Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
In:
BRAGA, S. et al. Marxismo & Ciências Humanas : leituras sobre o capitalismo num contexto de crise; ensaios em
comemoração aos 15 anos de Crítica Marxista. Curitiba : UFPR/Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, 2011,
p. 117-138.
UFPR/SCHLA
1ª Edição
Sumário
Pág.
Apresentação (Os organizadores) _______________________________ 5
Caio Navarro de Toledo: Desafios e problemas de uma publicação
marxista no Brasil: Crítica Marxista faz 15 anos._________________
7
Armando Boito & Luiz Eduardo Motta: Karl Marx no Brasil.________ 17
João Quartim de Moraes: O marxismo e os impasses do capitalismo
contemporâneo. ___________________________________________
27
Isabel Loureiro: A recepção de Rosa Luxemburgo no Brasil._______ 43
Robespierre de Oliveira: A teoria crítica como teoria da mudança
social: o marxismo de Marcuse. ______________________________
59
Anita Helena Schlesener: Gramsci e a cultura de seu tempo:
observações sobre arte e literatura.____________________________
71
Marcos Viníci/us Pansardi: Gramsci e as Relações Internacionais:
hegemonia, dependência e imperialismo. ______________________
85
Francisco Paulo Cipolla: A evolução da teoria da crise em Marx. ____ 101
Claus Germer: As tendências de longo prazo da economia capitalista
e a transição para o socialismo. ______________________________
117
Sérgio Braga: Nicos Poulantzas, as elites e a sociologia política
norte-americana. __________________________________________
139
Adriano Codato: Política, ciência e ideologia: sobre o "teoricismo"
de Nicos Poulantzas. ______________________________________
165
Pedro Leão da Costa Neto: Notas introdutórias sobre o
desenvolvimento do marxismo no Leste Europeu.______________
175
Ligia Regina Klein: A luta pelas leis fabris do século XIX e a
definição das idades do trabalho: um estudo sobre a constituição
das noções de infância e adolescência. ________________________
185
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
117
As tendências de longo prazo da
economia capitalista e a transição
para o socialismo
Claus M. Germer (UFPR)70
INTRODUÇÃO
A análise deste tema é oportuna em um momento em que o capitalismo se considera triunfante e os críticos do capitalismo, mesmo no
campo do marxismo, vacilam na afirmação do caráter historicamente passageiro do presente modo de produção ou jogam para um
futuro remoto e incerto a possibilidade da transição para o novo modo de produção, o comunismo. Uma das principais críticas feitas
por Marx à teoria econômica burguesa (a Economia Política clássica, na sua época, cujo caráter científico reconhecia) foi o seu caráter
a-histórico, isto é, o fato de não reconhecer a natureza passageira do capitalismo. Atualmente, no campo do marxismo, isto é
geralmente reconhecido, mas, ao contrário de Marx, parece ser aplicado, na análise teórica, praticamente apenas ao passado,
principalmente como análise do processo de gênese do capitalismo no interior do feudalismo. Raramente é aplicado à tentativa de
identificar o processo corrente de gestação dos elementos que emergem no interior do capitalismo e que apontam para a sua
superação, na forma de elementos constitutivos de um novo modo de produção. Um esforço neste sentido não se confunde com a
tentativa de prever o futuro ou elaborar receitas sobre a forma concreta que deveria assumir o novo modo de produção. O de que se
trata é de procurar identificar os elementos emergentes deste no interior do capitalismo.
70Professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico da Universidade Federal
do Paraná.
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
118
Uma tentativa deste tipo não é uma empresa fácil, uma vez que a evolução social está sendo tecida cotidianamente, por intermédio da
atividade de milhões de indivíduos e grupos de indivíduos agindo sem coordenação consciente, portanto sem um objetivo comum
conhecido. As mudanças meramente incrementais podem ser previstas até certo ponto, mas apenas para o futuro próximo, uma vez
que são mera extrapolação da situação vigente, que é conhecida. Mas as mudanças que implicam saltos qualitativos dificilmente
podem sê-lo. O desenvolvimento da manufatura, a partir de meados do século 16, é um exemplo deste tipo. No início daquele século,
quando a produção artesanal era a forma vigente da produção industrial, nada permitia prever o surgimento e a difusão da produção
manufatureira, algumas décadas depois, cujas condições de emergência estavam, porém, sendo gestadas a partir de diferentes pontos
da sociedade, mas cuja combinação em um processo de convergência para o que viria a ser a manufatura era imperceptível a qualquer
observador. Do mesmo modo, durante o domínio da produção manufatureira, nada permitia antever o desenvolvimento da indústria
mecanizada a partir dela. Sendo assim, como é possível antecipar uma mudança qualitativa tão significativa quanto a natureza do
modo de produção que tomará o lugar do capitalismo? Ou seja, como é possível identificar o comunismo como o novo modo de
produção? O objetivo desta exposição é retomar os fundamentos teóricos que tornam isto possível.
Uma correlação de forças de classes extremamente desfavorável ao socialismo, principalmente nas últimas três décadas, parece ter
produzido uma forte desmotivação para o estudo do processo de transição em curso e até mesmo uma certa descrença de que isto
esteja ocorrendo. Como consequência, são escassas as análises que sintetizam os abundantes dados e informações que identificam o
curso deste processo. O objetivo deste artigo não pode, portanto, ir além da retomada dos fundamentos teóricos da existência deste
processo e da indicação de algumas evidências mais gritantes da sua realização.
Não há dúvida de que Marx e Engels consideravam possível antever pelo menos as características fundamentais do modo de
119
produção o comunismo que sucederia o capitalismo. Marx não só referiu-se ao novo modo de produção em numerosas passagens
da sua obra, como pretendia dedicar um volume do O Capital a este tema, intenção que, lamentavelmente, não pode realizar.
Rosdolsky, citando os Grundisse, esclarece que, segundo o plano original de Marx, o último volume da sua obra deveria encerrar-se
com o exame dos momentos que apontam para além do que está pressuposto e que pressionam pela emergência de uma nova forma
histórica da sociedade. Este volume deveria ocuparse, portanto, com a análise da dissolução do modo de produção e da forma de
sociedade baseados no valor de troca e da sua transição para o socialismo (Rosdolsky, p. 486). Prossegue o mesmo autor: como
resultado da análise de Marx o socialismo já não aparecia como um mero ideal, mas como uma fase necessária do desenvolvimento
da humanidade, para a qual tende a história decorrida até hoje, de modo que só se poderia falar da futura forma socialista da
sociedade, na medida que embriões visíveis desta futura sociedade pudessem ser descobertos na história decorrida e suas tendências
de desenvolvimento (Ibidem, p. 487).
Isto significa que a transição para um novo modo de produção inicia-se quando elementos do mesmo começam a desenvolver-se no
interior do modo de produção vigente. Um pouco de reflexão é suficiente para indicar que esta é uma condição indispensável à
possibilidade da passagem a um novo modo de produção71. Sendo assim, os elementos emergentes e constitutivos do modo de
produção que se seguirá ao capitalismo devem poder ser observados no interior da sociedade capitalista atual.
Deve-se notar que, para que embriões visíveis da sociedade futura possam ser encontrados no interior do capitalismo atual, são
necessários critérios capazes de indicar quais seriam os fenômenos que constituem embriões da sociedade futura. Tais critérios só
podem ser derivados das leis que presidem a evolução do capitalismo. É preciso, portanto, identificar estas leis, função que cabe à
ciência. O que se necessita, por conseguinte, é que a sociedade capitalista seja analisada segundo o método científico usual, isto é,
procurando identificar as leis que presidem o seu funcionamento e sua evolução, a partir dos fatores materiais que objetivamente a
condicionam, e sem a intervenção da
71Segundo Marx, ...relações de produção novas e superiores nunca se instalam antes que as condições de existência materiais das mesmas tenham sido geradas no
próprio seio da velha sociedade ( Marx, 1980, p. 101).
120
intencionalidade humana. Como Marx esclareceu no prefácio ao primeiro volume do O Capital, tratava-se nesta obra de identificar as
leis naturais da produção capitalista (...) [as] tendências que atuam e se impõem com necessidade férrea, ou seja, descobrir a lei
econômica do movimento da sociedade moderna, que é a sociedade capitalista (Marx, 1983, p. 12). O método desenvolvido por
Marx e Engels para investigar o processo de desenvolvimento da sociedade humana, é o materialismo histórico, que consiste na
aplicação do materialismo filosófico e da dialética à análise da sociedade humana. Ao contrário do que se possa crer, o materialismo é
a filosofia na qual se baseia, consciente ou inconscientemente, a moderna pesquisa científica burguesa no campo das ciências
naturais72. Sendo assim, se a ciência é materialista em todos os campos, segue-se que a análise científica da sociedade requer
igualmente uma abordagem materialista.
Mas a possibilidade de analisar o movimento da sociedade capitalista depende crucialmente de se ter identificado as leis que presidem
a evolução da sociedade humana em geral, isto é, as leis que movem a ação do ser humano como tal e, mais especificamente, aquelas
que presidem a transição de um modo de produção a outro. As tendências a serem observadas na evolução do capitalismo nada mais
são do que manifestações da operação destas leis gerais. Sem elas seria impossível saber quais fenômenos deveriam ser observados
como indicadores do processo de transição. O estabelecimento destas leis foi realizado por Marx e Engels nas suas obras iniciais, de
cunho eminentemente metodológico, com destaque para a A ideologia alemã e o prefácio da Contribuição à crítica da economia
política. Marx e Engels pretenderam analisar a evolução da humanidade cientificamente, isto é, sem atribuí-la a entes fantásticos ou a
inspirações geniais de grandes personagens. Nestas obras identifica-se o desenvolvimento das forças produtivas como o fator material
responsável pelo desenvolvimento da sociedade humana em geral, e a contradição entre as forças produtivas e as relações sociais de
produção como o fator responsável pelo desenvolvimento das lutas de classes que conduzem à transição de um modo de produção a
outro. Deste modo, a identificação das tendências de evolução das forças produtivas e da contradição entre estas e as relações de
produção, em determinado modo de
72Na filosofia não marxista das ciências naturais atuais isto é amplamente reconhecido: Materialism is now the dominant systematic ontology among philosophers and
scientists, and there are currently no established alternative ontological views competing with it (Moser and Trout, p. ix).
121
produção, permite antecipar as características fundamentais do modo de produção seguinte. Deve-se ter em mente que as relações de
produção expressam-se na forma jurídica da propriedade ou da apropriação. Portanto, é necessário observar aemergência de novas
formas materiais de apropriação, conflitantes com a forma vigente e sua expressão jurídica. Por outro lado, esta contradição
desencadeia uma reação por parte da classe proprietária vigente, na tentativa de controlar e/ou deter o desenvolvimento das novas
forças produtivas e da nova forma material de apropriação que lhe corresponde 73. A existência destas reações acrescenta-se ao
observador como outro indicador da intensidade da contradição mencionada.
Não se pode de imediato dizer se as mudanças mais facilmente observáveis são as que se dão nas relações de produção ou nas forças
produtivas, embora estas sejam a causa daquelas. Os desenvolvimentos técnicos dos meios de produção ocorrem no interior das
unidades produtivas, longe das vistas da maioria da população e mesmo de observadores atentos, enquanto as mudanças nas relações
de produção, que se dão entre indivíduos que circulam na sociedade como portadores de uma nova relação social, tornam-se por este
motivo mais fácil e rapidamente percebidas. Por outro lado, porém, importantes desenvolvimentos técnicos nos meios de transporte,
que são também elementos das forças produtivas, e que desempenharam papel importantíssimo no impulso ao desenvolvimento das
novas forças produtivas e relações de produção como um todo em diversas fases da evolução da humanidade, principalmente nas mais
recentes, são mais fácil e extensamente percebidas. Finalmente, deve-se notar que não há leis que permitam antever as direções dos
desenvolvimentos técnicos e a natureza dos saltos qualitativos que caracterizam a emergência de forças produtivas portadoras de
mudanças cruciais. Sendo assim, parece que os melhores indicadores da emergência do novo modo de produção no capitalismo são as
mudanças nas relações de produção e a explicitação do seu conflito com a forma jurídica vigente da propriedade. Se as relações de
produção mudam, é porque as forças produtivas estão mudando.
Deste modo torna-se possível a identificação do processo em curso de constituição de uma realidade social futura, antes que esta tenha
se materializado. Esta possibilidade depende de se
73 Uma exposição detalhada da teoria da transição entre modos de produção, elaborada por Marx e Engels, encontra-se em Germer, 2009.
122
poder antever, pelo menos em suas linhas gerais, o formato da realidade futura, que depende, por sua vez, de ser possível extrair, da
análise do processo evolutivo atualmente em curso, as tendências evolutivas essenciais e a sua convergência em direção a uma
transição determinada.
O resultado da análise de Marx está sintetizado na lei geral da acumulação capitalista (Marx, 1983, cap. 23), e pode ser assim
enunciado: na sociedade capitalista os produtores são independentes e concorrem uns com os outros pela sobrevivência como
produtores. A concorrência conduz à elevação contínua da composição orgânica do capital e à centralização crescente dos capitais,
isto é, à absorção dos capitais menores pelos maiores e à proletarização dos menores capitalistas e demais produtores porventura
existentes. Da centralização crescente decorrem duas tendências: a primeira é a polarização crescente da população em duas classes: a
classe capitalista, cujo número diminui gradualmente, por um lado, e a classe dos trabalhadores assalariados, que tende a absorver o
restante da população, ou seja, a maioria, por outro. A segunda tendência é o crescimento contínuo das escalas dos capitais individuais
e a correspondente expansão do caráter social do trabalho, com contingentes cada vez maiores de trabalhadores trabalhando
combinadamente em regime de cooperação técnica. Finalmente, com o advento e difusão da sociedade anônima, os capitalistas são
substituídos por trabalhadores assalariados nas funções de direção nas esferas da produção e da distribuição dos produtos do trabalho.
Todas estas tendências realizaram-se plenamente após a publicação do O Capital, mesmo aquelas que, à época, ainda não haviam se
manifestado claramente, como é o caso da difusão da sistema de crédito, da sociedade anônima e da centralização geral dos capitais.
Desta síntese decorrem as evidências a serem procuradasna evolução do capitalismo até este momento: por um lado, asevidências
sobre o processo de polarização social entre capitalistase assalariados; por outro lado, as evidências de uma tendênciaainda inexistente
quando da elaboração do O Capital, mas implícita no processo de centralização, que é a progressivasubstituição do mercado pelo
planejamento da atividade econômica, tanto ao nível dos capitais individuais quanto do capital global.
123
Entre as referências feitas por Marx ao comunismo, encontra-se frequentemente a expressão sociedade de produtores associados . O
conceito de produtores associados, cuja base é a propriedade comum dos meios de produção, opõe-se ao de produtores
independentes em concorrência, cuja base é a propriedade privada dos meios de produção. É clara nos textos de Marx a indicação de
que o comunismo baseia-se na propriedade comum ou coletiva dos meios de produção. A propriedade comum implica, logicamente,
que a gestão dos meios de produção é também comum e unificada, significando que o conjunto deles é gerido como uma totalidade,
ou seja, há planejamento global unificado da produção e da distribuição. Pode-se dizer, por conseguinte, que os dois componentes
fundamentais do comunismo são a propriedade comum dos meios de produção, por um lado, e o planejamento integrado ou global da
produção e da distribuição, por outro.
Ora, o novo modo de produção somente se torna possível na medida que os seus componentes fundamentais estejam desenvolvidos a
um ponto que se possa considerar suficiente, uma vez que eles constituem o fundamento material do desenvolvimento da classe social
portadora do projeto do novo modo de produção, projeto este que nada mais é que a expressão das exigências objetivas dos
componentes já desenvolvidos do mesmo74. Ou seja, a transição para o comunismo requer que se desenvolva previamente, no interior
do capitalismo, uma classe cujo destino depende desta transição, e uma tal classe só pode desenvolver-se caso a apropriação coletiva
dos meios de produção se desenvolva também previamente, em estado embrionário, no interior do capitalismo. Isto lembra a máxima
de Marx, segundo a qual a sociedade somente se propõe um problema quando as condições materiais para a sua solução já estão
presentes. Sendo assim, pode-se dizer que as duas tendências de longo prazo fundamentais do capitalismo são a progressiva
emergência da propriedade comum dos meios de produção, por um lado, e do planejamento global da produção e da distribuição, por
outro. Conseqüentemente, estas duas
A existência de idéias revolucionárias numa época determinada pressupõe já a existência de uma classe revolucionária (Marx e Engels, 1975, p. 68). Ver também
74
Germer (2009).
124
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
125
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
126
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
127
76É interessante notar que os críticos de esquerda das experiências socialistas do século 20
concentram-se na acusação de que a socialização dos meios de produção teria se reduzido à mera
estatização, em contraste com a esperada e verdadeira socialização. Concentram-se em um aspecto,
mesmo que relevante, mas, na medida que esquecem a contradição presente em todos os processos
sociais, vulgarizam a sua crítica ao ignorarem o significado histórico destas experiências.
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
128
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
129
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
130
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
131
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
132
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
133
78Em diversos países europeus ocidentais e em diversos Estados dos EUA, há leis que limitam o
tamanho da propriedade da terra agrícola. Nos EUA há também uma proibição legal ao
estabelecimento de sociedades anônimas na agricultura. Estas e outras leis de mesmo sentido
constituem sem dúvida obstáculos opostos pelo Estado burguês ao desenvolvimento das forças
produtivas. É interessante notar que a motivação, neste caso, é a manutenção de uma pequena burguesia
conservadora no meio rural, como uma barreira ao avanço da luta pelo socialismo na
agricultura (Germer, 2006b, p. 53-55).
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
134
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
135
CONSIDERAÇÕES FINAIS
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
136
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENSAÏD, D. Les irréductibles : théorèmes de la résistance à lair du temps. Paris : Textuel, 2001.
CHANDLER JR., A. Ensaios para uma teoria histórica da grande empresa. Rio de Janeiro : Editora Fundação Getúlio Vargas, 1998.
CHANDLER JR., A. Scale and scope; the dynamics of industrial capitalism. Cambridge, Ma : Harvard Univ. Press, 1990.
GERMER, C.M. A economia solidária: uma crítica marxista. In: Outubro, Revista do Instituto de Estudos Socialistas, São
Paulo, n. 14, 2o sem 2006, pp. 193-214, 2006a.
137
GERMER, C.M. Anotações críticas sobre o papel da C&T na reforma agrária. In. Reforma agrária e meio ambiente, ano 1, n. 1, out.
2006, p. 42-57, 2006b.
GERMER, C.M. Marx e o papel determinante das forças produtivas na evolução social. In.Crítica Marxista, IFCH, Unicamp,
Campinas, n. 29, 2009, p. 75-95, 2009.
LABINI, P.S. Ensaio sobre as Classes Sociais. Rio de Janeiro : Zahar, 1983.
LENINE, V.I. Imperialismo, fase superior do capitalismo. In. Obras escolhidas em três tomos, T. 1. São Paulo : Alfa-Omega, 1979.
MARX, K. Ökonomische Manuskripte und Schriften 1858/61. Text (Zur Kritik der Politischen Ökonomie). Berlin : Dietz Verlag.
[Para a crítica da economia política], 1980.
MARX, K. O Capital : crítica da economia política. v. I, tomo 1. São Paulo : Abril Cultural, 1983.
MARX, K. O Capital : crítica da economia política. v. III, tomo 1. São Paulo : Abril Cultural, 1985.
MARX, K. Kritik des Gothaer Programms [Crítica ao programa de Gotha ]. http://www.mlwerke.de/me/me19/me19_013.htm, 1875.
MARX, K. e ENGELS, F. Cartas sobre El Capital. 2a. ed. Barcelona : Editorial Laia, 1974
MARX, K. e ENGELS, F. Feuerbach : a oposição entre as concepções materialista e idealista (Cap. I de A ideologia Alemã).
Lisboa : Estampa, 1975.
MARX, K. e ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. In: MARX , K. e ENGELS, F. Obras Escolhidas. v. 1. São Paulo : Alfa-
Omega, p.13-47, s/d.
MARXISMO & CIÊNCIAS HUMANAS: LEITURAS SOBRE O CAPITALISMO NUM CONTEXTO DE CRISE
138
MOSER, P.K. and TROUT, J.D (Eds.) Contemporary materialism : a reader . London : Routledge, 1995. OIT (Organização
Internacional do Trabalho). Labor statistics. www.laborsta.ilo.org.
ROSDOLSKY, R. Zur Entstehungsgeschichte des Marxschen Kapital : der Rohentwurf des Kapital 1857-1858. 2 vol. Frankfurt am
Main : Europäische Verlagsanstalt. [Gênese de O Capital de Marx], 1974.
SCHNEIDER, E.V.Sociologia industrial : relações sociais entre a indústria e a comunidade. Rio de Janeiro : Zahar, 1976.
SCOTT, J. Capitalist property and financial power; a comparative study of Britain, the United States and Japan. New York : New
York University Press, 1986.