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PRODUÇÃO AUDIOVISUAL
POLÍGRAFO (EM CONSTRUÇÃO)
O PROJETO AUDIOVISUAL 10
Pré-produção 10
Produção 11
Pós-produção 11
PRÉ-PRODUÇÃO = PLANEJAMENTO 11
PRODUÇÃO 15
PÓS-PRODUÇÃO 16
MONTAGEM – EDIÇÃO 16
O CORTE 17
ROTEIRO NO AUDIOVISUAL 26
A HISTÓRIA EM IMAGENS 26
FASES DE CONSTRUÇÃO DO ROTEIRO 27
ESTRUTURA DO ENREDO 29
ACTING NO ROTEIRO 29
Papel/Função Da Câmera 34
Altura da Câmera 34
CARACTERÍSTICAS DA LUZ 37
CONSEQUÊNCIAS DA LUZ 37
AS FONTES DE LUZ 38
EXEMPLOS DE ILUMINAÇÃO 39
O ÁUDIO NO AUDIOVISUAL - O SOM NO VÍDEO 44
O ATOR NO AUDIOVISUAL - ACTING 45
O ATOR/MODELO/APRESENTADOR E O DIRETOR 45
COMPILAÇÕES DE CONTEÚDO 47
GRAVAR VÍDEOS PARA A INTERNET 47
GRAVAÇÃO DE BANDAS 47
PARA A BANDA 48
ANEXOS 49
BIBLIOGRAFIA 52
O QUE É AUDIOVISUAL
Assista ao filme realizado pelo aluno Gabriel dos Santos Vilela. Filme
realizado na disciplina de Produção Audiovisual em 2020 como
primeiro projeto técnico. Observe a sequência das ações, o desenho de
som com respectivas pontuações sonoras e a montagem, com a
escolha correta de pontos de corte.
É construção de sentidos
ou este
Ora, reflita sobre a diferença entre esta cena e a realidade. Há significados destacados na cena anterior
que, na vida real, acabam se misturando com centenas de outros estímulos visuais e sonoros, que
quase nem percebemos nada. Tudo acaba se transformando numa grande paisagem sonora e visual,
sem destaques. É tudo natural, até que uma buzina toque e, somente assim, algo ganha um certo
destaque. Entretanto, na cena do exemplo, ouvimos e vemos apenas um homem caminhando.
Vamos adiante nesta reflexão. Agora imagine que, ora vemos o homem caminhando, ora vemos um
rosto de uma criança com olhar distante. Estas imagens se alternam. A justaposição destas duas cenas
leva a crer que a criança está à espera do homem, cuja função até o momento é desconhecida (ele pode
ser seu pai, seu amigo, seu professor, ou qualquer outro personagem).
Essa construção de significados só é possível porque nosso cérebro completa o significado das cenas
exibidas. Há, na verdade, uma elipse da cena que explicaria tudo, mas mesmo assim, conseguimos
pressupor algumas possibilidades. Esse é o poder do trio roteirista/diretor/montador que jogam com
nossa capacidade imaginativa e suprimem ou mostram cenas de acordo com sua própria vontade.
O cinema, como o conhecemos, nada mais é do que uma ilusão de ótica causada pela sucessão de
imagens. O olho humano não consegue acompanhar a troca das “figurinhas” e cria “animação” entre
elas.
Este fenômeno, designado como persistência retiniana, foi uma das invenções e descobertas científicas
ocorridas ao longo do século XIX que possibilitou o nascimento do cinema.
https://youtu.be/wNU7sXkZmSw
a) Porque é multisensorial
b) Emocional
c) Divertido
d) Engaja
e) Porque tem o potencial de chegar ao sistema límbico (cérebro emocional), reptiliano (instinto) e
neocórtex (racional).
a) Cena: é parte da história contada em um determinado espaço + tempo + diálogos + ação dramática.
Serve para dividir o processo de captação de imagens. É uma ação que ocorre em um local e tempo
determinado. Quando mudar o local ou o tempo, muda a cena. Um filme ou comercial publicitário
é composto por várias cenas ou, até mesmo, por apenas uma cena (sobretudo no campo
publicitário). As cenas podem ser constituídas por apenas um único plano ou um conjunto de
planos.
b) Sequência: conjunto de cenas ou ações.
c) Plano (menor unidade do filme): são os recortes de imagem usados para cobrir uma ação completa
de uma cena. Como vimos, o plano é a célula mais neutra possível na composição de um filme e
tomará forma e significado mais complexo quando da justaposição e interação dialógico com outros
planos. Um conjunto de planos compõe uma cena. Por exemplo: modelo aparece de corpo inteiro
chegando em uma sala. Quando ela sorri, a câmera mostra apenas o rosto. Logo depois, ela pega
algo na sua bolsa e isto é mostrado em detalhe. Então, nesta cena, tivemos 3 planos: um aberto,
um apenas no rosto da modelo e outro na bolsa.
d) Frame: é meramente um fotograma (uma fotografia estática). A sequência de fotografias
(normalmente 24 ou 30) apela à persistência retiniana do olhar humano, gerando a ilusão de
movimento. Alguns dizem que é a menor unidade do filme, mas se um filme pressupõe movimento,
uma fotografia seria mesmo um filme? No meu entendimento (e no de Eisenstein, sobretudo), o
plano é a menor unidade do filme (não o frame).
e) Take ou Tomada: é uma tomada de imagem e ação. Quando clicamos no Rec da câmera para iniciar
e parar a gravação. Cada tomada é uma tentativa realizada até que todos consigam acertar seus
papéis.
CENAS
SEQUÊNCIA 1 SEQUÊNCIA 2
PLANOS
CENA 1
PC AMIGAS
PG AMIGAS PP ATRIZ 1 PC ATRIZ 2+3 PM ATRIZ 4
LATERAL
CENA 3
● Tematização: toda peça tem um objetivo, um sentido a construir - estratégia criativa / apelo. Toda a
história tem um Conflito, trama/enredo, diegese.
● Tonalização: o tipo de trama altera o tom, o nível emocional pretendido: drama, comédia, leveza,
eletrizante, triste etc.
● Figurativização: representada pelos personagens e seus estereótipos.
● Espacialização: o ambiente físico e a estética de tudo o que é visual. É o espaço cênico = cenários e
elementos.
● Temporalização: tempo cronológico (sequência que segue a noção realista de fatos e horas) e/ou
tempo dramático (que suprime fatos e horas e apela à interpretação da audiência) e/ou uma
localização temporal (na linha do tempo do mundo, ex: idade média, futuro etc). Tempo =
cronológico/dramático + duração + ritmo + época.
● Actorialização: toda peça tem um acting - gestual, facial, entonação vocal. É tudo o que o ator faz
diante das câmeras.
● Ambiente sonoro, por mais silenciosa que possa ser. O ambiente sonoro constrói um cenário
sonoro.
● Frames, planos, cenas e sequências.
● Quadro = composição, perspectiva, ângulo, escala, estabilidade, profundidade.
● Luz = iluminação (natureza, intensidade, direção).
● Cor = coloração, tonalidade predominante, balanço de branco.
● Movimento (ou ausência de movimento).
● Figurinos.
● Montagem = ritmo, estilo de montagem, corte aparente/não aparente.
O PROJETO AUDIOVISUAL
Veja um exemplo prático do projeto audiovisual.
PROJETO LANCHE INFELIZ
Vídeos sobre o Processo de Produção Audiovisual e Equipe (playlist) - são vídeos frutos de um projeto
experimental orientado por mim: https://www.youtube.com/watch?v=L-PFyYHM0F0&t=12s
A peça audiovisual, de uma forma geral, pode ser um filme, uma minissérie, um telejornal, um programa
de auditório, um comercial de televisão, um videoclipe, um vídeo para redes sociais. Seja qual for a mídia
de destino do produto audiovisual, há uma diferença entre filmes amadores e profissionais: o
planejamento.
Perceba que não mencionei a qualidade estética, pois essa, cada vez mais, perde importância
para a relevância do tema e conteúdo, sobretudo no consumo audiovisual nos meios digitais. Compare
no Youtube, por exemplo, a quantidade de visualizações obtidas por vídeos amadores e profissionais –
você perceberá que não há uma correlação clara entre a qualidade estética profissional e o sucesso de
audiência (me refiro especificamente a redes sociais, mas se considerarmos o cinema, por exemplo,
perceberemos, em geral, que essa correlação ocorre de forma diretamente proporcional).
O Projeto Audiovisual é o planejamento, execução e controle de todas as fases. Todo o plano é feito na
fase da pré-produção e deve conter, pelo menos, os seguintes elementos:
PRÉ-PRODUÇÃO
a) Storyline
b) Argumento
c) Roteiro literário
d) Roteiro técnico – decupagem do diretor
PRODUÇÃO
a) Com tudo planejado na pré-produção, nesta fase, ocorre a execução do plano.
PÓS-PRODUÇÃO
a) Decupagem e organização de cenas e planos brutos.
b) Montagem - 1º corte = corte bruto, copião, 1º tratamento. (Exemplo de 1º corte - Assista)
c) Montagem - 2º corte = afinação do corte. (Exemplo de 2º corte - Assista)
d) Correções de Luz e cor
e) Efeitos especiais
f) Finalização de som: a finalização de som pode ocorrer logo após o 2º corte, mas já inicia suas
atividades na fase da pré produção, quando a captação de som, músicas e efeitos
sonoros/sonoplastia são planejados.
PRÉ-PRODUÇÃO = PLANEJAMENTO
É a fase durante a qual são concebidas as ideias e tudo é cuidadosamente, minuciosamente, planejado.
Sem produção, um filme ou comercial de televisão (VT) ou um programa ou uma novela não existe. Não
sai do papel. Basicamente, um filme pode dividir-se em 3 núcleos de trabalho: o de produção, o de
direção e o de montagem. Mas sem uma boa produção, não há como haver um processo eficaz de
direção e montagem.
Cabe à produção executar o filme administrativamente, compreender o roteiro, encontrar – com o diretor
– a essência do que será o filme, conseguir o dinheiro, planejar a filmagem – dentro das possibilidades de
orçamento –, cuidar da infraestrutura dos bastidores, zelar pelo bom andamento e pela correta
finalização.
Tudo isso começa com o roteiro, que é analisado e quebrado em partes. Esta quebra é chamada de
decupagem. De acordo com Daniel Filho (2001), a decupagem é a informação, para a equipe de
produção, de como o diretor pretende contar alguma cena. O produtor executivo e o assistente de
direção saberão que a cena tal terá um travelling. O diretor de fotografia conhecerá o posicionamento de
câmera e poderá decidir onde serão instaladas as fontes de luz. Com a decupagem, o tempo no set é
otimizado pois tudo que possuir a iluminação semelhante na mesma locação poderá ser gravado em
sequência. Não há desperdício de trabalho. Todos conhecem o que será necessário para a próxima cena.
A decupagem coloca todos para trabalhar. Se na próxima cena a personagem abre a porta da geladeira, a
equipe da produção compreende que ali devem estar os alimentos do ator (e isso foi planejado
antecipadamente na fase de pré-produção). Da mesma forma, se ela abre a porta do próprio quarto de
dormir, ali serão necessários pelo menos uma cama e um armário. Vale lembrar: os objetos cênicos
dependem intimamente da personalidade da personagem e, portanto, é possível que, no quarto haja
apenas um colchão sujo e todo furado, disposto diretamente no solo. Mas isso constará no roteiro e na
decupagem e será planejado com antecedência na fase de pré-produção.
Um produtor tem de ser bastante prático e organizado, precisa ter espírito de liderança e visão ampla –
afinal, sua participação se estende por todas as áreas. Ele deve coordenar uma enorme quantidade de
profissionais envolvidos no processo de realização cinematográfica: precisa estar próximo da direção, da
fotografia, da arte, da montagem, da finalização.
Para planejar e coordenar tudo isso, a produção se subdivide em algumas funções: produtor, produtor
executivo, diretor de produção, produtor de set, produtor de locações. Sem contar o assistente de
direção, que tem um pezinho na direção e um pezinho na produção.
A seguir:
o) Contratação da equipe.
p) Seleção do elenco.
q) Planta baixa.
r) Ensaios fora do estúdio (preparação dos atores ou do apresentador). O produtor faz o papel
da audiência durante os ensaios, assistindo de forma crítica.
a) PRODUTOR
Observação: em produções pequenas, a mesma pessoa ocupa os cargos de “produtor”, “diretor de
produção”, “produtor de set”.
É também conhecido como Produtor Executivo, quando, além do que é descrito neste item, também
administra orçamentos e faz a gestão financeira do filme.
Na verdade, nenhuma decisão de grandes implicações para o filme é tomada sem a aprovação do
produtor. Num comercial televisivo (VT) ou produto audiovisual publicitário, por exemplo, um dia de
filmagem corresponde a uma grande quantidade de dinheiro investido. Estão em jogo o pagamento e a
alimentação da equipe, o aluguel de equipamentos caros, o uso do valioso tempo dos atores e modelos
etc.
Perder um dia de filmagem, por qualquer motivo, pode representar um grande prejuízo financeiro para a
produção. Num caso extremo como esse, entra em cena o produtor, que estuda o caso e, com o diretor,
encontra a melhor solução: refilmar num outro dia? Reescrever o roteiro? Montar o filme sem essas
cenas?
Toda essa autoridade é conferida ao produtor porque ele acompanha o filme desde o começo, desde o
planejamento. Muito antes das filmagens, o produtor conversa com o diretor sobre o roteiro, buscando
as melhores opções para filmar, aliando o que o realizador quer – artisticamente – e o que dá para fazer
com o dinheiro disponível.
b) DIRETOR DE PRODUÇÃO
Já o diretor de produção é o responsável por comandar toda a infraestrutura relacionada a uma
filmagem: alimentação e transporte da equipe, transporte dos equipamentos, hospedagem. Do
cafezinho quente, na manhã fria de filmagem, à autorização para interromper o trânsito de uma
movimentada avenida; de cuidar para que todos estejam bem instalados no set a arrumar uma vaga
para estacionar um mega caminhão de equipamentos, lá está o comando do diretor de produção.
c) PRODUTOR DE SET
O produtor de set acompanha a filmagem e é responsável pela infraestrutura no set. Coordena a
montagem do set e todas as atividades relacionadas ao set.
d) ASSISTENTE DE DIREÇÃO
Precisa unir a sensibilidade artística a um grande apuro técnico e liderança: o assistente de direção está
ligado à direção e à produção do filme. Numa grande filmagem, sua equipe conta com, normalmente,
três assistentes. São funções principais da equipe de assistência de direção:
● Definir cada diária de filmagem, tendo por base o planejamento da produção. É o assistente
de direção quem define a ordem de filmagem das cenas, buscando a melhor configuração
para todos os núcleos.
● Realizar uma análise técnica do roteiro. O assistente de direção conhece como ninguém cada
detalhe do roteiro e sabe tudo o que é necessário para filmar uma cena. Ele faz uma lista de
todos os atores/modelos, técnicos, objetos e equipamentos que serão necessários para
gravar e repassa essas informações para os devidos núcleos. Trabalha com o produtor de set
na definição de horários de início e fim de diária, além de planejar os horários de café,
almoço etc. Também cabe ao assistente de direção definir os locais onde podem ser
colocados equipamentos e onde podem estacionar carros e caminhões. Isso acontece
porque o assistente de direção conhece bem a decupagem do diretor e sabe o que a câmera
vai captar. Dessa forma, fica ao seu cargo zelar pela distribuição de coisas e pessoas no set.
● Preparar o kit básico de produção: plano de filmagem, análise técnica e ordem do dia.
● Cuidar do elenco, definindo ensaios e filmagens de acordo com a agenda de cada ator.
● Além de tudo isso, o assistente de direção é o segundo olhar do diretor. Ele deve estar
sempre atento ao enquadramento, à atuação dos atores/modelos, ao trabalho dos
figurantes e à continuidade da cena. Caso algum problema passe batido pelos olhos do
diretor, o assistente de direção percebe.
PRODUÇÃO
Embora seja necessário seguir com precisão o planejamento feito durante a pré-produção, há uma certa
liberdade para criação no set de rodagem. Isto porque, no caso de novelas, por exemplo, trata-se de um
produto aberto que está sendo construído durante a veiculação. Uma novela nasce apenas com início e
algumas ações chave que direcionarão a história. O meio e o fim serão direcionados de acordo com os
índices de audiência e share, e no intuito de adequar ao desejo dos espectadores. Um personagem que
ganha a simpatia do público, pode conquistar novas cenas, cenas mais longas. Em publicidade, os atores
podem entregar algumas interpretações que poderão contribuir amplamente para o resultado final do
filme. O diretor, da mesma forma, pode perceber oportunidades não vistas antes, e pode decidir
aproveitá-las.
Portanto, o dia da gravação também é um momento de criação, sobretudo nos papéis de diretor e ator.
necessário preencher Ficha de Gravação onde são linkados todos os arquivos de áudio com
seus respectivos arquivos de vídeo.
PÓS-PRODUÇÃO
MONTAGEM – EDIÇÃO
Vídeo Aula Professor Luciano: https://youtu.be/-fNDuxFbK5E
Conhecer os fundamentos da montagem audiovisual lhe trará uma visão ampla de todos os processos
que antecedem a pós-produção; lhe ajudará a compreender e dominar todos os outros elementos de
um projeto audiovisual.
A MONTAGEM É UMA IDEIA QUE NASCE DA COLISÃO DE PLANOS INDEPENDENTES — PLANOS ATÉ
OPOSTOS UM AO OUTRO: O PRINCÍPIO “DRAMÁTICO” (EISENSTEIN, P. 50, 2002)
ANÁLISE DA MONTAGEM
O CORTE
O corte é a transição entre uma tomada e outra. Por meio dele, os significados do filme são
construídos. De acordo com Eisenstein, sempre ocorre uma colisão entre conflitos de cada plano.
Sempre considere as funções do corte: função sintática, função cronológica, função geográfica,
função estética, aparência do corte (raccord). Todas as funções têm relação com o Kuleshov Effect:
Explicado em vídeo:
The History of Cutting - The Soviet Theory of Montage
● Função geográfica: o corte altera a noção de direção da audiência, por meio da escolha dos
planos inseridos na timeline.
● Função estética: muitas vezes, o montador e diretor buscam efeitos estéticos. Entretanto,
nunca os efeitos estéticos são desprovidos de um subtexto.
● Aparência do corte: o corte pode ser aparente ou invisível. Para dominar o corte, domine o
Raccord (ponto de corte). Para ser invisível (dominar o raccord), busque a interação entre estes
3 elementos (nem sempre eles co-existem, mas tente fazê-los coexistir):
a) cortar no movimento,
b) variar o ângulo,
c) variar a distância.
Estágios da montagem
Estágio 2: Afinação do tom e do ritmo do primeiro corte, quando busca-se continuidade e resultado
dramático.
a. Tempo real pode ser comprimido para o tempo dramático. Não é preciso mostrar tudo.
b. Elementos, em uma série de planos, fornecem detalhes sobre o que realmente importa para a
narrativa
c. Estética vs narrativa: a sempre uma escolha de qual plano usar e qual lugar da CAM estará – e
até se ela será câmera subjetiva ou objetiva - priorizando-se a narrativa e/ou a estética.
d. Se o montador corta de um close-up para outro não relacionado, pode confundir o espectador.
e. Se conseguimos o corte Seamlessness = sem emenda – teremos o CORTE INVISÍVEL.
f. O diretor deve fornecer uma série de planos para escolha do montador.
g. Corte num ponto lógico do plano.
h. Em alguns casos, o aspecto do PM poderá se parecer com o PG e, isso, poderá gerar pulos na
edição, caso tenhamos 2 planos muito semelhantes.
i. Cubra a cena.
j. Para fornecer pontos de corte nos planos, os diretores sempre pedem aos atores para usarem a
linguagem corporal ou oral nos planos.
1
(Dancyger, 2003)
Eixo Geográfico: quando o corte ocorre de tal forma que se mantenha o senso de direção. Ajuda
o expectador a compreender que uma pessoa se desloca da esquerda para a direita e, no plano seguinte,
continua se deslocando da esquerda para a direita.
Eixo 180º: mantém a noção de uma conversa entre duas ou mais pessoas. Podemos saber que
uma olha para a outra, pois está olhando para a direção contrária ao olhar de seu interlocutor.
Ele sai de casa para ir à universidade, da esquerda para a direita do quadro. Entra no ônibus.
Deve dirigir-se da esquerda para a direita até chegar à universidade.
Mudando de cena
O corte ocorre naturalmente quando o plano em movimento atinge a metade do quadro. Na cena
seguinte, o movimento é tomado do mesmo ponto no meio do quadro.
Deixa visual (Match Cut): cena termina no lustre 01 e começa no lustre 02.
a. usa sua intuição e senso artístico para definir a posição de planos e cenas, o ritmo das cenas e
do filme, o desenrolar da narrativa. A melhor medida aqui é sentir como a audiência sentiria. Por
exemplo: se uma cena lhe parece monótona, pondere sobre a possibilidade de a audiência
também achar monótona. Não se apaixone por seu filme - isso te fará ter pena de cortar. Corte
sem pena, buscando o melhor resultado narrativo e estético.
b. melhora o ritmo das cenas e do filme justapondo planos de tamanhos diferentes. Os planos
nunca devem ser do mesmo tamanho, pois isso pode tornar o filme monótono, sem ritmo bem
definido;
c. ajustar a duração dos planos: PG - plano geral - traz em si mais informações e, portanto, deve
durar mais tempo no vídeo. Os Inserts e close-ups trazem menos informações visuais e,
portanto, podem durar menos tempo na tela.
d. afina o corte, encontrando milimetricamente o ponto de corte. Quando o corte seco é
dissonante em alguns casos, a fusão pode ser aceita para passagem de tempo ou deixas
visuais. OU se pode usar inserts, que ajudarão a esconder o erro de direção (pois o diretor não
captou a imagem necessária e, portanto, foi necessário inserir uma imagem de correção para
esconder o corte).
contemplando a natureza ou mesmo um diálogo calmo entre duas pessoas gera ritmo
lento.
● MÚSICA: música com andamento rápido e/ou dinâmica forte (instrumentos tocados
com veemência) contribui para a formação de ritmo acelerado de um filme. Música
com andamento lento ou moderado e/ou dinâmica piano (instrumentos tocados de
forma leve) contribui para formação de ritmo lento.
● DURAÇÃO DOS PLANOS: esta dimensão está fortemente correlacionada com a anterior
(quantidade de cortes). Planos com curta duração contribuem para gerar ritmo
acelerado do filme. Planos com longa duração contribuem para gerar ritmo lento do
filme.
O objetivo de controlar o ritmo é criar um ritmo. É uma habilidade saber criar uma cena que dê
ao público uma compreensão adequada da narrativa e do impacto do filme. O ritmo também ajuda a
definir a relação do gênero. Cada gênero tem seu próprio ritmo distinto, mas no final depende da sua
intuição dizer onde você alonga as tomadas (planos) para diminuir o andamento ou encurta as tomadas
para acelerar o andamento.
Na música, o ritmo também ajuda a identificar o gênero musical: Axé, Blues, Country,
Eletrônica, Forró, Funk, Gospel, Hip Hop, Indie, Jazz, MPB, Música clássica, Pagode, Pop, Rap, Reggae,
Rock, Samba, Sertanejo.
Por exemplo: uma cena que deve fornecer intensidade ou até mesmo confusão pode ser
planejada e construída para ter muitas tomadas, cortes rápidos, movimentos intensos e numerosos e
uma música rápida (Heavy Metal, por exemplo). Já outra cena, que se destina a ser mais pensativa e
emocional, pode desacelerar usando tomadas mais longas, movimentos mais lentos, menos cortes e
música mais calma (Indie, por exemplo). Tomadas mais longas podem criar momentos de alívio e calma.
O ritmo rápido é ótimo para sequências de ação. Conforme uma perseguição avança e o herói
se aproxima do anti-herói, as tomadas ficam mais curtas. Terminada a perseguição, a duração das
tomadas pode começar a aumentar, constituindo um ritmo mais lento.
Provocar emoções leva tempo e, às vezes, é bom desacelerar o filme. Pode haver um evento ou
diálogo importante, momento com o qual você deseja que seu público realmente se envolva. Permitir
que essas cenas respirem pode ser mais eficaz para evocar emoções em seu público. Esse estilo é
adequado para dramas ou filmes românticos, diante dos quais o público tem mais tempo para entender
e sentir as emoções da cena.
Laranja Mecânica1971
1. CATEGORIA A:
a. Jump Cut: cortes visíveis ou que geram ilusão de ótica. Ocorre dentro do mesmo
plano, sem variar ângulo, nem escala (proximidade da câmera para com o objeto).
Pressa, abreviação do tempo, passagem longa do tempo, comédia, repetição de uma
mesma ação ou mesmo, a aparição de um objeto na cena.
b. Corte invisível: usa o raccord, o ponto de corte. Normalmente, para que o corte seja
invisível, alterna-se entre planos que diferem entre si com ângulo e escala. Mas em
alguns casos, é possível que somente a escala varie. Aconselha-se a cortar quando
houver movimento na tomada (corte durante o movimento).
2. CATEGORIA B:
a. Cut in: corte que ocorre considerando a tomada principal. Você corta para algo que
está dentro do campo de visão, ou seja, dentro do quadro (ex.: referência do que os
atores vêem).
b. Cut away: corte que ocorre para algo que está fora do quadro principal (no espaço
físico ou distante). Complementa a narrativa, ajuda a situar o personagem
geograficamente e engajar a audiência informando mais sobre o local e as coisas ao
redor do quadro principal, prepara para uma ação futura, representa uma memória, um
pensamento, um flashback (dentro da cabeça do ator).
i. Cross cut: corte que faz a ação ir e voltar ENTRE locações. Tensão ou
comédia são amplificados. Também pode fazer o contraponto entre o
personagem e seus flashbacks. Exemplo 1. Exemplo 2.
ii. Match cut: corte entre cenas diferentes, mas com continuidade visual, ou
referência visual igual, que pode ser o mesmo ângulo/proximidade com atores
iguais ou até diferentes. Liga os significados. É uma técnica de transição entre
planos e cenas. Exemplo 1. Exemplo 2.
No vídeo a seguir, veremos vários exemplos de como o áudio pode ser montado - veja
exemplos aqui.
b. J Cut - áudio roda antes de trocar para a próxima cena/plano. O áudio da próxima cena
precede a própria cena, pois o áudio da próxima cena inicia durante a cena anterior.
c. Quadrado - quando o áudio e vídeo ficam perfeitamente simultâneos (não ocorre nem L
cut, nem J cut).
Montagem Métrica: é a forma mais simples da montagem. Corta-se ao longo das tomadas e, assim,
busca-se construir o ritmo e andamento ao longo da montagem acelerando-se ou reduzindo a
velocidade e reprodução do fragmento. Atualmente, é pouco usado.
Montagem Rítmica: idêntica à métrica, mas incluindo-se o corte na ação (no movimento) sendo guiada
pelo ritmo do acting.
Montagem Tonal: busca-se o tom, a intenção emocional, considerando-se a estética dos planos para
realizar o corte (a luz, as sombras, as expressões corporais)..
Montagem Sobretonal: considera uma fusão entre a métrica, a rítmica e a tonal. Todas as sequências
criam oposições conceituais entre elas.
Montagem Intelectual (ou Ideológica): induz respostas emocionais, criando oposições conceituais entre
planos. Cria uma síntese de conceito geral com base na oposição entre os significados dos planos. Apela
ao poder da dedução da audiência ao compreender o que está nas entrelinhas, no subtexto da oposição
entre duas tomadas. Pode muitas vezes, ignorar o espaço e tempo, apelando unicamente ao poder de
interpretação da audiência, o que pode gerar ineficácia da mensagem caso a audiência não compreenda
o sentido almejado pelo roteirista/diretor/montador.
Montagem baseada em continuidade: que considera a construção de sentido com base no espaço e
tempo das tomadas.
A fusão entre os estilos de Eisenstein e os baseados em continuidade formam os estilos mais modernos
que conhecemos hoje.
ROTEIRO NO AUDIOVISUAL
A HISTÓRIA EM IMAGENS
Estrutura da aula:
O roteiro também pode ser definido como a elaboração de um enredo em formato de argumento (texto
corrido) constituído de uma trama com diálogos e descrições. Assemelha-se ao romance, visto que
utiliza a narração como ferramenta de manipulação de fantasias.
O ato de escrever um roteiro, segundo Syd Field, deve ter um início. Parece óbvio, mas o ponto de
partida é sempre o mais difícil e quase sempre traz consigo a indagação: como começo? Ele nos coloca
que há algumas opções para um início atraente, que conduza a história ao seu final triunfante, mas
destaca uma delas: a ideia. "Mas uma ideia é só uma ideia: você tem que dramatizar esta ideia,
expandi-la, vesti-la, fazê-la dizer o que você quer dizer" (FIELD, s/d, p. 04). Enfim, é preciso dizer sobre o
que é a história e situá-la, seja através do personagem, do local, ou do som dos passos que se ouvem ao
longe. Você conta a história por meio do personagem, do local, do som, das ações, dos diálogos.
Dramatizar significa exagerar, aumentar um pouco ou muito aquela história comum que poucos se
interessariam (quem conta um conto aumenta um ponto). Escrever uma história em roteiro não
pressupõe dizer sempre a verdade, mas sim, contar o enredo sob a ótica da diegese (do mundo real que
só existe dentro da história). Isso te liberta para contar algo usando o conceito de dramatização (tornar a
história interessante com exageros, caricaturas e atos fora do senso banal).
Ainda, a cada período de tempo dramático, é fundamental renovar a atenção da audiência, fazendo a
história andar com novos subconflitos, pequenos pontos de virada que levam o protagonista para frente
na sua jornada: é necessário acontecer alguma coisa a cada instante. A narrativa é regulada por um
dinamismo que faz de cada momento uma surpresa.
Mesmo assim, os elementos que ditarão o andamento da história serão a última coisa a compor o
pensamento do escritor. Frente a uma folha de papel em branco, a primeira coisa a ser pensada é o
assunto. Antes mesmo de começar a preparar-se para escrever seu roteiro, você deve ter um assunto
definido, uma ação e um personagem (FIELD, s/d, p. 05). Melhor dizendo, é fundamental ter um assunto
“em termos de um personagem que desempenha uma certa linha de ação dramática ou cômica” (s/d, p.
05). Conheça profundamente a psicologia e história dos seus personagens e extraia deles ações e
reações coerentes com esses pressupostos. Assim, eles até criarão o conflito para você, mas é claro,
sempre com você regendo a orquestra.
Storyline – história contada em cerca de 5 linhas, com trama central, conflito, protagonistas e desfecho.
Roteiro Literário – é o roteiro propriamente dito, com cenas, diálogos e locações bem definidas. É com
base nele que o diretor desenvolve o Roteiro técnico (uma espécie de guia para a captação de imagens).
d) Conflito: situação central normalmente formada por forças opostas (sentimento vs razão,
amor vs impossível, honestidade vs corrupção). É o elemento que torna a história de fato
interessante, do ponto de vista a dramaturgia clássica. Sem conflito, temos apenas uma
história ordinária, que não se sustenta como filme ou teatro. Todo drama tira sua força do
conflito. Sem conflito, não há drama. Na verdade, o bom enredo se baseia em alguma
forma de conflito.
e) Personagens – a forma como cada pessoa se diferencia das demais e como cada uma delas
reage à situação vivenciada por outras.
f) Ambiente: onde a ação acontece.
A natureza Burocracia
Familiares Fé
Parentes Princípios
Amigos Moralidade
Vizinhos Crenças
Conformidade Governo
Educação
ESTRUTURA DO ENREDO
De forma simplificada, uma história (enredo/trama) pode ter a seguinte sequência de eventos:
apresentação - conflito - clímax - desfecho (epílogo).
Mas na dramaturgia clássica (partes de uma história), encontramos uma composição mais detalhada:
são as técnicas da composição dramática.
• Ação descendente e resolução (o herói passa por mais problemas e pode ganhar ou perder).
ACTING NO ROTEIRO
Ações externas ou ações internas: qual a diferença em uma história audiovisual?
As ações do ator, em audiovisual, devem ser pensadas em termos imagéticos. Tudo o que se vê, gera
sentido. Não se vê o que o ator pensa. Portanto, dramas internos devem ser transformados em ações.
Por exemplo:
Cena 2
Flávia caminha pela rua saltitante,
comemorando a vitória.
Todo o diretor (a) precisa selecionar a abordagem que fará para a história, decidindo qual a forma que
será usada para contar a história. Essas escolhas serão registradas no Roteiro Técnico e/ou no
Storyboard2 (alguns diretores optam pelo Shooting Board3). Se tivéssemos 2 diretores contando a
mesma história, certamente teríamos pontos de vistas diferentes para os tópicos da história e suas
respectivas consequências imagéticas/de produção, podendo-se conseguir efeitos também diferentes
(entre os 2 diretores hipotéticos) de dramaticidade, de comédia, de heroísmo, de neutralidade, entre
dezenas de outras tonalizações. Diante do tom já definido, para definir os pontos de vista, será
necessário analisar a cena e conceber os detalhes fundamentais para a compreensão de uma narrativa.
Assim, serão feitas as tomadas, que são as peças de um quebra cabeça. Então, para montar cada
tomada, você deverá decidir:
1) O tom e gênero a ser perseguido. Esta escolha influenciará a escolha de todo o resto,
inclusive o ritmo na tríade acting/música/corte: ação, esportes, competição, documentário,
estilo de vida, drama, emocional, humor, celebração, amor, romântico, reflexivo,
introspectivo, tensão, neutro, ficção científica, silencioso, calmo, suspense, heróico,
positivo, confidente, agressivo, aventureiro, eletrizante, etc.
2
Storyboard: visões do diretor representadas em desenho. O grau de detalhamento pode ser do mais
simples e, até mesmo, se aproximar de uma visão realista da tomada.
3
Shooting Board: é a visão do diretor por meio de fotografias ou pequenos vídeos. O grau de
detalhamento pode variar de acordo com a necessidade do projeto.
Uma produção bem planejada pode gerar bons produtos audiovisuais, como é o
caso deste exemplo abaixo, produzido pelos alunos da Disciplina de Produção
Audiovisual em Publicidade 2019, Thiovane da Rosa Pereira, Luma Minikel de
Oliveira, Laura Helena Costa, Laura Baptista Pozzatti, Mariana Carvalho Gaida.
ENQUADRAMENTOS
A decisão pelos enquadramentos passa, primariamente, pelas exigências da narrativa – a imagem deve
contribuir para contar a história (mesmo que seja apenas um fragmento estético, este deve ter alguma
relação com o enredo).
A composição fotográfica, materializada nos enquadramentos, deve seguir vários critérios. Abaixo, listo
alguns que considero mais importantes:
• GPG: Grande Plano Geral. As expressões dos personagens não aparecem, mas todo o cenário é
mostrado. Serve para contextualizar a cena.
• PG: Plano Geral. Um pouco mais fechado que o anterior, mas tem as mesmas características.
Serve para contextualizar o personagem na cena.
• PA: Plano Americano. Joelho para cima.
• PM: Plano Médio. Cintura para cima e dá ênfase aos gestos.
• PP: Primeiro Plano. Busto para cima e dá ênfase às expressões.
• PPP: Primeiríssimo Plano. Queixo para cima e dá ênfase às expressões.
• PD: Plano Detalhe. Mostra detalhes da cena, valoriza objetos que participam da narrativa.
• PV: Ponto de Vista.
• PC: Plano Conjunto.
PAPEL/FUNÇÃO DA CÂMERA
• Objetiva: câmera em 3ª pessoa, não assume nem uma posição, como se fosse mais uma pessoa
assistindo a cena.
• Subjetiva: câmera participa da ação em 1ª pessoa e assume um papel na história, até mesmo a
posição de um ator.
ALTURA DA CÂMERA
Antes de ligar a câmera, pense nos quatro elementos listados abaixo. Só depois, com base na
avaliação destas quatro variáveis, você poderá definir as configurações necessárias na câmera: Iso,
obturador, diafragma.
a) movimento do objeto
c) quantidade de luz
Para cada combinação dessas variáveis, uma configuração de fotometria será necessária.
ILUMINAÇÃO
Vídeo Aula Professor Luciano: https://youtu.be/8krXTszkBfA
A luz imita a vida: é necessário notar o mundo (dias nublados, noite, amanhecer, entardecer, chuva, sol
intenso, luzes das janelas e velas) para compreender a lógica da iluminação.
A luz está pronta para os nossos olhos, mas não está para a câmera.
FUNÇÕES DA LUZ
1. Ataque (principal, Key light): projeta uma sombra só, normalmente onde o fotógrafo deseja.
Responsável pelo relevo. Busque iluminar os dois olhos da pessoa fotografada. É a luz que ilumina o
objeto;
2. Compensação (de preenchimento, fill light): ilumina o que o ataque não iluminou. Ilumina as
sombras. Busque o contraste entre key e fill, usando intensidade menor que a do ataque. Normalmente,
é uma luz difusa.
3. Contraluz (Back Light): é colocada contra a câmera, iluminando as costas do objeto fotografado.
Desenha o cabelo da pessoa fotografada. É normalmente, direta e dura. Usada para modelagem e
separação da figura e fundo.
BUSQUE CONTRASTE ENTRE AS LUZES. NÃO USE A MESMA INTENSIDADE EM TODAS. OU USE, MAS RECONHEÇA QUE ISSO CONSTRUIRÁ
UMA IMAGEM SEM CONTRASTES, SEM JOGO DE LUZ E SOMBRAS.
CARACTERÍSTICAS DA LUZ
a) Luz dura: gera sombras duras com bordas bem definidas; gera efeito dramático. É
produzida a partir de uma fonte de luz pequena, pontual e apontada diretamente para
o objeto. A luz do sol, em dias sem nuvens, gera sombras perfeitamente duras.
b) Luz suave (difusa): gera sombras suaves/difusas, sem bordas definidas, ou até mesmo,
não gera sombra alguma; gera um efeito envolvente e delicado. É produzida a partir de
fontes grandes de luz, como uma janela, um grande difusor, dia nublado (em que as
nuvens filtram a luz do sol).
4) Tamanho da fonte: quanto maior a fonte, mais envolvente. Quanto menor a fonte, mais
pontual.
5) Proximidade da fonte: quanto mais próxima for a fonte, mais envolvente. Quanto mais distante
for a fonte, mais pontual.
CONSEQUÊNCIAS DA LUZ
1) criar o clima, a emoção almejada, o drama, a alegria, a história por trás da poética do fotógrafo;
5) criar relevo por meio do jogo, do equilíbrio e desequilíbrio entre luzes e sombras.
AS FONTES DE LUZ
As fontes de luz artificial podem ser abertas ou com vidro na frente ou soft ou rebatidas.
As chamadas abertas não oferecem nenhum obstáculo ao feixe de luz e costumam espalhar a luz,
distribuindo os feixes em ângulos abertos.
As soft lights já são construídas de tal forma que a luz não seja pontual, emitindo luzes bem mais suaves.
As Luzes rebatidas são qualquer fonte voltada para parede, isopor, butterfly ou qualquer outra superfície
reflexiva.
EXEMPLOS DE ILUMINAÇÃO
Autor: José Marcos Graciano Marin
Modelo: Camile Heinrich
Esquema de luz
Esquema de luz
Esquema de luz
Esquema de luz
Ninguém cria boas histórias ou bons personagens do nada. A realidade é uma grande fonte de
inspiração, com sua galeria de tipos prontos para virar cinema: o homem de olhar triste, assobiando uma
canção, sentado ao nosso lado, no banco de um ônibus; a senhora sozinha, bebendo Campari numa
mesa de bar, lendo um jornal de ontem; a mãe, o pai, os irmãos, todos com suas loucuras, suas manias e
suas virtudes. A dica é olhar, ver o que cada pessoa tem de interessante e misturar tudo, em um
personagem ou em vários.
Na prática, montar um personagem funciona assim: é importante ter um amplo domínio do universo do
personagem, antes de começar a desenvolver a história. Isso acontece porque cada ação e cada fala tem
uma lógica que se relaciona com sua origem (passado) e seu objetivo (futuro). Todo personagem tem um
passado. Todo personagem tem um futuro.
Procure descobrir isto sobre o personagem, com o diretor ou roteirista. É muito importante
compreender que a narrativa é um fragmento, um pedaço da vida desse personagem. E que, quando
aparecem num roteiro, os personagens chegam de algum lugar e vão para algum lugar. É como conhecer
alguém por aí, na vida real. Conhecemos a pessoa, num determinado momento e, conforme
conversamos, surgem informações sobre seu passado: “Ah, então, quer dizer que você terminou seu
namoro ontem?” E sobre seu futuro: “Você pretende namorar de novo, em breve?”
Por isso, o roteirista, antes de escrever o roteiro, traça um perfil de cada personagem importante na
história. Conhece seu passado. Conhece a mãe, o pai, os irmãos e os melhores amigos do personagem.
Também detalha o futuro, para onde o personagem vai, sozinho ou acompanhado, na história e depois
da história.
Claro que não é necessário colocar no filme todas as informações sobre a vida do personagem. O público
nem sempre precisa saber. Mas você, precisa saber tudo. O domínio dos personagens, sem dúvida, dá
mais verossimilhança e mais profundidade a um filme. Afinal, evita um olhar caricato, estereotipado.
O ATOR/MODELO/APRESENTADOR E O DIRETOR
O passo seguinte consiste em conhecer o ator mais profundamente – ficar atento aos seus gestos, ao seu
modo de falar, à sua respiração, às suas manias, à sua psicologia. O ator costuma trazer elementos do
personagem dentro de si; por isso, é muito importante conhecê-lo melhor.
COMPILAÇÕES DE CONTEÚDO
GRAVAR VÍDEOS PARA A INTERNET
1. Todos fazem vídeos, então o que torna seu vídeo diferente? A verdade. Depois a qualidade.
2. Procure a luz
4. Evite a timidez
6. Estabilize a câmera
8. Olhe para a lente (não para a sua imagem na tela, assim você cria mais engajamento.
GRAVAÇÃO DE BANDAS
2. Rode o áudio no set, durante a gravação, para que a banda toque de forma sincronizada com a
música.
3. Preferencialmente, plugue a banda para o músico interpretar melhor e para o áudio direto na
câmera ficar com bom gráfico (para sincronizar com a música masterizada na edição).
7. Tenha mais de uma câmera. Mas se não tiver, preveja repetições exaustivas.
9. Pré-produção e produção resolvem muita coisa e entrega para a edição um material melhor.
10. Busque referências de quadros, luz, arte, estética, atuação, etc. Define a paleta de cores para
definir cenários e figurinos.
11. Roteiro do Videoclipe: pode-se usar o modelo de colunas, cruzando cada momento da música
com as cenas desejadas. Pode ser feito um argumento para montar e defender a história. A
defesa é para a banda e para o restante da equipe. Imagine a ação e cronometre, pois o tempo
deve ser o tempo da música.
12. Faça um Briefing com a banda, para compreender a personalidade que a banda deseja
construir.
PARA A BANDA
1. Fazer reunião de pré-produção para esclarecer tudo o que acontecerá no set.
Esta foi uma contribuição do Gerente de Projetos Audiovisuais Diego Paz (prata da Facos/UFSM).
ANEXOS
Nesta entrevista, realizada na aula de Produção Audiovisual do dia 03/12/2020, Diego Paz fala sobre
aspectos gerais da Gerência de Projetos em Audiovisual.
Profissão:
Diego nunca foi o especialista - sempre foi o generalista.
Por ser generalista, soube como dialogar com vários campos profissionais. A forma que falamos e
jargões que usamos no nosso círculo de publicidade precisa ser traduzido para outos profissionais.
Precisamos nos comunicar bem com os demais campos.
Estudem a publicidade gaúcha. Quem são as agências e profissionais históricos, pois por muitos anos, a
publicidade gaúcha foi o motor de produção de conteúdo de publicidade do Brasil.
O perfil de gestão de projetos é desejável para vários níveis da publicidade. As agências estão ficando
mais enxutas e para tocar projetos mais enxutos, precisa plugar especialistas certos para cada projeto
(sem necessariamente ter o profissional na sua folha de pagamento).
● custos
● pessoas
● horas que cada pessoa se dedica para o projeto (em cada fase da produção)
● adequação dos custos de pessoas ao orçamento
● prazos e datas para cada ação
● tempo e dinheiro - é o principal vetor para um projeto.
● Muitas vezes, se não há tempo, nem dinheiro, é necessário equalizar. Com menos dinheiro, é
necessário mais tempo. Com mais dinheiro, dá para agregar mais profissionais.
Não gosto de Audiovisual. Posso ser publicitário sem cruzar com audiovisual?
Talvez. Mas é bastante difícil.
O consumo é quem determina. Mas quem determina o consumo de mídia é a oferta de mídia. A oferta de
mídias audiovisuais e o crescimento de audiência em audiovisual é avassalador. Você precisará investir
em audiovisual em algum momento.
Passou-se a flexibilizar os valores da tabela Sinapro para que seja possível viabilizar o orçamento de um
projeto audiovisual.
É possível até gravar com num Iphone, para que se viabilize o projeto. Mas alimentos já pedem
equipamentos melhores para que se garanta a plasticidade e o apelo ao apetite.
Depende do projeto.
A validação de métricas pode ser feita de forma quinzenal.
Cada profissional faz uma parametrização para mensuração.
● Sempre que abre uma vitrine, abre uma oportunidade para vender.
● A Noize produz conteúdos para estas redes de streaming. Lives de músicos, artistas e qualquer
outro conteúdo pode habitar estas plataformas.
● A questão é pensar o formato do conteúdo audiovisual (pensar o programa). O conteúdo passa
a ser um Ativo da marca - o programa audiovisual da marca pode ser um ativo dentro da
própria rede da marca (não apenas na Globo).
Publicidade e Atualidade
A linguagem é fundamental hoje para a publicidade.
O conteúdo é mais importante.
O conteúdo é mais efêmero, mas é mais direto para uma conversa entre pessoas - pessoa com pessoa.
Pensar em linguagem facilita para acertar o alvo.
“A gota de chocolate pingando no sorvete não é mais tão importante. “
BIBLIOGRAFIA
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