la tabla 4 se utilizaron como criterio de presencia de rasgo
individual para la construcción de las genealogías nucleares de la tabla 5. En el caso de la
transformación logarítmica el criterio de transformación de cuantitativo a cualitativo fue considerar Psi
significativo cuando la frecuencia del individuo era superior al promedio según el análisis de simulación
(tabla 1).

Tabla 5: Representación de los datos de la tabla 4 mediante genealogías. Una


experiencia significativa está dada por la respuesta positiva de ambas preguntas Psi.
Un experimento significativo está dado por log 10 (tramos significativos) superior a la
media esperada según la tabla 1.
CLARIVIDENCIA PRECOGNICIÓN
FAMILIA
experiencia experimento experiencia experimento

similitud 7/16 = 0,44 7/16 = 0,44

En la tabla 5 se puede observar que la familia a presenta bastante semejanza entre precognición
experiencial y experimental pero falla con la clarividencia; a continuación vemos que la familia b
presenta bastante semejanza de clarividencia pero falla un poco en la precognición; por último la familia
c no presenta ninguna concordancia entre experiencia y experimento.

Si en cada columna de Psi en la tabla 5 hacemos la suma de sujetos cuyo fenotipo en experiencia
es igual al fenotipo de experimento y luego dividimos el resultado por el total de sujetos de la muestra (n
= 16), podemos tener un indicador de similitud que resultó ser 44 % tanto para clarividencia como para
precognición.

Cabe destacar que (1) las experiencias individuales de clarividencia y precognición espontáneas
presentan 10 coincidencias, (2) los resultados individuales de los experimentos de clarividencia y de
precognición presentan 6 coincidencias, y (3) la coincidencia simultánea de experiencia espontánea y de
experimento se observó en solamente 4 sujetos (25 %). En otras palabras, clarividencia y precognición
parecen ser fenómenos distintos.

CONCLUSIONES

Los análisis de los experimentos simulados revelan que la estructura de los datos resultantes
presenta diferencias significativas cuando se comparan clarividencia y precognición. Lo mismo sucede
con los análisis de los experimentos reales. Por otro lado, las ex periencias de clarividencia y de
precognición tampoco concuerdan. La concordancia entre las experiencias de clarividencia y de
precognición con los experimentos de clarividencia y de precognición resultó ser 44 %, en ambas
comparaciones.

Nuestra expectativa era obtener una similitud entre experiencia y experimento muy cercana al 100
%. La baja similitud observada entre las experiencias y los experimentos Psi podría ser consecuencia de
aplicar un cuestionario de experiencias Psi de muy pocas preguntas y por lo tanto muy deficiente, de
usar un criterio de calificación experimental equivocado, de la presencia de mucho error experimental en
la interpretación de las preguntas, además de que obviamente se trata de una muestra muy pequeña
para la interpretación de respuestas de cuestionario.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 58

Finalmente, tomando en cuenta que los resultados de las simulaciones de clarividencia y de


precognición son claramente distintos, y que los casos de experiencias de clarividencia y de
precognición espontánea coincidentes con los resultados experimentales también de clarividencia y de
precognición, entonces cabe la posibilidad de que clarividencia y precognición sean fenómenos
absolutamente distintos y no diferentes manifestaciones de un factor común que denominamos Psi.

Acknowledgments: This work was supported in part by 2005 PARE Grant from the
Parapsychological Association to Sergio Schilling. We thank all volunteers too.

REFERENCIAS

Bierman, D. J. (1988). Testing the IDS model with a gifted subject. En S. Krippner (Ed.) Advances in
Parapsychological Research. Jefferson, NC: McFarland.
Bozzano, Ernesto, (1927), Des manifestations supranormales chez les peuples sauvages. Jean Meyer
Editions, Paris, France.
Cardeña, E., Lynn, S., & Krippner, S., Editors (2000). Varieties of Anomalous Experience : Examining the
Scientific Evidence. Washington, DC : American Psychological Association.
Castiglioni, Arturo, (1934), Encantamiento y Magia, Fondo de Cultura Económica. México, D.F., México.
Cohn, S.A. (1999). Second Sight and Family History: Pedigree and Segregation Analyses. J. of Scient.
Exploration 13(3): 351-372.
De Martino, Ernesto (1965). Magia y Civilización. El Ateneo. Buenos Aires, Argentina.
Dunne, B.J., Jahn, R.G.(1995). Consciousness and Anomalous Physical Phenomena. PEAR TN 95004.
Dunne, B.J.(1998).Gender Differences in Human/Machine Anomalies. J. Scientific Exploration 12(1): 3-55.
Haraldsson, E., & Houtkooper, J.M. (1991). Psychic experiences in the multinational human values study: Who
reports them? Journal of the American Society for Psychical Research 85: 145-165.
Jahn, R.G., Dunne, B.J., & Nelson, R.D. (1987). Engineering anomalies research. Journal of Scientific
Exploration, 1(1). 21-50.
Jahn, Dobyns y Dunne (1991). Count population profiles in engineering anomalies experiments. J. Scientific
Exploration, 5(2): 205-232.
May, E.C., Utts, J.M., Spottiswoode, S.J.P. (1995). Decision augmentation theory : Toward a model of
anomalous mental phenomena. Journal of Parapsychology 59: 195-220.
Microsoft Corporation (1996). Microsoft Visual Basic Pro Version 6. Redmon, U.S.A.
Mora, W., S. Schilling, C. G. Ramírez & J. P. Cruz (2004). Aumento de la entropía numérica asociado a las
mediciones de clarividencia y precognición utilizando generadores de números aleatorios y seudo
aleatorios.UNIBEM, II Encontro Psi. Livro de Registro de Trabalhos Apresentados: 148–153. Curitiba, Brazil
Protego Information AB (2003). The Cypher Technology. Protego Information AB, Ideon Gamma Science Park,
SE - 223 70. Lund, Sweden.
Protego Information AB (2005). Protego TRNG R210 Data Sheet. Protego Information AB, Ideon Gamma
Science Park, SE - 223 70. Lund, Sweden.
Radin, D. & Nelson, R (1989). Evidence for consciousness-related anomalies in random physical systems.
Foundations of Physics 19: 1499-1514.
Radin, D.I., & Utts, J.(1989). Experiments investigating the influence of intention on random and pseudorandom
events. Journal of Scientific Exploration 3: 65-79.
Rose, Ronald, (1957), Living Magic. Chatto & Windus, London, England.
Schilling, S., W. Mora, C. Ramírez, M. Césped, S. Arata, J. Rojas & C. Colipí (2004). Análisis genético de
experiencias Psi en familias chilenas. UNIBEM, II Encontro Psi. Livro de Registro de Trabalhos Apresentados:
92–96. Curitiba, Brazil.
Steel, R.G.D y Torrie, J.H. (1980). Bioestadística: Principios y procedimientos. (2Ed.) McGraw-Hill. Bogotá,
Colombia.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 59

EXPERIÊNCIAS APARICIONAIS – PERCEPÇÕES E FENÔMENOS EM BUSCA DE


EXPLICAÇÕES, UMA ANÁLISE DE MODELOS DE PESQUISAS

Aparitional experiences - perceptions and phenomena in search of explanations,


an analysis of models of researches
Jalmir Freire Brelaz de Castro
Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas
Recife - PE - Brasil

Resumo
Este trabalho examina diversos enfoques sobre as experiências aparicionais - EAs, discutindo hipóteses,
modelos, tipos de pesquisa, seus alcances, limitações, perspectivas, inclusive as pesquisas psi sobre essa
temática, e comenta sobre a falta de um cerne de crenças de pesquisas, que norteiem os esforços dos
pesquisadores. A partir da definição das aparições como alucinações, e das assombrações como aparições
recorrentes, apresentamos várias hipóteses e modelos de pesquisa sobre as EAs. Colocamos que, embora
haja uma proliferação de ―teorias‖ sobre as aparições, ainda não há um núcleo duro, ou seja, um conjunto de
crenças mais gerais e menos testáveis, que se assemelhem à tradição de pesquisa, nos moldes trazidos por
Larry Laudan, e seja empregado pelas pesquisas psi e por correlação para as EAs. Apostamos na
complementaridade das pesquisas e metodologias empregadas para um entendimento unificado das EAs,
tais como, a utilização do modelo psicológico (obtendo indicadores psicológicos para as EAs), a hipnose (e a
utilização de técnicas de indução, repetíveis e manipuláveis), o modelo biológico , o modelo cultural (a cultura
como elemento permeável), o modelo parapsicológico (psi como mediador), a abordagem fenomenológica
para registros anômalos (medições e mediações – para facilitar ou modular sua ocorrência, tais como,
medição ou indução de campos eletromagnéticos, geração ondas acústicas, entre outros), e a abordagem
neurofisiológica (para obtenção de marcadores fisiológicos para psi). Um desafio será trazer esses tipos de
experiências incomuns, à condição das experiências normais do ser humano. Acreditamos que a
complementaridade de diversas abordagens possa lançar luzes sobre essa intrigante ―realidade‖, para
aqueles que a vivenciam.

Palabras Chave: experiências aparicionais, hipóteses, modelos, tipos de pesquisa

Abstract
This paper examines several approaches about apparitional experiences – AEs, discussing hypotheses,
models, types of research, their range, limitations, perspectives, including psi research, and comments about
the lack of a kernel of beliefs to guide the researchers efforts. Starting from the definition of apparitions as
hallucinations, and hauntings as recurrent hallucinations, we introduce several hypotheses and models of AEs
research. Though there is a proliferation of ―theories‖ about apparitions, there is not yet a hard core, i.e., a set
of more general beliefs less testable, that resembles the tradition of research, brought by Larry Laudin, to be
used by psi research and by inter-relation to EAs. We believe the several researches and methodolgies can
be complementary to one another, towards an unified understanding of AEs, such as, the utilization of a
psychological model (to obtaining psychological markers), hypnosis (the use of inducing techniques,
repeatable and manipulable), the biological model (on the terms used by Sheldrake), the cultural model
(culture as permeable element), the psychological model (psi as mediator), the phenomenological approach,
the technological approach for anomalous records (measurements and mediation – to facilitate or modulate its
occurrence – such as, measuring or inducing electromagnetic fields, generating stationary acoustic sounds,
among others), and the neurophysiologic approach (to finding physiological markers of psi). It will be a
challenge to bring all these various kinds of unusual experiences to the condition of normal human
experiences. We expect these several approaches all together, may enlighten this intriguing ―reality‖ for those
who experience it.

Keywords: apparitional experiences, hypotheses, models, types of research

INTRODUÇÃO

A parapsicologia tem como objeto estrito o estudo da telepatia, clarividência e psicocinese, porém as
experiências fora do corpo – EFC (OBE em inglês), as experiências na proximidade da morte – EQMs (NDE
em inglês), as experiências aparicionais, ou seja, as aparições (apparitions, em inglês) e assombrações
(haunting, em inglês), têm atraído, cada vez, mais o interesse da comunidade parapsicológica.
Psi tem demonstrado que nosso conhecimento do que chamamos realidade está incompleto, pois as
experiências paranormais parecem não ocorrer de acordo com os conhecimentos que temos sobre espaço,
tempo, energia e informação. As EAs, em si, não são paranormais, mas muitas experiências psi estão
relacionadas às aparições, notadamente as aparições telepáticas. Logo a parapsicologia tem um papel de
destaque na investigação e análise das experiências aparicionais, pois busca também os registros físicos de
anomalias, que possam ocorrer durante, ou em torno, dessas experiências.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 60

Os relatos das chamadas EAs acompanham todas as culturas, sendo que, em nossa cultura ocidental
em geral, a referência a aparições tem conotação negativa, como algo irreal ou mesmo como sintoma de uma
doença mental, muitas vezes tratadas em bases farmacológicas. O estudo das psicopatologias no século XX
muito contribuiu para esse tipo de abordagem, centrada na doença e seus sintomas. Foi só recentemente, a
partir dos últimos 20 anos, que se buscou um novo entendimento dos processos psicológicos e
neuropsicológicos responsáveis pelas alucinações, com foco na percepção e raciocínio normais, redefinindo e
desafiando as suposições tradicionais sobre a linha divisória entre doença mental e normalidade.
A partir da década de 80, houve uma mudança na ênfase da pesquisa na psicopatologia, para
fenômenos psicofisiológicos específicos, denominados de sintomas mentais do que diagnósticos amplos. Além
do mais, os médicos e psicólogos têm tentado explicar esses fenômenos em termos de processos
psicofisiológicos responsáveis pela percepção e raciocínio normais. Os resultados levaram a um novo
entendimento nos processos psicológicos e neuropsicológicos responsáveis pelas alucinações e, ao mesmo
tempo, desafiando as suposições tradicionais sobre a linha divisória entre doença mental e normalidade
(Bental, 2000: 84-85).
Além de convergência dos estudos psi com o das aparições, outra contribuição da parapsicologia será a
busca por variáveis ambientais que possam influenciar as aparições, bem como os poltergeists, porém este
último não será objeto deste trabalho. A existência de campos eletromagnéticos, que possam afetar ou mediar
essas experiências, tem sido objeto de estudo de parapsicólogos como Roll& Persinger et al (1992, 1998,
1999), e Kokubo&Yamamoto (2004), estes últimos em sugestivos casos de poltergeists. Esses registros de
anomalias são importantes, pois deixam de ser relatos e percepções para se tornarem em fenômenos,
anômalos.
Creio que a complementaridade das diversas abordagens, tais como os mecanismos psicológicos, os
aspectos cognitivos e parapsicológicos das alucinações, os efeitos alucinógenos de drogas e os mecanismos
neurológicos que os dão suporte, as novas técnicas de neuroimagens, e o enfoque das pesquisas psi com o
uso de diversos tipos de instrumentação tecnológica para a medição de variáveis ambientais, as pesquisas
fenomenológicas, técnicas hipnóticas de indução, consigam lançar luzes sobre essas intrigantes percepções e
fenômenos.

DEFINIÇÕES

As primeiras explicações sustentavam que as aparições eram entidades físicas que estavam fisicamente
presentes no ambiente em que se encontrava o percipiente. Supunha-se que era uma espécie de algo
duplicado de algum ser que foi vivo. Essa hipótese física se mostrou pouco promissora, pela dificuldade de
evidenciá-la.
Tyrrell na sua obra Aparições (1965: 8) desloca a pergunta ―Você crê em espíritos?‖ para uma outra
interpretação: ―Você crê que existe pessoas que às vezes experimentam aparições?‖, dando-lhe, com isso, um
novo alcance, delimitando a questão na crença das pessoas.
O manual de diagnose e estatística de desordens mentais, 4ª edição (DSM-IV p.767), 1994, da
Associação Americana de Psiquiatria, define alucinação como ―uma percepção sensorial que tem um forçoso
senso de realidade de uma percepção verdadeira, mas que ocorre sem a estimulação externa do órgão
sensorial relevante‖.
Por sua vez, Slade e Bental, apud Bental (2000: 86) dão outra definição: ―Qualquer experiência de
percepção na qual: a) ocorre a ausência do estímulo apropriado; b) tem a plena força e impacto de uma
percepção (real) correspondente; c) não está submetida ao controle voluntário do experimentador. Esta
definição indica o papel do meio ambiente‖.
Alucinação não pode ser confundida com a ilusão, que pode ser definida como a percepção falsa de um
fato (por exemplo, alguém que percebe um lençol branco ao vento como um fantasma) ou com o delírio, como
a opinião falsa sobre uma questão de fato, que não precisa envolver, mas freqüentemente envolve, uma falsa
percepção das coisas sensíveis (por exemplo, alguém com alta febre ou doença, que ouve vozes e vultos só
por ele percebidas).
As aparições são alucinações e, como tal, uma percepção, ou uma série de percepções, sem objeto.
Uma pessoa alucinada tem experiências sensoriais, ordinariamente visuais ou auditivas, que estreitamente se
assemelham as que teriam se um determinado objeto físico estimulasse seus órgãos sensoriais (imitação da
percepção normal), mas esse objeto físico não está presente. Diferentemente dos sonhos, numa aparição
fazemos parte como observadores e não como participantes ativos do drama que ocorre nos sonhos.
As aparições são experiências relacionadas somente a pessoas (raramente a animais), já as
assombrações são aparições recorrentes, que parecem estar associadas a um local específico, ou seja, ao
longo de determinado tempo ou período, pessoas diferentes parecem ter experienciado aparições similares
associadas a um mesmo local. Acrescento, ainda, que as aparições são basicamente experiências individuais,
embora haja também relatos de aparições a mais de uma pessoa e mesmo aparições coletivas.
Nas aparições telepáticas, em dado momento, duas pessoas A e B tem uma alucinação geralmente
visual sobre o outro à distância. As aparições (telepáticas) são alucinações de uma classe muito especial,
correspondem a algum objeto ou acontecimento físico exterior ao organismo do percipiente, ou quando o dito
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 61

objeto ou acontecimento não esta fisicamente presente, podendo inclusive estar a muitos quilômetros de
distância.
Conforme citado por Andrew (1986: 20), William James em seu Principles of Psychology, considera a
alucinação, muitas vezes, como imagens mentais erroneamente projetadas para o exterior, sendo uma forma
estritamente sensorial de consciência, uma sensação tão boa e verdadeira como se ali houvesse um objeto
real. Apenas ocorre que o objeto não está presente, só isso, (40ª, vol2, p. 115). Algumas vezes, a alucinação
traz, em si, uma alteração geral de consciência, de modo a assemelhar-se mais a um escorregar súbito para
um sonho (40ª, p.120). Ou seja, a aparição parece ocorrer em um estado modificado de consciência.
Em uma aparição perfeita, esta se comporta como tivesse consciência do local, com noções
ergométricas e de proporções, e há ainda uma sensação de presença por parte do percipiente. Geralmente,
não há descontinuidade da aparição, ou seja, ela é a mesma do começo ao final, podendo desaparecer de
forma instantânea ou gradual, ou simplesmente sair do ambiente. Tyrell (1965: 140-145) enumerou 19
características de uma aparição perfeita, a qual simularia perfeitamente uma percepção física, seria possível
manter comunicação, responder a alguma pergunta, mas não uma ampla conversação, não sendo possível,
porém, a obtenção de qualquer registro. Ou seja, há um caráter autômato nas experiências aparicionais, que
não parece interagir com o(s) percipiente(s).
Uma aparição, em si, não pode ser considerada uma experiência psi, pois, em psi, (Krippner, 1990: 9)
estão associadas a ocorrência de informações ou influências, que não possam ser explicadas através do
nosso atual entendimento dos canais sensórios-motores, o que nem sempre ocorre com as aparições, que
ficam limitadas às informações subjetivas do percipiente.
Valter da Rosa Borges (2001: 9-10, 88) divide as aparições em dois grandes grupos: as aparições
subjetivas e as aparições objetivas. Considera que as aparições subjetivas são àquelas que resultam de uma
alucinação visual (acrescento que algumas vezes são também auditiva e tátil, e raramente olfativa); e as
aparições objetivas aquelas dotadas de uma certa materialidade, podendo ser observadas, simultaneamente,
por mais de uma pessoa. Esse autor classifica as aparições subjetivas em: a) espontâneas, b) induzidas, c)
episódicas, recorrentes, em estado de vigília, em sonho (de tal intensidade que o sonhador considera que teve
uma experiência real, neste caso, não considero uma aparição autêntica, pois perde o caráter de alucinação); e
as aparições objetivas, geralmente experimentais, e podem suscitar muitas dúvidas, porque podem ser
interpretadas como de natureza objetiva, em: a) de pessoa desconhecida, b) de pessoa parecida com o agente
psi, c) de pessoas mortas conhecidas, d) de animal, e) individual, f) coletiva, g) em tamanho normal, h)
minúscula.
Segundo Karl Osis, existe 4 tipos de aparições: as coletivamente ou individualmente percebidas, com
orientação para o aqui e agora; as coletivamente ou individualmente percebidas, com orientação para o
passado.
Na busca de objetivos sobre os locais assombrados, alguns pesquisadores procuram descobrir se há
algum registro físico anômalo nesses locais, tais como freqüências e fluxos eletromagnéticos inesperados e
sons originados no local sem a devida fonte física.
As aparições e assombrações estão relacionadas a psi, em especial pela clarividência.
A Psicocinese Espontânea Recorrente, comumente conhecida como Poltergeist (do alemão, espírito
batedor ou barulhento), embora, algumas vezes, esteja associada às casas mal-assombradas, pelo seu caráter
tipicamente objetivo e psicocinético de larga escala, não faz parte do escopo deste trabalho. Em geral, se
atribui a um agente psi (raramente há mais de um), na maior parte das vezes um adolescente, como o
deflagrador do fenômeno, dentro de uma mecânica ou processo a ser identificado. No nosso caso, as
aparições e assombrações são abordadas pelo seu caráter tipicamente subjetivo, difícil de registrar anomalias
de ordem física, algumas vezes de ordem do campo eletromagnético.

APARIÇÕES – TEORIAS, HIPÓTESES E MODELOS

Consideramos que não há teorias sobre as EAs, mas hipóteses, especulações e pequenos modelos
operacionais. Juntar esses ―quebra-cabeças‖ e dar um arcabouço científico às explicações sobre as aparições
é uma tarefa de grandes proporções, primeiro por não se tratar, na maior parte das vezes, de fenômenos e sim
de percepções, e, depois, por ser um grande mosaico, onde os próprios investigadores não procuram
estabelecer interdisciplinaridade entre as diversas hipóteses existentes para que levem a um entendimento
integrado, e se estabelecer um cerne de crenças e hipóteses para essas experiências.
O primeiro passo, em uma pesquisa científica, é a formulação do problema. A hipótese, de acordo com
Lakatos&Marconi (1986: 118-119), é uma proposição enunciada para responder tentativamente a um
problema, devendo ser submetida à verificação para ser comprovada. A hipótese pode ser considerada como
uma declaração de crença relativa a um fenômeno, fato ou relacionamento entre variáveis antes de ser aceita
ou rejeitada (Santo, 1992: 150), e deve ser testada. Daí, a dificuldade de aplicação em fenômenos esporádicos.
A psicologia é de grande valia nesses testes, pois embora não possa testar a aparição em si, pode avaliar os
tipos de personalidades (através de inúmeros testes e questionários), que passam por essas experiências, e
estabelecer hipóteses e correlações, e passar a ser um preditor dos sujeitos, que são mais propensos a passar
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 62

por essas experiências. As neurociências são de grande valia para encontrar os marcadores fisiológicos, que
predispõe alguém a passar por alucinações.
Já uma teoria é um sistema de proposições ou hipóteses, que têm sido constatadas como válidas (ou
plausíveis) e sustentáveis, conforme Trujillo, apud Lakatos&Marconi (1986: 109). A teoria deve ter, entre outros
requisitos: sistematicidade ou unidade conceitual, simplicidade semântica, coerência externa (coerente com a
massa de conhecimentos aceita, neste caso, permite apenas mudanças muito restritas e limita o progresso da
ciência – Feijó, 2003: 92). A teoria deve ter ainda poder explanatório (= alcance x precisão, tendo limites, senão
não é científico), ter sólidos fundamentos, e ser unilateral (não podendo abrigar hipóteses contraditórias). Não
creio existir, no momento, condições de se estabelecer uma teoria para as aparições.
As definições anteriores estão baseadas, no que se chama convencionalismo, adeptos do método
newtoniano, que vêem nos eventos observáveis o nascedouro das explicações científicas do mundo.
Posteriormente, a ciência evoluiu da verificabilidade para a falseabilidade, introduzida por Karl Popper,
segundo a qual, numa teoria, não apenas se verificaria os casos para as quais ela funciona, mas também pelas
situações para as quais não funciona. Por sua vez, Paul Feyerabend considera que os avanços científicos
ocorrem quando as regras metodológicas são postas de lado, conferindo papel importante às hipóteses ad doc,
por proliferar teorias. No lugar de coerência, propõe o princípio da tenacidade, no qual defende que as idéias
sejam lançadas, mesmo contra a evidência de teorias bem estabelecidas. As hipóteses ad doc é o que
precisamos para as aparições e assombrações, pois essas experiências ―tenazmente‖ continuam a ocorrer em
nossa sociedade.
Alguns autores diferenciam teoria e modelo (Santo,1992: 22-23), notadamente em certos ramos das
ciências aplicadas (i.e. modelos físicos ou icônicos, esquemáticos, matemáticos ou simbólicos, etc.), onde os
modelos são instrumentos para solução de problemas emanados de um sistema ou parte dele e, neste
particular, modelos são tratados de forma bem mais concreta que teorias, sendo esta algo mais operacional, a
representação de parte de um sistema, uma parte específica da realidade, a teoria tem, portanto, alcance mais
amplo. Utilizaremos modelos para ressaltar o aspecto operacional e restrito de determinado problema das EAs.
Larry Laudan propõe que haja a identificação na ciência de um conjunto de crenças mais gerais e
menos testáveis: a tradição de pesquisa (Feijó, 2003: 79-92), onde a ciência não teria apenas valores
compartilhados (como os paradigmas de Kuhn ou o programa de pesquisa de Imre Lakatos, onde elementos
como poder, prestígio, idade e propaganda decidem o conflito entre teorias), mas teria uma visão de atividade
em busca de clarificação e resolução de problemas, em uma perspectiva renovada da história da ciência. Sob
essa ótica, os problemas científicos são de dois tipos: os propriamente empíricos e os essenciais (internos –
inconsistências ou quando suas categorias básicas de análise são vagas ou ambíguas, e externos – quando a
teoria está em conflito com outra teoria do mesmo domínio).
A grande dificuldade das pesquisas psi (e por abrangência das EAs), não será apenas a sua
verificabilidade, testabilidade e falseabilidade, mas principalmente a falta do estabelecimento um conjunto de
crenças (unificadas), nas quais se baseiem, que se assemelhem a uma tradição de pesquisa, ou seja, para o
progresso da parapsicologia: a) por que não reconhecer psi (e as EAs) como uma anomalia empírica, haja vista
as pesquisas fenomenológicas de casos e os registros físicos e laboratoriais; b) por que não reconhecer que
psi levanta problemas essenciais sobre a natureza da realidade, tais como, a aquisição de informações sem as
usuais limitações de tempo, espaço e energia e que a natureza da percepção, memória e comunicação estão
incompletas; c) por que não admitir, como núcleo do trabalho, uma visão expandida da consciência humana,
pois psi parece contradizer o funcionamento mental baseado somente na estrutura cerebral e atividades
eletroquímicas correlatas? Para mim, parece estéril a discussão da existência ou não de psi. Se não se
estabelecer um núcleo duro das pesquisas psi, muito pouco avançaremos. O início da construção de uma
tradição de pesquisas em psi, a partir de sistemas de teorias psicológicas, neurofisiológicas, físicas, entre
outras, e de crenças mais gerais, pode fornecer resposta satisfatória.
Para as EAs, por exemplo, a construção de uma tradição de pesquisa pode considerar a existência de
regiões de influência, que contenham informação anômala de atividades passadas, como sugerem Kripnner &
Devereux & Fish (2002: 405-406), num estudo de sonhos em Sítios Sagrados na Inglaterra e País de Gales, a
partir dos modelos dos efeitos de permanência (lingering effect) de Watkins (1972), dos campos de informação
de Feinstein (1998), dos campos morfogênicos de Sheldrake (1991) e do modelo organizador biológico de
Hernani Guimarães Andrade (1972). Os parapsicólogos, se quiserem criar sua própria tradição de pesquisas,
precisam se tornar menos vulneráveis às tradições de pesquisa de outras ciências, como se delas
dependessem para referendar-se, mas criar um referencial próprio. A título de ilustração, citamos a psicanálise,
que, apesar do seu caráter não científico, criou um referencial próprio, continua a prosperar, e, há muito, se
libertou da dependência dos ramos das ciências, que a descredenciam, estando em expansão no Brasil e na
Iberoamérica.

Hipóteses Astrais

Sob essa terminologia, referimo-nos às primeiras explicações, que consideram as aparições como algo
intermediário entre o mundo físico e o astral, o qual, em determinadas condições, é possível ser percebido por
pessoas com habilidades específicas e denominadas de agentes psi, sensitivos ou médiuns como uma espécie
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 63

de reprodução física de determinado ser humano ou de alguém morto há algum tempo. Esse modelo, embora
abordado nos primórdios pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, com delimitação das EAs para o
campo das experiências alucinatórias, portanto sem o caráter físico, não vem sendo mais utilizado.
Segundo Caruso, (2002: 258) essa situação (as aparições como entidades físicas, espécie de ser
humano identificável pelo percipiente, de um ser vivo ou de um morto, há algum tempo) levaria a uma
exploração, tomando-se valores informativos afastados no espaço e no tempo como os já estudados na teoria
das comunicação e por Abraham Moles (Teoria da Informação e Percepção Estética). Ademais, o caráter
flexível das hipóteses astrais, sua falta de delimitações, lhes conferem um grau de irrefutabilidade, e não
permite o falseamento de suas hipóteses, como comenta Blackmore (1986: 286-292), um mundo mental pode
significar várias coisas, é privativo de cada indivíduo, ou comum e acessível a todos (como os ocultistas
propõem)? Como tratar as questões do compartilhamento e criação do mundo astral, e do armazenamento e
recuperação das informações (astrais)? Estas questões permanecem insolúveis.

Modelo Psicológico

A utilização da psicologia, na investigação das experiências aparicionais, é imprescindível, porque ela


pode investigar os fatores individuais preditores das aparições, estudando os marcadores psicológicos, que
facilitam, predispõem ou bloqueiam esses tipos de experiência, tais como alta ansiedade, introversão x
extroversão, sexo, intelectualidade, criatividade, capacidade visual x imaginativa, bem como as contribuições
de outros ramos da psicologia, como a transpessoal.
Um modelo apenas psicológico mostra-se insuficiente para explicar as aparições, notadamente as
assombrações. Por que a recorrência das aparições a diferentes pessoas, ao longo do tempo, algumas vezes
dezenas de anos?
A seguir apresentaremos modelos psicológicos bastante conhecidos no campo das aparições.

Modelo de Tyrrell e Correlatos

A título histórico e ilustrativo, apresentaremos, sucintamente, modelos nos quais a aparição encontra
um modo de se adaptar às circunstâncias ambientais. Tyrrell (1965: 130) acreditava que as aparições eram
informações recebidas telepaticamente, mas somente a idéia geral, a temática. O ―drama aparicional‖ é a
chave do seu modelo, a impressão telepática original proporciona somente um esboço geral do argumento.
Para desenvolver os detalhes, postula a existência de uma entidade, ou fator ulterior, que denomina de
―Produtor‖ e, para representá-lo há o ―Montador Cênico‖, cuja função é dar vida às percepções alucinatórias
que o plano do produtor requer. O Produtor e o Montador cênico são faculdades dramáticas, que podem ser
concebidos como elementos psicológicos, que integram a personalidade do percipiente, elementos que operam
em um grau quase autônomo por baixo do nivelo de consciência, pois Tyrrell concebe a personalidade humana
como uma hierarquia, que abarca múltiplas categorias, nas quais existem diferentes graus de vontade. A
preocupação de Tyrrell, segundo Caruso, (2002: 260) é a formulação de uma teoria telepática das aparições
sob a forma de uma investigação psíquica.
Edmund Gurney considerava que as aparições eram alucinações, criadas por perceptores individuais
em resposta a impulsos telepáticos, diretamente ou indiretamente recebidos daquele que aparece, inclusive de
mortos.
A hipótese de Myers-Price, e Raynor C. Johnson postulava que as aparições eram imagens etéreas,
criadas, atualmente ou no passado, por algum ato mental.
Mackenzie (1986: 285) considera que a assombração resulta da interação de uma família com a casa e,
se a família for retirada, ainda que apenas temporariamente, pouco se poderá esperar. Considera que, com
muita freqüência, a presença de determinada pessoa é necessária para que os fenômenos ocorram.
Paul Davis, que foi professor da cátedra de física teórica na Universidade de Newcastle, referia-se a
física quântica como a maior revolução científica de todos os tempos, mudando o conceito de realidade. A
tentativa de explicar certos aspectos técnicos da física subatômica, através da postulação da existência de
outros mundos paralelos ao nosso, reinstalou o observador no centro do palco. Mackenzie especula que alguns
casos de assombrações, como o de Versailles, em que ocasionalmente foram vistas figuras em trajes de uma
era passada, sugerem a possibilidade de fragmentos de vida de um mundo superposto.

Outros aspectos psicológicos

Diversos aspectos facilitadores, neutros ou bloqueadores de crença, extroversão, religiosidade,


neuroticismo, capacidade de absorção, sugestibilidade hipnótica, abertura (openness), capacidade de prazer
(agreeableness), consciência, são aspectos da personalidade passiveis de verificação na investigação psi e
como esses aspectos podem afetar a percepção daquelas pessoas, que passam por experiências aparicionais.
Seu alcance será complementar a investigação.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 64

Outro aspecto a considerar é o significado pessoal, como a EA foi integrada à vida do indivíduo, quais as
suas próprias reações, se estas o confunde ou esclarece, e qual a reação dos outros (se de condenação,
apoio, etc.).

Hipnose e Alucinação Voluntária

É de raro registro, mas Mackenzie (1986: 266-269) relata o caso de Ruth, que era capaz de criar
alucinações (auto-hipnose) e, numa certa medida, dirigir-lhes o comportamento. Submetida a testes para
medição de respostas visuais e auditivas como o uso do EEG (eletroencefalograma), conseguia simular,
através da alucinação de sua filha de 8 anos, estímulos visuais e auditivos, que não estavam presentes.
O Instituto Pernambuco de Pesquisas Psicobiofísicas, durante aulas de hipnose, ministradas pelo Prof.
Ronaldo Dantas Lins Filgueira, ao ser aplicado o teste de verificação de números para pessoas daltônicas
(muito comum para se obter licença para dirigir autos), verificou que, após sugestão, uma aluna, com visão
normal, percebia como se daltônica fosse, identificando os números como se assim tivessem essa
problemática. Isso implica que, provisoriamente, há alteração em nível neurológico, que, depois de cessada a
sugestão, volta ao seu funcionamento habitual, como ocorreu com a referida aluna.
A indução hipnótica de aparições de indivíduos susceptíveis, juntamente com a escolha, pode ser um
caminho para se entender os mecanismos das aparições. Isso pode ser utilizado em exames com técnicas de
imagem por fMRI (ressonância magnética funcional por imagens) e PET (tomografia por emissão de pósitrons),
em sujeitos, que consigam estender a sugestão hipnótica durantes esses exames.
Uma vantagem das técnicas hipnóticas será a descaracterização das EAs como patologia, pois torna a
experiência repetível e manipulável, e integrada às experiências do indivíduo, que entenderia seu caráter de
sugestão.

Modelo Biológico

O biólogo inglês Rupert Sheldrake (2003: 16-18, 202, 207) afirma que os fenômenos psíquicos estão
arraigados em nossa natureza biológica e que eles procedem de campos fundamentais para todos os
organismos vivos – a saber, os campos mórficos. Os campos mórficos são de diversos tipos, tais como os
morfogenéticos (campos organizativos dentro dos organismos) para os vegetais, e os campos mórficos das
atividades mentais que se chamam campos mentais. Esses últimos estão por trás de nossas percepções,
pensamentos e dos demais processos mentais. Afirma que, através dos campos mentais, a mente se projeta
no ambiente por meio da atenção e da intenção, e se liga a outros membros dos grupos sociais. Segundo
Sheldrake, esses campos ajudam a explicar a telepatia, a sensação de estar sendo observado, a clarividência
e a psicocinese, e refere-se aos mesmos também através o termo sétimo sentido.
Sheldrake considera que o sexto sentido já foi encampado pelos biólogos, que estudam sentidos
elétricos e magnéticos nos animais. Animais, como as enguias, geram, em torno de si, um campo magnético,
mediante o qual detecta os objetos presentes no ambiente, até mesmo no escuros. Tubarões e arraias
detectam a eletricidade corporal dos peixes que vão caçar. Há ainda o sentido vibratório das aranhas e os
órgãos detectores de calor das cascavéis.
Pierre de Latil (em O Pensamento Artificial), citado por Caruso (2002: 264-265), identifica ―pré-fatores
comuns‖ – imagens e comportamentos comuns a uma espécie e a um determinado meio, e que determinam
respostas ―esperadas‖ prováveis por indivíduos desse mesmo grupo. Logo, certas configurações contigenciais
deixariam de depender do simples acaso, por participarem ―do meio contingente‖ pré-formado na mente do
indivíduo. Isso remete de volta a Tyrrell sobre a aparição como um objetivo de percepção criado para exprimir
imagens de uma idéia, adotando-se que há um fenômeno telepático, ampliando a idéia-padrão coletiva,
correspondente ao inconsciente coletivo de Jung.
Baseado no modelo de Sheldrake: será que, no caso das aparições, a mente humana cria a partir de
idéias do presente, ou do passado, campos mórficos mentais, que seriam percebidos por terceiros como
alucinações? Ou, da mesma forma, os campos de informação, concebidos por Feinstein?

Hipótese de Don Robins e Campos de Informação

Don Robins (1990: 10,108-111) considera que, nos locais das assombrações e locais sagrados, os
retículos cristalinos das pedras guardam uma espécie de memória codificada (um campo de informação),
funcionando como uma espécie de transdutor – dispositivo que transforma uma energia física em
eletromagnética e vice-versa, por exemplo, como um autofalante, ou um microfone. As pedras seriam uma
espécie de semicondutor, um macrochip, e as vibrações físicas e psíquicas de um ambiente seriam
armazenadas nas estruturas das paredes e do ambiente, mais propriamente no retículo cristalino das pedras.
Assim, uma pessoa, ao passar por esses locais, por efeito piezelétrico, ou seja, uma deformação no retículo
cristalino, consegue produzir uma corrente elétrica e vice-versa, o efeito das vibrações, o que chama de
acionador sonoro com um fator humano adequado (sensitivo) levaria à decodificação das informações
codificadas do lugar.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 65

Na realidade, trata-se de uma especulação, onde haveria um campo de informação armazenado em um


meio físico - o retículo cristalino de pedras. Ela é passível de ser testada, com o emprego de agentes psi (ou
pressupostos clarividentes).

Modelos Culturais

As crenças e condicionamentos culturais influenciam a aceitação de experiência anômala e bem como o


conceito de normalidade. Em sociedades em que espíritos e elementos transcendentais são considerados
ordinários, não há porque considerar as aparições como patológicas, diferentemente das sociedades
ocidentais, que baniram, de uma forma geral, a partir da revolução industrial, os aspectos transcendentais
como integrados ao cotidiano social.
A explicação para as EAs somente sob a ótica cultural, sob o imaginário popular e seus aspectos
mitológicos, tem se mostrado insuficiente para explicação das mesmas, como, por exemplo, a sensação de
presença, as alucinações telepáticas, a recorrência de aparições em determinados locais.
As sociedades americana e européia são permeáveis à idéia de aparições e casas mal-assombradas,
embora a atitude predominante seja de descrença, de algo inusitado, mas que instiga a imaginação popular, a
ponto de existir roteiros turísticos em torno dos castelos e mansões mal-assombrados. Um exemplo disso são
as 57 mansões ou localidades e 59 casas mal assombradas nos Estados Unidos e Europa descritas por Hans
Holzer (1991, 1995), se bem que sem importância do ponto de vista científico, pois não mostra a metodologia
em que obteve essas citações e utiliza conceitos não aceitos como científicos para aparições, exemplifica, do
ponto de vista cultural anglo-saxônico, o fascínio que esses locais exercem sobre o público em geral. No
Brasil, observamos que o interesse por locais mal-assombrados não está estruturado, como na Inglaterra e nos
Estados Unidos, mas permanece vivo o folclore das botijas e tesouros enterrados, e há alguns registros
literários sobre as aparições, como as do livro ―Assombrações do Recife Velho‖, escrito por Gilberto Freyre.
Culturalmente, há em muitas localidades o ―espírito‖ do lugar. Existe, por exemplo, o bairro boêmio, o
bairro histórico, ou, de um modo geral, uma certa ―atmosfera‖ que caracteriza, cerca o local e o marca. O caso
da aparição de Cheltenham, Mackenzie (1986: 59-84) sugere que a crescente modernização do bairro afeta a
ocorrência desse tipo de fenômeno. Este caso, inicialmente investigado por F.H. Myers, refere-se a aparição de
uma dama de preto com o rosto parcialmente encoberto por um lenço, que foi vista por 17 pessoas, e ouvida
por mais de 20, e à medida que a edificação original foi sendo modificada, passou a ocorrer em outras casas
preservadas, que existiam à época da casa original, num raio de 800 metros de distância, isso no período de
1884 até 1979, até a publicação original do livro Fantasmas e Aparições, em 1882.
Outros casos famosos, como os polêmicos fantasmas do pequeno Trianon do Palácio de Maria
Antonieta em Versailles, ―visto‖ em 1901 por duas inglesas e posteriormente por outras pessoas (Coleman,
1988), foi um tremendo sucesso literário e até hoje fascina, sendo também citado por Andrew Mackenzie, no
seu livro Fantasmas e Aparições (1986: 147-197).
Entendemos o aspecto cultural como um elemento permeável à ocorrência dessas percepções, no caso
da sociedade ocidental, estimulando, positivamente, a ocorrência e registro dos mesmos. A idéia de que
aparições sejam fantasmas, ou espíritos de mortos, faz parte do imaginário popular, e pode também se dizer
que faz parte do inconsciente coletivo, que numa era não-religiosa, como a atual, tem sido ―oficialmente‖
rejeitada.

Modelo Parapsicológico - Relações Psigâmicas e Aparições

Preferimos utilizar o termo psigama para denominar as experiências psi, relacionadas a telepatia e
clarividência, ao popular PES (Percepção Extra Sensorial, ou ESP, do inglês), por se tratar de termo neutro,
bem como, e nem sempre, ocorrer percepção em psi. Como exemplo, parapsicólogos como Radin, e biólogos
como Sheldrade, relatam experiências de respostas antecipatórias, sem que haja percepção pelos
participantes, e que indicadas pela variação da resistência galvânica da pele, que ocorrem segundos antes da
emissão do alvo.
Como já nos referimos anteriormente em Definições, embora as EAs, em si, não sejam experiências psi,
a menos que preencham os determinados requisitos característicos de psi, algumas experiências psi têm o
caráter alucinatório. De acordo com Louise Rhine, a experiência ESP (do inglês, Extra Sensory Perception) se
apresenta em quatro formas subjetivas: impressões intuitivas, alucinações, imagens visuais realísticas, ou
imagens visuais não-realísticas. Embora não se saiba, com precisão, a incidência dessas 4 formas subjetivas
da experiência ESP, nesta amostra de L.E. Rhine, em 1962, 26% dos casos eram intuitivos, 9% alucinatórios,
44% eram imagens visuais realísticas e 21% eram imagens visuais não-realísticas. L. Rhine (1966: 43-66)
considera que as experiências realistas são àquelas que se dão detalhes tão verdadeiros e realistas que os
relatos assemelham-se à descrição de fotografia do acontecimento. Nas não-realistas quase nenhum detalhe é
real, mas o seu significado verdadeiro. Nas experiência PES alucinatórias ocorrem quando a pessoa está
acordando (embora em algumas não seja fácil dizer com certeza se está mesmo acordado), mas a experiência
não se assemelha a um sonho típico. L Rhine considera ainda todas as experiências PES intuitivas - as não
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 66

são sonhos ou alucinações, apresentam certa forma fundamental, mais parecida com a que acontece por
intuição.
As experiências na proximidade da morte são também fonte de diversos tipos de experiências
anômalas, e também de alucinações. Castro (1989: 18-20) que apresentou monografia onde defendia os
fenômenos paranormais na proximidade da morte como um mecanismo de apego à vida, fez um quadro-
resumo de alucinações ocorridas em pacientes, que estavam em estado terminal (morte gradual esperada), ou
em experiência de morte iminente (processo de morte súbita não esperada) e sua relação com psi. Ele supôs a
deflagração de fenômenos parapsicológicos como um mecanismo de reação à morte, um último apego à vida,
mesmo nos momentos em que ―há desistência de viver‖ os fenômenos psi parecem fazer parte de um
mecanismo de adaptação a esses momentos de extrema dificuldade. Os fenômenos psi com dominância da
informação (psigama) parecem caracterizar o apego à vida (de forma alucinatória) e os fenômenos psi com
dominância da energia sobre a informação (psikapa) parecem registrar literalmente, ou seja, fisicamente, esse
apelo (1989: 29).
Diversos são os exemplos de experiências psigâmicas e as alucinações, o que nos leva a questionar se
os agentes psi serão mediadores de experiências aparicionais, e, como tais, não teriam as mesmas
características psicológicas, fisiológicas para expressar esse tipo de experiência psíquica?

Abordagem Fenomenológica - Pesquisa de Campo e Estudos de Casos

Desde os primeiros casos de alucinações publicados, como o Phantasms of the Living (1886) –
contendo 701 casos de aparições entre os mais de 2000 depoimentos prestados, os livros de Frank Podmore
(a partir de 1894), bem como o Recenseamento das Alucinações (Report on the Census of Hallucinations),
apresentados nas Atas (1894), pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres – SPR, as pesquisas de
campo (enquetes) e estudo de casos têm sido instrumentos de ampla utilização para o estudo das EAs.
Alguns pesquisadores têm-se valido de agentes psi para verificação de locais, ditos assombrados.
Everist (2000, 346-354) utilizou 17 pessoas – 1 profissional, 10 estudantes sensitivos e 6 estudantes novatos,
também aplicando a estes testes psicológicos, e formulários individualmente e independentemente (com
tratamento estatístico) para identificação, em uma casa mal-assombrada, no Arizona – EUA., dos locais em
que teriam sido percebidas aparições (com alguns resultados estatisticamente significativos), o tipo de
personalidade dos fantasmas (que foi inconclusivo).
Wiseman et al (2001: 393-407), efetuaram pesquisa com de 600 pessoas no Hampton Court Palace,
reputado tanto pelos funcionários quanto pelo público, como um dos locais mais mal-assombrados da
Inglaterra, visando à verificação de três variáveis: crença em fantasmas, sugestão (a metade dos participantes
foi dito que houve um recente aumento de fenômenos não-usuais e a outra metade foi dito o oposto) e campos
eletromagnéticos. Foram ainda feitos testes psicológicos para verificação da crença em fantasma, suas
experiências não-usuais passadas e se acreditavam que estas eram devido a fantasmas. Os resultados
indicaram que as pessoas que acreditam em fantasmas percebem mais fantasmas que os outros; a
manipulação de sugestão de aumento dos fenômenos não causou efeito significativo nos participantes, e
parcial suporte que o aumento da intensidade e também na variação do campo geomagnético (correlacionado
com as características visuais e conhecimento prévio da área) influenciou os locais nos quais os participantes
relataram as experiências.
A utilização da Internet, pelo seu alcance e interatividade, também pode auxiliar nas pesquisas de
campo como a efetuada no Peru (Paul, 2004: 97) que sugeriu existir uma correlação entre capacidade de
absorção (psicológica) e as EAs.
A abordagem fenomenológica, em conjunção com outros recursos, será sempre de vital importância
para o entendimento de psi e das EAs.

Abordagem Tecnológica – A procura de registros anômalos

Pode ser resumida em: ―a busca e o registro de anomalias‖, para que então se transforme em ―fatos a
procura de explicações‖.
A abordagem tecnológica será muito desejável, principalmente dentro do paradigma físico da realidade,
no qual só existe o que pode ser observado (mesmo indiretamente) e medido, porém devido ao caráter
subjetivo das aparições, a abordagem tecnológica tem alcance limitado. Pode-se verificar se variáveis
ambientais podem influenciar as pessoas e, como tal, ser um mediador de fenômenos, ou mesmo se as
pessoas podem influenciar os equipamentos de qualquer forma, havendo registro que ficará caracterizado
como uma anomalia, ou mesmo se o ambiente independentemente das pessoas possa apresentar medições
anômalas.
Um fator limitador será fazer coincidir que a instalação e as medições ocorram no período alegado da
ocorrência das aparições, assombrações e poltergeists, e, na maior parte das vezes, isso não é possível, e,
muitas vezes, nem desejado pelas pessoas que passam por essas experiências pela publicidade negativa, pelo
transtorno causado a suas vidas e mesmo pela desvalorização imobiliária dos locais. A evolução da tecnologia,
possibilitando equipamentos mais sensíveis e acessíveis economicamente favorece essa abordagem
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 67

Numa ênfase tecnológica, como a trazida por Warren (2005: 135-180) e Kokubo& Yamamoto (2004: 68-
74) tanto para a obtenção de registros físicos anômalos, de assombrações e inclusive poltergeists, quanto para
o estabelecimento de mediadores físicos (tais como campos eletromagnéticos ou geradores de tons) que
facilitem o registro de anomalias, podem ser utilizados desde:

 Máquinas fotográficas, tanto as convencionais (neste caso quanto mais sensíveis o filme melhor)
quanto digitais, para registro de imagens não percebidas no momento da foto, ou atribuídas a
aparições. As digitais de hoje já possuem qualidade idêntica às convencionais, embora ainda a um
custo financeiro mais elevado para a impressão das fotos, porém as máquinas convencionais possuem
a vantagem de produzir um negativo para exame. Um aspecto pertinente para ambos os casos é a
velocidade do obturador, para a obtenção de fotografias de ‖aparições‖, pois pode capturar imagens
em um ritmo mais alto que o olho humano pode perceber. O uso de filtros para o espectro
infravermelho ou ultravioleta também permite obter imagens fora do espectro do olho humano. A
máquinas digitais usam CCD (por isso são sensíveis ao campo infravermelho próximo). No entanto os
fabricantes colocam um filtro no CCD que corta a maior parte do infravermelho, para que a imagem
não fique distorcida em relação à percepção do olho humano, porém as com recurso para a noite
podem ―ver‖ mais longe nesse campo, dispondo de controle que permite remover fisicamente esse
filtro.
Muitas vezes orbes ou círculos são fotografados, podendo ser devido a gotas de chuva, grãos de pó na
lente, insetos ou reflexos, mas algumas fotos mostram orbes atrás de objetos da foto o que estão
distantes da câmera, o que dificulta sua explicação, os orbes capturados em vídeo são os mais
convincentes. Névoas, muitas vezes, aparecem em fotografias. Sao parecidas com uma fumaça
grossa. Embora normalmente branca podem ser de qualquer cor. As névoas lembram nuvens e
tendemos a organizar nossas percepções, tentando gerar ordem a partir do caos, podem ser um tanto
abstratas quanto indicar uma forma de um ser vivo, ou seja, uma aparição corpórea e sugerir que
estão em movimento. Suas causas podem ser naturais como umidade, fumaça de cigarro, neblina e
condensação das lentes.
 Máquinas fotográficas 3-D aumentam a credibilidade da fotografia, por se assemelhar da maneira que
percebemos o mundo, ou seja, em 3 dimensões. Ela tira dois fotos do mesmo objeto, de dois ângulos
ligeiramente diferentes, imitando a perspectiva do olho humano. Ao se combinar essas duas imagens,
cria-se uma imagem única e com profundidade, uma representação em miniatura da realidade, cada
uma delas de uma posição próxima, mas diferente, que, quando colocadas em um visor especial,
fundem-se oticamente, e câmeras de vídeo (para registrar inclusive as medições de outros
instrumentos). Outros detalhes em www.3dstereo.com.
Convém lembrar que uma fotografia é apenas uma fotografia, não pode ser utilizada como algo
conclusivo, e tem sempre um impacto limitado na comunidade cientifica, pois a luz faz coisas
incomuns, reflete objetos, distorce-os, os medidores como os a seguir listados, são melhor
instrumentos de registro de anomalias.
 Câmeras de vídeo funcionam de maneira semelhante como o cérebro vê o mundo. A exemplo das
maquinas fotográficas digitais, utilizam CCD, e capta freqüências infravermelhas. Pode ser utilizado
uma técnica controversa, chamada IVI – do inglês, infinite video imaging, ou vídeo de imagem infinita,
utilizada em lojas de departamento, quando se entre e se descobre a imagem exibida na TV. Conecta-
se as saídas de áudio e vídeo da câmera filmadora nas entradas de áudio e vídeo da TV, e se vira a
câmera em direção à tela da TV, que mostra imediatamente desenhos e imagens abstratas. Se a
imagem a pausada no momento certo ou exibida em slow motion, basicamente está se captando uma
imagem infinita. Alguns pesquisadores afirmam que, ao se gravar essa imagens, algumas anomalias
acontecem, como formas desconhecidas, se a fita é pausada no momento certo ou exibida em slow
motion.
 Luz negra, para ampliar a percepção humana para o espectro ultravioleta, no ambiente pesquisado
 Luz estroboscópica pode duplicar o efeito de um obturador de uma câmera, pois conforme piscam
isolam imagens que, de outra forma, se moveriam rápido demais para o cérebro humano perceber. Tal
como apontar a luz estroboscópica para um ventilador e ao ajustar as diferentes velocidades da luz, as
pás da hélice aparecem em estágios diferentes. Os estroboscópios são dispositivos mais avançados,
que podem piscar centenas de vezes por segundo e possibilitam uma gama maior de freqüências.
 Bússola, para a detecção de campos magnéticos estranhos, que afetem o funcionamento da mesma.
 Medidor de campo eletromagnético (ou CEM, do inglês), para medição especifica de campos
eletromagnéticos, principalmente de campos erráticos sem origem física, tais como os campos que
pairam no ar, planam em uma área e depois desaparecem. Os mais simples não conseguem detectar
a influência de seres humanos, geralmente com medição CA – corrente alternada (tais como, o flux-
gate retangular de 3 dimensões, melhor indicados para indicar e excluir campos artificiais, de tomadas,
fiações, eletrodomésticos, etc.), porém outros de maior sensibilidade com medição em CC – corrente
contínua (tais como as com sensores de efeito Hall, indicado para campos naturais, como o TriField
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 68

Natural EM Meter podem captar seres vivos com a distância de até 3 metros e também configurados
para captar ondas de rádio e microondas). Os CEM podem ser utilizados, em conjunto, e com mais
eficiência, com uma máquina fotográfica.
 Medidor de infravermelho (semelhantes ao CEM), são unidades compactas de mão, em vez de
detectar CEM, mostram níveis de campos do espectro infravermelho (o que, a rigor, são radiações
eletromagnéticas). São mais úteis quando aplicados à fotografia infravermelha, possibilitando fotografar
massas de energia invisíveis, usualmente captando seres vivos e fontes de calor até 45 metros de
distância. Caçadores usam esses medidores para localizar animais de caça no meio da mata.
 Termômetros, em escala decimal, preferencialmente digitais, de forma a permitir o arquivo dos dados
obtidos (para medir os ―pontos frios‖ de lugares assombrados, útil para medir e diferenciar a
temperatura objetiva da subjetiva. Os medidores de temperatura remota, com mira de infravermelho
para indicar o ponto de medição, são os ideais para medições em campo.
 Mira de visão noturna, usada por caçadores e especialistas em vigilância, permitem o pesquisador ver
no escuro sem utilizar outra fonte, e sem poluição de luz, bem como permite que se veja o campo
infravermelho.
 Walkie-talkies, para comunicação entre os pesquisadores, principalmente se estão em uma grande
área, por em a freqüências de uso pode interferir com o
 Gerador eletrostático, Van de Graaff (é o mais conhecido tem forma de esferóide grande e prateado) e
máquinas Wimshurst/Boneti, que podem despejar centenas de milhares de volts no ar, em um local
assombrado, ionizando esse ambiente e desta forma predispor o acontecimento de alguma anomalia.
 Ozonizadores, ou purificadores de ar de íons (normalmente negativos)
 Bobina de Tesla, consiste de transformador, capacitor, centelhador e bobinas primárias e secundárias.
Funciona como uma tensão alta e produz correntes elétricas de alta freqüência e ionização. Bobinas de
Tesla pequenas e compactas têm sido vendidas como máquinas de raios ultra- violeta;
 Gerador de tons e qualquer dispositivo que soe a um hertz específico. Alguns programas, como o NCH
Swift Sound – www.cnh.au ou Cool Edit – www.cooedit.com, permitem gerar um alcance infinito de
sons. O objetivo será a criação de ―ondas estacionárias‖, pois quando um tom é transmitido numa sala,
por exemplo, é refletido no ambiente que o cerca e, por fim, converge em uma área e se concentra,
formando um padrão estacionário, oscilando em uma freqüência particular e harmônica. Aguarda-se
para verificar se alguma anomalia ocorre a essa onda.
 Como ilustração do item anterior, Tandy&Laurence (1998) utilizando a experiência ocorrida com o
primeiro, mostraram que sob certas circunstâncias (no caso, um ventilador e as tubulações de um
sistema de ar condicionado) uma onda estacionária de 19 Hz podem criar fenômenos sensoriais
sugestivos de fantasmas, o que intitulou de ―fábrica de fantasmas‖. Tandy no artigo ―Something in the
cellar‖ , mostrou suas investigações realizadas no sótão sob o Centro de Informações Turísticas da
Universidade de Coventry. Nesse local, alguns visitantes alegam ter percebidos sensações de
presença e outras sensações desagradáveis, relacionadas a experiências aparicionais. Tandy verificou
nesse local a possibilidade da ocorrência de ondas subsônicas de 19 Hz, demonstrando que as
dimensões do corredor que levava ao sótão, se enquadra na freqüência que contém ondas
estacionárias, porém não encontrou a fonte que pudesse causar naturalmente esse fenômeno.
 Amplificador de áudio, para registro dos sons ―inexplicáveis‖ para obter quanto possível do local
pesquisado, com microfones ultra-sensíveis, permitindo-se através de softwares como o Sound Forge,
manipular esses sons destacando as faixas de freqüências
 Gerador de números aleatórios – GNA (ou RNA, do inglês), para verificação se o ambiente produz
anomalias no funcionamento deste equipamento, sugerindo a atuação de consciências?
 Computadores, com interfaces apropriadas para os tipos de sensores, registradores e gravadores
utilizados.

Atividades geomagnéticas e eletromagnéticas

Alguns pesquisadores como Roll & Nichols (1999: 289 e 300-301) consideram que variações abruptas
dos campos eletromagnéticos (EMF, do inglês) e geomagnéticos (GMF, do inglês) podem afetar o cérebro dos
percipientes. Citando Persinger, sugerem que imagens tipo sonhos podem ser evocados por campos
eletromagnéticos e geomagnéticos da mesma freqüência do cérebro humano, e que EAs seriam mais
evidentes durante períodos de aumento da atividade geomagnética. A redução dos níveis de melatonina, ao
atingir o limiar subseqüente de um GMF, poderia estimular o acesso a fragmentos de memória do hipocampo,
facilitando as EAs.

Registros Aparentemente Anômalos, mas de causas naturais ou artificiais

O objetivo é mostrar até que ponto causas físicas podem contribuir para o entendimento das
experiências aparicionais.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 69

Fogos fátuos, efeito luminoso geralmente azulado, podem ser produzidos pela concentração de cargas
elétricas (íons) em pântanos (gerando estórias que dominam o folclore popular), bem como em asas de avião
(conforme corta o ar, enormes cargas podem ser produzidas e jorradas para longe na forma de um azul
misterioso); e mastros de navios ao entrar em contato com a atmosfera eletricamente carregada.
Usando-se cargas elétricas, também é possível mover objetos: quanto mais forte a carga, maiores
objetos poderá mover. Como por exemplo, esfregando-se, repetidamente, um pente no cabelo e depois
aproximá-lo de pequenos objetos, tais como pedaços de papel, cigarros, bolas de ping-pong, desviar fluxos
delgados de água vindo de uma torneira, etc.
Cheiros estranhos, como o ozônio, são gerados devido a concentração de íons criados
eletrostaticamente.
A eletricidade estática pode ser produzida através de geradores Van de Graaff (é o mais conhecido tem
forma de esferóide grande e prateado) e máquinas Wimshurst/Boneti. Um exemplo popular do funcionamento
do gerador de Van de Graaff é fazer o cabelo de uma pessoa se eriçar nas pontas. Isso ocorre porque alguém,
ao entrar em contato com o mesmo tipo e carga elétrica (- ou +), sua pele e cabelo estão submetidos à mesma
carga elétrica, que se repelem, fazendo o cabelo se afastar da pele. Por sua vez, as cargas elétricas, que
correm pela pele, criam o conhecido ―vento iônico‖, que produz uma sensação fria ou gelada na pele. Essa
sensação, que não é apenas do ar em movimento, mas dos íons elétricos em movimento, pode ser
responsável pela sensação de calafrio ao se encontrar uma aparição. O vento iônico produz ainda outra
sensação estranha conforme as cargas elétricas passam pela pele, além de frieza, parece tocar a pessoa. O
vento iônico pode ser simulado pelo gerador de Van Del Graaff : ao ―soprar‖ um vento iônico pelos ombros de
uma pessoa, ela pensará que foi tocada pelas costas. Movimento de objetos podem ocorrer através da
eletricidade estática.
Efeito de névoa também podem ser obtidos em filmes expostos a campos magnéticos artificiais segundo
Roll&Nicholls (1999:301).

Abordagem fisiológica e neurológica

As neurociências têm trazido, especialmente nos últimos 10 anos, informações inovadoras sobre os
circuitos neurológicos. Embora a ênfase seja situar as EAs dentro do limite da normalidade no ser humano,
descaracterizando o lado patológico das mesmas, as psicopatologias, notadamente as esquizofrenias, podem
contribuir para o entendimento dos mecanismos das alucinações. Devido a esse aspecto patológico, os
estudos neurofisiológicos são majoritários e, deles, pode-se tirar correlações com as EAs, notadamente as
anormalidades do lobo temporal ou ferimentos na cabeça, tirando proveito das novas técnicas de
neuroimagens.
O neurologista português Antonio Damásio, no seu livro O Mistério da Consciência (2000: 407-408),
expõe que as imagens originam-se de padrões neurais, ou mapas neurais, constituídos em circuitos ou redes,
porém há um mistério de como as imagens emergem de padrões neurais. Afirma que, talvez algum dia, se
possa explicar satisfatoriamente todas as etapas intermediárias entre padrão neural e imagem, pois não
conseguimos caracterizar todos os fenômenos biológicos que ocorrem entre nossa percepção corrente de um
padrão neural e nossa experiência da imagem, que se originou da atividade no mapa neural. O entendimento
desses mecanismos certamente ajudará no entendimento das alucinações.
O funcionamento do cérebro pode, teoricamente, se predispor a experiências anômalas de duas
maneiras: global (que enfoca a localização não específica das funções cerebrais – na qual ganzfeld utiliza-se
dessa condição para testar condições psi condutivas) ou focal (as quais envolvem déficits no funcionamento
cerebral).
Neppe (1990: 170-176) utilizando uma escala (questionário) para medição da disfunção do lobo
temporal, efetuou pesquisas que sugerem que possíveis disfunções lobo temporais podem levar a experiências
psigâmicas. Esses lobos têm, como maior função, integrar as entradas das percepções polimodais de todas os
tipos, incluindo aquelas dos órgãos sensoriais convencionais, como cheiros, balanços, audição, senso de
posição e dor nas áreas vizinhas. Os lóbulos temporais são responsáveis por integrar vários aspectos afetivos,
cognitivos, e das funções cognitivas, como memória, aprendizado, interpretação, e sentido do self; bem como
as funções endocrinológicas, metabólicas, sexuais e agressivas. Eles são os grandes integradores cerebrais,
enquanto os lobos parietais estão envolvidos somente nas distorções espaço-visuais. O termo possível deve-
se a ninguém poder, conclusivamente, demonstrar que essas experiências subjetivas derivam do lobo
temporal, pois podem ser epifenômeno de diferente origem fisiológica. Será de se questionar se nas EAs os
lóbulos temporais não estariam estimulados como numa experiência normal.
Os lobos occipitais, por conta do seu envolvimento nas associações visuais, são também candidatos à
localização das experiências psigama. As aparições por serem predominantemente visuais possivelmente têm
algum grau de modulação com o dos lobos occipitais.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 70

QUESTÕES METODOLÓGICAS

Propor metodologias para experiências tão insólitas, não é tarefa simples, e a própria pesquisa psi
encontra enormes dificuldades para estabelecer métodos quantitativos ou qualitativos amplamente aceitos. Vez
por outra, se retorna ao debate das escolas quantitativa proposta por Rhine e qualitativa praticada por
Tenhaeff, das vantagens e desvantagens de ambas. Apostamos na complementaridade de ambos os métodos
e nas aplicações de acordo com a situação e disponibilidade de recursos humanos e financeiros para a
pesquisa.
A seguir comentamos possíveis metodologias a serem utilizadas por parapsicólogos, psicólogos,
neurocientistas e toda gama de interessados nesta temática de EAs, de forma a se poder estabelecer, no
futuro, uma tradição de pesquisas para as mesmas:
 Abordagem fenomenológica, com a utilização de pesquisas de campo (enquetes), é muitas vezes a
única possível ou viável de se fazer pesquisa. Pode ser aplicada a uma população específica (por
exemplo, estudantes universitários) ou através de entrevistas individuais. De uma forma geral, a
abordagem fenomenológica contribui para analisar padrões de subjetividade e trazer experiências
individuais para uma ótica quantitativa, inclusive, podendo ser complementada com testes
psicológicos quando possível. Pelala&Cardeña (2000: 52-55) indicaram limitações dessa
abordagem, tais como: esquecimento, erros de reconstrução e confabulação, dificuldades de
descrição verbal, distorção através da observação e substituição de inferências pela observação,
censura, falta de verificação independente, desmontagem e desejabilidade social, características
sob demanda (resposta as expectativas do pesquisador);
 Pesquisa de campo, quando estão a ocorrer casos. É muito de difícil de acontecer devido a
aleatoriedade das ocorrências, podendo ainda ser complementadas com testes psicológicos,
medições neurofisiológicas, e medições de parâmetros físicos no local;
 Estudo de casos, já ocorridos, complementados com testes psicológicos, medições
neurofisiológicas, e medições físicas no local;
 Correlação das EAs com as neuropatologias, e imagens mentais anormais e sintomas
psicopatológicos, com o intuito de se evidenciar os mecanismos neurológicos pelos quais as
alucinações se utilizem, como, por exemplo, as disfunções dos lobos temporais;
 Correlação entre o papel das variáveis ambientais (como campos eletromagnéticos,
geoambientais, etc.) e as aparições e assombrações;
 Correlações com os estados psi condutivos e as EAs;
 Marcadores psicológicos e neurofisiológicos para psi e as EAs;
 Estudo e comparação das EAs com processos fisiológicos responsáveis pelo julgamento do ser
humano sobre a realidade de suas experiências;
 Aplicação de técnicas hipnóticas, e, se possível, com técnicas de imagem;
 Estudo dos efeitos alucinógenos de drogas em termos do sono e sonho.
 Verificação da existência de regiões de influência que contenham informação anômala de
atividades passadas a partir dos modelos dos efeitos de permanência (lingering effect) de Watkins
(1972), dos campos de informação de Feinstein (1998), de dos campos morfogênicos de Sheldrake
(1991) e do modelo organizador biológico de Ernani Guimarães Andrade (1972).
 Identificação dos papéis das mitologias (crenças) individuais e coletivas no surgimento das EAs e o
que representam para o indivíduo, seu contexto e aqueles que o cercam.

DISCUSSÃO

Psi e as EAs atingem, diretamente, nosso entendimento da realidade, que se baseia


predominantemente no paradigma da física e, nesse contexto, as EAs não passariam de meras experiências
imaginárias. Porém, como coloca o físico Amit Goswami (2002: 22), o paradigma físico se sustenta em
concepções metafísicas da realidade, uma das quais considera que a realidade é independente de nós, e que
ele se refere como objetividade forte. A subjetividade seria, portanto, ―independente‖ dessa realidade.
Estritamente, sob esse conceito, as experiências aparicionais seriam irreais e, dentro do contexto social
ocidental, patológicas. Mas não é essa a crença dos pesquisadores, pois as pessoas que passam por esse tipo
de experiências estão dentro do contexto, que consideramos como normalidade. As EAs podem estar
integradas com o que chamamos de realidade objetiva, e conviver dentro do conceito de normalidade? Creio
que as EAs ampliam as questões ligadas à normalidade, que podem ganhar novos enfoques.
O que leva uma EA a se prolongar por minutos? Que papel e função representa no contexto e na vida
daqueles que a percebem? Por que o aspecto basicamente autômato das mesmas? Esses aspectos vão ao
encontro daqueles que querem encontrar algum suporte para a experiência transcendental? Permanece a
dificuldade, no atual grau de conhecimento científico, de se entender casos como o de Chelteham, já citados
neste trabalho, que chegaram a durar cerca de 30 minutos (algumas EFCs e EQMs também parecer ter
duração semelhante). Casos como os fantasmas de Versailles são uma farsa literária?
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 71

Psi e as EAs parecem indicar que a subjetividade tem interferência direta na dita realidade objetiva. As
experiências psi parecem interferir no mundo ―objetivo": A obtenção de informações à distância ou através do
tempo (sem o uso dos mecanismos sensórios-motores conhecidos), as interações mente-matéria, as
interações da mente com organismos vivos, as interferências da mente ou consciência com geradores de
números aleatórios, entre outras experiências anômalas, parecem contradizer o entendimento corrente de
―realidade objetiva‖, separada de nós. Cabe-nos investigar o papel da subjetividade no mundo dito objetivo.
Como já nos referimos anteriormente, psi trás à tona, como pertencente ao campo científico, a questão
do link entre subjetividade, significado e objetividade (de um paradigma de forças para outro, cuja informação e
significado sejam dominantes), da interconectividade entre mentes, da independência do efeito psi no espaço e
no tempo e do papel que a consciência possa ter na dita realidade objetiva. (Castro, 1998: 40)
Pensamos que, algum dia, será possível se estabelecer uma tradição de pesquisa que leve, em seu
cerne, constructos como psi e experiências correlatas como as alucinações, e que as EAs sejam integradas
dentro da totalidade das experiências humanas. Enquanto isso não ocorre, continuam percepções e
fenômenos em busca de clarificações e respostas.

REFERÊNCIAS
BENTAL, Richard P. Hallucinatory Experiences. In: Varieties of anomalous experiences: examining the
scientific evidence, Etzel Cardeña, Steven J. Lynn, Stanley c. Krippner. Washington: American Psychological
Association, 2000.
BLACKMORE, Susan. Experiências fora do corpo. São Paulo: Editora Pensamento, 1986.
BORGES, Valter da Rosa. Fenomenologia das Aparições. Recife: Editora Bagaço, 2001.
CARUSO, Ivo Cyro. A parapsicologia e seus problemas. Recife: Novoestilo Editora, 2002.
CASTRO, Jalmir Freire Brelaz. Fenômenos paranormais da proximidade da morte: um mecanismo de apego a
vida. Monografia de conclusão do Curso de Pós-graduação em Parapsicologia pelo Instituto Pernambucano de
Parapsicologia. Recife, 1989.
_________. Contribuições das Pesquisas Psi ao Estudo da Consciência. Atas do III Encuentro PsiConsciência.
Buenos Aires, 1998.
COLEMAN, Michael H. The ghosts of the Trianon: the complete an Adventure. Northamptonshere- Inglaterra:
The Aquarian Press, 1988.
DAMÁSIO, António. O mistério da consciência: do corpo das emoções ao conhecimento de si. São Paulo:
Companhia das Letras, 2000.
EVERIST, William G. Two studies of apparitional sensitivity amonsgt novice and experienced percipients. Anais
da Parapsychological Association 43rd Convention, Friburgo, 2000.
FEIJÓ, Ricardo. Metodologia e filosofia da ciência. São Paulo: Editora Atlas, 2003.
FODOR, Nando. An encyclopaedia of psychic science. Secaucus, New Jersey: The Citatel Press, 1966.
GOSWAMI, Amit. A janela visionária. São Paulo: Editora Cultrix, 2003.
HOLZER, Hans. Where the ghosts are: The ultimate guide to haunted houses. New York: A Citatel Press Book,
1995.
________. America‘s haunted houses. Stamford, CT: Longmeadow Press, 1991.
KOKUBO, Hideyuki & YAMAMOTO, Mikio. Case report on strange eletrocmagnetic signal: Research of
―Poltergeist‖ incident in Gifu, Japan. Curitiba: Anais do II Encontro Psi: refletindo sobre o futuro da
parapsicologia, 2004.
LAKATO, Eva Maria&MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1986.
KRIPPNER, Stanley. Advances in parapsychological research Vol 6. Jefferson, Carolina do Norte: 1990.
MACKENZIE, Andrew. Fantasmas e Aparições. Paulo: Editora Pensamento, 1986.
NEPPE, Vernon M. Anomalistic experience and the cerebral cortex; In: Advances in Parapsychological
Research vol 6. Jeffferson, NC: McFarland, 1990.
PAUL, Luis S. Espinoza. Experiencias aparicionales y absorción psicológica: um estúdio exploratório online.
Curitiba: Anais do II Encontro Psi: refletindo sobre o futuro da parapsicologia, 2004.
RADIN, Dean I. The conscious universe: the scientific truth of psychic phenomena. Nova Iorque: HarperCollins
Publishers, 1997.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 72

RHINE, Louisa E. Canais ocultos do espírito. São Paulo, Bestseller, 1966.


ROBIN, Don. A linguagem secreta das pedras. São Paulo, Edições Siciliano, 1990.
ROLL, William G. & PERSINGER, MICHAEL A. Poltergeist and non locality: energetic aspects of RSPK. Anais
da Parapsychological Association 41st Convention, Halifax, 1998.
_______. & NICHOLS, Andrew. A haunting at an army post. Palo Alto, California, 1999. Anais da
Parapsychological Association 42nd Convention, Palo Alto, 1999.
_______ & MAHER, Michaeleen & BROWN, Barclay. Na investigation of reported haunting ocorrences in a
Japonese restaurant. In: Research in Parapsychology 1992: apbstracts and papers from the 35th Annual
Convention of the Parapsychological Association, 1992.
SANTO, Alexandre do Espírito. Delineamentos de metodologia científica. São Paulo: Edições Loyola, 1992.
SHELDRAKE, Rupert. A sensação de estar sendo observado. São Paulo: Cultrix, 2004.
TANDY, Vic & LAWRENCE, Tony R. Tthe Gost in the Machine. Journal of the Society for Psychical Research,
Vol 62, No 851 April 1998.
TANDY, Vic. Something in the cellar. Journal of the Society for Psychical Research, Vol 64.3 , No 860.
TYRELL, G.N.M. Apariciones. Buenos Aires: Editorial Paidós, 1965.
WARREN, Joshua P. Como Caçar Fantasmas - guia prático para prospecção, identificação e comunicação
com Fantasmas. São Paulo: M. Books do Brasil Editora, 2005.
WILLIAMS, Bryan J.. The ghost in the mind: a brain-environment interaction model of the apparitional
experience. Anais da Parapsychological Association 44th Convention, Nova Iorque, 2001.
WISEMAN, Richard & WATT, Caroline & GREENING, Emma & STEVENS, Paul & O‘KEEF, Ciaran. An
investigation into alleged haunting of Hampton court Palace: psychological variables and magnetic fields. Anais
da Parapsychological Association 44th Convention, Nova Iorque, 2001.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 73

TERMOGRAFIA CUTÂNEA EM ESTADOS MODIFICADOS DE CONSCIÊNCIA:


UM ESTUDO DE CASO

Cutaneous thermography in modified states of consciousness: a case study

Carlos Alberto Tinoco (Foto)


Carlos A. Fragoso Guimarães
Faculdades Integradas ―Espírita‖

Resumo
LL na infância, sofre agressões físicas e psiquicas. Quando adulta, apresentou sintomas de somatização de
problemas psíquicos. Passou, subitamente, após um estado modificado de consciência (EMC) a pintar com
mãos e pés, coisa que nunca fez antes. Submetida a teste de ―termografia cutânea‖ durante um emc,
apresentou vasoconstrição no braço que usava para pintar. O laudomédico apontou uma hiperrestimulação
simpática no hipotálamo esquerdo, quadro esse reversível após o transe. Trata-se de uma pesquisa piloto
que deve ser continuada.

Palabras Chave: estado modificado de consciência, pintura, termografia cutânea

Abstract
LL in her childhood had physical and psychical aggressions. When she was 34, appeared in her body the utter
of psychic problems. Suddenly, began to paint in altered state of consciousness (ASC), using her feet and
hands. She never did it before. She was submitted to a test of coetaneous thermography in ASC. She
presented a blood vessel constriction in her right arm she used to paint. The report of the doctor pointed to a
left hipotalamic simpatetic hiperstimulation. It was reversible after the ASC. This is an exploratory research,
pointing to a way.

Keywords: altered state of consciosness, pinting, coetaneous thermography

INTRODUÇÃO

O nome da pessoa principal deste trabalho, será mantido em sigilo por razões éticas. Seu nome será
substituído pelas iniciais LL. Os nomes de outras pessoas envolvidas na pesquisa, também serão mantidos em
sigilo.Os dados referentes a esta Introdução foram extraídos de carta pessoal de LL para o autor deste
trabalho. Esta pessoa nasceu em 11 de junho de 1966 numa cidade do interior do Paraná. Possui dois cursos
superiores e uma pós graduação Lato Sensu. Estudou canto e participou de corais.
Em meados de 2001 acredita que somatizou ―culpas‖ e ― medos‖, desenvolvendo quadros de alergia
com reações cutâneas de urticária, acompanhados de quadro depressivo. Em 2002, foi acometida de pânico,
onde os tratamentos convencionais não deram resultado. Procurou tratamento ―espiritual‖ em centros espíritas.
Apesar das melhoras passou a sentir-se ―insignificante‖, desejando ser um instrumento da ―força maior‖ aqui na
terra.
Em 09 de janeiro de 2003, estando em férias, sentiu súbita necessidade de comprar material de pintura,
o que foi feito no comércio local. O referido material constava de bisnagas de tinta, potes de guache, pincéis e
telas. Sentia calor inexplicável em todo o lado esquerdo do seu corpo, seguido de amortecimento.
No dia 11 do mesmo mês, começaram tonturas, voltou o calor corporal, as mãos passaram a tremer,
quando buscou o material de pintura. Na seqüência, lembra que:
a) teve contato com os potes e bisnagas de tintas;
b) segurou alguns pincéis;
c) passou tinta amarela nas mãos e pés;
d) estando dentro do seu quarto, colocou no chão algumas telas;
e) foi perdendo os sentidos da audição e da visão, passando a ver entre seus olhos, uma esfera de cor
amarela, parecendo o farol de um veículo;
f) aquela esfera foi aumentando de tamanho e quando atingiu todo o campo visual, nada mais viu, nada
mais ouviu, perdendo a consciência;
g) quando foi, lentamente recobrando os sentidos, percebeu suas mãos, o antebraço direito e os pés
todos manchados de tintas diversas e as telas antes brancas, estavam agora, após aquele transe, pintadas
com imagens que lembravam turbilhões e furacões coloridos;
h) ao ver tudo aquilo, ficou assustada, sem entender o que tinha acontecido;
Esse fenômeno repetiu-se por várias vezes nos dias subseqüentes. As imagens passaram lentamente a
ter definições claras. A primeira imagem foi a de uma hortência. A partir desse ponto, LL passou a assistir
reuniões em centros espíritas de ―desobsessão‖.Durante as sessões espíritas de desobsessão, os tremores, as
tonturas e o calor corporal do lado esquerdo, continuaram. Na sua casa, as imagens continuaram aparecendo
de forma crescente. Passou a catalogar e registrar as imagens em computador; Após a centésima tela, passou
a buscar respostas nos artistas plásticos da cidade e as respostas foram diversas. Disseram que LL era uma
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 74

pessoa com habilidade em artes plásticas por vocação, e que deveria ―deixar fluir‖ o seu dom. Outros nada
souberam explicar. Passou a se preocupar, pois exercia atividades profissionais em uma universidade e queria
compreender tudo aquilo. Preocupava-se com o seu estado psíquico, pois temia ser uma pessoa de múltipla
personalidade. Buscou auxílio em terapeutas ortodoxos, sem nenhuma resposta para o que lhe ocorria. Passou
a sentir medo das próprias mãos e dos próprios pés tendo profundo receio de tomar contato com as tintas e
pincéis. Não podia ficar só com o material de pintura, pois passava a ser uma pessoa possuída por intenso
medo.
Passou a atuar em centros espíritas, onde começou a pintar. Foi informada por amigos frequentadores
dos centros espíritas que seu trabalho estava sendo dirigido por ―mentores espirituais‖, pintores ―mortos‖. LL já
produziu mais de 2.000 trabalhos. Cada tela é pintada em aproximadamente 10 minutos ou menos, em média.
As pinturas são a óleo, guache e lápis de cera.

QUESTIONAMENTOS

Os seguintes aspectos devem ser destacados sobre LL:


1-nunca estudou artes plásticas;
2-fora do transe, não sabe pintar;
3-para acessar o seu talento, passa primeiro por um transe;
4-muito pouco se conhece sobre o transe e não existe uma biotipologia deste;
5-se LL não adquiriu o seu talento para a pintura em escolas de arte, se nunca pintou antes do início das
suas manifestações, qual a origem do seu talento?

Para responder adequadamente sobre o que seja o transe, é preciso saber antes o que é a consciência.
Não sabemos conceituá-la mas sabemos que a temos quando entramos na inconsciência e dela saímos, por
efeito de uma anestesia. Sabemos também que ela pode ser modificada ou alterada quando ingerimos uma
substância psicoativa, como o Acido Lisérgico (LSD), mescalina, o peyote, ou a bebia ritual amazônica
conhecida por ayuasca. Dessa forma, podemos perceber em nós mesmos, essa estranha experiência de
vivenciar a nossa consciência modificada. Podemos assistir ao fenômeno do transe em outras pessoas quando
vemos alguém ser submetido à experiência da hipnose.
O transe é um comportamento que representa o modo como os ocidentais percebem o mundo. Se há
um comportamento ou um estado universal com uma neurofisiologia característica sobre o transe, é uma
questão aberta. Em outras palavras, não se sabe o que é o transe!
O transe também é conhecido por Experiência Dissociativa, Transtorno Dissociativo ou simplesmente,
Dissociação. Stanley Krippner ( 1) assim define Dissociação:
―A definição que eu prefiro é descritiva, mais que filosófica, diagnóstica, teórica ou estritamente
operacional. Para mim, ―dissociativo‖ é um adjetivo que tenta descrever experiências relatadas e
comportamentos observados que parecem existir à parte da, ou parecem ter sido desconectados da, corrente
principal, ou fluxo, do estado consciente, repertório comportamental, e/ou auto-identidade de alguém.
―Dissociação‖ é um nome usado para descrever o envolvimento de uma pessoa nessas experiências
―dissociativas‖ relatadas ou comportamentos ―dissociativos‖ observados. ―Dissociação‖ faz contraste com
―associação‖, a junção ou a união de conceitos e memórias, uma noção proeminente nas obras de John Locke,
Edward Hume, e outros empiristas Britânicos dos séculos XVIII e XIX. ―Identidade‖ tem muitos significados na
psicologia, mas eu uso o termo ―auto-identidade‖ para descrever a definição de que uma pessoa dá de si
mesma, englobando seu corpo, sexo, papéis sociais, valores, e/ou objetivos‖ (Krippner, 1997).
Negro & Louzan Neto (1997) assim se expressam sobre o fenômeno da Dissociação(2):
―A característica central dos Transtornos Dissociativos é o distúrbio das funções normalmente integradas
de consciência, memória, identidade ou percepção do ambiente, que pode ser súbito ou gradual, transitório ou
crônico. Boa parte da controvérsia na área envolve o diagnóstico e tratamento do Transtorno Dissociativo de
Identidade (DID em inglês, também conhecido como Transtorno de Personalidade Múltipla, MPD; DSM-IV,
APA, 1994).O Transtorno Dissociativo de Identidade caracteriza-se pela presença de duas ou mais identidades
distintas ou estados de personalidade que repetidamente tomam controle do comportamento do indivíduo,
acompanhadas por uma incapacidade de lembrar de informações pessoais importantes, muito extensas para
ser explicadas pelo esquecimento comum.‖

TESTES REALIZADOS E RESULTADOS OBTIDOS COM LL

Foram realizados os seguintes testes com LL, cujos resultados se encontram em poder do autor:
1-Eletroencefalograma durante o transe realizado em Hospital de Curitiba em 2004. O laudo
apresentou resultados de normalidade
2-Eletroencefalograma durante o transe em Clinica Neurofisiológica em 29 de julho de 2004. O Laudo
apresentou resultado considerado ―Ininterpretável‖ (Ver Anexo 1)
3-Termografia Cutânea Infravermelha durante o transe, realizada no consultório médico . Os resultados
podem ser observados em filme em DVD e um laudo de avaliação (Ver Anexo 2 )
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 75

O laudo da termografia assinado em 1º. de março de 2005, apresentou as seguintes conclusões:


―Foi possível comprovar com imagem infravermelha durante o ―transe‖, dois fenômenos térmicos:
-Uma resposta de vasoconstrição da microcirculação cutânea da mão direita que exerce mais atividade
motora. Sendo a mesma totalmente e rapidamente reversível. Ao término do ―transe‖. Possivelmente esta
alteração tem relação com uma hiperestimulação simpática de nível central (hipotálamo esquerdo/contralateral)
durante o transe.
-e uma hiperventilação do antebraço direito, reversível, possivelmente relacionada ao aumento do
metabolismo muscular local devido às intensas contraturas em curto intervalo de tempo‖

CONCLUSÕES

Nove entre dez pacientes que tiveram diagnóstico de Transtorno Dissociativo, eram mulheres (3). LL é
mulher (Hacking, 2000);
O abuso e a crueldade contra a criança, explicam o Transtorno Dissociativo (Hacking, 2000). LL foi
vítima de crueldades na infância (4).
Entretanto, considerar as vivências mediúnicas como sendo quadros dissociativos, não traz muita
informação adicional (5).. O exato mecanismo da dissociação e o que ele representa, são aspectos ainda
obscuros. Principalmente suas relações com os fenômenos considerados mediúnicos e Psi. (Martinez-Toboas
2001). Apesar de pouco pesquisado nos dias atuais, houve grandes discordâncias ainda não resolvidas, entre
os diversos pioneiros da psiquiatria e psicologia sobre o exato mecanismo e origens dos conteúdos
dissociativos como assinala De Almeida, 2004 ( 6).
Negro et al (2002) advertem contra o engano de reduzir a riqueza de qualquer prática religiosa à
Dissociação e que o fenômeno mediúnico é parte integral da epistemologia religiosa, mergulhada em conexões
sociais e significados existenciais (7).
No caso de LL, pouco ou quase nada se sabe sobre a causa ou causas que a levaram a ter uma
vasoconstrição da microcirculação cutânea da mão direita, com a qual exerce atividade motora, fato reversível
ao término do transe. Essas vasoconstrições têm suas origens no sistema nervoso central, ou mais
precisamente na região hipotalâmica esquerda, sendo tais origens ignoradas.
Acreditamos que este modesto trabalho deve ser aqui considerado como um estudo de caso,o qual abre
uma linha de pesquisa de interesse para a Parapsicologia.

REFERÊNCIAS

1-KRIPPNER, Stanley.(2004). History of Dissociation. Artigo enviado para o autor pela internet.

2- NEGRO, Paulo Jácomo , Jr. & LOUZÃ, Mário Rodrigues, Neto (1997) Congresso da
Associação de Psiquiatria Norte-Americana em San Diego A Natureza da Dissociação: Um Estudo
Transcultural sobre Experiências Dissociativas Relacionadas à Prática Religiosa - Dados Preliminares.
3-HACKING, Ian (2000). Múltipla Personalidade e as Ciências da Memória. Rio de Janeiro, José Olímpio,
p.81;
4-IDEM. Idem. Capítulo 4. Os.66-80;
5-MARTINS-TABOAS, A. (2001).Dissociative Experiences and Disorders: a reviw. International Journal of
Parapsychology. 12: 131-62;
6- DE ALMEIDA, Alexander Moreira. (2004). Fenomenologia das Esperiências Mediúnicas, Perfil e
Psicopatologia de Médiuns Espíritas. Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de Psiquiatria da
faculdade de Medicina da USP, p.153;
7-NEGRO JR, P.J.; PALLADINO-NEGRO,P. ;LOUZÃ, M.R. (2002). Do Religious Mediunship Dissociative
Experiences Conform to the Sociocognitive Theory of Dissociation? Jounal of Trauma & Dissociation
3: 51-73.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 76

DREAM HOMES: WHEN DREAMS SEEM TO PREDICT REAL ESTATE SALES

―Dream homes‖: Quando sonhos parecem predizer vendas de bens imóveis

Stefan J. Kasian Ph.D


Akamai University
www.stefanjkasian.com
email: stefank@safe-mail.net

Abstract
This study investigated dreams that seemed to predict real estate sales. It also assessed personality traits of
absorption and creativity among individuals who reported such dreams. The Absorption Scale of the
Multidimensional Personality Questionnaire, the Creative Personality Scale of the Adjective Check List, and
the Torrance Tests of Creative Thinking were utilized. Absorption and creativity have been associated with
anomalous experiences, frequently reported in dreams. Various individuals, especially among non-Western
cultures, have incorporated dreams in decision-making.Participants were solicited via Saybrook Graduate
School in San Francisco, California, and the International Association for the Study of Dreams in Berkeley,
California. Ten individuals were selected. After furnishing a written dream report, participants were interviewed
via telephone. Interviews were tape-recorded, transcribed, and content analyses performed. Interview
findings were utilized in conjunction with dream reports to answer the research question. According to The
Hall/Van de Castle System of Content Analysis, the dream reports contained themes of friendliness and
familiarity themes above the norm, and aggression and negativity below the norm. These dreams seemed to
inform, alert, inspire, and engage the dreamer to pursue personally meaningful housing options. Because the
dream images often resembled the property sold, Jungians would consider such a correspondence between
an inner experience and an outer event a ―synchronicity.‖ On the Absorption Scale, participants scored mean
of 26 (p<.002), high compared to the normative mean of 20, with a standard deviation of 6. Participants who
completed the creative personality scale produced a mean score of 8.6 (p<.002), high compared to the
normative mean of 3.6, with a standard deviation of 4.1. On the Torrance Tests of Creative Thinking,
participants‘ median figural and verbal test scores fell in the 90th and 56th percentiles, respectively. The study
warrants further research by demonstrating how subtle, anomalous ways of knowing may supplement logical,
rational decisions.

Keywords: real estate; dreams; precognition; creativity

Resumo
Este estudo investigou os sonhos que pareceram predizer vendas de propriedade. A Escala de Absorção do
Questionário da Personalidade Multidimensional, a Escala da Personalidade Criativa da lista de Verificação
do Adjetivo e os Testes de Torrance de Pensar Criativo foram utilizados. Os participantes foram recrutados
através da escola graduada de Saybrook em San Francisco, Califórnia e da associação internacional para o
estudo dos sonhos em Berkeley, Califórnia. Dez indivíduos foram selecionados. Após fornecer um relato de
sonho escrito, os participantes foram entrevistados por telefone. As entrevistas foram gravadas em fita,
transcritas e as análises executadas. Os dados da entrevista foram integrados com os relatos dos sonhos
para responder à pergunta da pesquisa. De acordo com a Análise do Sistema de Hall/Van de Castelo, os
relatos de sonhos contiveram temas de amizade e de familiaridade acima da norma, e agressão e
negatividade abaixo da norma. Estes sonhos pareceram informar, alertar, inspirar, e acoplar o sonhador a
perseguir pessoalmente opções significativas de casas. Porque as imagens sonhadas se assemelharam
freqüentemente à propriedade vendida. Jungianos considerariam tal correspondência, entre uma experiência
interna e um evento exterior uma "sincronicidade". Na escala de absorção, os participantes marcaram 26
(p<.002), alto comparada ao normativo de 20, com um desvio padrão de 6. Os participantes que terminaram
a Escala Criativa da Personalidade produziram uma contagem média de 8.6 (p<.002), alta comparada ao
normativo de 3.6, com um desvio padrão de 4.1. Nos Testes de Torrance do Pensar Criativo, as contagens
medianas dos participantes , as figurais e as verbais do teste caíram nos percentis 90 e 56 , respectivamente.
O estudo autoriza pesquisa adicional a demonstrar como as maneiras sutis, anômalas do saber podem
suplementar decisões lógicas, racionais.

Palavras chaves: propriedade real; sonhos; precognição; criatividade.

INTRODUCTION

Anomalous experiences are reported by ―a substantial amount of the population‖ and yet ―believed to
deviate from ordinary experience or from the usually accepted explanations of reality‖ (Cardeña, Lynn, &
Krippner, 2000, p. 4). While evidence of paranormal events remains an ongoing debate among skeptics
(Alcock, 2003) and proponents (Bem & Honorton, 1994), an estimated 60-78% of the public claim to have
experienced psi-related experiences or accepted their possibility. Psi-related experiences include alleged
precognition, clairvoyance, telepathy, and out-of-body experiences (Cardeña, Lynn, & Krippner, 2000).
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 77

Creativity
Propensities for psi-related experiences have been associated with high creativity (Honorton, 1967) and
absorption (Roche & McConkey, 1990). These characteristics may contribute to psychological openness and
the flexibility to perceive the world independently of social expectations. These potentially facilitate the
conditions for anomalous experiences.
Dreams have been frequently associated with psi-related experiences (Broughton, 1991; Greeley, 1987;
Warner & Clark, 1938). Dreams containing psi-related content have also influenced decision-making in work
settings (Sims, 2000). Sims reported executives sometimes ―incubate‖ a dream and the ―dream material is
applied [to] problem solving in the context of work‖ (p. iv). Incubation can be considered one step in the creative
process.
Creativity, defined as originality and meaningfulness (Barron, 1969), can be expressed in ―everyday‖ or
―eminent‖ forms. For example, everyday creativity may involve a novel approach to daily activities, and eminent
creativity may incur social recognition for one‘s innovations (Richards & Kinney, 1997). Creativity could occur in
real estate activities through innovative insights gained from dreams, which lead to meaningful choices about
the acquisition of property. Thus, creativity may be relevant to examine in the decision-making process of real
estate.
Links between creativity and psi-related experiences have been found in several studies, especially in the
Ganzfeld experiments (Alexander & Broughton, 2001; Dalton, 1997; Schlitz & Honorton, 1992). Artists, who
tested high in creativity performed well in Ganzfeld studies, suggesting a possible correlation between psi-
related experiences and creativity (Dalton, 1997; Schlitz & Honorton, 1992). In support of these studies, Dalton
(1997) reported a post hoc finding that faculty from the arts departments of her university tended to attain higher
scores on psi tests than did science and engineering faculty.
Another model views creativity in terms of four dimensions: person, product, process, and ―press‖
(Dacey, Lennon, & Fiore, 1998). The term ―creative person‖ relates to the behaviors and attributes of an
individual; ―creative product‖ pertains to the outcome itself resulting from one‘s efforts; ―creative process‖ deals
with the nature of the means by which creativity is expressed; and ―creative press‖ concerns the environmental
influences upon creativity. Because this proposed study sought to understand the nature of the decision-
making process of the dreamer and the personal qualities associated with this experience, an understanding of
the creative person and process appeared to be more important, and evaluating the creative press or creative
product tended to be less relevant.
The creative process has often been associated with unique abilities, including broadness, openness,
originality, divergent thinking, and flexibility of thought (Richards, 2001). Sternberg (1998) found that creative
individuals think metaphorically and flexibly, and make skillful decisions. Hartmann (1997) found creative
persons able to take risks, willing to overcome obstacles, and quick to define problems. These qualities of
metaphorical thinking, flexibility, skillful decision-making, and risk-taking all represent aspects of divergent
thinking. Indeed, divergent thinking has proven to be useful as an estimate of potential for creative thought
(Runco, 1991).
Creative thinking could occur in a variety of ways during the real estate acquisition process. For
example, interpreting potentially ambiguous dream content and considering unconventional sources of
information when acquiring a property could be considered creative.

Absorption
Absorption describes an individual‘s tendency to experience altered states of consciousness or
―expanded awareness,‖ and vividly become engaged in his or her own thoughts and imagination (Roche &
McConkey, 1990, p. 91). Absorption has been also defined as a fantasy-prone tendency of experiencing
oneself and boundaries (Tellegen, 1982, 1992).
Absorption appears to play a role in eliciting psi experiences as reported by Irwin (1985), Mathes, Zevon,
Roter, and Joerger (1982), Myers and Austrin (1985), Nadon and Kihlstrom (1987), Reid, Steggles, and Fehr
(1982), and Stanford and Angelini (1984). Council and Huff (1990) found that individuals scoring high on
fantasy activity also scored high on absorption and tended to experience more psi-related experiences
compared to those who did not test high. Links between traits of high absorption, somatization, and vivid
dreams have also been noted.
Research with twins indicated substantial genetic components for personality characteristics associated
with reports of psi-related experiences such as absorption (Tellegen et al., 1988), hypnotic susceptibility
(Morgan, 1973), and interest in spirituality (Waller, Kojetin, Bouchard, Lykken, & Tellegen, 1990). Furthermore,
high absorption and creativity together predicted well-being, whereas high absorption alone predicted
somatization, which put individuals at risk for potential psychological and physical problems (Murray, 1999).
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 78

METHODOLOGY

Participants
A total of 10 participants were selected from a pool of 14 prospective applicants. Participants were either
members of the International Association for the Study of Dreams (IASD), located in Berkeley, California; full-
time students attending Saybrook Graduate School, located in San Francisco, California; referred by members
of IASD, or Saybrook faculty. Recruitment was conducted via newsletter and word-of-mouth in the Saybrook
and IASD communities.

Procedures
After qualified participants provided a written dream report, they were interviewed by telephone. These
interviews were tape-recorded and transcribed. Then the transcripts and personality tests were mailed to the
participants who completed them and mailed back any revisions of corrections.

Personality Assessments
Torrance Tests of Creative Thinking (TTCT)
In a review of over 255 creativity tests, one of the best-known series of tests was the Torrance Tests of
Creative Thinking (Cropley, 2000). In these paper-and-pencil tests, participants were asked to generate a
variety of original responses to a verbal or visual question, for example, asking for as many alternate uses as
possible of common objects, such as a cardboard box. Another question asked the participant to think of ways
of improving children‘s toys.
The TTCT assesses the following aspects of creative thinking: originality (rarity of responses), fluency
(total number of responses), (2) flexibility (breadth of categories represented among responses), and
elaboration (how detailed the responses were). Any of these aspects may relate to the participant‘s though
processes about creativity (Torrance, 1999). For instance, participants‘ fluency could potentially relate to their
ability to consider a multitude of possibilities among dream content and other relevant information. Flexibility
may relate to their ability to accommodate any new information rapidly that may alter the course of their
decision-making. Originality may relate to a participant‘s attitude or openness to novel ideas. Elaboration may
pertain to a participant‘s ability to develop the meaning of a potentially ambiguous dream.

Creative Personality Scale of the Adjective Check List


To supplement the TTCT, the Creative Personality Scale of the Adjective Check List (ACL) was used.
The ACL consists of 300 adjectives comprising 37 different subscales that include measures of psychological
needs, ego functioning, intelligence, and creativity (Gough & Heilbrun, 1983). The ACL test booklet consisting
of four pages including a checklist and answers. Participants responded to the items by checking off the box
next to any adjectives that they consider top describe themselves. The Creative Personality Scale is based on
30 of the 300 adjectives (Gough & Heilbrun, 1983). Alternative creativity scales using the ACL exist (Domino
1994, Domino & Giuliani, 1997), although these were not used.

Absorption Scale of the Multidimensional Personality Questionnaire


Individuals with low absorption are considered to be skeptical and ―reality-oriented‖ (Wickramasekera,
1988; Tellegen, 1982, 1992). By contrast, high absorption individuals tend to adopt an experiential set ―that is
image-oriented and affectively toned, and they tend to process information in idiosyncratic ways‖ (Murray, 1999,
p. 4).
For example, the first three of 34 true-false questions on the Absorption Scale include ―Sometimes I feel
and experience things as I did when I was a child, I can be greatly moved by eloquent or poetic language; While
watching a movie, a TV. show, or a play, I may become so involved that I forget about myself and my
surroundings and experience the story as if I were taking part in it‖ (Tellegen, 1982, 1992).

RESULTS
Ten participants were interviewed. All participants provided written dream reports. Four participants
reported multiple dreams related to the acquisition of a particular property. In these instances, one dream was
randomly selected for analysis. Appendix A provides a profile of the the participants, including their gender, age,
occupation, and the location of the real estate transacted presumably in connection with the dream. Appendix B
displays the raw scores of participants who completed the assessments, including mean and median scores, as
well as the range of possible scores.

Torrance Tests of Creative Thinking (TTCT)


Only 5 participants completed both of the verbal or figural portions of the TTCT. Primarily, participants
stated they did not complete these assessments because of time constraints, for it took longer to complete than
either the participant or researcher had anticipated.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 79

The mean for the 5 participants who completed the verbal portion of the TTCT was in the 50th percentile,
compared the national group. The median percentile was 56. Scores ranged from 15 to 99, with a clustering of
scores in the low, medium, and high percentiles.
The mean score for the 4 participants who completed the figural portion of the TTCT were 81, and the
median score was calculated to be 90. These scores ranged from 47 to 97, with one score at 47 and three
scores at or near 90.
Creative Personality Scale of the Adjective Check List (ACL)
Among the 9 participants who completed the assessment, the mean score was 8.6, more than one
standard deviation above the population norm (Gough & Heilbrun, 1983). Possible scores for this scale range
from -12 to +18, with a mean of 3.55 and standard deviation of 4.08 for the population norm.
And independently hired statistician calculated that in a one-sample t-test compared to the normative
group, t = 4.478, df = 8, p = .002. In other words, the odds of these high creativity scores occurring by chance
alone are 1 in 500.
Absorption Scale of the Multidimensional Personality Questionnaire (MPQ)
Among the 9 participants who completed the Absorption test, the mean was 26.2, with scores ranging
from 22 to 34. All participants scored above the norm. Given a population normative mean score of 20 with a
standard deviation of 6, the mean score for those who completed the assessment was approximately one
standard deviation above the population norm.
A statistician, independently hired from the University of Arizona, analyzed the scores obtained from the
9 participants who completed the absorption assessment. In a one-sample t-test compared to the population
norm, the results were t = 4.49, df = 8, p = .002. In other words, the odds of these high scores occurring by
chance alone are 1 in 500.
Case Study: Amanda
Amanda (pseudonum) was the first of ten participants interviewed. At the time of the interview, Amanda
was 43-year-old psychology doctoral student living in Sunnyvale, California. She ubmitted the following dream
report:
I would like to share a dream that I had 7 years ago. At the time, I was looking for a house to buy. After about a
year of trying to find the right house, I was feeling quite frustrated. One night, I had a dream. In my dream:
I was talking to my mother on the phone. I was telling her that I had bought a house and that I would like
her to come and visit. She asked me where the house was. In my dream, I had a map in front of me, and I was
trying to explain to her how to get there. I said ‗turn right on Walnut (pseudonym), and then turn left on Idaho
(pseudonym).‘
Then, I woke up. The following day, I got a call from my agent who said, ―I found your house. You will
love this house.‖ I then said, ―how do I get there?‖ He then said, ―turn right on Wolfe, and then left on Iris.‖ I knew
right there that it was my house to be. When I drove up to the house, it looked so familiar that I didn‘t have to look
for the house number. It was as if I was ―coming home.‖ When we made the offer, we were the second highest
[bidder], and yet we got the house. The agent told us that the reason we got the house even through there was
another couple who offered more money was because the lady who owned the house had a similar dream when
she got the house. And, she felt that the house was meant to be ours.

Born in South Korea, Amanda first began working with her dreams as a child. In Korean culture, working
with dreams is encouraged, for her family would discuss their dreams during meals. Her background
encouraged her to pay attention to dreams and take notice when a particular dream is particularly emotionally
striking. This participant had a history of experiencing dreams that contained potentially valuable information for
her relatives about the future. For instance, she recalled having had an apparently portentous dream that she
symbolically ―sold‖ to a relative. Her husband, a NASA scientist, when faced with important decisions, would ask
if she had any noteworthy dreams the night before. Her history of having had dreams with information others
considered valuable may have encouraged her dream recall and knowledge of which dreams (or cues within
dreams) to pay attention to. By contrast, others not versed with working with their dreams may (a) not have
recalled dreams, even those that are salient (b) recall dreams, whether salient or not, but not have the years of
experience to work with, interpret, and act upon those dreams.
The dreamer scored high above the mean on absorption and creativity tests. These high scores have
been associated with psi-related experiences. The dreamer‘s higher than average verbal but extremely high
figural scores can be understood in light of the visual nature of dreams. The dreamer‘s lifelong involvement in
working with her dreams (and therefore continually reinforcing the visual experience of dreaming) could account
for the high figural score.
Openness, a criteria of creativity, was demonstrated by three parties in the transaction: (a) the dreamer
exhibited an openness to paying attention to her dreams; (b) the real estate agent remained hopeful throughout
the housing search, open to continuing the search for the ideal home until one was found; and (c) the sellers
were open to weighing the dream against other financial considerations in order to ultimately accept her offer,
although less than competing bids. It is highly unlikely this transaction—because of a series of extraordinary,
remarkable occurrences—could have resulted in a purchase unless all parties were open to the process.
Although the precise mechanism for this dream is unknown, based on the above description it may be
considered a remarkable synchronistic experience. It is interesting to note that the previous owners had a
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 80

dream that influenced their purchase, and that Amanda‘s dream report apparently weighed heavily into the
seller‘s decision to accept her bid. This home appeared to be aesthetically pleasing inside and out, in excellent
functional condition, and contained a warm, comfortable feel as well.
It is speculated that a home, the land it is situated upon, and its inhabitants each contribute to a subtle
―field‖ of information associated with a particular property—a dream about a particular property result from the
dreamer somehow experiencing a particular resonance with a certain field.

Possible Ordinary Explanation


After having searched exhaustively over 12 months for a home, Amanda had become quite familiar with
the area where this home was located. It is possible that Amanda may have have been informed about this
property but not have been aware of it. For example, she could have overheard a conversation about this home
while shopping at a grocery store.

Possible Extraordinary Explanation


The match between the address of the house in the dream and the phone call from her real estate agent
(who himself considered this house to be ideal) seems to be synchronistic.
The dreamer claims she was not informed about this home for sale, which was put on the market merely
days prior to her dream. If dreamer did not actually have any direct knowledge of this home then this dream
may have provided knowledge without any direct sensory means.

DISCUSSION

Quantitative Hypothesis Confirmed


It was hypothesized that individuals who report such dreams would score high on tests of creativity and
absorption. The results confirm this hypothesis, supporting the notion that these dreams may be considered
authentic psi-related experiences.
Participants demonstrated creativity by taking risks when acting upon information contained in dreams,
making novel and meaningful connections between dream content and housing opportunities, and remaining
flexible during the process of acquiring property.
High creativity scores suggest that participants had a special outlook—openness, flexibility, and the
willingness to take risks. For instance, Amanda‘s experience involved openness by three parties: (a) Amanda
was open when considering information in her dreams; (b) Amanda‘s real estate agent was open to her dream
report and when telling the dream to the sellers of the home; (c) one of the sellers, who also had a dream that
inspired her to purchase that home remained open to Amanda‘s dream in choosing to accept her bid to buy the
home even though it was $50,000 less the highest bid.
It is speculated that an attitude openness prevents psi-experiences from being ignored or filtered out by
individuals who report them. Creativity, including openness, helps bring one into a present moment awareness
of ―what is‖, beyond preconceptions or biases (Richards, 2001). Richards speculated that through subtle forces,
creativity helps to transport one beyond his or her individualized identity to an external event, for instance, the
acquisition of one‘s ideal home.
The highly visual nature of dreams can help explain why participants scored much higher on the visual
aspects of the TTCT compared to the verbal aspects. The question still remains whether the participant‘s visual
creativity sparked their interest in dreams, or whether decades of intensive dream study developed the visual
creativity scores. Furthermore, the high verbal creativity scores can also be understood in terms of how well an
individual thinks in images, a feature of absorption (Roche & McConkey, 1990).
Both high absorption and creativity can also be understood in terms of Murray‘s (1999) findings that well-
being was strongly correlated among individuals high in both absorption and creativity. By contrast, individuals
with high absorption and low creativity were found to exhibit somatization, associated with potential physical and
psychological problems. Thus, a high absorption score, although indicative of an participant‘s ability to work
with his or her dreams and enter altered states, appears optimal when coupled with the creative application of
those tendencies (Murray, 1999). The statistically significant score for absorption and creativity indicate that for
this population, both the ability to experience altered states and their creative application in real life are
associated with extraordinary experiences.
Furthermore, high creativity test scores have been strongly linked to reports of psi-related experiences
(Alexander & Broughton, 2001; Dalton, 1997; Schlitz & Honorton, 1992). The high absorption and creativity
scores reinforce the utility of the psi-related experiences reported by the participants.

Findings from Study Explained in Terms of Literature


Overall, participants reported experiencing an unusually strong emotional felt-sense during and/or after
the dream, which for the dreamer underscored its significance and importance. These reports corresponded
with Rhine‘s (1981) findings that reports of psi-related experiences were associated with strongly emotional
themes of high interpersonal relevance. For instance, a mother may have reported experiencing a strong sense
that her daughter is in danger without knowing how or why, and subsequently discovered her daughter was in
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 81

an accident. Similarly, real estate is considered one of the most important financial and personal investments
most will make. Consequently, the acquisition of real estate is an emotionally-charged experience, and
therefore, likely to be associated with possible psi.
Critics and proponents of psi alike have noted that psi is spontaneous, subtle, and resistant to
measurement (Alcock, 2003; Bem & Honorton, 1994). In support of the notion that the dreams were associated
with psi, the dream reports also appeared to be spontaneous, subtle, and resistant to measurement. For
instance, none of the dreamers appeared to consciously ―will‖ a dream to occur—it simply happened. In fact,
some dreamers did not have any conscious intention of acquiring property at the time they experienced the
dream. Although the dream‘s role could be gleaned during interview, the deeper mechanism by which the
dream appeared to influence the outcome could not be easily determined—an elusiveness which suggests the
presence of psi. Furthermore, participants‘ emotional sense of a particular dream‘s salience or predictiveness
appeared to result from years—sometimes decades—of cultivating their subtle awareness within dreams.
Although it is speculated that many coincidences between the dream content and outcome could not be easily
accounted for by chance alone, a precise statistical calculation for the odds against chance would seem difficult,
if not impossible; therefore these dreams, or any particular mechanism if any underlying these dreams, is
resistant to measurement.
Alcock (2003) expressed considerable doubts about the existence of psi, citing 11 reasons for remaining
skeptical. Although the study did not attempt to support or refute the existence of psi, these concerns were
addressed in the study in the following ways: the term predictive dream was used in a nonjudgmental way to
describe dreams that corresponded with future real estate acquisition. The parapsychological term precognitive
dream (which implies a clearly anomalous phenomenon) was largely avoided. Furthermore, the dream was
described as an experience, not an event, thereby acknowledging the possibility of biases including poor
memory and faulty reporting.
On the other hand, the finding and acquisition of real estate was described as an event, something for
which consensus has occurred among observing parties. Jung (1973) used the word synchronicity to describe
the matching of an internal experience (for example, a dream, daydream, or vision) and an external event (for
example, an accident, an interpersonal encounter, a sale of property). Thus, this investigation could have been
described in Jungian terms, but such a framework would have skewed its practical focus.
Dreams have been taken seriously by various cultures throughout history. Several participants,
especially from Middle Eastern and Asian cultures, have grown up in environments since childhood where
dreams are worked with and shared as part of a normal everyday practice. The utilization of dream content in
decision-making appears to be alive and well today and still as potentially relevant. Hence, the phenomena
described in this investigation would be considered by some cultures to be ordinary rather than not
extraordinary (Krippner & Thompson, 1996).
According to other studies, an estimated 31.5% to 66.9% of respondents interviewed had reported
experiencing dreams they considered precognitive at least once in their recollection (Haraldsson, et al., 1977;
Neppe, 1981; Palmer, 1979). This study demonstrated the extraordinary potential of prescient dreams—if
people were taught to recall their dreams, track their dreams and compare to outcomes in life, learn to
recognize subtle cues in anomalous dreams—how could these dreams be utilized to augment life decisions,
whether major or minor? For instance, the International Association for the Study of Dreams, fosters the
practical applications of dreams in its publications and conferences.
When studying extraordinary experiences (such as those reported in this study), it is important to study
people who report such experiences, because these experiences are relatively rare. For instance, the
Maimonides dream studies investigated an individual who reported experiencing precognitive dreams. In
studying these extraordinary instances, we may learn something about the nature of these experiences and
seek broader generalizations or applications (Krippner, Honorton, & Ullman, 1972). Furthermore, although
many people appear to show some ability and potential in remote viewing studies, only a small percentage
(approximately 1%) appear to have consistently repeatable remote viewing skills that merit in-depth study
(McMoneagle, 1998; Thompson-Smith, 1998). Furthermore, even exceptional cases who exhibited potential for
remote viewing still underwent years of rigorous training to hone this subtle skill and ability (McMoneagle, 1998).
Likewise, participants in this study had worked with dreams for an average of 2 decades before reporting such
dreams.
The high absorption scores of the participants demonstrate how absorption provides an entry into altered
states of consciousness in which an individual vividly becomes engaged in his or her own thoughts and
imagination (Roche & McConkey, 1990). As a group, the participants demonstrated an openness to working
with their dreams, some for over 3 decades, which further shows a willingness to be engaged in one‘s own
thoughts and imagination.
The high creativity scores made by the participants reinforce the links found between creativity and psi-
related experiences that have been reported in several studies (Alexander & Broughton, 2001; Dalton, 1997;
Schlitz & Honorton, 1992). Furthermore, Sternberg (1988) found that creative individuals tend to think
metaphorically and flexibly, and make skillful decisions. For example, Rita demonstrated her ability to think
metaphorically by interpreting the symbol of a key in her dream to indicate that her most recent real estate agent
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 82

would serve as the ―key‖ to finally locating her home. She thought flexibly in her willingness to rent a home that
was not initially her ideal, yet which later proved satisfactory—an example of a skillful decision.
This study sought to gather reports of anomalous experiences, not to demonstrate or refute the existence
of psi. The working definition of psi-related experiences includes precognition, defined as ―knowledge of the
future‖ (Targ, Schliz, & Irwin, 2000, p. 221). Although the study does not make claims of psi, it is interesting to
speculate about how the following categories of dream reports were classified as precognitive: three participants
(4, 6, and 10) reported recalling their dream after acquiring the property, and among these participants, one
dream (33%) was judged as precognitive according to the Krippner-Faith Dream Category, and one dream
(33%) was considered precognitive according to the Strauch Scale.
Roughly twice as many dreams were considered to contain ESP among individuals who reported
experiencing or recalling dreams before, as compared to remembering the dream during or after the property
acquisition. The higher percentage of dreams judged as precognitive among participants reporting and
remembering dreams before they foreshadowed a real estate purchase further supports the authenticity of the
dream reports considered precognitive.
Furthermore, simply because a dream may be classified as precognitive does not imply an esoteric
mechanism, rather, it suggests a means of knowing that may not have direct empirical sensory means, but
nevertheless may be valid. Yet, the participants were already engaged in a housing search, and the dream
appeared to supplement and reinforce their acquisition process, but not replace ordinary sensory channels. The
dream appeared to amplify and provide a clue, ―a probable alternate reality,‖ in the words of one participant
whose dream was independently judged to contain ESP. In other words, the psi-related experience commonly
referred to as ESP may actually simply refer to a sense of knowing or anticipating a possible future scenario
with a high probability of occurring.
If openness to having psi-related experiences can lead to such satisfying and meaningful experiences, it
is puzzling why not more people experience (or report) anomalous phenomena. Several factors, in addition to
openness, could account for why the participants represent such an extraordinarily unique population. The
participants were successful and educated and spent 2 decades on average working with their dreams. One
may speculate that the capacity for anonymous experiences is latent within all individuals, and this must be
cultivated, for example, by working with dreams and learning to pay attention to subtle clues that a lesser-
experienced dreamer might otherwise overlook. The high creativity and absorption scores suggest that a
combination of traits must be present for an individual to make the most of such experiences, especially the
ability to delve into altered states of consciousness and the ability to make novel connections between
dreamlike experiences and the real world. The population of individuals who are high in both absorption and
creativity is rare. In essence, the participants in this study spent decades cultivating their dream awareness,
possessed high absorption and creativity traits, and remained open to psi-related experiences despite the
taboos of mainstream culture.

Limitations
The study involves a relatively small number of participants. These participants have many similarities,
for instance, predominantly female, Caucasian, well-educated, and currently living in California. These
similarities could serve as one limitation to the study.
The geographic concentration and high level of education of the participants could be accounted for, at
least in part, because the pool of participants was obtained by (a) word-of-mouth in the Saybrook Graduate
School and Research Center community, largely centered in San Francisco, California, and (b) through the
International Association for the Study of Dreams, headquartered in Berkeley, California. Because of this fairly
homogeneous sampling, it is possible that the results are biased by not reflecting results that could have been
gathered from a larger or more diverse population.
On the other hand, certain characteristics of the population studied could reflect the extraordinary
personal qualities of the participants, for instance a high level of education. A high education level could
actually encourage and foster the utilization of extraordinary dreams in decision-making and psi-related
experiences. For example, years of disciplined study could help cultivate a high degree of intellectual refinement
important in recalling, interpreting, and integrating dreams in decision-making.
Furthermore, the positive expectations of the researcher, who admittedly accepts the existence of psi-
related experiences and claims to have had such experiences—could have favorably biased the results of the
study. This positive attitude towards psi-related experiences could have actually helped establish rapport with
the participants. In turn, this rapport enabled them to disclose experiences that may be considered
controversial, which they would not disclose to someone with a negative or skeptical attitude.
Despite the researcher‘s precautions to remain objective, he could have unknowingly influenced the
participants, for example, to exaggerate the meaning and significance of a dream in relation to the acquisition of
property, thereby committing possible hindsight errors and self-fulfilling prophecies (Levy, 1997). Nevertheless,
the researcher indicated that the purpose of the study was to gather reports, and not to demonstrate or refute
the existence of psi. The qualitative approach, although particularly suitable for this study, is inherently
subjective and vulnerable to biases. These biases include the positive or negative expectations of the
investigator and the participants. Indeed, the researcher‘s favorable bias towards psi-related experiences and
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 83

psi events challenges the study‘s objectivity. However, the researcher‘s positive attitude towards anomalous
experiences may have encouraged participants to reveal sensitive, personal, and controversial material. On the
other hand, if participants had encountered skepticism from the researcher, they would probably have been less
inclined to disclose potentially sensitive or controversial material (Stowell, 1997a, 1997b).
Because 6 of 10 participants (3, 5, 6, 7, 9, and 10) reported multiple dreams related to the acquisition of a
particular property, it is possible that the particular dream selected at random did not reflect the overall cluster of
dreams. Therefore, it is possible that the selection process could have biased the results.
The study was delimited to dream reports the participants actually believed to be associated with the
acquisition of property. Also, the study is delimited to a small number of highly educated participants who were
favorably biased towards these experiences. By virtue of the social networking and word-of-mouth, the group of
interviewees was delimited to a fairly homogeneous socioeconomic group of individuals.
The study did not consider or include dreams that may have pertained to real estate but did not in the
opinion of researcher or dreamer, forecast the acquisition of property. The participant profile consisted of highly
educated individuals with occupations in psychology-related fields, and having worked with dreams for decades.
Therefore, the extraordinary nature of the dream reports may be more a reflection of the dreamers‘ talent and
refinement than any underlying psi-related phenomenon.
One possible criticism of this multiple case study is that it does not involve a control group or other
comparison to help validate the research. However, because the researcher seeks to gather reports of
anomalous experiences rather than attempt to support or refute psi events, the particular method employed
appears most suitable for the research questions.
The assessments employed can also suffer from limitations. Although the test-retest reliability of the
assessments has been established, other factors could skew the results of these assessments, including but not
limited to the participant‘s motivation, mood, or attentiveness. Also, because several assessments require
scoring by a judge who will render a subjective opinion, the test scoring itself may suffer from human error.
Despite the possible advantages of researcher bias in facilitating rapport, participants could be
unconsciously led to reinforce the researcher‘s stance by demonstrating that their dreams do, in fact, have
predictive value. Consequently, participants may exclude facts or experiences that may not support their
position and at the same time embellish upon experiences or events that tend to support their position.
Participants may also want to demonstrate the meaningfulness of their experiences, and their motivation may
color the actual facts of what they experienced. Therefore, caution is advised in interpreting the interview
findings. Research has confirmed the fallibility of human memory, its susceptibility to false memories, and the
unreliability of testimony for anomalous events (French, 2003, p. 153).
The potential for researcher bias warrants close scrutiny. Miles and Huberman (1994) highlighted three
of the most prevalent biases found in qualitative research, also identified in mainstream anthropological
textbooks:
1. The holistic fallacy—interpreting events as more patterned and congruent than they really are, lopping
off the many loose ends of which social life is made.
2. Elite bias—over weighting data from articulate, well-informed, usually high-status informants and under
representing data from less articulate, lower-status ones.
3. Going native—losing your perspective or your ―bracketing‖ ability, being co-opted into the perceptions
and explanations of local informants. (p. 263)

Indeed, a favorable bias could lure one into the trap of attributing more causality or correlation within a
report than what actually exists. Given the researcher‘s background as a real estate entrepreneur, it is also
important not to weigh reports from other real estate professionals more heavily than those who are not.
Another fallacy among researchers of anomalous experiences is to seek extraordinary explanations while
overlooking the ordinary (Frazier, 1998, p. 39). One of the most perilous pitfalls involves ―going native‖ and
abandoning objectivity and rationality in favor of interpreting data in a manner that supports favorable biases
towards the subject matter being studied. Therefore, it was crucial for objectivity to be maintained when
interpreting and analyzing data to ensure that the researcher did not fall into these traps.
The participants were predominantly female, educated, successful, and accomplished, most of whom
took an active interest in consciousness studies in life and in their career. On average, the participants spent
decades working on their dreams. Their dream felt important to them, and influenced their acquisition process
before, during, and/or after the purchase. The dream also helped confirm the ―rightness‖ of the purchase.
The high level of satisfaction reported from the purchase of property foreshadowed by dreams may
inspire real estate professionals to inquire and pay closer attention to their clients‘ dreams and subtle
impressions. Because acquiring property often requires sorting through many seemingly ambiguous choices,
clues from alternative sources such as dreams could narrow down the range of options and provide a helpful
starting point. This can potentially save the parties time and money. Further study is merited because of the
numerous benefits of an integrative decision-making approach including enhanced emotional and financial
outcomes.
However, real estate represents merely one of many industries in which information gleaned from
nonordinary sources could be applied. Indeed, previous studies have indicated possible applications, for
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 84

example, Executive ESP, in which Dean, et al. (1974) investigated the links between so-called ―hunches‖
(whether gained through dreams or other sources of knowing) and success. These authors surveyed potential
applications of apparent ESP in diverse areas including: personnel selection, crime detection, engineering,
agriculture, and social forecasting. For instance, one noteworthy system investigated by the authors, known as
Delphi theory, was developed for the U.S. Government during the 1970s. This theory stated that a dozen
experts, working together, when asked a particular question, can help forecast a fairly accurate picture of the
future. After several rounds of anonymously reviewing each others‘ responses, the experts‘ predictive acuity
was sharpened (Dean, et al., 1974, p. 88). Ultimately, findings from the Delphi study, among others, concluded
that an executive‘s expertise (in a particular line of work), coupled with the judicious exercise of one‘s intuition,
led to the most accurate conclusions and predictions of the future (p. 90)

Ordinary Explanations for Dream Report


A common shortcoming in psi research is to overlook ordinary explanations while looking for paranormal
explanations (Grim, 1990). Therefore, it is important to consider ordinary explanations that may account for
these dreams.
It is possible that the dreams resulted in a self-fulfilling prophecy. Experiencing a dream and believing in
its predictive power could actually have encouraged it to come true.

Chaos Theory As An Alternative Explanation


This study intended to gather reports and not prove or disprove the existence of psi. However, the life-
changing impact of these dreams encourages further speculation. In an attempt to understand psi-related
experiences, some parapsychologists have adopted chaos theory (Hardy, 1998). Chaos theory has even been
speculated in terms of advancing humanistic psychology (Krippner, 1994). Parapsychologists have proposed
other exploratory mechanisms as well (for example, Stokes, 1987) but chaos theory seems uniquely relevant to
the topic of anomalous dreams (Kahn, Krippner, & Combs, 2002; Krippner & Combs, 2000, 2002).
The term chaos depicts the behavior of a nonlinear, complex, dynamical system, such as human
consciousness (Combs, 1995, 2002). Over a long time, this behavior is usually: (a) unpredictable when
examined in detail, (b) seemingly random, (c) highly sensitive to initial conditions, and (d) characterized by a
―chaotic attractor,‖ a pattern of activity which a system tends to frequent. Rhythms of sleep and wakefulness
are considered to contain a chaotic attractor (Combs, 2002, p. 17).
The dream reports can be understood in terms of chaos theory using the following framework:
1. Unpredictability is demonstrated concerning the precise time a dream will occur. In other words, the
participants did not report having consciously attempted to dream about a particular home. Rather,
the dream simply ―happened.‖
2. Seemingly random symbols or themes appear in the dream. For instance, one participant reported
a rose bush in her dream. Interestingly, the property she eventually acquired was located in ―Rose
ville‖. Although the rose bush may appear to be a random occurrence, it may have reflected her
latent interest in living in the city.
3. The dreams seem to be sensitive to initial conditions. For instance, Amanda reported a dream
about a home in a general area in California where she had been searching exhaustively for almost
a year.
4. The ―dream home‖ may serve as the model for a strange attractor that may be associated with
various experiences.
In essence, chaos theory may help provide additional insights into the complex and basically
unpredictable nature of human consciousness and dreams. It offers an open view of the world ―in which the
outcomes of events are not entirely predetermined by fixed and inflexible laws.‖ Thus, chaos theory supports
the term ―predictive dreaming‖ in that these dreams ―[map] probabilities rather than [specify] events‖ (Combs &
Holland, 1990, p. xxiv).

Suggestions for Further Research


Further studies could include the following:
1. A larger population sample to provide a deeper understanding of these anomalous experiences.
2. Broader, more sophisticated personality tests, such as the MMPI and MBTI, to cover wider dimensions
of personality than those studied.
3. Additional incentives, such as financial compensation, for participants to complete time-consuming
assessments.
4. On-site field investigation of dream reports to help one understand the environmental factors that
contributed to the experience.
Although mainstream science remains skeptical towards anomalous experiences, public continues to
grow. Meanwhile, parapsychology continues to develop better and better explanations for these experiences
(Radin, 1997). This and future studies could help demonstrate how anomalous ways of knowing can integrate
with local, rational decisions to lead the way to a world of new and creative possibilities.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 85

REFERENCES

Alexander, C. H., & Broughton, R. S. (2001). Cerebral hemisphere dominance and ESP performance in the
autoganzfeld. Journal of Parapsychology, 65, 397-417.
Alcock, J. E. (2003). Give the null hypothesis a chance: Reasons to remain doubtful about the existence of psi.
In J. E. Alcock, J. E. Burns, & A. Freeman (Eds.), Psi Wars: Getting to Grips with the Paranormal (pp. 29-50).
Charlottesville, VA: Imprint Academic.
Alvarado, C. S. (1998). ESP and altered states of consciousness: An overview of conceptual and research
trends. Journal of Parapsychology, 62(1), 27-63.
Aurobindo, S. (2004). The Yoga of sleep and dreams: The night-school of Sadhana. Twin Lakes, WI: Lotus
Press.
Barrett, D. (2001). The committee of sleep: How artists, scientists, and athletes use dreams for creative problem
solving—and how you can, too. New York: Crown.
Barron, F. (1969). Creative person and creative process. Human Development, 24, 366-381.
Bem, D. J., & Honorton, C. (1994). Does psi exist? Replicable evidence for an anomalous process of
information transfer. Psychological Bulletin, 111, 4-18.
Bishop, P., Beers, T., Hightower, S., & Anderson K. (2003). The 2003 National Association of Realtors profile of
home buyers and sellers. Washington, DC: National Association of Realtors.
Braud, W. (1977). Long-distance dream and presleep telepathy. In J. D. Morris, W. G. Roll, & R. L. Morris
(Eds.), Research in Parapsychology (pp. 154-155). Metuchen, NJ: Scarecrow Press.
Braud, W. G., & Braud, L. W. (1973). Preliminary explorations of psi-conducive states. Progressive and
muscular relaxation. Journal of the Society for Psychical Research, 67, 27-46.
Brookes-Smith, C., & Hunt, D. W. (1970). Some experiments in psychokinesis. Journal of the Society for
Psychical Research, 45, 265-281.
Broughton, R. (1991). Parapsychology: The controversial science. New York: Ballantine.
Cardeña, E., Lynn, S. J., & Krippner, S. (2000). Varieties of anomalous experience: Examining the scientific
evidence. Washington, DC: American Psychological Association.
Child, I. L. (1985). Psychology and anomalous observations: The question of ESP in dreams. American
Psychologist, 40, 1219-1230.
Combs, A. (1995). The radiance of being: Complexity, chaos, and the evolution of consciousness. Edinburgh,
Scotland: Floris Books.
Combs, A. (1996). Consciousness: Chaotic and strangely attractive. In W. Sulis & A. Combs (Eds.), Nonlinear
dynamics in human behavior (pp. 401-411). New Jersey: World Scientific.
Combs, A. (2002). The radiance of being: Understanding the grand integral vision: Living the integral life. St.
Paul, MN: Paragon.
Combs, A. (2004). Consciousness: Chaotic and strangely attractive. In A. Combs, M. Germine, & B. Goertzel
(Eds.), Mind in time: The dynamics of thought, reality, and consciousness (pp. 3-12). Cresskill, NJ: Hampton
Press.
Combs, A., & Holland, M. (1990). Synchronicity: Science, myth, and the trickster. New York: Paragon.
Council, J. R., & Huff, K. D. (1990). Hypnosis, fantasy activity and reports of paranormal experience in high,
medium and low fantasizers. British Journal of Experimental and Clinical Hypnosis, 7, 9-15.
Crandall, J. E. (1998). Effects of extrinsic motivation on PK performance and its relations to state anxiety and
extroversion. In N. L. Zingrone & M. J. Schlitz (Eds.), Research in Parapsychology, 1993: Abstracts and Papers
th
from the 36 Annual Convention of the Parapsychological Association (pp. 96-101). Lanham, MD: Scarecrow
Press.
Cropley, A. J. (2000). Defining and measuring creativity: Are creativity tests worth using? Roeper Review, 23(2),
72-83.
Dacey, J. S., Lennon, K., & Fiore, L. (1998). Understanding creativity: The interplay of biological, psychological
and social factors. New York: Jossey-Bass.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 86

Dalton, I. C. (1997). Exploring the links: Creativity and psi in the ganzfeld. Proceedings of Presented Papers:
The Parapsychological Association 40th Annual Convention (pp. 119-134). Durham, NC: Parapsychological
Association.
Dean, D., & Mihalasky, J. (1974). Executive ESP. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall.
Devereux, G. (Ed.). (1953). Psychoanalysis and the occult. New York: International Universities Press.
Dixon, N. F. (1981). Preconscious processing. New York: Wiley.
Domhoff, G. W. (1996). Finding meaning in dreams: A quantitative approach. New York: Plenum Press.
Domino, G. (1994). Assessment of creativity with the ACL: An empirical comparison of four scales. Creativity
Research Journal, 7, 21-33.
Domino, G., & Giuliani, I. (1997). Creativity in three samples of photographers: A validation of the Adjective
Check List creativity scale. Creativity Research Journal, 10(2-3), 193-200.
Dudek, S. Z., & Verrault, R. (1997). The creative thinking and ego functioning of children. In M. A. Runco & R.
Richards (Eds.), Eminent creativity, everyday creativity, and health. Greenwich, CT: Ablex.
Feinstein, D. (2003, June-August). Subtle energy: Psychology‘s missing link. IONS Noetic Sciences Review, 19-
23.
Frazier, K. (1998). A mind at play: An interview with Martin Gardner. Skeptical Inquirer, 22(2), 34-39.
French, C. C. (2003). Fantastic memories: The relevance of research into eyewitness testimony and false
memories for reports of anomalous experiences. In J. E. Alcock, J. E. Burns, & A. Freeman (Eds.), Psi wars:
Getting to grips with the paranormal (pp. 153-174). Charlottesville, VA: Imprint Academic.
Freud, S. (1953). Dreams and telepathy. In G. Devereux (Ed.), Psychoanalysis and the occult (p. 86). New
York: International Universities Press. (Original work published in 1898)
Friedman, H. (2001). Self-Expansiveness Level Form-Revised. Unpublished test.
Fromm, E. (1981). How to write a clinical paper: A brief communication. International Journal of Clinical and
Experimental Hypnosis, 29(1), 5-9.
Graff, D. E. (1998). Tracks in the psychic wilderness: An exploration of ESP, remote viewing, precognitive
dreaming, and synchronicity. Rockport, MA: Element Books.
Grim, P. (Ed.). (1990). Philosophy of science and the occult. Albany, NY: SUNY.
Gough, H. G., & Heilbrun, A. B. (1983). The adjective check list manual. Palo Alto, CA: Consulting
Psychologists Press.
Greeley, A. M. (1987). Mysticism goes mainstream. American Health, 6(1), 4749.
Haraldsson, E., Gudmundsdottir, A., Ragnarsson, A., Loftsson, J., & Johnsson, S. (1977). National survey of
psychical experiences and attitudes towards the paranormal in Iceland. In J. D. Morris, W. G. Roll, & R. L.
Morris (Eds.), Research in parapsychology (pp. 182-186). Metuchen, NJ: Scarecrow Press.
Harary, K., & Targ, R. (1985). A new approach to forecasting commodity futures. PSI Research, 4(3-4), 79-88.
Hardy, C. (1998). Networks of meaning: A bridge between mind and matter. Westport, CT: Praeger.
Hartmann, T. (1997). Attention deficit disorder: A different perception. Grass Valley, CA: Underwoods Books.
Hastings, A. (1998). Tracks in the psychic wilderness: An exploration of ESP, remote viewing, precognitive
dreaming and synchronicity. Journal of Parapsychology, 62(1), 83-86.
Hobson, J. A. (1988). The dreaming brain. New York: Basic Books.
Honorton, C. (1967). Creativity and precognition scoring level. Journal of Parapsychology, 31, 29-42.
Honorton, C. (1985). Meta-analysis of psi ganzfeld research: A response to Hyman.
Journal of Parapsychology, 49, 51-91.
Honorton, C., Berger, R. E., Varvgolis, M. P., Quant, M., Derr, P., Schechter, E. I., et al.
(1990). Psi communication in the ganzfeld: Experiments with an automated testing system and a comparison
with a meta-analysis of earlier studies. Journal of Parapsychology, 54, 99-139.
Honorton, C., & Ferrari, D. C. (1989). ‗Future telling‘: A meta-analysis of forced-choice precognition
experiments, 1935-1987. Journal of Parapsychology, 53, 281-308.
Huber, J. T. (1961). Report writing in psychology and psychiatry. New York: Harper.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 87

Hyman, R. (1985). The ganzfeld psi experiment: A critical appraisal. Journal of Parapsychology, 49, 3-49.
Hyman, R. (1996). Evaluation of the military‘s twenty-year program on psychic spying. The Skeptical Inquirer,
20(2), 21.
Irwin, H. J. (1985). Parapsychological phenomena and the absorption domain. Journal of the American Society
for Psychical Research, 79, 1-11.
Jahn, R. G. (1982). The persistent paradox of psychic phenomena: An engineering perspective. Proceedings of
the IEEE, 70, 136-170.
Jung, C. G. (1973). Synchronicity: An acausal connecting principle. (R. F. C. Hull, Trans.) Princeton, NJ:
Princeton University Press.
Kahn, D., Krippner, S., & Combs, A. (2002). Dreaming as a function of chaos-like stochastic processes in the
self-organizing brain. Nonlinear Dynamics, Psychology, and Life Sciences, 6(4), 311-322.
Kasian, S. J. (2003a). Exceptional human experiences of successful real estate agents: A
research project. Unpublished manuscript.
Kasian, S. J. (2003b). Extraordinary dreams in real estate: A heuristic inquiry. Unpublished manuscript.
Kasian, S. J. (2004, March). Remote viewing of real estate: Entrepreneurial explorations [Special issue]. Journal
of Indian Psychology, 34-43.
Kaufman, J. (1996, January 18). Feng shui puts your furniture and your life in order. Wall Street Journal, p. A12.
Kennedy, J. E. (2001). Why is psi so elusive? A review and proposed model. Journal of Parapsychology, 65,
219-245.
Kinney, D. K., Richards, R. L., & Southam, M. (in press). Everyday creativity, its assessment, and the Lifetime
Creativity Scales. In M. A. Runco (Ed.), The handbook of creativity. Greenwich, CT: Ablex.
Krippner, S. (1993). The Maimonides ESP-dream studies. Journal of Parapsychology, 57, 39-54.
Krippner, S. (1994). Humanistic psychology and chaos theory: The third revolution and the third force. Journal of
Humanistic Psychology, 34(3), 48-61.
Krippner, S., Bogzaran, F., & de Carvalho, A. P. (2002). Extraordinary dreams and how to work with them.
Albany, NY: SUNY Press.
Krippner, S., & Combs, A. (2000). Self-organization in the dreaming brain. Journal of Mind and Behavior, 21,
399-412.
Krippner, S., & Combs, A. (2002). A systems approach to self-organization in the dreaming brain. Kybernetics:
The International Journal of Systems & Cybernetics, 31(9-10), 1452-1462.
Krippner, S., Devereux, P., & Fish, A. (2003). The use of the Strauch scale to study dream reports from sacred
sites in England and Wales. Dreaming, 13, 95-105.
Krippner, S., & Faith, L. (2001). Exotic dreams: A cross-cultural study, Dreaming, 11(2), 73-82.
Krippner, S., Honorton, C., & Ullman, M. (1972). A second precognitive dream study with Malcolm Bessent.
Journal of the American Society for Psychical Research, 66, 269-279.
Krippner, S., & Thompson, A. (1996). A 10-facet model of dreaming applied to dream practices of sixteen Native
American cultural groups. Dreaming, 6, 71-96.
Kvale, S. (1996). InterViews: An introduction to qualitative research interviewing. Thousand Oaks, CA: Sage.
LaBerge, S. (1985). Lucid dreaming. Los Angeles: Tarcher.
Levy, D. (1997). Tools of critical thinking: Metathoughts for psychology. Boston: Allyn and Bacon.
Maslow, A. H. (1962). Toward a psychology of being. Princeton, NJ: Van Nostrand.
Mathes, E. W., Zevon, M. A., Roter, P. M., & Joerger, S. M. (1982). Peak experience tendencies: Scale
development and theory testing. Journal of Humanistic Psychology, 22, 92-108.
McLaren, I., & Sargent, C. L. (1982). Awareness of success in free-response dream ESP testing with a single
subject. In W. G. Roll, R. L. Morris, & R. A. White (Eds.), Research in Parapsychology, 1981 (pp. 195-196).
Metuchen, NJ: Scarecrow Press.
McMahon, J. D. S. (1988). Reported spontaneous psi experiences in the funeral industry. (Doctoral dissertation,
Saybrook Graduate School and Research Center, 1987). Dissertation Abstracts International, 48 (07), 2091B.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 88

McMoneagle, J. (1993). Mind trek: Exploring consciousness, time, and space through remote viewing. Norfolk,
VA: Hampton Roads.
McMoneagle, J. (1998). The ultimate time machine. Charlottesville, VA: Hampton Roads.
Messer, W. S., & Griggs, R. A. (1989). Student belief and involvement in the paranormal and performance in
introductory psychology. Teaching of Psychology, 16, 187-191.
Miles, M. B., & Huberman, A. M. (1994). Qualitative data analysis. Thousand Oaks, CA: Sage.
Milton, J. (1993). Ordinary state ESP meta-analysis. In M. J. Schlitz (Ed.), Proceedings of Presented Papers:
th
36 Annual Parapsychological Association (pp. 87-104). Fairhaven, MA: Parapsychological Association.
Mitchell, E. D. (1974). Introduction: From outer space to inner space. In J. White (Ed.), Psychic exploration: A
challenge for science (pp. 25-52). New York: Putnam.
Mish, F. C. (Ed.). (1994). Merriam Webster‘s collegiate dictionary (10th ed.). Springfield, MA: Merriam-Webster.
Morgan, A. H. (1973). The heritability of hypnotic susceptibility in twins. Journal of Abnormal Psychology, 82,
55-61.
Morris, R. L., Cunningham, S., McAlpine, S., & Taylor, R. K. (1998). Toward replications and extension of
autoganzfeld results. In N. L. Zingrone & M. J. Schlitz (Eds.), Research in Parapsychology, 1993: Abstracts and
papers from the 36th Annual Convention of the Parapsychological Association, 1993 (pp. 57-61). Lanham, MD:
Scarecrow Press.
Murray, R. G. (1999). Unconscious processes in individuals at risk for somatization and dream variations: A
study of repressive cognitive styles (Doctoral dissertation, Saybrook Graduate School and Research Center,
1998), Dissertation Abstracts International, 60 (01), 403B.
Myers, S. R., & Austrin, H. R. (1985). Distal eidetic technology: Further characteristics of the fantasy-prone
personality. Journal of Mental Imagery, 9, 57-66.
Myers, S. A., Austrin, H. R., Grisso, J. T., & Nickeson, R. C. (1983). Personality characteristics as related to the
out-of-body experience. Journal of Parapsychology, 47, 131-144.
Nadon, R., & Kihlstrom, J. F. (1987). Hypnosis, psi, and the psychology of anomalous experiences. Behavioral
and Brain Sciences, 10, 597-599.
Nelson, R. D., Dunne, B. J., Dobyns, Y. H., & Jahn, R. G. (1996). Precognitive remote perception: Replication of
remote viewing. Journal of Scientific Exploration, 10, 109-110.
Neppe, V. M. (1981). A study of the incidence of subjective paranormal experience. Parapsychological Journal
of South Africa, 2, 15-37.
O‘Grady, K. E. (1980). The Absorption Scale: A factor-analytic assessment. International Journal of Clinical and
Experimental Hypnosis, 28, 281-288.
Palmer, J. (1978). Extrasensory percepion: Research findings. In S. Krippner (Ed.), Advances in psychological
research: Extrasensory perception (Vol. 2, pp. 59-244). New York: Plenum Press.
Palmer, J. (1979). A community mail survey of psychic experiences. Journal of the American Society for
Psychical Research, 73, 221-251.
Parker, A. (2003). We ask, does psi exist? But is this the right question and do we really want an answer
anyway? In J. E. Alcock, J. E. Burns, & A. Freeman (Eds.), Psi wars: Getting to grips with the paranormal (pp.
135-152). Charlottesville, VA: Imprint Academic.
Persinger, M. A., & Koren, S. A. (2001). Predicting the characteristics of haunt phenomena from geomagnetic
factors and brain sensitivity: Evidence from field and experimental studies. In J. Houran & R. Lange (Eds.),
Hauntings and poltergeists: Multidisciplinary perspectives (pp. 179-194). Jefferson, NC: McFarland.
Powelson, R. C. (2001). Formulas for wealth: How to create a real estate fortune. Dallas, TX: Skyward.
Radin, D. I. (1997). The conscious universe: The scientific truth of psychic phenomena. New York: HarperEdge.
Radin, D. I., & Ferrari, D. C. (1991). Effects of consciousness on the fall of dice: A meta-analysis. Journal of
Scientific Exploration, 5, 61-84.
Radtke, H. L., & Stam, H. J. (1991). The relationship between absorption, openness to experience, anhedonia,
and susceptibility. International Journal of Clinical and Experimental Hypnosis, 39, 39-56.
Reid, G., Steggles, S., & Fehr, R. C. (1982). State, emotionality, belief and absorption in ESP scoring. Journal of
the Association for the Study of Perception, 17, 28-39.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 89

Rhine, J. B. (1962). Psychological processing in ESP experiences (II). Dreams. Journal of Parapsychology, 26,
172-199.
Rhine, J. B. (1968). Some guiding concepts for parapsychology. Journal of Parapsychology, 32(3), 190-218.
Rhine, L. E. (1978). The psi process in spontaneous cases. Journal of Parapsychology, 42, 20-31.
Rhine, L. E. (1981). The invisible picture: A study of psychic experiences. Jefferson, NC: McFarland.
Richards, R. (1994). Creativity and bipolar mood swings: Why that association? In M. P. Shaw & M. A. Runco,
(Eds.), Creativity and affect (pp. 45-72). Norwood, NJ: Ablex.
Richards, R. (2001). A new aesthetic for environmental awareness: Chaos theory, the beauty of nature, and our
broader humanistic identity. Journal of Humanistic Psychology, 41(2), 59-95.
Richards, R., & Kinney, D. (1997). Mood swings and creativity. In M. A. Runco & R. Richards (Eds.), Eminent
creativity, everyday creativity, and health (pp. 137-156). Greenwich, CT: Ablex.
Roche, S. M., & McConkey, K. M. (1990). Absorption: Nature, assessment, and correlates. Journal of
Personality and Social Science, 59, 91-101.
Runco, M. A. (1991). Divergent thinking. Norwood, NJ: Ablex.
Schlitz, M., & Gruber, E. (2001). Transcontinental remote viewing. In K. R. Rao (Ed.), Basic research in
parapsychology (pp. 94-109). Jefferson, NC: McFarland.
Schlitz, M. J., & Honorton, C. (1992). Ganzfeld psi performance within an artistically gifted population. Journal of
the American Society for Psychical Research, 86, 93-98.
Sherwood, S. J., & Roe, C. A. (2003). A review of dream ESP studies conducted since the Maimonides dream
ESP studies. In J. E. Alcock, J. E. Burns, & A. Freeman (Eds.), Psi wars: Getting to grips with the paranormal
(pp. 85-110). Charlottesville, VA: Imprint Academic.
Sherwood, S. J., Roe, C. A., Simmonds, C. A., & Biles, C. (2002). An exploratory investigation of dream
precognition using consensus judging and static targets. Journal of the Society for Psychical Research, 66, 22-
28.
Sims, G. L. (2000). Individuals who dream: Solutions for management (a phenomenological study of dream
incubation). Dissertation Abstracts International, 61 (07), 2807. (UMI No. 9981049)
Stanford, R. G., & Angelini, R. F. (1984). Effects of noise and the trait of absorption on ganzfeld ESP
performance. Journal of Parapsychology, 48, 85-99.
Sternberg, R. J. (1998). The nature of creativity. New York: Cambridge University Press.
Stowell, M. S. (1997a). Precognitive dreams: A phenomenological study. Part I: Methodology and sample
cases. Journal of the American Society for Psychical Research, 91, 163-220.
Stowell, M. S. (1997b). Precognitive dreams: A phenomenological study. Part II: Discussion. Journal of the
American Society for Psychical Research, 91, 255-304.
Strauch, I. (2001). Magische und paranormale Phanomene in Traumen [Magical and paranormal phenomena in
dreams]. In E. Ruther, A. Gruber-Ruther, & M. Heuser (Eds.), Traume [Dreams] (pp. 355-364). Innsbruck,
Austria: VIP-Verlag Integrative Psychiatrie.
Swartz, J. D. (1992). Torrance Test of Creative Thinking. In D. J. Keyser & R. C. Sweetland (Eds.), Test
critiques (Vol. 3, pp. 619-622). Kansas City, MO: Test Corporation of America.
Swiel, D., & Neppe, V. M. (198). The incidence of anomalous experience using native subjects.
Parapsychological Journal of South Africa, 7, 34-53.
Targ, E., Schlitz, M., & Irwin, H. J. (2000). Psi-related experiences. In E. Cardeña, S. J. Lynn, & S. Krippner
(Eds.), Varieties of anomalous experience: Examining the scientific evidence (pp. 219-252). Washington, DC:
American Psychological Association.
Tart, C. T. (1977). Psi: Scientific studies of the psychic realm. New York: E. P. Dutton.
Tellegen, A. (1981). Practicing the two disciplines for relaxation and enlightenment: Comment on ―role of the
feedback signal in electromylograph biofeedback: The relevance of attention‖ by Qualls and Sheehan. Journal
of Experimental Psychology: General, 110, 217-226.
Tellegen, A. (1982). Brief manual for The Differential Personality Questionnaire. Unpublished manuscript,
University of Minnesota at Minneapolis.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 90

Tellegen, A. (1992). Note on structure and meaning of the MPQ Absorption Scale. Unpublished manuscript,
University of Minnesota.
Tellegen, A., & Atkinson, G. (1974). Openness to absorbing and self-altering experience (―absorption‖), a trait
related to hypnotic susceptibility. Journal of Abnormal Psychology, 83, 268-277.
Tellegen, A., Lykken, D. T., Bouchard, T. J., Wilcos, K. J., Segal, N. L., & Rich, S. (1988). Personality similarity
of twins reared apart and together. Journal of Personality and Social Psychology, 54, 1031-1039.
Thompson-Smith, A. (1998). Remote perceptions: Out-of-body experiences, remote viewing, and other normal
abilities. Charlottesville, VA: Hampton Roads.
Thompson-Smith, A. (2001). Anomalous human-computer interaction: The impact of expectation in the training
period (Doctoral dissertation, Saybrook Graduate School and Research Center, 2001). Dissertation Abstracts
International, 62 (08), 3825B.
Torrance, E. P. (1999). Torrance Tests of Creative Thinking: Norms and technical manual. Beaconville, IL:
Scholastic Testing Service.
Truzzi, M., & Lyons, A. (1991). The blue sense: Psychic detectives and crime. New York: Mysterious Press.
Ullman, M., Krippner, S., & Vaughan, A. (1973). Dream Telepathy. New York: Macmillan.
Ullman, M., Krippner, S., & Vaughan, A. (2003). Dream Telepathy: Experiments in nocturnal extrasensory
perception (3rd ed.). Charlottesville, VA: Hampton Roads.
U.S. Government Census Bureau. (2003). United States selected housing characteristics: 2003. 2003 American
community survey summary Tables. Retrieved May 8, 2005, from http://factfinder.census.gov
Utts, J. (1995). An assessment of the evidence for psychic functioning. Journal for Parapsychology, 59(4), 289-
311.
Waller, N. G., Kojetin, B. A., Bouchard, T. J., Lykken, D. T., & Tellegen, A. (1990). Genetic and environmental
influences on religious interests, attitudes, and psychopathology. Journal of Parapsychology, 58, 3-38.
Warner, L., & Clark, C. C. (1938). A survey of psychological opinion on ESP. Journal of Parapsychology, 2, 296-
301.
Wickramasekera, I. (1988). Clinical behavioral medicine: Some concepts and procedures. New York: Plenum
Press.
Wilcoxson, J. L. (2003). Attention deficit hyperactivity disorder and the creative potential in children: A multiple
case study. Unpublished doctoral dissertation proposal, Saybrook Graduate School and Research Center, San
Francisco.
Yin, R. (1994). Case study research: Design and methods. Thousand Oaks, CA: Sage.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 91

Appendix A: Profile of Participants, Including Gender, Age, Occupation, and Location


Participant Gender Age Years Actively Occupation Location of Highest
Involved with Property Degree
Dreams Acquired Attained
Amanda F 43 30 (researcher‘s Psychology Sunnyvale, Ph.D.
estimate) Student CA Candidate

Tammy F 47 N/A (insufficient Psychology Rochester, Ph.D.


information) Student, NY Candidate
Sculptor, &
Artist
Rita F 44 6 (dreamer‘s Health Food Warrington, M.S.W.
estimate) Store Owner England
(Liverpool area)
Nancy F 67 34 (dreamer‘s Consultant, & Berkeley, Ph.D.
estimate) Writer on CA
Intuition
Gena F 46 25+ (dreamer‘s Writer, Artist, & Inverness, Ph.D.
estimate) University CA
Faculty
Michelle F 46 3 (dreamer‘s Paralegal in Roseville, B.A.
estimate) Health Care CA
Mary F 51 15 (researcher‘s Spiritual Kaneohe, Ph.D.
estimate) Facilitator HI
Joan F 61 35 (researcher‘s Writer & Dream Washington, Ph.D.
estimate) Activist DC
Ryan F 46 24 (dreamer‘s Business Owner Ames, B.A.
estimate) IA
Zanette F 53 40 (researcher‘s Abstract Artist Walnut Creek, Ph.D.
estimate) CA
Berkeley, CA
Mean & 90% 50.4 23.56 7 psychology 5 California 5 Ph.D.
Summary Female 2 health 2 East Coast 2 Ph.D.
(as 10% 2 business 1 Midwest Candidates
applicable) Male (Note: 1 Hawaii 1 M.S.W.
categories 1 England 2 B.A.
overlap)

Appendix B: Raw Scores of Participants Who Completed Absorption and Creativity Assessments, Including
Measures of Central Tendency, Variation, and Range
Participant Absorption Creative Personality Scale TTCT-verbal TTCT-figural
(n = 9) (n = 9) Percentile (n = 5) Percentile
(n = 4)

1. 28 6 64 91
2. 25 10 - -
3. 22 11 15 47
4. - - - -
5. 30 10 - -
6. 25 2 17 -
7. 34 11 - -
8. 27 11 - -
9. 22 11 56 90
10. 23 6 99 97
Mean 26.2 8.7 50 81
Median 25 10 56 90
Range 22-34 2-11 17-99 47-97
(Population Norm (Population Norm
Mean = 20.2, SD Mean = 3.55, SD = 4.08)
= 6)
Note. The use of a dash in a particular cell signifies that data was not available because a participant did not
complete that particular test.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 92

É POSSÍVEL ESTIMULAR A PERCEPÇÃO DE EXPERIÊNCIAS ANÔMALAS?


UM ESTUDO EXPLORATÓRIO COM GRUPOS DE DINÂMICAS.*

Is it possible to stimulate the anomalous experiences perception?


An exploratory study with groups of dynamics.

Fábio Eduardo da Silva


Faculdades Integradas Espírita
Centro Integrado de Parapsicologia Experimental
* Este estudo constitui-se na pesquisa de mestrado
do autor junto ao Instituto de Psicologia da USP.

Resumo
Este estudo concentra-se nas experiências anômalas (EAs), as quais podem ser definidas como
incomuns e irregulares, ainda que vivenciadas por um grande número de pessoas. Acredita-se que elas
desviem da experiência ordinária ou das explicações usualmente aceitas sobre a realidade. Dentre a
variedade de EAs, focaliza-se na categoria das experiências relacionadas a psi. No prisma experimental
psi pode ser definida como uma hipótese relacionada à transferência anômala de informação ou energia.
O objetivo do estudo é avaliar se a obtenção de informação e/ou interação por processos anômalos (psi)
poderia ser obtida e/ou melhorada pelo treino da percepção e pelo estímulo a fatores considerados
facilitadores de psi, através de dinâmicas e vivências de grupo. Para tanto serão consideradas avaliações
fenomenológicas e experimentais antes e depois da intervenção. Na avaliação fenomenológica
(entrevistas e questionários) procurar-se-á verificar a coerência dos pressupostos teóricos adotados bem
como descobrir novos dados. Na avaliação experimental utilizar-se-á a técnica Ganzfeld de privação
sensorial, permitindo uma avaliação objetiva do possível efeito da intervenção. Na integração de dados
das duas abordagens buscar-se-á avaliar a questão em foco. O estudo encontra-se em fase piloto,
através de três grupos. São apresentados algumas atividades e resultados parciais, bem como reflexões
deles decorrentes.

Palavras-chave: experiências anômalas, psi, treinamento, dinâmicas de grupo

Abstract
The focus of this study is the anomalous experiences (AEs), which could be defined as uncommon and
irregular, although it may be experienced by substantial amount of the population, it is believed to deviate
from ordinary experience or from the usually accepted explanations of reality. Among the varieties of the
AEs we focused on the psi-related experiences. From the experimental point of view psi is a hypothetical
construct relating to the presumed anomalous transfer of information or energy. The study goal is to
evaluate if anomalous transfer of information or energy (psi) could be obtained or improved by perception
training and by experiencing psi-conductive factors both being conducted in groups. For that
phenomenological and experimental evaluations will be considered before and after the intervention. The
phenomenological approach will both evaluate the coherence of the adopted theoretical constructs and
discover new data. The experimental approach will use the ganzfeld sensory deprivation technique to
objectively evaluate the intervention possible effects. The research question will be considered through the
integration of these two approaches. The study is in its pilot phase through three groups. Some activities,
partial results and discussions are presented.

Keywords: anomalous experiences, psi, training, dynamics of group

INTRODUÇÃO

Neste projeto propõe-se o estudo de experiências anômalas (EAs), as quais podem ser definidas como
incomuns e irregulares, ainda que vivenciadas por um grande número de pessoas. Acredita-se que elas
desviem da experiência ordinária ou das explicações usualmente aceitas sobre a realidade. (Cardeña, Lynn,
Krippner, 2000) Dentre a variedade de EAs, estaremos focalizando numa categoria específica. Exemplifico-a
com o relato de um caso feito por uma estudante de Psicologia. Ela contou que teve um sonho com um irmão,
o qual estava detido numa prisão. No sonho ele tentava fugir e era baleado, vindo a falecer. Ao acordar a
estudante ficou muito preocupada e, no dia seguinte, conseguiu fazer contato com o irmão, relatando o sonho e
a sua preocupação com a segurança dele. Não para sua surpresa, visto que ela relatara já ter tido experiências
similares antes, seu irmão confessou, emocionado, que estava, junto com alguns amigos, planejando uma
fuga. Porém, a partir do relato desse sonho, ele desistiu do intento e ainda tentou convencer seus
companheiros a fazerem o mesmo. Estes, no entanto, não desistiram, fugiram e foram mortos na fuga.
Experiências anômalas como esta, as quais são chamadas de experiências relacionadas a psi, são
relativamente freqüentes e têm sido estudadas cientificamente a mais de um século por pesquisadores de
diferentes disciplinas. As EAs relacionadas a psi incluem relatos sugestivos de telepatia (comunicação mental
direta), clarividência (conhecimento anômalo de eventos distantes), precognição (conhecimento de fatos
futuros por meios não convencionais) e psicocinesia (ação da mente sobre a matéria). Do prisma
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 93

fenomenológico, as pessoas que vivenciam as EAs relacionadas a psi acreditam que algum processo anômalo
está envolvido nas suas experiências. Porém, parece só ser possível avaliar essas alegações através de
estudos de laboratório. Do prisma experimental, psi (não mais se referindo a experiências, mas sim a
processos anômalos) é definida como uma hipótese relacionada à transferência anômala de informação ou
energia. (Ibid.) A evidência experimental para a hipótese de psi é foco de controvérsia científica. Uma das
linhas de pesquisa experimental que aparentemente tem contribuído para suportar a da hipótese de psi é a
Pesquisa Ganzfeld.
Ganzfeld é uma palavra alemã que significa campo completo ou campo homogêneo. Essa técnica tem
sua origem nos estudos da psicologia da Gestalt. O primeiro pesquisador a usar esse termo foi Metger, que em
1930 desenvolveu um estudo de percepção tridimensional do espaço. Submetidos a uma baixa iluminação os
sujeitos desse estudo, passaram a perceber o espaço como que preenchido por um nevoeiro. Hochberg,
Triebe e Seaman publicaram em 1958 uma pesquisa, na qual utilizavam meias bolinhas de pingue-pongue
para criar um campo visual translúcido e verificar a adaptação da cor no Ganzfeld, testando assim a teoria de
Koffka de que um campo homogêneo de cor se tornaria cromaticamente neutro depois de uma exposição
prolongada. Os resultados mostraram que a cor verde tornava-se neutra ou desaparecia em 6 minutos,
enquanto o mesmo ocorria em 3 minutos com a cor vermelha. Esses estudos tiveram replicação e extensão por
Weintraub e Gilchrrist em 1964 e Schouten e Blommaert em 1965. (Dalton,1997)
Bentox e Scott, mencionados por Dalton (Ibid.), realizaram em 1958 vários estudos voltados a
compreender os lapsos de atenção criados a pela privação de estímulos do ambiente durante períodos
prolongados. Os sujeitos experimentais ficavam 24 horas deitados confortavelmente dentro de um cubículo a
prova de som e luz, saindo apenas para comer e ir ao banheiro. Eles sentiam o que pode ser denominado de
fome, ansiedade ou desejo de estímulos, o que compensavam cantando, falando com eles mesmos ou
assobiando. Além disso, mergulhavam num sonho acordado (atividade alucinatória) ou períodos de
escurecimento, nos quais a experiência visual desaparecia completamente. Muito dos relatos desses sujeitos é
similar àqueles reportados por pessoas no estado hipnagógico. Witkin e Lewis, também comentados por Dalton
(Ibid.), desenvolveram experimentos utilizando a técnica Ganzfeld para estudar o estado hipnagógico. Porém,
utilizaram uma versão refinada da técnica, incluindo a audição de um ruído branco (som homogêneo e sem um
padrão), o qual buscava facilitar a sonolência dos sujeitos e permitir a observação do fluxo de consciência dos
mesmos, através da verbalização contínua dos seus pensamentos, imagens e sentimentos. Eles também eram
submetidos a um campo visual homogêneo vermelho, através do uso de meias bolas de pingue-pongue, e
permaneciam numa posição reclinada. Em 1969, Bertini, Witkin e Lewis (Ibid.) apresentaram a técnica
Ganzfeld como uma forma de facilitar em condições laboratoriais a produção de imagens alucinatórias do tipo
hipnagógica. Ocorre que ao longo da história, os fenômenos psi tem sido freqüentemente relacionados com
sonhos, hipnose, meditação e outros estados de atenção interna ou Estados Modificados de Consciência
(EMC), produzidos de forma natural ou deliberada. Essa relação é evidenciada pelo estudo de casos
espontâneos, pelos relatos provenientes de diversas práticas culturais, por observações clínicas e por estudos
experimentais. Segundo Honorton (1977) esses estados facilitariam a detecção o ―fraco sinal da psi‖ através da
redução dos estímulos sensoriais e somáticos (ruído), ou seja, a privação sensorial seria a chave para a
freqüente associação entre a psi e os Estados Modificados de Consciência (EMC). Assim, esse pesquisador
propõe o modelo da redução do ruído, baseado no qual a técnica Ganzfeld passa a ser utilizada na pesquisa
da hipótese psi.
A pesquisa usando a técnica Ganzfeld tem produzido uma base considerável de dados e, em função
disso, gerado polêmicas em torno dos resultados das meta-análises que avaliam esses estudos. Interessante
notar que parte dessa discussão tem sido travada num dos periódicos profissionais mais importantes da
psicologia, o Psychical Bulletin, publicado pela American Psychological Association - APA. (Bem, 1994; Bem &
Honorton, 1994; Bem, Palmer, Broughton, 2001; Honorton, 1977, 1985; Honorton, et al. 1990; Hyman, 1985,
1994; Hyman & Honorton, 1986; Milton, 1999; Milton & Wiseman, 1997, 1999, 2001; Palmer, Broughton, 2000;
Radin, 1997; Schmeidler, Edge, 1999; Storm , Ertel, 2001, 2002). Esse debate parece estar estimulando a
inserção de reportagens sobre a pesquisa de psi ou EAs relacionadas a psi em livros texto da psicologia. Um
exemplo dessas publicações é o texto clássico Introduction to Psychology de Atkinson, et al. (2000), a qual traz
um capítulo de 7 páginas sobre as investigações psi, concentrando-se principalmente nos estudos Ganzfeld e
seus debates. Esse livro, um dos mais utilizados nas universidades norte-americanas, foi também traduzido
para diversos idiomas, inclusive para a língua portuguesa. Outro exemplo importante de publicação da
―psicologia Anomalística‖ é o livro Varieties of anomalous experience: examining the scientific evidence, editado
pela American Psychological Association em 2000. (Cardeña, Lynn, Krippner, 2000) No presente estudo
estaremos utilizando a técnica Ganzfeld como instrumento experimental para avaliar possíveis processos
anômalos de psi.
Num estudo anterior (Silva, Pilato, Hiraoka, 2003) testamos essa técnica com 74 sujeitos, os quais
realizaram 108 ensaios, e encontramos resultados significativamente maiores para ela (33,33% de acertos) do
que para condição de controle (18,52%). Verificamos também alguns fatores considerados psi-condutivos, ou
seja, favoráveis a ocorrência e/ou percepção de psi. A tentativa de identificar e utilizar esses fatores parece ser
uma tendência que se intensifica na atualidade. No presente estudo estamos verificando e estimulando alguns
deles, através de práticas desenvolvidas em grupo. Os fatores considerados neste estudo podem ser vistos no
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 94

Modelo da Pesquisa, apresentado no item método.


Outro aspecto que parece ser importante na pesquisa das EAs relacionadas a psi é a evidência de que,
possivelmente, elas sejam mediadas por processos anômalos não conscientes. Retrocedendo no tempo,
vemos que Freud (1997a; 1997b), o qual, em certa medida, também estudou as experiências anômalas
relatadas a psi, entendia que a telepatia, se verdadeira, deveria ser organizada pelas mesmas leis que
governam a vida mental inconsciente. Freud (Ibid.) achava que:
[...] a psicanálise pode realizar algo para fazer avançar o estudo da telepatia, na medida em que, com auxílio de
suas interpretações, muitas das enigmáticas características dos fenômenos telepáticos podem tornar-se mais
inteligíveis para nós; ou então outros fenômenos, ainda duvidosos, podem, pela primeira vez e definitivamente, ser
confirmados como de natureza telepática.

[...] Com base em certo número de experiências, estou inclinado a concluir que uma transferência de pensamentos
desse tipo ocorre de modo particularmente fácil no momento em que uma idéia emerge do inconsciente [...] surge
ainda a possibilidade de que mensagens telepáticas recebidas no curso do dia só possam ser tratadas durante um
sonho da noite seguinte.

Jung (1990), que estudou e também vivenciou algumas EAs relacionadas a psi, considerando-as como
manifestações sincronísticas da psique, também relacionava a origem delas a um nível de rebaixamento
mental [não consciente], o nível psicóide, no qual a psique - um microcosmos, ―reflete‖ o universo - o
macrocosmos. Porém, são estudos recentes e de caráter experimental que evidenciam o aspecto não
consciente dessas experiências. Entre eles apresentam-se apenas dois. O primeiro refere-se à sensação ou
sentimento de estar sendo observado à distância, que é um tipo de pesquisa sobre interação mental à distância
ou psicocinesia. Esses trabalhos se inspiraram em crenças ou superstições muito antigas que afirmam ser
possível perceber quando alguém nos observa mesmo quando não estamos olhando. Essa sensação visceral
pode ser entendida como uma influência mental distante sobre o sistema nervoso. No estudo o receptor tem o
seu sistema nervoso monitorado, usualmente através da resistência elétrica da pele, sendo filmado durante a
sessão. O emissor, instalado em local distante, pode ver o receptor através de um monitor em momentos
escolhidos aleatoriamente. O receptor não sabe quando o emissor está olhando para ele ou ela. Os resultados
não só mostraram uma ―telepatia‖ que afeta o sistema inconsciente, como algo ainda mais interessante. As
pessoas mais ansiosas e introvertidas mostraram as maiores magnitudes de respostas eletrodérmicas
inconscientes, ou seja, os tímidos e introvertidos apresentaram significativamente mais tensão ao serem fitados
à distância que os extrovertidos. (Radin, 1997) O segundo tipo é chamado de Efeito pressentimento ou
Precognição fisiológica. Basicamente, sujeitos confortavelmente sentados assistem, num monitor de
computador, a imagens calmas e imagens emotivas. Várias medidas fisiológicas são obtidas e os resultados
indicam que o sistema nervoso dos participantes reage cerca de 3 segundos antes para as imagens emotivas,
fato que não ocorre para as imagens calmas. Essa resposta é conhecida como pressentimento, constituindo-se
em um senso vago ou sentimento de que alguma coisa está para acontecer, porém, sem nenhuma consciência
sobre algum evento em particular. Tanto este tipo de pesquisa quanto o anterior contam com replicações
independentes e estudos meta-analíticos indicam que os resultados se devem, provavelmente, a processos
anômalos. (Ibid.) Alguns pesquisadores sugerem que essa reação orgânica prévia poderia estar na base de
certas emoções, sensações ou sentimentos associados a pressentimentos-intuição e que essas experiências
orgânicas estariam afetando a tomada de decisão. (Borgeois; Palmer, 2003; Bierman, 2004) Isso parece
coerente com os relatos dos participantes de nosso estudo Ganzfeld. (Silva, Pilato, Hiraoka, 2003)
Um extenso estudo fenomenológico da percepção de EAs relatadas a psi, desenvolvido por Louisa L
Rhine (Apud. Irvin, 1999), mostrou formas comuns, que são: a) impressões intuitivas (26%), b) alucinações
(9%), c) sonhos realísticos (44%), d) sonhos não realísticos (21%). Essas formas também sugerem que a
origem do conteúdo emerge de níveis profundos da mente. Elas ainda endossam a idéia de formas
diversificadas de percepção e/ou manifestação de psi, o que foi também encontrado em estudos experimentais,
levando alguns pesquisadores a elaborar a expressão Assinatura psi, ou seja, uma forma pessoal de
manifestar e/ou perceber um processo anômalo, mediado por psi. (Targ, Puthoff, 1978; Jahn, Dunne, 1987) Em
nosso estudo Ganzfeld (Silva, Pilato, Hiraoka, 2003), a partir de avaliações realizadas durante as sessões
experimentais e de entrevistas posteriores, pudemos verificar essas diferentes formas pessoais de vivenciar
EAs relacionadas a psi. Alguns sujeitos relataram sentir sensações corporais, como calor na região abdominal,
outros ouviram vozes indicando características dos alvos, alguns tiveram imagens mentais que se destacaram
de outras imagens e, assim por diante. O mais impressionante, porém, foi que alguns sujeitos, que pareceram
observar e aprender sobre as suas assinaturas psi, nos últimos ensaios (as 37 duplas de participantes fizeram
duas ou quatro sessões experimentais) previram e obtiveram acertos de alta qualidade. Algumas dessas
duplas também passaram a desenvolver experimentos informais entre si, como, por exemplo, marcavam
horários e tentavam emitir mensagens telepáticas, as quais eram posteriormente verificadas. Essa observação
inspirou em grande parte este projeto, o qual visa estimular a percepção dessa hipotética Assinatura psi,
através da auto-observação sistemática por parte dos participantes (treino da percepção), seja em suas
experiências diárias seja nas atividades específicas desenvolvidas no grupo. A escolha por trabalhar com
dinâmicas e vivências de grupo teve várias inspirações. A principal delas relaciona-se com a experiência do
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 95

autor como professor assistente na disciplina de Vivências para Auto Consciência (VIPAC). Neste ofício, foi
possível observar, ao longo dos anos, o que pareceu ser o contexto ideal para a manifestação psi espontânea.
Em meio a vivências profundas, muitas delas envolvendo EMCs, num clima emocional afetivo e relações
interpessoais fortes, surgiam relatos freqüentes de experiências relacionadas a psi, as quais se integravam
significativamente nas dinâmicas vividas pelo grupo. Experiências semelhantes têm sido relatadas para outros
grupos. (Mintz, 1983) Murphy (1945) propôs um modelo segundo o qual os fenômenos psi dependem mais das
relações entre as pessoas do que da capacidade de apenas um sujeito. As relações interpessoais entre sujeito
e o experimentador, por exemplo, são muito importantes para a manifestação de psi. Esse pesquisador sugere
que não conseguimos nos comunicar freqüentemente através de psi em decorrência do nosso "insulamento
psicológico" uns dos outros. Estados de relaxamento e outros nos quais a auto-percepção é reduzida, como
EMCs, podem nos aproximar uns dos outros em níveis mais profundos e estáveis, que talvez, sejam os mais
adequados para manifestação de psi. Assim, relacionamentos interpessoais profundos, que podem ser
facilitados por ambientes voltados para esse fim, poderiam ser catalisadores de experiências relacionadas a
psi. Alguns estudos foram desenvolvidos para verificar essa possibilidade (Condey, 1976; Warcollier, 1948),
destacando-se o trabalho do psicólogo clínico norte-americano Dr. Jim Carpenter (1988), que desenvolveu
várias pesquisas com os Quasi-therapeutic Groups, compostos por participantes interessados tanto em psi
como psicodinâmica. Nestes grupos os participantes, inicialmente, discutiam sobre suas experiências com o
objetivo do auto-ajustamento, depois faziam testes de psi, nos quais precisavam adivinhar gravuras ocultadas
em envelopes. Os resultados foram significativos. Carpenter (2002) apresenta estudos mais atuais, nos quais
replica os resultados anteriores e avalia novas variáveis. Em resumo, seus achados indicam que a atmosfera
do grupo afeta os escores psi tanto individuais como coletivos.
Esses resultados nos fazem lembrar dos primeiros estudos com grupos realizados por Curt Lewin
(1975), nos quais constatou a influência de atmosferas autocráticas e democráticas na vida social de crianças.
A qualidade do Campo Social, ou a totalidade dinâmica composta pela interdependência dos elementos do
grupo (Mailhot, 1976), afetaria as experiências mediatas por psi? Sendo o grupo a base de manutenção do
indivíduo, um dos elementos de seu espaço vital e um instrumento para satisfação de suas necessidades
(Ibid.), faz sentido pensar que a sua complexidade afetaria a manifestação e/ou percepção de experiências
relatadas ou mediadas pela psi. Assim, juntamente com outros fatores considerados psi condutivos, as
relações interpessoais serão trabalhadas no grupo, principalmente através do estímulo de habilidades
comunicativas como o aprendizado da autenticidade, a empatia, as diferentes formas de lideranças, entre
outras.
Feitas essas considerações, apresenta-se o problema, objetivos e hipótese do estudo. A obtenção de
informação e/ou interação por processos anômalos (psi) poderia ser obtida e/ou melhorada pelo treino da
percepção e pelo estímulo a fatores considerados facilitadores de psi, através de dinâmicas e vivências de
grupo? Sendo esse o problema da pesquisa, a sua verificação constitui-se no objetivo geral da mesma e a
resposta provisória afirmativa a hipótese lançada. Nos objetivos específicos temos: a) estudar e estimular a
percepção e/ou processamento de EAs alegadamente ou supostamente relacionadas a psi; b) estudar e
estimular fatores considerados facilitadores de psi; c) avaliar através de questionário, observação e entrevista,
a percepção das EAs alegadamente ou supostamente relacionadas a psi; d) avaliar experimentalmente o nível
de obtenção de informação e/ou interação por processos anômalos (psi) e e) contribuir para o desenvolvimento
científico dos estudos relacionados à hipótese psi.

MÉTODO

Fases - o estudo pode ser dividido em três fases:


a) Elaboração do modelo geral, e testes preliminares - esta fase ocorreu entre 2002 e 2004 e foi
marcada pela construção de um modelo de base para o estudo. Além do autor, participaram desta fase outros
professores do Curso Livre de Parapsicologia (Prof. Reginaldo Hiraoka, Profa. Eliriam Brito e Profa. Nadir M.
Ganz) além da Professora Neyda Nerbass Ulysséa, criadora da disciplina de VIPAC (Vivências Para
Autoconsciência) e uma das fundadoras das Faculdades Integradas Espírita. Foram realizadas práticas com os
estudantes do Curso de Parapsicologia bem como com grupos conduzidos por eles, no estágio Supervisionado
de Vivências em Parapsicologia.
b) Pilotos para aperfeiçoamento da metodologia - esta fase inicio-se em 2005 e tem previsão de
término para o final deste ano. Durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 2005 o autor trabalhou
com 2 grupos obtendo novas experiências na construção desta pesquisa. Atualmente 3 grupos estão iniciando
suas atividades (dois deles sob responsabilidade do autor e um através dos estagiários do Curso de
Parapsicologia, sob a supervisão do autor e da professora Nadir Martins Ganz). Busca-se aperfeiçoar a
metodologia, com base na experiência com esses grupos, considerando-se os feedbacks e sugestões dos
mesmos.
c) Testes oficiais - finalizados os ajustes a condução dos testes oficiais está prevista para 2007.

Sujeitos - os grupos se constituem com 7 a 12 participantes, interessados em auto conhecimento e


fenômenos psi. Para a última fase se prevê entre 10 a 15 pessoas.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 96

Procedimentos para fase Testes oficiais - como mostra, na página seguinte, o Modelo da Pesquisa,
haverá, 4 encontros para a integração do grupo, levantamento de dados e esclarecimentos sobre os objetivos e
rumos do grupo (Grupo de Vivências e Dinâmicas: fase 1). Em certa medida este estudo se caracteriza como
uma pesquisa-ação, assim, por um lado fará um levantamento/diagnóstico da realidade e, por outro,
implementará uma intervenção a qual será definida pela interação das aspirações do grupo com os objetivos da
pesquisa. Na próxima fase, ocorrerá a Avaliação experimental 1 (através da técnica Ganzfeld descrita adiante)
e a Avaliação por levantamento e entrevista 1, na qual os participantes preencherão um questionário fechado
e participarão de uma entrevista semi-estruturada. Na fase seguinte (Grupo de vivências e dinâmicas: fase 2)
teremos 40 encontros e a intervenção propriamente dita, com atividades voltadas ao treino da percepção e
prática dos fatores psi-condutivos. O objetivo é estimular a percepção da hipotética assinatura psi, seja na vida
diária seja nas atividades específicas do grupo. Com sessões de cerca de 1:30 min., inicialmente se procederá
alguns esclarecimentos teóricos e/ou sobre as práticas seguintes (10-15 min.), depois se implementará a
dinâmica/vivência, seguida de seus relatos (40-45 min.). Finaliza-se com relatos e discussões de experiências
(direta ou indiretamente relacionadas a psi) vividas fora do grupo pelos participantes (30-40 min.). Na última
fase teremos avaliações posteriores a intervenção (Avaliação por levantamento e entrevista 2 e Avaliação
experimental 2). As atividades das fases anteriores (Elaboração do modelo geral, e testes preliminares; Pilotos
para aperfeiçoamento da metodologia) também se baseio no modelo abaixo, porém são desenvolvidas com
mais flexibilidade, visto seu caráter de exploração e teste informal de possibilidades voltado ao aperfeiçoamento
da metodologia.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 97

Modelo da Pesquisa
* a) Treino da percepção
1. Observação sistemática - forma
Diário de vida incluindo sonhos. Disciplina diária, ex. técnicas para estimular
Grupo de vivências e dinâmicas: fase 1 consciência durante o dia, ex. chave SOL - sujeito, objeto, lugar.
Participantes: 14 pessoas interessadas em 2. Observação sistemática - conteúdo 1
auto-conhecimento e fenômenos psi. -Consciência no presente
Atividades: Integração e levantamento de -Sensações e informações sensoriais (sons, odores, gostos, imagens, superfícies
dados (interesses, experiência, objetivos - tato) práticas de sensibilização, percepção dérmica de cores
-Observação-percepção do próprio organismo (corpo emoção, pensamentos,
particulares em relação ao grupo).
etc.) e o do ambiente (local e personagens)
Decisão conjunta dos rumos do grupo, -Respiração. Consciência durante as relações, momentos importantes e EMC.
atendendo em parte as especificidades do 3. Observação sistemática - conteúdo 2
grupo, mas sem perder os objetivos da Sonhos, momentos de decisão, resolução de problemas (triviais, graves),
pesquisa. Duração: 4 encontros (1 mês) relacionamentos interpessoais
4. Observação sistemática - conteúdo 3 (assinatura psi)
-Características pessoais do fenômenos psi - espontâneos e/ou estimulados
-Fator desencadeante: expectativa, crença, motivação, necessidade.
Avaliação experimental 1 -Estado de consciência: Estados Modificados de Consciência, vigília (qual,
20-30 ensaios Ganzfeld como, com quais características)
Avaliação por levantamento e entrevista 1 -Forma como processa a informação: visão (imagem), olfato, sensação tátil ou
orgânica, audição. (Teste para descobrir a modalidade sensorial mais usada)
Questionário fechado + entrevista
-Emoção, sentimento ou sensação vinculado?
-Padrão de conteúdos: de que tipo são os conteúdos mais freqüentes.
-Função dos fenômenos/interpretação: Utilidade no dia-a-dia, sentido e
Grupo de vivências e dinâmicas: fase 2 integração com o curso e/ou filosofia de vida.
Participantes: 10-14 pessoas interessadas -Reação aos fenômenos: ao conteúdo e à forma, aceitação-rejeição, fluência-
em auto-conhecimento e fenômenos psi e resistência, integração-conflito, natural-patológico.
dispostas a concluir o projeto.
** b) práticas estimuladoras dos fatores psi-condutivos.
Atividades: a) treino da percepção*, Experiência em experimentos psi no grupo, no laboratório ou em outros locais
b) práticas estimuladoras dos fatores psi- [realizada pelos próprios participantes] ex. técnicas de Visão Remota, ação da
condutivos** e c) observação e estudo mente sobre sistemas físicos (Geradores de Eventos Aleatórios) ou biológicos
das atividades e relatos do grupo. (seres humanos ou plantas), telepatia em sonhos/vigília e Ganzfeld.
Duração: 40 encontros (10 meses) Estados Modificados de Consciência (EMC) - estímulo à vivência regular de
EMC. ex. concentração, meditação, relaxamento, visualização, transes, dança,
canto, Mantras, atividades artísticas específicas (mandalas).
Criatividade - Estímulo às características de personalidade criativa. Experiência
Avaliação experimental 2 com técnicas criativas. Conhecimento teórico (ex. fases). Estímulo, valorização,
20-30 ensaios Ganzfeld atenção e prática da criatividade.
Avaliação por levantamento e entrevista 2 Características de personalidade através da Tipologia Junguiana
Percepção e Sentimento no MBTI; Sentimento e Intuição no QUATI. Aplicação
Questionário fechado + entrevista
dos testes; exploração dos pólos e favoráveis, características fortes e a serem
exploradas. (Pensamento x sentimento; sensação x intuição)
Crença na psi e expectativa de sucesso.
Integração prática e simbólica dos fenômenos na vida. Confiança + soltura.
Relacionamentos afetivos + Extroversão (habilidades comunicativas e sociais)
Comunicação e relacionamentos: Empatia, assertividade, consciência vínculos
emocionais, respeito as diferenças, comunicação verbal e não verbal,
congruência, espontaneidade e franqueza, ouvir integral, feedback, abertura
para mudanças/novo, diferentes formas de liderança.

Nota. Este modelo foi parcialmente inspirado num modelo voltado ao trabalho com
Orientação em Parapsicologia, criado pelo Prof. Tarcísio Roberto Pallu,

Técnica Experimental - A técnica Ganzfeld Digital está sendo desenvolvida em nosso laboratório sob
o financiamento da Fundação Bial de Portugal. Ela foi descrita com detalhes em outras publicações (Pilato,
Hiraoka, Silva, 2004; Silva, Pilato, Hiroaka, 2005) sendo que, por razões de espaço, apresenta-se apenas um
resumo da mesma. Como o próprio nome sugere - Ganzfeld Digital - todo o experimento é controlado por
computadores, desde a aleatorização e a apresentação dos
alvos até o registro dos dados experimentais. O desenho
básico inclui o emissor, o qual assiste a um vídeo e tenta
―transmiti-lo‖ para o receptor(foto ao lado), que esta em uma
outra sala a 60 m. de distância. O pesquisador e os sujeitos
ouvem um relaxamento de 20 minutos. O receptor tem seus
olhos recobertos com meias bolas de pingue-pongue, sobre
as quais incidem duas luzes vermelhas, ele ouve um chiado
branco durante a sessão experimental. Ao final do período de
emissão/recepção (23 m.) o receptor assiste 4 vídeos
tentando identificar qual deles lhe fora transmitido. Os vídeos
(alvos) digitais de 1‘30‘‘ são projetados para o emissor e para
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 98

o receptor em duas telas de 120 polegadas por meio de dois projetores multimídia. Dois sistemas de som
surround 5.1 são utilizados para criar um grande envolvimento com os alvos. Durante a sessão experimental as
salas do pesquisador, emissor e receptor são filmadas. Durante o período de emissão/recepção os relatos do
receptor são gravados no sistema. Já no período de avaliação dos alvos (processo de julgamento) o receptor
assiste a cada um dos alvos, ouvindo seus relatos em sincronia temporal com cada alvo. Isto parece facilitar ao
receptor perceber os momentos durante os quais ele descreveu os alvos em tempo real. São esperadas mais
sincronias entre os relatos e os alvos corretos do que entre os relatos e os alvos falsos. Em adição, o emissor e
o receptor têm a resistência elétrica da pele medida durante algumas sessões, esperando-se que haja mais
correlações dessa medida para as sessões de qualidade.
Análise de dados - serão realizadas dois tipos de análises, sendo que uma considerará os dados
levantamento e entrevista (avaliação fenomenológica) e os dados de experimentais (avaliação objetiva) em
separado e a outra buscará integrá-los de forma a compor um quadro mais amplo da situação em estudo. Na
análise fenomenológica procurar-se-á verificar a coerência dos pressupostos teóricos adotados: a) a psi como
um processo não consciente ou semiconsciente; b) as formas de percepção e/ou processamento de EAs
supostamente relacionadas a psi compostas por categorias comuns mas, com características individuais
(assinatura psi), c) a qualidade dos relacionamentos interpessoais, no grupo, facilitando EAs supostamente
relacionadas a psi e d) os fatores considerados psi-condutivos facilitando EAs supostamente relacionadas a psi.
Como síntese destas avaliações, considerar-se-á o relato dos participantes quanto a questão se os mesmos
estão percebendo e utilizando mais a sua psi no dia-a-dia e no próprio grupo. Estes dados procurarão ser
relacionados com os dados da análise experimental, a qual utilizará uma verificação estatística da hipótese psi,
permitindo uma avaliação objetiva do possível efeito da intervenção, realizada pela comparação dos resultados
da primeira com a segunda avaliação. Os acertos Ganzfeld serão calculados pela fórmula direta Z (Direct Hit z
Score) com base na binomial exata com p = 0.25 e q = 0.75, e pelo efeito tamanho (Effect Sizes) o qual será
computado  de Rosental. A diferença dos escores da primeira para a segunda avaliação experimental será
calculada pelo teste Z da diferença ou RC dif. A correlação entre os dados da resistência elétrica da pele do
emissor e receptor será calculada pelo r de Pearson, sendo que estes dados também permitirão avaliar a
possibilidade da psi influenciando o organismo sem percepção consciente do sujeito. Espera-se que estes
dados, integrados a avaliação fenomenológica, permitam responder a questão da pesquisa. Buscar-se-á
verificar se as pessoas que relatarem um aumento da percepção e utilização da (assinatura) psi no dia-a-dia
também apresentam uma melhora significativa nos seus escores nos testes de laboratório.

DESCRIÇÃO DE ALGUMAS PRÁTICAS, RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para que seja possível o reconhecimento da hipotética assinatura psi, ou a forma pessoal de
manifestação psi de um participante, parece ser necessário um processo intenso de autoconsciência ou
autoconhecimento, visto que os processos ou percepções psi estão possivelmente integradas com outros
aspectos do indivíduo. Seguindo esta lógica, por exemplo, para que uma pessoa consiga fazer uma tomada de
decisão mediada por psi, deverá, antes, conhecer seus mecanismos usuais de tomada de decisão. Segundo
Damásio (1994) em sua hipótese dos marcadores somáticos, os processos cognitivos são mediados ou
modulados por processos emocionais velados, ou não conscientes. Estes, naturalmente, rederem-se ao
passado biográfico do indivíduo, sua história de aprendizados. Se isto estiver correto temos uma tendência não
consciente de escolher no presente baseados no passado. Edwin May (May, Mcmoneagle, 1998) propõe a
Teoria do Aumento da Decisão (DAT - Decision Augmentation Theory) na qual o indivíduo, através de
processos anômalos, vasculharia o futuro buscando informações sobre mudanças relevantes para decisões no
presente. Esta proposta encontra suporte experimental nos estudos sobre pressentimento de Radin (1997,
1998) e Bierman (2000).
Em atividades dos Grupos Experimentais de Vivências em Parapsicologia (como chamamos estes
grupos), colocamos os participantes diante de um problema que exige solução e tomada de decisão. Porém,
este problema não pode ser resolvido pelo raciocínio baseado nas informações sensoriais disponíveis. Num
teste de clarividência, por exemplo, os participantes são solicitados a descreverem uma imagem oculta num
envelope lacrado. Eles são orientados a observarem suas reações, tendências, estratégias, sensações, etc.
antes, durante e depois da atividade. Como lidam com o problema? Que recursos usam? Como consideram
informações que surgem de seu interior e que não podem ser testadas naquele momento? Que emoções
surgem neste processo? Eles então registram suas percepções e passam para a faze do julgamento. Avaliam 4
imagens, sendo que uma delas é a correta. Estão, novamente, diante de uma situação problema e que exige
decisão. Eles devem escolher uma delas como a possível imagem alvo. Novamente a auto-observação deve
ser exercitada. Por fim, revelado o alvo correto, surge, talvez, a possibilidade de avaliar todo o processo. De
verificar que informações estavam corretas e incorretas, que estratégias foram favoráveis e desfavoráveis. Se
houveram conflitos internos e, também, como o participante reage ao resultado (positivo ou negativo).
O resultado destas atividades pare estar alcançando seus objetivos, visto os resultados positivos destas
atividades, tanto em termos do sucesso ou não quanto a obtenção da informação alvo, como no aspecto de
reconhecimento dos processos pessoais envolvidos nestas atividades. Estas ―brincadeiras‖ são desenvolvidas
em diferentes estados de consciência, desde a vigília até estados profundos de modificação de consciência. A
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 99

idéia é que esta alternância de estados permita um mapeamento pessoal comportamental nas mesmas,
auxiliando, talvez, a distinção dos processos anômalos de outros processos.
Numa atividade ligada a telepatia, os participantes formaram duplas (que se nomearam A e B) e
sentaram-se distantes e virados de costas para os outros. Após receberem induções para relaxamento físico e
mental leve, os participantes ―A‖ foram solicitados a evocarem uma situação porém não convencional em suas
vidas. Cada participante ―A‖ deveria ―enviar‖ tal experiência, por vias não sensoriais, para seu colega ―B‖, que
recebia a instrução de ficar receptivo e observador de tudo o que lhe ocorria. Ambos os tipos de participantes
eram solicitados a registrar num folha de papel suas percepções. Depois de cerca de 10 minutos, os papéis se
invertiam para que todos vivenciassem ambas as possibilidades (emissão e recepção). Numa destas
experiências o participante ―A‖ descreveu que sentiu de ―B‖ um carinho grande e que isto se relacionava com
uma criança. ―B‖ lembrara da época na qual perdeu um bebê de 3 meses. Lembrou-se especificamente de um
momento no qual sentiu grande ternura pela criança, visto que esta, após muita dificuldade, havia conseguido
dormir. Por outro lado, ―B‖ sentiu e desenhou ―A‖ vencendo uma competição. Este relatou ter lembrado um
momento em que passou num concurso para polícia civil.
Vários relutados parecem ser sugestivos de psi, porém, mais importante do que acertar qualitativa ou
quantitativamente é observar como ocorreu a experiência. Para contribuir com esta observação os participantes
são sugeridos a observarem situações do dia-a-dia relacionadas com a resolução de problemas e/ou tomada de
decisão, incluindo aquelas sugestivas de psi. Eles também desenvolvem experimentos informais entre si, fora
do contexto do grupo, criando suas próprias metodologias.
Outra tática adotada são os relatos de experiências espontâneas sugestivas de psi ou de situações
ligadas a tomada de decisão e/ou resolução de problemas. Cada relato é discutido no grupo e considerado
como fonte de aprendizado para todos. Por exemplo, quanto as diferentes estratégias de resolução de
problemas, uma participante relata que usualmente fica ansiosa diante de um problema, mas que, ―como já se
conhece‖, liga uma música suave, relaxa, ―muda para outra pessoa‖ e consegue perceber uma solução. Ela
usualmente segue esta solução relatando ter bastante sucesso com este procedimento, porém, quando a
solução não funciona bem, ela considera os aspectos positivos deste desfecho. O relato de diferentes
experiências e perspectivas parece contribuir para flexibilização dos padrões pessoais, oportunizando possíveis
mudanças de padrões relacionados a estas estratégias. Por outro lado a comparação de experiências
espontâneas com aquelas vividas no grupo parece ampliar o aprendizado dos padrões mais comuns em
ambas. Isto, parece permitir um aumento da autopercepção diária, principalmente quando o sujeito suspeita que
algo está relacionado com psi.
Para auxiliar nesta observação, é também sugerido a manutenção de um ―diário do dia e da noite‖, ou
seja das atividades diárias e também dos sonhos. Inicialmente esta sugestão é, inicialmente, ampla, permitindo
que cada participante observe aquilo que lhe parece relevante. Posteriormente sugerem-se técnicas e temas
específicos, voltados aos objetivos do programa. Esta sugestão tem se apresentado de difícil assimilação por
parte de alguns participantes. Outras sugestões, no entanto, têm sido bem aceitas, tal como a execução regular
de atividades criativas não habituais aos participantes.

ALGUMAS REFLEXÕES FINAIS

Como pode ser observado, os breves comentários do item anterior cobrem umas poucas atividades do
modelo de pesquisa, servindo apenas para exemplificá-lo. Por razões de espaço parece não existe outra
possibilidade.
Como foi escrito anteriormente, o presente estudo está na fase de Pilotos para aperfeiçoamento da
metodologia sendo que o objetivo desta fase é principalmente aprender com os participantes a melhor forma de
alcançar os objetivos propostos (se isto for efetivamente possível), assim a metodologia está sendo adaptada
para melhor funcionar com os diferentes grupos. Busca-se uma ―coluna vertebral básica e funcional‖, porém
flexível para a adaptação às diferentes identidades grupais.
O trabalho proposto tende a ser polêmico, tendo em vista que a própria existência dos fenômenos psi
ainda é foco de controvérsia científica. Porém, sabe-se que a tendência atual da pesquisa psi está voltada ao
processo, ou seja, para compreensão da natureza de psi, e não para a sua prova. Se avançarmos na
compreensão avançaremos na prova. Por outro lado, Radin (1997) enfatiza que as aplicações práticas da psi
poderiam melhorar a aceitação da Parapsicologia entre outros cientistas. Este pesquisador acredita anda que
se algo for real pode ser usado ainda que não o compreendamos bem. Assim, partindo-se do princípio de que
psi existe, como indicam os estudos meta-analíticos dos dados experimentais, o presente estudo volta-se para
uma tentativa de explorar a utilização prática da psi, treinando-se a percepção de uma hipotética assinatura psi,
para que seja utilizada tanto no dia-a-dia (na resolução de problemas e tomada de decisão) como no contexto
experimental (em testes psi de laboratório). Mesmo sendo um desafio enorme, acredita-se que a possibilidade
de qualquer avanço nesta área poderá, talvez, ser muito útil.

REFERÊNCIAS

ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; BEM, D. J.; NOLEN-HOEKSEMA, S. (2000). Introduction to
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 100

psychology (13th ed.). Fort Worth: Harcourt College Publishers.


BEM, D. (1994). Response to Hyman. Psychological Bulletin, 115, 25-27.
BEM, D. J.; HONORTON, C. (1994). Does psi exist? Replicable evidence for an anomalous process of
information transfer. Psychological Bulletin, 115, 4-18.
BEM, D. J.; PALMER, J.; BROUGHTON, R. S. (2001). Updating Ganzfeld database: a victim of its own
success. Journal of Parapsychology. 65, 207-218.
BIERMAN, D. (2000) Anomalous baseline effects in mainstream emotion research using psychophysiological
variables. Proceedings of presented papers: The parapsychological association 43rd annual convention, 34-47.
o
BIERMAN, D. (2004). Non conscious processes preceding intuitive decisions. 5 Simpósio da Fundação Bial:
aquém e além do cérebro,109-126
BORGEOIS, R.L.; PALMER, J. (2003). Is intuition an example of practical ESP? Further explorations of a tool
for identifying Intuitive talent for practical decision making. Proceedings of Presented Papers: The
Parapsychological Association 46th Annual Convention, 21-30.
CARDENÃ, E.; LYNN, S. J.; KRIPPNER, S. (2000). Varieties of anomalous experience: examining the scientific
evidence. Washington: APA.
CARPENTER, J. (1988). Quasi-therapeutic group process and ESP. Journal of Parapsychology, 52, 279-304.
CARPENTER, J. (2002). The intrusion of anomalous communication in group and individual psychotherapy:
o
clinical observations and research project. 4 Simpósio da Fundação Bial: aquém e além do cérebro, 255-274.
CONEY, A. (1976). Non-verbal, non-proximic group and individual communication effects. Dissertation at the
City University of New York.
DALTON, K. (1997). The relationship between creativity and anomalous cognition in the Ganzfeld. Scotland,
Unpublished thesis (Ph.D. in Parapsychology) - Koestler Chair of Parapsychology, Department of Psychology,
University of Edinburgh.
DAMÁSIO, A. R. (2004). O erro de Descartes). São Paulo: Companhia da Letras.
FREUD, S. (1997a). Sonhos e telepatia. In. Edição Eletrônica Brasileira das Obras Completas de Sigmund
Freud. Rio de janeiro: Imago.
FREUD, S. (1997b). A significação oculta dos sonhos. In. Edição Eletrônica Brasileira das Obras Completas de
Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago.
HONORTON, C. (1985). Meta-analysis of psi Ganzfeld research: a response to Hyman. Journal of
Parapsychology. 49, 51-91.
HONORTON, C. (1977) psi and internal attention states. In: WOLMAN, B. B. (Ed.) Handbook of
Parapsychology, (pp. 435-472) Jefferson: McFarland and Company.
HONORTON, C. et al. (1990). Psi communication in the Ganzfeld experiments with an automated testing
system and a comparison with a meta-analysis of earlier studies. Journal of Parapsychology, 54, 99-139.
HYMAN, R. (1985). The Ganzfeld psi experiment: A critical appraisal. Journal of Parapsychology. 49, 3-49.
HYMAN, R. (1994). Anomaly or artifact? Comments on Bem and Honorton. Psychology Bulletin, 115, 19-24.
HYMAN, R.; HONORTON, C. (1986). A joint communiqué: The psi Ganzfeld controversy, Journal of
Parapsychology, 50, 351-364.
IRWIN, H. J. (1999). An introduction to Parapsychology. Jefferson: McFarland and Company.
JAHN, R. G.; DUNNE, B. J. (1987). Margins of Reality: the role of consciousness in the physical world. San
Diego: Harcourt Brace & Company.
JUNG, C. G. (1990). Sincronicidade. Petrópolis: Vozes.
a
LEWIN, K. (1975). Problemas de Dinâmica de grupo. (2 ed.). São Paulo, Cultrix.
MAILHIOT, G. B. (1976). Dinâmica e gênese dos grupos. (2a ed.). São Paulo, Cultrix.
MAY, E.; MCMONEAGLE, J. (1998) Remote Viewing. Aula proferida no Rhine Research Center, Durham, EUA.
MILTON, J. (1999) Should Ganzfeld research continue to be crucial in the search for a replicable psi effect?
Part I. Discussion paper and introduction to an electronic mail discussion. Journal of Parapsychology, 63, 309-
333.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 101

MILTON, J.; WISEMAN, R. (1997). Ganzfeld at the crossroads: A meta-analysis of the new generation of
studies. Proceedings of Presented Papers: The Parapsychological Association 40th Annual Convention, 267-
282.
MILTON, J.; WISEMAN, R. (2001). Reply to Storn and Ertel. Psychology Bulletin, 127, 434-438.
MILTON, J; WISEMAN, R. (1999). Does psi exist? Lack of replication of an anomalous process of information
transfer. Psychology Bulletin, 125, 387-391.
MINTZ, E (1983). The psychic thread. New York: Human Sciences press.
MURPHY, G. (1945). Field theory and survival. Journal of the American Society for Psychical Research, 39,
181-209.
PALMER, J.; BROUGHTON, R. S. (2000). An updated meta-analysis of post-PRL ESP-Ganzfeld experiments:
the effect of standardness. Proceedings of Presented Papers: The Parapsychological Association 43rd Annual
Convention, 224-240.
PILATO, S.; HIRAOKA, R.; SILVA, F.E. (2004). Ganzfeld Digital Fisiológico: em busca de uma medida mais
objetiva para psi. Livro de registro dos trabalhos apresentados no II Encontro psi. 172-179.
RADIN, D. (1997). The conscious universe: the scientific truth of psychic phenomena. San Francisco: Harper
Edge.
RADIN, D. (1998) Further investigation of unconscious differential anticipatory responses to future emotions.
Proceedings of presented papers: The parapsychological association 41st annual convention, 162-183.
SCHMEIDLER, R. S.; EDGE, H. (1999). Should Ganzfeld research continue to be crucial in the search for a
replicable psi effect? Part II. Edited Ganzfeld debate. Journal of Parapsychology, 63, 335-388.
SILVA, F.E.: PILATO, S.; HIRAOKA, R. (2003). Ganzfeld vs. no Ganzfeld: an exploratory study of the effects of
Ganzfeld conditions on ESP. Proceedings of presented papers: The parapsychological association 46th annual
convention, 31-48.
SILVA, F.E.: PILATO, S.; HIRAOKA, R. (2005). Digital and Physiological Ganzfeld: looking for a more objective
measure of psi. Proceedings of presented papers: The parapsychological association 48th annual convention,
250-255.
STORM, L.; ERTEL, S. (2001). Does psi exist? Comments on Milton and Wiseman‘s (1999) meta-analysis of
ganzfeld research. Psychology Bulletin, 127, 424-433.
STORM, L.; ERTEL, S. (2002). The ganzfeld debate continued: a response to Milton and Wiseman. Journal of
Parapsychology, 66, 73-82.
TARG, R.; PUTHOFF, H. E. (1978). Extensões da mente. Rio de Janeiro: Francisco Alves.
WARCOLLIER, R. (1948). Mind to mind. New York: Creative Age Press.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 102

THE DYNAMICS OF INTUITION VIEWED THROUGH A COGNITIVE SYSTEMS


THEORY

A dinâmica da intuição vista através de uma teoria de sistema cognitivo

Christine Hardy, Ph.D.


Terra Futura, Sao Paulo, SP
hardy.christine@free.fr

Abstract
The capacity of jumping to a more global perspective or world-vision and thus to put a problem in a larger
perspective, is a truly amazing feat of a human mind. Usual cognitive processes based on past experiences
may thus be put on hold as the mind shifts to an intuitive understanding, launching an array of "a-rational"
cognitive modes. Semantic Fields Theory (Hardy, 1998) – as a cognitive theory based on systems theory –
allows us to formalize some of the dynamics of intuition, since it posits that all mental processes are based on
a connective dynamics acting at a low level. Mind is an ensemble of dynamical systems called Semantic
Constellations (or SeCos), each SeCo linking together different levels of the Mind-Body-Psyche system and
dedicated to managing a task as well as the knowledge referring to it. A unique connective dynamics is
creating the SeCos, organizing their evolution, and making connections between them. SFT allows us to map
sophisticated intuitive dynamics, such as: Sensitivity to the state of distant systems – what has been called
remote viewing or clairvoyance; Communication at a distance between people (telepathy, synchronicity,
collective consciousness); Sensitivity to future probabilities of events – what has been called precognition as
well as the capacity to use visualization to change these probabilities; and finally, Foreknowledge of one‘s own
transformation processes, that is, the premonition and precognition of future life companions and essential
events.

Keywords: Systems theory, Cognitive dynamics, Intuition, Psi.

Resumo
A capacidade de pular para uma perspectiva mais global ou para uma visão macro e assim pôr um problema
numa perspectiva maior, é uma façanha verdadeiramente surpreendente de uma mente humana. Processos
cognitivos normais baseados em experiências passadas podem assim ser postos em preensão enquanto a
mente muda para um entendimento intuitivo, lançando uma disposição de modalidades cognitivas "a-
racionais". A Teoria dos Campos Semânticos (Hardy, 1998) – como uma teoria cognitiva baseada em teoria
de sistemas – permite-nos formalizar algumas das dinâmicas da intuição já que propõe que todos os
processos mentais são baseados em dinâmicas conectivas agindo em um nível baixo. A mente é um conjunto
de sistemas dinâmicos chamado Constelações Semânticas (ou SeCos), cada SeCo ligando conjuntamente
níveis diferentes do sistema Mente-Corpo-Psique e dedicados a administrar uma tarefa assim como o
conhecimento referente a ela. Dinâmicas conectivas únicas criam os SeCos, organizando sua evolução, e
fazendo conexões entre eles. SFT permite-nos mapear dinâmicas intuitivas sofisticadas, como: Sensitividade
ao estado de sistemas distantes – o que é mais conhecido como visão remota ou clarividência; Comunicação
a distância entre as pessoas (telepatia, sincronicidade, consciência coletiva); Sensibilidade a prováveis
acontecimentos futuros – o que foi chamado precognição assim como a capacidade de usar a visualização
para mudar estas probabilidades; e finalmente, Previsão dos próprios processos de transformação, isso é, a
premonição e a precognição relativa aos futuros companheiros em vida e acontecimentos essenciais.

Palavras-chave: Teoria de sistemas, Dinâmicas cognitivas, Intuição, Psi

INTRODUCTION

Intuition, as a human cognitive process, is a global term referring to a whole range of non-rational or a-
rational cognitive modes, such as symbolism, metaphoric thinking, associations, etc. Intuition is a crucial mental
capacity insofar as it allows to process situations and patterns, while enabling the human mind to shift priorities
and change its outlook. Thus, individuals may view the problem-solving task at hand in a different light than the
way the problem was initially posed, and intuitively grasp deeper philosophical, political, or even spiritual
aspects of the problem; this may lead them to modify on the spot the course of their ongoing intelligent
processes, as well as their objectives. Consequently, they may be inclined to treat a given problem according to
values of the highest order – such as the benefit of the whole human race or the whole planet.

1. A-RATIONAL AND NONCONSCIOUS COGNITIVE PROCESSES

In the past decade, cognitive scientists have pointed out that the mind spontaneously uses an array of
processes much more rapid and global than the rational mode, such as associations, analogies and
metaphorical thinking. In fact, natural thought-processes are mostly nonlogical or, as Arthur Reber (1993), puts
it, ―arational‖. A great deal of research has been done on creativity that shows that symbolic, analogical, and
metaphoric thinking modes do not follow a linear logic or the processing of fixed rules – thus contradicting one
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 103

of the tenets of the rationalist and materialistic paradigm which viewed mind as a sort of software based on
rational rules. Creativity, it turns out, involves true qualitative leaps and abrupt shifts in reasoning (Stengers &
Schlanger, 1988; de Bono, 1970; Parnes, 1988). Similarly, studies on decision-making (How experts have
arrived at a decision) have shown that they did rely much more on intuitive mental processes than on logics or
strict rules – even when they thought they had followed a line of reasoning! (Reber, 1993).
Numerous mental phenomena also point to the existence of nonconscious parallel thought-processes.
Even our day-to-day problem-solving reveals that thought-processes keep evolving deep in the psyche while
we are no longer conscious of them. For example, a scientist has been analyzing a problem for days on a row,
without finding a viable solution; and suddenly the solution may pops out of nowhere while he or she is no
longer working on it. That is how Friedrich von Kekule, after having pondered over the possible molecular
structure of benzene to no avail, dozed one afternoon in front of his fireplace, and literally saw the structure of
benzene through a vision of an Ouroboros shape. He wrote:

I turned my chair to the fire and dozed… Again the atoms were gamboling before my eyes. (…) But look!
What was that? One of the snakes had seized hold of its own tail, and the form whirled mockingly before my
eyes. As if by a flash of lightning, I awoke . . . . Let us learn to dream, gentlemen.(cited by Robertson, 1995)

Obviously, once we have stopped focusing on a problem, some mental processing is still going on at
deeper levels in our mind, even though we are unaware of it. Semantic Fields Theory (Hardy, 1998, 2000) thus
poses the existence of nonconscious thought-processes, operating in parallel with the conscious stream of
thought. Over the course of the last three centuries, the prevalent rationalist paradigm has separated the
intellect, seen as purely rational, from the psyche. However, as researchers like Howard Gardner (1983) and
Daniel Goleman (1995) have stated, psychological processes such as emotions, feelings, and social
relationships display real intelligence (something Descartes was denying them); they are also playing a crucial
role in intuitive processes. For example, dreams, while nonrational, may display great intelligence in the
understanding of interrelationships. Several scientists, such as Carl Jung (1966), Stanley Krippner (1992), have
noted that dreams generally provide a much deeper outlook on our own feelings an d the way we conduct
our life.
Neuroscientists have now established that sensory pathways can be activated in the brain even though
the individual is totally unaware of the presence of a stimulus: these pre-attentive perceptual processes
(requiring neither focused attention nor analysis) keep a permanent check on incoming stimuli, and, if
necessary, will trigger automatic and reflex responses. According to Cristof Koch (1996), these are very
economical and rapid routines for the processing of sensory data.
Another example of nonconscious process is the well-documented phenomenon of subliminal perception
– perception below the awareness threshold. To study this, an image is flashed too rapidly (or a sound played at
too low a volume) for subjects to be able to consciously perceive it. Their reaction time to a subsequent related
stimulus is then compared to trials without the subliminal stimulus. Subjects‘ reaction times are indeed found to
be reliably different following subliminal exposure to a menacing versus a neutral image. In general, these
studies show that subliminal stimuli instantiate a priming effect, meaning that the subsequent behavior or mental
process of the subject vis-à-vis a related stimulus is modified (Schacter, 1987; Dixon, 1981).
Subliminal perception and priming are examples of what Karl Popper (1977) has called implicit memory,
since they allow the processing of basic emotional contents (e.g., threatening or friendly stimuli). One possibility
here is that they are processed by the limbic system (also called the emotional brain), that is, without implication
of the cortex. For example, patients suffering from brain damage that impedes conscious memory nevertheless
responded appropriately to the friendly or unfriendly way people had related to them in previous encounters: the
memory was there, but not consciously accessible. Another dramatic example is given by amnesiac patients
who are suffering from an extreme inability to consciously recall events. The patients were primed with a group
of related words (or word-stems) and immediately forgot the experience. Nonetheless, when they were later
asked to complete word associations, they consistently chose words to which they had already been exposed.
These latter experiments definitely suggest that implicit memory involves mental – and not just emotional –
processing.
The classical cognitive categories distinguishes between conscious declarative knowledge (the ensemble
of known and memorized data) and procedural knowledge – the automatic control of complex tasks (Anderson,
1976). However, Arthur Reber (1993), who has conducted a great deal of experimental research in the area of
experts‘ problem-solving strategies, shows that there exists an implicit learning – which bypass the subjects‘
awareness. Thus, while experts seemingly use reasoning and inference, they are in fact relying on implicit
heuristic knowledge. Reber found, on interviewing experts, that their conscious description of how they had
solved a problem was quite removed from the actual processes involved.
Cognitive scientists now speak of a cognitive unconscious (quite different and independent from the
Freudian unconscious), to refer to all these implicit mental processes. Indeed, the simplest mental act – such as
uttering a statement – relies on numerous nonconscious processes, at the semantic level (right words and
grammar, etc.), and at the neuromotor level (activation of neural pathways and brain areas, psychomotor
coordination, etc.) In short, even in the simple act of forming a single statement, the mind triggers – and
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 104

somehow directs – extensive nonconscious processes, searches, and computations at both neural and linguistic
levels.
In the same way, we may trigger extremely rapid and intelligent reflex actions to cope with complex crisis
situations – far more complex than mere automatisms. These underscore the existence of processes that,
although lying beyond the conscious self, are nevertheless intelligent and goal-directed.

2. PRIMING, UNCONSCIOUS INFERENCES AND INTUITION

The research domains of the priming effect and of subliminal perception, together with psychoanalysis,
have shown that the mind is able to gather a lot of detailed informations without the process being conscious.
These nonconscious processes include perceptual data but also unconscious inferences and, in case of the
priming effect, the setting up of the psyche by a loaded image that will subsequently bias the interpretation of
an event or image in the sense of the loaded affect. These nonconscious processes belong to the ―cognitive
unconscious‖ we mentioned above.

Here are some of the possible processes leading to intuitions:


1. subliminal perception (unconscious perceptions, seeing, sensing, touching, etc.)
2. unconscious inferences (mostly on the basis of subliminal perception or implicit knowledge)
3. natural understanding of complex nonlinear systems, intuition of their probable dynamical evolution
(Guastello, 1995)
4. analogical, symbolic, divergent, modes of thinking (de Bono, 1970; von Bertalanffy, 1967)
5. understanding of relations, connections, harmonies, or distinctions, between people or within complex
systems.
6. understanding formal causes, that is, the global organization of systems, and their influence on
subsystems (e.g. sensing how specific psychological traits may influence behavior)
7. using symbolic and sensitive frameworks to decode the underlying meaning of events or systems
8. decoding the symbolic language of the unconscious through dreams, peak experiences, etc.
9. reading and decoding synchronicities as meaningful and revealing underlying connections between
distant systems
10. sorting out intuitively the right patterns or winning strategies, out of a vast number of possibilities (e.g. a
master‘s intuitive short cuts in playing chess against an AI-player).

3. CONNECTIVE DYNAMICS IN SFT’S FRAMEWORK

SFT, as a cognitive theory, allows us to formalize some of the dynamics of this stupendous human
mental capacity, called intuition, which, in our opinion, is a generic term covering a variety of sophisticated psi
capacities and thinking modes that are not based on rationality. If we take the mind to be a dynamical system
(able to self-organize), then conscious thought is only the tip of the iceberg, the end product of all the connective
processes working at a low level, and permitting the constant self-organization of the whole mind.
Semantic Fields theory views the mind as a semantic field comprising numerous constellations of
meaning called Semantic Constellations or SeCos. Each SeCo is a dynamical network; it binds together widely
different elements and processes into a meaningful whole – such as concepts, sensations, actions, words,
memories, etc. It is the act of giving meaning to what we are experiencing and intending that builds the
coherence of the SeCos and of our whole mind-body-psyche. Through each experience, the links between
elements in the network are modified, thus allowing the SeCo to reorganize itself; the SeCo, in other words, is a
network that behaves as a dynamical system and self-organizes (Hardy, 1999).

In this framework, what constitutes the ―flow of consciousness‖ is the specific semantic constellation (or
SeCo) which is currently activated and on which the self decides to focus on. This thought-train is constantly
interrupted by emergences of nonconscious processing happening in parallel and coming from deeper levels.
For, in fact, focusing our attention on one topic does not preclude our mind from launching several other
processes in parallel (such as diverse searches or else computing yesterday's unsolved problem) that will
remain unconscious for a while. These parallel processes will follow their own dynamics until their results are
brought back into the main thought-stream. Such unexpected intrusions into the flow of consciousness are not
just random events; rather, they derive from ongoing parallel processing within activated constellations.
Sometimes, what reemerge into the flow of consciousness is a full-blown solution to a problem we had thought
about earlier. This is the typical "aha! experience" described by Koestler (1989), and it shows that a semantic
activation was sustained, unfolding and working in parallel to the conscious flow. It is also the incubation phase
that the French mathematician Henri Poincaré (1952) described in his study of creativity in science – the period
between the conscious analysis of a problem and the moment when the solution springs forth, unexpectedly
and totally out of context.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 105

According to SFT, the fundamental dynamics of a cognitive system is an underlying connective dynamic
(low-level), called the Spontaneous Linkage Process. This dynamic, highly generative and based on network-
connections (rather than logical operations), is proposed to be the ground of thought. This is what creates the
network of SeCos and then what gives rise to all feelings, sensations, as well as associations and judgments.
This connective dynamics is first triggered by a similarity (of feeling, value, etc.) and will establish a
connection between two similar elements, crisscrossing all the levels of the Mind-Body-Psyche system. For
example, it will link an abstract thought with an ensemble of neurons, and from then on will trigger a memory,
and a feeling attached to it. But while it makes connections based on similarities and associations (whatever the
SeCo and whatever the level), it will activate whole new SeCos surrounding these elements, which will contain a
number of divergences and discrepancies with the initial elements. These differences are what renders possible
the distinctions, comparisons, antinomies and judgments. This is why the more numerous and the more
emotionally charged the discrepancies between the two clusters, the more dynamical and generative will be the
linkage process.
Thus, SFT explains how thinking happens at all levels of our mind-body-psyche, and how it implies not
only high-level conscious processes such as rationality, intention, and feelings, but also low-level, preconscious
or nonconscious processes, such as symbolic and associative thinking, implicit memory, implicit learning.
Thinking is a connective process involving all levels of the mind-body-psyche (nonconscious and
conscious), and all modes of thinking (not only rational but mainly intuitive, feeling, and instinctive
modes).
The connective dynamics, by activating both convergent and divergent processes, and thus allowing
for both associating and distinguishing/judging – gives a theoretical ground to the truly dynamical and creative
processes of the human mind, and especially intuitive ones.

4. COMPLEX INTUITIVE DYNAMICS

Claire Petitmengin-Peugeot (1999), using a sophisticated method of interviews derived from Milton
Erickson‘s neutral questioning, conducted a psycho-phenomenological study of intuitive processes as
experienced by various practitioners – psychotherapists, scientists, and artists. She distinguishes four
categories of intuitive knowledge (in her subjects). Knowledge about:
1) the physical, emotional and mental state of another person,
2) an event distant in space or time,
3) how to best act in a given (potentially dangerous) situation, and
4) the solution to an abstract or personal problem.
She then extracted a "diachronic model" of intuitive experiences, showing the main phases in sequence
such as: 1) inner processes to attain the intuitive state, 2) the connection phase, 3) listening, and 4) the intuition
or insight itself; then a "synchronic model", that describes the diverse possible processes across one person‘s
experiences and across subjects, in a similar phase.
Using SFT‘s framework allows us to map a few other sophisticated intuitive dynamics:

1. Sensitivity to the state of distant systems (clairvoyance)

Here is an experience that happened to me just yesterday (about a dozen hours after reading the email of
the referee asking for examples).
Driving back home after a journey, the night had fallen a couple of hours earlier. I had wanted since a while to take a
sweater laying on the back seat, but had to wait for a large enough space on the side of the road to stop safely. I pulled
the car on the side, got into neutral gear, and put the handbrake, then turned on the light inside the car. I was now
bending as much as I could in between the two front seats, searching through the stuff that was on the back seats, not
finding my sweater. So finally I managed to get my body halfway through the opening between the seats, and was
moving stuff, when a sequence of a film I had seen on TV about ten days ago, passed through my mind. A girl and her
grandfather were trying to get a bear out of a zoo cage, into a cage tied to their pick-up. The girl was at the driving wheel,
her back to it in fact, when she was startled and her jolt unfastened the handbrake – and the car started to move forward
down the slope. I saw that specific sequence, and then, with a close-up, (jumping forward in the film) her saying
something like "I'm sorry", because not only the bear had ran out but her grandfather was badly hurt. That close-up
repeated itself. When suddenly, on the second "I'm sorry", with the girl meaning "the handbrake got unfasten"... I had the
reflex of looking toward my own handbrake... which was pulled only halfway, and then I realized MY car was moving
slowly forward – down the slight slope.

In this example, we can see easily how the unconscious triggers associations until the images are strong
enough to get the message unto the conscious mind. My Self (the subject of the unconscious according to Jung)
was aware of the car sliding, and searched my whole semantic field, my memory, for something that would bear a
similar message. What's more, I'm not even sure if, in the film, it was the handbrake, or the gear, that the girl
pushed with her back when she jerked. But in my daydream she was sorry about the handbrake. And I needed to
repeat that close-up two times in order to finally think about my own handbrake.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 106

Human beings are strongly connected to what is meaningful for them in their environment (their house,
town, car, cherished objects, etc.). SFT poses that all objects have a semantic level (or eco-field), and therefore,
the semantic dimension pervades the universe – all minds and all matter. The interconnection between mind and
matter happens in the semantic dimension, between the semantic fields of beings and the eco-fields of objects.
When we project feelings and meanings unto objects we love, an interface-SeCo is created – a SeCo that
exists in between us and the object. (This object can be our favorite garden or a symbolic ring, or our city, or else,
for an ecologist, it could be the rivers and rain forests on the planet.) Through these interface-SeCos, were are
constantly connected to what we love, even if we are not conscious of it, and this connection is independent of
distance. Thus while we are traveling abroad we may get unconscious information (through a dream, daydream,
or intuitive process) about what's happening to our garden or our city. The more connected we are to others, to
our planet and environment, and the more we will be able to "see" events happening at a distance.

2. Communication at a distance between two persons

Semantic interconnections are even stronger between people than between people and objects. The
sustained relationship between two people leads to the building of a common SeCo (or Interface-SeCo) – that
will tie together their shared feelings and experiences, as well as the vocabulary, the relational mode, and the
values which they have built through their friendship.
The same kind of activation-chain that happened to me in the car example above (which picked up a
similar event, then evoked pertinent images, and made me aware of the car drifting), can happen between
people. That will lead to experiences of telepathy, clairvoyance about the state of a distant person,
synchronicities, and collective consciousness.
Let's imagine two close friends, Anna and Bettie, separated when Anna goes to India on a long spiritual
journey. When Anna finds herself for the first time in a heightened state of consciousness, the Spontaneous
Linkage Process will activate all similar feelings, related data and processes in her own semantic field, and then
the activation will spread in her larger relational network, primarily in the Interface-SeCo linking her to her best
friend Bettie; this connective dynamics will then evoke all images, thoughts, sensations and processes related to
the experience. As the interface-SeCo is like a permanent bridge between the two friends, the connective
process may thus reach into the mind of Bettie, activating similar thoughts, images, sensations, etc. Bettie will
have the information about Anna's transcendental experience, both in their shared interface-SeCo and in her
own semantic field. All the difficulty will be to bring this information to the conscious, either through a dream,
through intuition or more straightforwardly through telepathy, or maybe she will be able to feel at a distance the
state of Anna – that's called empathy.
Sometimes also the information is revealed through a synchronicity. Carl Jung introduced the concept of
synchronicity to denote striking meaningful coincidences happening between a person‘s internal, mental
processes and either an external event or another person‘s state (see Combs and Holland, 1995; Peat, 1987;
Hardy, 2002). Synchronicities often act as catalysts, bringing about a totally new mindset that will, in its turn,
trigger a change in the situation the person is in. Jung worked on the concept of synchronicity with the physicist
and Nobel laureate Wolfgang Pauli. They argued that such occurrences are ―acausal processes,‖ a particular
class of phenomena revealing a completely different order of interactions than those implied by classical notions
of causality (Jung, 1960; Jung and Pauli, 1955). Coupled with the Jungian concept of the collective
unconscious, these views suggest that Jung considered the psyche as somewhat independent of the space-
time constraints of classical physics – a concept endorsed by SFT when it refers to the semantic dimension
(Hardy, 1998, 2001).
In this second category belongs also the capacity of human minds to enter a highly harmonious state of
collective consciousness. Many musicians have described the experience of entering into a state of collective
harmony. Ray Lema, for example, speaks about a wheel turning between all musicians playing together and the
whole village in Africa, and putting them all in perfect sync (van Eersel, 1987). Also noteworthy are the
experiments on collective consciousness conducted by Roger Nelson at Princeton University, in which he
showed that collective events have an effect on the distribution of randomness, a result he interprets as showing
that mind is a negentropic and organizing force (Nelson et al, 1996).

3. Sensitivity to the influence of our past; capacity to trigger internal changes

The Mind-Body-Psyche system as a whole is a function of the dynamical organization of the SeCos which
constitute it. In chaos theory terms, SeCos are complex dynamical systems; they act as attractor-basins, bending
the probability of internal events toward their attractors. In clear terms, the way the SeCo is organized (its
attractors, its configuration of processes, its weights and trajectories) constitutes in itself a dynamical memory that
will influence our behaviors or mind states along what we have already experienced. Thus, in our semantic field
(in the SeCos) are memorized all our past experiences, just as in a network; the most charged elements and
connections will tend to trap us again in similar feelings and behaviors. However, as we have seen, the
Spontaneous Linkage Process, while triggered by similarities in the first place, is also highlighting differences and
discrepancies. This triggers a process of divergence and competition between possible paths. We may thus
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 107

choose to take a different course of action, say a different sentence, answer in a different way, thus setting a
totally novel and creative trajectory in our life. In terms of chaos theory, what‘s happening at the level of the
SeCos is a bifurcation and the modification of the existing attractor or the creation of a new one.
Thus the Spontaneous Linkage Process, in creating divergence, allows for a mind to willingly and freely
transform some of its own matrixes of thought and behavior. As Krippner and Welch (1992) express it, we have
the possibility to consciously create ―new myths‖ for ourselves, that will help us to conquer our own freedom. Our
conscious mind may create inner paths toward new activities and values that it has recognized as more benefiting
to our inner being, or more fitting to our world vision than the ones we had previously.

4. Foreknowledge of one’s own transformative processes

A well-known type of intuition is to get information about our own future. It may take different forms, such
as: sensing one‘s own vocation, having a foreknowledge of what will be our greatest realization or endeavor, or
else, feeling how things are going to evolve in a given relationship or project. Also, on meeting someone for the
first time, we have sometimes the strange feeling that we recognize him/her, and this person is going to become
our life companion, or a great friend. How we are able to ‗recognize‘ a person we are meeting for the first time is
quite mysterious – however, it is a commonly reported fact. Also in this category are the aha! experience
described by Koestler (1989), Poincaré‘s illumination experience in the scientific discovery process (Poincaré,
1952). And finally, the sense of accomplishment we have when we meet crucial challenges in our lives, the
emergence of novel mental abilities, the feeling we are on the verge of a great mental or spiritual leap, or the
premonition or precognition (by a vision, a dream, or a psychic intuition) of an experience that will soon befall
us.

CONCLUSION

Practicing conscious evolution starts with developing in oneself the intuitive capacities that will insure an
openness of heart and the welcoming of others‘ viewpoints in a multicultural society (Franquemont, 1999).
Intuition is what can best reach out to the other and launch a positive dialogue between diverse minds and
cultures. The intuitive grasping of others‘ desires and higher aims in life may install the most fruitful synergy
between people, based on both the co-construction of shared values (Senge, 1990) and the respect of
differences. The harmonious development of intuitive capacities in humans may play a crucial counterweight role
vis-à-vis a dangerous trend toward the omnipresent management of our planet by computers and information
systems, that could contribute to making robots out of individuals. Only the development of an intuitive sensitivity
leading to an inner vision may prove apt at fulfilling individuals in the sense that they may realize their
consciousness potentials.

REFERENCES

Anderson, J.R. (1976). Language, memory and thought. Hillsdale, NJ: Erlbaum.
Combs, A., & Holland, M. (1995). Synchronicity: Science, Myth, and the Trickster. New York: Marlowe.
De Bono, E. (1970). Lateral thinking. New York: Harper & Row.
Dixon, N. (1981). Preconscious processing. Chichester: John Wiley & Sons.
Franquemont, S. (1999). You already know what to do. New York: Tarcher/Putnam.
Gardner, H. (1983). Frames of mind. The theory of multiple intelligences, New York: Harper Collins/Basic
Books.
Goleman, D. (1995). Emotional intelligence. New York: Bantam.
Guastello, S. (1995). Chaos, catastrophe, and human affairs. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates.
Hardy, C. (1998). Networks of meaning : A bridge between mind and matter. Westport, CT:
Praeger/Greenwood.
Hardy, C. (1999). Acquiring an artistic skill: a multidimensional network, in R. Ascott (Ed.) Reframing
Consciousness. Exeter, UK, Portland, OR : Intellect. (pp 248-252).
Hardy, C. (2000). Campos semánticos y psi: Sugerencias para un modelo teórico. Revista Argentina de
Psicología Paranormal.
Hardy, C. (2001). Self-organization, self-reference and inter-influences in Multilevel Webs: Beyond causality and
determinism. Journal of Cybernetics and Human Knowing. UK: Imprint Academic. Vol.8, no.3.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 108

Hardy, C. (2003). Multilevel Webs Stretched across Time : Retroactive and Proactive Inter-Influences. Systems
Research and Behavioral Science, vol 20, N° 2 (pp 201-215). (Special Issue on: Systems Thinking for Social
Responsibility.)
Hardy, C. (2004). Synchronicity: Interconnection Through A Semantic Dimension. Presentation at 2d psi
meeting. Faculdades Integradas Espirita, April 21-26, Curitiba, Brazil.
Jung, C.G. (1960). Synchronicity: An acausal connecting principle, in The collected works of C. G. Jung: Vol. 8.
The structure and dynamics of the Psyche, (Bollingen Series, XX), Adler G, Hull RF. (Eds.), Princeton, NJ:
Princeton University Press.
Jung, C.G. (1966). The Collected Works of C.G. Jung, Vol 7: Two Essays on Analytical Psychology. Bollingen
Series, XX, Adler, G. & Hull, R.F. (Eds.), Princeton, NJ: Princeton University Press.
Jung, CG, & Pauli, W. (1955). The interpretation of nature and the psyche, New York: Pantheon Books.
Koch, C. (1996). Toward the neuronal substrate of visual consciousness. In S.R. Hameroff, A.W. Kaszniak, &
A.C. Scott (Eds.), Toward a science of consciousness. Cambridge, MA: MIT Press/Bradford Books.
Koestler, A. (1989). The act of creation. New York: Penguin.
Krippner, S., & Welch, P. (1992). Spiritual dimensions of healing. New York: Irvington.
Nelson, RD, Bradish GJ, Dobyns YH, Dunne BJ, Jahn RG. (1996). FieldREG anomalies in group situations.
Journal of Scientific Exploration, 10 (1), 11141.
Parnes, S. ( 1988). Visionizing. New York: DOK Publishers.
Peat, F.D. (1987). Synchronicity: the Bridge between Matter and Mind. New York: Bantam Books.
Petitmengin-Peugeot, C. (1999). The Intuitive Experience. Journal of Consciousness Studies, 6 (2-3), 43-47.
Poincaré, H. (1952). Science and method. New York: Dover Publications.
Popper, K.R., & Eccles, J.C. (1977). The self and its brain: An argument for interactionism. Berlin: Springer-
Verlag.
Reber, AS. (1993). Implicit learning and tacit knowledge. New York: Oxford University Press.
Robertson, R. (1995). Jungian Archetypes. Jung, Gödel and the History of Archetypes. York Beach, Maine:
Nicolas-Hays.
Senge, PM. (1990). The Fifth Discipline. The Art and Practice of the Learning Organisation. New York:
Doubleday.
Schacter, D.L. (1987). Implicit memory: History and current status. Journal of Experimental Psychology:
Learning, Memory, and Cognition, 13, 501-518.
Stengers, I., & Schlanger, J. (1988). Les concepts scientifiques. Paris: La découverte.
van Eersel, P. (1987). La Source Noire. Paris: Poche.
Von Bertalanffy L. (1967). Robots, men and mind. New York: George Braziller.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 109

INTENÇÃO DE CURA À DISTÂNCIA SOBRE PACIENTES AUTISTAS:


UM ESTUDO EXPLORATÓRIO, CONSIDERANDO VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS E FÍSICAS

Distant healing intention to autistic patients: an exploratory study with psychological and physical
variables

Prof. Dr. José Raimundo Facion; Prfa. Júlia Hein 1


Prof . Nadir Martins Ganz(foto a direita); Prof. Esp. Fabio Eduardo da Silva2
a

Srta. Magda Jaqueline da Silva (foto a esquerda) 2


3
Lic. Sergio Schilling; Lic. Waldo Mora
4
Lic. Luis S. Espinoza Paul
5
Porf. Hideyuki Kokubo,

1 Faculdade Internacional De Curitiba - Brasil


2 Faculdade Integradas ―Espírita‖ - Laboratórios Dmils E Micro Pk - Cipe - Brasil
3 Universidad Internacional Sek - Chile e Universidad De Rancagua - Chile
4 Grupo De Estudios Parasicológicos Del Perú - Perú
5 International Research Institute - Iri - Japão

Resumo
Nesse estudo exploratório e duplo cego 10 ―curadores psíquicos‖ enviaram suas intenções de cura à
distância para cinco pacientes com Transtorno Autista (grupo teste) durante 25 dias entre novembro e
dezembro de 2005. Os ―curadores psíquicos‖ de diferentes países, culturas, religiões e filosofias foram
selecionados e monitorados por diferentes pesquisadores. Esses curadores receberam apenas fotografias
dos pacientes e fizeram suas práticas em seus ambientes naturais. Eles descreveram (objetiva e
subjetivamente) as suas atividades num formulário específico imediatamente depois de cada prática. Os
pacientes (10 no total - 5 no grupo teste e 5 no grupo controle) estavam num ambiente clínico sendo
sistematicamente observados antes (1 mês) durante (1 mês) e depois (4 meses) da intenção de cura à
distância por uma psicóloga. Os seus comportamentos foram mensurados segundo a Childhood Autism
Rating Scale, CARS, entre outros instrumentos elaborados para esta finalidade. Não houve qualquer contato
entre os pacientes e os ―curadores psíquicos‖ e um contato mínimo entre os dois grupos de pesquisadores
(pesquisadores dos pacientes e pesquisadores dos ―curadores psíquicos‖). Os pesquisadores dos pacientes
fotografam-nos e enviaram as fotografias dentro de envelopes lacrados e não identificados para os
pesquisadores dos ―curadores psíquicos‖. Esses pesquisadores aleatorizaram os envelopes e enviaram-nos
apropriadamente (de acordo com o cronograma das intervenções) para os ―curadores psíquicos‖. Cada
―curador psíquico‖ enviou sua intenção de cura à distância para um paciente por cinco dias. Cada paciente
―recebeu‖ a intenção de cura à distância de dois curadores por dia. Nos primeiros 20 dias, os ―curadores
psíquicos‖ desenvolveram suas práticas nos horários que desejarem, porém, nos 5 últimos dias eles fizeram-
nas em horário específico comum a todos eles, ou seja, todos realizaram suas práticas diárias no mesmo
momento (intervalo de 1 hora). Numa perspectiva exploratória, foi previsto uma correlação ou
correspondência entre o comportamento dos pacientes e os relatos e práticas dos curadores. Foi também
previsto que durante essas intenções de curas ocorreria um funcionamento anômalo num Gerador de
Números Aleatórios do tipo Órion, o qual foi colocado próximo dos pacientes e acionado de uma hora antes a
uma hora depois do horário especificado. O estudo também verificará possíveis efeitos da cura à distância no
grupo teste, em comparação com o grupo controle. Atualmente os dados estão sendo levantados para a
avaliação dos resultados.

Palavras Chave: Cura à distância, Transtorno Autista, Comportamento, Gerador de Números Aleatórios

Abstract
In this exploratory and double blind study 10 "psychic healers" sent their intention of distant healing to 5 autist
patients (test group) during 25 days in November and December 2005. The psychic healers from different
countries and philosophies-religious-cultures were selected and be monitored by different researchers. The
psychic healers have only received a picture of the patients and did their practice in their natural environment.
They described (objectively and subjectively) their activities in a specific form immediately after each practice.
The patients (10 in total - 5 in the control and 5 in the test group) were in a clinical environment being
systematically observed before (one month) during (one month) and after the distant healing intervention (4
months) by a psychologist. Their behavior was measured according to Childhood Autism Rating Scale (CARS)
among others instruments that were elaborated for this propose. There weren't any contact between the
patients and the healers and a minimum contact between the two groups of researchers (patients and healers'
researchers). The patients' researchers took pictures of the patients and sent them into a sealed and non
identified envelops to healer's researchers which randomized them and sent them to the healers. Each healer
worked sending distant healing intention to one patient for five days. Each patient received distant healing
intentions from 2 healers per day. In the first 20 days of distant healing intervention the healers were free to
choose the moment of their practices but in the last 5 days this moment was defined to allow that all practices
of distant healing were made at the same time. In exploratory approach we predicted that there will be some
correlation between the patient's behavior and the healers' subjective report or practices. We also predicted
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 110

that during this "healing practices" there will be an anomalous functioning in the Orion RNG, which were
placed near the patients from one hour before to one hour after the distant healing intervention time. The
study will also verify the possible effects of this distant healing in the test group in comparison to the control
group. At the moment the data are being evaluated to verify the elaborated hypotheses.

Keywords: Distant healing, autism disorder, behavior, Random Number Generator

INTRODUÇÃO

O presente estudo está inserido na área de conhecimento usualmente conhecida como pesquisa psi ou
Parapsicologia a qual é definida por Thalbourne citado por Dalton (1997b, p.1) como "o estudo científico de
certos fenômenos paranormais, ou ostensivamente paranormais, em particular, ESP [Percepção
Extrasensorial] e PK [Psicocinesia]. Em geral, isto implica em meios anômalos de comunicação entre
organismos e seu ambiente. Isso deve ser considerado anômalo (significando desvio da norma) porque esse
tipo de comunicação parece ocorrer apesar do fato de que os conhecidos (normais) canais de comunicação e
inferência estão fechados." De uma forma geral os fenômenos parapsíquicos tem sido também chamados de
Psi (letra grega ), nomenclatura sugerida por Thouless e Wiesner. (Andrade, 197)
Na Psicocinesia ou PK, foco desse estudo, uma pessoa cria uma modificação física mensurável num
sistema, a qual não pode ser completamente explicada pela mediação das leis físicas conhecidas. Se essa
modificação puder ser percebida visualmente, como no caso do movimento de objetos sem uma explicação
possível, recebe o nome de Macro-PK. Quando se referir a micro modificações, tais como influências sobre
elétrons ou partículas subatômicas e necessitar de avaliações estatísticas, é chamada de Micro-PK. Quando se
referir a influências sobre sistemas vivos, como, por exemplo, seres humanos ou vegetais, são denominada de
Bio-PK. Uma denominação mais recente para Bio-PK é DMILS, sigla para a expressão em inglês Direct Mental
Interaction with Living Systems (Interação Mental Direta sobre Sistemas Vivos).
Numa das modalidades da pesquisa é Cura a Distância (Distant Healing), que é o objeto específico
desse estudo. ―Curadores psíquicos‖ tentam influenciar, à distância, o quadro clínico de pacientes selecionados
situados em hospitais, como, por exemplo, pacientes com AIDS, câncer, diabete, etc. Alguns resultados são
também bastante significativos. No caso da presente pesquisa escolheu-se o Transtorno Autista como foco de
uma possível influência da intenção de cura à distância de ―Curadores psíquicos‖.
O Autismo é considerado hoje como um transtorno de etiologia puramente orgânica, está classificado
no grupo dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento que possuem em comum deficiências em múltiplas
áreas do desenvolvimento: Relacionamento interpessoal (interação social recíproca), comunicação (verbal e
não verbal) e comportamentos (interesses, atividades e comportamentos restritos, repetitivos e/ou
estereotipados) (PIETSRZAK 2004). Entre suas principais características estão as reações anormais as
estimulações visuais, auditivas e táteis, dificuldades de compreensão da linguagem falada. A linguagem verbal
quando desenvolvida apresenta atrasos em relação à idade bem como alterações qualitativas como ecolalia,
estrutura gramatical imatura, dificuldade ou incapacidade para compreender e utilizar abstrações. Pessoas com
Autismo apresentam movimentos rítmicos, balanceios, comportamentos ritualísticos e estereotipados, além de
que demonstram grande resistência às mudanças de rotina. O temperamento apresenta grande instabilidade
podendo ocorrer crises de choro incontroláveis bem como risos sem motivos aparentes. De acordo com
(CAMARGOS JR 2001, FACION 2002, GAUDERER 1997) o Autismo encontra-se entre os mais severos
transtornos manifestados na infância.

Pesquisa na União Soviética


O Dr. Edwin May e Larissa Vilenskaya desenvolveram pesquisas juntos nos SAIC (Scientific
Applications International Corporation), laboratório que recebeu financiamento do governo norte-americano.
Durante as pesquisas desenvolvidas neste laboratório esses pesquisadores estiveram por dois meses na
Rússia, em 1992 e 1993, investigando as pesquisas parapsicológicas daquele país. Verificaram que os russos
continuam valorizando muito as pesquisas com os efeitos mentais à distância sobre sistemas vivos. Entre os
pesquisadores russos existe pouca dúvida sobre a possibilidade da influência mental à distância sobre as
respostas de organismos vivos. As pesquisas nas universidades de Moscou e de Petersburgo, bem como nas
academias de ciência da Rússia e da Ucrânia, continuam ser mantidas por fundos governamentais. As
pesquisas mais marcantes são aquelas que buscam verificar a interferência telepática à distância sobre o
pensamento e as ondas cerebrais de pessoas, também envolvendo o objetivo de retardar o tempo de reação
física e mental dessas pessoas. Existem também pesquisas evidenciando a influência psíquica distante sobre
estruturas de células animais responsáveis por secreções neurotransmissoras. Essas mudanças nas
secreções do sistema nervoso afetavam o nível de estresse animal, perturbando a saúde e o sistema
imunológico bem como o comportamento social dos animais. Esses cientistas também evidenciaram efeitos
mentais à distância sobre o comportamento da alimentação de ratos brancos, e sobre pessoas que tentavam
resolver problemas matemáticos ou que faziam atividades relacionadas com a memória. (Targ, Katra, 1998)
O Dr. Sergei Speranky, um biologista russo, esteve estudando a influência psi entre grupos sociais de
ratos e também a capacidade humana de afetar a psi animal. O engenheiro eletrônico Leonid Pordin
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 111

desenvolveu um experimento em Moscou, no qual foi capaz de afetar o comportamento alimentar de ratos a
1.700 milhas de distância, usando apenas fotografias dos ratos alvo e uma técnica para alcançar um estado
alterado de consciência condutivo a uma influência distante. Em uma série de pesquisas envolvendo animais
os pesquisadores russos têm verificado os efeitos prejudiciais que um influenciador à distância pode produzir
numa pessoa; têm usado animais como detectores quando pessoas distantes estão tentando psiquicamente
fazer um mal ou gerar um dano no processo mental ou físico de outra pessoa. Pesquisas também têm buscado
observar a desorientação no campo eletromagnético de animais ou no comportamento celular, geradas por
intenção à distância e, ainda verificar a capacidade de influenciadores psíquicos treinados de bloquear tais
efeitos negativos. (Ibid.)

Experimentos com ratos


O Dr. Bernard Grad (Apud. Targ, Katra, 1998) trabalhou com um curador chamado Oscar Estebany
desenvolvendo experimentos no qual esse sujeito tentou acelerar a cura de feridas produzidas cirurgicamente
em ratos. Esses ferimentos foram produzidos em 48 ratos os quais foram divididos em três grupos com o
mesmo tamanho. O sujeito foi solicitado a segurar por 15 minutos a gaiola dos ratos do grupo teste, tentando
acelerar a cicatrização dos ferimentos de estes ratos. Fez isso duas vezes ao dia durante 14 dias. Ao segundo
grupo foi permitido a audição de uma fita com batimentos cardíacos, simulando a experiência de serem
segurados por um ser humano. O terceiro grupo foi simplesmente transferido de uma gaiola para outra. As
incisões dos ratos foram fotografadas diariamente e no sétimo dia já era possível observar nitidamente a
diferença do tamanho dos ferimentos entre o grupo teste e os dois grupos controles. Ao final da segunda
semana (14 dias) a maioria dos ratos do grupo teste estavam curados enquanto que, nenhum dos demais ratos
pertencentes aos grupos controles mostravam-se curados. A importância desses experimentos envolvendo
animais é aumentada visto que os mesmos, a princípio, não podem ser sugestionados, ou seja, a possibilidade
do efeito placebo pode ser descartada.

Testes clínicos de Cura a Distância


Se constituindo o foco desse estudo, a cura à distância (DH – Distant Healing) pode ser conceituada
como o ato ou ação mental para beneficiar à distância o bem estar físico e/ou emocional de outra pessoa. A
controvérsia em torno da DH se baseia na falta de pesquisas formais que avaliem a DH exercida por longos
períodos sobre sujeitos que não tenham conhecimento desse fato, e que sejam monitorados também por
períodos longos para determinar o real efeito da DH sobre a saúde. (SICHER, TARG, MOORE, SMITH, 1998)
Os psicólogos Jerry Solvin e Sybo Schouten, o psiquiatra Daniel Benor e o médico Larry Dossey
conduziram independentemente revisões de estudos clínicos de cura mental à distância ocorridos entre 1984 e
1993 e concordaram que existe é uma evidência intrigante, porém que a qualidade desses estudos era pobre.
(RADIN, 1997) Um dos estudos pioneiros dessa área pode exemplificar isso. Em 1983 o médico Randolph Byrd
(Apud. TARG, KATRA, 1998) desenvolveu um experimento clínico tanto no Hospital Geral São Francisco.
Neste experimento procurou verificar a eficácia da oração para cura. Ao longo de dez meses ele observou os
possíveis efeitos da oração sobre 393 pacientes hospitalizados com doenças cardíacas. Esse estudo verificou
que os pacientes que tinham recebido oração apresentaram menos complicações e assistências médicas que
aqueles que não a receberam. Esse estudo apresentou falhas metodológicas as quais foram duramente
criticadas.
Os estudos contemporâneos parecem ter corrigido essas falhas. Apresentamos a seguir alguns
exemplos desses trabalhos.
Em 1994 Bentwich e Kreitler (Ibid.) do Kaplan Hospital (Israel) relataram uma pesquisa de cura à
distância na qual avaliaram o tempo de recuperação de pacientes operados de hérnia. 53 pacientes foram
distribuídos em três grupos. Um desses grupos recebeu sugestões verbais de que eles iriam recuperar-se a
rapidamente; um outro grupo recebeu intenções de cura à distância e o terceiro grupo trabalhou como controle.
Sob uma metodologia de duplo-cego verificou-se que os pacientes que receberam intenções de cura
mostraram-se significativamente melhor em quatro formas (cicatriz cirúrgica, tempo de recuperação e cura,
intensidade de dor e fatores de atitude) do que aqueles que não receberam essa intenção.
Num trabalho intitulado ―Efeito terapêutico positivo da cura à distância numa população de AIDS
avançada‖ Sicher, Targ, Moore, e Smith (1998) do California Pacific medical Center verificaram a seguinte
hipótese: Uma intensiva intervenção DH de 10 semanas de experientes DH localizados nos arredores dos
USA, beneficiariam os resultados médicos para uma população de pacientes avançados de AIDS, na área de
São Francisco. Foram então realizados dois estudos separados, ambos com dupla ocultação. O primeiro
estudo (piloto) contou com 20 sujeitos escolhidos pela quantidade de doenças da AIDS, enquanto que o
segundo (replicação) teve 40 sujeitos agrupados por pares, pelo critério de idade, resultado T-cell e número
definido de doenças da AIDS. Num primeiro momento os sujeitos foram acessados por uma testagem
psicométrica e pela retirada de sangue na matrícula. Seguiram-se então 10 semanas de tratamento DH e 6
meses de acompanhamento próximo. Os resultados foram avaliados com base na comparação entre os grupos
―controle‖ e ―tratamento‖, pelos seguintes critérios: a) mortalidade (principal); b) mudanças na contagem de T-
cell; c) número de severidades e novas doenças; d) número de visitas do doutor; e) número de hospitalizações;
f) mudanças no bem estar subjetivo (Perfil do estado de ânimo, nível da angústia, Wahler Physical Symptom
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 112

Inventory); g) percepção dos sintomas físicos, sondagem de resultados médicos versão HIV, percepção do
funcionamento.
Os resultados obtidos foram os seguintes:
Para o estudo piloto, no grupo tratamento não houve falecimentos enquanto que no grupo controle, 4
dos 10 sujeitos morreram, porém, esse resultado pode ser confundido em função das idades diferentes.
Para o estudo replicação: a)os sujeitos tratados adquiriram significativamente menos doenças definidas
da AIDS (p=0.04); b)para esse grupo as doenças adquiridas foram significativamente menos severas (p=0.03);
c) os pacientes tratados requereram significativamente menos visitas do doutor (p=0.01); d) tiveram também
menos hospitalizações (p=0.04); e) com menor quantidade de dias hospitalizados (p=0.04); f) e mostraram
ainda uma melhora no estado de humor (p=0.02). Os resultados dão suporte para a confirmação da hipótese
levantada pelos autores.
Outra pesquisa foi desenvolvida por Markus Binder do Institut fuer Grenzebiete der Psychologie und
Psychohygiene, Friburdo, Alemanha; Mark Ebneter e Reinhard Saller do Abteilung Naturheilkund am
Departement fuer Innere Medizin, Universitaetspital der Univiersitaet, Zuerich, Switzerland e Harald Wallach
(2000) do Institut fuer Krankenhaushygiene und Umweltmedizin des Universitaetsklinihums, Freiburg, Germany.
Esse estudo piloto examinou o efeito da cura à distância (DH- Distant Healing), em pacientes portadores de
Diabetes tipo II. Todos os exames médicos e laboratoriais desse estudo piloto foram efetuados no Hospital
Universitário de Zurique, Suíça, tendo essa pesquisa como objetivo, verificar se DH tem um efeito benéfico em
pacientes com Diabetes tipo II, considerando a gravidade da doença e qualidade de vida dos pacientes.
Participaram da pesquisa, 14 pacientes portadores de diabetes mellitus e 5 curadores. Pacientes e curadores
não se conheciam, portanto, a intervenção de cura foi realizada à distância, sendo dado aos curadores o
primeiro nome e idade do paciente, bem como uma foto do mesmo para efetuar as magnetizações. Os
curadores poderiam usar as técnicas próprias de cada um, mantendo uma atividade diária de cura. Somente
um enfermeiro cuidou dos pacientes sendo que, nem o enfermeiro nem pacientes, sabiam em quais das quatro
semanas no período designado ao experimento, D.H seria aplicado. Os pacientes foram avaliados
considerando os parâmetros médicos e dados psicológicos, como: a)Parâmetro Médico - melhoras de curto
período no nível de frutosamina no decorrer dos períodos de cura; melhora de longo período com redução da
glicose na primeira metade da investigação; declínio em algumas áreas físicas como: diminuição da
sensibilidade dos pés, aumento significativo de colesterol, influenciando na medida específica de LDL. b)
Dados psicológicos - onde foram utilizados cinco questionários como instrumentos de avaliação do estado dos
pacientes ao nível psicológico. As avaliações posteriores mostraram o seguinte resultado: aumento da
satisfação em relação ao estado físico; melhoras nas áreas sociais como, contato com amigos e conhecidos,
membros da família, parceiros; aumento da satisfação, melhora na disponibilidade com atividades de lazer;
diminuição da depressão e prejuízo através do medo. Embora o resultado global não tenha alcançado
significância, observou-se uma significativa mudança médica em alguns aspectos, indicando outras variáveis
que os autores não puderam avaliar no decorrer do estudo exploratório. No aspecto psicológico, esse estudo
mostrou uma melhora para todos os pacientes que dele participaram.
O estudo seguinte discutido esteve voltado a compreensão do processo da Cura à Distância.
Desenvolvido por Jamieson Jones (1999) do Children‘s Hospital, San Diego, o estudo ―Cura à Distância com
Criança‖ buscou abordar a hipótese de que a raiva e mágoa podem bloquear no sujeito, a receptividade da
intenção de cura, enviada pelo curador. Para excluir este obstáculo das pesquisas, o pesquisador desenvolveu
um estudo com crianças, partindo da premissa que elas não nascem com uma pletora de bloqueios emocionais
congênitos. Embora que, os bebês não nascem completamente limpos desses bloqueios, visto que o
desenvolvimento no útero pode alterar a receptividade para intenções amorosas. Com base no princípio de que
os bebês são os receptores humanos mais pluripotentes, o autor entende que, isolando um dos lados da
equação (rezador / receptor) pode-se, talvez, entender melhor o rezador e seu desempenho. Até o momento da
apresentação o autor não tinha concluído seu estudo, por isso os resultados do mesmo não foram
apresentados.
O último trabalho aqui discutido teve a autoria Elizabeth Targ (1999), do California Pacific Medical
Center. A autora deu continuidade à pesquisa apresentada na 41° convenção da PA, desenvolvendo um teste
de DH aleatorizado e com dupla ocultação. 40 pacientes com AIDS avançada foram combinados em pares pela
idade, contagem do CD4 e número de doenças que definem a AIDS. Os pares foram aleatoriamente divididos
em dois grupos. O grupo teste, o qual receberia 10 semanas de DH e o grupo de controle, o qual não receberia
as intenções de cura. Curadores de diferentes tradições espirituais que desenvolviam diferentes tipos de cura
realizaram suas intenções de cura à distância nos EUA, mas nunca se encontraram com os sujeitos. Os
sujeitos, por sua vez, foram avaliados por testes psicométricos e por retirada de sangue na matrícula.
Passados 6 meses, foi realizada uma avaliação oculta do quadro de saúde dos sujeitos, observando-se os
seguintes resultados: Para os sujeitos tratados - a) menos casos de novas doenças que definem AIDS
(p=0,04); b) menor severidade nas doenças (p=0,03) c) menos visitas do médico (p=0,01); d) menos
hospitalizações (p=0,04); e) menos dias de hospitalizações (p=0,04) Os sujeitos tratados apresentaram
também um humor melhorado em relação aos sujeitos não tratados (p=0,02). Nas contagens CD4 não se
verificou diferenças significativas entre os dois grupos. Os resultados encontrados confirmaram o resultado do
estudo anterior e suportam o efeito de DH sobre os pacientes aidéticos, refutando a hipótese mais comum de
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 113

que os benefícios seriam causados pela esperança e expectativa dos sujeitos.


Uma possível ação da mente sobre sistemas vivos afetaria também sistemas físicos?
Num estudo intitulado ―Possible effects of healing intention on cell cultures and truly random events‖
(Possíveis efeitos de intenção de cura em culturas de células e eventos verdadeiramente aleatórios) Dean
Radin do Institute of Noetic Sciences, e Ryan Taft e Garret Yount (2003) do California Pacific Medical Center
Research Institute, ambos nos EUA, sugeriram que sim.
Este estudo piloto triplo cego avaliou efeitos potenciais de Johrei, uma prática curativa espiritual, na
proliferação de células de cérebro de humano normais em cultura. Simultaneamente, números
verdadeiramente aleatórios foram gerados continuamente através de três fontes independentes para explorar
se intenção curativa poderia ser associada com a organização anômala de eventos aleatórios. A experiência
aconteceu dentro de um duplo cercado de aço, numa câmara protegida electromagneticamente, por um
período de três dias. Cada dia de proliferação das células foi avaliado em culturas expostas a Johrei
(tratamento curativo) e comparado a culturas controle não expostas ao Johrei. Dois geradores de número
aleatórios (RNGs) ficavam situados dentro da câmara protegida, um terçeiro ficou dois metros fora da câmara.
Quatro praticantes de Johrei periodicamente também cantaram e deram tratamentos curativos uns nos outros
dentro da câmara com a intenção de criar um espaço positivamente condicionado, esperado para melhorar
progressivamente os tratamentos curativos intencionais. Haviam três predições principais: (1) foram esperadas
que as culturas de células expostas a intenção curativa proliferassem mais que as de controle não expostas a
essa intensão, (2) era esperado que a distribuição de eventos aleatórios divergisse do acaso durante a
experiência, e (3) foi esperando que a diferença entre as culturas tratatas vs culturas de controle aumentasse
com curso da experiência. Durante o experimento cada um do três RNGs desviou significativamente do acaso
no mesmo momento no terceiro dia, resultando em um efeito combinado de pico de quase 5 desvious padrões
acima do acaso. Um aumento significante na proliferação de células em ambas as culturas (tratadas e controle)
foi observado durante os três dias do experimento (p=0.0003, unilateral), e um aumento significante nas células
tratadas vs. controle foi observado no terceiro dia (p =0.02, unilateral). Em uma análise post-hoc, dados de
eventos aleatórios de 36 RNGs que funcionam continuamente, localizados de 24 a 10,500 milhas do
laboratório, foram examinados para testar três modelos: (1) local, no qual só os RNGs no laboratório
mostrariam divergências significantes; (2) não-local, no qual seriam observados efeitos semelhantes em todos
os RNGs embora distância; e (3) radiação no qual efeitos de RNG diminuiriam com distância crescente do
laboratório. Os dados apoiaram fortemente o modelo de radiação, com uma correlação entre o efeito RNG e
quadrado da distância que resultou em r=0.60 (N=39, p=3 x10-5). Depois de considerar numerosas explicações
alternativas, os autores concluíram que os desvios observados nos RNGs e nas culturas de células foram
consistentes com um efeito de interação mente matéria. É concebível ainda que as intenções do
condicionamento espacial do Johrei podem ter aumentado o crescimento de culturas de células, e num
resultado post-hoc surpreendente, os efeitos observados podem ter tido qualidades de campo que foram
detectáveis a uma distância do laboratório.
Inspirados nesse estudo estamos utilizando RNGs na presente pesquisa, avaliando de forma
exploratória a possibilidade da ação mental à distãncia sobre sistemas vivos afetar também sitemas físicos.

Transtornos Invasivos do Desenvolvimento


O Autismo é um assunto estudado a longa data na história da psicopatologia. A primeira descrição
como fenômeno particular com denominação própria foi realizada por Kanner (Apud. ASSUMPÇÃO, 1997)
1943). A partir da década de 70 e 80 ocorreram importantes mudanças de concepção acerca da compreensão
do Autismo, que deixou de ser concebido como um tipo específico de psicose (Facion 2002). A partir deste
período passou a ser compreendido como um distúrbio comportamental e emocional derivado de alguma
disfunção física do cérebro (GAUDERER, 1997). Embora muitos avanços tenham ocorrido ao longo dos anos
acerca da sua compreensão, ainda hoje não existe uma definição consensual para o Autismo, entretanto as
evidências implicam no raciocínio de multicausalidade.
Diversos fatores que têm sido relacionados ao autismo, como os genéticos, considerando a maior
incidência entre irmãos e a prevalência no gênero masculino; os fatores pré, perinatais e pós-natais, entre eles
a associação a algumas infecções viróticas e/ou congênitas. (Campos 2002, Camargos Jr 2001, Facion 2002,
Gauderer 1997)
O Transtorno Autista foi classificado no grupo dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento de
acordo com o DSM-IV-TR (2003) junto aos Transtornos de Rett, Asperger, Transtorno Desintegrativo da
Infância, Transtorno do Desenvolvimento sem outra especificação. Os Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento apresentam prejuízos severos e invasivos nas áreas do desenvolvimento, comunicação e
comportamentos. Estes transtornos vêm, muitas vezes, acompanhados de um Retardo Neuropsicomotor,
significando assim, uma segunda formulação de diagnóstico. Dentre todos os Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento vamos nos concentrar mais especificamente no Transtorno Autista, devido à sua associação
com graves distúrbios de comportamento, e conseqüentemente, na presença de importantes dificuldades de
convívio diário.
As características essenciais do Transtorno Autista são de acordo com o DSM IV-TR (2003) marcadas
pela:
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 114

―Presença de um desenvolvimento acentuadamente anormal ou prejudicado na interação social e


comunicação e um repertório marcantemente restrito de atividades e interesses. As manifestações do
transtorno variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e idade cronológica do indivíduo‖.
(pág. 99)

O Autismo encontra-se entre os mais severos transtornos manifestados na infância. (CAMARGOS JR


2001, FACION 2002, GAUDERER 1997). O Transtorno tem inicio antes dos 3 anos de idade, acomete cerca de
20 entre 10.000 nascidos e freqüentemente está associada a algum grau de Retardo Mental ou a outras
condições médicas. É quatro vezes mais comum em meninos que em meninas (ASA, DSM IV-TR 2003,
FACION 2002). No gênero feminino há a propensão de maior gravidade de comprometimentos, devido à
presença de associação com retardo mental mais severo (FACION 2002, DSM IV-TR 2003). Não há limitações
étnicas, sociais, econômicas, religiosas, educacionais ou culturais para a ocorrência do transtorno. O padrão
familiar indica maior risco do Autismo para irmãos de autistas para a população geral. (FACION 2002) A
variabilidade do quadro autista também sofre influências do nível de desenvolvimento e idade cronológica do
indivíduo. (DSM IV-TR 2003). É uma doença crônica, segue um curso contínuo, com evolução é variável, uma
vez que depende do grau de comprometimento e do tratamento recebido. Não existe cura para o Autismo, mas
existem formas de minimizar seus prejuízos.

O Transtorno Autista é definido pelo DSM IV sob o código F84.0 - 299.00 e tem os seguintes critérios
diagnósticos:
1. Existência de seis ou mais prejuízos nas seguintes áreas:
1.1. Interação social: ao menos 2 prejuízos qualitativos
1.2. Comunicação ao menos um prejuízo qualitativo
1.3. Comportamento: presença de ao menos uma atividade enquadrada nos padrões restritos e
repetitivos de comportamento, interesses e atividades;
2. Atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início antes
dos 3 anos de idade:
2.1. Interação social
2.2. Linguagem para fins de comunicação social, ou;
2.3. Jogos imaginativos ou simbólicos.
3. A perturbação não é melhor explicada por Transtorno de Rett ou Transtorno Desintegrativo da
Infância

Avaliando o Transtorno Autista através do CARS (Childhood Autism Rating Scale)- Escala de Avaliação
para Autismo Infantil
O CARS foi desenvolvido originalmente como um instrumento do tipo observacional. Esta escala esta
composta por 15 itens com alternativas de resposta que avaliam os itens em una escala de 7 tipo Likert (1=
dentro de limites normais para a idade, 1,5= muito ligeiramente anormal para a idade, 2= ligeiramente anormal
para a idade, 2,5= ligeiramente a moderadamente anormal para a idade, 3= moderadamente anormal para a
idade, 3,5= moderadamente a severamente anormal para a idade, y 4= severamente anormal para a idade), a
somatória de todos os itens contribuem igualmente a pontuação total. O CARS considera 15 aspectos: relação
com as pessoas. Imitação verbal e motora, afetividade, uso do corpo, relação com os objetos, adaptação a
mudança, resposta visual, resposta auditiva, ansiedade, comunicação verbal, comunicação não verbal, nível de
atividade, funcionamento intelectual e impressão geral.
Segundo o manual do CARS, o autismo é diagnosticado por uma pontuação total de ≥30 pontos;
segundo a pontuação total se obtém as seguintes categorias: No autista (15-29,5); Autista Leve ou Moderado
(30-36,5) e Autista Severo (37-60).
Este instrumento obteve um alto grau de consistência interna e confiabilidade test–retest, assim como
uma alta validade de critério e discriminante (DiLalla & Rogers, 1994; Eaves & Milner, 1993; Garfin, McCallon
&Cox, 1988; Lord, 1995; Nordin, Gillberg, & Nydén, 1998).
Esta é uma escala forte visto que tem um critério de avaliação derivado empiricamente, que proporciona
uma ampla avaliação dentro de cada sub-escala, que considera a importante influência da idade da criança e
tem boa confiabilidade interavaliador. Além disso, o CARS determina algumas áreas de dificuldades não
específicas, por exemplo, o atraso mental, atraso da linguajem e nível de atividade, que não se incluem no
CID-10 o no DSM-IV (Lord y Risi, 1998).

OBJETIVOS DO ESTUDO

O objetivo geral desse estudo é verificar se ―curadores psíquicos‖ poderiam afetar à distância um grupo
de pacientes com Transtorno Autista, de forma que a questão da pesquisa pode ser definida da seguinte forma:
A intenção de Cura à Distância de pessoas que relatam ter experiência como curadores psíquicos poderia
melhorar o tratamento de pacientes com Transtorno Autista?
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 115

Hipótese
Os pacientes que receberem intenção de Cura à Distância (grupo teste) apresentarão urna melhora
significativa em seu tratamento, em relação aos pacientes que não receberem essa intenção (grupo controle).

Variável dependente e sua mensuração


A variável dependente foi o desenvolvimento da condição clínica dos pacientes nos dois grupos
experimentais (teste a controle). Houve quatro formas complementares de mensuração dessa variável:
a) Aplicação do CARS pela psicóloga responsável pela observação dos pacientes. Ele será aplicado
antes e depois da intervenção de intenção de cura à distância. Essa se constitui a principal forma de avaliação
da variável, sendo que seus dados serão utilizados para a consideração da hipótese lançada.
b) Observação de comportamentos disruptivos relevantes através de técnicos (02 terapeutas
ocupacionais e 01 pedagoga)
c) Observação dos pacientes pelos seus pais, através de ficha específica
d) Observação dos pacientes pelos seus professores, através de ficha específica

Variável independente e sua mensuração


A variável independente se constituiu da intenção sistemática de cura à distância de diferentes
"curadores psíquicos". Foi controlada através de relatos por escrito dos curadores em ficha específica
efetuados após cada prática de intenção de cura à distância.

Variáveis intervenientes e possíveis formas de controle


1) variável: auto-sugestão ou efeito placebo - controle: sujeitos não souberam de sua participação no
experimento, somente seus familiares os quais autorizaram o estudo;
2) variável: intervenções medicamentosas e/ou psicoterápicas em curso - controle: os pacientes foram
escolhidos por terem tratamentos similares e as intervenções medicamentosas foram monitoradas para cada
paciente;
3) variável: características individuais relativas ao curso da enfermidade - controle: os pacientes
escolhidos foram aqueles com quadros graves, caracterizados por um certo grau de estabilidade ou
previsibilidade em seus desenvolvimentos clínicos.

Outras variáveis exploratórias e possíveis formas de controle


1) variável: Intenção de cura à distância sincronizada x dessincronizada. Controle: nos primeiros 20
dias os ―curadores‖ fizeram suas práticas em horários diversos escolhidos por eles; nos últimos 5 dias eles
fizeram suas atividades de intenção à distância num mesmo horário (intervalo de 1 hora), definido pelos
pesquisadores.
2) variável: Funcionamento de RNGs (Random Number Generator - Gerador de Números Aleatórios)
durante a atividade de cura à distância (possível efeito anômalo no funcionamento dos RNGs). Controle: foram
utilizados dois RNGs (tipo Orion), sendo um no local dos pacientes (RNG teste) e outro no Laboratório DMILS
do Centro Integrado de Parapsicologia Experimental (RNG controle).
3) variável: comportamentos não esperados dos pacientes x práticas de intenção de cura à distância
(sincronia temporal) Controle: pareamento dos relatos dos supostos curadores com as anotações do
comportamento dos pacientes.
Nota: tanto a variável 2 como 3 foram avaliadas no período de intenção de cura à distância
sincronizada, ou seja, durante os 5 últimos dias de intervenção.

MÉTODO

Sujeitos
Os sujeitos foram divididos em duas categorias, os agentes ou emissores (supostos curadores
psíquicos) e os percipientes ou receptores (pacientes internados).
Os supostos curadores psíquicos foram em número de 10 (indivíduos e/ou grupos). O critério de
inclusão constitui-se de que eles tenham o mínimo de 1 ano de experiência com cura à distância. Dessa forma
tivemos três participantes do Japão (um curador psíquico popular com técnicas originais, outra com técnicas
prânicas e um terceiro, um monge budista), uma do Perú, a qual utilizou técnicas de visualização, três
curadores Reiki do Chile, uma curadora brasileira ligada a um grupo de Umbabda, outra brasileira que utiliza
técnicas intuitivas prórprias e um grupo, também do Brasil, ligado a filosofia de Ramatis.
Os pacientes foram também em número de 10, sendo 5 deles pertencentes ao grupo teste, alvo a
intenção de cura à distância, e os demais constituindo o grupo controle, que não foi foco da referida intenção.
Eles foram escolhidos pelos seguintes critérios: a) por terem tratamentos medicamentosos similares; b)
possuírem transtorno autista em níveis graves e c) não terem transtornos associados graves.
A seleção dos pacientes para os grupos controle e teste foi feita pelos pesquisadores dos emissores,
sendo que essa informação foi totalmente desconhecida dos pesquisadores dos receptores.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 116

Ambiente experimental
Como se trata de um estudo conduzido à distância, não haverá um ambiente experimental comum
entre os sujeitos. Os pacientes permaneceram numa clínica situada numa cidade do sul do Brasil. Eles
continuaram com o mesmo tratamento, porém foram observados de forma sistemática, visando um
acompanhamento mais criterioso, durante os 4 meses de duração do estudo.
Já os supostos ―curadores psíquicos‖ também não tiveram ambientes comuns, visto que desenvolverão
suas atividades nos locais onde regularmente as desenvolvem. Eles estarão em diferentes estados brasileiros
e também outros países (Chile, Peru e Japão) Eles foram acompanhados por pesquisadores locais. Esse tipo
de experimentação favorece que as atividades sofram menos interferência em relação ao seu desenvolvimento
habitual, visto que não implica na mudança dos participantes para ambientes artificiais ao seu quotidiano
(contexto experimental).
Foi também utilizada a estrutura do Centro Integrado de parapsicologia experimental (Laboratórios
DMILS e de Micro PK) como local para armazenamento de dados produzidos pelos emissores e também pelo
RNG controle.

Técnica experimental
A técnica experimental foi conduzida por dois grupos de pesquisadores: Grupo 1: que organizou e
controlou as atividades dos agentes (―curadores‖) e Grupo 2: que cuidou a avaliou o comportamento físico a
psíquico dos percipientes (pacientes). A relação entre os dois grupos foi mínima, só o suficiente para o
desenvolvimento do estudo.

O Grupo 1 fez contato com os "curadores psíquicos", avaliou seus perfis (critérios de seleção),
selecionando-os. Organizou o cronograma das intenções de cura para cada curador (conforme a tabela 01b),
de forma que cada paciente do grupo teste recebesse duas intenções de cura por dia, durante os 25 dias da
intervenção. Cada ―curador‖ fez a intenção cura por cinco dias para cada paciente. Durante os primeiros 20
dias os ―curadores‖ fizeram as suas intenções de cura à distância nos horários que melhor lhes convierem
(horário dessincronizado ou livre); nos 5 dias restantes fizeram suas práticas num período comum (11:00 as
12:00 horário de Brasília) determinado pelos pesquisadores (horário sincronizado ou estabelecido). As tabelas
01 a e b explicitam a relação de ―curadores‖ com pacientes, bem como o cronograma das atividades nos dois
diferentes tipos de horários. Esses pesquisadores também organizaram o registro das intenções de curas
(práticas) através de fichas específicas que foram preenchidas pelos supostos ―curadores psíquicos‖, logo após
as suas práticas de cura à distância.
Os participantes de países com fusos horários diferentes se adaptaram ao horário brasileiro. Durante as
intervenções com o horário definido, os pesquisadores do Grupo 1 acionaram o RNG no Laboratório de Micro
PK uma hora antes do horário estabelecido para a intervenção e o desligaram uma hora depois do término do
mesmo, coletando 3 horas consecutivas de eventos aleatórios, numa proporção de 200 bits por segundo. O
programa utilizado foi o FildREG version 1.0.
Tabela 01a
Curadores
01 02 03 04 05
06 07 08 09 10
Pacientes do grupo teste
A B C D E

Tabela 01b
Cronograma: Curadores x Pacientes
Dia, mês e horário do grupo teste
16, 17, 18, 19 e 20 01A 02B 03C 04D 05E
Novembro - Horário livre 06A 07B 08C 09D 10E
21, 22, 23, 24 e 25 01B 02C 03D 04E 05A
Novembro - Horário livre 06B 07C 08D 09E 10A
26, 27, 28, 29 e 30 01C 02D 03E 04A 05B
Novembro - Horário livre 06C 07D 08E 09A 10B
01, 02, 03, 04 e 05 01D 02E 03A 04B 05C
Dezembro - Horário livre 06D 07E 08A 09B 10C
06, 07, 08, 09 e 10 01E 02A 03B 04C 05D
Dezembro - Horário estabelecido 06E 07A 08B 09C 10D

Foi de responsabilidade do Grupo 1 a aleatorização de quais pacientes fizeram parte dos grupos
experimentais (controle e teste), o que foi feito através de tabelas de números aleatórios (RAND, 1955) como
foi sugerido por Milton e Wiseman (1997). Porém, a identidade dos mesmos não foi conhecida por esse grupo,
visto os dados (nomes e fotografias) dos pacientes foram recebidos do Grupo 2 em envelopes opacos e
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 117

lacrados. Após a aleatorização, os pesquisadores do Grupo 1 enviaram pelo correio ou entregaram


pessoalmente os envelopes dos pacientes escolhidos para os curadores, conforme tabela 01a. Os curadores
abriram os mesmos somente no momento de suas práticas. Ao final destes dias eles entregam de volta os
envelopes, novamente lacrados, e recebem outros envelopes para os próximos 5 dias e assim
sucessivamente.
Os pesquisadores do Grupo 2 selecionaram os pacientes do estudo, obtendo de seus responsáveis as
devidas autorizações. Fotografaram os pacientes e elaboraram os envelopes com os dados e fotografias dos
mesmos, enviando-os para o Grupo 1. As fotografias foram impressas em papel A4 e recortadas para
comporem os envelopes. Foram 10 cópias de fotografias de cada paciente, totalizando 100 unidades. Cada
fotografia, de um grupo de 10 cópias, foi colocada num envelope individual, lacrado e colocado num envelope
maior, o qual também é lacrado. Dessa forma foram 10 envelopes com 10 fotografias cada.
Uma pesquisadora do Grupo 2 (psicóloga) acompanhou e registrou em fichas específicas os dados
relativos as variáveis consideradas no estudo. Essa observação iniciou 20 dias antes das práticas de cura à
distância e se concluiu 3 meses depois das mesmas terem cessado.
Durante as intervenções de horário definido, uma pesquisadora do Grupo 2 acionou o RNG na clínica,
dentro da sala onde permanecem os pacientes, uma hora antes do horário estabelecido para a intervenção,
desligando-o uma hora depois do término do mesmo. O número de horas (3), a proporção de bits (200 p/ seg.)
e o programa foram os mesmos utilizados pela equipe do Grupo 1.

AVALIAÇÃO DOS DADOS E COMENTÁRIOS FINAIS

O estudo se encontra na última fase, através da organização, tabulação e análises quantitativas e


qualitativas dos dados.

Nas análises estatísticas da amostra estudada estão incluídas duas fases:


a. Fase 1: Análise descritiva, que inclui: 1. Elaboração tabelas de distribuição de freqüências absolutas,
relativas e acumuladas da amostra, dividida por sexo, idade e nível de autismo. 2. Elaboração medidas
da tendência central e variabilidade: média aritmética, mediana e desvio padrão.
b. Fase 2: Análise comparativa, incluindo as comparações das médias realizadas mediante a utilização
do teste t de Studant (unilateral) para amostras de tamanhos iguais e pela Correlação r de Person,
para o intervalo de confiança da diferença entre as médias.
O grau de significância adotado é 0,05.
Análises qualitativas também serão conduzidas, mas não contarão para avaliação da hipótese testada,
servindo apenas de subsídio para estudos futuros.

Dados extra-oficiais
Através da observação do comportamento, a psicóloga responsável pelo acompanhamento dos
pacientes verificou que 03 deles apresentaram uma melhora perceptível (diminuíram vários dos
comportamentos disruptivos); 01apresentou melhora discreta (diminuiu alguns dos comportamentos
disruptivos) e 01 manteve o mesmo quadro e 05 deles pareceram piorar seus comportamentos (aumentaram a
intensidade dos comportamentos disruptivos). Cabe ressaltar que estas informações foram obtidas através de
observações e relatos dos professores e técnicos logo após o período da intervenção (dezembro 2005), ainda
sem mensurar os instrumentos utilizados. Este dado, de ordem mais subjetiva, não fornece pistas do resultado
do estudo, visto que até o momento a identidade dos grupos teste e controle não foi revelada. Os dados das
observações sistemáticas, através dos instrumentos, já foram coletados e atualmente estão sendo organizados
para as análises posteriores.

Comentários finais
Por ser de caráter exploratório, este pequeno estudo não pretende mais do que levantar dados para o
aperfeiçoamento metodológico de um estudo futuro, envolvendo uma amostra maior de participantes, tanto
pacientes como ―curadores psíquicos‖. Assim, espera-se de suas avaliações apenas a indicação de tendências
de possíveis efeitos da hipotética cura à distância, bem como insigths relativos a melhoria metodológica.
Se por um lado as pretensões científicas são pequenas, por outro, pode-se afirmar que este estudo
representa um papel social importante no contexto da pesquisa psi, visto que se constitui num esforço
cooperativo de pesquisadores de 4 países (Japão, Peru, Chile e Brasil). Se por um lado, considera-se apenas
como uma hipótese que a união da intenção de diferentes pessoas possa auxiliar na melhora do quadro clínico
de pacientes, parece ser certo que a união de diferentes pesquisadores em torno de um objetivo científico-
social pode auxiliar o desenvolvimento desta polêmica e importante área do conhecimento humano.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 118

REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION: (2003) Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos


a
Mentais - DSM IV - TR, Porto Alegre: Artmed Editora (4 . ed).
ANDRADE, H. G. Parapsicologia Experimental. São Paulo : Pensamento, [197-].
ASSUMPÇÃO, Jr. Francisco B - Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Infantil. – São Paulo: Lemos
Editorial, 1997.
BINDER, M. Et al. A pilot study examining the effect of distant healing on Diabetes Type II patients. In: THE
ND
PARAPSYCHOLOGICAL ASSOCIATION 43 ANNUAL CONVENTION. (43. : 2000 : Freiburg). Proceedings
of presented papers. Freiburg : Parapsychological Association, 2000. p. 19-34.
CAMARGOS Jr,. W. et al: Transtornos invasivos do desenvolvimento - 3º Milênio. Brasília: CORDE, 2002.
CAMPOS R.C. Aspectos neurológicos do autismo infantil IN CAMARGOS Jr,. Walter et al: Transtornos
invasivos do desenvolvimento - 3º Milênio. Brasília: CORDE, 2002.
DALTON, K. The relationship between creativity and anomalous cognition in the Ganzfeld. Scotland,1997.
Unpublished thesis (Ph.D. in Parapsychology) - Koestler Chair of Parapsychology, Department of Psychology,
University of Edinburgh.
DiLalla, D. L., & Rogers, S. J. (1994). Domains of the Childhood Autism Rating Scale: Relevance for diagnosis
and treatment. Journal of Autism and Developmental Disorders, 24, 115–128.
E SCHWARTZMAN, J. S. Autismo Infantil. 2ª edição. São Paulo: Memnon, 2003.
Eaves, R. C., & Milner, B. (1993). The criterion-related validity of the Childhood Autism Rating Scale and the
Autism Behavior Checklist. Journal of Abnormal Child Psychology, 21, 481–491.
FACION, J.R. Transtornos invasivos do desenvolvimento associados a graves problemas do
comportamento: reflexões sobre um modelo integrativo. Brasília: CORDE, 2002.
Garfin, D. G., McCallon, D., & Cox, R. (1988). Validity and reliability of the Childhood Autism Rating Scale with
autistic adolescents. Journal of Autism and Developmental Disorders, 18, 367–378.
GAUDERER, C. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento: Guia pratico para pais e profissionais. 2º
edição. Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 1997.
JONES, J. Distant Healing with infants. In: THE PARAPSYCHOLOGICAL ASSOCIATION 42ND ANNUAL
CONVENTION. (42. : 1999 : Palo Alto). Proceedings of presented papers. Palo Alto : Parapsychological
Association, 1999. p. 313.
Lord, C. (1995). Follow-up of two-year-olds referred for possible autism. Journal of Child Psychology and
Psychiatry, 36, 1365– 1382.
Lord, C., & Risi, S. (1998). Frameworks and methods in diagnosing autism spectrum disorders. Mental
Retardation and Developmental Disabilities Research Review, 4, 90–96.
Nordin, V., Gillberg, C., & Nydén, A. (1998). The Swedish version of the Childhood Autism Rating Scale in a
clinical setting. Journal of Autism and Developmental Disorders, 28, 69–75.
PIETSRZAK S. P. & FACION J. R. (no prelo) Pessoas com Autismo e seus irmãos: que relação é esta?
RADIN, D. The conscious universe: the scientific truth of psychic phenomena. San Francisco : Harper Edge,
1997.
RADIN, D.: TAFT, R.; YOUNT, G. Possible effects of healing intention on cell cultures and truly random events.
In: THE PARAPSYCHOLOGICAL ASSOCIATION 46TH ANNUAL CONVENTION. (46. : 2003 : Vancouver).
Proceedings of presented papers. Vancouver : Parapsychological Association, 2003. p. 162-183.
SICHER, F.; TARG, E.; MORRE, D.; SMITH, H. Positive effect of distant healing in an advanced AIDS
ST
population. In: THE PARAPSYCHOLOGICAL ASSOCIATION 41 CONVENTION HELD IN CONJUNCTION
WITH THE SOCIETY FOR PSYCHICAL RESEARCH, (41.: 1998 : Halifax.) Proceedings of Papers. Halifax :
The Parapsychological Association, 1998. p. 242.
TARG, E. Distant healing and prayer. In: THE PARAPSYCHOLOGICAL ASSOCIATION 42ND ANNUAL
CONVENTION. (42. : 1999 : Palo Alto). Proceedings of presented papers. Palo Alto : Parapsychological
Association, 1999. p. 314.
TARG, R.; KATRA, J. Miracles of mind: exploring nonlocal consciousness and spiritual healing. Novato : New
Word Library, 1998.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 119

APPLICATION OF PSI INDUCTIVE TRAINING FOR BRAZILIAN


CHILDREN

Aplicação de um treinamento psi-condutivo para crianças


brasileiras

Hideyuki Kokubo1, Fabio Eduardo da Silva2, Sibele Pilato2,


Reginaldo Hiraoka2 and Mikio Yamamoto1

1. International Research Institute (Chiba, Japan)


Fabio Eduardo da Silva, Hideyuki
2. Faculdades Integradas Espirita (Curitiba, Brazil) Kokubo and students of Andre Luz
Junior High School

Abstract
The authors applied the Chinese technique of psi inductive training to 11 Brazilian children. This technique
was developed in China in the 1980s. This training prepares subjects for a free-response test with targets
which are letters or figures written on a paper which is balled up. Chinese researchers in Yunnan, Shanghai
and Beijing have claimed that they trained successful subjects using the method. In the present study, the
authors tried to train Brazilian children using the method of Yunnan University researchers. The authors
monitored the Field RNGs during training. Final training results were not available because the training was
done only twice and the number of subjects was small. However, it was considered that this method could be
applied to subjects who do not know Kanji letters.

Keywords: guess, training, Brazil, child, recognition, clairvoyance, psi

Resumo
Os autores aplicaram uma técnica chinesa de treinamento psi-condutivo em 11 crianças brasileiras
[estudantes da Escola André Luis]. Esta técnica foi desenvolvida na China nos anos oitenta. Este treinamento
prepara sujeitos para um teste de livre-resposta com alvos que são cartas ou, como no caso desse estudo,
figuras escritos em um papel fino e macio que é dobrado e colocado dentro da orelha dos participantes, os
quais tentam adivinhá-lo desenhando numa folha. Investigadores chineses em Yunnan, Shanghai e Beijing
relataram que eles tiveram sucesso treinando sujeitos com esse método. No estudo presente, os autores
tentaram treinar crianças brasileiras usando o método dos pesquisadores da Universidade de Yunnan.
Acionando Geradores de Eventos Aleatórios nas proximidades, os autores também monitoraram possíveis
anomalias nesses equipamentos durante os treinamentos. Os resultados do treinamento final não foram
disponíveis porque o treinamento ocorreu somente duas vezes e o número de sujeitos foi pequeno. Porém,
foi considerado que este método pudesse ser aplicado a sujeitos que não conhecem cartas [Japonesas]
Kanji.

Palavras chave: Adivinhar, treinamento, Brasil, crianças, reconhecimento, clarividência, psi

INTRODUCTION

The authors applied the Chinese technique of psi inductive training to eleven Brazilian children. This
technique was developed in China in the 1980s. This training method prepares subjects for a free-response test
with targets which are letters or figures written on a piece of paper which is balled up. Chinese researchers in
1)
Yunnan, Shanghai and Beijing have claimed that they trained subjects successfully using this method. In the
present study, the authors tried to train Brazilian children by a method based on a screening test used by
Yunnan University researchers.2)
(2)
YUNNAN METHOD

The method of Yunnan University for screening or


training is outlined as follows. First stage: Screening test for
ordinary children. Second stage: Selected subjects are trained
from 4 to 6 times a month until their abilities become
stabilized. Third stage: Special training for scientific
experiments. After these stages, strict studies are done.
The screening test for pupils of an elementary school
was done once or twice a year at Yunnan. Approximately 50
children were selected until 1997, and researchers there
claimed that 30% of subjects succeeded in developing their
psychic abilities. Fig. 1 Examples of Targets
These targets consisted of Chinese letters, Japanese
letter, alphabet and simple line drawings.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 120

Fig. 1 shows examples of targets for this training. First, researchers write a 1cm letter, number or sign
on a corner of a paper (4cm x 5cm). Second, they add a new letter, number or sign using another color. In order
to raise working efficiency, for example, one person writes a character in red, and another person adds one in
black. After writing, the paper is firmly balled up so that one corner where the target was written is at the center
of the paper ball.
2)
Kokubo and Yamamoto visited Yunnan in 1997 , and witnessed a 2-hour screening test which was done
in the last lesson of the first grade in Longxiang Elementary School. Fifty-one pupils were subjects.
Prof. Luo of Yunnan University explained the test and gave instructions to the pupils in a 20-minute
period. He let them do an easy exercise. Next, experimenters put a target paper into one ear of each pupil and
gave them a blank sheet paper on which to write their answers with color felt-tipped markers. The children
concentrated their mind on the papers and guessed the targets (clairvoyance condition). One experimenter
occasionally took a posture to send qi to children from the front of the classroom during the test. After 12 or 13
minutes, the first respondent raised his hand. An experimenter checked his answer and removed the target
paper from his ear. The experimenter opened the paper and gave feedback Targets Responses
information to the subject. Then, the experimenter put a new target into the
subject‘s ear after pasting the target near the subject‘s answer.
There were 51 test papers; there were 179 trials (including no-response
trials); the average number of trials was 3.5 trials per child (the maximum number
of trials by one child was 10); the average time per trial was approximately 25
minutes. Prompt judgment of guessed results was done there. Profs. Luo and
Zhu said that 13 children showed correct answers (Fig. 2): one child showed 3-
hit results, two children showed 2-hit results, nine children showed 1-hit results.
There were 18 correct answers; the ratio for trials was 0.1. Luo and Zhu said that
the results of the test were not outstanding.

CHARACTERISTICS OF THE METHOD

Typical targets of this method were Kanji (written Chinese/Japanese


language) combined with symbols or numbers. Simple or common letters
should be used as targets of this training since it is difficult to recognize Fig. 2 Examples of Responses
unknown letters even if the task is not clairvoyant. However, fortunately,
there are a few thousands letters which can be used as targets. Moreover, we can multiply the size of the pool
of targets by changing colors and by adding numbers or symbols.
Judgment of correct and incorrect is easier if the pool of targets is larger. Subjects can gain confidence
easily in their anomalous abilities and increase their interest when they get good results because the probability
of coincidence by chance is very small. At the same time, subjects can gain confidence even if coincidence is
only partial.
The task of this training is guessing. But, it is said that various abilities, such as macro PK or psi-related
abilities, not only clairvoyance, can be developed by this training. For example, in 1988, Yu et al. (Fudan
University, Shanghai) did experiments in which their trained subjects made an image of an electric calculator1).
Before experiments, a calculator was shown to the subjects. Experimenters gave them only an explanation that
the display of the calculator showed numbers when someone pushed the keys of the calculator: the subjects
were labors who had come to Shanghai after graduation from rural junior high schools, and they had not seen
any electric calculators before the experiments. Subjects were asked to make an image of the calculator and
read numbers shown on the display after pushing keys. Tasks were multiplication and square root calculations.
Correct answers to 6 significant figures were obtained when the task was multiplication of integers of triple
digits. Also, correct answers of 8 significant figures were obtained when the task was the square root of an
integer of triple digits. Eight digits was the maximum number displayed by the calculator. Results showed that
special counting ability similar to that of the persons with Savant Syndrome was developed as a result of guess
training.
Usually, approximately 20 minutes are needed for a training trial. Subjects try only to guess targets
during trails, but it is not easy. It is often said that child subjects are better than adult subjects.
In this training, the balled up target paper was put into one ear of the subjects, but there was no special
reason for this. Subjects can also hold the target paper in their hands although they often lose it during trials.
Furthermore, they can use a small case for keeping the target. But, many subjects think it is easy to read
information if they touch the target directly. Therefore the use of cases is not frequent.
Subjects for this training are not monitored strictly during trials. Therefore someone can use tricks.
Especially, at the first screening test, monitoring is not easy because there are many subjects and tricksters
may be selected by mistake. But they can be removed at later stages when the number of subjects is smaller.
Additionally, it is known empirically that a trickster child changes his attitude gradually if experimenters continue
to ignore him although they admire earnest subjects. Of course, strict control is needed in experiments after
finishing training. But, during training, researchers regard relaxation, encouragement, motivation and Bachelder
effects3) as important.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 121

APPLICATION TO BRAZILIAN CHILDREN

The authors applied this training method to Brazilian children who do not know Kanji well. The authors
used combinations of Portuguese alphabet letters and simple line drawings.

1. Target The target papers were soft thin sheets of white paper. They were cut into pieces of about 5cm x
5cm. A 1cm letter, number or figure was written in one corner of each piece of paper. Next, another letter,
number or figure was added in other colors. Colors were red, blue, black
and green. Fig. 3 shows an example of the target. After writing, the
paper was tightly balled up so that the corner was located at the center.
Kokubo, one of the authors, made 50-70 targets before every training
day.

Fig. 3 Targets for Brazilian Children

2. Subjects There were 11 subjects (5 males, 6 females, 10-14 years


old) all students of Andre Luz Junior High School of the Faculdades
Integradas Espirita (Curitiba, Brazil). They belonged to the same
classroom. All 11 students were trained at the first training, and then 5
were selected (2 males, 3 females) at the second training.

3. Date and Place Trainings were done on September 16th and 21st, 2004. Each training started after 2
o'clock p.m. and continued about 90 minutes. The first training was done in the Yoga gym of the Faculdades
Integradas Espirita, the second training was done at Ganzfeld Laboratory of the university.

4. Procedure First, a 10-minute instruction period was held. The screen effect was explained only at the
second training. Then, deep breaths and massages were done as introduction. Experimenters passed an
answer sheet and color felt-tipped markers to each student. Experimenters let students write their names on the
paper sheet, and then, they put a target into one ear of each student. Every subject concentrated his/her mind
on the target. Subjects drew their answers if they could get some images. After drawing, they quietly raised their
hands. Next, experimenters removed the target from the ear, and opened it in front of the subject immediately,
and pasted it on the answer sheet. Then, experimenters put a new target into the ear of the subject. During the
training, experimenters showed a successful result as a sample, and encouraged subjects. Answer sheets were
collected when about 1 hour had passed after the instruction. The subjects were assembled and all results were
shown.

5. Field RNG Two random number generators (RNGs; Orion V.1.2.1) were connected to a computer
(Panasonic, CF-W2) with USB-RS232C adapters (IO Data, USB-RSAQ2). RNGs were started by fred.exe
(V.1.0) at 2000 bits/s before instruction. RNGs were set in the training room during training. After training, RNGs
were set at Ganzfeld Laboratory and control data were generated continuously.

RESULTS

At the first training, 52 trials were done and average time was 8.5 minutes per trial. At the second
training, 41 trials were done and average time was 4.9 minutes per trial. Table 1 shows the time chart of
trainings.

Table 1 Time Chart of Trainings

Sep. 16 Sep. 21
Time Time
2004 2004
0:00:00 Instruction 0:00:00 Instruction
Start of Start of
0:10:50 task 0:12:17 task
(14:33:10) (14:33:25)
End of End of
0:50:56 task 0:59:17 task
47 trials 41 trials
Finish of Finish of
1:07:48 1:06:32
training training
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 122

For each training period, there were 4 or 5 responses which were same or similar to the targets. Fig. 4
shows samples of such responses.
Data on Field RNGs were divided into two parts. The first part, from the start to the time when
experimenters wrote a comment at the finish of training, included the experimental data. The second part
consisted of the control data.
2
At the first training, accumulation of (Z -1) of the RNG showed a value which was nearly equal to 5%
significant (one-tail) (Table 3, com5E).

DISCUSSION

In the first stage, the training is done by about 40 subjects usually. The frequency of successful
responses becomes large according to the number of subjects. However, in the present study, the number of
subjects was about one-third that usually trained. Therefore, successful responses were less and psychological
lifts were not significant during the training. Additional techniques for small groups are needed.
Making of targets was difficult because the kinds of letters were less. But, the work of making them can
become relatively easy if experimenters use many simple line drawings.
It is desirable that plural persons make targets. However, in present study, one experimenter made all
the targets because other experimenters did not know the details of this method. He made an effort to prepare
targets as different as possible, but figures which had straight lines were many. The ratio of round figures, such
as floral and heart patterns, should be increased.

target target
target

target
target
target
Fig. 4 Examples of Successful Responses

Table 2 Cumulative Deviation Table 3 Accumulation of (Z2-1)

Cumulativ
Accumulati
Data n Score e z Data n 2 5%
of (Z -1)
deviation
155.38
com4E 8842000 4421567 567 0.381 com4E 4421 28.536
1st 1st 3
training training 156.29
com5E 8908000 4451845 -2155 -1.444 com5E 4454 155.536
0
1048800 170.08
com4C 5242969 -1031 -0.637 com4C 5244 -85.768
0 3
Control Control
1014800 167.11
com5C 5076598 2598 1.631 com5C 5074 30.156
0 5
154.43
com4E 8696000 4347087 -913 -0.619 com4E 4348 -20.668
2nd 2nd 9
training training 153.93
com5E 8638000 4320113 1113 0.757 com5E 4319 -75.436
2
150.83
com4C 8284000 4142029 29 0.020 com4C 4142 6.452
7
Control Control
151.24
com5C 8332000 4164124 -1876 -1.300 com5C 4166 28.628
1

Average time per trail was from 5 to 9 minutes. It was less than half that of the Chinese schoolchild's time
(25 minutes). This was considered mainly to be caused by the difference in the age of subjects. Moreover, a few
students drew several dozen figures for one target. This suggested that they could not understand the
instructions fully. This was possibly another reason for the difference.
The test was done only twice because of scheduling. Therefore the final effects of training could not be
examined. However, Brazilian children had much interest in this training, and many of them did it eagerly. This
method can be applied to subjects who live in non Oriental areas.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 123

For RNGs, there were no remarkable results although one data set was nearly significant. The reason
was considered that this training was an individual work, not group work. In this training, each subject
concentrates his mind on only his target. Therefore, there is less chance that all subjects direct their attention to
a certain event or they have common feelings although such factors are important to detect anomalies of Field
RNGs. However, if there is a psychic among the subjects or remarkable group-psychological lifts are caused
during training, anomalous outputs of RNGs may be obtained. Moreover, if abilities of subjects are developed by
long-term training, there is a possibility that frequency of detection of anomalous results increases gradually.
Further studies are desirable.

CONCLUSION

The authors applied a Chinese technique of psi inductive training to eleven Brazilian children. The
authors could not get final training results because the training was done only twice and the number of subjects
was small. However, it was considered that this method could be applied to subjects who do not know Kanji
(written Chinese/Japanese language)

Acknowledgements

The authors express their sincere thanks to the students and teachers of Andre Luz Junior High School
(Curitiba, Brazil) and Faculdades Integradas Espirita (Curitiba, Brazil).

REFERENCES

1) Yu H, Shao L, Sun Y and Fang L: The experimental research on extraordinary power of human body -
Conductive training of ESP and PK to young people, Journal of International Society of Life Information Science,
16(1):120-132, 1998.
2) Kokubo H and Yamamoto M: Yunnan‘s procedure of screening test for anomalous somatic functions,
Japanese Journal of Parapsychology, 4(1)、3-11, 1999. [in Japanese with an English abstract]
3) Kasahara T: Parapsychology Handbook, Brain Shuppan (Tokyo), 185-186, 1989. [in Japanese]
4) Kokubo H, Da Silva FE, Pilato S, Hiraoka R and Yamamoto M: Psi inductive training for Brazilian children,
Japanese Journal of Parapsychology, 8(1&2): 47-50, 2004. [in Japanese]

Hideyuki KOKUBO,
International Research Institute
http://www.a-iri.org/iri/
E-mail: kokubo@a-iri.org
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 124

EL CASO “ANDRES VENIER”:


CONSIDERACIONES NEUROPSICOLÓGICAS, FENOMENÓLOGICAS Y PSICODINÁMICAS DE
LA ACTIVIDAD POLTERGEIST

Poltergeist activity and Andres Venier´s case: some phenomenological,


neuropsychological, and psychodynamical issues

Alejandro Parra*
Instituto de Psicología Paranormal
Salta 2015, (C1137ACQ) Buenos Aires, ARGENTINA
rapp@fibertel.com.ar

Resúmen
En este artículo el autor plantea la fenomenología, neuropsicología y psicodinámica en torno a la actividad
poltergeist, con particular énfasis en el caso del jóven Andres Venier de Rio Tercero, en la provincia de
Córdoba, Argentina. El fenómeno parece estar ocasionado por psicokinesis (influencia de la mente sobre la
materia), a nivel inconsciente. Estos eventos se vienen reportando desde la antigüedad. Su fenomenología es
descrita en términos de lanzamientos y desplazamientos de objetos, ruidos, luces, apariciones y olores
fétidos. Además, los poltergeists son capaces de interferir equipos electrónicos mientras que otros reportes
incluyen lesiones somáticas. Una interpretación dinámica sugiere que algunos disturbios no son causados por
espíritus sino por agentes humanos que sufren de intensa ira reprimida, hostilidad y tensión sexual. Estos
eventos parecen coincidir significativamente con un aumento en la actividad geomagnética, cambios
térmicos, y alta concentración de iones en la atmósfera. Estos aparatos permiten medir sus efectos, no su
naturaleza. No debemos asumir que la actividad poltergeist es real o no, no obstante lo es para sus víctimas:
Creencia paranormal, perturbaciones psicológicas, y ―creer que es paranormal, lo que en realidad es normal‖
son tres posibles interpretaciones naturales de estos eventos. Sin embargo, también ocurren en personas
psicológicamente ajustadas. Un soporte terapéutico para que personas en crisis superen sus conflictos
asociados a la actividad poltergeist también podría ser de valiosa ayuda.

Palabras Claves: fenomenología, neuropsicología, psicodinámica, poltergeist

Abstract
In this article the author discusses the phenomenology, neuropsychological and psychodynamical issues
about poltergeist activity, with main enphasis on Andres Venier´s case, of Rio Tercero, province of Córdoba,
Argentina. The phenomenon seems to be caused by unconscious psychokinesis (mind over matter). These
events have been reported since antiquity. Its phenomenology is described in terms of throwings and
displacements of objects, noises, lights, apparitions and foul smellings. Besides, poltergeists are capable of
interference with electronic equipment while other reports include somatic lesions. A dynamic interpretation
suggests that some disturbances are not caused by spirits but by human agents who suffer from suppresed
wrath, hostility and sexual tension. The investigations of W.G.Roll and his colleagues have attempted to prove
a relationship between a psychological disfunction and RSPK activity; he discovered that most frequently, the
agent was a child or adolescent whose involuntary PK constituted a way to express his hostility. These events
appear to coincide significantly with an increase in geomagnetic activity, thermal changes, and high
concentration of ions in the atmosphere. These gadgets allow to measure its effects, not its nature. We should
not assume that the poltergeist activity is real or not; however, it is for its victims: Paranormal belief,
psychological perturbations, and ―belief that is paranormal what in reality is normal,‖ are three possible natural
interpretations of these events. However, they also occur in persons psychologically adjusted, that is why it is
urgent to understand what ‗energies‘ are involved, where do they originate and how to utilize them.
Therapeutical support to help persons in crisis to overcome their conflicts associated to poltergeist activity
may also be of valuable help.

Keywords: phenomenology, neuropsychology, psychodynamic, poltergeist

INTRODUCCIÓN

Tradicionalmente, el así llamado fenómeno poltergeist ha estado asociado a espíritus inquietos o


traviesos, pero que a veces también se comportan agresivamente. La palabra ―poltergeist‖ proviene del alemán
polter, ―golpear‖, y geist, ―espíritu‖. Algunos casos de poltergeists no han sido cabalmente explicados y podrian
implicar la presencia de inteligencias desencarnadas. En otros casos, el fenómeno parece ser ocasionado por
la psicokinesis (PK) inconsciente de una persona (Cassirer, 2001; Houran & Lange, 2001; Spencer & Spencer,
1997; Stander & Schmolling, 1997).

El fenómeno contiene una fenomenología típica descrita por varios autores de diversas maneras. Los
más frecuentes son lluvias de piedras, de polvo y de otros objetos pequeños; lanzamientos y desplazamientos
de objetos (incluyendo muebles pesados); ruidos intensos, luces, apariciones y olores fétidos. Los poltergeists
son capaces de interferir los teléfonos y otros equipos electrónicos, y de encender y apagar las luces y otros
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 125

aparatos eléctricos. Algunos sujetos victimizados por la actividad poltergeist reportan lesiones somáticas, tales
como pellizcos, mordidas, golpes y hasta agresiones sexuales a las personas que los experimentan (Auerbach,
1986; Carrington & Fodor, 1951).

La actividad de los poltergeists, por lo general, comienza y termina de manera abrupta. Un episodio
típico puede durar de varias horas a varios meses, e incluso se ha informado de algunos que se prolongaron
durante varios años. La actividad casi siempre ocurre cuando alguien está presente, generalmente en torno a
un ―agente,‖ aquel que parece servir como foco o imán de la actividad. El agente es un factor en la mayoría de
los casos, tanto de los que parecen de etiología espírita como de los que pueden ser provocados por
psicokinesis humana (Rogo, 1979, 1986; Roll, 1972, 1977). En el transcurso de los siglos, las descripciones de
incidentes inexplicables en el mundo físico presentan una uniformidad notable. Por los trabajos de G.N.M.
Owen (1964), Thurston (1953), entre otros, se han observado similitudes asombrosas a través de los siglos y
en todos los países.

Desde la antiguedad se viene informando en todo el mundo de disturbios provocados por la actividad
poltergeist (Bozzano, 1925; Flammarion, 1952; Thurston, 1953). Sin embargo, a fines del siglo XIX, la
investigación de los fenómenos psíquicos permitió estudiar más críticamente el fenómeno. Entre los primeros
investigadores se contaban los fundadores de la Society for Psychical Research (SPR), sir William Barrett y
Frederic W.H. Myers (Auerbach, 1986)

En los años ‗30 del siglo XX, el psicólogo e investigador psíquico Nandor Fodor elaboró la teoría de que
algunos disturbios de poltergeists no eran causados por espíritus, sino por agentes humanos que sufrían de
una intensa ira reprimida, hostilidad y tensión sexual. Fodor tuvo éxito en demostrar su teoría en varios casos,
incluyendo el famoso caso Thornton Heath, ocurrido en Inglaterra, que Fodor investigó en 1938. Se trataba de
una mujer cuyas represiones provocaban un brote de fenómenos poltergeists y, al parecer, el ataque de un
vampiro. Fodor fue duramente criticado por los espiritistas, a los cuales ganó un pleito por calumnias difundidas
en uno de sus periódicos.

Las investigaciones llevadas a cabo por W.G.Roll y sus colegas (Roll, 1964, 1968, 1970, 1972, 1993;
Roll, Burdick & Joines, 1973; Roll, Burdick & Joines, 1974; Roll & Gearhart, 1974; Roll, Maher, & Brown, 1992;
Roll, & Montagno, 1983; Roll & Pratt, 1971; Roll, Sheehan, Persinger, & Glass, 1996; Roll, & Stump, 1969; Roll
& Tringale, 1983) han intentado probar –al menos en parte– una relación entre la disfunción psicológica y la
actividad poltergeist. En los ‗60, Roll comenzó a estudiar 116 casos ocurridos a lo largo de cuatro siglos en más
de cien países, y pudo identificar la repetición de lo que Roll acuñó ―psicokinesis espontánea recurrente‖
(PKER), que son efectos materiales espontáneos y explicables. También descubrió que el agente más
frecuente era un niño o adolescente cuya PK involuntaria constituía una manera de expresar su hostilidad sin
temor a ser castigado. La persona generalmente ignoraba que era la causa de los disturbios, pero secreta o
abiertamente se alegraba de ellos. Su hipótesis esta hoy dia actualmente tan divulgada que aparece incluso
mencionada en varios libros de texto de psicología, psicoanálisis asi como en numerosos documentales de TV.
En algunos casos, la psicoterapia hace desaparecer los fenómenos poltergeist.

FENOMENOLOGÍA DE LA ACTIVIDAD POLTERGEIST

De toda la casuistica anómala, quizá la actividad poltergeist haya cautivado a numerosas editoriales y
emisoras de TV quienes han producido literatura y documentales de variada calidad que, a nivel popular, ha
impresionado por estos relatos. El tema se ha prestado a menudo para interpretaciones sensacionalistas a
causa del testimonio de las personas victimizadas, su vinculación con leyendas folklóricas tradicionales locales,
y las terapias y/o intervenciones para su tratamiento e investigación. El fenómeno está tan ampliamente
divulgado y reportado en todas las épocas y culturas que se ha bautizado a estos sitios así afectados como
―casas embrujadas,‖ ―casas endemoniadas,‖ ―hechizadas,‖ ―moradas mal-assombradas‖ (en portugués) o
―infestadas‖ (haunting, en inglés) (Aguilar, 1995; Friderichs, 1980; Guimaraes Andrade, 1988; Jordán Peña,
1982; Machado & Zangari, 1995; Percia de Carvalho, 1992; Tinoco, 1978).

A fines de los años ‗70, Alan Gauld y A. D. Cornell (Gauld & Cornell, 1979) llevaron a cabo un análisis de
500 casos ocurridos en todas partes del mundo desde 1800. Estos investigadores identificaron 63
características generales; el 64% de los casos había consistido en movimientos de objetos pequeños; el 58%
fueron más intensos por la noche; en el 48% hubo objetos golpeados; el 36% consistía de movimiento de
objetos de gran tamaño; el 24% duró más de un año; en el 16% hubo comunicación entre el poltergeist y el
agente; en el 12% hubo abrir y cerrar de puertas y ventanas. Antes del siglo XIX, las manifestaciones de los
poltergeist eran atribuidas al diablo y otros demonios, así como en brujas y espíritus de los muertos. El análisis
de Gauld y Cornell mostraron que sólo un 9% de los casos eran atribuidos al diablo, el 7% a brujas y el 2% a
espíritus. La mayoría de los casos atribuidos a demonios ocurrieron en países no occidentales.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 126

El fenómeno ha sido analizado desde una perspectiva fenomenológica por el oficial de la policía
francesa Émile Tizané (1977), cuyo análisis se basa en centenares de casos entre 1925 a 1950. Entre las
características observadas por Tizané se observan caidas de piedras que a menudo rompen los cristales de las
ventanas o penetran por las aberturas, ruidos en las puertas, las paredes o los muebles; puertas, ventanas e
incluso armarios bien cerrados que se abren por sí solos; objetos que son insólitamente cambiados de sitio o
arrojados lejos (los objetos más frágiles no se rompen, aun cuando sufran una caída de bastantes metros,
mientras que otros, más sólidos, se destrozan por completo), en ocasiones los objetos desplazados no
presentan una trayectoria regular, se comportan como si alguien los transportara y a veces siguen los
contornos de los muebles. Algunos ejemplos demuestran la existencia de objetos que penetran en un espacio
cerrado, tienen cambios de temperatura (más calientes), u objetos que parecen adoptar una forma en el aire.

Un examen más detallado de la psicología de los individuos que ocuparon lugares centrales en algunos
casos de actividad poltergeist parece más rica que sus estudios físicos. Roll (1972) sostiene que en los casos
reportados antes de 1900, cerca del 80% de las personas epicentro eran mujeres, pero en este siglo la
distribución por sexos ha cambiado notablemente, y ambos sexos están igualmente afectados por la actividad
poltergeist. Roll estableció también que la edad promedio de esas personas era de 16 años.

En un reciente estudio llevado a cabo por nosotros (Gómez Montanelli & Parra, 2002) acerca de trece
experiencias psi y relacionadas con psi, encontramos que el 50.6% (N1= 432) de creyentes en lo paranormal
respecto a 23.2% de estudiantes de psicología (N2= 392) respondieron afirmativamente a la pregunta (P1): ¿Ha
observado usted anormalidades en el funcionamiento de aparatos eléctricos, computadoras u otro equipo que
le hayan parecido muy extrañas, y que hasta donde usted ha podido determinar, no fueron debido a causas
normales o naturales? Otra pregunta (P2): ¿Le ha sucedido a usted escuchar golpes y/o encontrar vidrios rotos
o astillados y/u objetos quemados, sin que hubiera una causa física aparente?, fue respondida en el 40%–
22.7%, respectivamente. Tomando como ejemplo a la muestra de estudiantes (N2), encontramos que al menos
una vez en su vida el 54,9% (P1 N2= 91) y el 32,5% (P2 N2= 89) respondió haber tenido la experiencia PKER, en
tanto que el 32,5% y el 67,4%, varias veces. Esto indicaría que las experiencias PKER son más frecuentes de
lo que se cree, aunque probablemente menos reportadas o menos identificadas como disfunciones del entorno
causada por ―psi.‖ No menos interesante es el grado de perturbación psicológica (conflictividad) para tales
experiencias. Siguiendo el mismo ejemplo, bajo la pregunta: ¿Han resultado estas experiencias de algún modo
traumáticas o conflictivas?, encontramos que el 60,4% (P1 N2= 91) y el 65,1% (P2 N2= 89) había resultado
perturbadora. Poco más de la mitad, para ambas preguntas, consideró que la PKER había resultado, en
términos de intensidad, menos perturbadora respecto a un número mucho menor de casos (aprox. 4), quienes
la habían considerado intensamente perturbadora.

Sin embargo, cuando comparamos a ambas muestras (N1 y N2), encontramos una diferencia significativa
para las dos preguntas respecto a la perturbación emocional de la experiencia de PKER y su intensidad (p
<.0001) que indica que la muestra de estudiantes reporta menos experiencias pero mayor perturbación
emocional respecto a la de creyentes, quienes reportan más experiencias pero menos perturbación. Estos
resultados muestran claramente que las experiencias de PKER tienden a ser más reportadas por los creyentes
en lo paranormal, quizá no sólo debido –probablemente– a sus convicciones espiritualistas respecto de las de
los estudiantes (N1= 432 vs. N2= 392, U de Mann Whitney p <.0001, a una cola), sino también a un mayor
grado de significación conceptual de la experiencia PKER en los creyentes que en los estudiantes, quienes
probablemente sienten más perturbación emocional por su falta de significación conceptual. Además, es
notable que esta tendencia se repite en otras experiencias psi y relacionadas con psi.

ACTIVIDAD POLTERGEIST: UNA INTERPRETACIÓN PSICODINÁMICA

No obstante la noción tradicional de que la tensión sexual y las frustraciones son las causas principales
que dan lugar a las manifestaciones poltergeist, esta idea ha sido plenamente explotada por la cinematografía
en films tales como El exorcista, El Ente, y Carrie. En cierto modo, era natural que los primeros investigadores
consideren que la pubertad, la tensión sexual y el fenómeno poltergeist estén de algún modo relacionados.
Muchos casos de poltergeists se centran en tomo a jóvenes púberes y en ocasiones, los efectos incluyen
ataques de claro significado sexual. De hecho, posteriormente, los casos de poltergeist han venido
extendiéndose hasta afectar casi en igual número a ambos sexos, circunstancia que disminuye la posibilidad
de que guarden relación con la sexualidad femenina frustrada.

En algunos casos, los niño/as afectados por el fenómeno fueron examinados por psiquiatras o
psicoanalistas que declararon que sufrían de algún mal (o varios) de naturaleza psíquica: histeria, depresión,
agresividad (en exceso o por defecto, en último caso conducente a la represión), o neurosis. Un problema
importante en relación con esos diagnósticos, es que el psiquiatra que reconoce al niño está predispuesto al
hallazgo de anormalidades funcionales. Por el contrario, si el psiquiatra ignora la razón por la que se lleva al
niño a la consulta, es posible que diagnostique neurosis, si bien es posible que el niño se haya vuelto neurótico
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 127

–en realidad– a causa de la persecución del poltergeist. El único modo posible de diagnosticar sería disponer
de un perfil de la personalidad del niño, trazado antes del comienzo de la actividad poltergeist. Existe una
prueba más firme que sugiere que actividad poltergeist no está relacionada con la frustración sexual o la
enfermedad mental, sino con el deseo de llamar la atención. En un estudio de jóvenes de ambos sexos,
menores de 18 años, entre los cuales algunos habían sido foco de actividad poltergeist, Roll encontró que no
menos del 62% estaba viviendo fuera de su hogar cuando comenzó. De los demás, un 17% sólo vivía, o se
hallaba presente en el hogar, uno de sus padres. Aunque estas cifras no son elevadas, no podemos establecer
la comparación con los niños normales. Caben pocas dudas de que la carencia de ambiente familiar o un hogar
inestable tiende a reforzar la idea de que los poltergeists puedan ser ―instrumentos‖ utilizados por el sujeto para
llamar la atención.

Sigmund Freud fue el primero en tomar contacto con la actividad poltergeist por su colega Carl G. Jung.
Eva Brabant (1994) sostiene que Freud y Ferenczi, un neurólogo húngaro que contribuyó a la construcción de
la teoría psicanalítica, mantuvieron correspondencia respecto de eventos de tipo poltergeist (en esta colección
son 483 de un total de 1236 cartas escritas durante 25 años). En una carta fechada en 1909, Ferenczi escribía
sobre la visita a una médium, ―Frau Seidler‖, que, él creia, le había leído los pensamientos a Freud. El
psiquiatra le respondió: ―Sólo ahora me recuperé del shock y no puedo dejar de confrontar con el asunto como
cualquier otro [...] Entretanto, mantengamos silencio sobre todo esto.‖

El psicoanalista Nandor Fodor, en su obra Freud, Jung, and Occultism (Fodor, 1971) menciona el interés
de Jung en los aspectos psicológicos de los fenómenos ocultos. En esta fase preliminar de su trabajo, Jung
concluyó que ―...el desarrollo mediúmnico representa un intento de desarrollar el carácter a través de una
nueva forma...‖ Fodor reveló que, en una conferencia de Jung, ―los fundamentos psicológicos de la creencia en
espíritus.‖ El 4 de Julio de 1919, Jung aplicó específicamente su teoría al fenómeno poltergeist desencadenado
en el transcurso de la sesión espírita por los médiuns. Sostenia que, en esa ocasión, ―los espíritus eran
complejos inconscientes y autónomos que aparecen como proyección.‖ A la pregunta sobre quién o qué
proyecta esa energía a fin de producir la actividad poltergeist, Jung respondió que el origen estaba en un
médium vivo, el cual sería la ―exteriorización de complejos inconscientes.‖ Sin embargo, después de una sesión
espírita de 1925, en la casa del Dr. Rudolph Bernouilly de Zurich, el investigador dudó de que el fenómeno
pudiese ser explicado como producto de la energía PK de un ser vivo. Jung fue testigo de una variedad de
fenómenos de tipo PK, así como la materialización de miembros humanos. Después de la sesión ya no se
mostraba tan seguro de sus primeras conclusiones y de que ―una aproximación exclusivamente psicológica no
podia hacer justicia al fenómeno en cuestión.‖ Jung extendió sus opiniones acerca del fenómeno Poltergeist,
sosteniendo la creencia de que todos poseen potencial para lograr efectos PK a partir de su propia energía.

Es preciso llevar a cabo más investigación y profundizar los estudios en este campo antes de extraer
conclusiones definitivas. Si se busca una explicación psicológica de la razón de los efectos poltergeists,
posiblemente deberíamos acercarnos al problema empezando por observar a qué conduce la necesidad de
atención en un medio carente de afectos. En el caso de los adolescentes, la necesidad de atención puede estar
reforzada por el período de la adolescencia, una época de crisis e incertidumbres. De todos modos, resulta
obvio, que esta especulación no puede brindar una explicación completa. Muchos niños buscan llamar la
atención, pero pocos de ellos generan a su alrededor actividad poltergeist.

EL CASO DE ANDRES VENIER

La familia está compuesta por el matrimonio de Oscar, de 50 años, y Mónica de 44. Ninguno de ellos
manifiesta haber tenido experiencias paranormales previas, tienen buen nivel cultural (Oscar es industrial y
Mónica es profesora de música en el conservatorio de arte) y no están involucrados en temas esotéricos,
creencias o supersticiones. Conviven con sus cuatro hijos, quienes concurren a la escuela secundaria.

Es una familia absolutamente normal, excepto por una sola cosa. La casa de la calle Guillermo Marconi
1821 casi no tiene un sólo vidrio sano, y algunos testimonios sorprenden. Toda la familia –incluso el comisario,
que se hizo presente en la casa, familiares y vecinos– lo atribuyen a cierto "poder" de Andres, de 18 años. Un
total de 16 policias, apostados en torno a la casa, a plena luz, no pudieron identificar quien arrojaba la piedras,
algunas de las cuales efectuaban trayectorias imposibles. Impactan en los vidrios con una puntería asombrosa.
Si la causa del fenómeno tuviera lugar por motivos fraudulentos (Andrés u otro en complicidad arroja las
piedras con la fuerza de su mano), esto respondería al efecto de tirador asombrosamente hábil para engañar,
durante los últimos cuatro meses, a los cinco miembros de su familia y vecinos en donde cualquier
manipulación sería fácil de detectar.

Por lo general, los fenómenos tienen lugar en la casa, nunca fuera de ella. Quizá el dato característico
de este caso es la rotura de vidrios de ventanas, de tres a cinco agujeros de hasta 12 cts. de diámetro en las
persianas de plástico, otros en cortinas de tela, y, más recientemente, un espejo. Todo comenzó la noche del
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 128

25 de febrero con una piedra que rompió un vidrio. La noche, del 26, su madre, Mónica Hernandorena, una de
las principales testigos, indicó que el suceso de piedras ―fue una especie de bombardeo‖ que se extendió por
seis horas, al otro día el suceso duró aproximadamente diez horas, y luego continuaron por intervalos
irregulares, pero con más intensidad. El tamaño de las piedras –típicas de la zona de las sierras cordobesas,
que se encuentran en el camino hacia la casa Venier– era más grande con el transcurrir de los días, algunas
de ellas del tamaño de un huevo de gallina. Su peso alcanzaba los 1,300 kilogramos. La actividad paranormal –
caracterizada específicamente por el desplazamiento de piedras a gran velocidad y con gran violencia– tuvo
dos períodos, uno entre el 26 y el 29 de febrero y el segundo entre el 1ro y el 3 de marzo. Los eventos luego
continuaron durante varios periodos, entre el 16-18 y 25-28 de Abril, 2 y 3, 12-18 de Mayo y continuó por
periodos má cortos (un dia o dos), incluso al momento de escribir el presente artículo. Uno de los
―desplazamientos‖, quizá el más singular, ocurrió en el baño de la casa, uno de los lugares donde –en el
momento de mi visita– fui sorprendido por la aparición de una de las piedras en el cuarto de baño. Alertados de
ésto, la familia y yo corrimos hacia allí y descubrimos que la piedra había aparecido inexplicablemente allí.

En su intento de buscar una explicación racional a estos fenómenos, Mónica sostiene que al principio,
ella y su familia pensaron que alguien lanzaba las piedras hasta que la policía y el comisario local, después de
tres días de observación, análisis e hipótesis, descartaron el hecho de que alguien las arrojara a causa de sus
raros ―trayectos‖ con que se desplazaban. Además de la falta de un ―autor‖ de estos eventos –cualquier
persona debería ser razonablemente visible– el comisario inspector zonal que intervino, más de una vez
alertado por las denuncias de los ―ataques‖ a la familia, fue incapaz de explicar el trayecto de una de las
piedras la cual, con inusitada violencia, destrozó el vidrio de una de las ventanas de la casa ante el oficial de
policía. A causa de ello, algunos vecinos, alertaron al cura local temiendo por la presencia de ‗espíritus‘. Pero
tres sacerdotes católicos que visitaron la casa, dijeron que no había absolutamente nada. Así lo manifestaron
dos psíquicos, de manera independiente, que también la visitaron, Daniel Enrici y Marcelo Berdini, quienes
indicaron haber sentido una ―poderosa fuerza energética.‖ Ni Mónica ni su familia atribuyen este fenómeno a
espíritus de los muertos, duendes ni otra entidad sobrenatural.

Sorprendentemente, ninguna piedra golpeó jamás a ningún miembro de la familia. Mónica relata el
comportamiento anómalo de una de las piedras: ―Estába con mi hijo Ezequiel, preparándole para un exámen,
sentados frente a la ventana del frente de la casa, cuando una piedra pasó entre los dos sin golpearnos y se
detuvo sobre la mesa, frente a nosotros, cuando debería haber resbalado en la superficie de la mesa o haber
ido más lejos, teniendo en cuenta la velocidad con que la piedra ingresó.‖ (Parra, 2004)

La actividad poltergeist, por lo general, comienza y termina de manera abrupta. Un episodio típico puede
durar de horas a varios meses, e incluso algunos se han prolongado durante varios años. En este caso, los
fenómenos se tornan más frecuentes e intensos cuando su hijo, Andrés, está despierto. En ocasiones, cuando
él está en la casa, han entrado piedras, casi siempre en su presencia. De lo contrario no ocurre nada. Esto
sugiere que Andrés sería el agente o ―epicentro‖ de actividad psicokinética (PK); aquel que parece servir como
foco o imán. Generalmente, las piedras se desplazan violentamente hacia ventanas y destruyen vidrios.
Sorprendentemente, de un número de veinte ataques con piedras a vidrios y al aparato de TV, en sólo dos
ocasiones las piedras ―equivocaron‖ su rumbo e impactaron sobre un mueble o la pared.

En este sentido, el brote de actividad PK (presumiblemente a causa de Andrés) ocurrió durante períodos
de mayor intensidad y disminuyeron. El primero de estos brotes ocurrió durante seis días continuos, luego
cuatro, y más tarde sólo dos roturas por semana. Durante un largo periodo (17 días) no hubo rotura alguna ni
se observó otro fenómeno, sin embargo coincidió con el período en el que Andrés recibió una importante dosis
de medicamentos e incluso internación por descompensación medicamentosa. Es notable observar los
agujeros producidos por el ingreso de las piedras (desde el patio hacia dentro de la casa). En un período no
mayor de un mes, una literal ―lluvia de piedras‖ destruyeron persianas, vidrios de puertas y ventanas, el vidrio
del auto de la familia, el vidrio del garage, y la ventana del living comedor.

Mónica manifiesta preocupación y desconcierto. El Martes 1ro. de Junio, Andrés había comenzado una
nueva medicación, a causa de la cual permaneció dormido durante la tarde. ―Durmió hasta las 15:30hs., se
levantó y almorzó en la cocina‖ –dice Mónica. ―Yo, por supuesto, ya había tomado la precaución de cerrar
todos los postigones y puertas. No había lugar posible por donde ingresara piedra alguna. Sin embargo,
estando Andrés parado al lado del refrigerador, junto a mi esposo, sentimos un ruido muy fuerte. Cuando
fuimos a ver, la pantalla del televisor estaba rota por una piedra, que quedó incrustada en el aparato de TV‖.
Mónica, de inmediato, revisó todas las ventanas y puertas por donde la piedra pudo haber ingresado. ―Sin
embargo me topé con que nada podía explicarme como aquella piedra pudo haber ingresado a la cocina‖ –
manifiesta sorprendida. ―Salimos de la casa, acompañada por Andrés. Cuando regresamos, misteriosamente,
otra piedra, que no podemos explicar por donde ingresó, rompió la cortina y un ventanal.‖ Mónica conservó la
pieza de cortina dañada. Aparece con un pequeño agujero, una huella del daño producido por el impacto de la
piedra. Oscar, por su parte, recuerda un caso aún más alarmante. ―Andrés y su perra estaban jugando en la
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 129

cocina, cuando repentinamente sentimos otro impacto sobre el televisor. La pantalla del aparato había quedado
enteramente destrozado.‖ Denise, la hija menor del matrimonio Venier, manifestó haber sentido una rara
sensación, como una brisa y una vívida sensación de ‗presión‘ sobre sus oídos, justo antes de oír el impacto
(ella estaba frente a Andrés), y luego otra piedra impactó fuertemente rompiendo la cortina, el vidrio y el
postigón de madera. La noche anterior, Verónica, su hermana mayor, fue testigo de un incidente. Una piedra
provino por detrás de ella (Andrés estaba visible), dejó un pequeño raspón en el mueble y el televisor, antes de
impactar violentamente en una ventana: ―Como si la piedra hubiera girado en una trayectoria inexplicable, para
impactar directamente en el vidrio‖ –sostiene Verónica. ―No lo puedo explicar.‖

Al día siguiente, su padre llevó a Andrés con su auto a Villa del Dique, una bonita zona al oeste de la
ciudad, para intentar disminuir la tensión familiar que les produjo. Mónica nos dijo que –aunque Andrés
continuó ansioso– los fenómenos en la casa habían dejado de ocurrir y al menos por un período, todo volvió a
la normalidad. A su regreso, veinte minutos después, otra piedra les dio la bienvenida.

En una ocasión, en presencia del parapsicólogo de la zona, ocurrió un episodio: Una piedra ingresó con
violencia desde fuera de la casa hasta impactar en un vidrio Andrés. En otra oportunidad, en presencia de
Marcelo, ocurrió un episodio en el baño. Una piedra produjo el desprendimiento del protector de policarbonato
del cuarto de baño. ―Una noche –relata Mónica– Andrés decía que ‗alguien‘ golpeaban la persiana de su
cuarto. Nosotros escuchamos los golpes. Aunque la persiana estaba cubierta y bien presionada por un colchón,
era imposible que Andrés fuera quien golpeara. Mónica y su hija Verónica escucharon un impacto. ―Mi esposo
revisó la casa y el patio –continua diciendo su madre– pero no encontramos nada extraño. Curiosamente, en
otras oportunidades escuchamos impactos, hemos visto marcas, pero no encontramos piedra alguna.

Mónica y Oscar han acudido en busca de ayuda a sacerdotes, videntes, consultas psiquiátricas y
consultas psicológicas. Hubo quienes se ofrecieron a ‗exorcizar‘ la casa, incluso asesorados por el Padre
Pugnata de Reducción de la ciudad de Río Cuarto, pero no encontraron solución alguna hasta el presente.
Mónica tuvo que poner a resguardo el ordenador por temor a que éste también termine bajo el impacto de
alguna piedra. Ella teme que la computadora sufra daños similares a los ocurridos en los ventanales. ―Lo más
increíble –sostiene Mónica– es que no dejo de pensar de dónde salen o entran las piedras, ya que no logramos
verlas. La casa estaba toda cerrada y dentro de la casa no hay piedras.‖

De hecho, hasta el momento de escribir el presente artículo, Mónica y Oscar –quienes agradecieron mi
presencia en su casa y ―hacer posible que otras personas nos escuchen… que nos sintiéramos más tranquilos
y contenidos… y que esta situación tan estresante termine o mejore‖– mantienen un permanente registro de
los eventos que aún no han cesado. Ambos continúan reportando a mi correo electrónico toda anomalía de la
que son testigos. El pasado domingo 20 de junio, Mónica escribió que una piedra rompió el espejo del baño,
otra rompió un vidrio de la puerta de la cocina (la casa estaba a puertas cerradas). Oscar agrega que pocos
días después de mi visita, Andrés comenzó nuevamente a comportarse inapropiadamente, se mostraba muy
alterado. Aunque trataron de seguir mis consejos y los del psiquiatra, Andrés continuaba molestando e
insultándolos con actitudes hostiles y agresivas. Esta situación produjo un gran estrés. Luego Andrés se calmó
y encontró algunas actividades para distraerse.

El informe psicológico de Andrés indica que el joven manifiesta agresiones verbales hacia familiares y
extraños, conductas impulsivas y antisociales, lo que dificulta su convivencia familiar y social. Andrés fue
sometido también a una serie de exámenes neuropsicológicos, incluidos el tests WSC, Trail-Making Test, y la
prueba del efecto Stroop. En mi propia visita, yo mismo administré los tests proyectivos de dibujos HTP y
Familia Kinética, que indicaron una incipiente inestabilidad emocional, irritabilidad, impulsividad, sentimientos
de inadecuación a su entorno, e inmadurez emocional. Su padre refiere que no consigue respetar límites, no
respeta a personas mayores, y no acepta que lo atiendan, contengan u orienten. Desde niño Andrés era
hiperkinético y presentaba algunas dificultades escolares, al punto que fue diagnosticado con Trastorno de
Déficit Atencional. El exámen neuropsicológico concluye que Andrés tiene todos los indicadores de un trastorno
neurológico, posiblemente un severo déficit del funcionamiento del lóbulo frontal. En efecto, una diagnóstico
neurológico indica que Andrés padece una epilepsia refractaria fotosensible, y tiene convulsiones desde los 12
años, los principales síntomas de Andrés son lapsus o ausencias irregulares desde los 9, donde pierde
levemente la consciencia, pero actualmente se encuentra medicado con antiepilépticos y anticonvulsivantes. A
causa de ello, Andrés ha venido recibiendo tratamientos psicomotrices, psicopedagógicos, psicológicos,
neurológicos y psiquiátricos. Una de sus psicopedagogas que evaluó su caso, consideró que Andrés podía
asistir normalmente a la escuela (con ciertos ajustes curriculares). Su madre también agrega que el jóven sufrió
muchas restricciones respecto a tareas de recreamiento, tales como andar en bicicleta, salir de noche, nadar,
manejar una moto, o el auto, y otras actividades, ya debe hacerlo acompañado.

CONCLUSIONES
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 130

Según el psicólogo australiano Harvey Irwin, cerca de 70% de los casos de ―epicentro‖ de actividad
poltergeist son jóvenes menores de 20 años. En los años treinta, el psicoanalista Nandor Fodor elaboró la
teoría de que algunos disturbios de tipo poltergeist no eran causados por espíritus, sino por agentes humanos
que padecían intensa ira reprimida, hostilidad o represión sexual. Fodor presentó el famoso caso de una mujer
cuyas represiones provocaban un brote de actividad PK, en Thornton Heath, ocurrido en Inglaterra en 1938.

Roll, autor del reciente libro Unleashed: Of poltergeist and murder. The curious story of Tina Resch (Roll,
2004), basado en el famoso caso de la actividad PK de la adolescente Tina Resch, en 1984, ha propuesto que
la PKER es debido a la energía electromagnética del agente que convierte la energía kinética de los objetos.
También ha especulado que estos procesos pueden involucrar la suspensión del campo gravitacional en torno
al agente. ―Recién ahora estamos comprendiendo el medio electromagnético que llena el espacio e interactúa
con la gravedad y la inercia‖ –expresa Roll en un artículo publicado en un reciente número monográfico de la
Revista Argentina de Psicología Paranormal dedicado al fenómeno poltergeist. Roll basa su especulación
teórica en torno a la PK espontánea en el modelo del físico Harold Puthoff, quien sostiene que el espacio vacío
no está en realidad ―vacío‖ sino que se llena con energía de punto cero (EPC) que permanece activa en cero
absoluto cuando todos los efectos térmicos se congelan. Según Roll, Puthoff está desarrollando una tecnología
que permita usar la EPC como una fuente de energía renovable y no-contaminante para los viajes espaciales.
―Para nuestro propósito –sostiene Roll, quien ha mantenido una correspondencia privada con Puthoff– su
propuesta más interesante es que la EPC podría ser un mecanismo para la PK espontánea a través de la
interacción de la EPC con la gravitación y la inercia.

Para Roll la inercia, esto es, la resistencia de un objeto a la aceleración, es un fenómeno conocido pero
que carece de explicación científica. Puthoff considera que la inercia es producto de la EPC, y nos proporciona
un ejemplo de inercia: ―Suponga que usted está parado dentro de un tren‖ –plantea Puthoff. ―Si el tren deja la
plataforma de un tirón, usted puede caerse al piso. ¿Cuál es la fuerza que no parece venir de ninguna parte,
que lo golpea para hacerlo caer?‖ Puthoff explica que el fenómeno resulta de la aceleración relativa de las
estrellas fijas. En el ejemplo del tren, el puñetazo fue dado por la presión de la EPC que llena el espacio entre
nosotros y las estrellas. La masa de inercia de un objeto en la tierra resultaría de la masa y la posición de toda
la materia en el Universo. Se lo conoce como ―El principio de Mach‖ propuesto por el filósofo austríaco Ernest
Mach. Esta teoría surge de la física cuántica que sostiene que el vacio es un lugar activo. ―Si las intenciones
conscientes o inconscientes de una persona, como las de un agente poltergeist, pueden interactuar con la
EPC, esto significa que el vacío tiene un componente inconsciente‖ –confiesa Puthoff. Nos preguntamos ¿cuál
puede ser la relación entre la EPC y los efectos PKER presumiblemente producidos por Andrés?

Primero, el principal problema para los investigadores de la psicokinesis espontánea ha sido identificar la
energía que provoca el movimiento de los objetos. Esta energía afecta a los objetos que están asociados con
aquellos individuos con quienes el agente tiene una tensa relación interpersonal. Segundo, quizá Andrés quiere
comunicar un mensaje, o llamar la atención, como un alerta frente a un entorno sobre cual no consigue
adaptarse. Esta desadaptación se proyecta de manera similar al mecanismo psicológico de ―desplazamiento de
la agresión,‖ pero no a nivel psicológico, sino parapsicológico. Esta ruptura de la hostilidad reprimida toma
entonces la forma de energía psicokinética, que obra sobre las frustraciones del Andrés, sin que él se de
cuenta de ello, en forma no-consciente. El brote de psicokinesis alivia las intensas frustraciones y tensiones
que, indudablemente, podrían causar daño a las personas involucradas, a menos que éstas tensiones se
puedan elaborar psicológicamente de algún otro modo. Los fenómenos poltergeists bien podrían ser, en parte,
―terapéuticos‖, lo cual explica porqué tales brotes tienen corta vida.

Como ha ocurrido en otros casos, los brotes de poltergeist se comprenden mejor en analogía con los
mecanismos de proyección en psicología. Entonces, los sentimientos de hostilidad reprimidos hacia los padres,
figuras vinculadas emocionalmente, también representan el caldo de cultivo para una psicopatología. En el
caso de Andrés es evidente que la actividad poltergeist constituye tanto un problema psicopatológico e
interpersonal como parapsicológico.

REFERENCIAS

AGUILAR, F. R. (1995). Las casas que se incendian solas: Psicopirosis en Panamá. Panamá: Editorial
Universitaria.
AUERBACH, L. (1986). ESP, hauntings and poltergeists: A parapsychologist‘s handbook. New York, NY:
Warner Books.
BOZZANO, E. (1925). Los fenómenos de encantamiento. Barcelona: Bauza.
BRABANT, E. (1994). The correspondence of Sigmund Freud and Sandor Ferenczi, Vol.1, 1908-1914.
Cambridge, MA: Harvard University Press.
CARRINGTON, H. & FODOR, N. (1951). Haunted people: Story of the Poltergeist down the centuries. New
York, NY: Dutton.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 131

CASSIRER, M. (2001). The hidden powers of nature: Hauntings, poltergeist, mediums seances. Pulborough:
D.J.Ellis Publishers.
FLAMMARION, C. (1952). Las casas de duendes. Buenos Aires: Schapire.
FODOR, N. (1971). Freud, Jung and Occultism. New York, NY: University Books.
FRIDERICHS, E. (1980). Casas mal-assombradas: Fenomenos de telergia. São Paulo, SP: Loyola.
GAULD, A. & CORNELL, A.D. (1979). Poltergeist. London, UK: Routledge & Kegan Paul.
GÓMEZ MONTANELLI, D. & PARRA, A. (2002). Experiencias psi-conflictivas: Una encuesta con implicaciones
en parapsicología clínica. Revista Argentina de Psicología Paranormal, 13, 7-47.
GUIMARAES ANDRADE, H. (1988). Poltergeist: Algunas de suas ocurrencias no Brasil. São Paulo, SP:
Pensamento.
HOURAN, J. & LANGE, R. (Eds.) (2001). Hauntings and Poltergeist: Multidísciplinary perspectives. Jefferson,
NC: Mc.Farland.
JORDAN PEÑA, J.L. (1982). Casas encantadas: Poltergeist. Barcelona: Noguer.
MACHADO, F.R. & ZANGARI, W. (1995). Conversando sobre casas mal-assombradas: O fenomeno
poltergeist, Sao Paulo, SP: Edicoes Paulinas.
NICHOLS, A. & ROLL, W.G. (2000). Psychological and electromagnetic aspects of haunts. The
Parapsychological Association 43rd Annual Convention. Proceedings of Presented Papers, August 17-20, 364-
378.
OWEN, A. R. G. (1964). Can we explain the poltergeist? New York, NY: Garrett Publications.
PARRA, A. (2004). PK occurrences, epilepsy and repressed aggression: Analysis of Andrés Venier case.
Paranormal Review, Nr. 32, pp. 23-27.
PERCIA DE CARVALHO, A. (1992). Las casas embrujadas: Poltergeist. Valencia: Tetragrama.
ROGO, D.S. (1979). The poltergeist experiences: Investigations into ghostly phenomena. New York, NY:
Penguin Books.
ROGO, D.S. (1986). On the track of the poltergeist. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall.
ROLL, W.G. (1964). The psi field. Proceedings of the Parapsychological Association, 1, 32-64.
ROLL, W.G. (1972). Poltergeist. New York, NY: New American Library.
ROLL, W.G. (1968). Some physical and psychological aspects of a series of poltergeist phenomena. Journal of
the American Society for Psychical Research, 62, 263-308.
ROLL, W.G. (1970). Poltergeist phenomena and interpersonal relations. Journal of the American Society for
Psychical Research, 64, 66-99.
ROLL, W.G. (1972). The poltergeist. New York: Nelson Doubleday.
ROLL, W.G. (1977). Poltergeists. En B.B. Wolman (Ed.), Handbook of parapsychology (pp. 382-413). New
York, NY: Van Nostrand Reinhold.
ROLL, W.G. (1993). The question of RSPK vs. fraud in the case of Tina Resch. En C.R.Roe (Ed.), Proceedings
of Presented Papers, The Parapsychological Association 36th Annual Convention, 456-482.
ROLL, W.G. (2004). Unleashed: Of poltergeist and murder. The curious story of Tina Resch. Paraview
Publishers
ROLL, W.G., BURDICK & JOINES, W.T. (1973). Radial and tangential forces in the Miami poltergeist. Journal
of the American Society for Psychical Research, 67, 267-281.
ROLL, W.G., BURDICK & JOINES, W.T. (1974). The rotating beam theory and the Olive Hill poltergeist. En
W.G. Roll, R.L. Morris & J. Morris (Eds.), Research in parapsychology 1973 (pp. 64-67). Metuchen, NJ:
Scarecrow.
ROLL, W.G. & GEARHART, L. (1974). Geomagnetic perturbations and RSPK. En W.G. Roll, R.L. Morris & J.
Morris (Eds.), Research in parapsychology 1973 (pp. 44-46). Metuchen, N.J.: Scarecrow.
ROLL, W.G. & JOINES, W.T. (2001). RSPK and consciousness. Paper presented at the Proceedings of the PA
th
of the 44 Annual Convention, pp. 267-384.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 132

ROLL, W.G., MAHER, M., & BROWN, B. (1992). An investigation of reported haunting occurrences in a
Japanese restaurant in Georgia. En W.Williams Cook (Ed.), Research in Parapsychology 1992 (pp. 56-62).
Lanham, MD: The Scarecrow Press.
ROLL, W.G. & MONTAGNO, E. (1983). Similarities between RSPK and psychomotor epilepsy. En W.G. Roll, J.
Beloff & R.A. White (Eds.), Research in parapsychology 1982 (pp. 270-271). Metuchen, N.J.: Scarecrow.
ROLL, W.G. & PRATT, J.G. (1971). The Miami disturbances. Journal of the American Society for Psychical
Research, 65, 409-454.
ROLL, W.G., SHEEHAN, L.C., PERSINGER, M.A., & GLASS, A.Y. (1996). The haunting of White Ranch. The
Parapsychological Association 39th Annual Convention, p. 294.
ROLL, W.G. & STUMP, J. (1969). The Olive Hill poltergeist. Proceedings of the Parapsychological Association,
6, 57-58.
ROLL, W.G. & TRINGALE, S. (1983). A haunting-type RSPK case in New England. En W.G. Roll, J. Beloff &
R.A. White (Eds.), Research in parapsychology 1982 (pp. 132-136). Metuchen, NJ: Scarecrow.
SPENCER, J. & SPENCER, A. (1997). The poltergeist phenomenon: An investigation into psychic disturbance.
London, UK: Headline Book.

STANDER, P. & SCHMOLLING, P. (1996). Poltergeist & the paranormal: Fact beyond fiction. St. Paul, MN:
Lleweling Publications.
THURSTON, H. (1953). Ghost and poltergeist. London, UK: Burns Oates.
TINOCO, C.A. (1978). Fenomenos de psicocinecia espontánea. Manaus: Edicion del autor.
TIZANE, E. (1977). Le mystere des maisons hanteés. Paris: Tchou.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 133

LECTURE - PALESTRA

BRAIN ACTIVITY WHILE GUESSING


- RESEARCH BY FUNCTIONAL NEAR-INFRARED SPECTROSCOPY (FNIRS) -

A Atividade Cerebral Durante a Adivinhação


– Pesquisa por Espectroscopia Próxima do Infravermelho Funcional
(fNIRS) –

Hideyuki Kokubo and Mikio Yamamoto


Institute for Living Body Measurements, International Research Institute
(Chiba, Japan)
Center for the Environmental Study of Life and Mind, Faculty of Science,
Toho University (Funabashi, Japan)

Abstract
There are several useful methods to examine brain functions from outside of the body. One of them is fNIRS
(functional near-infrared spectroscopy) which can be used to measure only the cerebral cortex near the scalp
(depth: 2-3 cm). fNIRS is non-stressful the same as EEG measurements, so it is a suitable method for
sensitive subjects. The present paper deals with 3 topics using fNIRS. First, brain blood flow was measured
while guessing a hidden figure in a forced-choice test. Spontaneous blood flow change often occurred at the
temporal lobe, and awareness was slightly more activated at that time. Second, the cognitive process for
human facial expressions was researched. It is said that Japanese are expressionless or vague compared
with people of other cultures. Subjects tried to distinguish emotions of vague faces made by a Japanese
actress. The task was relatively easy for Japanese while it was difficult for Chinese. Third, brain blood flow of
various experts was measured while they were guessing for the invalid parts of the inside of human body or
for a small thing hidden in a dark box. Brain activities of star psychics during clairvoyance were not similar to
activities of other subjects. The characteristic activated area of star psychics was the prefrontal area although
the guessing task required formulating visual images and many subjects showed activation of the right
temporal lobe.

Keywords: brain, functional near-infrared spectroscopy (fNIRS), spontaneous blood flow change,
instantaneous highly activated state of awareness, temporal lobe, prefrontal, guess, clairvoyance, facial
recognition, expression, Japanese face
Resumo
Há vários métodos úteis para examinar as funções cerebrais de fora do corpo. Um deles é o fNIRS
(espectroscopia funcional próxima ao infravermelho) que pode ser usado para medir só o córtex cerebral
perto do escalpe (profundidade: 2-3 cm). fNIRS é não-estressante tanto quanto as medidas de EEG, então é
um método conveniente para pessoas sensíveis. O presente artigo lida com 3 temas usando fNIRS. Primeiro,
fluxo de sangue cerebral foi medido enquanto se adivinhava uma figura escondida em testes de escolha-
forçada. Primeiro, o fluxo de sangue de cérebro foi medido enquanto se adivinhava uma figura escondida
num teste de escolha forçada. Freqüentemente ocorreram mudanças espontâneas de fluxo de sangue no
lóbulo temporal, e a consciência ficou levemente mais ativa nessa ocasião. Segundo, o processo cognitivo
para expressões faciais humanas foi pesquisado. É dito que os japoneses não têm expressão facial ou a têm
de forma vaga se comparados com as pessoas de outras culturas. Os sujeitos tentaram distinguir as
emoções das expressões faciais feitas por uma atriz japonesa. A tarefa era relativamente fácil para os
japoneses enquanto era difícil para os chineses. Terceiro, o fluxo de sangue cerebral de vários peritos foi
medido enquanto adivinhavam partes inválidas do interior do corpo humano ou alguma coisa pequena
escondida numa caixa escura. As atividades cerebrais de psíquicos reconhecidos na mídia durante a
clarividência não eram semelhantes às atividades de outros indivíduos. A área característica ativada de
psíquicos da mídia foi a área pré-frontal embora o que tarefa de adivinhação requerisse fosse a formulação
de imagens visuais e muitos sujeitos mostraram ativação do lóbulo temporal direito.

Palavras-chave : cérebro, espectroscopia funcional próxima ao infravermelho (fNIRS), mudança espontânea


de fluxo de sangue, instantâneo estado altamente ativado de consciência, lóbulo temporal, pré-frontal,
adivinhação, clarividência, reconhecimento facial, expressão, rosto japonês.

1. INTRODUCTION

Guessing……the authors have long had an interest in guessing especially among various mental
activities. Guessing is considered an important activity which has a close connection with psi, especially,
clairvoyance. The details of the physiological mechanism relating to psi need to be elucidated if researchers are
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 134

to know which areas of the human brain are activated during guessing. For example, it has been reported that
the prefrontal area of the human brain is activated during guessing (Elliott, et al, 1999). This finding is very
interesting because the prefrontal area is located at the position of the so-called "third eye". This report was
done by fMRI (functional magnetic resonance imaging). The authors with Morihiro Sugishita (University of
Tokyo) have also measured brain activities by fMRI during clairvoyance by a star psychic (W004, female, 32 y)
in 1999, and obtained a similar result (unpublished). However, unfortunately, the authors had to abandon
additional work because the subject declined to participate in further fMRI studies.
There are several useful methods to examine brain functions from outside of the body, not only fMRI; for
example, EEGs (electroencephalograms), MEGs (magneto-encephalograms), PET (positron emission
tomography) and fNIRS (functional near-infrared spectroscopy) can all be used. fNIRS is the newest non-
invasive imaging method which has been developed in Japan. fNIRS can be used to measure the cerebral
cortex near the scalp (depth: 2-3 cm) and its spatial resolution is 2-3 cm, although its time resolution is 100ms.
fNIRS is quiet and subjects find it to be non-stressful the same as EEG measurements. Therefore fNIRS is a
suitable method for sensitive subjects such as in the present study.

2. MEASUREMENT OF BRAIN ACTIVITY BY FNIRS

fNIRS shows brain activities as the flow-changes of oxygenated hemoglobin (oxy-Hb) and deoxygenated
hemoglobin (deoxy-Hb) in blood.
When near-infrared light (wavelength: 700-3000nm) is irradiated onto body parts such as the skin and
skull, the Lambert-Beer Law describes the relation between the amount of reduction of the light before and after
a permeation and the material concentration in the light path (Fig. 1).

log (Iin / Iout) = εcl (Eq. 1)

Iin: intensity of incident light Iout: intensity of permeated light


log (Iin/Iout): absorbance ε: molar absorbance coefficient
c: material concentration l: path length of light

Since oxygenated hemoglobin (oxy-Hb) and Fig. 1 fNIRS


deoxygenated hemoglobin (deoxy-Hb) have a characteristic
absorption in the near-infrared field, the light incident to the
cerebral cortex at about a 20mm depth from the scalp will be absorbed/dispersed by hemoglobin and
transferred/attenuated. If permeated light is detected in another position farther away than 30mm, the
hemoglobin concentration of the cerebral cortex can be measured.
Then, the reflection and dispersion of the body part (tissue) are considered, and the relationship between
the oxy-Hb/deoxy-Hb concentration change and permeated light intensity is approximated from Eq. 1 as Eq. 2
by using the wavelength λ .

log (Iin(λ) / Iout(λ)) = εoxy(λ) coxy l + εdeoxy(λ) cdeoxy l + a(λ) + s(λ) (Eq. 2)

From this formula, if a(λ) is ignored, and two or more wavelengths of light are used by assuming that the
dispersion s(λ) does not change with wavelength, oxy-Hb and deoxy-Hb can be obtained by solving two or more
simultaneous equations. The total hemoglobin (total-Hb) concentration change is considered to correspond to
blood volume which is changed by brain activity.
In usual measurements, brain blood flow always fluctuates and has a trend. Fluctuation is smoothed by
averaging, and the trend is corrected by a mathematical model.
The topography of brain blood flow is obtained by multiple channel NIRS (fNIRS). Several companies
have developed multiple channel NIRS in Japan; for example Hitachi Medical and Shimadzu. The authors used
a Hitachi system in their early studies. But recently the authors' group has used OMM-3000 (Shimadzu) which
uses 3 near-infrared lasers (wavelengths: 780, 805 and 830nm) (Chen, et al, 2003). There are a maximum of
16 emitting and receiving probes and probe combinations are variable. Moreover, it has the advantage that the
subject's burden during experiments is less since the diameter of the optical fiber is large.

3. INSTANTANEOUS HIGHLY ACTIVATED STATE OF AWARENESS

-- Spontaneous Blood Flow Change at Temporal Lobes in Forced-Choice Guessing Test --


rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 135

At first, the authors' interest was focused on the temporal lobes in the study for brain activities while
guessing under a clairvoyant condition. The aim was to research brain blood flow change in clairvoyant
experiments when the temporal lobe was stimulated by very weak magnetic fields. This idea was based on
work by Persinger & Makarec (1987) that the ability of precognition was improved remarkably while the
temporal lobe was stimulated by very weak magnetic fields. The first experiment was preliminary, but the
authors obtained interesting results. Fig.2 (all the color figures are in the special sheets) shows an example of
measured brain blood flow at the right temporal lobe in a guessing test with a clairvoyant condition (Yoichi, et al,
2002). The target was Zenar cards.
In the 3rd guessing trial in Fig. 2, oxy-Hb increased to 0.82 [m mol x mm] 25s after the start of the trial,
then it decreased to 0.00 [m mol x mm] 66s after the start. The minimum deoxy-Hb was 19s later than the
maximum oxy-Hb peak. This phenomenon was also observed simultaneously at the left temporal lobe. The
subject said that he got a clear visual image of the figure of the hidden target in the 3rd trial. In the 1st and 2nd
trials, there were no specific changes of oxy-Hb and deoxy-Hb. Moreover, the subject said that he could not
concentrate his mind during the 1st and 2nd trials.
Although this was a preliminary study by a few subjects and only small numbers of data were
collected, the results suggested that the phenomenon was related to the degree of impression formulation of
figures during guessing and also to correct responses.
The authors attempted to study the details of this phenomenon, collaborating with Tsuneo Watanabe
(Toho University) (Kokubo, et al, 2005b) and Kimiko Kawano (Nippon Medical School) (Kokubo, et al, 2005c).
Subjects were 14 healthy adult volunteers (8 males, 6 females): average age was 44.8 years. The experiment
was a 5-forced-choice experiment and the targets were geometric figures (Zenar symbols) and photos of fruits.
One trial consisted of a 3-minute guessing task period and a 3-minute rest period, and 1 run consisted of 3
trials. After the task, subjects chose one from five figures, and evaluated the degree of their image formulation.
The degree of impression formulation was evaluated as 1; "not obvious", 2; "partial" or 3; "obvious" by subjects.
During the guessing task, each subject concentrated on merely guessing what the hidden figure was that was
displayed on the covered CRT. Data from 69 trials (23 runs) could be analyzed in most cases. Spontaneous
blood flow changes of the temporal lobe were observed in 10 out of 65 trials; 4 trials were excluded because it
was not easy to recognize the change due to the subjects' heads moving too much during the task. Fig. 3
shows an example of spontaneous blood flow change during the guessing task. Although the amount of change
had large variation depending on the measurement sites and the subjects, oxy-Hb reached a peak in 20-30s.
The height of a peak was an average of 0.6 [m mol x mm], but 1.7 [m mol x mm] might be reached at the
maximum. Change of deoxy-Hb was 10s behind that for oxy-Hb. The average minimum value was -0.19 [m mol
x mm], but the largest value of the change reached -0.6 [m mol x mm]. This phenomenon disappeared after
60s-80s.
There was a significant tendency that the degree of impression formulation was high when the change
occurred (p<0.001, one-tail) (Table 1). However, correct hits were 10 trials among 69 trials and this was not
significant. Also there was no significant relation between the spontaneous blood flow change and the correct
hits.

Table 1 Evaluation of Impression Formulation


and Spontaneous Blood Flow Change during Task
Change
Evaluation Sum
Yes No
3 7 2 9
1 or 2 3 53 56
Sum 10 55 65
(Kokubo, et al, 2005b)

In the present study (Kokubo et al, 2005b, 2005c), the authors confirmed that there are two states, at
least, of brain blood flow of the temporal lobe during the guessing task for hidden figures. In one of the states,
the blood flow is relatively stable, and in the other, the blood flow changes spontaneously at the temporal lobe.
The latter has a momentary decrease of deoxy-Hb. This decrease is caused by deoxy-hemoglobin in capillaries
running out due to the rapid increase of blood flow in the large veins (Yamamoto & Kato, 2002). The frequency
of the spontaneous blood flow changes was approximately once in 7 to 8 times, and the change was related to
clearness of image formulation of the target figures. The change was not caused by subjects' mental work
during rest; the subjects gave as the names of figures and they intentionally visualized as figure images (Yoichi,
et al, 2002).
Spontaneous blood flow change is not considered as a rare phenomenon. For example, spontaneous
blood flow changes were observed approximately once in 5 to 6 times when subjects made their responses
using a switch box. It is supposed that the subjects saw sample figures clearly on the box at that time. Fig. 4
(U002, male, 40 y) shows an example of spontaneous blood flow change at the frontal area during a Kraepelin
test on the condition that 1 trial was 60s. The Kraepelin test is a kind of performance test in which subjects do
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 136

continuous addition of single numbers. In this example, the subject said that he could concentrate very much on
the task at that time.
The change of subjects' awareness (consciousness) is very slight during spontaneous blood flow change
at the temporal lobe and frontal area. However, the subjects can recognize the change of awareness easily if
they make a little effort. The authors call such activated state of awareness as the instantaneous highly
activated state of awareness (Fig. 5).
4. FACIAL RECOGNITION OF EXPRESSION

The authors have studied cultural differences of cognition for human facial expressions, collaborating
with Miyako Tazaki (Tokyo University of Science). It is often said that Japanese are expressionless or vague
compared with people of other cultures. Japanese have a tendency to be moderate in their expressions (one of
the reasons may be that they are scolded as "That’s bad manners!" or "Be serious!" if they overdo expressions
of their emotions in public). Therefore it is difficult for people of other cultures to recognize Japanese emotions
through their faces.
Stimuli of this study were photos of a young Japanese woman's face; the woman had been trained as an
actress. Six emotions were decided as basic emotions in this study; laughter, surprise, fear, anger, dislike and
scorn. The set of stimuli had many vague faces, therefore it was difficult for people of other cultures to
distinguish the emotions (it was difficult to distinguish them completely even for Japanese subjects).
Fig. 6 shows a topograph of brain blood flow of a Japanese subject (Y002, male, 60 y) during the tasks,
and Fig. 7 shows a topograph of a Chinese subject (T005, female). These figures show only difference from
blood flow at the start of the task. In Fig. 6, the degrees of the change of blood flow were small relatively. It was
considered that the tasks of this study were easy for Y002. While in Fig. 7, blood flow increased at the right
temporal gyri. This area relates to mental actions to recognize human faces. It was considered that the tasks to
distinguish emotions from Japanese faces was very difficult for T005 (a Chinese), therefore her brain blood flow
increased there.
Although the study is on going, various interesting phenomena have already been seen. For example,
Fig. 8 shows a topograph of brain blood flow of a Chinese (A003, female) when she did not answer because of
misunderstanding the experimental instructions (which were given to her in the Japanese language). The
authors do not know what she did in her mind at that time. But the distribution of her brain blood flow suggests
that she formulated visual images of the displayed faces. Even under similar conditions, the area related to
distinguishing faces was not activated possibly if the subject did not make answers intentionally. The authors
recognized the importance of instructions again.
Fig. 9 is an example showing that the frontal area, especially the prefrontal area, was activated during
the tasks (O001, Chinese, male). The human brain is very flexible. If an area of the brain is damaged and
function is stopped, other areas often work as alternative circuits of the function. Fig.9 is considered as such a
case. Here, the alternative circuit was located at the prefrontal area which has important functions of guessing.
It seemed that he guessed emotions. If someone is instructed as "Please guess emotions from photos of
faces", will that person's brain show a similar pattern?
Moreover, the spontaneous blood flow change was observed during this task. The authors also want to
know relationship between this change and the photos.

5. EXPERTS AND STAR PSYCHIC - FREE-RESPONSE GUESSING TEST

The experiments of guessing in the previous sections were done by a forced-choice test. In this section,
the authors deal with their most recent study of free-response by various experts (Kokubo, et al, 2006).
Subjects were 11 healthy volunteers (5 males, 6 females): average age was 39.7 (SD=12.1) years. They
were an ordinary person, an expert of abacus and mental arithmetic (who had ability of the 10th rank which is
the highest rank), a pro-boxer, a remote viewer, 5 healers (including 1 qigong healer) and 2 star psychics. In the
forced-choice test, 1 trial was 3 minutes and the targets were geometric figures (Zenar symbols). In the free-
response test, 1 trial was from 3 to 30 minutes and the target was the invalid parts of the inside of human body
or a small thing hidden in a dark box. The target in the dark box was monitored by a magneto-meter and 3 video
cameras including a weak photon camera which had an image intensifier.
In this study, subjects were instructed that they should try to simulate clairvoyance in the same way
that psychics are considered to do it. However, if subjects had their own methods such as systematic remote
viewing, they were permitted to use their own methods.
Figs. 10-12 show topographs of a master of qigong healing, the expert of mental arithmetic and pro
boxer during the clairvoyant task for human body. In each case, formulation of visual images was active
because the right temporal lobe was activated.
Figs. 13 and 14 show topographs of star psychics. Fig. 13 is during a clairvoyant task for human body by
a Russian psychic (T004, female, 14 y). Fig. 14 is during a clairvoyant task for a thing hidden in a dark box by a
Chinese psychic (W003, female, 37 y). The common activated area was the prefrontal area, and it was also the
same with another star psychic (Chinese, W004, female, 32 y) who was measured by fMRI (forced-choice,
Zenar cards, 1 trial was 15s). T004 claimed that she guessed abnormal points through comparing visual images
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 137

of internal organs of the target person with pictures of normal internal organs in her memory (she had already
learned them from medical books). Her mental work of comparing was considered to activate non-prefrontal
areas. Subject W003 showed her brain was activated in the left hemisphere. The reason was considered that
she sometimes did the task by talking about her impression.
The tasks of this study require subjects to formulate visual images. The brain of many subjects was
much activated at the right temporal lobe, not the prefrontal area. But in the case of star psychics, their
characteristic activation point was the frontal area, especially the prefrontal area. Formulation of visual images
may not be important for "guessing" by star psychics. From fNIRS data, which are only from the cerebral cortex
near the scalp, the mental action of "clairvoyance" by star psychics is similar to "thinking" even if the task is
formulation of visual images.
The authors prepared the instructions based on talking to psychics and training techniques which were
developed in China in the 1980's (Kokubo & Yamamoto, 1999; Kokubo, et al, 2005a). The important point of the
instructions is "Be devoted only to guessing a target during execution." The instructions need further
consideration.

ACKNOWLEDGEMENTS

The authors express their sincere thanks to the subjects (Miss Yana Troinich, Mrs. Qiang Wang, Mrs.
Ping Wang et al) and collaborators.
This paper was partly supported by the Bial Fellowship Programme (Portugal): "Spontaneous change of
brain blood flow during guessing - Research with near-infrared spectroscopy -" (Project Leader: Mikio
Yamamoto).
Also, this paper was partly supported by Grant-in-Aid for Scientific Research (Japan): "Facial recognition
differences between the people with non-dialectic and with dialectic expression" (Head Investigator: Miyako
Tazaki).

REFERENCES

Chen W, Zhang T, Wang F, Kokubo H and Yamamoto M (2003) Change of hemoglobin concentration of
cerebral cortex and respiration frequency during qi-emission task. J Intl Soc Life Info Sci, 21(2), 473-492.
Elliott R, Rees G and Dolan RJ (1999) Ventromedial prefrontal cortex mediates guessing. Neuro-psychologia,
37(4), 403-11.
Kokubo H and Yamamoto M (1999) Yunnan's procedure of screening test for anomalous somatic functions.
Japanese Journal of Parapsychology, 4(1), 3-11. [in Japanese]
Kokubo H, Da Silva FE, Pilato S, Hiraoka R and Yamamoto M (2005a) Application of psi inductive training for
Brazilian children. J Intl Soc Life Info Sci, 23(1), 179-188.
Kokubo H, Yamamoto M and Watanabe T (2005b) Impression and spontaneous blood flow change at the
temporal lobe while guessing for a hidden figure. J Intl Soc Life Info Sci, 23(2), 306-313.
Kokubo H, Yamamoto M and Kawano K (2005c) Research on brain activities by functional near infrared
spectroscopy while guessing for hidden figures. Japanese Journal of Parapsychology, 10(1&2), 33-36. [in
Japanese]
Kokubo H, Yamamoto M, Watanabe T, Kawano K and Sakamoto K (2006) Brain blood flow change with
functional near infrared spectroscopy while guessing. J Intl Soc Life Info Sci, 24(1), 224-230.
Persinger MA and Makarec K (1987) Possible learned detection of exogenous brain frequency electromagnetic
fields: a case study. Percept Mot Skills, 65(2), 444-446.
Yamamoto T and Kato T (2002) Paradoxical correlation between signal in functional magnetic resonance
imaging and deoxygenated hemoglobin content in capillaries: a new theoretical explanation. Phys Med Biol, 47,
1121–1141.
Yoichi H, Kokubo H, Chen W, Zhang T, Haraguchi S, Kawano K and Yamamoto M (2002) Brain blood volume
change under and ESP task measured by optical topography. J Intl Soc Life Info Sci, 20(2), 637-641.

Correspondence Author:
Hideyuki Kokubo
Contact Address:
International Research Institute (IRI),
40A, KK Blbg., Sonno 1108-2, Inage, Chiba 263-0051 JAPAN
E-mail: kokubo@a-iri.org Phone: +81-43-255-5481 Fax: +81-43-255-5482
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 138

COLOR FIGURES SHEET

1
Guess Control Guess Control Guess Control
0.8
oxy
0.6
Hb (mmol*mm)

deoxy
0.4
total

0.2

-0.2

-0.4

-0.6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Time (min)
Fig. 2 Time change of hemoglobin of the right temporal lobe during one run.
Subject: K005, male, 43 y (Yoichi, et al, 2002)

Fig. 3 Spontaneous Blood Flow Change


Fig. 4 Spontaneous Blood Flow Change
oxy-Hb, right temporal lobe, S004, male, 24y
U002, male, 40y, Kraepelin test
(Kokubo, et al, 2005c)

Fig. 5 Spontaneous Blood Flow Change Correspondence to Instantaneous Highly Activated State of Awareness
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 139

Fig. 6 Japanese (Y002, male, 60y) Fig. 7 Chinese (T005, female)


Averaged for 308s Averaged for 308s

Fig. 8 Misunderstanding of the Task Fig. 9 Chinese (O001, male)


A003, female, Averaged for 308s Averaged for 308s

Fig. 10 Master of Qigong Healing Fig. 11 Expert of Mental Arithmetic Fig. 12 Pro-boxer
Z001, m, 75y, Averaged for 360s H001, f, 15y, Typical pattern U001, m, Averaged 3 times
(Kokubo, et al, 2006) (Kokubo, et al, 2006) (Kokubo, et al, 2006)

Fig. 13 Russian Psychic Fig. 14 Chinese Psychic


T004, female, 14y, Averaged for 140s W003, female, 37y, Characteristic pattern
(Kokubo, et al, 2006) (Kokubo, et al, 2006)
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 140

LECTURE - PALESTRA

SEVEN ADVANCED MEDITATORS IN RAMTHA’S SCHOOL OF


ENLIGHTENMENT

Sete Praticantes de Meditação Avançada na Escola Ramtha de


Iluminação

Joan H. Hageman, PhD


Stanley Krippner, PhD (picture)
Ian Wickramasekera II, PsyD

Abstract.
A single-case study assessed 11 psychological/psychophysiological
measures with 7 advanced meditators at Ramtha’s School of
Enlightenment (RSE). The analytic strategy revealed meditators were
characterized by thin boundaries, high absorption, high dissociation, minimal self-perceived stress,
and increased sympathetic activation during meditation with decreased electrodermal reactivity and
bilateral hand temperatures, increased tension, and increased heart rate. These outcomes are
consistent with previous research demonstrating positive correlation between high hypnotizability
and electrodermal reactivity, sympathetic increase with accelerated breathing meditation, and are
inconsistent with decreased sympathetic activation in most passive meditation studies. Findings
suggest that the school’s meditation style influenced sympathetic activation and self-perceived
stress.

Resumo
Um único estudo de caso avaliou 11 medições psicológicas/psicofisiológicas com 7 praticantes de
meditação avançada na Escola Ramtha de Iluminação (RSE). A estratégia analítica revelou que
os praticantes foram caracterizados por tênue noções de limites, alta absorção, alta dissociação,
auto-percepção mínima de stress, e aumento da ativação simpática durante a meditação com
diminuição da reatividade eletrodérmica e temperatura bilateral nas mãos, aumento da tensão, e
aumento das batidas do coração. Estes resultados são coerentes com uma pesquisa anterior
demonstrando uma correlação positiva entre uma alta sucetibilidade ao hipnotismo e reatividade
eletrodérmica, aumento simpático com acelerada respiração de meditação, e são inconsistentes
com a diminuição da ativação simpática na maioria dos estudos de meditação passiva. Os
resultados sugerem que o estilo de meditação da escola influenciou a ativação simpática e a auto-
percepção de stress.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 141

LECTURE - PALESTRA

THE ANTIPODES OF THE MIND

Os antípodas da mente

Benny Shanon Ph.D

Department of Psychology, The Hebrew University, Mount Scopus, Jerusalem, Israel


e-mail: msshanon@mscc.huji.ac.il

Abstract
In this lecture I present an overview of my book "The Antipodes of the Mind" published by Oxford
University Press last year. This book summarizes a pioneering study of the phenomenology of the
special state of mind induced by Ayahuasca, a powerful plant-based psychotropic brew. The brew
has been used by the native people of the upper Amazonian region for millennia, serving a special
role in their cosmologies and religious beliefs, mythologies and artistic works, rituals and healing
practices; the brew is especially known for the vivid non-ordinary effects it generates. In my book, a
comprehensive charting of the various facets of the Ayahuasca experience is presented and an
attempt is made to analyze them from a cognitive psychological perspective. Also discussed are
broader philosophical ramifications of various aspects of the Ayahuasca phenomenology. My study
of Ayahuasca is grounded in the belief that the real puzzles associated with this brew pertain
neither to the brain nor to culture but rather to the human psyche. So far, practically all the
scientific research on Ayahuasca were in the framework of either the natural sciences (botany and
ethnobotany, pharmacology, biochemistry and brain physiology) or anthropology. This is the first
scientific attempt to study Ayahuasca from a cognitive psychological point of view. Empirically, my
research is based on the systematic recording of my own quite extensive experiences with the
brew and on the interviewing of a large number of informants - indigenous persons, shamans,
members of different religious sects using Ayahuasca, as well as foreign travelers. My corpus is
the largest and most systematic ever collected of people's experiences with Ayahuasca. Naturally,
each ayahuasca experience--both for the same individual on different occasions and across
individuals--is different. However, when a large corpus of such experiences is examined repeated
patterns are encountered and a unified global structure may be appreciated. Theoretically, I
proposed, the overall study of the ayahuasca state of mind may be likened to that of language.
Specifically, like language, which can be investigated on several levels and dimensions (e.g.,
syntax, lexicon, semantics, pragmatics), ayahuasca visions can be investigated with respect to
their formal structure, specific content elements presented in them, their themes, their narrative
structure, as well as with respect to the interaction that the individual has with his/her visions.
These various levels of analysis serve not only for the psychological study of the Ayahuasca
experience but as the conceptual foundations for the cognitive study of non-ordinary states of
consciousness in general. In this lecture I argue the case for the special orientation of my research,
define the major dimensions of the ayahuasca state of mind and some of the concpeutual
distinctions, associated with them, highlight several empirical findings of prime interest, and note
broader implications of these to the study of human consciousness in general. General
philosophical ramifications will be indicated as well.

Resumo
Nesta conferência apresento uma breve descrição de meu livro “The Antipodes of the Mind”
publicado pela Oxford University Press no ano passado. Esse livro resume um estudo pioneiro da
fenomenologia do estado mental especial induzido pela Ayahuasca, uma poderosa infusão
psicotrópica vegetal. A infusão tem sido usada por nativos da região alta-amazônica por milênios,
desempenhando um importante papel em suas cosmologias e crenças religiosas, mitologias e
trabalhos artísticos, rituais e práticas de cura. A infusão é conhecida especialmente pelos efeitos
vívidos incomuns que provoca. Em meu livro, um quadro abrangente das várias facetas das
experiências com a Ayahuasca é apresentado e faz-se uma tentativa de analisá-las de uma
perspectiva psicológica cognitiva. Também são discutidas ramificações filosóficas mais amplas de
vários aspectos da fenomenologia da Ayahuasca. Meu estudo da Ayahuasca está baseado na
crença de que os verdadeiros enigmas associados a essa infusão não pertencem nem ao cérebro
nem à cultura, mas sim à psique humana. Até agora praticamente todas as pesquisas científicas
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 142

da Ayahuasca foram estruturadas nos moldes das ciências naturais (botânica e etnobotânica,
farmacologia, bioquímica e fisiologia cerebral) ou antropologia. Esta é a primeira tentativa
científica de se estudar a Ayahuasca do ponto de vista da psicologia cognitiva. Empiricamente
minha pesquisa está baseada na gravação sistemática de minhas próprias e extensas
experiências com a infusão e em entrevistas com um grande número de informantes – indígenas,
xamãs, membros de diferentes seitas religiosas que utilizam a Ayahuasca e viajantes
estrangeiros. Meu corpus é o maior e mais sistemático já coletado no que diz respeito a
experiências de pessoas com a Ayahuasca. Naturalmente, cada experiência com a Ayahuasca é
diferente, tanto para um mesmo indivíduo em ocasiões diversas quanto para indivíduos distintos.
Porém, quando um grande corpus dessas experiências é analisado, são encontrados repetidos
padrões e pode-se apreciar uma estrutura global unificada. Proponho que, teoricamente, o estudo
global do estado mental provocado pela Ayahuasca possa ser comparado com o de uma língua.
Especificamente, como a língua, que pode ser investigada em diferentes níveis e dimensões (ex.:
sintaxe, léxico, semântica, pragmática), as visões provocadas pela Ayahuasca podem ser
investigadas com respeito à sua estrutura formal, elementos de conteúdo específico que são nelas
apresentados, seus temas, sua estrutura narrativa, assim como a interação do indivíduo com suas
visões. Esses vários níveis de análise servem não apenas para os estudos psicológicos da
experiência com a Ayahuasca, mas como fundamentos conceituais para os estudo cognitivo de
estados incomuns de consciência em geral. Nesta conferência, defendo o direcionamento especial
dado à minha pesquisa, defino as principais dimensões do estado mental provocado pela
Ayahuasca e algumas das distinções conceituais associadas a elas, ressalto diversos resultados
empíricos de primeiro interesse e menciono implicações mais amplas destas para o estudo da
consciência humana em geral. Ramificações filosóficas gerais também serão indicadas.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 143

UM RELATO PESSOAL

MINHAS EXPERIÊNCIAS EM SESSÕES MEDIÚNICAS

Valter da Rosa Borges


Intituto Pernambucano de Pesquisasa Psicobiofísicas

Comecei a interessar-me pelas experiências espíritas em


1957, quando passei a comparecer a reuniões mediúnicas na casa
de Temístocles Cavalcanti, à Av. José Rufino, no bairro da Estância,
da qual participavam meu cunhado, Edésio Sales Duarte, sua
esposa, Maria José Lazera Duarte, Márcio José Paiva de Oliveira,
sua esposa, Sônia Waisman de Oliveira, e outras pessoas cujos
nomes não gravei. Eu tinha 23 anos, era casado e fazia meu curso
de bacharelado na Faculdade de Direito da Universidade Federal de
Pernambuco.
Em 1958, um estranho fenômeno começou a acontecer na casa do meu cunhado. Uma vez por
semana, quando ele e a esposa acordavam, encontravam, na mesa de cabeceira, tocos de velas sujos de
areia. O casal ficou apavorado, principalmente quando o experiente Temístocles Cavalcanti assegurou que se
tratava de um “fenômeno de transporte”, e tudo indicava que Maria José era um “médium de efeitos físicos”.
Maria José, porém, se obstinava a seguir a orientação de Temístocles de “desenvolver a mediunidade”.
Em 1959, eu, Edésio e Maria José, realizamos algumas reuniões com um “médium de efeitos físicos”,
muito conhecido na época, o Sr. Siqueira, que morava à rua do Peixoto, no bairro de São José. Era um senhor
idoso, magro, muito simpático e que, devido a problemas de natureza física, não mais realizava sessões de
materialização. Segundo ele nos contou, a sua invalidez física resultou das contínuas e exaustivas reuniões
mediúnicas, onde atuava como médium. Apesar disso, ele convenceu Maria José a “desenvolver a sua
mediunidade”, desde que tomasse precauções para evitar prejuízos à sua saúde, como acontecera com ele.
Siqueira era uma pessoa de parcos recursos financeiros, e sua casa humilde e pequena, onde morava
com a esposa, não era apropriada para sessões de materialização. O problema foi resolvido, quando Salvador
Moscoso, Grão Mestre da Grande Loja, interessou-se em fazer as sessões no seu casarão, situado na avenida
João de Barros, bairro da Encruzilhada. O grupo passou a ser constituído por mim, Edésio, Maria José, Márcio,
Sônia, Temístocles, Salvador Moscoso e esposa, Siqueira e esposa. Maria José passou, pela primeira vez, a
atuar como “médium de materialização”, supervisionada por Siqueira, cabendo a direção espiritual ao
“Espírito”, que se dizia chamar-se João. Nessas reuniões, realizadas no escuro, apenas um fenômeno
interessante aconteceu. Em dado momento, cada um dos participantes recebeu uma rosa, jogada para ele
especificamente. Mas, quando chegou a minha vez, em vez de rosa, uma Bíblia, que se encontrava sobre a
mesa, saltou em minha direção. Não fiquei satisfeito com o “presente” e, quase ao término da reunião, indague
a João por que eu não havia recebido uma rosa, como acontecera com os demais. Por intermédio de Siqueira,
mediante “incorporação”, ele respondeu de forma contundente: “Não seja ingrato! Nós o presenteamos com
uma flor imortal”.
Por motivo do agravamento de sua saúde, Siqueira teve de afastar-se das sessões, que foram, então,
suspensas. Passadas algumas semanas, resolvemos transferir as sessões para minha residência à rua Barão
de Vera Cruz, 215, bairro de Campo Grande. Agora, o grupo era composto por mim e minha esposa Selma
Duarte da Rosa Borges, Edésio, Maria José, Márcio, Sônia e Temístocles. As reuniões, como de costume,
ocorriam na escuridão e eram dirigidas por João, que passou a “incorporar-se” em Maria José.
Em uma dessas reuniões, a última, vários passos foram ouvidos, circulando a mesa, onde o grupo
estava reunido, enquanto a médium se encontrava deitada em um dos quartos da casa. De repente, um jornal,
que se encontrava sobre um móvel, foi arremessado por sobre as nossas cabeças indo chocar-se contra a
parede do lado oposto. Selma ficou apavorada com o fenômeno e, de tal maneira, que João determinou que as
sessões na minha casa fossem suspensas. Ele alegou que essas manifestações mediúnicas poderiam
prejudicar minha esposa, que estava grávida da nossa segunda filha.
O grupo, então, com exceção de Selma, passou a reunir-se na casa de Márcio, que morava à rua José
Vasconcelos, 118, bairro do Rosarinho.
As sessões começaram na escuridão. Márcio montou uma cabina, na qual ficava Maria José, deitada
em um pequeno sofá. A cabina ficava localizada em uma parte da sala de jantar, onde não havia porta e
janela,. Essa providência não foi tomada por questão de segurança, para evitar a entrada de um hipotético
parceiro da médium, mas para impedir que a iluminação externa se filtrasse pelas frinchas de uma porta ou de
uma janela, prejudicando a saúde de Maria José. O grupo ficava em semi-círculo, conversando assuntos
espirituais e ouvindo músicas clássicas de dois discos de vinil, que tinham o título de “Música à Luz da
Oração”.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 144

Todas as sessões se iniciavam às 20,00 horas em ponto, e Maria José, ao entrarmos na sala, se dirigia,
de imediato, à cabina. Temístocles dirigia as sessões, conforme o costume espírita. Após a prece do “Caritas”
e a leitura de um trecho dos Evangelhos, a luz era apagada e todos ficavam em silêncio, até que João, por
intermédio de Maria José, desse a sua comunicação. Depois da fala do “Espírito”, Temístocles ligava a radiola,
que ficava ao lado dele e, a partir daí, começávamos a conversar, ouvindo música, em um ambiente tranqüilo e
relaxante. A nossa ansiedade em ver os fenômenos foi, várias vezes, severamente censurada por João,
porque, segundo ele, afetava o trabalho mediúnico da “equipe espiritual”. Geralmente às 21,00 horas, as
sessões terminavam.
Nas primeiras semanas, após o início das sessões, Maria José produzia ruídos parecidos com vômitos,
o que nos deixava apreensivos. Além disso, um forte odor de mofo se espalhava na sala. Mas, ao término dos
“trabalhos mediúnicos”, nenhum vestígio de vômito era encontrado na cabina. Quando os fenômenos
começaram a aparecer, esses ruídos assemelhados ao vômito e o desagradável cheiro de mofo cessaram
definitivamente.
Seguindo as “instruções espirituais”, a nossa última refeição era feita ao meio-dia. Éramos obrigados a
não ingerir bebidas alcoólicas, comer carne, fumar e fazer sexo, vinte quatro horas antes das sessões. Certa
ocasião, Edésio descuidou-se e fumou um cigarro pela manhã, porém ocultou a “transgressão”. À noite, em
dado momento da reunião, ele levou uma pancada violenta no peito, que o fez gemer. Era um seixo que lhe
fora atirado, com uma precisão invejável, notadamente em um ambiente de escuridão total. Foi, então, que
Edésio resolveu confessar ao grupo o seu “delito”.Ao final de cada sessão, o casal Márcio e Sônia oferecia um
lauto jantar para o grupo esfomeado.
Tempos depois, tivemos a permissão de colocar um termostato para regular a luminosidade, quando
João assim determinasse. Gradualmente, a luz foi aumentando, até chegar ao ponto em que era possível ver o
que acontecia na sala sob a claridade de uma luz vermelha.
Os “raps”, na escuridão eram violentos, deslocavam-se pela sala, e aumentavam de intensidade,
quando nos entusiasmávamos. João dizia que, quanto mais “vibrássemos”, mais ajudaríamos na produção dos
fenômenos, o que, de fato, acontecia. Por isso, nos solicitava que fizemos preces fervorosas para obtermos
esse resultado.
Em uma das sessões, Temístocles solicitou a João que pegasse na minha mão. O pedido me
surpreendeu e me assustou. Como eu era o único que se encontrava próximo à mesa de refeição, estendi a
mão sobre ela e, temeroso, esperei pelo resultado. As pancadas começaram a soar do lado extremo da mesa
e gradualmente se aproximava do local onde em colocara minha mão. A pancada mais próxima dos meus
dedos me fez estremecer e senti meu sangue esfriar. Algumas pancadas foram desferidas na minha
proximidade e, depois, foram se afastando até cessarem de vez. Ao término da sessão, Temístocles indagou a
João se ele havia me tocado. E o “Espírito” enfaticamente respondeu: - “Não! Ele estava com muito medo”.
Dura verdade para um pesquisador iniciante.
Enquanto as reuniões aconteciam em plena escuridão, os fenômenos de fotogênese eram
deslumbrantes e apareciam nos mais diversos pontos da sala, exceto nas proximidades da cabina. Em várias
ocasiões, ocorriam fenômenos de osmogênese, queda acentuada da temperatura ambiental e metafanismo de
flores, que caíam do teto e se espalhavam no chão. Embora raramente, sentíamos cheiro de ozônio na sala.
Certa ocasião, eu e Edésio sentimos uma “presença” em nossa proximidade. Como estávamos no
escuro, não sabíamos o que era. De repente, jatos de perfume foram jogados sobre nós, molhando-nos as
roupas. Nesse momento, Edésio começou a pedir, quase chorando, que a “presença” fosse embora. Protestei
contra a atitude do meu cunhado, mas tive de resignar-me quando ele me disse que aquele perfume fora
utilizado no corpo de sua mãe, dentro do esquife, por ocasião do velório. Ao retornar à minha casa, com a
roupa impregnada daquele perfume, minha esposa se surpreendeu com o aroma, e me perguntou o que tinha
acontecido. Relatei-lhe o acontecimento e ela, emocionada, confirmou o que dissera o seu irmão.
Em uma das últimas sessões, todos nós vimos um intenso clarão irradiar-se dentro da cabina e, em
seguida, uma nuvem luminosa se ergueu até o teto. De logo, a nuvem condensou-se e uma mão luminosa,
abrindo a cortina, apontou para Maria José, deitada no sofá. A mão acenou para nós com um lenço luminoso
e, a pedido de Temístocles, jogou-o em sua direção. O lenço perdeu a luminosidade quando foi examinado por
Temístocles, que, após mostrá-lo a todos os participantes, guardou-o, como lembrança. Solicitei, então, a João
a permissão examinar também a mão. Agora, me sentia corajoso para enfrentar o fenômeno, porque, ao longo
dos meses, me acostumara com ele. A mão se movimentou em minha direção e eu a segurei. No momento em
que a apertei com a mão direita, ela retribuiu o gesto. Enquanto isso, com a mão esquerda, procurei algo que
sustentasse a mão materializada e nada encontrei. Os participantes observavam o acontecimento com espanto
e curiosidade, mas ninguém se atreveu a repetir meu gesto. Quando, intimamente, me questionava se aquela
mão era real, ela desvencilhou-se da minha, removeu do bolso de minha camisa um pente marca flamengo,
quebrou-o em alguns pedaços e o jogou no chão. Indaguei-lhe, então, se ela poderia levantar uma pesada
mesa de jantar junto a qual eu estava sentado. A mão não se fez de rogada. Segurou a mesa por um dos
lados, e a suspendeu alguns centímetros do solo, sem deslocar o centro de gravidade. Ou seja, a mesa como
que flutuou no ar. Em seguida, a mão a soltou o que produziu um tremendo estrondo na sala. Para nossa
surpresa, Maria José não despertou de seu transe. A mão voltou para a cabina e fechou as cortinas. Mas,
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 145

instantes depois, saiu de lá, agora com um ramalhete de flores e deu-mo de presente. Levei o ramalhete para
minha casa e as flores murcharam no tempo previsto.
Mesmo que quiséssemos fotografar os fenômenos, a pouca luminosidade não nos permitiria. E nem
estávamos interessados nisso. Ademais, pelo que havíamos lido nos livros especializados, a utilização de
“flash” não era recomendada, pois afetaria o ectoplasma, prejudicando o médium.
Maria José se sentia mal, muito aborrecida, tensa antes das sessões. Após as sessões reclamava estar
muito cansada e irritada.
Depois do espetáculo da mão “materializada”, a má vontade de Maria José aumentou, os fenômenos
declinaram e, pouco tempo depois, as reuniões terminaram em 1961.
Pode-se alegar, com razão, que essas experiências não provam nada, porque aconteceram sem
qualquer controle ou metodologia científica. Nada tenho a objetar a esse respeito. Na verdade, não tenho o
menor interesse de provar a autenticidade da minha experiência e a confiabilidade do meu testemunho. Não
me permitiria a paranóia de desconfiar de meus familiares e amigos, que, como eu, apenas queriam deliciar-se
com o espetáculo, embora fôssemos advertidos constantemente por João que o objetivo daquelas reuniões era
a caridade.
Tudo o que presenciei, naquele período, se imprimiu vivamente em minha memória e, ainda hoje, sou
capaz de lembrar alguns acontecimentos da minha experiência em seus mínimos detalhes.
Muitos pesquisadores não tiveram a minha sorte. Acalento, ainda, a esperança de que ela se repita.
Compreendo e respeito a opinião de quem nunca viu nada e, por isso, não tem obrigação de aceitar o
testemunho dos outros. Mas, exerço o direito de não polemizar com ele, porque, para mim, é um desperdício
de tempo e, por outro lado, não tenho qualquer interesse de mudar a sua opinião a respeito de um fenômeno
tão insólito.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 146

MESA REDONDA: PARAPSICOLOGIA E PSICOLOGIA TRANSPESSOAL


ROUNDTABLE: PARAPSYCHOLOGY AND TRANSPERSONAL PSYCHOLOGY

Célia Camargo
Faculdades Integradas Espírita - Brasil

Tendo como objeto de estudo a consciência e seus estados modificados, a Psicologia Transpessoal,
busca compreender o que acontece na hora da morte com o sentido de "eu" que molda nossa identidade. A
visão materialista, baseada na hipótese da produção da consciência pelo cérebro, estabelece o fim da
identidade/consciência na hora da morte física.
Na hipótese da transmissão da consciência pelo cérebro, estudada pela Psicologia Transpessoal, a
consciência está presente antes, durante e depois da morte física.Com as contribuições de Tart no estudo das
EFCs, de Stevenson nos casos de reencarnação, de Goswami na explicação pela física quântica, é bem
provável que o quê sobrevive, não seja a noção de "eu" que se está acostumado a reconhecer, mas a partir
destes estudos sobre o morrer casos como os fenômenos PSI, de memórias de vidas passadas, EFCs,
comunicações com desencarnados ganham possível compreensão.

Stanley Krippner, PhD


Saybrook Graduate School, San Francisco, California, U.S.A.

Parapsychology is the disciplined study of interactions between organisms and other organisms, and
between organisms and their environment, that appear to transcend mainstream science's understanding of
time, space, and energy. Transpersonal psychology is the disciplined study of behaviors and experiences in
which people seem to transcend their ordinary self-identity, reporting contact with higher, wider, and/or deeper
realms of experience. Both parapsychology and transpersonal psychology claim to have something unique to
offer in psychological therapy, pastoral counseling, education, organizational development, developmental
psychology, and related fields. The term "transpersonal studies" is broader than the term "transpersonal
psychology" because it can be applied to anthropology, sociology, literature, philosophy, and other fields.

Using a chaos and complexity theory approach, Alan Combs and I have come to understand both
parapsychology and transpersonal psychology in relationship to structures of consciousness. These "structures"
may span historical eras (as in the writings of Jean Gebser) or an individual (as in the writings of Jean Piaget).
Transpersonal states of mind/body can be understood in terms of chaos and complexity theory as self-
organizing and self-creating (autopoetic) systems. Hence they are compatible with advanced developmental
states, both historically and personally. These approaches present an alternative to Western cause-and-effect
thinking, an approach found in Buddhist, Vedic, Taoist, and other Eastern philosophies, as well as in the cycles
emphasized in Native American traditions.

Eastern disciplines are emphasized in the transpersonal psychology literature, but they were developed
in autocratic theocracies or in oligarchies. Native American systems are overlooked despite their advanced
agricultural and pharmacological skills, their astronomy, mathematics, governance, and religious systems. Very
often, governance was collective, used persuasion, compromise, with women given power and leadership roles.
In addition to looking toward the Eastern hemisphere, transpersonal psychology would do well to look toward
the Southern hemisphere, as well toward pre-Columbian North America and Meso-America. Parapsychology
would benefit by taking similar perspectives, discovering the "long body" concept held by many Native American
tribes, a concept that would subsume parapsychological phenomena.

Both parapsychology and transpersonal psychology present worldviews and paradigms that would
supplement and enrich those of Western psychology and philosophy. Eastern thought has been given
prominence because of its written records. However, there is a rich oral tradition in the pre-Columbian
Americas, as well as written records in Meso-America that were virtually destroyed by the European invaders.
Jeremy Narby is an example of an investigator whose work (e.g., The Cosmic Serpent) presents data more
applicable to parapsychology and transpersonal psychology than to the mainstream Western biological,
behavioral, and social sciences.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 147

André Percia de Carvalho - Brasil

Parapsicologia foi um campo desenvolvido no apogeu da psicologia comportamentalista americana


numa das fases mais materialistas e neurofisiológicas da psicologia. Essa “rigidez” foi crucial para produzir e
estabelecer fortes evidências sugerindo a realidade das interações “anômalas”.

A Psicologia Transpessoal, um pouco menos voltada para o experimentalismo e comprometida em


estabelecer a possibilidade de um processo psicoterápico útil, pela natureza de seu objeto de estudo, incorpora
psi dentro de um modelo mais amplo e abrangente que, se por um lado, abre-se a possibilidade de incorporar
psi, por outro corre o risco de generalizar conceituações e explicações sem a evidência gerada pela
experimentação, isso sem falar nas pressuposições sobre supostas implicações transcendentes que supostos
fenômenos psi espontâneos ajudariam a demonstrar.

Qual o ponto de equilíbrio entre a pesquisa e a psicoterapia? Como estabelecer uma dialética onde
ambas as abordagens sejam contempladas? Precisamos de evidências de pesquisa para trabalhar com
modelos terapêuticos? Precisamos de modelos para tudo o que pesquisamos?

VIVÊNCIAS PARA AUTOCONSCIÊNCIA - VIPAC

Neyda Nerbass Ulysséa


Faculdades Integradas Espírita

Uma contribuição para uma humanidade melhor

Este programa nasceu no início da década de 80, inspirado pelos paradigmas emergentes, através da
Psicologia Transpessoal, que resgatou da Psicologia o objeto mais precioso, a Consciência.

É um programa teórico - vivencial. O VIPAC oferece espaço físico adequado, oportunizando momentos
para que o educador aprenda a importância de recolher-se ao interior de simesmo, realize uma verdadeira
viagem de auto-descoberta, um mergulho em direção aos seus potenciais. Aprenda também a elevar-se na
ampliação do universo da sua Consciência. Alcançar espaços amplos é facilitar não só o crescimento, mas
principalmente a maturidade .

Levar a vivência, é fazê-lo usufruir momentos de envolvimento abrangente, onde energias de


amorosidade propiciam transformações, porque despertam e curam.

É um programa teórico-vivencial, fundamentado na nova psicologia que vem surgindo em decorrência


da força de mudança do novo paradigma, que transporta o Ser humano a patamares transcendentes de
evolução. A Psicologia Transpessoal alavancada pela Psicologia Humanista, propõe experimentação -
experienciada dos estados ampliados de Consciência, evidenciando a multidimensionalidade do Ser.
Descortina as possibilidades infinitas de crescimento e auto-descoberta das possibilidades humanas. Dessa
forma surgio no inicio da década de 80 (1983) o programa Vivências para Autoconsciência "VIPAC" s/ sigla;
com atividades que foram propostas através da Unidade de Psicologia, Campus Universitário Bezerra de
Menezes, para todos os cursos, mas foi no curso de Parapsicologia que mais fecundou. Através de encontros
e vivências que facultam ao aluno, o encontro consigo e a partilha com os outros, permitindo, o
desenvolvimento da auto-percepção no sentir e descobrir mundos da sua realidade interior. Conhecer seus
potenciais paranormais pela experimentação - experiênciada. Tornam-se mais abertos á níveis perceptivos; á
intuição, mais auto-atualização, resulte na conquista de maturidade, melhor preparados não só como
parapsicólogos, mas como seres humanos mais completos.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 148

MESA REDONDA: IMPLICAÇÕES E APLICAÇÕES DOS FENÔMENOS PSI NA VIDA PRÁTICA


ROUNDTABLE: REAL-LIFE IMPLICATIONS AND APPLICATIONS OF PSI

“PSI-RELATED APPLICATIONS IN REAL ESTATE”

Stefan J. Kasian, Ph.D. - EUA

Introduction and Overview


Since 1996, I have managed, full-time, the purchase, renovation, and resale of real estate in 3 major
markets across America. Invited to share my successes with others, I have led and taught national real estate
seminars with hundreds of attendees, and provided coaching and mentorship and published educational
materials to help others become financially free. Having studied and had psi-related real estate experiences
since my childhood, I discovered ways to apply this awareness in this real estate arena, with the intention to
explore how I could increase profits and enhance the real estate “experience”.

Meaningful Psi-Related Applications in Real Estate


1. Employing an intuitively-gifted strategist/futurist to enhance my decision making in all aspects of real
estate. For instance, I’d provide a list of potential clients, map of area, property address, specific problem, and
she would provide insights, sometimes with uncanny accuracy. Although the strategist may simply be
performing a “cold read” of me, I estimate increasing net profits 10% from consulting with strategist and
avoiding potential pitfalls. At the very least, this interaction helps me sort through complex, subtle, ambiguous
decisions.
2. Hiring another intuitively-gifted expert to clear negative energy and cleanse the property remotely
using sage, salt, fire, and prayer ceremonies. Afterwards the property feels lighter and more inviting, although
this could be due to my positive expectations and power of suggestion. Compared to properties without these
rituals performed, prospective buyers appear to note more often how much better these properties “feel”, this
could simply be power of suggestion.
3. Employing feng shui principles to renovate/redecorate property: Many suggestions are based on
common-sense principles to enhance “flow” of a home (e.g. fix all broken plumbing), other suggestions may be
considered superstitious (no artwork involving water in bedroom). Still, my buyers find such homes more
attractive and desirable to live in.
4. I conducted a study of 10 people who reported dreams that seemed to come true in predicting real
estate sales. These experiences could be coincidental or fabricated, although dreamers overall reported greater
satisfaction with their real estate purchase than with transactions that did not involve such extraordinary
dreams.

Summary
Although these effects are difficult to prove empirically, and could be explained by common sense,
suggestion, and expectation, the experiences appear meaningful and associated with tangible benefits. Per
single-family home transaction, in total these applications (1) cost relatively little (US$225), (2) require minimal
time (2-3 hours), (3) usually align with common sense, (4) provide a slight advantage in the marketplace, and
(5) can be interesting, fun, and engaging. In my opinion and experience, these applications (1) enhance profits,
(2) reduce time on market, (4) give buyers a greater sense of comfort, and (4) ultimately make the process of
buying/selling property more enjoyable for all involved. I predict these approaches will continue to grow in
popularity as the public discovers how they can deliver advantage to businesspeople and enhance a client’s
perception and experience of the property.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 149

TRAINING AND ITS PURPOSE

Hideyuki Kokubo - Japan


Institute for Living Body Measurements, International Research Institute (Chiba, Japan)

Many scientific studies and episodes show a possibility to develop psi abilities through training. One of
successful ways of training is Chinese technique following that,

1. Chinese Technique
The first stage of training:
1) Clairvoyance or clairvoyant task is the best.
2) To do a few trials for a long time. The training is not the experiment. Many trials are not needed.
3) To exercise everyday. Psi abilities decrease rapidly if trainees stop the training.
4) Use of good targets.
4-1) Low probability of chance.
4-2) Easiness of preparing of targets.
4-3) Reality. Real targets are good.
5) Good teacher and friends.
The second stage of training:
After the trainees come to succeed clairvoyance by high probability, a few trainees begin to show various
abilities. For example, targets often move anomalously to distant places during the task although it is difficult to
control such phenomena. We change the training items gradually to fit the properties of phenomena.

This way is developed chiefly by parapsychological study. In this way, psychokinesis is developed
after clairvoyance.

2. Remote Viewing
It is said that many persons can develop their clairvoyant abilities by systematic remote viewing. I have
not studied well the training of remote viewing. But there are common properties with Chinese technique.

3. Healing
There is another way to develop psi abilities. Some persons exercise healing (laying-on-of-hands) as the
magnetic therapy, Reiki, Johrei or qigong therapy. One of common important points is to imagine a flow of
something; so-called power, energy, ki, qi or prana.

Sergio Shilling - Chile

¿En que aporta a la vida, considerar la existencia de estos fenómenos?. ¿Por qué tantos defendemos
su existencia y tantos otros la rechazan, todos con una vehemencia, que raya en el fanatismo, de uno y de otro
lado?...si, en estos días, con la tecnología que disponemos, pareciera ser, que los más potentes efectos psi, no
son gran cosa, ante la complejidad y eficacia de nuestros medios de comunicación, de nuestra capacidad de
predecir comportamiento de sistemas o avances de la medicina, por nombrar solo algunos...

¿De donde viene esta necesidad de intentar demostrar, lo que parece ser elusivo e indomesticable?.
¿Para que?. Creo tener alguna idea de estas preguntas, que han motivado mi búsqueda, y que quisiera
compartir, con ustedes, hoy día. Para entender todo esto, me parece que tenemos que ver un poco de nuestra
historia, como especie humana. Se habla de que somos homo sapiens sapiens (es decir, hominidos que
piensan y se piensan a si mismos, que tienen la capacidad de autoreconocimiento). Esta maravillosa
capacidad, que algunos proponen que es distintiva de la raza humana, entre todas las otras especies
conocidas, pareciera que nos ha permitido una perspectiva única de interelacionarnos con nuestro entorno, de
generar la divergencia en el, en otras palabras, la capacidad de transformar el mundo a nuestra voluntad, a
partir del entendimiento, que somos algo distinto a el.

Pero detrás de una gran virtud, surge un gran defecto. Esta propiedad, nos hace sentir algo profundo,
constante y nostálgico en cada uno de nosotros: la experiencia de estar solos y separados del devenir del
mundo. Que se manifiesta, en los primeros años de vida de la infancia humana y se constituye generalmente,
al entender que uno es algo distinto de quien uno fue engendrado, de la madre. No es descabellado suponer,
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 150

que la noción judeocristiana del pecado original, en el hecho de comer la manzana, por parte de “Adán”, es una
manera, a través del mito de ejemplificar esta cualidad, que rompe la armonía del mundo y sus elementos, al
generar uno que se autodefine. Este fenomeno, muchas veces, redunda en nefastas consecuencias para el
resto del sistema.

Pareciera, que solo los seres humanos, buscásemos dioses y una vida, después de la aniquilación.
Pareciera que todas las religiones conocidas, desde nuestro mas remoto pasado, hacen mención, de algunas
cualidades y experiencias, que podríamos, catalogar dentro de las áreas de estudio de nuestro tan ponderado
“psi”. ¿Buscamos psi, tal vez, para objetivar nuestra necesidad de existir en comunión con el universo?, que de
una u otra manera, existe algún otro plano de la existencia, o al menos uno más sutil de este mismo, donde
todas las cosas se conectan, o como nos diría William James, un bosque, con arboles en la superficie
separados, pero que bajo la tierra, están conectados entre sus raíces, generando una sola gran entidad?...

Veo cuanta necesidad irracional y prejuicio se encuentran a la base de muchos de los que defienden y
critican la existencia de psi. Mas que en ninguna, otra área, a mi modo de ver, los investigadores (as), son
movidos por sus creencias personales a la hora de evaluar el tema. En los años que llevo en esto, he sido
testigo, del “punto ciego” de muchos expertos. Esa parte de ellos, ajena a lo académico, científico, o como
quieran llamarlo, que los mueve a defender su posición y su búsqueda, pero que ellos mismos, son incapaces
de ver y solo un otro puede pesquisar (de igual forma debo convivir, con mis propios puntos ciegos, que no se,
cuanto nublan mi juicio y prejuicio respecto a lo que estudio y opino...)

Parece que lo que más nos enferma, como especie, es la falta de certezas. y las buscamos todo el
tiempo, parece que nos angustia nuestra pequeñez, frente a este universo, vasto e insondable. La existencia
de psi, yo creo que es el detalle que hace la diferencia, es la vía de reencantar un mundo triste, con angustia
de vivir y abrumado por la soledad.

La irrupción de la ciencia en el pensamiento humano, solo aumento nuestra sensación de separación


con el ritmo del universo. La existencia de psi, simbólicamente, significaría la reivindicación de la ciencia, ante
la cultura, de un sentido ultimo a la existencia y de la respuesta de que, en ultima instancia, no testamos solos:
Vivimos en los otros y en el resto de las cosas. Pero esto tiene un costo: La “convicción”, de que la dimension
ética, es importante, que no todo esta permitido, porque nuestros actos, afectan a un complejo entramado, del
que también pertenecemos. Aceptar psi, significa también perder muchos grados de certeza y asumir, que el
conocimiento científico actual, es muy incompleto y es incapaz de hacerse cargo de ciertos procesos
fundamentales del universo y de nosotros mismos y que no sabemos aun cuales son sus implicancias finales.
Significa tal vez, para muchos la vuelta al oscurantismo e irracionalidad, hacia un pasado, que muchos
consideran vergonzoso e intolerable, donde la religión y no la ciencia, dirigía los destinos de los humanos. Esto
creo que genera mucha angustia entre muchos de los más “racionales” irracionales opositores de psi.

Los que investigan psi y creen en él, también tienen una prueba difícil, ya que optaron, a través de la
ciencia, enfrentar su angustia de respecto a estas preguntas fundamentales. Si psi no existe, ¿qué les queda?,
¿Es posible aceptar una vida, donde la única expresión de certeza, de fe en una realidad ultima menos
amenazante que la aparente, se derrumba?...

Creo que no existiré, para ver la respuesta definitiva de psi...por los que menos espero hablar de las
supuestas implicaciones de este en nuestra vida diaria. Como mucho sé de que lo que tenemos, con nuestra
actual tecnología, suple bastante bien la falta de psi. Creo que las evidencias actuales, no dan, demostración
inequívoca de que psi existe, no reconozco, en ellas la respuesta final a la pregunta. Quisiera compartir el
optimismo de mis colegas de que todo anda bien y que vamos en el camino seguro y correcto, para demostrar
a todos, la existencia de psi y como este funciona.

Me parece, que pregunta nos queda muy grande, en el actual estado de las cosas y una vez mas
buscamos mecanismos, para reducir nuestra angustia ante falta de certezas. ¡¡¡Humildad, por favor!!!....
estamos tratando el tema más importante, tal vez, de todos los que ha pensado la humanidad y somos tan
pocos los que estamos trabajando en ello.

Deberíamos enfocar mas esfuerzos, en estudiar factores antropológicos, psicológicos, neurológicos y


ambientales a la base de la creencia y vivencia en las experiencias psi. Hay poco trabajo en ello y es muy
necesario. El que hay es tremendamente valioso y a aunque esto no nos dará quizá, la respuesta definitiva a la
pregunta, si nos permite comprender mucho mas del comportamiento humano y sus funciones, lo que es en si
un inmenso aporte. Pero creo que esto se ha dejado muy de lado, porque no colabora a disminuir nuestro
propio monto de angustia, como personas, con necesidades y creencias, primero que investigadores...
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 151

Sin embargo, con los pocos que somos y lo escaso de nuestro financiamiento, me parece que
podríamos colaborar y generar muchos mas puentes con el resto de las ciencias, por esta vía.. Creo que cada
uno debe ser capaz de tener la suficiente autofranqueza de las propias limitaciones y saber que lo más
importante, es sabiendo esto, el poder discernir el lugar donde se va a ser mas útil, donde poder aportar de
manera mas significativa.

Creo que estas líneas, he querido, desde el sentimiento que me inunda, compartir con ustedes mi propia
angustia y ansiedad, y destacar, que no me parece importante tanto una aplicación practica de psi, dado que
en nuestro mundo, tenemos muchas cosas que suplen bastante bien, lo que esta generaría... mas bien, he
querido destacar, que la mera existencia de psi y la posible comprensión de los mecanismos a la base de la
creencia y su necesidad, podrían ayudarnos a definir el curso de la piedra fundamental de los que nos hace
actuar, sentir y pensar el mundo: nuestra fe, cualquiera sea esta, nada nos moviliza mas que ella. Psi (no
importa que tan sutil sea su efecto sobre las “cosas”) puede cambiar la fe que se tiene en los actuales
supuestos de la humanidad y tal vez generar nuevos, para establecer una sociedad mas armónica y feliz.

SORTE OU AZAR ESTADO PSICOLÓGICO VS DESTINO


Dra. Anna Mathilde Pacheco e Chaves
Universidade de São Paulo

Richard e Wiseman, professor da universidade de Hertfordshire na Grã-Bretanha e pesquisador


convidado no Institute of Noetic Sciences nos EUA, vem há mais de 11 anos tentando investigar
experimentalmente esta questão, tendo chegado a resultados muito interessantes e criado, na universidade
onde trabalha um "laboratório da sorte", onde ajuda - e parece com bons resultados - as pessoas a diminuir os
azares e aumentar a sorte em suas vidas.
Wiseman, que obteve seu doutorado na universidade de Edimburgo, no departamento de
parapsicologia, começou seu programa de pesquisa, investigando a importância do assim chamado "fator Psi"
nos fenômenos chamados "serendipitious" - aqueles nos quais certas "Coincidências significativas" tem um
papel muito importante tendo inicialmente obtido resultados muito interessantes no que diz respeito aos "Fator
Psi", resultados esses que infelizmente não puderam ser replicados em estudos posteriores. Ora, Wiseman
tinha muita consciência do papel desempenhado por eventos assim chamados aleatórios e também pelos
assim chamados "Acidentes" na história da ciência, tendo eles tido um papel importante em muitas invenções
e descobertas importantes entre as quais cita a descoberta da penicilina por Alexander Fleming, a descoberta
dos adoçantes artificiais, insulina e a aspirina (Wiseman " The luck factor, Century - 2003 - pg. 16).
Prosseguindo com suas investigações, Wiseman verificou que, em uma amostra de conveniência
(transeuntes entrevistados em ruas comerciais de Londres) 50% dos entrevistados relatou que se
consideravam "Pessoas com sorte" que 14 % consideraram se "Azarados ". Em outras palavras 64% das
pessoas, ou seja mais ou menos dois terços dos entrevistados disseram ser consistentemente "Pessoas com
sorte" ou "Azarados", também, que isso é muito importante, havia uma tendência das pessoas que relataram
ter tido sorte em uma área de suas vidas, dizer também que tiveram sorte em outras áreas. Por exemplo,
pessoas consorte em sua vida financeira e também tinham sorte na vida familiar e pessoas que se
consideravam "azaradas" em suas carreiras também diziam que sua vida sentimental era um desastre...
Para Wiseman então, a "Sorte" e o "Azar" não poderiam ser apenas o resultado de eventos aleatórios.
Existiam pessoas mais consistentemente tendo a experiência de encontrarem sorte ou azar em suas vidas
para isso se dever apenas ao acaso. Provavelmente, algo estaria "Causando" tais acontecimentos. A seguir,
vamos tentar apresentar alguns fatores psicológicos, que Wiseman descobriu estarem associados a a sorte e
ao azar.
Wiseman, a seguir se propôs a testar se aquelas pessoas que se consideravam pessoas com sorte,
realmente teriam maiores probabilidades de ganhos totalmente aleatórios, tais como ganhar na loteria.
Conseguiu ele uma amostra de 700 sujeitos, que tinham a intenção de adquirir um bilhete de loteria, os quais
se prontificaram a completar um questionário construído por ele, o qual identificava se as pessoas
consideravam se pessoas de sorte ou azaradas. Embora as pessoas consorte estivessem duas vezes mais
confiantes que iam ganhar na loteria do que as azaradas, isto não aconteceu. O passo seguinte na
investigação constituiu-se na aplicação nos sujeitos de uma escala padronizada de satisfação com as
condições de vida, instrumento este que pede que os indivíduos indiquem numa escala de 1 a 7, quão
satisfeitos se consideravam em sua vida familiar, pessoal, financeira, saúde e carreira. Wiseman nos conta que
os resultados obtidos foram impressionantes, as pessoas que se consideravam como pessoas de sorte
estavam muito mais satisfeitas com todas as áreas de suas vidas do que as que se consideravam azaradas.
Wiseman coloca-se então a seguinte pergunta: seria possível que um estado subjetivo, considerar-se alguém
com sorte, pudesse ter conseqüência objetiva na vida das pessoas, em termos de uma ocorrência de eventos
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 152

positivos? O resultado obtido por ele vem demonstrar que não só isto acontece, mas também oferece pistas
muito interessantes para que possamos compreender como isto acontece.
Talvez possamos resumir os resultados, em uma frase:
As pessoas com sorte esperam que coisas boas aconteçam a elas.
Wiseman aplicou nos participantes de sua pesquisa um instrumento para identificar os cinco fatores (Big
Five) ligados a personalidade, que segundo a moderna pesquisa psicológica seriam os mais importantes na
determinação da experiência e comportamento dos seres humanos. São estes:
Extroversão versus introversão
Afabilidade versus hostilidade, inveja
Responsabilidade versus e irresponsabilidade
Neuroticismo versus estabilidade emocional
Flexibilidade cognitiva versus inflexibilidade cognitiva

Qual seria a razão é para a qual estes fatores seriam tão importantes? Parece que estes "cinco
grandes" correspondem aquelas informações cruciais que precisamos ter a nossa disposição para ter uma
razoável dose de certeza de que conhecemos uma pessoa e, também a para que a partir deste conhecimento
se possam ter diretrizes para que se possa chegar a algum tipo de previsão sobre como esta pessoa irá se
comportar frente a nós e em frente à uma série de situações. Aqui estão estas perguntas:
1. será que esta pessoa poderá me dominar? Extroversão versus introversão
2. será que eu vou gostar desta pessoa? Afabilidade versus hostilidade
3. será que eu posso confiar nesta pessoa? Responsabilidade versus irresponsabilidade
4. será que esta pessoa é razoavelmente equilibrada? Neuroticismo versus estabilidade
emocional
5. será que esta pessoa será capaz de resolver problemas de forma original?Flexibilidade cognitiva
versus inflexibilidade cognitiva
Wiseman descobriu diferenças significativas entre as pessoas de sorte e os azarados em três destes
cinco grandes fatores: extroversão, neuroticismo e flexibilidade.
As pessoas de sorte são mais extrovertidas e, Wiseman indica três maneiras através das quais uma
característica individual, a extroversão, pode influenciar a sorte. Sendo mais sociáveis, vão procurar relacionar-
se com um número maior de pessoas, o que irá aumentar as probabilidades de que alguns destes encontros
possam ter conseqüências positivas; sendo comunicativos, falando bastante e com muitas pessoas, acabam
por atrair a atenção sobre si e sobre suas qualidades e competências nos ambientes que frequentam e, os
extrovertidos tendem, além de conhecerem um número grande de pessoas, continuar a manter contatos com
estas pessoas.
Quanto ao Neuroticismo, é uma dimensão que diz respeito à quão tenso ou relaxado uma pessoa tende
a se sentir. Ora, uma pessoa extremamente tensa tem muito maiores dificuldades em prestar atenção nas
oportunidades que podem surgir em seu caminho, mesmo quando não estão esperando. Também, as pessoas
mais estáveis são menos medrosas e têm mais confiança em suas próprias habilidades.
No que diz respeito a flexibilidade, os azarados, mostram uma tendência mais para manterem-se
fechados para novas oportunidades. As pessoas de sorte por outro lado, estão sempre abertas para novas
experiência em sua vida. As pessoas de sorte são também menos convencionais e voltadas para
possibilidades futuras, sendo que a noção de imprevisibilidade é muito atraente para elas. Assim sendo, as
pessoas de sorte viajam mais, descobrem novas perspectivas e acolhem as novas oportunidades de braços
abertos.
Wiseman também notou que as expectativas têm um papel importante na sorte ou no azar que as
pessoas irão encontrar. As pessoas de sorte esperam que coisas boas vão acontecer, e quando elas
acontecem estão prontas para acolhe-las de braços abertos. Entre as emoções positivas em relação ao futuro
e podemos incluir a fé, a confiança em nós mesmos e em outras pessoas, a esperança e o otimismo. Estes
geram maior resistência a depressão quando as coisas desagradáveis acontecem, um melhor desempenho
profissional, especialmente quando desafios se apresentam, além de um melhor nível de saúde.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 153

MESA REDONDA: ESTADOS MODIFICADOS DE CONSCIÊNCIA E REALIDADE


ROUNDTABLE: ALTERED STATES OF CONSCIOUSNESS AND REALITY

INTEGRAÇÃO DOS ESTADOS MODIFICADOS DE CONSCIÊNCIA (EMC) À REALIDADE

Jalmir Freire Brelaz de Castro


Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - Brasil

Culturalmente tendemos a acreditar que existe uma realidade objetiva independente de nós. Essa é a
metafísica na qual se baseia o paradigma que norteia o pensamento ocidental, que por sua fez é baseado na
física. É o que o físico Amit Goswami denominou de objetividade forte.
Tendemos ainda a acreditar que somente através do pensamento consciente podemos perceber
“objetivamente” a dita realidade, e qualquer alteração dessa consciência implica em perda ou alteração do
contato com a mesma.
No entanto, verifiquemos essas questões: 1) Será que percebemos realmente objetivamente, ou
dependemos das nossas limitações de espécie – diferentes animais percebem de forma inteiramente diferente
e de acordo com o aparelhamento sensorial do corpo, de história – o que nos influenciou ao longo da vida, da
cultura, da idade, estados de atenção, e de inúmeros outros aspectos individuais e coletivos? 2) Há algum
papel para a subjetividade naquilo que percebemos? A resposta a essas questões parece comprometer a
relação ente objetividade forte e realidade.
Mas, causam perplexidade, os estados espontâneos em que a racionalidade aparece modificada da sua
condição controle, como nos estados de fluxo (flow). Alguns esportistas como pilotos, corredores, dançarinos,
músicos, passaram por esses estados, vejamos esses exemplos:
A) O tecladista grego Yanni, que construiu carreira nos Estados Unidos, após voltar à sua terra natal,
em apresentação no Teatro Herodes Atticus, aos pés da Acrópole, em Atenas, declarou que foi uma situação
de extremo prazer, enquanto se deliciava ao expressar toda a sua habilidade, ao mesmo tempo tinha de estar
alerta, e não esquecer que estava em performance no palco, perante uma platéia lotada e entusiasmada.
B) O piloto de Fórmula 1Airton Sena, no Grande Prêmio do Japão, no qual atingiu performance
extraordinária, declarou que em determinando momento ao dirigir em alta velocidade (onde qualquer erro pode
ser fatal) teve a sensação de estar em estado maior de consciência, ao qual comparou como a experiência de
estar com Deus.
Para efeito didático e delimitação, baseado em Tart, consideraremos estado de consciência como um
padrão generalizado de funcionamento psicológico. A atenção parece desempenhar importante papel no
direcionamento do estado de consciência, admitindo ou negando experiências específicas que entram na
consciência.
Definiremos EMC como um estado mental subjetivamente reconhecido, por um indivíduo ou observador,
diferente daquele do estado “normal”, alerto e desperto de indivíduo (Krippner, 1983). Não é definido por um
conteúdo particular da consciência, ou por uma modificação fisiológica, mas em termos do seu padrão total
(Tart, 1981). Representa um desvio do habitual estado de consciência do indivíduo saudável, como que
constituindo uma realidade separada no tempo e espaço. Tem a duração de minutos ou horas, o que o
diferencia da maioria das doenças psiquiátricas. No Estado Alterado de Consciência – EAC, diferentemente, há
ima obnulação de consciência.
Os EMCs podem ser induzidos: A) através de drogas como a mescalina (utilizada por Aldous Huxley), o
LSD (empregada por Stanislav Grof no início de sua carreira médica), a psilocibina, o DMT (dimetriltriptamina),
e a substância ativa da marijuana e haxixe (9-THC); B) Redução de estímulos do meio, tais como, privação
sensorial, estados hipnóticos, treinamento autógeno (auto-hipnótico), técnicas de meditação.
Outras formas, de ocorrência dos EMCs podem ser: hiperventilação, privação do sono, provocação de
sentimentos fortes positivos (proteção, felicidade, condescendência, corrente de força, etc.) ou negativos
(fome, frio, calor) e atividades como o jogging, alpinismo, mergulho ou esforço físico extremo (como nos
treinamentos Zen, que ao passar o dia todo trabalhando ao final é mandado para outra extenuante tarefa como
cortar lenha e aí obtém o insight).
Segundo Simões (1997), os diversos EMCs têm um conjunto de pontos comuns (conteúdos),
independentemente de como são induzidos e da sua intensidade, é o que chama de dimensões principais: A)
Auto-limitação Oceânica, caracterizado por uma dissolução de lógica, espaço, esquema corporal e limites, e
que culmina numa vivência de fusão (unidade) com o universo, acompanhada de felicidade e paz. B) Auto-
dissolução Angustiante, espécie de má viagem sob o efeito de alucinógenos, na qual a pessoa se ente
torturada, separada, dividida, paralisada e perdida. C) Reestruturação Visionária, inclui pseudo-alucinações
visuais, ilusões, sinestesias e alterações do significado do ambiente.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 154

Os EMCs, conforme Simões (1996) podem ser diferenciados do consciência em vigília: A) EMC em
vigília ordinária, quando há dominância do estado de ativação em relação ao de repouso, ênfase na atividade
mental característica do hemisfério cerebral esquerdo; dominância na recepção de estímulos exteriores; pouca
utilização da imaginação – domínio da atividade mental ou física, sobre a contemplativa. B) EMC em vigília
diferenciada, não muito comum na cultura ocidental, no qual há um domínio do estado de repouso, com
domínio da recepção de estímulos de fontes internas (corporais ou de conteúdos da memória); imaginação
considerável, estado passivo de atividade mental – domínio da contemplação sobre a ação.
Grof (1993) considera que deve ser feita distinção entre EMCs e as experiências transpessoais, os
EMCs incluim essas últimas, mas certos tipos de EMCs não atingem o critério para ser catalogadas como
transpessoais: as experiências de revivida vívida e complexa de uma memória infantil; vários jogos de
fantasias e experiências simbólicas resultantes do uso de técnicas de fantasia afetivas induzidas; e as
experiências primariamente estéticas, envolvendo visões de cores.
Bentov (1990) criou um critério para relacionar a quantidade e qualidade de consciência, através da
fórmula: nível de consciência = tempo subjetivo/tempo objetivo.
Há enormes diferenças entre os estados de consciência de pessoas normais. Um estado modificado de
consciência para uma pessoa pode ser o dia-a-dia para outra, dependendo inclusive da cultura. Goleman
(1991) salientou que uma alteração duradoura da estrutura e dos processos de consciência não é mais um
EMC e sim um traço modificado de consciência – EMC. Descamps (1997) salienta que o estado transpessoal,
pelo fato de ser procurado e permanente, diferencia-se nitidamente das experiências transpessoais por serem
estas breves e imprevistas. O conceito de normalidade também varia entre culturas e épocas.
O enfoque atual considera, de uma forma geral, os EMCs como estados estranhos, exóticos, ou até
patológicos e indesejados, pois estão fora da cultura ocidental que valoriza a racionalidade. Podemos até
aceitá-los, se observamos que podemos tirar dele algum proveito, dentro do conceito de utilidade comum a
nossa cultura, exemplos não faltam: as diversas técnicas meditativas (e de hipnose) ocidentais e orientais para
ajudar a aumentar a performance e reduzir o estresse, as artes marciais como a de origem chinesa tai chi
chuan, a japonesa aikido, entre outras.
Como se vê, distintos e profundos são os detalhamentos para o entendimentos dos EMCs, e nossa
reflexão final nessa volta-se ao aspecto cultural, no sentido de reconhecer que há muito por explorar (tais
como, se os EMCs podem mediar as experiências psi) e reconhecer esses estados, como vantajosos e
desejáveis, para que se possa incorporar os EMCs na experiência comum do dia a dia, como estados
integrados e integradores vivência humana, da realidade em que vivemos, e não algo a parte, da nossa
cultura competitiva.

REFLECTIONS ON CONSCIOUSNESS AND REALITY


A CONTRIBUTION TO THE ROUND TABLE ON CONSCIOUSNESS AND REALITY

Benny Shanon
Department of Psychology
The Hebrew University - Jerusalem, Israel

In this presentation I put forth a series of reflections regarding the possible relationships between
consciousness and reality. On the one hand, I survey the various types of relationships that may hold between
the two; on the other hand, I present my own position with respect to them.

0. First, let me define my own conceptualization of consciousness. Following William James (in Chapter
9 of his "Principles of Psychology" of 1890, which is still the one single "most classical" item in the psychological
literature on consciousness), I avoid any essentialistic, let alone metaphysical, definition of consciousness.
Rather, I adopt a strictly phenomenological approach. For me, consciousness is the psychological system
defining the following: (a) the spectrum of human subjective experience, (b) selfhood, and (c) the relationship of
self and world. Note that in this characterization, the real world has a place.

1. By way of crucial background I shall spell out the attitude of established contemporary cognitive
psychology with regard to extra-psychological reality. The standard position is that the scientific discipline of
cognition is concerned with the structure and functioning of the mind. Whatever human beings are doing with
their mind, and how they employ the cognitive system at their disposal is of no concern to the cognitive
psychologist. With this, cognitive psychology shies away from both epistemology and ontology.

2. Without even invoking any metaphysical considerations, there have been voices within cognitive
psychology that have pointed out that the insular standard view is inadequate, and that even when dealing with
the workings of the cognitive system as such, the student of mind has to refer to the world. Both the philosopher
Merleau-Ponty and the psychologist James Gibson have raised argumentation marking the external
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 155

involvement of perception, and by extension of cognition and consciousness at large. In my monograph "The
Representational and the Presentational" (1993) I have further underlined the involvement of the real world,
both physical and social, in cognitive activity. I have proposed that rather than being internal, the locus of
cognition is external – in the interface between subject and world. Furthermore, as I see it, the basic capabilities
of the mind, are not information processing and symbol manipulation but rather, following Heidegger, being and
acting in the world.

3. In fact, this view has direct bearings on my view of the function of consciousness. On the basis of
empirical phenomenological research, I have argued (Journal of Consciousness Studies, 1998) that
consciousness affords human being with a kind of a virtual reality, enabling them to act as if in the world even
when external reality does not offer the proper condition for such action. In essence, the hallmark of
consciousness is concreteness, and with it a recourse to operations akin to those we entertain in the external
world.

4. These considerations mark the grounding of the cognitive system in and epistemology trust. The
normal (as distinct from pathological) human (and also animal) stance vis a vis the external world is to accept its
reality on the basis of fundamental trust. This psychological trust of the layman is opposite to the philosophical
skeptism of Descartes. As pointed out by an earlier publication of mine this contrast reflects a general,
fundamental distinction between psychology and philosophy.

5. Turning from epistemology to ontology, it will be noted that nowadays, many relate the psychological
study of consciousness to the physical quantum mechanics. Personally, I do not think that this approach
benefits out understanding of cognition.

6. Further, let us turn to metaphysical considerations. My own basic approach as a psychologist (as
distinct from a philosopher) is to shy away from metaphysics. Now, it is very common to invoke the statement
that "all is consciousness" and with this move from epistemological to ontological considerations. That, in a
sense, "all is consciousness" is, in essence, true in that all our perception of the world is via our system of
consciousness. However, I would like to argue that the move in question is erroneous. That "all is
consciousness" holds vis a vis our system of knowledge, does not necessarily entail that this is so ontologically.
In other words, it does not follow that non-psychological reality is made out of consciousness. Further, I shall
note that the distinction between the subjective and the objective, and between the mental and the material, can
be maintained even within the framework of an idealistic ontology.

7. Given that I have been engaged in extensive investigation of altered states of consciousness, I shall
present some reflections specifically related to this domain. Issues I shall consider include the feeling of other
reality, the feeling that one entertains mentations of which one is not the author, the attestation of putative
parapsychological patterns, and having ideations of philosophical and ontological nature. Significantly, the latter
are consistently of an idealistic monism epitomizes by the statement "all is consciousness". My own approach
for addressing these various experiences is in terms of extraordinary enhanced artistic-like creativity
momentarily induced by the psychoactive agent. This view contrasts with that invoking other realities in the strict
ontological sense.

8. Returning to the phenomenological-systemic level with which I have started, the phenomenology of
non-ordinary states of mind has interesting, and significant, implications with regard to the relationship between
consciousness and reality. Specifically, it appears that reality judgment is a parameter of the psychological
system of consciousness. This is revealed by the fact that in different states of consciousness this judgment
changes, and that in some contexts one may feel that things are either less or more "real" than ordinarily they
are. This indicates that the relationship to reality is an inherent parameter of the system of human
consciousness, and that in different conditions this parameter can receive different values. With ayahuasca the
values are often higher than the normal; in the psychopathological syndromes of derealization and
depersonalization they are lower.

9. Lastly, I shall comment on parapsychology and the supernatural. Personally, I am not at all
sympathetic to these. In the context of altered states of consciousness, I have encountered numerous
references to paranormality. With ayahuasca, I myself have had experiences of the kind brought up in support
for such references. My own interpretation of such experiences is very different, and in my presentation I shall
give some specific examples for it.

10. I shall close with some personal, and more speculative, comments on the metaphysical implications
of the study of ayahuasca
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 156

DOES CREATIVE FLOW REPRESENT AN ALTERED STATE?

Steven Pritzker, PhD


Saybrook Graduate School

William James was a pioneer in seeking explanations for alternative forms of consciousness. Almost a
century later, definitions of consciousness and altered states of consciousness are still controversial.
Nevertheless researchers have classified a number of altered states that have been investigated including
sleep, dreams, meditation, hypnosis, trance, psychedelics and mystical ecstasy.

To this list, I am suggesting adding Creative Flow. Flow is defined by Cskiszentmihalyi “an almost
automatic, effortless yet highly focused state of consciousness (often involving difficult activities that stretch(ed)
the person’s capacity and involved(d) an element of novelty or discovery.” He says that flow occurs when: 1)
There are clear goals every step of the way 2) There is immediate feedback to one’s actions 3) There is a
balance between challenges and skills 4) Action and awareness are merged 5) Distractions are excluded from
consciousness 6) There is no worry of failure 7) Self-consciousness disappears 8) The sense of time becomes
distorted and 9) The experience becomes rewarding in itself.

Cskiszentmihalyi considers flow, especially in work, to be a widespread phenomena that can occur under
a number of circumstances for those who are blessed with autotelic personalities. He points out that
engagement requires the willingness to take on appropriate challenges. In his research, he found workers were
in flow 54% with individuals ranging from 11% to 64%. By this definition Flow could be considered as something
that happens frequently enough to be considered a variation of a normal state of consciousness.

However, there is a very specific type of consciousness shift reported by creative writers, artists,
scientists, musicians and other creative individuals when they are in the process of doing original work. I am
calling this Creative Flow to differentiate it from the more ordinary states of flow. This type of flow differs in the
parameters of everyday flow in that numerous self-reports indicate important creative work may be
accomplished that is outside the realm of consciousness so that afterwards the work may seem to have been
done by somebody else or there may be a report that it was like “taking dictation.”

Investigating what happens when an accomplished creative individual is in Creative Flow may offer
insights into creative work as well as other altered states. Understanding more about creative flow conditions
may eventually help creative people recognize their own process and become more productive.

CONSCIÊNCIA E REALIDADE

Carlos Alberto Tinoco


Faculdades Integradas Espírita

COLAPSO DA FUNÇÂO DE ONDA

O chamado problema da medição na Mecânica Quântica representa os fundamentos dessa teoria e em


especial a questão da interferência da consciência humana nos processos de medição. Quando se realiza uma
medição nos processos quânticos, observa-se que a chamada função de onda colapsa ao ser realizada a
medida. O problema é complexo e requer um exame muito profundo, pois tem implicações sobre a natureza da
realidade e da consciência.
Dentre os físicos e matemáticos que se destacam na interpretação do colapso da função de onda
podem ser destacados Niels Bohr, Eugene Paul Wigner, J. von Neumann, F. London e E. Bauer. O filósofo e
sociólogo Boaventura de Souza Santos(1), diz que a Mecânica Quântica “introduziu a consciência no ato do
conhecimento”, e que a “Física e a Psicologia acabariam por se fundir numa única ciência”. As idéias de
Wigner não tiveram aceitação, mas ele contribuiu para o aparecimeoto de um novo efeito físico chamado de
“descoerência quântica”. Ou “decoerência quântica”.
Houve uma disputa entre Wigner, de um lado, e Rosenfeld e os italianos Longer, Daneri e Prosperi do
outro lado da controvérsia. Essa disputa expressava também uma diferença de estilo científico na Física,
diferença esta que tem origem no âmbito da Mecânica Quântica, de Niels Bohr a J. von Neumann. Neumann
apresentava um estilo fundamentalmente matemático, enfatizando a axiomatização das teorias da Física. Por
outro lado, Bohr procurava o entendimento fenomenológico, numa via de pensamento que tem fundamentos
epistemológicos.
Contribuições mais recentes, devidas a Roger Penrose e outros, atribuem que o cérebro é constituído
de pequenos tubos de proteína, onde colapsaria a função de onda e seriam a base para a formação da
consciência.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 157

Em Mecânica Quântica, representa-se o estado de um sistema físico por um vetor dentro de um espaço
abstrato chamado “espaço de Hilbert”. O estado de um sistema quântico, portanto será representado por um
“vetor de estado” “ou vetor estado.”

ORIGENS DA IDÉIA DE COLAPSO DA FUNÇÃO DE ONDA NA FÌSICA

A noção de “colapso de função de onda” se encontra no chamado “paradoxo da quantidade” em


trabalhos de J.J.Thomson (1897) e de W.H.Bragg (1906) em suas pesquisas com o raio X. A idéia de “saltos
quânticos” associada ao trabalho de Max Planck (1900) e Niels Bohr (1913) envolve uma questão semelhante,
porém, de um ponto de vista corpuscular.
A equação de Erwin Schrödinger chamada “função de onda” está associada às partículas subatômicas.
A noção de “colapso da função de onda” é próprio das representações ou interpretações ondulatórias, ou de
modo mais geral, da noção de “redução de estado” ou “redução de vetor estado” que acontece no nível do
formalismo de Mecânica Quântica, sendo tal fenômeno interpretado de acordo com as diferentes escolas.
Ao desenvolver a Mecânica Ondulatória como era chamada a Mecânica Quântica desenvolvida por
Schrödinger, este não levou em conta as modificações de função de onda decorrentes de uma medição
quântica. Foi o físico Heisenberg quem fez isso pela primeira vez, quando examinou a medida da posição de
um elétron, em importante artigo (2), publicado em 1927. Nesse notável trabalho Heisenberg introduziu a
noção de que “cada determinação da posição reduz o pacote de onda à extensão original.”.
No 5° Congresso de Física realizado em Salvay entre 24 e 29 de outubro de 1927, Max Born discutiu
uma formulação dada por Einstein sobre a dualidade onda-partícula. O assunto discutido era sobre as
partículas alfa emitidas na radioatividade e captadas na câmara de Wilson. A questão era a seguinte. Se as
partículas estão associadas a ondas, como pode uma partícula alfa ser captada pelo seu rastro na câmera de
Wilson, como se fosse uma linha? Se há uma onda eletromagnética esférica centrada na partícula alfa, como
esta é captada como uma linha na câmera de Wilson? Born explicou que o caráter corpuscular do fenômeno
pode ser conciliado com a representação por ondas, desde que se faça uso da “redução do pacote de
probabilidades” desenvolvido por Heisenberg. Disse este físico (3): “Eu diria preferencialmente, como fiz no
meu último artigo, que o próprio observador faz a escolha, pois é no exato momento em que a observação é
feita que ocorre a “escolha” e esta se torna uma realidade física e que na relação das fases nas ondas, o poder
de interferência, é destruído”.
Aqui começa a questão do colapso da função de onda como sendo causado pela escolha do
observador. Essa ênfase no papel do observador como “causador” do colapso do vetor estado teve seu ponto
culminante na década de 30, com a “abordagem subjetivista “da Mecânica Quântica feita por Fritz London e
Edmond Bauer e outros. Foi a partir daí que a consciência humana passou a ser aceita como a causa do
referido colapso.
Vários defensores de uma interpretação ondulatória não aceitam a idéia da ocorrência de colapsos
instantâneos, aleatórios e não locais em decorrência de uma medição. O próprio Erwin Schrödinger é um
exemplo disso. A saída para os que assim pensam é a descrição do colapso como um fenômeno contínuo,
envolvendo o objeto observado e o instrumento empregado na medida. Esse processo recebeu o nome
genérico de “problema de medição”.
Como foi abordada anteriormente, a idéia de Werner Heisenberg de que a redução ou colapso do vetor
estado seria uma conseqüência de uma medição, recebeu aceitação bastante ampla. Mas a pergunta que
deve ser formulada é: “Como ocorre o “colapso” em decorrência de uma medição, é chamado de “problema
geral da medição” ou simplesmente “problema da medição”“?
A resposta de John Von Neumann dada em 1932 é que a consciência do observador, ao fazer a escolha
causa colapso de função de onda, o que ficou conhecido como abordagem subjetivista. Apesar dessa tese
parecer confusa, até os dias atuais ninguém conseguiu refutá-la. Eugene Paul Wigner também defendeu a
idéia subjetivista de medição quântica (4). Foi aí que Wigner se apoiou para afirmar que a Mecânica Quântica
introduziu a consciência no ato do conhecimento, e que a Física e a Psicologia acabariam por se fundir numa
única ciência. Os principais subjetivistas, como foi dito, foram os físicos Werner Heisenberg, Fritz London,
Edmond Bauer, Eugene Paul Wigner, John Von Neumann e atualmente Amit Goswani.

PESQUISAS ATUAIS SOBRE A ORIGEM CEREBRAL DA CONSCIÊNCIA

É interessante destacar uma nova faceta da discussão científica atual sobre o entendimento da origem
da consciência no cérebro humano. Charles Seife (5) discute as consequências práticas dos cálculos
realizados por Max Tegmark (6), sobre o modelo proposto por Roger Penrose(7) a respeito dos mecanismos
no cérebro que poderiam dar origem ao fenômeno da consciência. Este tema é muito empolgante pois está
sendo discutido com cálculos apropriados criando um debate científico muito interessante sobre como lidar
com o problema da consciência. O ponto principal do debate consiste na possibilidade ou não da existência de
fenômenos quânticos dentro do cérebro como proposto por Penrose. No seu modelo Orch OR, Penrose (8)
afirma que o cérebro funcionaria como um sistema macroscópico baseado na computação quântica, onde as
tubulinas (proteínas que compõem as cadeias cristalinas nos microtúbulos) seriam os elementos básicos
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 158

destes sistema (qubits) pois eles podem existir em dois estados conformacionais distintos que poderiam se
encontrar em um estado de superposição quântica antes da formação da consciência. O colapso da função de
onda acontecendo de forma “orquestrada” e simultânea nas tubulinas, que compõem os microtúbulos, para um
estado definido constituiria a base para a formação da consciência no cérebro.
No seu artigo, Max Tegmark mostra os resultados de cálculos para as taxas de
decoherência da superposição quântica de neurônios em repouso e ativados, e também para
-20 -13
excitações da polarização em microtúbulos. Os tempos obtidos (10 s e 10 s, respectivamente) são
muito pequenos ao ser comparados com as taxas dinâmicas de processos cognitivos (10-3 s a 10-1 s)
indicando que esses mecanismos não podem sobreviver à decoherência quântica, e portanto não poderiam
ser o equivalente quântico à consciência. Em uma resposta recente a esse artigo, Penrose argumenta
que o modelo Orch OR não foi apropriadamente, considerado por Tegmark. De fato, ele mostra que ao
mudar alguns valores do modelo de Tegmark é possível obter taxas de decoherência de até 10-1 s.
O debate esta aberto a futuras e interessantes discussões sobre este assunto fascinante na fronteira
das ciências.

CONSCIÊNCIA E REALIDADE-CONCLUSÕES

As relações entre a mente e a realidade externa têm sido objeto de questionamentos ao longo da
história da Filosofia e da ciência.
Se um físico de partículas for indagado sobre o que seja a realidade, a resposta seria: átomos,
moléculas e ondas eletromagnéticas. Mas, de que são formados os átomos e as moléculas? De partículas
subatômicas. E estas, de que são formadas? De “quarks”. E os “quarks, o que são”? Não há resposta para
esta última pergunta. A Eletrodinâmica Quântica, que é a fusão do Eletromagnetismo com a Mecânica
Quântica,, através das suas formais e elegantes equações, diz que a realidade última das partículas são
compos. Mas o que são os compos ou interações físicas? Esta é uma pergunta que não tem resposta. A teoria
da Relatividade Geral diz que o campo gravitacional é resultante de deformações no espaço-tempo. Mas não
sabemos o que é o espaço-tempo. A Teoria das Supercordas, ainda em fase de construção, diz que as
partículas subatômicas são “ vibrações”, mas não diz quem vibra. Portanto, a Física não possui nenhum
instrumento seguro capaz de responder o que seja a realidade, em sua essência última.
O Yoga reconhece a existência da mente ou CHITTA e da consciência ou CHIT. A primeira é o mesmo
que personalidade portadora do ego, o que é bem conhecido pela Psicologia ocidental. A segunda, é o Si
Mesmo transcendental, o Observador, conhecido por Purusha na tradição Samkhya-Yoga, ou Atman na
tradição do Vedanta. É a imutável CHIT quem está por trás de todas as metamorfoses sofridas por CHITTA. É
a mente quem sofre modificações, passando por um amplo espectro de estados diferenciados, estudados
sobretudo pela Psicologia Transpessoal. É CHITTA quem recebe as impressões sensoriais oriundas da
realidade física. É CHITTA quem nos impede de perceber CHIT. Daí os YOGA SUTRA de Patañjali (10)
dizerem que se as modificações ou turbilhões de CHITTA (CHITTAVRTTIS) forem cessados, CHIT ou Purusha
é percebeido como a nossa natureza fundamental. Este estado de percepção do Purusha transcendental, é
conhecido no Yoga por nirbija samadhi ou samadhi sem semente, um estado de consciência superior, diferente
do estado de vigília, do sonho ou do sono sem sonho. Seria o estado de turya, assinalado pela Mandukya
Upanishad (11)
Quando se observa um objeto externo, as qualidades que a ele se atribui, pertencem a ele ou à mente
que o percebe? Como há várias escolas que construíram Teorias do Conhecimento diferentes, pode-se dizer
que há várias respostas à pergunta aqui formulada. A mente, construída pela cultura e pela interseção do ser
humano com o momento histórico em que vive, é quem nos faz perceber a realidade externa, desta ou
daquela outra maneira. Neste caso, é a mente quem constrói a realidade externa, como diz Goswami (12).
Sobre o que foi dito acima, diz Pierre Weil (13):
“A Epistemologia ou Teoria do Conhecimento terá que levar em consideração o fato de que a vivência
da realidade é função do estado de consciência (estado da mente):
VR = f (EC)”
Diz Zimmer (14) que a literatura sagrada da Índia fala sobre Paramartha, que significa “objeto (artha)
supremo (parama)”. Paramartha é a realidade fundamental na qual se alicerça o reino fenomênico. Sua
captação se produz quando impressões conduzidas pelos sentidos aos centros nervosos do córtex, “não mais
enganam”. Em outras palavras, para se perceber a essência última da realidade, deve-se estar num estado
mental modificado, o nirbija samadhi.
Diz a Aitareiya Upanishad (15), parte II, cap.1, verso 3:
“Tudo isso ( o universo material) é guiada pela Consciência, é suportado pela Consciência. A base do
universo é Consciência. Consciência é Brahman”
Os sábios, os rishis meditadores da antiga Índia disseram que somente em estado de nirbija samadhi se
pode perceber que a essência do universo é Brahman (o Absoluto). Quando se percebe isto, aquele que O
percebe se torna uno com Ele. Sobre isto, diz a Mundaka Upanishad, III,2,9 (16):
“Aquele que conhece o Supremo Brahman verdadeiramente torna-se Brahman”.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 159

NOTAS DE REFERÊNCIAS

1-SOUZA SANTOS, Boaventura ( 1987) Um discurso Sobre as Ciências. Porto, p. 38


2-HEISENBERG, W. (1927) Über den anschaulichen inhalt der quantentheoretischen kinematik und
mechanik; Zeitschrift für Physik, 43, 172-198(The Physical Contento of Quantum Kinematics and
Mechanics).
3-HEISEMBERG,W.(1927).Idem.
4-WIGNIER, Eugene Paul (1967) .Symmetries and Reflection, Scientific Essays.
5-SEIFE,Charles (2000). Cold numbers unmake the Quantum Mind, Science 287, 791, 4 Feb 2000.
6-TEGMARK, Max (2000) Importance of quantum decoherence in brain processes” Phys. Rev. E 61(4),
4194, Abril 2000
7-PENROSE, Roger(1994), Shadows of the Mind, Oxford University Press, Oxford, UK, 1994.
8-PENROSE,Roger (2000). Orchestred Objective Reduction, Orch OR
9-Links: ver discussões atuais promovidas pela Universidade do Arizona em Tucson
(www.consciousness.arizona.edu), assim como referências alí citadas.
10-TAIMNE, I.K. A ciência do Yoga. Brasília, Ed. Teosófica,1996, p. 17-23;
11-TINOCO, Carlos Alberto. As Upanishads. São Paulo, Ibrasa, 1997, p. 208-215;
12-GOSWAMI, Amit. A janela visionária. São Paulo, Cultrix, 2003
13-WEIL, Pierre. Fronteiras da evolução e da morte.Petrópolis, Vozes, 1979, p.82;
14-ZIMMER, Heirich. Filosofias da Índia. São Paulo, Palas Athena, 2003,p.296;
15-TINOCO, Carlos Alberto. Idem. P.245-265;
16-TINOCO, Carlos Alberto. Ibidem. p. 205.
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 160

REFERÊNCIAS PROFISSIONAIS DOS PARTICIPANTES

Alejandro Parra

Psicólogo especializado en psicología paranormal. Desde 1990, es editor de la Revista Argentina de Psicología
Paranormal y coordinador del Instituto de Psicología Paranormal. Autor de Historia de la Parapsicologia en
Argentina (Buenos Aires, 1990), Fenómenos Paranormales: Una introducción a los eventos sorprendentes (Ed.
Kier, 2003), y organizador del ciclo de conferencias internacionales "Encuentros Psi" (1994, 1996 y 1998). Es
colaborador y delegado en Argentina para la revista española especializada Año/Cero y miembro de una
decena de asociaciones internacionales. Regularmente es consultado como especialista para diversos
programas de radio y TV. Desde 1999, es becario de Fundación BIAL de Portugal, para llevar a cabo una
investigación parapsicológica. Actualmente está a cargo de la Consultoría en Parapsicología Clínica de Buenos
Aires, el primer centro argentino de asistencia y orientación para personas con experiencias excepcionales y
paranormales.

Dra. Anna Mathilde Pacheco e Chaves

Professora universitaria há quarenta anos, tendo dado aulas na Escola de Sociologia e Politica de São Paulo,
Na Fundação Armando Alvares Penteado, e no curso de Post-Graduação em Psicologia da Saúde da
Universidade Metodista de São Bernardo. É Mestre em Psicologia Clinica pela Universidade de São Paulo e
doutora em Psicologia Social pela London School of Economics and Political Science. Atualmente - e isto há
mais de 23 anos- é professora no Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Universidade de São
Paulo. Seus interesses teóricos - e de investigação- incluem temas ligados ás possíveis contribuições que a
Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung possa trazer para a compreensão de fenômenos sociais. É autora
de dois livros: "Argonautas dos Espaços Interiores" e "Mandala de Palavras", alem de co-autora de mais dois
livros:"Estude e Aprenda- Prepare-se para a vida profissional" e "Tipos e a diversidade humana". Muito
interessada no desenvolvimento de potenciais humanos, é diretora da Ad-Homines, consultoria educacional.

André Percia de Carvalho

Psicólogo clínico, consultor organizacional e escritor, atuando no Brasil e no exterior.


Participante do Summer Study Program do Rhine Research Center em 1989.
Full-Member da Parapsychologycal Association com uma série de Artigos Publicados no JSPR. Participante
de conferências, palestras e congressos relacionados a parapsicologia nos Estados Unidos e Europa.
Idealizador do website ressignificando.com

Stefan J. Kasian, Ph.D.

He is a faculty member and Assistant Program Director of Human Sexuality at Akamai University in Hilo,
Hawaii. He received his doctorate in psychology from Saybrook Graduate School in San Francisco, California.
His research interests include spirituality in business, sexology and tantra, anomalous experiences, and
physical regeneration. He also works as real estate entrepreneur, author, and speaker.

Carlos Alberto Tinoco

Engenheiro, mestrado em educação, Prof. titular aposentado de Universidade Federal brasileira, Prof. nos
Cursos de Parapsicologia, Yoga e Física nas Faculdades Integradas Espírita (FIES), fundador do Curso de
Parapsicologia das FIES, escritor, tradutor e comentarista de Upanishads. PR - Brasil.

Stanley Krippner Ph.D.

Psicólogo internacionalmente conhecido pelo seu trabalho pioneiro na investigação científica da consciência
humana, especialmente nas áreas de criatividade, fenômenos parapsicológicos (psi) e estados alterados de
consciência. Antes de unir-se ao Saybrook Institute em 1972 ele dirigiu o Dream Laboratory do Maimonides
Medical Center em Nova Iorque e foi diretor do Child Study Center na Kent State University. Ele foi Presidente
da Association for Humanistic Psychology, da Parapsychological Association e da Association for the Study of
Dreams. Ele também é membro da International Society for the Study of Dissociation, da American
Psychological Association, da Society for the Scientific Study of Sex, da American Psychological Society, da
American Society of Clinical Hypnosis e da Society for the Scientific Study of Religion. Dr. Krippner recebeu
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 161

seu Ph.D. em Psicologia Educacional pela Northwestern University. Ele escreveu mais de 500 artigos e
dezenas de livros.

Valter da Rosa Borges

Procurador de Justiça aposentado. Foi professor de Sociologia na Universidade Federal de Pernambuco e de


Direito Civil na Universidade Católica de Pernambuco. Iniciou as suas atividades no campo da pesquisa psi em
1954. Em janeiro de 1973, fundou o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas -I.P.P.P.-, do qual foi
Presidente durante 22 anos. Em janeiro de 1978, fundou a Academia Pernambucana de Ciências, da qual foi
seu Presidente em quatro mandatos. A partir de 1979, começou a participar, como conferencista oficial, de
Congressos de Parapsicologia, no Brasil e no Exterior. Ministrou Cursos de Parapsicologia na Universidade
Federal da Paraíba, na Universidade Católica de Pernambuco e na Universidade Federal de Pernambuco. Em
1996, passou a dirigir o Anuário Brasileiro de Parapsicologia. É membro de sociedades culturais e científicas
de Pernambuco. Já publicou 14 livros, entre os quais 4, no campo da Parapsicologia:INTRODUÇÃO AO
PARANORMAL, PARAPSICOLOGIA: UM NOVO MODELO (em co-autoria com Ivo Cyro Caruso), MANUAL
DE PARAPSICOLOGIA e FENOMENOLOGIA DAS APARIÇÕES.

Hideyuki Kokubo, B.Sc

Cientista sênior do International Research Institute (IRI), Japão. Estudou biofísica em Universidade de Nagoya.
Trabalha com pesquisa de fenômenos anômalos desde 1978, tendo como principal interesse o estudo dos
mecanismos físicos de psi, seja ao nível experimental, teórico ou de campo. Fez parte do conselho editorial da
Cia. de Sanseido Ltda. entre 1981 a 1996. Ele ensinou parapsicologia na Faculdade Tokai Women's Junior
entre 1996 e 2000. Em 1996 ingressou no Yamamoto Bio-Emission Laboratory, National Institute of
Radiological Sciences, (NIRS), para desenvolver um projeto governamental japonês e satisfazer o próprio
interesse na parapsicologia. É diretor e editor chefe da Japanese Society for Parapsychology (JSPP); diretor
administrativo, secretário geral e gerente editorial da International Society of Life Information Science (ISLIS). É
conferencista na Universidade de Meiji e Universidade de Atomi.

Tatsu Hirukawa Ph.D.

Associate Professor of Anthropology. Faculty of Information and Communication, Meiji University, Japan. I
studied biology at Kyoto University (master's course), anthropology at the University of Tokyo (doctor's course),
and psychology at Ochanomizu University (postdoctoral researcher).I have continued evolutionary and cross-
cultural research of the worldview/cosmology among "primitive" and "traditional" societies.I particularly focus on
the life histories and psychological/ physiological experiences of shamans/mediums such as boo (Mongolia),
phawo (Tibet), deo ma (Newali, Nepal), daba (Moso, Yunnan), tangki (Taiwan Chinese), itako (Northern Japan),
yuta (Southern Japan), maa ki (Northern Thailand), balian (bali, Indonesia), kanawa' (Yap, Micronesia),
curandero (Mazatec, Mexico; Quechua, Andes), unaya (Shipibo, Amazon). I learned vipassana meditation in
Thailand and Zen meditation in Japan. I published two books titled Origins of Sex, Death and Pleasure: From
the Viewpoint of Evolutionary Psychology (1999) and Time of the Other World: The Anthropology of
Consciousness (2002). I also published two ethnographic video films titled Anthropology of the Altered States:
The Tradition and Present of Shamanism (2000) and Anthropology of Life and Death (2001).

Sergio Schilling Pérez

Bachiller con Mención en Ciencias Sociales de la Universidad Diego Portales y estudiante de quinto año de
pregrado de psicología de la Universidad Internacional SEK. Diplomado en hipnosis clinica años 2001-2003,
del Centro de Estudios del Cambio. Director de la Unidad de Investigación psi de la Universidad Diego
Portales. Asesor temático de prensa escrita y televisión en relación a fenómenos psi, actualmente asesora al
periódico “La Nación” y a Canal 13. Ha desarrollado investigación en el campo de los fenómenos psi,
estudiando efectos PES con técnica Ganzfeld, comportamiento de sistemas aleatorios y efectos psi, factores
ambientales generadores de experiencias de tipo aparicionales, y genética de psi. Organizador de dos
congresos regionales del tema “limites de la investigación psicológica”, junto con CEIPRHINE 2002 y
“Perspectivas actuales en la investigación de la consciencia”, ambos realizados en la facultad de Cs.Humanas
y educación, de la Universidad Diego Portales.

Waldo Mora Ulloa

Magíster en Ciencias Biológicas y Licenciado en Ciencias con mención en Biología, ambos grados otorgados
por la Universidad de Chile. Ha ejercido la docencia en la enseñanza superior desde 1986, dictando
asignaturas correspondientes a las áreas de biología general y neurobiología. Ha realizado investigaciones en
genética del comportamiento y ha trabajado en el desarrollo de programas computacionales aplicables a
rd
III Encontro psi: implicações e aplicações da psi - 3 Psi meeting: implications and applications of psi 162

estudios etológicos, embriológicos, genéticos y psicológicos. Parte de sus resultados los ha presentado en
congresos patrocinados por la Sociedad de Biología de Chile. Actualmente académico en la Universidad Adolfo
Ibáñez, Universidad de Rancagua y UNIACC. Miembro del consejo directivo Unidad investigación psi de la
Universidad Diego Portales.

Christine Hardy, Ph.D.

Cultural anthropologist and cognitive scientist, founder of ECO-Mind, a research association exploring mind and
consciousness, has published several books in France on progressive scientific research and transpersonal
psychology. In recent years, Christine Hardy has focused on cognitive sciences and the elaboration of a
cognitive theory (or Semantic Fields theory), based on a systemic and chaos theory frameworks, as outlined in
her book Networks of Meaning (Praeger, 1998). She is currently involved in systemic modeling of complex
cognitive processes such as intention and intuition.

Fábio Eduardo da Silva Esp.

Parapsicólogo (1994) pelo curso livre de Parapsicologia das Faculdades Integradas Espírita (FIES) e professor
deste curso desde 1996, ano em que concluiu o curso livre de Estudos da Consciência das FIES. Facilitador de
vivências e dinâmicas em parapsicologia. Psicólogo pela Universidade Tuiuti do Paraná (2006), Especialista
em Magistério Superior pelo IBPEX (2005), onde atualmente cursa outra especialização - Neuropsicologia.
Mestrando em Psicologia Social pela USP. Membro do Rhine Research Center, da Parapsychological
Association (PA) e do Institute of Noetic Sciences. Pesquisador e coordenador do Centro Integrado de
Parapsicologia Experimental (http://unibem.br/cipe/index.htm). Bolsista da Fundação Bial de Portugal.

Jalmir Freire Brelaz De Castro, Ma

Membro do conselho diretor do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - IPPP. Professor do


Curso de Pós-graduação em Parapsicologia do IPPP. Membro da Academia Pernambucana de Ciências. Ex-
presidente do Conselho Regional de Parapsicologia em Pernambuco. Integrou a Associação Brasileira de
Parapsicologia - ABRAP e a Parapsychological Association - PA, como full member. Engenheiro Eletricista
com especialização em Tecnologias da Informação pela UFPE, e Mestrado em Administração pela
Universidade Autônoma de Madri.

Benny Shanon (Ph.D)

É professor e ex-chefe do Departamento de Psicologia da Hebrew University de Jerusalém (Israel). É B.A. em


filosofia e lingüística pela Tel Aviv University, M.A. em lingüística e Ph.D. em psicologia, ambos pela Stanford
University. Além do seu posto permanente em Jerusalém, ensinou no MIT, na Cornell University e no
Swarthmore College. Foi pesquisador visitante na Harvard University, Princeton, na Ecole Polytechnique
(Paris) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Centre for the Study of Autonomy and Epistemology
em Paris, no French National Institute for Mental Health, no Center for Interdisciplinary Studies em Bielefeld
(Alemanha), no Center for Study and Research of the Rockefeller Foundation em Bellagio (Itália) e no
Netherlands Institute for Advanced Study in the humanities and the social sciences. Seus campos de
especialidade incluem a semântica e pragmática da linguagem natural, a fenomenologia da consciência
humana, as fundações conceituais da ciência cognitiva e a filosofia da psicologia. Entre as suas publicações
estão dois livros: “The Representational and the Presentational” (1993) que é dedicado a uma crítica da visão
de representacional -computacional da mente na ciência cognitiva e “Antipodes of the Mind” (Oxford University
Press, 2002), que é um pioneiro estudo de psicologia cognitiva sobre o estado mental induzido pela bebida
fermentada Ayahuasca.

Neyda Nerbass Ulysséa

Psicóloga e Psicoterapeuta, pós-graduada em Parapsicologia. Formação em Psicologia Transpessoal.


Especiali-zação em Educação de Valores Humanos. Coordenadora da Unidade de Psicologia das Faculdades
Integradas Espírita, do Instituto de Estudos da Consciência, da Multiversidade e do Centro de Estudos de
Educação em Valores Humanos. Fundadora das Faculdades Integradas Espírita.

Você também pode gostar