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Soluções · Fichas de trabalho por domínio

Leitura
Ficha 3 · Apreciação crítica (p. 123)
1.1. Descrição do objeto em análise: “romance em verso que parodia Os Lusíadas” (ll. 4-5),
“Embora o texto esteja dividido em cantos (dez), estrofes e versos, não existe rima nem qualquer
esquema formal estrito. E a escrita não é especificamente “poética”, exceto nalgumas passagens.” (ll.
8-12), “Tavares quer sobretudo retomar a noção de epopeia, vista agora de forma irremediavelmente
distópica.” (ll. 17-19), “Uma Viagem à Índia não tem a abundância narrativa camoniana nem o tom
exaltado, nem as alusões religiosas ou mitológicas” (ll. 27-30); comentário crítico: “usa uma
linguagem seca” (l. 77), “Em 450 páginas, há, em vez de ação, conversas, divagações, aforismos,
quase sempre estimulantes, mas sem vislumbre de tensão narrativa. E isso até numa antiepopeia faz
falta.” (ll. 77-81), “Trata-se, como sempre em Tavares, de um texto inteligente, brilhante mesmo, mas
totalmente dominado pelo ‘espírito abstrato e o devaneio’” (ll. 90-93), “Tavares é também o seu
próprio velho do Restelo” (ll. 107- 108).
2. “usa uma linguagem seca” (l. 77), “Em 450 páginas, há, em vez de ação, conversas, divagações,
aforismos, quase sempre estimulantes, mas sem vislumbre de tensão narrativa. E isso até numa
antiepopeia faz falta.” (ll. 77-81), “Trata-se, como sempre em Tavares, de um texto inteligente,
brilhante mesmo, mas totalmente dominado pelo ‘espírito abstrato e o devaneio’” (ll. 90-93).
2.1. Tendo em conta que o autor apresenta apreciações pessoais, existe um predomínio de adjetivos
que concretizam o pendor valorativo das suas asserções.
3. Embora Pedro Mexia considere a obra Uma Viagem à Índia “um texto inteligente, brilhante” (l. 91),
aponta a ausência de narração, a abstração e o uso de uma linguagem “seca” como aspetos menos
positivos. A escrita em verso constitui também uma estratégia, segundo ele, dispensável.
4. Em termos formais, a obra de Tavares encontra-se dividida em cantos e está escrita em verso, tal
como Os Lusíadas, embora não exista rima ou esquema formal rígido. A nível temático, o escritor
relata também uma viagem em que o desencanto é notório e, contrariamente ao texto épico, o
pessimismo se sobrepõe, não existindo esperança na humanidade. O protagonista da obra depara-se
com obstáculos que não possuem a elevação e a grandiosidade dos apresentados na obra
camoniana. Repare-se ainda que Gonçalo Tavares, na linha temática de Camões, reflete sobre o
poder do dinheiro (“o dinheiro é o único valor universal”). Finalmente, Pedro Mexia destaca ainda a
oposição entre as duas obras pela ausência de pendor narrativo no livro Uma Viagem à Índia.
5. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Segundo Pedro Mexia, a transformação de tópicos de Os
Lusíadas e o tom negativo e derrotista que perpassa na obra determinam a identificação de Gonçalo
Tavares e do seu livro como “anti-Camões”.

OEXP10 © Porto Editora

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