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Direitos autorais © 2020 Mariah Mendes

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Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais,
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ISBN-13: 9781234567890
ISBN-10 1477123456

Design da capa por: Pintor de arte


Número de controle da Biblioteca do Congresso: 2018675309

Impresso nos Estados Unidos da América


Índice
1. Encontro inesperado.
2. Fantasia materializada.
3. Até breve!
4. Conhecendo o Chefão.
5. Ciumento!
6. Posso ter esperanças?
7. Realizando a fantasia dele!
8. Recomeço...
9. Uma segunda chance?
10. Conhecendo meu rival.
11. Revelações.
12. Parece um sonho!
13. Vida virada do avesso.
14. Chefinha?
15. Grupo formado.
16. Noite das Meninas
17. Traição?!
18. O que está acontecendo?
Prólogo.
Palavras finais.
1.
Encontro inesperado.
Philipe

Vou matar o Fred. Me traz para esse fim de mundo e me larga aqui
do lado de um bando de adultos que se comportam igual adolescentes. Quem
diabos joga jogo de tabuleiro hoje em dia? Mas essa garota baixinha é muito
engraçadinha, ela faz as mímicas mais atrapalhadas e eficazes do mundo,
não sei como eles não conseguem acertar. Será que ela é namorada dessa
gordinha? Só elas não estão de casal.
– Sério, não é possível que vocês não tenham captado! Foi perfeita minha
interpretação! – Os dois casais e a gordinha caem na risada.
– Bia, definitivamente, você é péssima, mas eu te amo assim mesmo! –
diz a gordinha.
Ah, então ela se chama Bia.
– Também te amo, mas você bem que podia prestar mais atenção. Se não
ficasse só olhando os sarados que passam na praia, a gente estaria ganhando!
– Minha filha, eu tô solteira, preciso arrumar um namorado antes daquele
safado! Ontem ele estava na balada junto com aquela loira magricela de
novo. Era só o que faltava ele namorar antes de mim!
– Você precisa parar com isso, Fafá, vocês terminaram. Para de ficar
acompanhando o que ele fez ou deixou de fazer. Acabou, está acabado!
– Também acho. Vocês duas precisam seguir a vida de vocês e esquecer
esses dois idiotas. – diz a morena mais alta, que está acompanhada de um
cara que fica o tempo todo bebendo.
– A Bia pelo menos foi promovida no trabalho! Bem feito para aquele
mal–agradecido. Foi só terminar e ela já está subindo na vida. Foi um encosto
que você perdeu, isso sim. – a baixinha dá um sorriso fraco que não alcança
os olhos.
Hum, então ela terminou um relacionamento recente! Será que ainda
gosta do cara?
– Também acho, Bia. Ainda bem que isso aconteceu antes de vocês se
casarem! Já pensou se vocês casam desse jeito?! Ele só te diminuindo?!…
– Foi melhor assim, eu sei, mas no fim o Ike está certo. Eu deveria pensar
mais em mim e guardar mais dinheiro. – elas todas chiam ao mesmo tempo.
– Ah não! Não acredito que agora você vai ficar dando ouvidos a esse
estúpido! Sério, que ódio! Meu Deus, você está pagando a faculdade do seu
irmão! Você não está por aí gastando com besteira. – diz a ruiva que estava
abraçada ao namorado.
– Gente, vocês precisam parar de falar do Henrique e do Marcelo assim,
poxa! Nós somos todos amigos há séculos! Agora, porque terminaram, vocês
ficam demonizando os caras?! – intervém o namorado da ruiva.
– Bruninho, coloca na sua cabeça: amigas são para isso! Nós sempre
vamos ficar ao lado delas, nunca do deles! – diz a mais alta. Elas todas riem e
brindam.
– Babi, já deu! Vocês ficam do lado delas, a gente é amigo dos caras, e no
fim, todo mundo tem razão! Agora deu! Está na nossa vez. Vamos jogar que
é melhor. – fala o namorado beberrão dela.
– Caco, o apaziguador! – e ri. – Agora trata de acertar, hein?! – e voltam a
jogar.
Como eles riem e brincam! Parecem extremamente íntimos. Pelo jeito
se conhecem há muito tempo mesmo! Deve ser legal ter um grupo de amigos
assim. A gordinha toda hora olha para mim. Agora, cutucou a Bia que me
olha em princípio sorrindo. De repente, para e me olha de cima a baixo e
passa a língua nos lábios. Que safada! Ela se assusta quando vê que estou
olhando para ela… Fica completamente vermelha e sorri sem graça. Meu
Deus, ela é linda! Sorrio de volta, instintivamente.
– Vem jogar com a gente! – grita a gordinha.
Que susto, ela está falando comigo?!
– Oi, obrigado! Vocês já estão todos em duplas, não quero atrapalhar…
– Precisamos de uma visão masculina! Estamos levando uma surra deles!
– sorrio, mas não vou aceitar. – Por favor! – Beatriz diz, fazendo beicinho e
juntando as mãos. Não resisto e rio, indo até eles. Estou só de short, sem
camisa. O olhar da baixinha percorrendo o meu tórax me faz agradecer o
quanto dou duro na academia!
– Eu nunca joguei isso. Não sei se serei de grande ajuda. – O que eu estou
fazendo aqui? Mas não tinha como não atender... Alguém consegue dizer não
para ela quando ela faz essa carinha? Chego perto e ela me pega pela mão e
me olha nos olhos. Meu coração dispara. Parece que olha no fundo da minha
alma.
– Nossa, como você é alto! Tô me sentindo um Minion perto do Gru!
– Bia, você é Minion perto de qualquer pessoa! – Todos riem. Ela faz
aquela carinha fofa de novo. Não resisto e acaricio aqueles cabelos macios...
O que deu em mim?! Não sou assim! Mas ela parece gostar e vejo que sua
respiração muda enquanto me olha.
– Eu sou a Beatriz, mas todos me chamam de Bia. – a voz dela quase não
sai. Está nervosa?
– Me chamo Philipe, mas podem me chamar de Phil. Você é baixinha,
mas eu também sou mais alto que a média mesmo.
– Você é enorme! Quanto você mede? A propósito, eu sou a Fátima, mas
me chama de Fafá, pelo amor de Jesus Cristo! – fala a gordinha. Ela se
arruma para eu me sentar entre as duas. Beatriz solta a minha mão enquanto
ajeita uma almofada nas minhas costas.
– Eu tenho 1,96 m.
– Nossa, você é mais alto que o Caco! Agora é oficialmente o mais alto
da turma! Já era, neném! – E ri olhando para o cara ao lado dela. –
Ah, eu sou, a Bárbara, Babi. – Esse é o meu marido, Carlos. – Os dois me
estendem as mãos.
– Casados já? Tão novos.
– Nem tanto! Temos 25 já! Só a carinha que é de adolescente! – E sorri
brincando. – Casamos no ano passado, depois de 10 anos de namoro!
– Uau! – me assusto. – Dez anos?!
– Sim! Aqui, todos temos relacionamentos desde o colégio. Estudamos
todos juntos e nos conhecemos desde crianças. Daí começamos a namorar
todos ao mesmo tempo, quando tínhamos 15, depois de uma viagem pela
escola. – Eles riem e se entreolham. Alguma piada interna.
– A Cris e o Bruno estão noivos e se casam nesse ano. – e aponta para a
ruiva. Os dois estendem as mãos para mim.
– Sim, no dia que completamos 11 anos de namoro! – diz, empolgada.
– E vocês? – olho para as duas ao meu lado. Beatriz abaixa a cabeça sem
graça e a Fátima já começa a falar.
– Então, eu e a Bia fomos as primeiras a namorar. – olho para elas
estranhando. Já foram um casal? – Não! Não uma com a outra! – Todos
rimos. – A Bia com o Henrique e eu com o Marcelo. Mas o desgraçado do
Marcelo, quando falei que estava na hora de casar, já que a Bia, a Babi e a
Cris já estavam ficando noivas, disse que precisava pensar! Que nunca tinha
conhecido outra menina, que não podia casar assim sem antes experimentar
como é ficar com outras mulheres. Experimentar outras mulheres! Acredita
nisso?! – fala muito irritada em um tom mais alto. Concordo inteiramente
com o cara, mas acho que não deveria falar.
– Mas talvez isso seja bom, não?! Daí ele volta mais cheio de atitude! –
fala Beatriz. Elas caem na gargalhada e os caras se entreolham, indignados.
– Pensando por esse ângulo, até que seria… mas não! Ele já tinha a
melhor, que sou eu! Ele podia ler uns desses seus romances eróticos e já
estava bom. – olho chocado para a Beatriz, que não sabe onde enfiar a cara e
agora está vermelha igual a um tomate. As outras mulheres riem alto e os
namorados olham extremamente incomodados.
– Fafá, pelo amor de Deus! Agora o Phil vai pensar que a Bia é uma
vadia!
– Nada! Só porque gosta de ler putaria?! Olha essa carinha de anjo, ela é
moça de família. Só namorou o Ike. Coitada! – olho pra Beatriz e, de fato, ela
tem muito cara de moça pra casar. Moça pra casar? Até eu me espanto com
meu pensamento machista. Ela continua tão sem graça que não consigo evitar
acariciá-la no rosto. Faço-a olhar para mim.
– Não tem nada de mais em ler esse tipo de livro. Pelo contrário, você
está certíssima! Só estranhei porque você realmente tem muito cara de
santinha! – Falo baixo, mas todos ouvem. – Pelo menos você colocou em
prática? – digo, arrancando um olhar assustado dela. Todos caem na
gargalhada.
– Com o Ike?! Até parece! Aquilo era morto! – diz a Fátima. Beatriz me
olha balançando a cabeça, completamente horrorizada, e a única coisa em que
eu penso é como um cara que tem uma mulher tão gostosa dessa não
aproveitou cada centímetro.
– Depois que o Celo falou isso para Fafá, eu pensei que talvez fosse bom
dar uma apimentada, mas sei lá, não deu muito certo... Acho que não era esse
o problema, afinal. – fala e está claramente tentando achar um buraco para
enfiar a cabeça.
– Tenho certeza que não era! – e sorrio, provocando–a. E dá certo. Ela
não consegue esconder o que sente. Seria péssima negociadora.
– Claro que não era mesmo! Ele era só um chato nerd que não sabia dar
valor a mulher que tinha! – Beatriz abraça a Fátima, passando por cima de
mim. Que situação estranha...
– Nerd?
– Ela fala assim porque ele é muito metódico.
– Faz tempo que vocês terminaram?
– Foi na semana passada. Esse é o meu primeiro fim de semana solteira
em quase 11 anos...
– Sorte a minha, então! – O que deu em mim? Nunca dei em cima de uma
garota assim. Eu só saio com mulher que está a fim de uma noite só ou
contratada para isso! Mas o sorriso que ganho de volta valeu!
– E você, Phil? Tem namorada? – pergunta a Bárbara.
– Não, não sou de namorar. – Beatriz me olha de um jeito estranho.
Decepcionada será?
– Hum, baladeiro então? Aposto! Com esse corpão fica só na farra
pegando as modelos. Por que todos os caras bonitos são assim?! Nenhum
quer um relacionamento sério! – Fátima está indignada comigo e não entendo
o motivo.
– Não sou baladeiro. Na verdade, não gosto muito de bagunça. Só saio
para acompanhar o Fred, meu irmão. O baladeiro é ele!
– Aquele gatinho que estava junto com você é o seu irmão? – Fátima
pergunta, animada. Confirmo com a cabeça.
– Ele é solteiro? – pergunta Beatriz. Fala sério, ela quer o Fred?! Óbvio,
né?! O que eu estava pensando?
– Sim, agora está, eu acho. Está sempre mudando de namorada... – falo
impaciente.
– Você bem poderia apresentá-lo para a Fafá, hein?! – E pisca para mim.
Suspiro aliviado. Aliviado do quê?!
– Claro! Assim que ele voltar. – Se bem conheço o Frederico, ele jamais
vai se interessar por essa pobre garota. Ele só gosta das turbinadas. Ela e a
Fátima sorriem animadas.
Começamos a jogar e não vejo o restante da tarde passar. Incrível
como eu e a Beatriz temos sintonia. Acertamos sempre a mímica um do outro
e sempre ganho um abraço como prêmio. Que cheiro bom ela tem! O grupo é
ótimo. Me sinto como se fosse amigo deles há tempos. Finalmente Frederico
volta e me procura. Já é noite. Aceno para ele e ele me olha sem entender
nada. Percebo que ele olha para Beatriz e para mim algumas vezes e vejo que
estamos bem colados, com os braços entrelaçados e de mãos dadas. Sim,
estamos assim faz tempo. Nunca fiquei assim com uma mulher antes! Aliás,
para falar a verdade, nunca fico assim com ninguém. Não gosto muito de
tocar e nem ser tocado. Tenho pavor!
– E, aí, maninho?! Não vai me apresentar seus amigos? – e encara a
Beatriz se abaixando para beijá-la. Fecho a cara. Ela sorri.
– Oi, Fred, eu sou a Bia! – e me solta dando um abraço nele. Quando vejo
já abracei a cintura dela e a puxei, ela se desequilibra e cai sentada no meu
colo. Ela me olha nos olhos e não resisto e dou um selinho nela.
– Calma, maninho, não sabia que você era tão ciumento. Só estava
cumprimentando minha cunhadinha... – fala rindo e pisca para ela.
Instintivamente, a abraço mais forte, encaixando–a melhor no meu colo. Tão
pequena e magrinha, mas parece que se molda perfeitamente ao meu corpo!
– Oi, eu sou a Fafá! – Meu irmão abraça a Fátima e ela termina de
apresentá-lo a todos. Meu irmão sempre foi melhor com essa interação social.
Em 5 minutos parece que já é o melhor amigos deles. Como ele consegue?!
Pedimos umas bebidas e percebo que a Bia fica mais soltinha.
Começa a acariciar minhas coxas, arranhando devagar. Às vezes faz a mesma
coisa com o meu braço. Não consigo evitar meu tesão, arranho o pescoço
dela com minha barba por fazer. Percebo o corpo dela inteiro se arrepiar.
Estou com uma visão privilegiada para os seus seios por dentro da blusinha
solta e decotada que ela usa. Tão redondos, empinadinhos, seus mamilos
marcam o biquíni. Que vontade de colocar na boca. Mordo de leve sua orelha
e vejo-a ofegar, sua respiração acelera e ela aperta minhas coxas encaixando
melhor o bumbum no meu pau. Olho em volta e eles estão rindo conversando
sobre uma das aventuras do Frederico e não prestam atenção em nós.
– Melhor parar de me provocar assim, santinha.– e beijo sua nuca. – Ou
eu não vou responder pelos meus atos. – falo baixinho no ouvido dela. Ela
passa a língua pelos lábios entreabertos. Por mais que eu esteja louco para
levá-la para a cama, sei que ela não é disso e eu só transo com mulheres que
não pensam em ter qualquer tipo de dia seguinte comigo. Não quero
machucá-la. Ela se vira de lado para me olhar.
– Te provocar? – e olha para a minha boca. – É você quem está me
provocando aqui. – diz indignada, sem graça, apertando a perna uma na
outra, se mexendo no meu colo. Olho no seu rosto e vejo o desejo nos seus
olhos. Subo a mão pela sua coxa e ela enfia os dedos pelo meu cabelo.
Percebo que ela quer me beijar. Congelo.
– É melhor a gente parar por aqui, santinha. – Ela fica vermelha e vejo
que a machuquei na mesma hora. Ela tenta sair do meu colo. A seguro.
– Desculpa, eu sei, você só gosta das barbies. Seu irmão comentou.
– Barbie?! – E acaricio o rosto dela. Ela é tão transparente e está tão
ferida, tento remediar o que disse.
– Sim, quando você foi ao banheiro, o Fred me disse que estava surpreso
em nos ver juntos porque você só pega as modelos que ele te apresenta. –não
acredito que o Fred falou isso!
– Não é nada disso, Bia.
– Phil, eu tenho espelho em casa. – Sério que ela está achando que eu
não quero ficar com ela porque não a acho bonita?!
– Eu pego as modelos que ele me apresenta porque ele já deixa claro para
elas que é só sexo e mais nada. Que no dia seguinte não vou nem lembrar o
nome delas. – ela me olha como se eu fosse um ET. Pelo menos não está
mais machucada. – Porra, eu sei que você não é disso. Por isso eu falei para
gente parar! – ela olha a minha boca e acaricia meu cabelo, enfiando os dedos
pela nuca. Adoro a sensação.
– E se eu aceitar esses termos? Você passaria a noite comigo? – fala
baixinho, com vergonha. Não consegue me olhar nos olhos. Levanto o queixo
dela para fazê-la me olhar. Ela fica vermelha, mas me encara. Vejo nos seus
olhos o quanto ela me quer. Eu sei que estou fazendo uma merda muito
grande, mas aperto o cabelo dela, puxando para baixo para que ela fique no
ângulo certo e a beijo com força. Ela enfia os dedos no meu cabelo e geme na
minha boca. Acaricia meu peito. Que beijo bom! Nossas bocas se encaixam
tão perfeitamente que não parece ser um primeiro beijo. Fico louco de desejo!
Preciso tê-la! Paro de beijá-la e estamos os dois ofegantes.
– Tem certeza que quer isso? – a olho nos olhos.
– Absoluta! – ela diz firme. A olho mais um pouco para ter certeza e tento
me acalmar. Não tenho a menor condição de me levantar agora. Estou muito
duro. Acho que nunca fiquei tão excitado só com um beijo.
– Gente, bebi demais e o Caco nem se fala! Vamos subir. Vocês ainda
vão ficar? – Bárbara fala e nos olha, já de pé abraçada ao Carlos. Cristina e
Bruno também se levantam concordando.
– Ah, vamos tomar uma saideira! Agora que a noite está começando!
Vamos lá na rave na praia! – Frederico não tem limites, como sempre.
– Eu topo! – Fátima sorri. Os dois casais se entreolham e se despedem de
nós. Vejo que as duas mulheres falam algo baixinho no ouvido da Beatriz e
ela sorri concordando. Eles saem e ficamos nós quatro.
– Vamos para a festa? – Frederico me olha e vejo que ele está tentando
não ficar sozinho com a Fátima. Tão previsível meu irmão. Sorrio e balanço a
cabeça.
– Eu e a Bia já vamos subir. Deixa a balada para vocês. – abraço minha
garota por trás. Ele me olha extremamente surpreso.
– Vocês são muito fracos! Está bem, aproveitamos por vocês. – Fátima
abraça a Beatriz e meu irmão me abraça.
– Tem certeza, maninho? Ela é diferente. – fala baixinho no meu ouvido.
Ele está preocupado com ela. Não sei se fico com ciúmes ou se dou razão.
– A gente conversou. Ela quis só uma noite. – falo baixo. – Eu sei que
estou errado, mas eu a quero. – ele me olha nos olhos. – Muito. – ele franze o
cenho. Eu sei, nem eu estou me reconhecendo.
– Se dê uma chance. Quem sabe ela não te faz rever suas ideias?!
– Não viaja, eu só quero trepar com ela. – ele me olha desconfiado e sorri.
– Vamos, Fafá, deixa esses dois fracotes aí e vamos nós dois nos
divertir?! – diz e abraça a Fátima, que sorri feliz.
– Cuida bem dela, hein?! – e faz uma cara brava. Eu rio, mas concordo
com a cabeça. Puxo a Beatriz para mais perto. Como pode essa coisa
pequena se encaixar tão bem nos meus braços?!
– Amanhã te devolvo ela sã e salva depois do café da manhã. – Frederico
me olha estranhando. Verdade, nunca passei a noite inteira com as mulheres
que transei, mas a Beatriz é diferente! Não vamos ter um relacionamento,
mas sinto que quero aproveitar o tempo que puder.
– Relaxa! Só vamos embora amanhã à tarde, né Bia?! – e pisca para mim.
Sorrio e pisco de volta.
– Sim. Vocês dois também se comportem! Cuida bem dela, Fredinho! –
eu ouvi direito? Fredinho? Meu irmão repara minha cara feia na hora e ri.
– Maninho, não adianta ficar com ciúme, é óbvio que a Bibizinha gostou
mais de mim e só está ficando contigo porque eu cheguei atrasado. Eu sou o
irmão legal, às vezes você esquece. – Beatriz puxa meus braços me apertando
contra ela.
– Fredinho, você é lindo, mas seu irmão é perfeito, sinto muito! – solto a
respiração que não sabia que estava prendendo. Sorrio satisfeito e beijo o
pescoço da minha garota. Frederico finge que ficou chateado, mas todos
vemos que é brincadeira. Ele e a Fátima saem juntos rumo à rave que tinha
na praia.
– Para minha suíte, santinha? – falo no ouvido dela. Ela concorda com a
cabeça e subimos.
2.
Fantasia materializada.
Beatriz

Subimos nos beijando no elevador e paramos, ofegantes, direto na


cobertura do hotel. Cobertura?! Acho que perdemos o andar. Ele percebe
minha cara, sorri e abre a porta para eu passar. O quarto é imenso, todo
envidraçado, a vista é de tirar o fôlego. Fico maravilhada.
– Vista linda, né?! – a cobertura pega um andar inteiro. Será que ele é
rico assim?
– Esse é o seu quarto? – ele me olha estranhando minha pergunta.
– Sim, claro. Por quê? – acho que ele se ofendeu.
– Porque é a cobertura! – de repente me sinto envergonhada.
– É sim, eu gosto da vista. – e sorri. Esse sorriso me mata. – Está com
sede? – vou andando até o vidro.
– Não, obrigada. – ele abre uma água com gás enquanto me olha. –
Com o quê você trabalha? Você é tão novo! Você é algum DJ ou modelo
famoso que eu não reconheci? – ele cai na risada.
– Sou engenheiro. Pelo menos você não perguntou se sou traficante ou
filhinho de papai. – tira sarro de mim.
– Desculpa, é que você parecia tão normal... Imaginava que os podres de
ricos não se misturavam assim com a gente. – ele ri copiosamente.
– Que preconceituosa! Eu sou completamente normal, igual a você.
– Não. Tá mais pra igual ao meu chefe! Aliás, ao chefe do meu chefe!
– Com o que você trabalha?
– Controle de qualidade. – ele olha estranhando.
– Jurava que era com algo ligado à Comunicação.
– Falo demais, eu sei. – ele ri e concorda. Me abraça. Sua boca está bem
gelada por causa da água, ele passa devagarinho pelo meu pescoço. Meu
corpo inteiro se arrepia.
– Mas por incrível que pareça, eu gostei disso em você. Você é divertida.
– sorri enquanto mexe nos meus cabelos.
Ele é tão lindo que me sinto nervosa. Nunca tinha beijado outro
homem e agora estou prestes a transar com outro homem. E com um homem
que parece ter saído de uma fantasia sexual qualquer. Alto, forte, abdômen
travado, coxas grossas, definidas, braços musculosos, olhos bem azuis e um
cabelo loiro bagunçado, meio comprido. Sei que não deveria ir para a cama
com um cara que acabei de conhecer, mas ele é simplesmente irresistível.
Que boca é essa?
Ele me beija e meu corpo pega fogo. Acaricio seu tórax e bem
devagar desço a mão até chegar ao short. Ele me pega no colo e o abraço com
as pernas. Nossa, ele está tão duro que não aguento e me esfrego. Ele geme e
me leva para a cama. Me deita e começa a beijar meu pescoço enquanto
desamarra o laço do meu biquíni, descendo a boca, arranhando de leve meu
colo com os dentes. Desamarra o nó do meu biquíni nas costas me olhando
nos olhos. Respiro com dificuldade. Sobe a mão dentro da minha blusa e
puxa meu biquíni. Estou tão excitada que meus mamilos estufam a blusinha
fina que visto. Ele sorri olhando meus seios.
– Tava louco pra tirar esse teu top e fazer isso. – ele chupa meu peito
sobre a blusa. Sinto seu hálito quente e me arrepio inteira. Gemo alto e ele
sorri em aprovação. Acaricia meu outro seio por baixo da blusa. Aperta meu
mamilo e depois chupa. – Delícia! Cabem perfeitamente na minha mão e na
minha boca. Agora quero vê-los. – sobe a minha blusa devagar. Ele tem um
jeito tão erótico de fazer isso, com a ponta dos dedos e olha ora para os meus
seios, ora pros meus olhos. Acho que nunca fiquei tão molhada na vida.
Parece que vou derreter e ele ainda nem terminou de tirar a minha roupa. –
Lindos. Perfeitos, tão redondinhos. – diz rouco e passa a língua nos lábios.
Termina de tirar a blusa e a joga no chão junto com meu top. Aperta meus
seios com as duas mãos enquanto me beija forte, me provoca dando leves
puxões e beliscões nos mamilos. Gemo na boca dele e levanto meu quadril
procurando–o. – Devagar, santinha! Temos a noite toda. – chupa um seio e
depois o outro, sempre que troca de um para o outro me olha. – Tô viciado
nessas tetinhas. – Não aguento e rio.
– Tetinhas? Me senti uma vaca agora!
– Então, eu sou teu bezerrinho esfomeado. – sorri enquanto lambe meus
seios. – Agora quero provar tua bocetinha! – Nunca fui muito fã de sexo oral,
nunca gozei assim com o Ike e, sinceramente, me sinto envergonhada.
Meu Deus, não tomei nem um banho antes.
Ele me observa.
– Não gosta?
– Gosto… – digo sem convicção. Ele sorri desconfiado. – Não sei…, pra
falar a verdade.
– Já vi que você não foi chupada como se deve. Vou te mostrar o que
você estava perdendo! – e me beija enquanto abre meu short. Abaixa o zíper
e enfia a mão dentro do meu biquíni. Sinto seus dedos na minha boceta. Ele
me olha ofegante. – Nossa! Você está tão molhada! – Fico tão sem graça,
mas ele morde os lábios e respira fundo. – Santinha, você é uma caixinha de
surpresas! Que delícia! Quer me enlouquecer? – e começa a me acariciar
devagar, mas pressionando forte, sem parar. Ofego. Parece que ele sabe
exatamente onde e como me tocar. Fecho os olhos, gemendo baixinho. – Vai
gozar assim, vai?! – fala rouco no meu ouvido. Concordo com a cabeça,
estou prestes a explodir, mas ele para. Abro os olhos indignada e ele sorri. –
Quero sentir teu gosto. – e leva o dedo melado à boca. Ele percebe meu
choque. – Deliciosa! É na minha boca que você vai gozar – ele ajoelha entre
as minhas pernas e abaixa meu short junto com meu biquíni. Estou tão
molhada que consigo ver quando ele puxa a roupa. Nunca fiquei assim na
vida. Que vergonha! Ele respira fundo. – Puta que o pariu, Bia! – ele joga
minha roupa ao lado da cama. – Caralho, acho que nunca senti tanto tesão na
vida! Tô tão duro que tá doendo! – ele acaricia o pênis por cima do short e
abre o botão e o zíper. Olho aquele volume todo na sunga enquanto ele
termina de tirar o short.
Sério, não que o Ike tivesse o pau pequeno, mas o que é aquilo?!
Não dá tempo de olhar mais porque ele logo se ajoelha entre as
minhas pernas e as abre de um jeito indecente. Tento fechar e ele segura –
Nada disso, santinha, não quero nenhum pudor comigo! Eu sou teu homem e
eu vou te satisfazer como se deve agora. Confia em mim? – e me olha sério.
Concordo e ele me presenteia com aquele sorriso lindo. Vai me encarando
enquanto passa os lábios e a ponta da língua devagarinho pelas minhas coxas.
Fico ofegante e relaxo com aquela posição tão comprometedora. Ele lambe
minha virilha bem de leve até que de repente me dá uma mordida leve no
clitóris. Solto um grito, mas ele segura as minhas pernas com força enquanto
me chupa forte. Vez ou outra me lambe e enfia a língua. – Gostosa demais. –
E volta a me chupar com força. Nunca imaginei que isso pudesse ser tão
gostoso, não se parece em nada com as outras vezes em que fui chupada.
Sinto meu corpo começar a vibrar, estou muito perto de gozar. Me esfrego na
boca do Philipe e ele geme. – Goza pra mim, Bia. Mela minha boca, gostosa.
– fala sem parar de chupar. Parece que aquela ordem surte efeito. Ele chupa
mais rápido e sinto meu corpo convulsionar. Gozo forte, gemendo alto, ele
segura as minhas pernas e me lambe até eu parar de tremer. Depois sobe e me
beija – Tá sentindo teu gosto na minha boca? – Sinto aquele gosto salgado e
balanço a cabeça. – Melhor gosto do mundo.
– Não sei, preciso experimentar o seu pra ter certeza. – falo atrevida, mas
estou louca para sentir o gosto dele. Ele se surpreende e sorri.
– Minha pequena caixinha de surpresas. Sou todo seu.
Abre os braços e me sento olhando–o. Tento fingir segurança de quem sabe
que o que está fazendo, mas minha mão treme quando pego na sua sunga. Ele
percebe e me beija. Depois olha para baixo abaixando a sunga.
– Olha o quanto eu estou babando literalmente por você, santinha. – Olho
para aquele pau enorme, grosso, todo melado. É lindo, com a cabeça bem
rosada, mas é grande demais!
– Isso não vai caber em mim nem a pau! Vai me rasgar! – falo assustada,
mas ele cai na gargalhada.
– Bia, sério, você não existe!
– Socorro! Tudo em você precisa ser grande desse jeito?! Olha pra mim!
Vai sair pelo meu umbigo! – ele ri alto e me abraça, me acalmando.
– Sua boba, vou te deixar bem molhadinha antes de enfiar e não vou te
machucar, pode confiar em mim. – diz de um jeito sexy. Sorrio um pouco
mais calma – Se bem que o tanto que você fica ensopada, ele vai deslizar
fácil! – ele está me zoando! Olho chocada para ele que ri ainda mais. –
Brincadeira! Isso nunca tinha me acontecido antes, foi a coisa mais sexy que
eu já vi! – fala sensual e me beija de novo. Beijo o pescoço dele e desço
explorando seu tórax bem torneado. Chupo seu peito e dou uma leve mordida
fazendo–o ofegar – Você tá me deixando completamente louco, baixinha!
Continuo minha exploração até chegar ao seu pênis. É de dar água na
boca. Aproveito para explorar toda a sua extensão com minha língua. Sinto
sua respiração forte. Enfio na boca e o olho. Ele me olha mordendo os lábios.
Começo a chupá-lo com vontade, não sou nenhuma expert, mas pelos
gemidos dele percebo que está gostando. Não quebramos o contato visual.
Ele enrosca meus cabelos no seu punho.
– Vou gozar forte.
Acelero os movimentos e ele urra enquanto sinto os jatos quentes na
minha boca. Lambo tudo até não sobrar nenhuma gota.
– Boa menina! – fala rouco. Sensual.
Me levanto e o beijo ainda com seu gosto na minha boca. O Ike
odiava que eu fizesse isso, então fico um pouco apreensiva com a reação
dele.
– Prefiro o teu gosto e o teu cheiro, linda. Definitivamente.
– E eu definitivamente prefiro o seu. – ele sorri e me deita. Em seguida se
levanta e mexe numa bolsa no armário. Pega um pacote de camisinhas e traz
para o criado. – Animado?
– Bastante. Não vejo a hora de estar dentro de você.
Suspiro em antecipação. Ele se deita e paira sobre mim. Volta a sugar
meus seios e desce a mão me explorando com os dedos hábeis. Circulando e
pressionando na medida certa. Que delícia! Não para até que eu goze.
– Agora sim, está pronta para mim. – lambe os dedos daquele jeito
safado. Dessa vez não fico constrangida. Pelo contrário, me excita. Ele abre a
camisinha me olhando. – Adoro que você demonstre o que sente. Olha pra
mim enquanto eu te como.
Ele puxa meu cabelo com uma mão e com a outra entrelaça seus
dedos aos meus. Enfia devagar, com cuidado para não me machucar. Estou
apreensiva e nosso olhar fica preso por um instante. Ele me analisa, enquanto
entra e sai devagar até que eu me acostume com seu tamanho.
– Porra, tão apertada, tão molhada! Você é gostosa demais, Bia. Demais!
O ritmo lento é substituído por algo feroz, profundo, mas sem parar
de me olhar. Não consigo mais conter meus gemidos. Ele me beija gentil e
depois me olha. Sinto meu orgasmo chegando, fecho os olhos.
– Abre os olhos, gostosa, quero te ver.
– Phil, eu vou... – gemo alto quando ele acelera o ritmo.
– Goza pra mim! Agora! – Meu orgasmo chega forte, grito olhando–o,
que sorri satisfeito. Enfia mais umas três vezes, até que geme alto e goza.
Vejo a expressão em seu rosto. – Caralho, Bia! O que foi isso?! – fala rouco
me olhando. De repente me sinto poderosa.
3.
Até breve!
Philipe

Incrível a nossa sintonia! Nunca tive uma noite de sexo tão


satisfatória! Isso, de algum modo, me angustia. Ainda a procurei mais duas
vezes durante a noite e de manhã ao acordar. Sexo de manhã é novo para
mim. Sempre vou embora depois do sexo. Mas a Beatriz é diferente. Sempre
tão pronta, tão entregue. Quem dera todas fossem assim. Nunca transei tanto
com uma mulher só. Hoje é um dia totalmente novo para mim. Nunca passei
o dia seguinte com a mulher que comi na noite anterior.
– Então, a Fafá está bem? Fred a trouxe inteira pro hotel? – ela me olha
um pouco decepcionada.
– Sim, mas não passaram a noite juntos.
– De repente não rolou química entre eles. – tento minimizar. Tinha
certeza que o Frederico não ficaria com a garota.
– Será que é porque ela está um pouco acima do peso? Ela tenta seguir as
dietas, mas não está conseguindo. O Celo cobrava tanto... E só piorou quando
eles terminaram e ele começou a sair com uma dessas bonitonas de academia.
Acho que ela ganhou pelo menos uns 10 kg nos últimos três meses! – diz
melancólica. Me identifico com a garota e meu coração acelera. A abraço e a
trago para o meu peito. Que sensação boa. Parece ser capaz de expulsar
meus demônios.
Estamos sentados na parte rasa da piscina do hotel. Os dois casais se
juntaram a nós, quando descemos agora há pouco para o almoço, e estão
deitados nas espreguiçadeiras atrás de nós. Frederico e Fátima ainda não
desceram.
– Ela não é muito o tipo dele, para te falar a verdade.
– Ele gosta das gostosonas, não é?! – confirmo com a cabeça. – Por que
isso? Ela é uma pessoa incrível, maravilhosa por dentro e por fora! Vocês
homens olham muito só o corpo. Isso machuca! – Nós homens? Como se
vocês não fossem iguais.
– Ei, não briga comigo! Você está brava com o Fred, lembra?!
– Mas aposto que você também só sai com esse tipo! – sorrio sem
graça. Não vou mentir. – Sabia! Juro que não sei como você ficou comigo...–
e aponta para o próprio corpo. Fecho a cara. Como assim? Você não vai falar
isso pra mim. Não pra mim.
– Bia, você é uma delícia! Eu fico com essas mulheres porque meu
irmão que me apresenta, então são as escolhas dele, não as minhas. – Por que
estou explicando minha vida sexual para ela?! Não entendo o motivo, mas
não consigo evitar.
– Ah tá! E você não poderia dizer não?! – Ah Bia, você não sabe de
nada, não sabe o quanto é difícil pra um nerd conseguir mulher. Olho para
ela sem entender o que deu nela. – Desculpa. Eu fico insegura com você.
Nunca tinha ficado com um homem tão lindo na minha vida.
– Achei que além de mim você só tinha ficado com seu ex. – brinco
sorrindo. Ela vira os olhos, mas volta a sorrir. Dou um beijo nela.
– Ah, olha os pombinhos aí! Boa tarde, casal 20! – Fátima entra na
piscina segurando uma bebida. Ela é bonita mesmo, só está um pouco acima
do peso, mas é tão alegre que contagia o ambiente! Uma pena que meu
irmão não veja assim... Que as pessoas não valorizem mais o interior.
– Como foi a rave? Boa?
– Excelente! O DJ era maravilhoso! – e começa a contar de ontem. Os
casais vêm para ouvir e ficamos ali todos juntos. Nunca tive amigos assim.
Sempre fiquei de lado. É legal se sentir parte do grupo.
Uma hora depois, Frederico se junta a nós na piscina. Beatriz se
levanta para olhar o celular e vejo meu irmão reparando o corpo dela. Meu
sangue ferve e o chuto discretamente dentro da água. Ele ri e se encosta ao
meu lado.
– Ela é magrinha, mas é gostosinha, né?! Prefiro peitão e bundão, mas
ela é tão proporcional... – Não acredito no que estou ouvindo! – É tudo
natural? – Eu fico tão puto que demoro a responder.
– Ela é minha, Fred! Tira o olho, porra!
– Sua? Então não posso experimentar? – Fecho o punho na hora,
indignado. Vou socá-lo. Ele ri. – Eu tô te zoando, maninho. Calma! Nossa!
Nunca vi você desse jeito! Ela é tão boa de cama assim? – respiro fundo.
– A melhor! – e a olho. Ela sorri para mim e joga um beijo. Jogo
outro. Frederico nos olha.
– Então você deveria continuar com ela. – Será? Não, relacionamento
não é pra mim.
– Ai, meu Deus! Meu chefe me mandou uma mensagem agora. Minha
barriga está se revirando. – Beatriz volta visivelmente nervosa.
– Algum problema com sua promoção? – a puxo pela cintura. Todos
se aproximam preocupados.
– Não, mas vocês não vão acreditar! Eu achei que ia ser só assistente
do Big Boss, sei lá, ficar ali com as secretárias dele, mas o Santa disse que
não. Que vou trabalhar diretamente pro homem! – Todos ficam boquiabertos.
– Mas isso não é bom? – Frederico pergunta antes de mim.
– Não! – todas respondem juntas.
– Algo de errado com ele? Se o cara te fez algo, você não vai chegar
perto dele! – falo, autoritário.
– Não é isso! Eu nem o conheço! Nunca vi a cara dele! Tipo, o cara é
uma incógnita. Super-reservado. Sabe gênio que não sabe lidar com as
pessoas?
– Sei. – Frederico sorri e olha para mim. Bufo. – Mas então se você
não o conhece, como sabe que é ruim trabalhar com o cara?
– Eu tô com medo! Todo mundo que trabalha com ele morre de medo
dele! Dizem que ele é super-rigoroso, impaciente, mal olha para as pessoas.
Vive trocando as secretárias. Tem um monte de regra: não posso conversar,
brincar, tocar. Só abro a boca para responder, só posso entrar na sala se ele
chamar.
Frederico e eu nos entreolhamos. Sinto uma familiaridade com o que
ela fala, mas não é possível que algo tão bizarro assim aconteceria. E
certamente não me lembro de nenhum chefe de Equipe chamado Santa. Não,
ela não está falando de mim.
– Bia, você calada e sem socializar? Impossível! – fala Cristina.
– Precisa ver, Phil! Ela abraça todo mundo, brinca com todo mundo.
O chefe dela é louco por ela! – fala Fátima. Encaro–a com as sobrancelhas
erguidas.
– Nada nesse sentido! Somos superamigos. Ele é um querido. Toda a
equipe é, somos bem unidos!
– Tem gente lá que queria ser bem mais que amigo, mas tudo bem... –
Bárbara atiça. Um concorrente? O que deu em mim de ter ciúmes dela?
– Ah é, Bia? – ela faz aquela carinha fofa, me abraça apertado e me dá
um selinho.
– Coisa da cabeça delas...
– Sei! – Os cinco respondem juntos. Fecho a cara e Frederico cai na
risada.
– Acho que amanhã você deveria levar sua namorada no trabalho,
maninho. Sei lá, impor sua figura. – Namorada? Não acredito que ele disse
isso. Não quero dar esperanças falsas à Beatriz.
Todos se entreolham e sorriem.
– Tenho certeza que você vai se dar bem com o seu chefe! Impossível
ele resistir a esse seu jeito doce. – falo para mudar de assunto, mas realmente
acredito nisso. Ela abre um sorriso enorme.
– Tomara! Apesar de apreensiva, fico animada em trabalhar com ele.
É um cara que admiro muito. Sério, ele é um gênio, brilhante, sagaz! Sempre
quis ver como ele produz, como ele é. Queria ter a oportunidade de aprender
um pouco com ele. – fala empolgada, com os olhos brilhando. Sinto uma
coisa estranha, que não consigo identificar.
– Ele vai te adorar! Já deu certo! Pode confiar! – Fátima diz e todos
concordamos.
Ela se acalma e ficamos o resto da tarde grudados um no outro. O
clima transcorre como no dia anterior, animado, engraçado, descontraído. É
como se eu e Frederico fizéssemos parte do grupo há tempos. Não nos
sentimos por fora em nenhum assunto. Vai ser difícil me despedir dela. Muito
mais difícil do que eu pensei... Talvez eu possa tentar que isso dê certo. Será?
No começo da noite nos despedimos com um beijo longo, profundo.
Ela me abraça apertado.
– Obrigada.
– Pelo quê?
– Por tornar minha fantasia sexual real – fala tímida brincando.
Sorrio.
– O prazer foi todo meu. – ela acaricia meu rosto devagar, me
olhando, como se quisesse guardá-lo na memória. Aquilo me dói. – Bia...
– Eu sabia as regras. Eu sempre cumpro o que prometo. – os olhos
ficam marejados, mas sei que ela está falando a verdade. Sinto vontade de
prometer o mundo para ela.
– Eu não quero prometer nada. Mas eu realmente adorei esse fim de
semana. E gostaria de te ver de novo, se você concordasse. Posso ficar com o
seu número? – ela sorri e concorda com a cabeça.
Eu vejo aquele fio de esperança nos olhos dela que eu não queria.
Mas por algum motivo eu não quero deixá-la ir para sempre da minha vida.
Anoto o número no meu celular e salvo. Não dou o meu e nem ela pede. Nos
beijamos demoradamente, a coloco dentro do carro e ela parte. Sinto um
vazio enorme assim que o carro some na estrada.
– Você realmente gostou dela. – Frederico aperta meu ombro. O olho.
– E ela de você. Estava escrito na cara dela. – respiro fundo.
– Você sabe que eu não levo jeito para isso. Eu estragaria tudo ainda
esta semana.
– Vocês não tiraram as mãos um do outro no fim de semana todo,
Phil! Caralho, você dormiu com ela a noite toda, passou o dia com ela! Como
isso poderia dar errado? Maninho, eu nunca vi você deixar ninguém te tocar
assim e muito menos você tocar alguém assim! Eu nunca te vi tão à vontade e
feliz como nesses dois dias. Você estava irreconhecível!
– Acha que eu não sei? É ela, algo nela, não sei explicar... Ela me
desarma! Eu não me sinto estranho perto dela, o toque dela não me
incomoda, não tenho medo. Pelo contrário, parece... – parece que estou
protegido, amado.
– Ninguém mais vai te machucar, Phil. Ela não vai te machucar. Eu
queria tanto que você se enxergasse como você realmente é. Você é um cara
bonito, forte, você é inteligente...
– Para, Fred! Eu continuo sendo a mesma pessoa. Isso é só carcaça.
Uma hora ela ia cair na real e rir de mim, me deixar... – falo com um nó na
garganta.
– A Bia não é assim, mano. Aliás, nenhum deles. São todos tão legais,
companheiros, gentis. Vai dizer que você não gostou de ficar junto deles? –
concordo com a cabeça.
– Eles são ótimas pessoas, amigos verdadeiros.
– E você viu como cada um é de um jeito? Sério, nunca vi um grupo
tão eclético. Sem preconceito, sem julgamento. E como nos acolheram como
se fossemos um deles? – concordo com a cabeça. – Aposto que vocês teriam
sido amigos lá no colégio. – fecho os olhos.
Não gosto de pensar nessa época. Mas analisando o grupo deles, de
fato, eles não fazem distinção de nada. A Beatriz é morena, cabelos castanho
claros, lisos, de olhos castanhos, baixinha e magrinha. A Fátima é bem
branquinha, cabelo enrolado, de olhos verdes, gordinha. A Bárbara é alta,
negra, com cabelão natural, casada com Carlos, um gordão loiro que mais
parece um viking. A Cristina é ruiva, cheia de sardas, toda malhada. Parece
que só ela e Carlos vieram de famílias ricas no grupo. É noiva do Bruno,
moreno com barriguinha de chope, quase careca, barbudo.
É, talvez eu pudesse fazer parte do grupo. Talvez.
4.
Conhecendo o Chefão.
Beatriz

Klaus, agora meu atual ex-chefe, me dá um abraço reconfortante e me


deseja sorte. Fico feliz que ele tenha ficado comigo enquanto a Luciana,
assistente–chefe do chefão, me passa as orientações sobre meu novo posto.
Realmente vai ser muito difícil ser tão séria e impessoal, mas vou trabalhar
direto com o cara mais criativo e incrível do ramo. Sou fã de tudo que ele
criou e da forma como desenvolveu cada aplicativo, cada jogo. O cara é
simplesmente genial!
– Vou te acompanhar na apresentação dela pro chefe, acho melhor
assim, Lu. Fui eu quem a recomendou, quero que ele saiba que estou abrindo
mão da minha melhor funcionária para benefício dele e da empresa. Quero
que ele cuide bem dela! – Luciana o olha um pouco desanimada.
– Klaus, tudo bem. Vou deixar você ir porque tem um bom
relacionamento com Sr. Werneck, mas você sabe que ele não gosta disso. E
não dê esperança falsa à Beatriz. Ele não vai sequer decorar o nome dela. Eu
trabalho diretamente com ele há cinco anos e ele mal fala comigo. Bia, é
sério! Ele não gosta de contato visual, toque, conversa fiada, piada. Nada
disso, por favor, não se esqueça! Ah, e não faça como outras sete já fizeram e
fique deslumbrada quando olhar pra ele. O que o homem tem de lindo, tem
de grosso. Ele mandou as moças embora assim que elas entraram na sala e
ficaram de sorrisinho olhando encantadas pra ele. – olho pra ela chocada! –
Isso é confidencial! Só estou contando porque sei o quanto o Klaus gosta de
você. Ele manda as assistentes embora sem nem piscar. Eu sei que você faz
um ótimo trabalho na sua área e detestaria ter que te demitir. – abro a boca
assustada.
– Demitir?! Eu não voltaria para meu posto anterior? – gaguejo, já
começando a ficar arrependida em ter aceitado o desafio.
– Não, aí que está! O Sr. Werneck não perdoa! Quando ele manda
embora, é rua mesmo! Ele não quer ver a cara da pessoa. Nesses cinco anos,
acho que já demiti quase uma por mês! É muito difícil agradá-lo, mas custa
um ato para desagradá-lo. – olho desesperada para o Klaus.
– Calma, Bia! Vai dar tudo certo! Eu tenho certeza que o Werneck vai
gostar de você! Eu o conheço há 10 anos, desde que ele criou o primeiro jogo
para computador. Fui um dos primeiros a trabalhar com ele. Ele tem um
péssimo gênio, mas sabe reconhecer um bom trabalho. Pode ver que ele tem
as mesmas quatro secretárias nos últimos anos. Você está indo para ser a
quinta porque dessa vez o nosso Relações Públicas acha que ele deve ser
acompanhado de uma assistente que conheça como funcionam os apps e
jogos.
– O RP é irmão dele, né? Ele também é assim? – A ideia de lidar com dois
temperamentais em tempo integral me assusta ainda mais. Klaus ri.
– São filhos de mães diferentes. O Frederico é mais velho uns cinco
anos e é totalmente diferente do Werneck. O Fred aprovou minha escolha; ele
também acha que vai funcionar.
– Vamos? Faltam 5 minutos e o Sr. Werneck não tolera atrasos.
Preciso estar lá quando ele chegar.
Respiro fundo e saímos todos rumo à cobertura. Nunca tinha ido lá.
Sempre fiquei no primeiro andar ou no Cofre, como chamamos a salinha no
subsolo onde ficam os computadores centrais. Quando o elevador abre, sinto
minhas pernas tremerem. Klaus acaricia minhas costas e beija minha cabeça.
– Calma! Vai dar tudo certo! Confie em você mesma! – fala baixinho.
A cobertura é em vidro, de fora a fora. A vista é linda! O lugar é
amplo e bem iluminado, tem um lounge bem decorado no meio, que imagino
que seja para as visitas esperarem. Do lado esquerdo, fica a sala do Relações
Públicas, com uma sala de reuniões anexa e, do lado direito, a do Big Boss,
também com uma sala ao lado. Me recordo que o Klaus disse que ele tem um
espaço criativo, em que ficam vários computadores e telas para que ele possa
acompanhar ou inventar novos produtos. Em frente à sala do Frederico tem
uma secretária e dois assistentes. Na do Sr. Werneck estão enfileiradas as três
secretárias. Me sinto deslocada. São todas mais velhas que eu, pelo menos
uns 10 ou 15 anos, e todas muito bem-vestidas. Com postura séria, me olham
de cima a baixo. Fico insegura com meu vestido tubinho, um pretinho básico
até os joelhos, sapato de salto em verniz preto e um colar vermelho. Escovei
os cabelos para que eles ficassem com as pontas cacheadas e eu parecesse um
pouco mais sofisticada. Olhando para elas, começo a achar que deveria ter me
produzido bem mais! Luciana me apresenta rapidamente às três: Michele,
Catarina e Priscila. Pelo menos foram educadas.
Entramos na sala dele. A vista é incrível! O horizonte perfeito que dá
para ver o morro que segue até a praia! A sala é espaçosa, tem dois sofás de
couro pretos, um de frente para o outro. Sentamos eu e Klaus, em um deles,
após a Luciana nos indicar onde deveríamos esperar. Há uma mesa de centro
no meio, uma poltrona que fica de frente para a mesinha, entre os dois sofás.
Acho estranho aquela poltrona ali. Atrás dela fica a mesa dele, com duas
cadeiras na frente. Tem um frigobar próximo à mesa dele. Aliás, percebo que
são duas mesas grandes, três telas na mesa lateral e duas na principal. Tudo
em cima da mesa é extremamente organizado. Ouvimos o som do elevador e
a Luciana rapidamente nos pede para levantar. Ficamos enfileirados e ela vai
abrir a porta da sala. Observo que há cinco televisões na parede, ligadas em
diferentes canais.
– Eu já disse que não, Fred! – Congelo. Eu conheço essa voz. Não,
não é possível! Não pode ser...
– Mas se você não der uma chance, nunca vai saber! – os dois entram
na sala.
Eu não acredito nisso! Meu chefe é o Philipe! O homem com quem eu transei
no meu fim de semana! Minha fantasia sexual em forma de homem. O homem
mais lindo e mais gostoso que já vi na vida! Meu coração falta sair pela
boca.
Ele passa direto para uma bancada ao lado do frigobar onde tem uma
máquina de café e outros itens. Sem olhar para o lado, ele mexe na máquina
de costas para nós. O perfume é maravilhoso e ele está divino de terno escuro
e uma gravata azul, combinando com os olhos.
– Bom dia, Lu – Frederico cumprimenta a Luciana e seu sorriso
escancara ao me ver. – Eu não acredito nisso! – E ri. – Essa é a nova
assistente do Phil, Klaus? – Klaus estranha e olha para mim.
– Sim, essa é a Beatriz. Vocês já se conhecem? – Percebo que o
Philipe se vira no instante em que escuta meu nome. Me olha e não sei qual
de nós dois está mais chocado.
– Oi, Bia! – Diz alegre e vem me abraçar. – Klaus, você não poderia
ter escolhido uma pessoa melhor! – Philipe fecha a cara no mesmo instante e
olha bravo entre Klaus, Luciana e Frederico.
– O que significa essa merda? – Merda? Ele está falando de mim? Eu
entendi direito?
– Sr. Werneck, o Frederico solicitou que a sua nova assistente fosse
alguém do Departamento de Qualidade, que conhecesse nossos produtos
afundo, então o Klaus indicou a Beatriz e...
– Você inventou essa palhaçada toda? – interrompe Philipe,
extremamente irritado. Não se parece em nada com o homem que conheci.
Meu Deus, o que está acontecendo?
– Você precisava de uma secretária nova, como não gostou das cinco
últimas que vieram, eu pedi ao Klaus que indicasse alguém da equipe dele,
alguém de confiança. – Frederico fala sério olhando o irmão nos olhos.
Philipe está vermelho, suas narinas inflam e vejo seu maxilar tenso. – Eu só
olhei o currículo e conversei com o Klaus sobre ela, mas não sabia quem era.
– diz, se explicando, com um tom cuidadoso. Não entendo o motivo. Philipe
dá uma risadinha de deboche. – Sério, mano, eu nunca a tinha visto
pessoalmente, nem sabia que ela trabalhava aqui. – fala baixo, mas firme,
olhando-o nos olhos.
Philipe vira o rosto e me encara furioso. Ele acha que eu o procurei
na praia de propósito? Olho, indignada, para ele. Ferida. Meus olhos ficam
marejados. Sinto o braço de Klaus nos meus ombros, puxando-me para junto
dele. O olhar de Philipe para nosso contato é mortal.
– Werneck, eu não sei o que está acontecendo aqui, mas eu te trouxe a
melhor funcionária que eu tenho. Seu irmão me pediu alguém em que eu
depositasse total confiança, tanto pessoal quanto profissionalmente. Eu só
estou abrindo mão da Bia porque é pra você! Do contrário, eu não a deixaria
sair por nada! Ela é o meu braço direito. Já te falei dela várias vezes. Você a
conhece? Me fala porque se chegou algo ruim aos seus ouvidos a respeito
dela, eu tenho certeza que é algum mal-entendido! – Uma lágrima traidora
escorre pelo meu rosto. Tento limpar sem que ninguém perceba, mas minha
mão treme muito e Philipe percebe. Vejo seu rosto suavizar.
– Eu acredito em você, Klaus. Podem ir agora. – Faz um gesto nos
dispensando com a mão. Vai para a mesa do café. Frederico sai da sala e a
Luciana segura a porta para nós. Klaus me puxa para perto e vamos saindo
abraçados. – Você fica! – olhamos os três para ele sem entender, mas ele nem
se digna a virar o rosto. Continua preparando seu café. – Você já a treinou,
Martins?
– Sim, senhor. Já passei todas as orientações a ela mais cedo. –
Luciana fala olhando para mim e para Klaus, que me abraça apertado.
– Se você não quiser ficar, pode vir comigo. – Klaus fala baixo.
– Ela é minha, agora, Klaus. – e se vira encarando-o – Ela fica!
Nenhum pio sobre o que aconteceu aqui. – Klaus me olha buscando minha
aprovação. Concordo com a cabeça e sussurro um obrigada.
– Cuida bem dela, Werneck, ou ela volta para mim imediatamente. –
não acredito que o Klaus está desafiando o chefe para me defender, mas ele é
assim, superprotetor, um coração enorme! Fico comovida.
– Não existe essa opção. Ela fica, eu já disse. Está ficando surdo
depois de velho? – Klaus sorri balançando a cabeça e sinto que o clima entre
eles está melhor. Ele me olha e faz um sinal de que nos falaremos depois.
Fecha a porta e eu fico ali parada, sozinha com ele. Meu coração bate tão
forte que sinto meus ouvidos pulsarem.
O que eu faço? Falo alguma coisa? O silêncio está me matando!
– Eu não sabia, nunca teria ficado com você se soubesse que era meu
chefe! – minha voz treme e ele me encara. – Eu nunca me envolveria com
alguém do trabalho. Meu Deus, eu te falei ontem na piscina que eu não
conhecia meu futuro chefe! Você precisa acreditar em mim! – falo com voz
de choro. Ele não responde nada. Me olha de cima a baixo lentamente
repetidas vezes. Em todas as vezes, me olha nos olhos por alguns segundos.
– Você contou para alguém?
– Claro que não! Eu só fui saber que era você quando ouvi sua voz
assim que entrou na sala. Eu fiquei tão chocada quanto você! – falo
indignada, perplexa com a pergunta. Ele me encara como se avaliasse cada
palavra que saiu da minha boca. De repente, vai para a mesa e se senta,
ligando os computadores.
– Ótimo, que continue assim! O que tem na minha agenda para hoje?
Ahn?! O que?! Só isso? Não vai falar nada?
Ele levanta os olhos e me encara, esperando a minha resposta.
Ah, é assim que vamos jogar?! Ok, que comece o jogo então!
Engulo minha mágoa e entro no modo profissional. Pego o iPad que a
Luciana tinha me passado e me aproximo da mesa dele. Sento-me na cadeira
em frente a ele e cruzo as pernas, consciente de que ele acompanha cada
movimento.
– O senhor tem uma reunião às 10 horas com a equipe de produção do
novo aplicativo de pagamento e cashback. – e começo a passar a agenda com
ele. Diferente do que todos disseram, ele olha para mim o tempo todo.
Apesar de estranho, o dia segue sem atropelos. Ele realmente é muito
sério, compenetrado e não faz qualquer tipo de contato com as pessoas, nem
físico, nem visual. Fala só o necessário e consigo ver o quanto ele é
inteligente e competente. É perceptível a tensão das pessoas em volta dele.
Participamos de três reuniões e em todas elas, ele me fazia sentar
próximo a ele e questionava a minha opinião. Só parava de me olhar quando
fazia alguma anotação no seu laptop. Todos se entreolhavam estranhando o
comportamento dele comigo.
Não conversamos nada pessoal. O fim do dia chegou e ele estava
concentrado em algo no computador. Fiquei sem saber se ficava mais ou se
avisava que estava saindo. Estou morrendo de fome.
– Chefe, o senhor precisa de mais alguma coisa ou posso ir? – ele se
vira lentamente me olhando estranho. Percebo na hora a minha mancada:
chamei–o de chefe! Era o costume, chamava o Klaus assim... – Desculpe–
me! Sr. Werneck, queria dizer.
– Prefiro Chefe. – e dá um breve sorriso. – Não preciso de nada.
Obrigado. Até amanhã.
Ufa! Ganhei um sorriso. Sorrio igual a uma boba sem perceber.
– Até amanhã. Bom descanso. – e me viro para sair.
– Bia, traga seu lanche amanhã. Não quero que você passe mal se não
comer nas horas certas. Você mal comeu hoje. Deixe aqui na bancada e pode
usar meu frigobar. Além do meu banheiro, claro. – Olho para ele sem
entender a súbita preocupação em sua voz. Ele se lembrou de que eu como a
cada três horas?! Ele me ofereceu o banheiro pessoal dele?!
– Não quero atrapalhá-lo.
– Você não me atrapalha; pelo contrário. Só faça o que estou
mandando, por favor.
– Ok. Obrigada pela preocupação. – sorrio. Ganho um sorriso lindo de
volta. – Cuide–se. – e saio.
5.
Ciumento!
Beatriz

No dia seguinte, ele abre um sorriso ao sair do elevador e me ver de


pé, conversando com a Catarina, enquanto ela me explica algumas coisas.
– Vamos? – e segura a porta. Pego o iPad e minha garrafinha de água
e entro.
– Obrigada. Bom dia, chefe! – ele fecha a porta e me olha.
– Eu não ganho abraço igual todo mundo? – fala sério me encarando.
O que deu nele? Abraço–o e ele me aperta contra ele. Ah esse perfume!
– Hum... – deixo escapar. Ele me olha com as sobrancelhas erguidas.
– Seu perfume é uma delícia. – explico e sei que estou vermelha. Ele abre um
sorriso enorme.
– Também adoro o seu cheiro! Já tomou café? – e vai para a bancada.
– Sim, senhor. Quer que prepare o seu? – ele para me olhando.
– Não precisa, Bia.
– Você disse ontem que tinha gostado... – falo sem graça. Ele sorri.
– Estava uma delícia, igual à dona! – completa baixinho, indo para a
mesa. Eu escuto e rio. Ele pigarreia. – Se você não se importar, não é o seu
trabalho.
– Não me importo. – arrumo o café e coloco a água com gás, que sei
que ele adora. Ele está mexendo no computador, mas sei que está me
observando. Abaixo para colocar na mesa e ele olha subindo as minhas
pernas e para no bumbum. Olho para ele. – Está do seu agrado? – falo com
duplicidade.
– Muito! Obrigado. – e dá um sorriso sacana. Saio e vou me sentar em
frente a ele. Resolvo ajeitar meu decote puxando para baixo como se ajeitasse
o sutiã e deixando os seios mais volumosos para fora do decote. Ele olha e
engasga com o café. Sorrio internamente. Foi você quem começou esse jogo!
Começo a falar da agenda dele.
À tarde estou organizando a projeção na sala de reuniões e me viro
para olhar para ele e ver se estava do agrado. Ele está com a cara péssima,
com o punho cerrado na frente da boca. Volto rapidamente e me abaixo perto
dele.
– Algo errado? Quer que eu peça para a Priscila arrumar? – falo
baixinho.
– Eu quero que você sente essa sua bunda aqui. –fala nervoso, mas
baixo, me encarando. Se ele não tivesse dito que não queria nada comigo, eu
acharia que estava com ciúmes.
Durante a reunião, várias vezes ele segura minha mão sobre a mesa.
Vejo que todos ficam olhando aquilo. Ele, nem ontem nem hoje, sequer deu a
mão para cumprimentar as pessoas. Olha rapidamente as pessoas quando
pergunta ou quando elas começam a falar, mas não encara. Já comigo, me
olha nos olhos, sempre, e me coloca na conversa o tempo todo. Inclusive
elogia minhas opiniões.
Quando a reunião acaba, vou cumprimentar as pessoas, mas ele me
puxa pela cintura para sairmos. Vamos andando com ele me segurando pelas
costas, no centro da lombar. Fecha a porta e respira fundo.
– Você não tem uma calça mais folgada para trabalhar? Uma que
marque menos esse seu bundão? – Bundão? Calça?
– Você está querendo dizer que minha roupa está inadequada? Que
estou vulgar?
– Não! Estou querendo dizer que você está gostosa mesmo! Puta que
o pariu, Bia! Os caras todos comendo sua bunda com os olhos e você lá se
abaixando e andando pra lá e pra cá, como se nada estivesse acontecendo!
Você fez isso de propósito, pra me deixar com raiva?! – Como é?
– Peraí, que eu não tô entendendo nada! Primeiro: eu não vi ninguém
me olhando assim!
– Claro, os filhos da puta disfarçavam quando você virava, né!
– Segundo: por que eu faria isso de propósito?
–Pra me fazer ciúmes, óbvio. – olho pra ele sem entender.
– Você está com ciúmes de mim? – ele fica sem reação e vai andando
para a mesa dele, sem responder. Coloca o paletó na cadeira. – Phil?
– E se estiver? Poxa, você tá uma delícia com essa calça, santinha! Tá
marcando essa tua bunda redonda direitinho. Dá até pra ver a marca da
calcinha. – olho, chocada, e passo a mão instintivamente na marca. Vou
correndo para o banheiro tentando ver no espelho.
– Por que você não falou antes? Ai, meu Deus, que vergonha! – ele ri
da porta do banheiro. Chega perto e passa os dedos pela costura da calcinha.
– Bem pequena pra uma santinha essa sua calcinha, hein?! Fio dental?
– e me olha safado, um pouco rouco. Olho para a boca dele com o coração
acelerado.
– Como se você não usasse camisas apertadas marcando seu peitoral e
esses brações. E umas calças apertadas marcando essas coxas. – e passo as
mãos, uma em cada coxa, subindo até a marca da cueca. Ele me olha
ofegante. Vejo o volume marcando a frente da calça e não resisto. Acaricio
toda a extensão.
– Você acha apropriado apalpar seu chefe, santinha?
– Você quem começou. Eu estava bem quieta aqui no banheiro e você
invadiu e passou a mão na minha bunda! – aproveito para matar a saudade
daquele peito forte, subo com as mãos espalmadas pelo abdômen, tocando
tudo com vontade. Ele olha para as minhas mãos.
– Eu mostrei a marca da sua calcinha que você não conseguia
enxergar no espelho por causa de ser Minionzinha. Já a senhorita está
passeando com essas mãos pequenas pelo meu corpo todo... – pego aqueles
bíceps fortes, com vontade! Ele ri. – Tá achando ruim?
– Achando ruim? – e olha para baixo e acaricia o pênis. Depois olha
para mim. – Parece que estou? – fico com a boca aberta, mal consigo respirar.
Que vontade de cair de boca. Mas lembro que ele está jogando.
– Você acha apropriado isso, chefe? Ficar de pau duro no meio do
expediente e ainda exibi-lo para sua funcionária?
– Não é para uma funcionária qualquer. – e me pega no colo, me
sentando na pia. Fico exatamente encaixada nele. Ele encosta em mim, me
puxando forte pelo bumbum. Eu gemo. – ele empurra a porta de uma vez e
me assusto. – você é muito escandalosa. Não quero ninguém ouvindo seus
gemidos enquanto eu te como. – e abre meu cinto olhando para mim e sei que
está buscando meu consentimento. Abro o dele e ele sorri.
Puxa a minha calça e desce até os tornozelos junto com a calcinha.
Pega a carteira e pega uma camisinha lá dentro. Coloca na pia e rasga o
pacotinho me olhando. Como pode ser tão sexy?
– Você me quer, baixinha? – Fala rouco, enquanto desenrola a
camisinha no pênis. Que coisa erótica! Confirmo com a cabeça. – Tá
molhada pra mim? – eu devo estar encharcada, isso sim! Ele confere com a
mão e geme gostoso. – Eu adoro isso em você, caralho! Sempre tão
molhadinha!
– Nem sempre, só pra você. – penso e pela risada dele percebo que
falei também. Fico vermelha. Ele acaricia meu rosto.
– Bom saber, santinha. É só pra mim que você tem que ficar assim
mesmo! Só pra mim... – e enfia de uma vez.
Solto um grito que ele engole com beijo. Ele mete rápido, com força.
Nunca tinha transado assim antes, tão intensamente. Nós dois abafamos os
gemidos sem parar de nos beijar. Aperto a bunda dele com força quando
começo a sentir meu corpo flutuar. O orgasmo me atinge com força! Estou
me recuperando quando sinto o corpo dele tensionar e ele segurar meu cabelo
com força e abafar o gemido, no meu ombro, me mordendo. Que delícia ver o
corpo dele tremendo enquanto ele me abraça. Acaricio as costas dele por
dentro da camisa. Ele encosta a testa na minha enquanto nós dois tentamos
acalmar nossa respiração.
– Imagino que uma rapidinha com o chefe não estava nas atribuições
do seu cargo quando o Klaus te ofereceu ele, né?!
– Não, nem quando a Luciana me treinou em como me comportar na
sua frente! Lembro bem de ela falar que não podia te tocar ou te olhar. E que
provavelmente você sequer lembraria o meu nome! – ele ri com gosto.
– Que funcionária mal treinada! Vou ter que conversar com a Martins.
Se eu me olhar no espelho devo estar com as marcas das suas unhas pelo
corpo inteiro. – tira a camisinha e pega uma toalhinha na gaveta, molha um
pouco e me limpa.
– Isso já fica aqui estrategicamente pras suas rapidinhas pós–reunião?
– ele cai na gargalhada.
– Não, Bia. Sim, eu me lembro do seu nome. – faço uma cara e gesto
agradecidos e ele ri. – Aqui é a gaveta onde ficam as toalhas do banheiro
mesmo. Eu não costumo comer ninguém no trabalho.
– Eu sou a primeira?
– E última! – ele emenda enrolando a camisinha em um papel e
colocando no lixo. Fico confusa com a resposta.
Ele me desce e nós dois nos vestimos. O resto do dia passa e ele não
brinca mais, nem falamos sobre o que aconteceu.
6.
Posso ter esperanças?
Beatriz

Na quarta ele chega e estou na bancada comendo umas frutas e


fazendo o café dele. Ele entra com aquele perfume maravilhoso. Lindo, hoje
de terno azul–escuro e gravata vermelha. Abre um sorriso enorme quando me
vê lá e fecha porta.
– Bom dia, santinha. Estranhei não te ver lá fora.
–Tô comendo na sala do chefe. Você disse que eu poderia abusar da
sua bancada. – ele chega por trás e me beija no pescoço. Desconcentro–me e
deixo cair a colherzinha. Ele abaixa para pegar.
– E pode. Uau, que vista! – Olho para baixo e está olhando embaixo
da minha saia rodada.
– Você reclamou que eu estava de calça apertada ontem. Fiz café para
você. Quer? – ele sobe as mãos pelas minhas pernas e vai subindo a cabeça
entre as minhas coxas, por baixo da saia. Olho para baixo assustada, mas já
excitada com a cena.
– O cheiro está maravilhoso... – vejo o duplo sentido quando sinto o
nariz dele na minha calcinha. Na hora abro mais a perna, ávida pela boca
dele. Ele coloca as duas mãos na minha bunda e passa o dente na minha
calcinha. Sinto seu hálito quente. – Segura na bancada, baixinha. Tem algo
que eu quero provar antes do café. – fala rouco e o sinto empurrando minha
calcinha pro lado. Respiro fundo.
– E se alguém entrar?!
– Hoje eu tranquei a porta. – diz e me lambe. Engasgo–me.
– Que safado! Já entrou mal intencionado! – ele ri.
– Sonhei com você e ou escolhia tomar um banho demorado como
ontem de manhã antes de vir pra cá ou chegar aqui e fazer isso. – A visão
dele se masturbando antes de vir para o trabalho me excita.
– Banho demorado, é?! – ele começa a me chupar e lamber.
– Segunda eu ganhei uma assistente sexy, que ficava toda hora me
mostrando a calcinha preta de renda dela cada vez que cruzava e descruzava
as pernas, sentada na minha frente. Tem noção de como eu já estava dolorido
quando fui pra casa no fim do dia? – Só de imaginar ele de pau duro me
olhando me faz me molhar toda. – Você gosta de saber o quanto me
enlouquece, né? Tá melando minha boca toda! Que delícia! – E começa a
chupar meu clitóris com vontade. Tampo a boca com a mão tentando segurar
meus gemidos. Resolvo brincar com ele.
– Que assistente ruim! Ela te deixou ir embora assim?
– Deixou, acredita?!
– Ainda bem que você tem suas Barbies pra brincar. – ele ri e dá uma
mordiscada. Dou um gritinho.
– Eu prefiro brincar com minha Minion. Ainda bem que tinha bem
fresquinho na minha memória como você fica linda de quatro. – Ele estava
pensando em mim enquanto se tocava? Ai meu Deus! Gemo alto. – Te excita
tanto assim saber que eu bati punheta pensando em você? Você tá
encharcando minha boca.
– Eu fantasio isso cada vez que você entra naquele banheiro. – ele
para de me chupar. Ai, droga! Não devia ter falado.
– Ah, santinha, você e suas fantasias sexuais. Sorte sua que eu gosto
de satisfazê-las. Ahn?!
Ele volta a me chupar, sugando com força meu clitóris, a sensação é
deliciosa. Contenho meus gemidos com a boca no braço porque começo a
sentir minhas pernas tremerem e seguro na bancada com as duas mãos. Gozo
logo depois. Ele lambe e depois ajeita minha calcinha. Dá um beijo por cima
dela e se levanta. Está com o rosto todo melado. Eu rio quando vejo. Ele
sorri.
– Quer um café para acompanhar? – passo a mão limpando. Ele me
beija gostoso.
– Já volto. – e vai para o banheiro.
Começo a ouvi-lo gemendo. Não acredito nisso! Meu coração dispara
e vou até lá. Ele está em pé, com a calça aberta, com uma mão na pia e a
outra bombando aquele pau enorme. Com certeza é a coisa mais sexy que já
vi na vida. Ele olha para mim sem parar. Olho ora para a mão dele e ora para
o rosto. Afasto o decote do meu vestido e tiro meu seio esquerdo do sutiã.
Acaricio o mamilo. Ele geme alto. Resolvo ser ainda mais ousada, já que
estou morrendo de tesão. Encosto na porta e levanto meu vestido, enfio a mão
dentro da calcinha. Começo a me tocar olhando para ele.
– Puta que o pariu, Bia! Abaixa a calcinha um pouco, deixa eu ver tua
mão na tua boceta! – fala entre os gemidos.
Eu abaixo e volto a me tocar rápido. Ele geme alto. Nunca tinha feito
algo tão safado na vida. Nem me reconheço. O que esse homem faz comigo?
Ele bomba cada vez mais rápido, gemendo gostoso, olha para minha mão e
para o meu rosto. Faço a mesma coisa que ele! Ele goza gemendo alto. Tenta
conter o sêmen com a mão. Pega uma toalha na gaveta e passa rápido vindo
até mim. Tira a minha mão e substitui pela dele. Ah, que delícia! Não demora
nada e gozo. Ele fica olhando para o meu rosto.
– Não para! – peço gemendo. Ele sorri e continua.
– Eu sei! Na segunda você goza mais forte! Não é, minha delícia? A
gente descobriu isso juntos, no sábado, não foi? – confirmo com a cabeça e
lembro o quanto ele ficou excitado por eu ter orgasmos sequenciais. Ele
coloca mais pressão e gozo forte. Ele me abraça com o outro braço, já que
fico mole, me tremendo. –Mais? – pergunta sem parar. Confirmo e ele ri. –
Gostosa! Ah, se eu soubesse que ia te deixar assim só por bater punheta, tinha
feito isso na segunda mesmo! – Gozo em seguida. Ele já está duro de novo!
Me beija e ouvimos batidas na porta. – Merda!
– Maninho?! Tudo bem?
– Ah, Fred, que hora inoportuna! – fala baixo e se limpa com a
toalhinha. – Tudo bem. Já vou. Só um minuto! – grita e me entrega a
toalhinha. Vai lavar a mão e a boca. Me dá um selinho e fecha a porta do
banheiro para que eu termine de me arrumar. – O que você quer?
– Por que sua porta estava trancada?
– Porque eu tranquei.
– Por que você tá vermelho?
– O que você quer, Frederico? – Saio de fininho no banheiro.
Frederico me olha e fico vermelha igual a um pimentão. Ele dá uma
gargalhada.
– Desculpa, não sabia que sua assistente gata estava aqui! Oi, Bia,
bom dia! – Philipe fecha a cara.
– Bom dia! Aceitam café? Acabei de fazer. – tento disfarçar.
– Aceito, baixinha. Obrigado! – Philipe vai até lá e pega a xícara e eu
sirvo. Frederico também vai e olha, ora para um e ora para o outro, e ri. –
Fred, pela terceira vez, que você quer?
– Você fica tão sexy com essa carinha pós–sexo, cunhadinha. Uma
gracinha! – diz, me encarando sorrindo. Fico mais vermelha ainda! Sinto meu
rosto ferver.
– Frederico! – Philipe fica bravo e nós dois nos assustamos.
– Desculpa, maninho! Desculpa. Não queria te constranger, Bia. É
que te olhando assim me fez entender por que meu irmão está tão inspirado
nessa semana! – fala e sorri de novo.
– Inspirado?
– Eu te chamei pra correr ontem e você nem respondia e nem atendia
a ligação. Fiquei preocupado e olhei no GPS do celular e vi que ainda estava
aqui. Mais tarde vi que você ainda estava, pedi pro segurança vir olhar e ele
disse que você estava no laboratório. Fui deitar quase meia–noite e você
ainda estava aqui. Dois dias seguidos ficando à noite no laboratório? Que
horas você tem saído daqui? – Philipe fica tímido de repente.
– Eu tô ficando até duas horas. – e pigarreia, indo se sentar à mesa.
– Fazia tempo que você não se dedicava assim. Nesse ano,
certamente, é a primeira vez que você entra lá.
– Eu voltei a trabalhar no app depois da reunião de segunda com a
equipe de produção. A Bia deu umas ideias boas que me fizeram pensar em
algumas modificações no projeto. – Eu dei ideias boas? E ele está usando?
– Ah é? Olha como eu escolhi bem sua assistente! Está vendo? Nada
como trazer alguém da Qualidade para perto do meu irmãozinho gênio. E
você realmente é de qualidade, hein, cunhadinha?! – pisca e ri da piada sem
graça. Eu rio também.
– A piada é péssima, mas você tem razão. Foi uma ótima escolha. –
ele sorri para mim. Eu abro um sorriso enorme. – A Bia pensa parecido
comigo. Ela me entende, me complementa. E eu consigo entender exatamente
o que ela quer dizer, apesar das mímicas horríveis dela. – brinca e eu fico
encantada. Meu Deus, ele não pode simplesmente soltar um comentário
desses assim.
– É, está todo mundo comentando sobre como vocês estão se dando
bem um com o outro. Todo mundo percebeu o quanto você mudou de
segunda pra cá, mano.
– Eu não mudei!
– A Bia pega em você o tempo todo, cada vez que ela passa perto de
você. E você aproveita o embalo e pega nela de volta. Vocês andam com
você sempre segurando ela. Nas reuniões vocês falam um olhando para o
outro, vocês chegam a ficar de mãos dadas várias vezes nas reuniões! Você a
faz sentar grudada em você! E você sorri pra ela! Até rir, você já riu! Phil,
você nunca, nesses quase 11 anos de empresa, fez isso! Além de mim,
ninguém aqui toca em você, e muito menos você toca em alguém! Você não
conversa encarando ninguém, você raramente sorri e muito menos ri. Todo
mundo tá elogiando o clima leve nas reuniões, em como tá tranquilo. Você
nunca foi assim, ninguém aqui nunca te viu se comportar assim. Nem eu! –
Philipe olha para o irmão parecendo ponderar o que ele fala.
– Mas é a Bia, não eu. – tenta se justificar. Eu sorrio e sei que não
consigo disfarçar minha cara apaixonada. Ouvir o irmão dele dizer aquilo faz
meu coração quase sair pela boca.
– É, é a Bia. Tá de parabéns, cunhadinha. Geral apaixonado por você.
– Como é?! – Philipe fala bravo.
– Não precisa ficar com ciúmes. Tá todo mundo feliz que o chefe tá
bem–humorado e agradecido a ela.
– Ah bom. Que jeito de falar...
– Mas ontem, com aquela calça apertada, acho que o povo entendeu o
motivo. – e ri. Olho, chocada e vermelha.
– Fred! – esbraveja.
– O que? Vai dizer que a sua mulher não estava gostosa para cacete
ontem? A gente só constatou que você está muito bem servido. Por isso esse
sorriso fácil, hein, maninho?! Tá passando bem! – fala rindo.
– Cala essa porra dessa sua boca! Nunca mais fala da minha mulher
assim e se esse povo ficar olhando pra ela desse jeito, juro que boto todo
mundo na rua depois de quebrar a cara deles! – Fala bravo, rápido. Eu e
Frederico olhamos chocados para ele. Minha mulher? Como assim? Meu
coração dispara.
– Pode deixar, maninho! Desculpa! Vou tentar não falar. – fala
zoando fingindo um zíper na boca. – Mas eu estou feliz que ela esteja te
inspirando. Posso ver o projeto?
– Ainda não. Preciso mexer em algumas coisas ainda. Assim que
estiver mais definido eu mostro pra vocês.
– Pra mim também?! – falo empolgada, com vozinha. Ele sorri.
– Sim, santinha. Pra você também. – e pisca pra mim.
Voltamos a falar sobre outras coisas de trabalho e no resto dia ele não
me toca mais, nem tem nenhum assunto pessoal. Como ele me chama de
minha mulher e se comporta desse jeito?
No meio da tarde, ele vai para o laboratório e, quando acaba o
expediente, não quero sair sem me despedir dele. Mando uma mensagem.
“Eu já vou embora, chefe. Precisa de mais alguma coisa ou posso
ir?”
“Preciso. Pode vir aqui?”
Vou até lá e bato na porta.
– Entra. – abro e olho o lugar. Fico estupefata. É a primeira vez que
entro ali. Uma sala escura, lotada de telas e de computadores. Parece um
daqueles ambientes em que o pessoal joga profissionalmente.
– Pois não? – fecho a porta.
– Vem aqui. – vou e ele me faz sentar encaixada nele. Me beija com
vontade. Rebolo no colo dele ao senti-lo endurecendo. – Eu ia só te dar um
beijo de despedida, mas você tem que me provocar, né, santinha?
– Você que me fez sentar no seu colo.
– Eu gosto de te ter no meu colo. – ele abre meu decote e expõe meus
seios, abaixando o sutiã. – Passei o dia querendo chupar essas tetinhas. – Ele
chupa um e depois o outro, se demora, trocando entre um e outro. Fico me
esfregando nele.
– Nunca imaginei que você gostasse de peito pequeno. – ele me olha
estranhando.
– Seus seios não são pequenos. Têm um tamanho perfeito; tamanho
da minha mão, já te falei isso. E são lindos. Adoro esses biquinhos duros na
minha boca. Por mim você andaria sem sutiã o tempo todo só pra eu olhar
eles marcando sua blusa.
–Tá bom, chefe! Amanhã venho sem sutiã e de calça apertada. – ele
me encara sério.
– Não me provoca, santinha. Eu te tranco nessa sala o dia inteiro. – sei
que ele está brincando, mas gosto de vê-lo com ciúmes.
Ele se levanta e me coloca sentada na cadeira. Acho estranho. Ele
abre a porta e volta logo em seguida. Tranca a porta e me mostra a camisinha.
Sorrio. Ele volta a se sentar e me levanta. Abaixa minha calcinha e tira. Abre
a calça e tira o pênis para fora. Me olha. Passo a língua nos lábios.
– Amanhã, baixinha. – olho, confusa. – Amanhã você se ajoelha e me
chupa enquanto eu tô sentado lá na minha mesa trabalhando. –Sorrio.
– Fantasia, chefe?
– Você está me fazendo ter algumas.
– Sorte sua que eu gosto de satisfazê-las. – devolvo o que ele disse
mais cedo. Ele sorri, enquanto coloca a camisinha. Me puxa pela bunda.
– Deixa eu te preparar pra sentar em mim. Não quero te machucar. –
Acho tão sexy olhar a cara excitada dele enquanto me masturba. Ele me
encara ofegante. – Vem sentar no colo do teu chefe, vem, minha gostosa! –
Sento devagar, tentando me acostumar. Essa posição faz com que o tamanho
dele me incomode. Ele não para de me massagear enquanto vou me
acomodando. – Se estiver doendo, a gente muda de posição. Não quero que
você sinta dor. – Adoro o cuidado dele comigo.
– Está tudo bem. – e começo a subir e descer. Ele geme gostoso. Me
segura pela bunda me ajudando a me movimentar. Abraço o pescoço dele e o
beijo. – Você é uma delícia! – falo gemendo. Ele sorri.
–Tá gostoso assim? Não tá te machucando? – nego com a cabeça. Ele
volta a me beijar e aos poucos eu aumento a velocidade. O abraço mais
apertado. Isso faz com que a posição fique mais prazerosa. Começo a gemer
alto. – Minha gostosa! Assim que gosto de você!
– Mais rápido, chefe! – ele sorri. Sei que ele estava se segurando com
medo de me machucar. Ele acelera e não demoramos a gozar.
Vou embora alguns minutos depois e o deixo trabalhando.
7.
Realizando a fantasia dele!
Beatriz

Na quinta, Philipe começa a demorar a chegar e começo a estranhar.


Fico agoniada. Ele chega de cabelos molhados e um pouco ofegante. De
repente, fico muito enciumada. O encaro e ele sorri safado. Abre a porta, me
olha.
– Você não vem? – pego o iPad e o celular e vou. Passo com a cara
fechada. Ele fecha a porta e ri. – Você fica linda enciumada, Bia!
– Quem disse que estou com ciúmes? – falo brava parecendo criança
emburrada. Ele solta uma gargalhada.
– Eu nado todos os dias pela manhã, baixinha. Mas eu tomo café em
casa, então, quando chego aqui, meus cabelos já estão um pouco mais secos.
Agora estão mais compridos, então estão demorando mais a secar. Hoje,
como eu estava atrasado, só tomei banho e vim.
– Nada, é? – fico enciumada em pensar as mulheres olhando-o de
sunga na academia. Ele ri, indo até a bancada.
– Já tomou café? Vem comer comigo. – Vou andando devagar. – Não
precisa ficar com ciúmes. Eu nado em casa. Só eu e o Fred. – olho para ele.
Ele lê mentes? – Você é tão transparente. Amo isso em você.
– Você mora em uma casa?
– Não. Em uma cobertura. Eu gosto de olhar o horizonte e de ter
privacidade. – Sorrio.
– Percebi. Gosto dos seus cabelos compridos.
– Eu sei! Por isso cancelei meu horário no barbeiro nessa semana. –
olho para ele. – Você sempre puxa meu cabelo quando me beija. E mais
ainda, quando estou metendo em você! – abro a boca sem graça. Ele ri e me
abraça. – Eu adoro o jeito que você faz! – Vou até ele e enfio a mão no
cabelo dele pela nuca e puxo o cabelo. Ele geme.
– Assim? – ele concorda com a cabeça. – Eu faço isso sempre?
– Fez todas as vezes. – ele me dá um selinho e vai terminar o
sanduíche que estava fazendo.
– Por que você se atrasou? – estou com ciúmes de novo. Será que eu
poderia perguntar, já que não temos nada?
– Ontem à noite, comi uma gostosa no meu laboratório. Ficou um
cheiro gostoso no lugar. Acho que me inspirou. Acabei ficando até 4h30 da
manhã trabalhando. – olho surpresa e sorrio feliz por ele me mencionar
daquele jeito. – Daí acabei indo dormir tarde. Acordei mais tarde e não posso
descuidar dos meus exercícios. Então me atrasei. Não precisa ter ciúmes,
santinha.
– Sei. – pego uma xícara de café e tomo olhando-o.
– Eu não sou esse pegador que você acha. O Fred que é assim.
Relaxa! Você é a única mulher na minha vida! – meu coração acelera. – e eu?
– olho confusa. – sou o único homem na sua vida?
– Claro que sim! Santinha, lembra? – brinco piscando para ele.
– Assim que eu gosto! – me dá um selinho. Frederico abre a porta.
– Interrompo? – e sorri entrando.
– Você deveria começar a bater na porta.
– A Bia não bate!
– Ela não vai me encontrar... – e para no meio da frase, quando repara
o que ia falar. Nós dois rimos.
– Entendi. Foi por isso que você estava dormindo, quando fui nadar
hoje cedo?
– Fiquei até 4h30 no laboratório. Eu trabalho, Fred! Quem vira noite
em balada ou com mulher é você!
– Verdade! Vocês preferem durante o dia. – escondo minha cara com
as mãos.
– Você é quem está dizendo... – Philipe brinca e olho para ele
enciumada de novo. – A gente também gosta à noite, não gosta? – e pisca
para mim. Lembro do sábado no hotel e mordo o lábio.
– Meu Deus! Vocês dois são muito tarados! Dá até tesão só de olhar o
jeito que vocês se olham! – olhamos os dois para ele.
– Fred, vai arrumar uma mulher pra você!
– Porra, maninho! Achei que a gente pudesse dividir a sua... – Philipe
engasga com o sanduíche. Nós dois vamos acudir. Ele olha bravo para o
irmão. Resolvo brincar.
– Fredinho, olha o seu tamanho e o do Phil e olha pra mim... Não
mesmo!
– Achei que você gostasse de homem grande. – Frederico fala e sei
que está com sentido duplo.
– Adoro! – e olho com cara de safada para Philipe.
– Dois, Bia? – ele me fala enciumado.
– Só você! – falo olhando-o nos olhos. Ele me encara.
– Ah! Mas você já experimentou dois irmãos antes?
– Fred, chega! – Philipe fala bravo.
–Tá bom, tá bom! Hoje vou poder ver o projeto?
– Amanhã. Hoje eu termino. – fala animado. Bato as mãos, animada.
Estou louca para ver. Ele ri.
– Queria tanto ver você trabalhando.
– Mais uma fantasia, santinha?
– Fantasia?! Que estória é essa? – Frederico pergunta animado.
– Não te interessa! – respondemos juntos. Ele se assusta e nós três
gargalhamos.
– Já estão até falando igual. Que bonitinho! – faz um coraçãozinho no
próprio peito.
Ele sai e depois passamos a agenda da manhã. Philipe me convida
para ficar um pouco no laboratório enquanto ele trabalha. Fico
completamente absorta, encantada, vendo-o trabalhar. É fascinante ver a
concentração, as ideias, a facilidade com que ele cria e desenvolve. Tento
ficar o mais quieta possível para não atrapalhar. Frederico bate na porta na
hora do almoço.
– Não acredito! Por que ela pode e eu não?
– O cheiro dela é delicioso. – Philipe brinca e me abraça quando
Frederico vem me cheirar. – Sai fora!
Os dois saem para almoçar. Almoço com minhas amigas e
conversamos sobre meu romance com Philipe enquanto vamos olhar algumas
coisas para o casamento da Cris. Hoje provamos alguns vestidos e acabo me
atrasando muito à tarde.
– Bia do céu! O chefe já me perguntou dez vezes se você tinha
chegado. Ele está uma arara! – fala Luciana.
– Me perdoa! Eu perdi a noção do tempo! Não vi que já era essa hora!
– Sorte que é você. Se fosse uma de nós três estaríamos na rua agora!
– fala Priscila sorrindo.
– Vai lá logo, mulher, e acalma a fera porque ele está cuspindo
maribondo! – Michele me apressa. Catarina pega a minha bolsa, enquanto
entrega meu iPad.
Abro a porta de uma vez e Philipe levanta o olhar. Está furioso, me
encarando. Me olha de cima a baixo umas três vezes. Encosta na cadeira e
cruza os braços.
– Sério, Bia? Hoje cedo você disse que eu era o único. – fala muito
puto. Olho para a minha roupa e vejo que minha camisa está saindo um
pedaço da saia.
– Estava experimentado o vestido pro casamento! – me explico –
Desculpa! Eu perdi a noção da hora! – ele está me olhando indignado e não
consigo entender o motivo. Ele balança a cabeça dando uma risada nervosa.
– Você tá de sacanagem comigo, Bia? Você foi experimentar a porra
do seu vestido de casamento e me fala assim? – fala nervoso, alto. Ah meu
Deus, ele acha que é o meu casamento?
– Não! O casamento da Cris! Eu sou madrinha, lembra? Nós fomos
todas juntas. Aí, quando a gente se encontra, a gente costuma perder a hora.
Me perdoa? – vejo um alívio no rosto dele.
– Você poderia ter avisado. Eu fiquei preocupado. – vou até ele com
uma ideia. Acaricio o cabelo dele, puxando e vejo que ele suspira. Puxo a
boca dele e beijo gostoso. Paro e vou saindo. – Aonde você vai?
– Você está bravo comigo e não disse que me perdoava. – tranco a
porta e volto. – Vou te convencer a me perdoar meu atraso. – ele me olha,
sem entender. Abaixo e o beijo de novo, de leve. Depois me ajoelho entre as
pernas dele. Ele percebe o que vou fazer.
– Porra, santinha. – Abro a calça dele, olhando-o nos olhos. Abaixo o
zíper e acaricio-o sobre a cueca. Ele geme. – Você vai colocar meu pau na
sua boca, vai?! – abaixo a cueca e tiro o pênis dele para fora.
– Vou! Você quer? – e o acaricio por inteiro, com minha mão. Ele
geme.
– Quero! Pra cacete! – olho para ele e lambo a cabeça. Gemo. – Você
gosta do meu sabor? Gosta? – enfio o máximo que consigo na minha boca e
tiro. Passo língua pelos meus lábios.
– Gosto! Muito! – e chupo de novo. Ele aperta meu cabelo. – Queria
conseguir colocar todo na boca, mas é muito grande! – enfio na boca de
novo.
– Não se preocupe com isso. Você chupa tão gostoso, minha linda! –
e geme. Chupo ainda mais forte. – Tão gostoso! Adorei sua boca no meu pau
no sábado! Mas hoje tá ainda mais gostoso! Caralho, que delícia! – vou
chupando devagar. Tiro e lambo ele todo, depois brinco com a cabeça e volto
a chupar. Coloco o máximo na boca que consigo. Ele geme alto, apertando
meus cabelos. Volto a sugar com gosto, mais rápido. Sinto que ele está perto
e ajudo com a mão na base, enquanto chupo rápido. Olho para ele. Ele está
mordendo os lábios, gemendo gostoso. – Bia! – e goza na minha boca.
Lambo tudo e quando vou limpar minha boca ele me puxa para seu colo. Me
beija.
– Acho sexy quando você me beija depois que você me chupa ou eu
te chupo! – ele sorri.
– Eu vi que você gostou, minha santinha! Também gostei! Adoro
experimentar coisas novas com você! – olho para ele, surpresa. Ele sorri e eu
mais ainda.
– Realizei sua fantasia, chefe?
– Realizou.
– Agora você perdoou meu atraso?
– Ainda não. – ele me senta na mesa e tira minha calcinha. Me
acaricia enquanto me beija. Aperta meu clitóris com o polegar e enfia dois
dedos em mim.
– Como você consegue fazer tudo tão gostoso?! Como sabe onde
tocar?! Meu Deus, Phil... – ele sorri.
– Você gosta do meu toque, gosta? – concordo com a cabeça. – e
como eu te como? Você gosta?
– Demais! Meu Deus, demais! – ele sorri.
– E eu amo te comer, minha gostosa! – e pega a carteira na gaveta e
tira a camisinha. – Preciso comprar mais. É a última.
– Gastamos todo o seu estoque, já? – ele sorri, colocando a camisinha.
– Novidade pra mim transar com tanta frequência! Por sorte, eu
trouxe na terça, depois de sair daqui na segunda, naquele estado que eu sai. –
sorrio. Adoro quando ele fala em como me deseja.
– Hum... – ele me puxa e mete com força. Gemo alto e ele me beija. –
Então você esperava transar com sua assistente, chefe?
– Confesso que estava louco para você me querer de novo!
Ele mete com força, rápido. Nós dois gememos nos beijando,
tentando abafar. Gozamos juntos e sorrimos. Damos um beijo carinhoso e
vamos para o banheiro nos limpar. Voltamos a trabalhar e de novo não
falamos mais nada pessoal. Antes de eu sair, ele me chama e me dá um beijo
demorado.
8.
Recomeço...
Beatriz

Na sexta-feira, chego e o chefe está no laboratório. Estou fazendo um


lanche na bancada dele. Reparei que a semana toda ele trouxe várias coisas
para comer e encheu o frigobar. Várias coisas que eu comi no hotel e disse
que adorava. Não entendo o que se passa na cabeça dele. Ele me trata bem,
diferente de como trata todo mundo. Transamos os últimos três dias. Ele tem
ataques de ciúme, mas, ao mesmo tempo, não temos nenhum contato fora do
escritório e não conversamos absolutamente nada pessoal, nem sobre nosso
relacionamento. Isso está me incomodando muito.
As secretárias vieram hoje me perguntar se eu o conhecia antes de
começar a trabalhar diretamente com ele. Eu e Frederico combinamos de
falar que eu era amiga de um affair dele e o Philipe não tinha gostado de ter
alguém do círculo íntimo do irmão ali. Achei melhor falar isso por causa da
reação que ele teve na segunda e que a Luciana presenciou. Parecem ter
acreditado.
O Fred é um fofo comigo, quando estou lá fora. Sempre me abraça e
conversa sobre outras coisas, como se fossemos amigos. Ele me pediu para
ter paciência com o irmão e dar um tempo para ele, mas não desistir. Achei
estranho.
– Bibizinha! Uau! Tá gata com essa roupa amarela! Dá até pra ver o
bronze!
Me abraça por trás e beija meu ombro. A blusa tinha alças e era um
pouco decotada. Frederico é um pouco diferente do Philipe: alto – deve ter
mais de 1,80 m –, cabelos castanhos claros, arrumados em um topete, e olhos
verdes. Também tem um corpo escultural. Passo a mão para trás e acaricio o
cabelo dele, enquanto beijo seu rosto.
– Que é isso?
– Iogurte grego, com frutas vermelhas, aveia e mel. Quer? – Ele
balança a cabeça e abre a boca. Sirvo uma colherada na boca dele.
– Humm... – e beija meu pescoço. Sorrio.
– Frederico! – nos assustamos com a voz grave e furiosa de Philipe.
– Maninho, você estava aí? Achei que a Bibizinha estivesse sozinha...
– e olha para mim, com uma cara travessa. Estou congelada, olhando para
Philipe e para ele. Ele limpa um iogurte no canto da minha boca e leva à
boca. – Delícia! Já provou, Phil? – sorri e vai até o irmão e dá um beijo em
seu rosto. Philipe continua encarando-o, com o cenho franzido. – Deveria... –
Volta e pega a tigela da minha mão. – Cunhadinha, posso levar esse pra
mim? Você prepara um novo para vocês, né? Vim de barriga vazia, tô com
fome. – me puxa para um abraço apertado com um braço só e beija meu
pescoço. – Obrigado, cheirosa!
– Frederico some daqui ou vou te quebrar! – Diz bem perto de nós,
puxando-o pelo braço.
– Calma! Ela é toda sua! – e sai rapidamente da sala. Philipe me
encara.
– Já comeu, chefe? – ele nega com a cabeça. – Ótimo! Vou fazer pra
gente. – e me viro.
Sinto o corpo dele atrás de mim. Meu coração acelera. Ele acaricia
meu ombro e sobe a mão pelo meu pescoço e bochecha, exatamente os
lugares em que Fred havia beijado. Esfrega com a ponta do dedão. Depois se
abaixa e me beija nos mesmos lugares. Me arrepio inteira e ofego. O que esse
homem faz comigo?! Percebo que ele está me cheirando, enquanto arrasta a
barba por fazer pela minha nuca. Meu Deus, vou entrar em combustão!
– Cheirosa! Você não deveria vir trabalhar com essas roupas e ainda
com o cabelo preso! – diz, abraçado a mim, repetindo o que o irmão havia
feito. Viro o rosto devagar, com a boca entreaberta, para o encarar. Ele está
jogando. Peraí! Sorrio e faço a mesma coisa que fiz com Fred, acaricio seu
cabelo e o beijo no rosto. Ele sorri. Percebo que está com olheiras e a barba
por fazer. Me assusto e instintivamente fico preocupada, e acaricio seu rosto.
– Não se preocupe, estava inspirado e virei a noite trabalhando. Tá tudo bem.
– suspiro, sem conseguir disfarçar meu alívio. Ele sorri. – Só estou com
fome. Pode dividir seu lanche com o chefe?
Confirmo com a cabeça e me viro para preparar. Ele puxa uma
banqueta e se senta atrás de mim. Assim ficamos mais ou menos da mesma
altura e comigo entre suas pernas. Dou uma colherada na boca dele.
Comemos as duas tigelas de iogurte e um sanduíche assim, abraçados, bem
parecido como fizemos no café da manhã no hotel. O tempo todo ele me
cheira e distribui beijos no meu pescoço e nuca, me arrepiando. A porta abre
de repente e nos assustamos.
– Ops, desculpa! não queria atrapalhar os pombinhos! – Frederico
sorri, fechando a porta atrás de si e vindo até nós.
– Fred, eu já te falei para bater antes de entrar!
– Eu me esqueço, maninho! Pode deixar que vou me empenhar mais e
bater. Deus me livre de pegar vocês dois transando na mesa! – e pisca para
mim. Fico vermelha igual a um tomate. Philipe balança a cabeça sério, como
se avisasse para ele parar. – A não ser que eu possa me juntar!
– Nunca! – responde, visivelmente bravo.
– Que pena...Tá vendo, cunhadinha? Eu tento, mas pelo jeito você não
vai saber que escolheu o irmão errado! – Philipe olha revoltado para o irmão
e me abraça, puxando pela barriga, mais para perto dele. Frederico percebe e
sorri piscando para mim.
– Chega, Fred! O que você veio fazer aqui?
– Você terminou de montar o app? Acabei de saber que você o
disponibilizou para a equipe analisar. O Klaus me ligou. – diz,
superempolgado.
– É, parece que ficou pronto. – olho para ele, maravilhada.
– Você terminou?! Chefe, eu não acredito!
Falo alto, empolgada, batendo as palmas da mão. Havia mais de seis
meses que esperávamos a conclusão. Era um projeto incrível, mas precisava
de ajustes na segurança. E agora, nesta semana, ele ter retomado me deixa
feliz da vida. Ele abre um sorriso enorme, me olhando, e confirma com a
cabeça.
– Posso ver?
– Estava contando com isso.
Seguimos os três para laboratório. Sentamos os três em frente ao
computador central e ele mostra o funcionamento nas seis telas acima de nós.
Meu Deus, esse homem é um gênio! Vendo-o explicar, parece que aquilo é a
coisa mais simples do mundo! Ele explica as mudanças, sério, compenetrado.
Faço muitas perguntas e o Fred também. Ele responde a todas,
pacientemente. Brinco sobre um detalhe no nome do app e ele me olha
pensativo. Fred fala, olhando o celular.
– O Klaus está pedindo uma reunião para discutirmos com ele, o
Augusto e o Márcio sobre o app.
Augusto e Márcio são os dois chefes de Setor dentro do Departamento de
Qualidade, que tem o Klaus como gerente. Eu era assessora dele. O Philipe
nunca aceitou reuniões com grupos grandes, então sempre as reuniões
ocorrem somente com a presença dos gerentes e chefes de setores. Por isso eu
nunca tinha participado de nenhuma delas. Sou bem amiga dos três. Meus
amigos acham que o Augusto tem uma queda por mim. O pessoal do
Departamento também costumava fazer piada sobre isso, mas, como eu
estava comprometida, o tempo todo em que trabalhamos juntos, ele nunca
falou nada. Então nunca soube se era verdade.
– O Santa deve estar empolgadíssimo! Ele estava apaixonado por esse
projeto!
–Santa? – Frederico e Philipe me olham, sem entender. Até que
Philipe sorri e percebo que ele entendeu a referência.
– Sim! Santa Claus. – e rio, fazendo cara de criança, brincando com o
nome do Papai Noel, em inglês. Frederico dá uma gargalhada.
– Pode mandá-los subir. Bia, vou fazer a apresentação na minha sala.
Você prepara?
Confirmo com a cabeça e ele compartilha o arquivo comigo. Vou para a sala,
feliz da vida, porque finalmente vou poder rever meus amigos. Ainda estou
organizando a sala quando escuto a já familiar batida de Luciana à porta. Falo
para entrar e ela entra com os três.
– Minha baixinha, que saudade! – corro para abraçar o Klaus.
– Nem me fale! Tenho sentido tanta falta de vocês! – abraço Márcio,
em seguida.
– Está tudo bem? Como tem sido trabalhar na fonte, com o Big Boss?
– Márcio pergunta, falando baixo.
– Marcinho, o cara é fantástico! Um gênio! Tô aprendendo tanto! –
falo, empolgada.
– Ei! Tô com ciúme! Além de me abandonar, ainda está encantada por
outro?! – Augusto faz biquinho e me abraça apertado. – Que saudade! A
gente tem tanto para conversar! – Márcio levanta minha mão direita e mostra
para ele. Ele abre um sorriso largo. – Então, é verdade? Você está finalmente
solteira?! – e me encara, com os olhos brilhando.
Escutamos um pigarreio. Olhamos para trás e Frederico sorri,
enquanto Philipe nos olha com um olhar assassino.
– Virou festa na minha sala? – fala, bravo. Todos paralisamos.
– Desculpa, Werneck! É que todos estávamos sentindo falta da nossa
baixinha! – Klaus justifica.
– Minha! – Os três se entreolham, sem entender. – Tudo pronto, Bia?
– e caminha até sua poltrona, que fica no meio da sala. Saio correndo para
entregar o iPad para ele.
– Sim, chefe! Aqui. – chego perto e ele me encara. Luciana e Michele
organizam para os quatro se sentarem nos sofás e colocam uma bandeja com
água e café na mesa de centro.
– Uau, Bia! Chefe... Quanta evolução nesta semana! Estou gostando
de ver! – Klaus brinca para disfarçar o clima estranho que ficou.
– Ah! Não viu nada, Santa! Esses dois... – Philipe lança um olhar de
advertência a Frederico, que se cala na hora.
– Santa?! – Klaus e os outros caem na risada. – Até tu? Bia, não
acredito que você já espalhou esse apelido! – rindo, vou me sentar ao lado de
Augusto, no sofá. Philipe segura meu pulso e todos paramos para olhar para
ele, estranhando. Se levanta e pega a cadeira que fica em frente à sua mesa e
coloca ao lado da poltrona.
– Aqui! – olho para ele, sem entender. – Você senta aqui. – eu
obedeço.
– Phil ficou tão ciumento da assistente nova, Santa. Até de mim,
acredita?! – Philipe mexe no iPad.
– Estou vendo. Para falar a verdade, nunca o vi com essa intimidade
toda com alguém. Acho que estou com ciúmes. Bia, você está me traindo? –
Klaus brinca. Philipe me olha com o cenho franzido, enquanto rio, olhando
para o meu antigo chefe.
– Nunca, chefinho!
– Seu chefe sou eu! – olho, sorrindo, para Philipe e o acaricio na coxa.
Automaticamente, ele segura minha mão e acaricia.
– Você é o meu chefão! – e pisco, ganhando um sorriso lindo.
– É, Klaus! Perdeu, meu amigo! – Frederico fala, no meio de uma
risada. Olho para eles e estão meus três ex-colegas olhando, chocados, para
nossas mãos na coxa do meu chefe. Instintivamente, tiro a mão. Sinto meu
rosto ruborizar. O que deu em mim?!
– Se eu perdi, imagina o Guto... – Klaus ri. Márcio solta uma
gargalhada. Augusto está sério, decepcionado parece, olhando para baixo, um
pouco vermelho. Philipe olha para nós dois.
–Peraí, que eu não entendi! Augusto e Bia? Vocês? – Fred olha para
mim.
– Não por falta de vontade do Guto. – Márcio responde, e ele e Klaus
riem. Balanço a cabeça, sem graça. Augusto e Philipe me olham.
– Eles tão fazendo piada, Fredinho! Gente, vocês estão deixando o
Guto sem jeito. Não tem nada disso!
– Não tem porque você estava noiva! O que eu ia fazer?! – Augusto
me olha sorrindo, brincando, e fico em estado de choque. Ele nunca brincou
assim antes!
– Nada! você não vai fazer nada! Já deu desse assunto! Vamos ver o
aplicativo, que é pra isso que vocês vieram! – Philipe diz, em um tom em que
todos paramos de rir e prestamos atenção à apresentação dele.
Três horas depois, nos despedimos. Todos me abraçam e saem da
sala. Augusto é o último.
– Quero conversar contigo. Arruma um tempinho pra mim? Pensei de
irmos ali no café ou no sushi. – concordo com a cabeça. Meu Deus, eu não
estou acreditando nisso! – Até mais tarde! – me beija no rosto e sai fechando
a porta. Viro e Philipe está me fulminando com o olhar. Meu coração dispara.
– Você vai?
– Ele é meu amigo.
–Ele quer te comer, Beatriz! Ele não quer ser seu amigo! – dou uma
risada e vou até a bancada.
– Eu estou solteira! Posso dar pra quem eu quiser, se você pensar
bem. – olho-o, desafiando-o, brava por ele estar me cobrando alguma coisa.
Ele se levanta e vai atrás de mim. Como defesa, me viro de costas. Ele
dá uma risadinha. Senta no banco, repetindo a cena da manhã, me puxa pela
cintura. Fico encaixada entre suas pernas. Ele puxa meu rabo de cavalo e
arranha meu pescoço com a barba por fazer. Sobe a outra mão pela minha
perna, dentro da minha saia folgada e acaricia minha boceta sobre a calcinha.
Me arrepio inteira e suspiro. Que ódio do meu corpo traidor.
– Teoricamente, pode, mas tem certeza que é pra ele que você quer
dar? – e morde minha orelha. Fecho os olhos. Ele enfia a mão direita dentro
da blusa pelo decote e acaricia meu peito.
– Não sei... – murmuro. Ele beija meu pescoço.
– Aposto que se eu enfiar minha mão dentro dessa calcinha, agora, ela
vai ficar molhadinha. – esfrego minha bunda no pênis rígido dele, louca para
que ele me toque. Ele geme.
–Só tem um jeito de saber... – ele enfia a mão e é óbvio que estou
molhada. Pressiona e circula meu clitóris. É incrível como esse homem mexe
comigo! Solto um gemido alto.
– Ah, Bia, sempre tão pronta pra mim! Gostosa! – fala, gemendo,
enquanto aumenta a velocidade.
– Preciso de você, chefe! – levando a mão pra trás, acariciando seu
pênis. Ele geme.
–Tô bem aqui, minha gostosa! Goza gostoso na minha mão!
– Quero você dentro de mim! – ele bufa, e para a mão. Olho para ele,
sem entender.
– Também quero, mas não tenho mais camisinha aqui. Eu não sai
ontem pra comprar. Fiquei aqui, trabalhando. Eu não costumo ficar
comprando camisinha toda hora.
– Deveria... – e mordo o lábio inferior dele. – aposto que sempre tem
uma mulher louca pra te dar por aí. – ele ri.
– Eu nunca fui esse pegador que você pensa, Bia. – olho para ele, sem
entender. O cara é maravilhoso! Aposto que sempre comeu a mulher que
quis! Mas ele volta a me tocar, dessa vez mais rápido, e perco o raciocínio. –
Olhando para mim! Quero ver você gozar! – nego com a cabeça e ele para
sem entender.
– Goza comigo! – e me viro, abrindo o cinto dele. Ele olha para a
minha mão.
– Não se preocupe comigo, linda! Eu posso me virar sozinho, depois,
pensando em você, sentindo o teu cheiro na minha mão. Deixa eu te dar
prazer! – a visão dele, se masturbando, pensando em mim, me excita ainda
mais.
– Adoraria ver isso de novo! Uma das minhas fantasias mais
excitantes! – ele sorri. Baixo o zíper da calça. É até difícil, de tão duro que
ele está!
– Fantasias comigo?! – e geme alto, quando enfio a mão dentro da
cueca e acaricio seu pau úmido.
–Tenho várias! Essa era só uma delas...
Começo a subir e descer a mão e sinto sua respiração entrecortada.
Ele ajeita o braço, agora que estou de frente para ele, e volta a me tocar.
Aperta meu clitóris com a palma da mão e enfia dois dedos. Começa a
colocar e tirar rápido. Ofego e ele me beija. Aumento a velocidade. Ele para
de me beijar e me olha.
– Eu vou gozar rápido! Goza pra mim, minha linda! Eu quero te ver!
–Tô quase gozando... – ele tira os dedos e volta a pressionar, girando
os dedos mais rápido sobre o meu clitóris. – Aí, chefe...
Começo a sentir os espasmos. Acaricio a cabeça do pau dele e dou
mais uma bombada e paro porque o orgasmo me atinge com força. Olho para
ele e percebo que ele está gozando junto comigo, segurando minha mão sobre
seu pênis para evitar que o esperma que escorre entre nossos dedos nos suje.
Ele pega um guardanapo na bancada e começa a se limpar.
– Não para! – Enfio a cabeça no seu pescoço. Ele obedece e volta a
me massagear. Gozo logo em seguida, gemendo no seu ouvido. Ele não para.
– Mais?! – fala, rouco. Balanço a cabeça. – Amo isso em você, minha
safadinha! – olho para ele, tentando controlar a respiração, e ele enfia dois
dedos. – Finge que é meu pau, finge!
– Eu quero você! – falo isso nos dois sentidos, olhando-o nos olhos.
– Ah, minha santinha... – e me beija, enquanto me penetra com os
dedos. Gozo forte, gemendo dentro da sua boca. Ele me abraça para conter
meu corpo se tremendo inteiro. Ficamos assim por alguns minutos até que
ouvimos uma batida na porta.
– Posso entrar, maninho? Hora do almoço... – olho assustada para
Philipe.
– Cinco minutos e eu já saio. Me espera aí! – Escutamos a risada de
Frederico.
– Só cinco?! – Corro para o banheiro para me ajeitar. Philipe vem
atrás de mim.
–Fica calma. – e sorri, terminando de se limpar. Lava a mão e ajeita
minha roupa e meu cabelo. – Linda, como sempre! Vamos almoçar?! A gente
vai num sushi, a não ser que você prefira ir com o Guto. – diz, dando uma
ênfase no nome. Eu rio.
– Tem certeza? – ele respira fundo.
– Bia, eu sei que você espera mais de mim, mas eu não... Eu nunca
me relacionei antes. Eu não sei fazer isso. – não entendo como um homem
desses nunca tenha namorado antes.
– Por que você tem tanta aversão a namorar? Você é um homem
lindo, inteligente, engraçado! Qualquer mulher adoraria namorar você! – ele
ri, debochado.
– São os seus olhos, Bia. Eu não sou assim. Eu nunca fui assim. – Do
que ele está falando?!
– A gente pode ao menos ir tentando, devagar? Sem rótulos?
– Isso inclui você não dar pro Augusto? – eu rio.
– Sim! E você não comer outra mulher... Só eu! – e mordo os lábios.
– Meu amor, com o fogo que você tem, não preciso mesmo de outra
mulher! – e sorri. Abraço-o, apertado. – Vamos?! – concordo com a cabeça e
saímos abraçados. Ele abre a porta para mim e Frederico me olha de cima a
baixo.
– Tudo certo, cunhadinha? Você sabe: se meu irmão não der conta,
tem eu, bem ali do outro lado! – diz, safado, e pisca. Fico vermelha igual a
um tomate. Sei que está brincando. Olho em volta e só temos nós três no
andar. Respiro aliviada.
– Cala a boca, Frederico!
– O quê?! Cinco minutos não dá nem pra esquentar! Preciso mostrar
pra essa baixinha que alguém nessa família sabe foder direito!
– Você precisa de mais de cinco minutos pra dar prazer pra uma
mulher?! Definitivamente, estou com o irmão certo! – e vou andando para o
elevador. Frederico olha, chocado, e Philipe cai na gargalhada. Vem atrás de
mim e me abraça, me dando um beijo na boca.
– Minha santinha, safada...
– Humm... Agora os beijos são extrassala também?! Tô gostando de
ver! – Fred segura a porta do elevador para entrarmos.
9.
Uma segunda chance?
Philipe

Passo a tarde agoniado. Minha santinha vai sair com outro. Ela me
prometeu que não vai transar com ele, mas tenho medo que as coisas saiam
do controle. Eu juro que tentei me afastar, mas ela me faz tão bem! Fazia
tempo que eu não tinha inspiração para nada, mas, só de tê-la aqui perto,
trazendo essa luz para a minha vida, mudou tudo! Ela é tão inteligente, tão
carinhosa, tão alegre. Dou um murro na mesa. Vou até a sala do Frederico.
– Vamos beber?! – Frederico me olha, desconfiado.
– São 17h30, Phil! O que deu em você? Achei que ia sair com a sua
namorada...
– Ela não é minha namorada! E ela vai sair com o Augusto! – falo
tudo rápido, não conseguindo mais segurar.
– Como é?! Que porra é essa, mano?! Vocês não estavam transando
agora, antes do almoço?
– Eu não tinha camisinha. – olho pelo vidro, sem graça. Estou
ofegante. Frederico chega atrás de mim e massageia meus ombros, tentando
me acalmar.
– Por que não?
– Eu não sou igual a você, que tem uma mulher querendo te dar só
porque você sorri pra ela.
–Tem razão! A sua quer beijar, transar e namorar você, mesmo com
você enrolando-a igual a um idiota... – olho pra ele.
– Fred, eu não sou homem pra ela! Olha pra ela e olha pra mim!
– Já olhei. Ela é linda e você também. Ela quer você, tá escrito na cara
dela! Qualquer um vê isso!
– Eu não sei o que ela vê em mim, mas eu amo o jeito que ela me
olha! Ela me olha de um jeito que nenhuma mulher jamais me olhou... –
tenho vontade de chorar. Volto a ser o fraco que sempre fui. Ele me segura
pelos ombros, olhando nos meus olhos.
– Ei! Ela te olha do jeito que você merece ser olhado! Ela tá
apaixonada por você! Por que você não aproveita e vive isso?
– Ela não tá apaixonada por mim! É só sexo.
– Ela não é assim e você sabe! Meu Deus, olha o jeito que os olhos
dela brilham quando ela fala de você! Olha como vocês estavam no almoço!
Porra, maninho, eu jurei que vocês tinham se acertado... – abaixo a cabeça,
com vergonha.
– Eu fiquei louco quando ele se declarou pra ela, mais cedo, e pediu
pra sair com ela hoje. Porra, hoje de manhã foi foda! Primeiro você, depois
ele... Eu... eu a toquei. Eu estava louco de ciúmes... Ela me queria, mas eu
não tinha camisinha. Eu esqueci de comprar.
Frederico acaricia meu rosto e vai até a mesa. Volta com um pacote
de camisinhas e me entrega.
– Primeira coisa: a partir de hoje, tenha sempre com você. Crie o
hábito de comprar. Tua mulher tá contigo todo dia. – e sorri. Balanço a
cabeça. – Segunda coisa: você sabe que eu só fiz aquilo porque eu não
aguentava mais essa sua teimosia e queria fazer você se mexer, né?! –
confirmo, com a cabeça. – Terceira coisa: ela não quer ele. Se ela vai sair
com ele, vai ser por educação. Quarta: mandou bem em, pelo menos, não
deixar sua mulher na vontade... – e soca meu peito.
Eu o abraço. Meu irmão sempre teve esse poder de conseguir me
acalmar quando tenho minhas crises...
Batem na porta e ele manda entrar. É a minha baixinha. Abre um
sorriso ao nos ver abraçados.
– Tá esperando o quê?! Vem pro sandubão, cunhadinha! – Ela ri e
vem correndo. Abraça nós dois. Respiro fundo. Me sinto tão seguro perto
deles, tão feliz! Os dois me olham e acariciam meu rosto. Retribuo.
– Tá tudo bem?
– Depende... Fiquei sabendo que você vai sair com outro cara,
cunhadinha. Que merda é essa?! – ela fica vermelha.
– É, eu vim pedir pra sair agora. O Guto já tá aí. Ele quer conversar.
A gente vai ao café aqui perto. Eu não sei o que tá acontecendo...
– Não sabe o caralho, Beatriz! Ele quer te comer! Já te falei isso! –
falo exaltado. Ela se assusta e me olha, sem graça. Frederico pigarreia.
Respiro fundo e vou para a janela. Fico de costas tentando me acalmar.
– Ele é meu amigo!
– Um amigo que quer mais que amizade, cunhadinha. Ele deixou isso
claro, mais cedo, na frente de todo mundo!
– Eu posso não ser atraída por ele, mas ele merece meu respeito e
carinho! Não posso simplesmente não ouvir o que ele tem a dizer. Não é
justo! Não é certo ignorar os sentimentos de outra pessoa!
Meu coração se enche ainda mais de amor por essa mulher. Se é que
isso é possível... Se ela tivesse noção do quanto aquelas palavras caem como
uma luva para mim, em como eu gostaria que as pessoas tivessem pensado
assim sobre mim, e ter tido uma chance... Meus olhos enchem de água.
– Você está certa, santinha! Vai lá. Está liberada. – falo, com a voz
embargada. Permaneço de costas.
– Chefe, eu...
– Vai, antes que eu me arrependa...
Só escuto a porta fechar. Meu irmão me abraça por trás.
– Ainda quer beber? – olho para ele e ele está sorrindo. – Sabe, a
gente pode não ter sido convidado, mas a gente pode ficar de longe
garantindo que nada saia do controle... – abro um sorriso.
De fato, nós vamos atrás do dois. Estão em um café, próximo à
empresa. Sentamos no fundo, para que não sejamos vistos. Quase enlouqueço
ao ver o quanto eles se tocam enquanto conversam. Ela é extremamente
carinhosa com ele. Quando ele acaricia os lábios dela, perco a cabeça e vou
até lá. Frederico corre atrás de mim. Quando chegamos na mesa seguro o
ombro dela, que se assusta e me olha sem entender. Estou puto e sei que ela
sabe.
– Olá! Guto e Bia! Que legal vocês aqui. Podemos nos juntar? –
Frederico disfarça abraçando Augusto e já puxando a cadeira. Encaro Beatriz,
que sorri, acariciando minha mão. Está tentando me acalmar.
– Senta, chefe.
Me sento e olho para Augusto, encarando-o. Ela é minha,
desgraçado! Mantenha as mãos longe dela! Ele abaixa a cabeça e toma um
suco. Frederico inventa um assunto qualquer e Augusto responde. Fico
acariciando o cabelo da minha garota, brincando com seu rabo de cavalo.
Augusto olha várias vezes, estranhando. Isso mesmo, minha! Ela acaricia
minha coxa embaixo da mesa. Tenho uma ideia idiota, mas quero tirá-la dali.
– Minha carteira tá cheia agora. Consegui um pacote de camisinhas,
santinha. – falo, no ouvido dela. Ela me olha piscando várias vezes,
vermelha. Sorrio vitorioso ao ver o desejo em seus olhos. Funcionou.
– Você sabe que eu não sou santinha, né?! – fala no meu ouvido e
escorrega a mão pela minha coxa. Acaricia meu pau. Safada! Me deixando de
pau duro, no meio do café! Dá uma risada e disfarça, pegando um copo de
suco.
Mais uma meia-hora e nos despedimos. Damos tchau para um
Augusto, que está extremamente sem graça. Frederico cai na gargalhada
assim que o carro dele some.
– Vai dizer que não foi o melhor encontro da sua vida, cunhadinha?! –
ela ri.
– Vocês são terríveis! Como nos acharam aqui?
– Coincidência pura! Estava louco por um café! – Frederico e suas
mentiras deslavadas... Ela me olha, procurando confirmação.
– Chegamos na hora certa, né?! – digo, encarando-a. Ela suspira.
– É, foi mais difícil do que imaginei... No fim, foi bom vocês
aparecerem! – faz uma carinha triste. Puxo-a para mim, abraçando-a.
Voltamos andando para a empresa.
Sabia! O filho da puta ia tentar beijar minha mulher! Será que ela
beijaria?
– Foi mesmo?! Ou você queria que ele tivesse te beijado? – pergunto,
com o coração na boca, com medo da resposta.
– É o teu beijo que eu quero! – diz, olhando-me. Sorrio, aliviado.
– Essa foi a última chance que eu te dei! Não tenho certeza se você
teria negado o beijo dele... – ela me olha, indignada.
– Quem você acha que eu sou?
– Uma santinha! – e pisco para ela. Ela ri.
– Chegamos. – Frederico fala, na porta da empresa. Despede-se dela e
nos deixa sozinhos.
Levo-a até seu carro. Me despeço com um beijo bem demorado... De
repente, sinto que não quero ficar dois dias sem vê-la. Seguro a porta do
carro.
– Bia... Vamos lá pra casa? Podemos passar o fim de semana juntos.
–Tem certeza? – ela responde, animada. Gosto disso. Muito!
–Tenho! Podemos passear em algum lugar aqui perto se quiser...
– Preciso passar em casa para pegar roupa.
– Eu te sigo, você deixa seu carro e vamos no meu. – a vejo um
pouco hesitante. – Que foi?! Seus pais estão em casa?
– Não! Eles voltaram pro interior depois que o Bernardo entrou na
faculdade. Moramos só nós dois. Phil, eu moro num lugar bem simples... –
diz, muito sem graça. Acaricio o rosto dela, confortando-a.
– E daí?! Eu não me importo com isso. Achei que você não fizesse
esse tipo de diferença...
– Eu não faço, mas... Phil, você é milionário! Se o ... – e para. Sei que
ela ia falar do ex-noivo. Lembro-me de falarem que ele cobrava isso dela.
– Eu não sou seu ex, Bia. Eu não faço distinção entre as pessoas.
Nenhuma! Nisso, nós somos iguais. Por favor, nunca mais pense menos de
você. Eu não suporto isso! – ela me abraça. Dou um selinho. – Então vou
conhecer meu cunhadinho? – ela sorri. Fico feliz em fazê-la mudar de humor.
– Vai! Hora dessas, ele já está em casa. Ah... Eu não falei pra ele que
você era meu chefe, tá?! Mas falei do fim de semana...
Concordo com a cabeça, feliz por ela ter comentado sobre mim. O
que está acontecendo comigo? Vejo-a ir embora e entro no carro. A sigo até
em casa. De fato, o prédio dela é bem deteriorado, bem no centro da cidade.
Ela estaciona na garagem e eu na rua. Nos encontramos na portaria.
10.
Conhecendo meu rival.
Philipe

Paramos na porta e escutamos várias vozes masculinas saindo de


dentro do apartamento.
– Estranho! O Game Night seria amanhã. Ah! Eles amam seus jogos!
– ela abre a porta e vejo Carlos e Bruno em pé, com copos de cerveja nas
mãos, conversando, empolgados. Sentados, um negro com trancinhas longas,
braços bem fortes, e outro moreno de cabelo cortado à máquina, parecido
com a Bia. Deve ser o irmão dela.
– Phil! – Bruno e Carlos falam alto, animados. Os outros dois me
olham de cima a baixo.
– Caralho! Quando vocês falaram que a Bia tinha arrumado um
surfista gigante, eu achei que fosse sacanagem! – O irmão dela fala,
levantando. Acho que a família é toda pequena. Surfista?!
– Você deve ser o Bernardo. Philipe.– e estendo a mão. Ele pega e
sorri. Parece legal. O negro levanta e me dá a mão. O cara parece um modelo.
– Sim! Esse é meu irmãozinho e esse é o Celo. – Esse é o Marcelo, ex
da Fafá?! Nossa, agora entendo porque o cara estava cobrando que ela
malhasse... Ele certamente se cuida muito!
Os outros dois vem me abraçar. Ainda estou tentando me acostumar
com isso, mas todos são muito amigáveis, então fico mais relaxado. O
apartamento é bem pequeno e bem simples. Poucos móveis e dá para ver que
são dessas lojas de departamento. Mas tudo limpo e organizado. Bem
bonitinho.
– Bia, você bem que podia perguntar pro seu chefão como faz para
passar dessa merda de um jeito mais fácil, hein?! Caralho! Tem três semanas
que a gente perde quando chega aqui! – fala, Marcelo. Ela olha para mim e
sorri. Olho pra TV e vejo que estão jogando Head Hunter. Um dos últimos
jogos que criei.
– E qual seria a graça?! Mas acho que o Phil pode ajudar vocês. – eles
me olham, desconfiados.
– Bia, se nem o Nerd do Ike conseguiu passar, não vai ser um modelo
surfista que vai conseguir! – fala Carlos, rindo.
– Para de me chamar de Nerd, porra! – Sai de uma porta um cara
gordinho, bem engomadinho, moreno, com cabelo bem-arrumado, óculos
quadrados e camisa e calça sociais, com uma tábua de carnes na mão. Puta
que o pariu, o ex dela está aqui! Que merda é essa?!
– Ike?! – ela olha, surpresa. Pelo menos não sabia... Mas ainda estou
em choque ao olhar como ele é. A Bia namorava um cara assim?! Ela não se
importa?
– Acabei de fazer aquele filé com gorgonzola que você ama, Bebê!
Tinha certeza que ia chegar morta de fome do trabalho! – fala, sorrindo,
vindo em nossa direção. Bebê?! Meu sangue esquenta. O ódio toma conta de
mim... Um gosto amargo na boca. Na mesma hora puxo a Beatriz, que estava
ao meu lado, para junto de mim. Ela segura minha mão em sua barriga.
Todos nos olham assustados.
– Ike, esse é o Phil, que conhecemos no fim de semana. – Bruno fala.
Vejo a cara dele ficar branca... Ele me olha de cima a baixo. Hoje, por
ser sexta–feira, estou com uma camisa polo verde e calça jeans escura.
Percebo ele olhando meus músculos e minha mão segurando minha baixinha.
Isso mesmo: minha!
–Ah... oi... Nossa, eu achei que vocês tivessem falado que ele era a
versão Aquiles do Brad Pitt de sacanagem... – Brad Pitt?! Eu?!
– Ike, minha irmã namorou o gordinho Nerd da turma por mais de 10
anos! Já deu, né?! Merecia fazer um upgrade e namorar O Crush das
meninas... – todos riem.
O crush?! Eu?! Vocês não fazem ideia que ela não fez upgrade
nenhum! Ela continua com o mesmo gosto peculiar... Ele me olha e vejo
aquela cara familiar de derrota, com a autoestima no chão.
– Bê, deixa de ser idiota! Você sabe que eu ODEIO quando vocês
falam assim! Tô com fome sim! Amo essa carne! Obrigada! – Bia e seu
coração enorme...
Ele sorri, agradecido, e estende a tábua para ela e me cumprimenta,
com a cabeça. Devolvo, mas o encarando. Por mais que eu me veja nele, não
vou dar espaço para ele achar que pode tê-la de volta!
– Aceita? – Pego, por educação, e agradeço.
– Delícia, né?! – Beatriz olha para mim. Vejo que ela tenta ajustar o
clima entre nós dois. Sorrio, concordando, mas, de fato, a carne é bem boa.
– Você sabe jogar mesmo, Phil? – Caco pergunta. Concordo, com a
cabeça.
– Porra, cara! Toda vez perdemos nessa mesma etapa! Já tentamos
contra umas seis equipes diferentes e sempre tomamos uma sova! – fala
Marcelo. Eu rio.
– O Ike é o melhor da nossa equipe, mas nem ele tá conseguindo...
Você podia nos ajudar, hein, cunhado?! – sorrio com o apelido e olho para
Henrique, que se senta, sem graça. Todos me olham em expectativa.
– Joga com eles enquanto isso eu arrumo minha mala...
– Mala?! – Bernardo nos olha, enciumado. A cara do Henrique não é
nada melhor.
– Se eu fizer vocês passarem, posso roubar sua irmã pelo fim de
semana?
– Claro! – Bruno, Marcelo e Carlos respondem, animados. Bernardo
sorri e me desafia.
– Só se a gente passar! – Ele realmente acha que não vou conseguir.
Sinto vontade de rir.
– Meu amor, pode arrumar sua mala.
A chamo assim só para provocar e demarcar território. Mal me
reconheço. Todos comemoram, menos Henrique. Beatriz ri e ganho um
selinho. Ela vai para o quarto. Percebo que Henrique estava nos olhando. O
encaro e eles preparam a próxima rodada. Todos sentam perto.
– Querem começar um torneio novo, me incluindo na equipe, ou entro
no lugar de alguém? – eles me olham, animados.
– Você é bom assim, cunhado? – Eu sorrio, confiante, e confirmo com
a cabeça. – Yes! Bora entrar em um novo! Se perdermos, nada de levar a Bia!
– Bernardo está superempolgado.
– Se ganharmos o torneio, tenho o resto dos fins de semana deste mês
garantido? – Eles caem na risada e todos confirmam muito animados, exceto
Henrique, que continua cabisbaixo.
Começamos a jogar e descubro que eles são muito bons. Henrique, de
fato, é o melhor. Joga bastante bem. Eu crio os jogos, mas nunca tinha jogado
em equipe, assim. Sempre joguei sozinho, com equipes formadas
remotamente. O clima é excelente. Eles são muito animados e, de novo, me
fazem sentir como se fosse um deles. Nunca fiz parte de nenhum grupo. A
sensação é tão boa!
Sinto o perfume dela antes de sentir seus dedos subindo pelos meus
cabelos, na nuca. Realmente, adoro quando ela faz isso. A puxo para o meu
colo. Está de banho tomado, cabelos molhados, pé descalço, shortinho e blusa
de alcinha. Linda. Beijo seu pescoço cheiroso, e ela se arrepia. Vejo seus
mamilos apontando na blusa. Não acredito que ela está sem sutiã! Tento
abraçá-la de um jeito que tampe. Não quero ninguém olhando.
– Bia, não vai desconcentrar o Phil! Estamos destruindo os caras! –
Carlos fala e eu rio. Vejo que Henrique nos observa de rabo de olho. Parece
arrasado. O filho da puta está arrependido? Pensando bem, se fosse eu,
estaria.
– Relaxa, Caco! Vou jogar ainda melhor com a minha mulher perto de
mim! – percebo que eles se entreolham, disfarçadamente. Sento no chão,
encostado no sofá, para que a Beatriz possa ficar sentada entre as minhas
pernas. Ela se acomoda após pegar um copo de refrigerante e comida.
– Caralho, Bia! Você arrebentou em trazer esse cara para nossa turma!
O cara destrói muito! – Bruno fala, animado. Ela abre um sorriso enorme e
faço a mesma coisa.
– O Fred também joga?
– Sim, mas é pior que eu.
– Pior tipo Ike ou tipo Celo? – zoa Bernardo. Eu rio.
– Tipo Ike. – provoco. Eles fazem um alvoroço.
– Chama ele pra jogar também! O cara é massa demais! Vocês
precisam conhecer! – Bruno fala e fico contente.
– Seria uma boa. Por que vocês não jogam amanhã? – Bia sugere.
–Amanhã o Celo toca no Irish Pub!
– Você toca?
– Sim, toco guitarra numa banda. Vai lá amanhã com a Bia! – A olho
rapidamente e ela sorri, concordando.
– A banda é ótima! Rock de qualidade! – ela elogia. – Vocês vão?
– Se vocês forem, as meninas vão querer ir. Bora?! – fala Caco, e
Bruno concorda.
– Celo, sua namorada nova vai estar lá?
– Não estamos namorando. Se quiser, pode chamar a Fafá. Não
chamei a Nicole.
Beatriz beija minha orelha e pergunta baixinho se quero ir. Confirmo
com a cabeça. Ela sorri feliz. Pega o celular e vejo que ela conversa no
Whatsapp em um grupo com as meninas. Depois, vejo ela conversar com
meu irmão. Não consigo acreditar. Eles conversam por mensagem?! Que
merda é essa?! Ela nunca me mandou mensagem fora do trabalho! Pigarreio
e ela olha para cima, levanto minhas sobrancelhas.
– Meu cunhadinho é meu amigo, ué. – fala com aquela voz fofa, que
adoro. Eu não resisto quando ela faz essa carinha de santa. Beijo seu cabelo
cheiroso. Sei que não devo sentir ciúme dela com o Fred, mas parece que não
consigo dividi-la com ninguém. – Pronto! Todos confirmaram! – fala,
superanimada. Vou ter que pegar mais outra roupa pra amanhã.
Os meninos comemoram. Vamos sair em grupo. Primeira vez, vou a
algum lugar com uma turma de amigos! Posso chamá-los assim? Eles,
certamente, fazem me sentir inserido. Sinto um frio na barriga. Como pode
minha vida mudar tanto em uma semana?! Vou conseguir sobreviver a isso
quando acabar? A queda vai ser grande demais... Beatriz se levanta para
pegar mais roupa. Sai depois de me dar um selinho. Estou gostando de como
ela está se comportando comigo na frente do ex.
Jogamos por mais duas horas, e como era de se esperar, consigo fazê-
los passar a etapa que não conseguiam e ganhamos o jogo. Eles fazem uma
festa enorme. Todos me abraçam agradecendo, inclusive o Henrique. Já me
sinto mais relaxado. Me fazem prometer que na próxima semana vamos jogar
e que vou trazer o Frederico. Estão tão empolgados que querem se inscrever
em um torneio. Concordo e deixamos marcado para quinta–feira, na minha
casa. Meu equipamento é melhor. Quando dou o endereço, vejo a cara de
Henrique, Marcelo e Bernardo.
– Cara, esse prédio não é aquele fodido, que tem um por andar e uma
cobertura duplex, com vista infinita?! – Marcelo pergunta. Percebo que todos
estavam querendo saber. Concordo com a cabeça e eles se entreolham. Vejo
que Henrique fica ainda mais arrasado, olhando para Beatriz. Não sei se sinto
pena por ter tanta coisa em comum com ele e saber como é uma merda ser o
rejeitado, ou feliz por ela estar com um cara com mais grana que ele, já que
claramente essa questão de dinheiro é importante para ele. Tanto a ponto de
terem terminado por causa disso...
– Caralho, bicho! A vista deve ser sinistra!
– É sim. Vocês vão gostar. Minha sala de jogos é envidraçada. De
noite, fica incrível! – falo, sem graça. Não quero parecer arrogante.
– Sala de jogos?! – Bernardo me olha, surpreso. – Que show! Você
joga direto?
– Sempre joguei. Eu vivo disso.
– Por isso você é tão bom! Você joga profissionalmente?
– Não. Mas já joguei. – eles olham, impressionados, para mim.
– Eu nunca imaginaria que um cara boa pinta, todo sarado, com esse
cabelo de surfista, curtisse game. Muito menos que jogasse
profissionalmente. Sempre achei que fosse coisa de Nerd. – meu coração
acelera.
– Eu também. A gente é preconceituoso e já imagina um gordinho,
com óculos fundo de garrafa, né?! – Acertou na mosca, Marcelo. Respiro
fundo. Aquilo me dói e não consigo disfarçar. Tomo coragem e falo um
pouco rouco.
– As aparências enganam.
Todos me olham, sem entender. Beatriz me encara e acaricia meu
rosto. Meus olhos enchem d’água. De repente, todos, exceto Henrique, caem
na gargalhada. Olho confuso.
– Aí, Ike! Se você tivesse feito que nem ele e malhado, ainda tava
com a minha irmã! – Bernardo ri, os outros acompanham, inclusive
Henrique.
– Vocês são ridículos! O que vale é o que temos por dentro! Quando
vocês vão aprender isso? – fala, brava. Acaricio o cabelo dela. Não estou
acreditando! Acho que estou apaixonado! Essa mulher é tudo que pedi para
Deus!
– Olha quem fala...
– Não seja injusto com ela, Celo! Se ela não pensasse assim, não
teríamos namorado por tanto tempo. – todos rimos. Até eu me desarmo.
– De repente, você pode ensiná-lo como ficar bonitão assim! – zoa,
Marcelo, rindo. Eles todos riem.
Nem fodendo!
– Só pra ele? Também quero! – fala Carlos, rindo. E aponta para o
próprio corpo.
– E rico, né! Estão esquecendo dessa parte! – completa Bruno. – A
gente pode aprender como ganhar milhões com jogos e morar naquele prédio!
O clima troca e vira uma piada. Beatriz me abraça forte e me beija.
Ainda estou bem inseguro, mas vejo que ela não mudou comigo: continua
carinhosa e me olhando do mesmo jeito de antes. Será? Os caras pegam umas
cervejas e começam a conversar sobre outras coisas. Nos oferecem, mas
Beatriz me faz sinal para sairmos. Ela ainda quer ir?!
– Você vai?
– Você não quer mais que eu vá? – vejo que ficou magoada na hora
que fechei a boca. A abraço forte.
– Claro que quero, minha santinha.
Ela sorri e pega a mala. Pego-a da mão dela e me despeço do pessoal.
Todos me abraçam e confirmam os encontros de amanhã e de quinta, bem
ansiosos. Até Henrique é simpático, o que me deixa desconfiado. Eles ainda
querem continuar saindo comigo? Parece que estou sonhando. Não consigo
nem explicar a emoção que estou sentindo.
11.
Revelações.
Beatriz

Fico parada, na frente do carro. Não tinha reparado quando ele me


seguiu. É uma Lamborghini! Philipe me olha, sorrindo, e abre a porta. Entro e
fico impressionada! Mais ainda quando ele o liga.
– Prometo que não vou correr. – faz cara de sapeca. Eu rio. –Quando
eu jogava GTA, eu sempre gostava de correr com o Infernus, que é inspirado
numa Lamborghini. Daí, quando ganhei bastante dinheiro, comprei uma. Eu
adoro esse carro! Você gostou? – ele parece uma criança, mostrando um
brinquedo novo.
– Gostei! É tão... Potente! Combina com o dono! – falo, provocando.
Ele cai na risada. – Imagino quanta mulher você já pegou por causa desse
carro! – falo, de repente, enciumada. Sei que as mulheres adoram homens
com carrões. Ele acaricia meu cabelo.
– Você é a primeira a andar nesse carro, baixinha. Nunca saí com
nenhuma mulher antes. – olho, sem entender.
– Phil, você fala essas coisas porque sabe que fico insegura? – ele
aperta minha coxa.
– Não. Falo porque é verdade. Eu sempre fui muito sozinho.
– Por quê? Você é tão lindo! Todas as mulheres se derretem olhando
para você! – ele respira fundo, bem hesitante. Começa a falar e para umas três
vezes.
– Bia, eu nem sempre tive esse corpo que você tanto gosta.
– Sim, imagino que você malhe bastante! Deve demorar a ficar todo
travado assim! – ele ri.
– Você não sabe a dificuldade que é, pra mim, mantê-lo. – ele respira
fundo. Olho para ele.
– Você não deveria ser refém disso, se isso não te faz feliz. – ele bufa.
– Não existe outra opção, Bia. Você nunca olharia pra mim, nunca iria
me querer... – e para. Vejo que está ofegante. Meu Deus! Ele acha que só
gosto do corpo dele? Acaricio a coxa dele.
– Se você fosse gordo? Sério, chefe?! Você acabou de conhecer o
Ike... – ele bufa.
– Ele é magro, perto do que eu era, Bia. – Me assusto. Olho para ele,
sem acreditar.
– Você era obeso, assim? – ele concorda com a cabeça, visivelmente
constrangido. Acaricio os cabelos dele do jeito que gosto, puxando aqueles
fios compridos na nuca. Ele suspira. – Te machuca falar disso? – ele parece
medir o que falar.
– Eu nunca falo sobre isso, exceto na terapia. Você é a primeira
pessoa com quem eu falo. Eu...
– Obrigada por confiar em mim! – ele segura a minha mão.
– O jeito que você me olha, Bia... eu nunca tive esse carinho, de
ninguém! Só meu irmão e minha mãe me aceitavam. – a voz dele embarga.
– Por isso você se enfiou nos jogos?! – ele concorda com a cabeça.
Respira fundo.
– Eu nunca tive amigos. Atrás das telas eu podia ser igual aos outros.
Ninguém iria me zoar... – vejo que ele tenta segurar as lágrimas.
– Oh, meu amor! – eu tento abraçá-lo, nem que seja de lado. Não
consigo segurar as lágrimas. Ele me segura forte. – Queria tanto poder fazer
alguma coisa.
– Você faz! Você não imagina o quanto faz! Você me aceita! Mesmo
eu sendo essa merda de pessoa, você me colocou no meio dos seus amigos.
Bia, eu nunca tive nada disso!
Ele entra na garagem e estaciona. Assim que para, sento no colo dele.
Agradeço a Deus por ser tão pequena e conseguir fazer isso. Ele me abraça
forte.
– Você é a pessoa mais inteligente, competente e incrível que já
conheci! Você é lindo por dentro e por fora! você é gentil, engraçado,
protetor. Eu sempre te admirei, meu Deus! Eu fui trabalhar lá porque meu
irmão sempre foi apaixonado por jogos e, quando comecei o curso de Design
Gráfico, ele me falava tanto de você que fui pesquisar e eu simplesmente me
apaixonei! Todos na faculdade te admiravam! Você não faz ideia de quantas
pessoas te admiram. O pessoal do trabalho endeusa você! Será que você não
tem noção disso?! – ele me olha, com lágrimas escorrendo.
– Bia, eu sempre fui o rejeitado, o excluído. Ninguém queria ser meu
amigo. Eu sofri todos os tipos de zoações que você pensar! Vivia trocando de
colégio. Não adiantava; em todos, era a mesma coisa. Além de gordo pra
caralho, eu nunca fui simpático. Era tímido pra cacete, não era engraçado,
não tinha assunto. Eu era um prato cheio pra todo tipo de bullying. E meu pai
tinha muita raiva porque eu não me defendia. Me achava fraco. Então além
de tudo, ainda apanhava em casa. Por sorte, eu tinha facilidade com jogos e
programação. Me refugiava nisso e na comida.
Vejo que ele parece tirar um peso das costas. Fala com os olhos
fechados, acaricio o rosto e o peito dele o tempo todo.
– Seu irmão é tão protetor... Ele não te defendia no colégio? – ele me
olha.
– O Fred é filho do primeiro casamento do meu pai. A mãe dele se
mudou de cidade depois do divórcio. Eu só o via nas férias. Ele tentava me
ajudar. Foi ele quem me inscreveu no meu primeiro torneio quando eu tinha
15 anos. Ele tinha 20 e estava na faculdade na época e eu estava de férias na
casa dele. Eu ganhei e o prêmio era muito dinheiro. Ele sugeriu que eu
continuasse e pediu pros meus pais pra eu morar com ele. Eles aceitaram e aí
fui ganhando um atrás do outro. O Fred administrava tudo.
– Você foi o primeiro brasileiro a estar no Top 10 mundial dos
gamers! Você ganhou milhões! Eu li sua biografia, Wreck! – Brinco com o
nickname dele. Ele sorri e acaricia meu rosto. – Você parou do nada! Por
quê?
– Sofri uma parada cardíaca jogando. – me assusto. – Eu era obeso,
comia muita porcaria, refrigerante e jogava umas 15 horas por dia.
Recomendaram que eu fizesse uma bariátrica ou poderia morrer. – passo a
mão pelo tórax dele. Ele seca minhas lágrimas. – agora está tudo bem,
santinha. Eu fiz a cirurgia, passei a ter acompanhamento psicológico, com
nutricionista, a fazer exercícios. Foram quase dois anos fodidos.
– Quantos anos você tinha?
– Dezenove. Faz tempo...
– Você estava na faculdade?
– Eu menti sobre ser engenheiro. – e dá um sorriso, sem graça. – Não
fiz faculdade. Era mais fácil pra não ter que me explicar. Me perdoa? – Dou
um beijo nele.
– Mentiu mais alguma coisa? – Ele nega com a cabeça. – Nem sobre
as mulheres? – olho, com os olhos semicerrados. Ele cai na risada.
– Eu não estava mentindo quando falei que não era pegador. Não sou
mesmo. No começo, o Fred pagava umas mulheres pra mim, quando eu tinha
uns 22. – olho, chocada. – Sim, comecei tarde...
– Uau! E virou esse expert?! Imagina se tivesse começado antes... –
ele dá uma gargalhada.
– Expert, é? – e me encaixa sobre seu pênis. Dou um sorriso sacana e
o beijo demorado. – Tô ficando louco por você, sabia? – fala rouco. Sinto sua
excitação.
–Tô sentindo, seu safado! – ele sorri e morde meu lábio inferior.
– Nos dois sentidos... – meu coração acelera e o olho cheia de
esperança. Ele sorri e me encara. – Promete ter paciência comigo? Eu não
quero te perder, mas eu não sei fazer isso. – meu olho enche de água e
concordo com a cabeça. Meu Deus, esse homem roubou meu coração!
– Claro que prometo, meu amor!
– Meu amor?! – ele me olha surpreso – repete?
– Meu amor lindo. Eu já sou louca por você! – Falo olhando–o nos
olhos.
– Isso quer dizer que você não balançou hoje, com seu ex lá?
– Balançar?! Sabe, eu nem te conto mas eu tava com um loiro alto,
forte, cheiroso e gostoso que nem me deixa raciocinar quando está perto de
mim. Ele me deixa tão louca que eu fico só tendo um monte de fantasia
sexual. – ele sorri, satisfeito.
– Ah é?! De repente, ele possa satisfazer alguma delas agora... – fala,
ofegante, arranhando meu pescoço. Olho para os lados e a garagem está
deserta. – Alguma delas inclui transar dentro de um carro, santinha? – dá uma
risadinha, falando no meu ouvido. Concordo com a cabeça. – Seu dia de
sorte! Coincidentemente, eu tenho a mesma fantasia!
– Você nunca? – ele nega com a cabeça e pega a carteira. Tira uma
camisinha e pisca pra mim.
– A gente vai ser rápido porque eu não quero correr o risco de
ninguém ver minha mulher nua em uma situação comprometedora, ok?! –
diz, abrindo meu short. Meu coração dispara, me sinto uma transgressora.
– Amo quando você me chama assim. – ele sorri e me senta no outro
banco e puxa rápido meu short e minha calcinha e me traz de volta para o seu
colo. Tira a blusa e veste em mim. Fico sem entender.
– Minha mulher, eu realizo todas as suas fantasias, mas ninguém além
de mim vai ver essa bunda gostosa. – fala sério e abre a calça. Sorrio
encantada com a preocupação dele. – Deixa eu ver se está pronta pra mim – E
me acaricia. Claro que estou molhada. – Sempre pronta, minha gostosa!
Ele me entrega a camisinha. Eu rasgo e coloco nele, que geme
baixinho. Sento, em seguida, devagar. Ele é muito grande para mim.
– Tudo bem? – ele pressiona meu clitóris, massageando. Ah que
delícia! Escondo a cabeça, gemendo no pescoço dele. – Você é tão apertada,
meu amor, que delícia! – consigo aceitar toda a extensão do pau dentro de
mim e ele aumenta a velocidade com uma mão. Com a outra me ajuda a subir
e descer devagar. Geme alto no meu ouvido. – Passei a tarde toda louco pra
estar dentro de você. – sinto o orgasmo chegando. Me tremo toda, gemendo
no ouvido dele. Ele tira a mão da minha boceta e coloca as duas no meu
bumbum. Acelera o movimento. Nós dois gememos juntos. Já estou quase
gozando de novo. O que esse homem faz comigo?! – Eu queria te proteger,
santinha. Você merece um homem melhor e eu não queria que ninguém
pensasse mal de você. Que você estava lá porque estava dando pro chefe.
Mas que se foda! Hoje quase enlouqueci! Quero que todos saibam que você é
minha! – eu gozo de novo e tento assimilar o que ele diz, mas é um turbilhão
de sensações! – Gostosa pra caralho! Minha! – ele mete rápido e logo depois
nós gozamos juntos. – Delícia! Delícia! Caralho, Bia!
– Eu te adoro, Philipe. – falo, olhando-o nos olhos. Ele sorri.
– Eu também te adoro, Beatriz. – eu o beijo e ele dá um tapinha na
minha bunda. – A gente já brincou com a sorte demais. Vista–se para
subirmos. – e me tira com cuidado e me senta no outro banco. Tira a
camisinha e enrola, enfiando no bolso. Me visto e entrego a camiseta para
ele. Ele veste e abre a porta. Pegamos a mala e saímos de mãos dadas para o
elevador.
12.
Parece um sonho!
Beatriz

A cobertura é enorme. Parece apartamento de revista! A vista é de


tirar o fôlego. Mas me sinto desconfortável. É tão diferente da minha
realidade! Fico olhando tudo, deslumbrada, e ele vai andando comigo,
mostrando tudo.
– Não gostou?! Está tão calada. Eu sei que parece impessoal, mas é
que o Fred contratou uma arquiteta para fazer tudo e eu nunca mexi em nada.
– É perfeito, lindo de morrer! É que... meu Deus, chefe, a gente é tão
diferente... – minha garganta trava. Ele encosta na parede, abaixando-se, até
ficar mais perto dos meus olhos. Me traz para perto dele.
– Que estória é essa, Bia? – vejo a agonia nos olhos dele.
– Você é rico demais! Olha pra mim! Eu não...
– Nem termina de falar, Bia. Por favor, você não vai me deixar por
causa disso, né?!
– Eu não me encaixo, eu nunca vou conseguir te acompanhar. Olha
pra isso! É um abismo a diferença da nossa vida financeira!
– Eu não quero! – ele respira fundo. – Eu não preciso que você ganhe
a mesma coisa que eu! Eu nunca te pediria isso, Bia. Nunca! Não é isso que
eu quero de você! – fala, sério, me encarando.
– Não é justo! Não tem como eu...
– Para, por favor! Para! – e me abraça forte. – Eu tenho o suficiente
pra nós dois. Eu só quero você, só você, minha baixinha. Não coloca dinheiro
entre a gente. Não faz isso. – olho pra ele, tentando ver se é verdade. O
Henrique cobrava tanto que eu não conseguia contribuir com as despesas do
enxoval na mesma proporção. Não consigo segurar as lágrimas. – Bia, você
tá falando isso por causa do seu ex? – concordo com a cabeça.
– Minha família é humilde. Meu pai é contador e minha mãe dona de
casa. A gente é do interior. Eles se mudaram pra cá quando éramos crianças,
pra gente ter uma educação melhor. Pra conseguir fazer faculdade, eu tive
que passar na federal. Comecei a estagiar na sua empresa no segundo
semestre. E depois fui contratada pelo Santa. Meu salário aumentou, mas o
Bê não conseguiu passar na federal. Ele passou em Direito na PUC. Meu pai
estava com pouco cliente e estava muito apertado aqui. Daí, um amigo dele,
lá da nossa cidade, ofereceu pra ele trabalhar na empresa dele. Eles voltaram
pra tentar conseguir pagar a faculdade e o nosso aluguel. Mas o curso é muito
caro! Por sorte, o Santa gostou do meu trabalho. Fui subindo de posto e meu
salário aumentou, então eu consigo pagar a mensalidade da faculdade, o
aluguel e as despesas da casa. Eu quero que o Bê tenha tempo para estudar e
queria aliviar meus pais. Só que sobrava muito pouco para pagar as despesas
do enxoval e juntar dinheiro pra comprar um apartamento. O Ike é
economista e trabalha numa empresa que mexe com Finanças, Bolsa de
Valores, essas coisas. Ganha bem mais que eu e mora com os pais. Os pais
dele tem uma vida estável. Ele ficava revoltado porque ele fazia um
orçamento pra gente comprar as coisas e eu não conseguia cumprir. E ele
dizia que assim a gente nunca teria nada, porque ele sempre se ferrava tendo
que pagar mais, porque eu tinha meu irmão a reboque. – me dói e não
consigo segurar mais o choro. Ele acaricia meu cabelo e me consola.
– Ele tinha dinheiro para pagar as coisas? Ou ele precisava do seu?
– Ele tem. Ele ganha bem, ganha o dobro do que eu ganho. – Philipe
bufa, balançando a cabeça.
– E você queria casar com esse cara?! Eu não entendo. Você o amava
tanto assim? – A pergunta me assusta. Não sei o que responder de repente. Eu
o amava tanto assim?
– Não sei, acho que amava...
– Acha?!
– Foram tantos anos juntos... A gente cresceu junto, eu só namorei ele
e...
– Não foi isso que eu te perguntei. – olho-o surpresa, com a minha
reação. Não sei o que responder, parece que tem um vazio na minha cabeça. –
Você queria passar o resto da sua vida com um homem que não é capaz de
aceitar as suas dificuldades?! Que conhece toda a sua estória e não move um
dedo pra ajudar?! Que vê você se sacrificando por um motivo nobre e não
divide o fardo com você?! – meu coração se despedaça.
– Eu não enxergava assim, nunca olhei desse jeito. Sempre achei justa
a demanda dele, que ele não tinha obrigação em me ajudar. Nós éramos
namorados...
– Vocês iam se casar, caralho! Você era a mulher dele, Beatriz! Por
que ele não podia comprar a porra do enxoval e o apartamento sozinho? Era
pra vocês dois! Pra ele morar com a mulher que ele amava! – sinto ânsia de
vômito. Meu ouvido pulsa. Nunca tinha pensado assim... – E o pior é que eu
tenho a plena certeza de que se fosse o contrário você pagaria sozinha! – diz,
bravo. E ele está completamente certo! A realidade me atinge, ferozmente. –
Esse filho da puta está frequentando a sua casa ainda?! Confesso que achei
bem estranho encontrá-lo lá.
– Foi a segunda vez que o vi desde que terminamos. Ele tinha ido lá
na sexta passada para jogarem. Eles jogam toda semana. Mas foi rápido
porque fui dormir na Fafá para irmos pra praia no dia seguinte.
– Vocês ficaram?
– Não!
– Ele te quer de volta e isso ficou muito claro pra mim hoje.
– Acho que não. – Ele quer?
– Bia, eu sei reconhecer muito bem quando um homem quer uma
mulher. Por mais que eu odeie isso, teu ex se parece muito comigo em alguns
aspectos. Eu não quero mais você perto dele. Eu não confio nele! – O que ele
está querendo dizer com isso?
– Como assim?! Não entendo. Eles são amigos. A gente é todo mundo
amigo. Eu não tenho como pedir pra todo mundo se afastar dele. Nosso grupo
se reúne toda semana, a vida toda. – ele bufa e fecha os olhos.
– Tá... Tem razão. Mas você não vai ficar lá sozinha com ele! Você
vai se mudar pra cá. – Me paraliso...
– Ahn?! Como?!
– Você é minha mulher, você vai morar aqui comigo! A gente vai lá
amanhã buscar suas coisas.
– Philipe, não é assim. Eu tenho meu irmão e a casa.
– Aqui é enorme! Ele pode vir também. Ele mora lá no andar de baixo
ou posso alugar um apartamento aqui perto pra ele. Talvez seja melhor. – me
dá vontade de rir. – O que foi?
– Meu amor, você não pode ir simplesmente resolvendo tudo assim.
– Claro que posso! E vou falar com o Fred pra arrumar um lugar pro
Bernardo lá na empresa, no Departamento Jurídico. Ele fica durante o tempo
que não estiver na aula. A gente concilia pra não prejudicar a faculdade. –
olho para ele, sem acreditar. Ele está falando sério? – Daí você entrega esse
apartamento aí e é menos uma coisa pra se preocupar.
– Phil, tem meus pais!
– Você quer trazê-los de volta? Então eu compro um apartamento pra
eles. Não ia dar certo meu sogro aqui enquanto eu tô comendo a filha dele...
Você é escandalosa! – caio na gargalhada.
– Você vai fazer a divisão do espólio do meu enxoval também? – ele
me olha, estranhando.
– Vocês chegaram a comprar coisas?
– Sim. Está quase tudo na casa dele, mas tem algumas coisas lá em
casa também. E mais a aplicação.
– Você vai devolver tudo pro mão de vaca! Você não vai ficar com
nada dessa merda desse relacionamento! Não quero que você tenha nada que
lembre sua vida com outro homem! Era só o que me faltava. – fala, bravo.
– Phil, tem mais de 200 mil na conta. Pode ser pouco pra você, mas
foram três anos superapertados pra mim!
– Tem razão. Não é nada pra mim. Eu te dou esse dinheiro e você dá
pro seu irmão, pros seus pais, sei lá. Você não precisa mais dele. – é tudo tão
surreal que eu levo na brincadeira.
– E você vai deixar ele ficar com esse dinheiro e com tudo que
compramos assim? De mão beijada? Ele ainda sai ganhando?
– Baby, ele perdeu você! Nem todo o dinheiro do mundo compensaria
isso. – meu coração se derrete. Acaricio o rosto dele.
– Não brinca desse jeito comigo, Phil. Eu já tinha ficado
apaixonadinha no domingo. Foi tão difícil essa semana com você me
ignorando a maior parte do tempo... – meu olho enche d’água. Ele me abraça
na cintura e me encara.
– Eu não tô brincando, Bia. Eu juro que eu tentei não me apaixonar
por você. Eu tentei ficar longe. Mas eu nunca vivi isso, meu Deus! Eu
contava os segundos pro dia amanhecer, pra chegar no trabalho e te
encontrar. Eu nunca fui tão produtivo! Sério. Eu nunca montei um projeto tão
rápido. E ainda conseguia resolver um monte de coisa durante o dia. No gás,
eu estava tão feliz! O Fred todo dia falava isso. Até minha mãe percebeu!
Fazia tempo que eu não tinha esse tesão em projetar de novo. Caralho, tinha
quase um ano que eu não montava nada novo! – fico emocionada, olhando
para ele. Não consigo dizer nada. – Eu não quero, eu não posso te perder. Eu
tava louco de medo, mas se você me quiser com todos os meus defeitos, Bia,
eu quero tentar. Eu quero você pra mim! – Meu coração quase explode. Esse
homem me desarma de uma forma que é inexplicável!
– Se eu te quiser?! Você tem alguma dúvida? – ele abre um sorriso
enorme e me pega no colo. Abraço-o com as pernas.
– Eu te quero, agora, na nossa cama! – Nossa cama?!
Vamos nos beijando até o quarto. Ele me deita devagar, na cama
enorme. O quarto, que é de vidro de cima a baixo, está clareado só com a
iluminação da rua. Ajoelha, comigo estando no meio de suas pernas, tira a
camisa, puxando com uma mão pelas costas. Acho isso tão sexy! Olho para
aquele tórax lindo. Ele não tem pelos no peito. Acaricio com as pontas dos
dedos e desço devagar, até a calça. Desabotoo-a. Ele se abaixa e me beija.
Morde meus lábios, depois vai para a orelha, chupa meu lóbulo e, em
seguida, o mordisca. Gemo. Assopra e desce arranhando meu pescoço, com a
barba por fazer. Me arrepio inteira. Elevo meu quadril, me esfregando nele.
Ele geme baixinho. Desce a mão e puxa minha blusa de uma vez!
– Nunca, mas nunca mais, quero você sem sutiã assim, em público,
Bia! Quase enfartei quando você apareceu assim na sala! – ele acaricia meus
seios, apertando os dois com força. – Essas delícias são minhas! – Aperta
meus mamilos e depois solta. Arqueio as costas. – Lindos! – desce e chupa
com vontade. Gemo e puxo o cabelo dele na nuca. – Amo quando você faz
isso! – sorrio.
– Eu amo esse seu cabelo comprido assim... Tão lindo, tão sexy!
Ele chupa o outro peito. Morde de leve e depois assopra. A sensação é
deliciosa! Fico roçando meu quadril na virilha dele, buscando alívio. Ele faz a
mesma coisa no peito esquerdo, desce as mãos e abre meu short. Enfia os
dedos no cós e abaixa até a metade das coxas. Acaricia minha boceta faminta.
Ah que delícia!
– Tá querendo seu homem, tá?!
– Quero você dentro de mim! – ele sorri, se ajoelha, tira meu short e,
em seguida, abaixa a calça junto com a cueca. Libera aquele pênis enorme,
que chega quase até o umbigo. Duro, com a cabeça molhada. Lambo os
lábios quando vejo.
– Ah, Bia! Puta que o pariu. – e abre minhas pernas. Abaixa para me
beijar na boca. Me olha nos olhos. – Eu te quero por inteiro!
– Você me tem...
– Eu quero gozar dentro de você, Bia! Eu preciso ver minha porra
saindo da sua boceta! Eu quero te marcar, você é minha! Só minha!
– Tudo bem, eu tô tomando pílula.
– Eu não me importo se não estiver. Você vai ser a mãe dos meus
filhos. – meu coração dispara. Será que ele tem noção do quão sério é isso
que ele disse?! – Você não quer filhos?
– Quero, claro que quero!
Ele sorri e me beija. Enfia devagar, entrando e saindo lentamente, gemendo.
Mas eu levanto o quadril querendo mais.
– Devagar, meu amor. Eu nunca tinha feito sem camisinha. Puta que o
pariu, você é tão apertada, tão molhada! É gostosa demais! Tô quase
gozando...
Ele morde os lábios, ofegante, claramente se segurando. Pouco
depois, ele me puxa pelo bumbum, me encaixando melhor. Enfia fundo.
Como ele consegue achar exatamente onde socar?!
– Ah, que delícia! – falo alto, gemendo. Ele sorri, satisfeito.
– Aqui? Está gostoso? Assim você vai gozar pra mim? – me encara,
sem parar de meter forte. Não consigo nem responder. Sinto os espasmos e
fecho os olhos. – Olha pra mim! – abro os olhos, gemendo alto. – Aí, meu
amor, tô sentido você! Puta que o pariu... – Gozo gritando. Ele não diminui a
velocidade.
– Eu vou gozar de novo assim.
– Estou contando com isso! Tão molhada, tão gostosa... – fala, rouco,
gemendo. Gozo logo depois. – Ah, não consigo mais segurar! Caralho! – e
goza, gritando. Consigo sentir seus jatos dentro de mim. Sinto o corpo dele
convulsionar sobre o meu. A testa encostada na minha. Ele demora a
recuperar o fôlego.
É tão incrível uma mulher tão normal como eu conseguir fazer um
homem tão lindo, tão gostoso, que faz todas as mulheres virarem o pescoço
para olhar, gozar assim! Me sinto tão poderosa! Nunca me senti assim antes.
Parece um sonho.
– Bia, o que você faz comigo?! Nunca gozei tão forte, tão gostoso, tão
demorado. – ele fala baixinho, me olhando nos olhos.
– Você faz a mesma coisa comigo, a mesma coisa..
Ele sorri e me beija demorado, de um jeito apaixonado. Meu Deus,
estou perdida! Me dou conta do quão apaixonada, por ele, eu estou. Não
lembro de jamais ter sentido essa sensação durante todo o tempo que estive
com o Ike.
13.
Vida virada do avesso.
Philipe

– Maninho, você tem absoluta certeza do que está fazendo? Eu


realmente tô feliz por você e quero muito que isso dê certo, mas tô achando
que isso tá indo muito rápido. Ontem de manhã eu estava tendo que te fazer
ciúmes pra você ficar com ela e agora vocês já estão indo morar juntos?!
Estou no apartamento do Frederico, um andar abaixo do meu duplex,
enquanto a Beatriz conversa com o irmão, em casa. Passei a manhã toda e
todo o almoço convencendo-a a trazer as coisas para minha casa.
– Fred, eu não posso perdê-la. Você não entende. Se eu a deixar lá, o
merda do ex dela não sai de lá!
– Você não pode viver com uma mulher por insegurança, por ciúme!
Você tem que confiar nela, mano.
– Eu confio nela; nele que não. E eu a quero perto de mim. Meu Deus,
você não entende! Eu não consigo ficar longe dela. – ele sorri.
– É tão engraçado te ver finalmente apaixonado. Meu irmãozinho tá
um bobo alegre... – eu rio. Não vou negar.
– Eu quero tudo com ela, mano. Eu a quero na minha vida, quero ser
o pai dos filhos dela.
– Opa! Filhos?! Já? Que é isso?! – ele olha, assustado.
– Se depender de mim, você vai ser tio bem rápido. – ele abre a boca,
chocado.
– Phil, você está se precavendo, né?!
– Bom, nas últimas três vezes não. Caralho, você já transou sem
camisinha? – Frederico abre e fecha a boca, algumas vezes.
– Claro que não! Tá louco! Phil do céu! E se ela engravidar?!
– Aí eu vou ser o homem mais feliz do mundo.
– Jesus...– e ri. Depois me abraça. – Eu estou em choque, mas
ninguém mais do que você merece ser feliz. E eu adoro aquela baixinha. Mas
se não cuidar dela direito, eu tomo ela de você! – Dou um soco no braço dele.
– Ai! Tô brincando! Eu vou conversar com o Dr. Joel, na segunda, para
encaixar seu cunhado no Jurídico. Posso cuidar de entregar o apartamento
deles, achar um pra ele e organizar a mudança.
Meu irmão é incrível! Sempre um paizão para mim. Acaricio o rosto
dele, agradecido.
– Estou pensando em ir no próximo fim de semana conversar com os
pais dela...
– Achei que você fosse amanhã.
– Será? Eu ia, mas como vamos sair hoje, pensei em adiar. – não
quero falar para ele que estou morrendo de medo. Ele ri.
– Sabe, eu posso ir junto, para garantir que o velho não te toque de lá
na base da espingarda! – e cai na gargalhada. Idiota!
– Ela falou com eles mais cedo... Achei que o pai dela estava meio
reticente.
– Por que será, né?! Tem só uma semana que vocês estão juntos, Phil!
– Mas pelo menos eu sei que a quero e estou trazendo-a pra mim.
Cuidando dela. E o outro, que a enrolou 10 anos?!
– Bem observado, maninho.
Meu celular vibra. É uma mensagem dela. Prendo a respiração, bem
nervoso. Leio com o coração na mão. Meu irmão acaricia meu ombro.
– O Bernardo se assustou bastante, mas parece que aceitou bem.
Acredita que ele ficou bravo por eu não ter contado que era chefe dela e que
era o Wreck?! – caio na risada. – Mas ele pediu para conversar.
– Vamos! Eu vou com você.
– Tem certeza? Acho que eu deveria fazer essas coisas sozinho.
– Phil, essa é uma das conversas mais importantes da sua vida! E,
maninho, o que você tem de gênio, você tem de ogro! Não vou deixar você
estragar tudo. – Abraço-o, agradecido.
A conversa é demorada, mas eficaz. A Bia foi para o quarto, arrumar
as coisas, e conversamos apenas nós três. Percebo que ele se incomodava
muito em depender da irmã e um dos pontos que o fez aceitar foi quando
trouxe à baila o que o Henrique cobrava dela. Vi que ele se sentia muito
culpado e estava bastante ressentido com o filho da puta. Achei ótimo.
Engraçado que ele me abraçou tão agradecido por querer cuidar dela e fiquei
bastante sem graça quando ele disse o quanto me admirava. Que estranho
ficar à vontade com esses abraços e ser admirado! Fiquei emocionado. Essa
família expõe muito o que sente. É tudo muito novo para mim.
Frederico oferece um apartamento que fica entre a faculdade e a
empresa. Assim, ele não perde tempo entre uma coisa e outra. O André,
assistente dele, já entrou em contato com o dono e conseguiu reservar.
Bernardo se mostra empolgadíssimo quando meu irmão mostra as fotos.
Ofereço que ele fique com o carro da irmã e ele aceita. André também já
entrou em contato com o dono deste apartamento aqui e deu o aviso da
entrega. E deixou reservado um caminhão de mudança para a segunda. A
parte boa em ter dinheiro é que tudo se resolve rápido! Beatriz está mexendo
nos dois celulares e vejo que ela está hesitante.
– O que foi, baixinha?
– O Ike me deu esse celular mês passado de Dia dos Namorados e é
um modelo caro. Ele ficou jogando na minha cara que deixou de comprar pra
ele pra comprar pra mim. Daí você me deu esse iPhone do trabalho. Pensei
em ficar só com ele e devolver o celular, junto com as coisas do enxoval. –
Cada hora tenho mais ódio desse cara!
– Devolve essa merda pra ele! – falamos os três juntos. Ela se assusta
e ri. – Vou transferir a agenda.
– Cunhadinha, deixa que eu entrego isso tudo pra ele, tá?
– Fred, se importa se eu entregar? – Bernardo pergunta.
–Ei! Credo! Quem tem que entregar sou eu! É o mínimo.
– Nem fodendo, Bia! Você não vai lá entregar essas coisas pra ele. –
falo, puto da vida.
– Quer ir comigo?
– Você vai até a porta e comigo ao seu lado.
– Você vai ficar na calçada na sua Lamborghini, me esperando, e eu
vou na porta entregar. O Bê me ajuda a carregar. – Bernardo dá uma
gargalha.
– Boa, Bia! Que vingança filha da puta! Genial!
– Se é assim, Bernardo, nós vamos em casa buscar minha Ferrari e
vou estacionar atrás deles. – Fred fala, empolgado. Até eu rio. Imagino a cena
bizarra... Sinto pena do cara. Nós nunca exibimos riqueza para ninguém, mas,
abriremos uma exceção para um cara que usou isso para menosprezar minha
mulher.
Dito e feito! E quando estacionamos, Fred acelera o motor da Ferrari.
E rio dentro do carro. Que coisa idiota! Parecemos crianças nos vingando do
coleguinha! Descemos os quatro com as coisas e Henrique já aparece na
porta, pois Beatriz já tinha enviado uma mensagem, combinando a chegada.
Olha para nós e nos cumprimenta com um aceno a uns 20 metros de
distância. Beatriz vai com Bernardo até lá e eles conversam por uns 15
minutos. Já estou ansioso, encostado no carro. Frederico está ao meu lado e
fica o tempo todo zoando baixinho o cara e sei que é para me acalmar. O cara
está visivelmente atordoado. Em vários momentos, nos olha e olha os carros.
Estamos os dois de braços cruzados. Não é de propósito, mas a cena deve ser
um pouco opressora. Nós somos os dois altos e musculosos. Ele abraça
minha mulher e vejo que está chorando. Bernardo se afasta e vem voltando.
Fico louco de ciúmes e quero ir atrás, mas Frederico me segura.
– Qual é, cunhadinho? Deixou os dois lá, sozinhos. – falo, indignado.
–Tô com pena, Phil. Porra, vocês foderam a autoestima do cara!
Vocês estão parecendo aqueles seguranças de máfia aí encostados. Até eu me
senti um merda quando vim voltando. O cara dá maior valor a dinheiro e é
desprovido de beleza. E gordo. Essa cena é humilhante, convenhamos. Ele
estava pedindo perdão pra ela e estavam acertando as coisas. É justo, porra!
Foram 10 anos juntos! E a Bia merecia ouvir isso. – pior que ele tem razão.
Ela volta chorando e dou alguns passos para a abraçar. De repente,
sinto um medo horrível de ela ter se arrependido.
– Vamos? – procuro os olhos dela debaixo dos óculos de sol.
– Está tudo bem? – ela concorda com a cabeça. Nós três acenamos
para ele, nos despedindo, e entramos nos carros.
Beatriz me conta que ele fez questão de devolver o dinheiro. Ela deu a
conta do pai. Pelo menos isso. Pediu perdão, mas teve a capacidade de
perguntar para ela se estava indo morar comigo tão rápido por causa do meu
dinheiro. Disse que ela estava deslumbrada. Claro que a minha garota estava
indignada. Ainda bem que o cara é um escroto!
Passamos no apartamento novo do Bernardo. Ele parece uma criança
que ganhou um brinquedo novo. Faço uma nota mental de equipar uma sala
de jogos para ele. Ele gosta muito e fica me pedindo dica de jogo toda hora,
parecendo fã, me elogiando o tempo todo. É engraçado. Além do mais, minha
garota adora mimar o irmão. São dois coelhos com uma cajadada só.
Finalmente, vamos para casa e não aguento, coloco as malas dela no
chão e a pego no colo. Tenho-a ali, no meio da sala. Passamos o resto da
tarde juntinhos e ela me prepara um lanche. Depois tomamos banho e nos
arrumamos para ir ao pub. Já são 21h30. Passamos para pegar a Fafá, que fica
enlouquecida dentro do carro do Fred. Para variar, é uma comoção ao
pararmos os dois carros na porta. Nunca me acostumo com isso. Abro a porta
para a minha mulher, que desce bem sem graça. Já Fafá desce feliz da vida
quando Frederico abre.
– Fafá, hoje vamos deixar esse seu ex louco por ter te deixado!
Vamos fazer ciúme nesse homem. – Fred fala, vindo abraçado com ela, e nós
dois rimos.
Encontramos os dois casais na porta. Marcelo está com eles e olha
sem entender ao ver Fátima abraçada ao Frederico. Apresentamos Fred a ele
e vejo que ele está bem mexido. As meninas todas se entreolham felizes da
vida. Eles todos já sabem quem eu sou e me abraçam empolgados. Pelo
menos Henrique não veio. Bernardo resolveu sair com a turma da faculdade
para outro lugar.
Há uma mesa reservada para nós, em frente ao palco, mas encostada
na parede. Está escuro e quase cheio. A banda começará às 22h. Todos
pedem chope, menos nós dois, por estarmos dirigindo e porque eu quase
nunca bebo mesmo, por causa da cirurgia e para não engordar. Brindamos.
Começam os acordes de Pride, do U2, e todos gritamos, cantando as músicas,
junto. Marcelo tem muita presença de palco. A mulherada fica louca com ele.
O cara é bonitão e sabe se exibir com a guitarra. Só que hoje ele achou um
concorrente à altura. Meu irmão fica o tempo todo dançando com a Fafá, os
dois se esfregando. Ele até lambe o pescoço dela. As meninas estão
empolgadíssimas.
– Meu amor, para de me provocar assim ou vou te carregar ali para
dentro do banheiro e te comer ali mesmo. – Beatriz dança se esfregando em
mim, me enlouquecendo. Fica me tocando o tempo todo, alisando meu corpo.
– A mulherada não para de querer o que é meu, que absurdo! Precisa
todas elas quererem chamar sua atenção? Que ódio! – Ela já bebeu um pouco.
É muito fraca para bebida. Tão bonitinha enciumada. Sorrio.
– Não interessa. Eu só tenho olhos pra você, minha baixinha. Não
precisa ter ciúme. – acaricio os cabelos dela, trazendo-a para mais perto. Eu
realmente vi as mulheres me olhando, mas digo a mais pura verdade: a que
eu quero está bem aqui comigo! Beijo-a demorado. Paro porque o tesão me
consome. Essa mulher tem um poder surpreendente sobre o meu corpo.
– Dá para parar vocês dois! Tá pornográfico já! – Fafá fala e caímos
na risada.
Ela puxa Beatriz e vão as mulheres dançar sozinhas na frente da mesa,
bem sensuais. O vocalista chama as quatro para o palco. Ficamos os quatro
parados completamente extasiados. As quatro estão muito sexies. Beatriz
rebola descendo no meio das pernas da Fafá me olhando. Está com um salto
vermelho, bem alto, short de couro apertado, parte da barriguinha aparecendo
e uma regata decotada, cinza, meio solta. Puta que o pariu! Fico de pau duro
só de olhá-la dançar daquele jeito. Ela morde os lábios e me encara o tempo
todo enquanto dança. Ela sabe o que faz comigo. Minha!
– Maninho, caralho! A baixinha é sensual demais!
– Tira o olho!
– Não tem jeito! Eu e geral olhando. Olha em volta... – reparo em
volta e tem um monte de cara olhando. Fico subitamente louco de ciúmes. –
Relaxa! Tá todo mundo vendo que ela tá acompanhada. Ela não tira o olho de
você. Todo mundo com inveja do meu irmão.
Ele acaricia minhas costas. Meu coração parece que vai explodir. Eu
gastando milhares de reais com terapia e olha a minha cura bem ali! Quem
diria que eu seria o cara no meio do grupo mais animado do pub e o invejado
por ter a mulher mais sexy da noite. Caminho devagar até o palco, sem tirar
os olhos dela. Ela sorri, satisfeita. Eu vejo nos olhos dela o quanto ela me
quer, o quanto gosta de mim. Será que ela sabe o bem que isso me faz? Ela
abraça meu pescoço e me beija. Pego-a pela cintura, tirando-a de lá. Uma
galera grita, comemorando. Os meninos também vão lá buscar suas mulheres.
O Fred faz a mesma coisa com a Fáfa. Dá um selinho nela. A cara do
Marcelo é memorável!
Ao voltarmos, sento na banqueta para ficar mais perto da altura da
Beatriz e ela aproveita para voltar a dançar se esfregando em mim, dessa vez
mais forte. Fico completamente duro e tento fazer com que ela pare.
– Me faz gozar aqui. – fala no meu ouvido. Olho para ela e a viro
tentando escondê-la entre as minhas pernas e a mesa. Presto atenção se tem
alguém olhando.
– Santinha, o que deu em você?! Eu criei um monstro?! Aqui?! – olho
para cima e vejo que meu irmão está sorrindo com cara de safado. Ele se
abaixa e fala no meu ouvido.
– Vai ficar me devendo essa. Tem um banheiro mais isolado lá em
cima. Eu fico na porta. Seja rápido.
Levanto, ele olha para o volume na minha calça e ri. Abraço a Beatriz
e vamos andando no meio do povo. Ele vai na frente e o seguimos. Meu
irmão confere se não tem ninguém e nos enfia lá dentro. Fecha a porta e a
olho.
– As coisas que você me faz fazer, santinha... Vai ter que ser rápido.
Ela ri e concorda com a cabeça. Está visivelmente excitada com a situação.
Abro seu short e abaixo. A viro de costas, apoiando as mãos dela na porta.
Tento me abaixar o máximo que consigo. Abro minha calça e confiro se ela
está pronta para mim. Ela está tão molhada... Puta que o pariu! Enfio e ela
grita. Meto rápido e ela vira o rosto de lado muito ofegante, gemendo
gostoso. Aquela situação e vê-la daquele jeito elevam meu tesão. Aumento a
velocidade e beijo a nuca dela. Já conheço o corpo dela. Sei que ela está
quase gozando. Sinto-a tremendo. Gozo quase junto com ela. Essa é, com
certeza, a coisa mais imprudente que já fiz na vida! E a mais sensual
também! Continuo metendo forte porque sei que ela goza mais forte na
segunda vez e é bem em seguida à primeira. Eu simplesmente amo isso nela!
Ela grita chamando meu nome. Treme forte e abraço-a, segurando-a.
– Essa era outra fantasia? – tiro meu pau e pego alguns papeis-toalha.
Entrego um para ela.
– Tem noção do quanto você é sexy?! Eu estava louca de tesão, te
vendo ali, do palco, me comendo com os olhos! – me limpo rápido e me
visto. Ela também.
– Você me deixou de pau duro dançando daquele jeito. – ela sorri,
feliz. – Eu estava louco de ciúmes, mas me senti o cara mais foda do lugar!
Nunca tinha me sentido assim antes.
– Você é o cara mais foda do lugar! De todos os lugares! Eu te amo! –
Meu peito estufa e meu coração até para uma batida. Ela falou isso porque tá
bêbada?!
– Eu te amo mais... – e a beijo. Ninguém, exceto minha mãe ou meu
irmão, tinha me dito isso antes. Ela pode ter dito isso por estar bêbada e ter
acabado de gozar, mas não me importo. Foi a melhor coisa que escutei na
vida! Ela sorri. Eu, mais ainda! Abro a porta.
– Puta que o pariu, que inveja de vocês! – olhamos para o Fred, que
tinha acabado de se virar, e rimos.
– A Fafá tá bem ali... – minha mulher o provoca, piscando para ele.
Ele sorri.
Descemos para pista de dança, próximo ao palco, e voltamos a cantar
e dançar, até às 5 horas da manhã, quando a banda acabou de tocar.
Certamente, nunca me diverti tanto!
14.
Chefinha?
Beatriz

Estou nervosa. Estamos indo, pela primeira vez juntos, para a


empresa. Ontem fomos almoçar com meus pais. Fiquei chocada que o Philipe
e o Frederico foram conosco até a casa dos meus pais. Meus pais moram em
uma cidade que fica a cerca de 100 km daqui. Fomos todos na BMW do
Frederico. Bernardo foi na frente, com ele. Fui dormindo no colo do Philipe,
atrás.
Meus pais foram mais receptivos que do eu esperava. Philipe estava
bem nervoso, mas, por sorte, o Frederico fez todo o meio de campo e divertiu
o ambiente. Tenho certeza que ele foi para ajudar o irmão, por causa desse
aspecto antissocial dele. É perceptível como ele é tímido e ainda se fecha no
meio das pessoas, como se fosse um escudo para se proteger. Essa barreira
não vai ser fácil de ser quebrada. Pelo menos, ele tem ficado bem à vontade
com os meus amigos e com o meu irmão.
Bernardo, aliás, parece uma criança perto do herói. Fica toda hora
perto do Philipe, conversando sobre os jogos, pedindo dicas. Contou, todo
orgulhoso, sobre a trajetória dele para os meus pais. Vi que meu pai ficou
bem admirado. Philipe fica bem envergonhado, parece um menino grande,
em tantos aspectos, exceto na cama e no trabalho.
Subimos o elevador de mãos dadas e ele acaricia meus dedos para me
acalmar.
– Talvez fosse melhor a gente manter nosso relacionamento
escondido no trabalho.
– Está com vergonha de ficar comigo?! – ele e sua baixa autoestima...
– Claro que não! Falo porque as pessoas vão ficar fofocando.
– Eu sei. No começo elas vão se assustar, comentar, mas logo se
acostumam. Você é minha mulher. Eu não pretendo esconder isso de
ninguém. – Sorrio, apaixonada, e dou um selinho nele. A porta abre e saímos
de mãos dadas. Tantos as três secretárias dele quanto os assessores do
Frederico olham para nós, em choque. – Bom dia. Martins, providencie uma
mesa para a Bia trabalhar lá na minha sala, por favor.
– Mesa?! – olho para ele, sem entender.
– Sim, você é a minha mulher! Não tem cabimento você se sentar
aqui fora, com as secretárias. – as três nem conseguem disfarçar os rostos,
escandalizados. – Ou você prefere que eu faça uma sala só pra você?
Podemos desmanchar meu laboratório.
– Não, não precisa. Prefiro ficar com você, então. – sei o quanto é
teimoso e não vai permitir que eu fique ali fora.
– Ótimo, melhor assim, pertinho de mim. – e sorri, beijando minha
cabeça – Martins?
– Já vou ligar para a equipe de infraestrutura, senhor. – ele acena com
a cabeça e entramos na sala.
Poucos minutos depois, o engenheiro e a equipe estão lá para
organizar a sala. Vamos para o laboratório enquanto eles arrumam tudo.
Trabalhamos a manhã toda no aplicativo de pagamento e cashback. À tarde,
teremos uma reunião com os Departamentos de Qualidade, além dos de
Vendas, Produção, Marketing e Jurídico. Vamos acertar os trâmites para
início das fases de registro e testes.
Voltamos do almoço e a sala já está com minha mesa pronta. Ficou
próxima à dele. Vou, empolgada, até lá e me sento na minha cadeira. O
mobiliário e equipamento é todo chique e funcional, igual ao dele.
– Minha mesa! Adorei! Ficou bem legal! Ainda vou poder trabalhar
de olho se você não está vendo sacanagem ou conversando com suas fãs no
computador! – ele ri.
– Não sei se gostei dessa mesa. Seria bom testar. – ele vai até lá e fala
atrás de mim. Olho para ele sem entender. Ele empurra a cadeira e me pega
pela cintura, me deitando de barriga encostada na mesa. Fico com a bunda
empinada para cima. Ele dá um tapa.
– Chefe! – ele enfia a mão embaixo da minha saia e me acaricia.
– Tem noção do quanto você tá sexy com esse vestido marcando seu
corpo gostoso e com esse sapato alto vermelho?! – gemo gostoso quando ele
enfia a mão dentro da calcinha. Ele cobre todo o meu corpo e fala no meu
ouvido – Desde segunda passada que eu fantasio te comer desse jeito, em
cima da mesa. – olho para ele, chocada, mordendo os lábios. – Eu também
tenho as minhas fantasias, santinha.
– Que coincidência, chefe! Sabe que eu tive a mesma fantasia?! – ele
me encara, excitado, abrindo o cinto e o zíper.
– Ah é?! – e afasta a minha calcinha pro lado. Sinto a cabeça do seu
pau forçando minha entrada. – Tão pequenininha e tão cheia de fantasias! –
ele enfia de uma vez e solto um gritinho. Ele tampa minha boca e nós dois
rimos. – Minha baixinha escandalosa...
Ele puxa meu cabelo com força, enrolando-o no pulso, e morde minha
nuca. Enfia forte e rápido, enquanto aperta meu seio direito. Está curvado
sobre minhas costas. Mordo os lábios, tentando não fazer barulho. Ele
também abafa os gemidos no meu pescoço e no meu ouvido, me arranhando
e me beijando o tempo todo. Seguro seu cabelo, puxando pela nuca e
arranhando. A posição faz com eu que sinta seu pênis profundamente. A
sensação é um pouco dolorosa, mas deliciosa! Não demora muito e gozamos
os dois, praticamente juntos. Ele tira e respira fundo, ajeita minha calcinha no
lugar e abaixa minha saia.
– Pronto! Agora vai ficar com meu cheiro e a minha porra nessa
bocetinha gostosa, pelo resto da tarde. Tomara que o merda do Augusto sinta
meu cheiro em você quando te abraçar daqui a pouco. – olho para ele
horrorizada.
– Meu amor, como você é territorialista! – ele fica vermelho.
– O que eu posso fazer se em todo lugar alguém quer tomar você de
mim? – rio e o abraço.
– Eu sou só sua, seu bobo!
– Minha! Pra sempre. – me beija e vamos ao banheiro nos ajeitar.
Dez minutos depois, vou para a sala de reunião. Organizo a projeção
na tela junto com o resto das coisas na mesa, com a ajuda das secretárias.
Elas saem e Philipe e Frederico entram juntos, conversando. Ele se encosta na
mesa, me puxa pela cintura com a mão (que, pelo tamanho, vai até metade da
minha bunda) e me dá um selinho. Todos entram exatamente nessa hora.
– Epa! O que é isso?! – escuto a voz de Klaus e gelo. Viro, devagar, e
vejo os 15 homens chocados, olhando para nós.
– Chefinho! – falo, morta de sem graça.
– Tecnicamente, agora, é ele quem tem que te chamar de chefinha,
meu amor. – Philipe está sorrindo, olhando para mim e para Klaus.
– Werneck?! Baixinha?! –Klaus está em choque, com as mãos para
cima.
– Você não disse que era pra eu cuidar bem dela? Então, para garantir
isso, me casei com ela. – olho, sem acreditar, para Philipe.
– Casou?! Tipo, vocês foram pra Vegas no fim de semana e se
casaram?! – pergunta Lucas, Gerente de Marketing.
– Aí, maninho! Essa ideia é ótima! Faz tempo que não vamos pra
Vegas! – Frederico está claramente se divertindo com a cara desconcertada
de todos. Olho para o Augusto, que me olha abismado.
– Boa mesmo! Vamos pra Vegas neste fim de semana, Bia? Você
gosta da ideia? – Philipe me olha. Ele está falando sério?
– Eu não conheço Las Vegas. – falo baixo, muito sem graça.
– Cunhadinha, você vai amar! E vai ser fenomenal o Elvis casando
vocês! Você vai ficar tão bonitinha vestida de noiva...
– Bonitinha?! Vai ser a noiva mais linda do mundo! – Philipe acaricia
meus cabelos. Ele realmente está cogitando isso?!
– Você não acha que deveria ter discutido isso comigo antes, Phil?! –
fala Dr. Joel, Chefe do Departamento Jurídico, advogado da empresa e dos
irmãos. Philipe olha sério para ele.
– Não! Tudo que é meu, é dela. Ela é a minha mulher e, portanto, uma
das donas daqui agora. – Não acredito que ele falou isso! O patrimônio dele é
multimilionário. Dr. Joel olha para Frederico. Nós dois fazemos a mesma
coisa. Não tinha me dado conta. Frederico é sócio dele na empresa.
– Você escutou meu irmão. É só organizar a papelada. – Frederico
sorri e pisca para o irmão. Meu coração enche de amor por esses dois. A
forma como eles me aceitaram na vida deles sem nenhuma reserva...
– Não! Não, Philipe. Não precisa alterar nada aqui na empresa, por
favor. Eu não quero! Eu sou sua mulher e pronto. Só isso. – falo séria,
encarando-o. Ele me observa enquanto acaricia meu rosto.
– Dr. Joel, depois vemos isso. Vamos conversar sobre o app, que é
para isso que estamos aqui. – fala, sem tirar o olho de mim. Como sempre,
teimoso, não vai ser fácil convencê-lo, mas, pelo menos, por enquanto, ele
respeitou meu pedido.
Klaus, Márcio e Augusto me abraçam me parabenizando pelo
“casamento”. Todos passam dando parabéns e Philipe está
surpreendentemente sorridente. Ele se senta à cabeceira da mesa, comigo do
lado esquerdo e Frederico do direito. Ele é canhoto e, por várias vezes, para
de digitar no Macbook Air e acaricia minha mão em cima da mesa.
O Departamento de Qualidade aprovou o pré-projeto e, então, os
outros Departamentos poderão iniciar suas fases de implantação. O Jurídico
registrará a patente e providenciará os certificados junto às plataformas; o de
Marketing realizará a divulgação publicitária; o de Vendas, a comercialização
do produto; o de Produção vai finalizar os ajustes para viabilizar o
lançamento oficial. Fica marcada para sexta-feira a reunião final para que
Philipe aprove a liberação do aplicativo nas plataformas na segunda-feira
seguinte. Todos estão muito animados e com grandes expectativas quanto à
comercialização. A previsão é de um retorno multimilionário, já que
Frederico está quase fechando parcerias importantes para que grandes
empresas o utilizem. Todos se despedem e saem. Olho para Philipe,
admirando-o. Ele percebe que estou babando por ele.
– Está gostando do que vê, meu amor?
– Demais! Como pode ser tão inteligente?! Meu amor, eu te admiro
tanto... Eu queria que você conseguisse sentir o orgulho que eu tenho de
você. Como você consegue ter essas ideias, criar tanta coisa e conseguir
materializar, desenhar, produzir?! Você é completo, um gênio! Eu fico tão
encantada em ver você trabalhando... É tão inspirador! Eu e todo mundo, na
verdade. – não consigo segurar minha emoção enquanto falo. Ele fica
supertímido, vermelho e com lágrimas nos olhos. Não fala nada. Acaricio o
rosto dele. – E, além de tudo, ainda é lindo de morrer! – ele ri.
– Bia, Bia... você é um presente de Deus pra mim, sabia? Meu néctar
dos Deuses dentro de um frasquinho bem miudinho. – diz, me puxando para
me sentar no colo dele. Sorrio e o encaro.
– Deus foi tão generoso comigo que ele mandou meu presente no
tamanho extragrande! – ele cai na gargalhada.
– Você dois não cansam de se agarrar não?! – Frederico diz, da porta.
Vejo que ele está emocionado. Olhamos, sem entender.
– Está tudo bem? – Philipe pergunta, preocupado.
– Eu ouvi a conversa de vocês. Será que, pelo menos, a sua mulher
você vai escutar, maninho? – e acaricia o cabelo de Philipe. Olha para ele e as
lágrimas escorrem.
– Ela só fala isso porque me ama. – ele diz, envergonhado. Fico brava
com a mania dele em não aceitar elogios. Em se rebaixar.
– Eu te amo sim, mas eu já achava isso tudo antes de me apaixonar
por você. E mesmo na semana passada quando eu queria te matar, ainda
assim eu não conseguia evitar de me maravilhar vendo você trabalhar. – ele
me olha com as lágrimas escorrendo.
– Você me ama mesmo? – olho, sem entender. Frederico ri e acaricia
nossos cabelos.
– Claro que sim! Eu não ia falar isso se não te amasse. – ele abre um
sorriso enorme e me beija gostoso.
– Ah, essa fase apaixonada é de foder! Que melação! – Frederico
brinca, mas sei que ele está muito feliz pelo irmão.
– Tô torcendo pra ver você entrando nesse time.
– Eu?! Calma! Só tenho 37, maninho! Deixa eu curtir um pouco mais!
Não quero me amarrar em ninguém neste momento.
– Juro que achei que, depois de sábado, você ia se ajeitar com a Fafá,
cunhadinho. Ia ser tão perfeito! – ele ri.
– A Fafá é legal demais, uma puta companhia. Me divirto muito com
ela.
– Ela é a melhor! Eu sei que ela bem gostou de você! – ele dá um
sorriso amarelo. Vejo que está sem jeito.
– A gente é só amigo, Bibizinha. Menos! – fico triste. Sei que minha
amiga realmente está bem interessada nele. Frederico é um homem lindo,
cavalheiro e divertido. Desde o término com o Marcelo, é a primeira vez que
a vejo assim. Me pergunta sobre ele todos os dias.
– Tá bom, mas acho que você já encontrou o amor da sua vida e está
deixando ele escapar entre os dedos.
– Engraçado. Ouvi tanto isso na semana passada... – Philipe sorri e
pisca para mim. – É bom quando o jogo vira, né, irmão?
– Ah, coisa chata! As pessoas se casam e querem casar todo mundo
em volta. Credo! Sai fora! – Frederico fala exasperado, mas sabemos que está
brincando. Caímos na risada.
– Falando em casar, meu amor... Vegas?
– Isso muito me interessa! Já quero reservar o hotel! Vocês preferem
o Caesars ou o Bellagio? Vou já pedir pro Ismael preparar o jatinho. – olho,
sem acreditar.
– Você está falando sério, Phil?! – ele me olha, sem entender.
– Óbvio que sim. Ou você prefere lá na cidade dos seus pais? Ou
você... – percebo que ele acha que não quero mais.
– Vegas! Quero ver a cara da Cris quando eu disser que vamos nos
casar antes dela e do Bruninho! Ela vai ficar de cara! – falo, rindo. Ele abre
um sorriso.
– Quando é o casamento deles?
– Dia 20 de setembro. Vamos ser todos padrinhos! – falo, empolgada,
e meu sorriso murcha quando lembro que o Ike será meu par.
– Ah, vamos? – Philipe percebe na hora e me encara.
– Nossa, meu amor. Quando ela convidou a gente, a Fafá ainda estava
com o Celo e eu com o Ike...
– Estava. No passado. Preciso conversar com o Bruno. Nem fodendo
que você vai entrar na igreja de mãos dadas com seu ex. – acho engraçado o
jeito que ele fala, mas realmente iria ser estranho.
– A gente não tinha falado nada com ela porque ninguém terminou
brigado. E somos amigos desde sempre. Então, nenhum de nós quatro iria se
importar em entrar juntos.
– Eu me importo! E muito!
– Mas, Phil, eu não posso escolher meu par. O casamento é deles.
– Bia, você vai conversar com a sua amiga e eu com o Bruno. Eu
entro com você, o Fred entra com a Fafá e os dois que se virem para arrumar
outras para eles. – fala, decidido, como se pudesse, de fato, escolher.
– Você é muito mandão! Que mania de sair determinando tudo na
vida dos outros! – falo, achando engraçado. – Eles não trabalham pra você
não, esqueceu?
– Foda–se! Está resolvido. Já em relação ao nosso casamento: a gente
vai levar eles todos no jatinho ou então reservamos primeira classe num voo
comercial. Vamos reservar as melhores suítes do hotel. A viagem toda será
por nossa conta. Falando nisso, precisamos ligar pros seus pais e pros meus.
– Phil, você está comprando meus amigos? – ele me olha, sem
entender.
– Você acha que, com isso, eles mudariam de ideia?! Se sim, ...
Podemos considerar que sim! – e abre um sorriso maroto. – Mas eu sei que
está muito em cima e é uma viagem cara. E sei que você vai querer eles ao
nosso lado, não vai? – meu coração enche ainda mais de amor. Que homem
perfeito!
– Eu ia amar!
– Então está decidido. – e olha para Frederico.
– Sábado, então? Saímos na sexta? – Fred olha para mim.
– Não, gente. Está muito em cima da hora. Vamos daqui a três
semanas, no dia em que completa um mês que ficamos juntos pela primeira
vez. As pessoas precisam se organizar. Nossa, temos que ver a questão de
vistos e passaportes! – ele fica pensativo.
– Deixa isso comigo, cunhadinha! Tenho meus contatos. E dá tempo
de você comprar uma aliança pra ela, né, maninho?! – nós rimos.
Minha vida parece ter entrado em um filme. Não consigo acreditar
que, em um final de semana, tudo virou do avesso. É difícil assimilar tanta
mudança! Parece que fui atingida por um tornado, mas estou tão feliz que
tenho medo de que alguém me belisque e eu acorde desse sonho.
Escrevo no grupo do Whatsapp as novidades para as meninas. Todas
ficam chocadas, mas topam a viagem, animadíssimas. Bárbara escreve que
Frederico criou um grupo incluindo o Philipe, Carlos, Bruno, Marcelo e
Bernardo, para combinar com eles. Cris e Babi contam que os homens estão
superempolgados. Comento sobre o ciúme com a estória do casal de
padrinhos e, para a minha surpresa, Cris diz que ela e Bruno iriam mesmo
sugerir a troca. Fico superagradecida e a Fafá manda umas 10 figurinhas,
feliz da vida! Quando levanto os olhos para contar para Philipe, vejo que ele
está sorrindo, digitando no celular.
– Boas notícias, amor? – provoco.
– O Fred criou um grupo com a machaiada. Já está tudo acertado pro
nosso casamento. E você não vai acreditar no que o Bruninho disse! – diz,
superanimado.
– Tem algo a ver com você ser padrinho junto comigo? – ele confirma
com a cabeça. – A Cris me disse também.
– Eles estão pedindo para confirmar lá em casa, na quinta, para
jogarmos um torneiozinho. Tudo bem? – parece uma criança feliz.
– Posso chamar as meninas? Daí podemos fazer uma noite das
meninas, já que vocês estarão confinados na Batcaverna.
– Uma noite das meninas na nossa casa, né?! – acho fofo ele dizer
“nossa casa”.
– Sim, na nossa casa. Pensei de fazer uns comes e bebes na beira da
piscina. Assim, ficamos pertinho e você consegue me ver da Batcaverna. – e
pisco pra ele.
– Mais perfeito que isso, só se você for lá de vez em quando se
aninhar no meu colo!
– Melhor lugar do mundo. – ele sorri.
– Eu te amo tanto, minha santinha. Obrigado por tudo! – e mostra o
celular. Sei que está falando dos amigos novos. Jogo um beijo para ele.
15.
Grupo formado.
Philipe

É a primeira vez que vou receber gente em casa. Primeira vez que vou
jogar em grupo na minha sala de jogos. Estou super ansioso. Louco para esse
dia passar logo e chegar a noite. Luciana bate na porta e entra com um buquê
de flores e uma caixa grande de bombom Ferrero Rocher. Beatriz abre um
sorriso lindo e me olha. Luciana entrega para ela.
– Meu amor, como você sabe que são os meus favoritos? – Meu
coração bate descompassado. Filho da puta! Eu não acredito que mandaram
isso para a minha mulher, bem debaixo do meu nariz.
– Eu não sabia. Não fui eu quem te mandou isso. – Estou furioso. Ela
me olha sem entender e abre o cartão. Vejo que fica pálida, sem graça. –
Quem foi?
– O Ike... – levanto as sobrancelhas, esperando por mais.
– Hoje completaríamos 11 anos de namoro. – fala bem baixinho. Vejo
que está com medo da minha reação. Me levanto e vou até lá. Ela me encara,
nervosa. – Phil, eu não sei por que ele mandou isso. – estou com tanto ciúme
que não consigo falar nada. Acaricio o cabelo dela, com a mão tremendo. –
Na verdade, eu não entendi nada desse cartão. – e me entrega. Olho para ela.
Não quero ler o que aquele filho da puta escreveu para a minha namorada. –
Pode ler.
“Bebê, feliz 11! Foram os anos mais felizes da minha vida e eu não
imagino meus dias sem você, ao meu lado. Preciso de você para preencher
esse vazio que se tornou minha vida. Antes, eu não podia agir diferente.
Estava pensando no melhor futuro que poderíamos ter. Estava me
certificando de que teríamos uma vida estável e confortável. Você achava
que eu estava exagerando, mas vendo você agora, sei que concorda comigo.
Não se preocupe, tudo que ele está te dando, vou dar também! Vou cuidar de
você e você não precisará procurar isso nos braços de outro homem. Estou
consertando isso. Eu te amo e sei que, no fundo, é a mim que você ama!”
Leio três vezes. O filho da puta tem certeza de que a Beatriz está
comigo por causa do meu dinheiro.
– Ele falou isso por causa daquela ideia idiota que eu tive de vocês
irem com os carros na casa dele, não é? Eu não deveria ter feito aquilo.
Magoei ele à toa. E agora ele acha que é só isso, que é no seu dinheiro que tô
interessada.
– Você está preocupada com ele?! Com o que ele pensa? Que o
magoou? O que é isso, Bia?! – estou nervoso.
– Eu não sou assim. Não sei por que fiz aquilo.
– Eu sei. E ele deveria saber também. Você estava magoada e pronto.
Esquece isso. – respiro fundo. – Ou você concorda com o que ele disse? – ela
me olha, sem entender. – É a ele que você ama? – ela me olha, indignada.
Sorrio aliviado e a puxo num abraço.
– Só não vou te xingar porque sei que você está com ciúmes. –
encaro-a. Ela não sabe o quanto. Me beija demorado. Pego-a no colo e sento-
a na mesa.
– Você é minha!
– Só sua! – era isso que eu precisava ouvir.
Abro um dos chocolates e mordo. Beijo-a e ela me beija sentindo o
gosto do doce na minha boca. Passo o pedaço que sobrou nos lábios dela e a
beijo de novo. Ela geme, apreciando. Abro meu cinto, a calça e abaixo o
zíper, sem parar de beijá-la. Pego outro chocolate e mordo. Lambuzo minha
boca e ela vem ávida para lamber. Acaricio sua boceta por cima da calcinha e
ela geme gostoso. Afasto-a para o lado, me certifico que ela está molhada e
enfio de uma vez. Ela finca as unhas nos meus braços, depois enfia a mão no
meu cabelo pela nuca e puxa. Aperto o peito dela e puxo o cabelo dela com
força. Meto forte, rápido! Uma necessidade absurda de posse! Um pouco
depois, sinto ela começar a ofegar. Sei que está perto, aperto a bunda dela,
trazendo-a ainda mais para mim, para meter ainda mais fundo, achar o ponto
sensível dela. Ela geme gostoso e sei que acertei. Estou muito perto e sei que
ela também. Aumento a velocidade e começo a senti-la tremendo, me
apertando com as pernas e suspirando na minha boca. Ela está gozando. Me
perco e gozo junto com ela. Ficamos um tempo ofegantes, com as testas
coladas. Pego um lenço que havia na mesa dela e a seco, me secando
também, e arrumo nossas roupas.
Olho para as flores. Ela vai ficar com elas?
– Quando formos almoçar, você se importa em parar em uma igreja
para eu colocá-las lá? – abro um sorriso e concordo com a cabeça. – O
chocolate... Eu posso comer? São os meus preferidos. – fala com a voz fofa e
cara de criança. Me derreto.
– Pode, minha santinha. Mas, a partir de agora, quem te dá esse
chocolate sou eu!
Beijo-a e vou para minha mesa. Envio uma mensagem para as
secretárias, para que se certifiquem de colocar uma bombonière na nossa sala
e para que esse chocolate nunca falte nela! Peço para que comprem um
arranjo de flores bem bonito para colocar na mesa dela e estar lá assim que
voltarmos do almoço.
À tarde, quando voltamos, ela pula em meus braços, feliz da vida com
a surpresa.
– Prefiro te levar para todos os lugares, mas sei que você é muito
independente, então achei melhor comprar um carro só pra você. – e entrego
a chave do carro para ela. Ela me olha em choque. – Eu já tinha comprado na
segunda, antes que você ache que comprei por causa das flores. É que só
entregaram hoje.
– Phil, você não precisava me dar um carro! Eu ganho bem aqui,
sabia? Posso comprar um pra mim!
– Eu posso e eu quero. Me deixa mimar você, meu amor. Você já
mimou tanta gente, agora é a sua vez. – me olha emocionada, com lágrimas
nos olhos.
– Obrigada, meu amor! Posso ver meu carro? – fala com a voz fofa.
– Você acabou de ver e parece ter gostado muito. – ela me olha,
chocada.
– Você não fez isso?! Aquele Porsche Cayenne branco, ao lado da
nossa vaga, que achei que fosse o novo brinquedo do Fred?! – concordo com
a cabeça. Ela fica boquiaberta. Depois dá um gritinho.
– Phil, esse carro é meu sonho de consumo há anos!
– Eu sei. Sexta passada, quando fomos almoçar e você conversava
sobre carros com o Fred, você mencionou isso. – ela faz aquela carinha linda,
apaixonada, e me abraça forte.
– Você não existe! Sempre tão atencioso, tão carinhoso e generoso!
Eu não mereço tanto.
– Você merece mais!
O resto da tarde passa rápido. À noite, estou preparando a sala de
jogos, quando Frederico entra.
– Animado?
– Pra caralho! É a primeira vez que recebo gente em casa, porra!
Semana passada, quando jogamos na casa da Bia, foi tão massa, Fred! Você
não tem noção de como é legal jogar de galera! – ele sorri.
– Tão feliz de te ver assim, maninho. De ver sua vida, finalmente, do
jeito que você sempre mereceu!
– Graças à Bia! É tudo por causa dela!
– Não é pra me ver que eles estão vindo aqui, chefe. – ela fala,
entrando e abraçando meu irmão. Ele dá um beijo na bochecha dela. – Aliás,
as meninas disseram que eles só falam nisso! Vão jogar na equipe do Wreck!
– fala, encenando de um jeito engraçado. Eu rio e a abraço. – Amor, você
pode competir? Eu digo porque você cria jogos. – percebo que ela está
querendo me perguntar algo.
– Posso. Teria que ver as regras e depende do jogo ou do torneio;
mas, teoricamente, posso. Por quê?
– O Bê quer entrar nesses campeonatos aí. Acho que é um brasileiro
que vai abrir. Quer montar um time e queria te pedir pra jogar com eles, mas
tá sem graça. Os meninos vão te pedir hoje. Eles acham que com você no
time, a competição vai aceitar a inscrição. – olho pro meu irmão.
– Sabe que seria um excelente marketing pra gente? Se você estiver a
fim, consulto o Dr. Joel para ele analisar as regras e conversar com os
organizadores. Certeza que eles vão surtar! Você entrando, vai trazer muito
holofote e patrocinador pra competição. – estou animado, realmente
animado! Será?
– Faz tempo que eu não jogo disputando prêmio...
– Você vai arrebentar! Você nunca deixou de jogar; só não estava
competindo. E você joga pra caralho, maninho! E olha que isso pode dar um
retorno fodido! Posso fazer várias parcerias com você jogando esse
Brasileiro. De repente, consigo até incluir nosso app novo e usar para lançá-
lo oficialmente.
– Meu amor, eu sou bem competitivo e fico um pouco psico quando
participo de competição. E isso toma muito meu tempo. Tem certeza que
você não se importa?
– Você vai ficar feliz em jogar com eles?
–Pra caralho! Eu amo esse universo! Eu assisto todos esses torneios
na TV e adoro ver as equipes jogando. Ano passado teve até jogo com
torcida! Eu fui lá; é sinistro demais! – Ela olha para mim, sorrindo, e sei que
estou falando rápido e empolgado demais.
– E por que eu não concordaria? – acaricia meu rosto.
– Cunhadinha, ele não estava exagerando quando disse que fica muito
psico. Boa parte do tempo dele, ele vai passar treinando, jogando. Ele tem um
nome de peso, não pode entrar e cair no começo. Ele vai ter que treinar os
caras também.
– Por mim tudo bem. Se você estiver feliz, eu estarei feliz. – Ah,
minha santinha. Abraço-a apertado.
– Prometo que sempre vou arrumar tempo pra você, tá? Mas promete
que terá paciência comigo. Eu nunca competi tendo namorada.
– Namorada?! Fui rebaixada? – ela brinca e sei que é pra aliviar meu
súbito medo de perdê-la.
– Você ainda não é minha mulher, oficialmente, porque não quis ir
amanhã pra Vegas. – ela ri. – Mas, no fim do mês, você será Beatriz
Werneck, santinha. – ela fica pensativa.
– Eu vou ter que mudar meu sobrenome? – ela não quer?
– Eu ficaria extremamente feliz se você tivesse meu nome, mas se
você não quiser... – fico bem decepcionado, não consigo disfarçar. Ela ri.
– Eu tô brincando, bobinho! – e pula no meu pescoço. Respiro
aliviado. Pego-a no colo e ela me enlaça com as pernas, me beijando.
Frederico ri.
Ouvimos o interfone e vamos os três receber a galera. Pelo jeito, foi
combinado, pois chegaram todos juntos. Procuro ansioso para ver se
Henrique tinha vindo. Não tinha certeza se eles o haviam chamado. O cara é
amigo deles e sexta passada também havia sido convidado. Não está, e sinto
um alívio enorme. Aquelas flores e aquele bilhete me angustiaram o dia todo.
Fazem uma festa enorme enquanto passeiam conhecendo a cobertura.
Eu não dava valor a esse lugar e na verdade só tinha comprado por causa da
vista e da privacidade. Era grande demais, impessoal, me fazia me sentir
ainda mais só. Quase não andava pela casa. Normalmente só ia até a cozinha,
minha suíte, nadava todos os dias na piscina, fazia meus exercícios diários na
academia, e a maior parte do tempo ficava na sala de jogos. É visível como a
casa está mais alegre com as mudanças que a Bia fez. Ela deu muita vida ao
lugar. Já colocou novos enfeites, algumas fotos nossas e da nossa família,
mudou algumas coisas de lugar. Está tudo mais colorido e com mais cara de
lar. Agora, amo esse lugar! Amo estar aqui dividindo cada lugarzinho com
ela.
– Aqui fica ótimo para fazer o quartinho do bebê, né, Phil?! – Fátima
me provoca.
– Por mim já estávamos decorando o quarto. – sorrio. Elas fazem uma
barulheira. A ideia de ser pai me emociona. Eu nunca imaginei que teria um
filho um dia. Que me casaria. Que teria uma família. Meu coração acelera só
em pensar nisso! Abraço minha mulher por trás e acaricio seu ventre.
– Mas já? – Marcelo olha assustado.
– Que é isso, Bia?! – Bernardo fala, enciumado. Eu rio.
– Calma, cunhadinho. Ainda não temos bebezinho não. Meninas,
vocês precisam me ajudar a convencer a fazer a Bia parar de tomar pílula. –
Bernardo suspira, aliviado. As meninas gritam e pedem para ela, até cantam
uma música antiga. Todos rimos.
– Assim que a gente se casar, prometo. – ela fala baixinho, no meu
ouvido. Meu coração dispara. Aperto-a.
– Eu vou cobrar, meu amor. – ela me beija e sorri me olhando. Sei
que está falando a verdade.
Os caras simplesmente piram na sala de jogos. De fato, ela é enorme e
superbem equipada. Tenho tudo que há de mais moderno. Essa semana ainda
comprei mais mesas, cadeiras e computadores e deixei tudo pronto para que
coubessem todos. Eles me abraçam, superagradecidos.
– Cunhado, isso é tudo profissional! Que louco!
– Sim, se é pra gente ganhar o Brasileiro, temos que treinar no que
tem de melhor no mercado. – há um silêncio geral e eles me olham sem
acreditar.
– Você tá falando sério? – Bernardo me olha, apreensivo.
– Se vocês quiserem, só tem uma coisa: eu não jogo para perder!
Os quatro correm para me abraçar, pulam comemorando. Puxam
Frederico, que bagunça meu cabelo, após se juntar ao abraço. Ele me olha
feliz e sei que ele está feliz por minha causa. De lado, olho minha mulher,
emocionada com as duas mãos juntas à boca, como se tivesse em oração.
Sussurro um obrigado para ela e jogo um beijo. Ela devolve. Sai com as
meninas e depois voltam trazendo umas bebidas e uns lanches para nós. Já
estamos nos ajeitando para jogar. Ela me beija demorado e me deseja sorte.
Me promete voltar de vez em quando. Preciso cuidar disso. Sei como fico
quando jogo. Esqueço de tudo ao redor e não posso arriscar deixá-la de lado.
Perdê-la não é uma opção.
16.
Noite das Meninas
Beatriz

– Bia, esse lugar é simplesmente perfeito! Amiga, você, tipo, ganhou


na Mega da virada! – fala Bárbara, empolgada.
– Muito melhor que isso, porque, além de tudo, ainda tem esse
homem que vamos combinar, né?! – Fátima se abana. Todas rimos.
– Confesso que isso tudo me assusta ainda. É muito surreal... Tenho
medo de, de repente, acordar e ele virar pra mim e falar que estava enganado.
– Bia, ele ama você! Não tenho a menor dúvida. Meu Deus, o jeito
que ele te olha! – Cristina diz.
– E o quanto ele te mima! Tudo que fez, em menos de uma semana!
Pra você, seu irmão, seus pais... Ele não ia fazer isso se não tivesse certeza do
que sente! – Bárbara afirma.
– Na verdade, apesar de ele ter gasto uma grana ferrada com vocês,
pra ele, isso não é nada, né?! – pondera Cristina.
– Não concordo, Cris! O que valeu foi a atitude, a intenção. Ele
cuidou de tudo pra Bia, pro Bê. Arrumou a vida deles, falou com os pais dela.
Até da divisão de bens com o Ike ele ajustou! Ele não precisava fazer nada
disso! Podia muito bem ter deixado o Bê lá, se virando, naquele apezinho. Já
que ele deu um emprego pra ele, não precisava ter alugado um puta
apartamento pro irmão da namorada. – retruca Bárbara.
– Isso mesmo! Ele fez isso porque sabe o quanto era importante pra
Bia que o Bê estivesse tão bem quanto ela. – Fátima diz e me abraça.
Concordo com a cabeça.
– E o carro?! Ele prestou atenção na conversa dela e comprou o carro
que ela sempre sonhou! Nem se eu disser pro Caco que eu quero uma coisa
ele presta atenção. – nós rimos.
– O Phil presta atenção em tudo! Ele é muito atencioso, muito
generoso. Eu sei que pra gente é uma fortuna e pra ele não, mas o dinheiro é
dele e ele não tem obrigação nenhuma em gastar comigo e com a minha
família. É tão diferente do Ike que tem hora que não acredito.
– Graças a Deus, né, amiga?! É o oposto! Não que eu não goste do
Ike, mas era um saco aquela mania dele de ficar controlando tudo que você
gastava. Jogando na sua cara o tempo todo que ele estava guardando mais
que você e que não era certo. Não sei como você aguentava!
– Fafá, o Celo fazia a mesma coisa com você em relação a comida,
vamos combinar, né?!
– Eu sei, Cris, mas acho que a gente se acomoda, sabia? Era prático
todas amigas namorando os amigos, sempre juntos, mesmo grupo a vida toda.
Olha que coisa esquisita: eu e o Celo terminamos e temos que continuar
convivendo. Os meninos não vão abrir mão dele e eu não vou abrir mão de
vocês.
– Falando nisso, eu achei que o Ike fosse vir hoje. Estava preocupada
com a reação do Phil se ele viesse.
– Nem me fale! Falei pro Bruninho desconvidá-lo. Não tinha o menor
clima!
– Exatamente! Falei a mesma coisa pro Caco! Se ele não tivesse tido a
cara de pau de mandar as flores hoje, até que estaria tudo bem... Mas, depois
dessa?!
– Bia, o que você achou daquele bilhete?
– Não entendi nada, sinceramente. Não sei o que ele quis dizer com
estar consertando isso.
– Pra mim, parece que ele acha que você está com o Phil só por causa
do dinheiro dele.
– Sabe de nada, inocente! Nem faz ideia da potência do homem! –
todas caímos na gargalhada.
– Fafá, confesso que ele é uma delícia mesmo! Parece aqueles
personagens de livros que eu lia. Nossa, parece que saiu das páginas
diretamente pra minha cama! Meu Deus, nunca transei tanto! Se for
contabilizar o que transamos nesta semana, dá os últimos seis meses com o
Ike, fácil! – as meninas gargalham. – Eu tô tão safada que nem me
reconheço! Tenho feito cada coisa que eu jamais cogitaria fazer há duas
semanas... Nem sabia que era possível uma mulher gozar tanto! – tampo os
olhos, envergonhada. Elas riem.
– Ai, que inveja! O irmão dele bem que podia fazer a mesma coisa
comigo. – nós gritamos e rimos. Olho para o vidro e vejo Philipe me
perguntando com a mão se está tudo bem. Faço um joinha e todas
gargalhamos. Ele sorri balançando a cabeça e volta lá para dentro.
– Será que eles estão ouvindo?! – Fátima pergunta, preocupada.
– Não, o vidro é supergrosso, para segurar o barulho da sala. Tá
louco, será?! – de repente, fico preocupada. – Peraí. – vou correndo até lá e
eles estão todos concentrados jogando. Chego perto de Philipe e ele me puxa
em seu colo. – Você estava ouvindo o que a gente estava falando?
– Não. Por quê? – Me olha, estranhando. – É que consigo te ver daqui
e vi que vocês estavam gritando. – Ufa!
– Conversa de mulher... Não é pra vocês ouvirem. – Ele levanta as
sobrancelhas, me interrogando.
– Bia, você tá atrapalhando! Sai fora! – fala Bernardo.
– Cunhadinho, sua irmã sempre vai vir em primeiro lugar. – todos
fazem “ownnnnn”. Sorrio, apaixonada. Eu o beijo. – Do que você estava
falando? – fala baixo e fico vermelha. Ele me olha chocado.
– Nada! Só da sua incrível habilidade em me dar prazer. – ele olha,
sem acreditar. – Calma! Não contei detalhes. – e dou um beijinho nele. – Vou
voltar pra lá. – levanto e ele me puxa pelo pulso. Abaixo.
– Tem noção do quanto eu amo te ver rindo, se divertindo com suas
amigas na nossa casa?! – me derreto.
– Então, estamos quites! – ele sorri, dou um selinho e volto correndo.
Conto para as meninas, que têm a mesma reação dos rapazes.
– Estão vendo que não é só questão de grana ou de sexo?! O homem é
perfeito em tudo! Mesmo na semana passada, quando ele me tratava daquele
jeito indefinido, ele foi completamente diferente comigo do que é com
qualquer outra pessoa na empresa. O tempo todo me olhava nos olhos, me
dava atenção, pedia minha opinião e as valorizava, elogiava. Ele não toca em
ninguém, mas comigo é diferente. Ele segurava minha mão, me acariciava
direto, me fazia sentar sempre perto dele nas reuniões. Era superestranho;
todo mundo reparava. Tinha hora que ele tinha essas reações enciumadas,
quando alguém brincava comigo. Ele é bem direto, até meio grosso para lidar
com as pessoas. Já comigo, era o tempo todo gentil. Ele lembrava do fim de
semana, do que eu tinha comido e falado que gostava, e equipou a bancada e
a geladeira com essas coisas. Me fazia comer na sala dele. Nunca deixou que
eu usasse a Copa, nem o banheiro do andar. Fazia questão que eu usasse o da
sala dele. Ah! Detalhe: ele não gosta que as pessoas fiquem entrando na sala!
Pra mim, ele dizia que não precisava nem bater. – As meninas suspiram.
– Amiga, não tinha como não se apaixonar. Jesus, ele é fofo demais!
Quero que ele dê aula pro Bruninho!
–E eu, pro Caco!
– E eu quero tirar uma cópia pra mim! – todas caímos na risada.
– Ainda tenho fé que você vá fazer o Fred se apaixonar por você!
– Ele é baladeiro, Bia. Acho que ali ainda demora um pouco... –
pondera Bárbara.
– Talvez agora, vendo o irmão formando família, ele mude de ideia, já
que são tão grudados. – Cristina sugere.
– Bia, você tem certeza que ele não sente nada por você? Tem hora
que eu acho ele tão meloso com você. Fica o tempo todo te observando, te
pegando. – nego com a cabeça.
– Ai, Fafá! Não gosto quando você sugere isso! Nada a ver! Eu acho
que, no começo, ele fazia de propósito, para fazer o Phil tomar uma atitude, já
que ele é muito ciumento. Foi a forma que ele encontrou para convencer o
irmão a ficar comigo. E eu acho que ele me observa por medo que eu
machuque o Phil. Ele é extremamente protetor. Por mais que eu saiba que ele
goste de mim, ele se preocupa demais com o Phil.
– Eu concordo com a Bia, Fafá. Ele tem um jeito de paizão com o
Phil.
– Também acho. Você tá com ciúme, isso sim! – nós rimos.
– Gente, não é por nada não, mas já pensou em ir pra cama com
aqueles dois?! Os dois são lindos e gostosos demais! – as três suspiram. Caio
na gargalhada porque sei que estão brincando e, de fato, eles são
maravilhosos. Nem menciono as brincadeiras do Fred a respeito...
– Sai fora! Ficar tendo fantasia sexual com meu namorado! – elas
riem mais ainda.
– Brincadeira, amiga. Mas você sabe que ele é lindo de morrer!
– Será que o Fred é tão bem-dotado quanto o irmão?! – confirmo com
a cabeça.
– Como você sabe?! – Bárbara grita.
– Eles nadam toda manhã. Vejo ele de sunga todo dia. Como o
volume é meio compatível com o do irmão, acho que o pacote é promissor! –
elas gritam, assanhadas. Fazemos tanto escândalo que olhamos para o vidro
para certificar que não ouviram. Vejo Philipe sorrindo e mandando um
joinha, devolvo com outro.
– Você bem que podia nos chamar pra nadar aqui, né?!
– Estão convidadas! Eles malham juntos, se quiserem vir aqui. Vocês
viram que a academia é grande; dá tranquilo. E o personal deles, o
Fernando...hum... – provoco, recebendo mais gritos assanhados.
– Sério?! – confirmo com a cabeça.
– E o Phil, não fica com ciúmes?
– Fica; até do irmão. Mas, amiga, meu homem é tão gostoso que mal
lembro que os dois existem. Não consigo parar de olhar pra ele. Ele enche o
saco quando o Fernando me passa as séries e faz os exercícios comigo, mas é
pra implicar. Ele sabe que sou completamente louca por ele.
– Bia, que upgrade, hein?! Porque olha a diferença do Ike pro Phil!
– Eu não me importava com o corpo do Ike, de verdade. Mas o Phil,
eu não sei explicar. É tudo! Eu sinto um tesão absurdo por ele! Olhar aquele
corpo, tocar, o cheiro dele, o jeito que ele me toca, me beija... Ele sabe
exatamente o que fazer; é gostoso demais! Seria feio da minha parte
comparar a performance dos dois, porque é completamente diferente.
– Imaginamos! – elas riem.
– E hoje, com as flores, o chocolate e o bilhete? Você balançou?
– Claro que não! Estranho, né?! Pra falar a verdade, eu me sinto mal
porque foi tanto tempo, e eu sequer me lembrei da data. Eu nem lembro dele,
eu não senti absolutamente nada! Só fiquei triste de ver que ele não seguiu
em frente. Não quero que ele sofra. Eu guardei carinho por ele, mas não
quero que ele tenha qualquer expectativa que algum dia eu vá voltar pra ele.
– Você está apaixonada e encontrou um cara melhor, supernormal não
ficar se lembrando do ex. Aliás, estranho seria se você lembrasse! – caímos
na risada.
A conversa segue até quase meia-noite. Bebemos um pouco e estamos
rindo escandalosamente, de alguma besteira da Fafá, quando os homens
aparecem.
– Tudo certo por aqui, mocinhas? – pergunta Frederico. Philipe me
abraça. Me beija gostoso.
– Estava com saudade. Ganharam?
– Maninha, a gente estava jogando com o Wreck na equipe, você tem
alguma dúvida? – Philipe sorri, todo bobo. Acaricio o rosto dele. Queria
tanto que ele conseguisse internalizar o quanto todos o admiramos...
– Dúvida nenhuma! Meu homem é o melhor em tudo! – as meninas
dão um grito escandaloso e os homens gargalham. Philipe me olha com
aquela cara de apaixonado.
– Cunhadinha, já te falei que você fala isso porque não testou o irmão
mais velho! A versão mais rodada é bem melhor, te garanto! – sei que ele
está brincando. Todos riem, menos Philipe que dá só um sorriso amarelo. Ah,
essa falta de autoestima...
– Cunhado, não preciso testar pra saber que não tem como ser melhor
que isso. Porque, melhor que isso, só o céu! – falo, encarando Philipe. Quero
que ele tenha certeza das minhas palavras. Vejo que surtiu efeito pelo olhar
emocionado dele. Todos gritam e ficam zoando.
Conversamos mais um pouco, os meninos comem e uma hora depois
todos vão embora.
– Gostou da noite? – pergunto, já no quarto, tirando a roupa. Ele faz o
mesmo, me olhando.
– Adorei! Foi sensacional! Eu nunca tive isso, meu amor! É divertido
demais! Gostaria de ter isso com frequência, se eles quiserem voltar.
– Você tem alguma dúvida?! Todo mundo adorou! Você precisa
entender que todo mundo gosta de você. Eles querem ser seus amigos!
– Você acha?
– Eu tenho certeza, meu amor! – e o abraço, só de calcinha.
Ele está sentado na cama só de cueca e me puxa para o seu colo,
encaixando nele.
– Você realmente me acha o melhor? – pergunta, acariciando meus
seios com as duas mãos. – O Fred realmente tem muito mais experiência. Eu
sempre pedia para as mulheres, que ele contratava pra mim, para me
ensinarem o que fazer na cama. E, claro, vi muito vídeo!
– Phil, nem por um segundo, você acharia que eu sequer cogitaria
isso, né?! – esbravejo, indignada. Ele me olha.
– Desculpa, eu não quis te ofender. Eu fico inseguro quando ele
brinca com você. A mulherada sempre foi louca por ele...
– Eu prefiro você! Eu amo você! Nunca olhei pro seu irmão dessa
forma. Ele é lindo? É. É charmoso? É. Mas, perto de você, meu amor, ele não
tem a menor chance. Se você prestasse atenção, veria que é para você que as
mulheres olham, babando, primeiro. Mas, pra a minha sorte, você não repara!
– ele sorri.
– Me perdoa?!
– Só se você prometer nunca mais duvidar do meu amor!
– Prometo. Eu confio em vocês dois. Não sei por que falei isso. Eu
tenho medo de acordar e isso acabar.
– Eu tenho o mesmo medo, meu amor. – ele acaricia meu rosto.
– Nunca vai acabar, no que depender de mim! – meu coração dispara.
Beijo-o, com vontade.
– Vem cá, você só transou com prostituta? Além de mim? – ele
estranha a minha pergunta.
– Quase sempre. Algumas vezes o Fred me dizia que tinha alguma
mulher que queria transar comigo, alguma amiga de alguma mulher que
estava pegando. Por quê?
– Você nunca quis algo a mais? Porque eu aposto que elas iriam
querer! – ele ri.
–Tá com ciúmes, baixinha?! – confirmo com a cabeça. – Não precisa!
Eu nunca quis, nunca senti nada por nenhuma delas. Era só sexo mesmo. Eu
nunca ficava com elas, pra te falar a verdade. Quando ele fazia isso, era em
alguma balada e na hora de sair ele me avisava e saíamos todos juntos pro
matadouro dele ou pra algum motel. Eu comia e ia embora. Nunca fiquei
mais do que duas ou três horas com nenhuma delas. Eu nem conversava com
elas.
– Por quê?
– Porque eu não sabia o que falar e nem queria conversar. Eu nunca
soube me comportar perto das pessoas, ainda mais perto de uma mulher.
– Eu te achei tão normal aquele dia no hotel!
– Eu estava bem tenso. Eu não ia de jeito nenhum, mas eu estava te
olhando. Te achei tão bonitinha! Foi o seu jeito que me desarmou. Eu não sei
explicar. O jeito que você me olhava, me tocava, que falava comigo... Foi a
primeira vez que eu não senti pânico por estar perto de pessoas
desconhecidas! Eu me senti seguro com você, desde a hora em que cheguei e
você pegou na minha mão! De alguma forma, eu sabia que você não ia me
machucar... E seus amigos são foda também, fazem a gente se sentir à
vontade!
– Nossos! Nossos amigos. É disso que você tem medo? Das pessoas
te machucarem? – vejo que ele fica um pouco tenso pra falar.
– Eu já fui chamado tantas vezes pra me sacanearem, Bia, quando era
criança. Eu tive que criar essa defesa, de não deixar as pessoas me tocarem,
chegarem perto de mim. – meu coração se aperta. Queria tirar essa dor dele.
– Queria apagar isso da sua memória e substituir só por lembranças
boas. Só com amor, com aceitação, com acolhimento...
– É exatamente isso que você está fazendo, minha santinha! – ele
acaricia meu rosto. – Eu tinha muito pesadelo. Eu só me sentia seguro com o
Fred ao lado e no trabalho, porque eu sabia que ali as pessoas não me
enfrentariam. Desde o começo, tive que tratar as pessoas daquela forma pra
que elas tivessem medo de mim e não quisessem me tocar ou me maltratar.
– Agora faz sentido pra mim... Porque, te conhecendo antes, nada
para mim, do que ouvi em todos esses anos em que trabalhei lá, fazia sentido.
Você é fofo, gentil, carinhoso, cuidadoso... Não podia ser aquele homem que
metia medo em todo mundo, que era conhecido pela impaciência e
impessoalidade. Alguns até diziam que você era grosso. Eu nunca vi isso! –
ele sorri.
– Você me mudou, minha baixinha.
– Não te mudei! No fundo, você é exatamente assim! Só criou uma
couraça pra se blindar. Eu vejo você com o Fred. Você é meigo com ele.
– O Fred é como um pai pra mim. Ele é só cinco anos mais velho,
mas ele cuidou de mim na fase em que eu estava mais desesperado.
Hormônios bombando, tinha acabado de entrar no Ensino Médio. Eu tinha
ódio de tudo e de todos! Ele estava na faculdade; deveria estar curtindo, mas
pegou o irmão pra morar com ele. Tinha paciência comigo, me apoiava, me
fazia companhia. Mudou a minha vida! Ele sabia que eu era competitivo
jogando e fez eu focar minha raiva nisso, em ganhar. Eu queria destruir, foi aí
que criei meu nickname Wreck. Achei legal que ainda parecia Werneck. E eu
ganhava tudo mesmo! Daí ele começou a investir nisso, a procurar
competições com premiações boas. A gente começou a ganhar bastante
grana! Eu devo tudo a ele! Ele foi investindo na minha carreira, cuidando da
mídia, dos contratos, do dinheiro, dos registros de propriedade intelectual. Eu
só jogava... Eu já gostava pra caralho de jogar e aquilo de entrar no Top 10
Mundial me deixou muito motivado, mais competitivo que o normal. Meu
corpo não aguentou o ritmo. Meus hábitos eram péssimos...
– Ele estava junto, quando você teve a parada cardíaca?
– Por sorte, estava do meu lado. Ele tinha pedido aquele dia todo pra
eu descansar. Eu estava reclamando de dor no braço, mas não queria parar.
Foi ele que ficou fazendo massagem cardíaca e respiração boca a boca, até o
Samu chegar. Eu nunca vi meu irmão tão desesperado! Não gosto nem de
lembrar! – ele fica com os olhos marejados. – E, porra, eu era muito alto e
muito gordo! Os paramédicos nem conseguiam me levantar! Teve que juntar
uma galera para conseguir me tirar de lá! Ele se culpou demais depois disso.
Mas não era culpa dele. Ele tentava, de todo jeito, que eu comesse direito.
Viva me levando em nutricionista, em médico. Contratava personal pra me
convencer a fazer exercícios. Nunca dei bola. Foi por ver o jeito que ele ficou
que eu aceitei fazer a bariátrica e mudar todos os meus hábitos.
– Sua mãe morava com vocês?
– Não. Continuou morando com meu pai na minha cidade. Ela veio só
pra ajudar a cuidar de mim, logo que enfartei, e depois, no pós-operatório.
– E a empresa?
– Ele tinha medo de eu voltar a competir e eu não conseguia ficar sem
jogar. Aí comecei a desenvolver games enquanto me recuperava. Ele investiu
nisso, montou a empresa e começou a contratar profissionais especializados.
– O Santa?
– Sim, ele foi um dos primeiros. Deu certo e foi um sucesso de
vendas. Eu aprendi a gostar daquilo e apostei no negócio, mas nunca deixei
de jogar. Só não competi mais profissionalmente. Jogava para divulgação e
em torneios sem premiação.
– Mas o nome já vendia pra caramba, né?! Você é uma lenda! Lembro
sempre de os meninos pararem pra ver você jogar e comentarem que você era
o melhor do país. Eles sempre foram seus fãs! – ele sorri, tímido.
– Eu tinha que ser bom em alguma coisa, né?!
– Meu amor, você é bom em tudo que faz. Aliás, bom até demais! –
falo, safada.
– Ah é, santinha?! – ele beija meu pescoço, aperta meu peito com uma
mão e com a outra acaricia minha bunda. – Você tem noção do quanto está
sexy, com esse fio dental? Que bundão gostoso no meu colo! Tô te olhando
ali no espelho... Tá difícil aqui pra concentrar em conversa séria...
Olho para trás e me vejo no espelho. Fico sem graça, mas ele começa
a arranhar meu pescoço e acariciar minha bunda, me olhando pelo espelho.
Enfia os dois indicadores no fiozinho e acaricia meu ânus. Passa o dedo ao
redor devagarinho. O outro dedo ele leva na boca e molha. Volta e acaricia,
enfiando. A cena é tão erótica que fico excitada e não me importo com a
invasão.
– Eu quero comer esse seu cuzinho apertado. – fala, esfregando o
pênis na minha vagina. – Você deixa?
– Nunca tive coragem... – ele para e me olha.
– Você nunca fez por trás?! – nego, com vergonha. – Uau! Minha
santinha é virgem?! – pergunta, com a voz ofegante. Confirmo com a cabeça.
– Você vai deixar eu ser seu primeiro, vai?!
– Amor, você é muito grande!
– Eu não vou te machucar, eu prometo! Se você não aguentar, eu paro
na hora. A gente pode ir tentando aos poucos até você se acostumar. Você
confia em mim?
– Confio.
Ele sorri e me beija. Não para de fazer o vai e vem com o dedo, cada
hora enfiando um pouco mais. Com a mão direita, massageia meu botão, já
inchado. Ai, que sensação gostosa! Ele para um tempo depois e tira minha
calcinha e a cueca dele. Molha a mão na minha vagina e depois esfrega no
meu ânus. Volta a fazer a mesma coisa que estava fazendo antes, mas dessa
vez coloca dois dedos na frente e dois atrás. Gemo alto. Ele está bem
ofegante.
–Tá sentindo isso?! Puta que o pariu, tô metendo na frente e atrás! Tô
com tanto tesão que acho que vou gozar só de te tocar assim! – fala, rouco,
no meu ouvido, enquanto me beija e me arranha no pescoço. Como ele
consegue me deixar tão excitada assim?! – Bia, você tá encharcando a minha
mão, caralho! Que delícia!
– Eu vou gozar!
– Olha pro meu pau! Tá vendo como eu tô duro?! Tá vendo como eu
tô melado?! – percebo que estava só segurando ele pelo cabelo com uma mão
e com a outra apertando o peito. Fico louca! A visão é sexy demais.
– Mete em mim! Eu quero gozar nele! – ele tira a mão da minha
vagina e ajeita o pau, enfia em mim de uma vez. Gozo gritando. Ele bufa e
morde meu ombro.
– Caralho, Bia! Eu quase gozei junto! – ele fala, tentando se acalmar.
– Gostosa demais! – ele tira e me deita de quatro, na cama. – Eu fico louco
quando você fica nessa posição! Louco! Adoro te comer assim! Essa visão da
tua bocetinha e do teu cuzinho... Puta que o pariu! – ele fala, ofegante. Ele
molha a mão em mim e esfrega no meu ânus. Depois, esfrega o pau molhado.
Começa a forçar a entrada, devagar. – Eu não tenho gel aqui, mas tô tentando
te deixar o mais molhada possível. Não tenta me impedir. Força a bunda pra
trás, pra mim... Aceita meu pau, tá? Assim vai doer menos. Não luta contra. –
fala e consigo sentir sua excitação pela voz. Isso me deixa com tanto tesão
que obedeço. Ele realmente vai forçando devagar. Geme alto e sinto o quanto
ele está se segurando pela força em que segura minha cintura e minha bunda.
– fala comigo, meu amor. Eu não quero te machucar.
– Eu tô bem... – estou sentindo um pouco de dor, mas sinto tanto
tesão que não quero parar.
– Eu não sei se eu vou conseguir... Você é muito apertada e eu tô com
tesão demais! Tô com medo de te machucar. Caralho, tô me segurando pra
não gozar...
Ele começa a me acariciar de novo, massageando com pressão. Estou
tão excitada que começo a me esfregar na mão dele. Nós dois gememos alto,
ofegantes. Só consigo escutar isso... Vejo que ele está se segurando e
empurro minha bunda contra ele. Ele geme alto, quase gritando. Dói, mas eu
aguento. Ele começa a enfiar e tirar.
– Foi tudo?
– Metade, mas eu não vou forçar mais, meu amor. Não vou correr o
risco de te machucar. Vou comprar um gel e depois a gente tenta de novo.
Vamos aos poucos, tá?! – ele sempre preocupado comigo. Amo isso nele.
Concordo com a cabeça. Ele volta a enfiar e tirar, aumentando a velocidade,
faz a mesma coisa com a mão em mim. Geme alto, quase gritando. Fico
louca de tesão. Consigo escutar ao longe ele perguntando se está tudo bem,
porque começo a gozar forte na mão dele. O escuto urrando quando goza, em
seguida. Me aperta, me abraçando pela cintura. Vejo que ele se apoia na cama
com a outra mão. Está tentando não deixar o peso sobre mim. Demora a
voltar a respirar normal. – Você tem noção do que faz comigo?! Tem noção
que eu achei que fosse morrer agora, de tão forte que eu gozei?!
–Você me deixa louca na mesma medida, meu amor!
– Eu te amo tanto! Obrigado por confiar em mim. Tá doendo muito?
Posso tirar? Acho que pode ser um pouco desconfortável... – de repente, fico
tensa. – Que foi?! Tá com dor?
– Eu tô com vergonha... E se... – me dá um medo louco de ter sujado
ele.
– Bia, por favor! Eu sou seu homem! Eu já te falei mil vezes que entre
nós não tem pudor, não tem vergonha. A gente é um só!
– Mas... E se estiver sujo?!
– E daí?! A gente limpa, a gente toma um banho. Não tem problema
nenhum, meu amor.
– Eu não quero que você tenha nojo de mim... – falo, envergonhada,
com vozinha. Ele ri.
– Não tem o menor risco. O menor! – ele vai tirando devagar e,
realmente, é estranho, desconfortável! – Pronto. Tá tudo bem? Tá com dor? –
sinto uma ardência, mas olho para o pau dele pra ver se está sujo. Ele ri. –
Boba! Não tá sujo e não teria problema se estivesse! Vem, vou te dar um
banho quentinho. – Ele me pega no colo e vai andando pro banheiro, me
beijando. Me dá banho com carinho. Dormimos juntos, de conchinha, bem
agarrados, como todas as noites.
17.
Traição?!
Philipe

Acordo com o celular apitando. É o Fred.


Frederico: “Maninho, preciso de você agora na empresa! É urgente!”
Philipe: “O que foi?! Algum problema?”
Frederico: “Sim, mas deixa você chegar aqui que conversamos. Joel,
Klaus e Igor estão aqui comigo na sua sala. Preciso da chave do seu
laboratório, eu esqueci a minha em casa.”
Estranho receber essa mensagem do Frederico logo cedo. O que estão
os chefes dos Departamentos Jurídico, de Qualidade e de TI querendo ver no
meu laboratório? Levanto apressado, indo me vestir. Beatriz ainda dorme.
Philipe: ”Houve algum ataque hacker?”
Hoje eu e Beatriz iríamos um pouco depois do que o habitual, já que
ontem fomos dormir de madrugada e só teríamos a reunião para aprovação do
aplicativo à tarde. Frederico demora a responder. Me visto correndo. Beatriz
me olha quando passo correndo para escovar os dentes.
– Meu amor, continua dormindo. Eu vou pra empresa que deu algum
problema lá, tá?!
– O que foi? – pergunta, assustada.
Chega a resposta: “Vazamento de informações confidenciais do seu
laboratório. Não foi hacker”.
– Estranho! O Fred disse que houve vazamento de informações do
laboratório. O Dr. Joel, Klaus e Igor estão lá minha sala. O Fred esqueceu a
chave dele. – falo, escovando os dentes.
– Hacker?! Aquilo é uma fortaleza! – Beatriz se levanta e vem até
mim. Está nervosa.
– Ele disse que não. Que coisa estranha...
– Mais alguém tem acesso ao que está lá? Desde que subi, só você, eu
e ele entramos lá. – cuspo.
– Você foi a única pessoa além de nós dois a entrar lá desde a criação.
Além, claro, do pessoal da TI, quando preciso de alguma coisa. Mas o Igor e
eu ficamos sempre vigiando e eles não acessam dados. Juro que não estou
entendendo.
– Ele não te adiantou nada? – passo desodorante e perfume,
apressadamente.
– Nada...
– Como as informações saem de lá, além daquele jeito que você
compartilha, na nossa pasta para a reunião?
– Só assim. – pego a chave do carro e a carteira.
– Então, só no seu Macbook e no meu iPad, como foi na sexta, para
apresentação, por exemplo? E depois ficam no arquivo restrito que você
libera pros chefes de Departamento na reunião, igual segunda?
– Sim. – ela me olha, assustada.
– O que foi?!
– Meu iPad! Leva pro Igor analisar! E se for ele?! Ai meu Deus! Eu
juro que não liguei Wi–Fi! Eu projetei só no Bluetooth. – fala, nervosa, com
voz de choro. Abraço-a.
– Calma, meu amor. Não fica nervosa. Realmente foi a primeira vez
que apresentei sem ser do meu note. Se tiver acontecido alguma coisa, nós
vamos resolver. Mas é mais fácil que seja algum outro problema. Se arruma
tranquila. Eu vou levar o iPad por precaução, mas não se preocupe, tá?! – ela
balança a cabeça, ainda nervosa.
– Boa sorte! Me avisa! Vou só me arrumar e já vou! – Beijo-a e saio
correndo.
Entro na sala e estranho a cara deles me olhando.
– O que está acontecendo? – Frederico me olha e está desolado. Vejo
que olha atrás de mim. Olho para trás e não tem ninguém. Fecho a porta.
– A Bia não veio junto?
– Está se arrumando, daqui a pouco ela chega. Por quê?
– Mano, não são boas notícias... – chego perto dele e ele segura meu
ombro. Estranho.
– Fala logo, Fred!
– Alguém registrou o aplicativo no INPI antes de nós, Werneck.
Quando fiz a inscrição e liguei pro meu conhecido, ontem, avisando, ele fez
uma busca e viu que alguém já tinha inscrito um dia antes. – explica o Dr.
Joel, o advogado.
– Deve ser coincidência quanto ao nome. Você registrou com o nome
que eu pedi?
– Sim, com o nome diferente do que foi divulgado na segunda para
toda a equipe. Dei o nome que você pediu, para ser uma surpresa para a sua
mulher. – estranho. Eu não contei para ninguém...
– Quem mais sabia desse nome, Werneck? – pergunta Klaus.
– O Fred e o Dr. Joel. Eu aguardei segredo. Queria que fosse uma
homenagem. Ia contar pra todos somente hoje à tarde.
– A Bia também sabia, mano. Foi ela quem sugeriu esse nome no
laboratório, quando você apresentou pra nós dois... – Encaro-o. Que porra é
essa?!
– Ela não sabia que eu daria esse nome, eu te garanto! – falo sério,
olhando-o fixamente.
– Então, me explica como que esse app foi registrado igual ao nosso e
com o mesmo nome!
– Talvez seja só nome. Vocês compararam as funcionalidades? – meu
coração bate apressado.
– Ele é exatamente igual ao protótipo! Eu comparei. Passei a noite
fazendo isso. Assim que o Dr. Joel me ligou à tarde, eu fiquei por conta disso.
– explica, Klaus. Fico em choque.
– Igor, a Bia me deu o iPad dela pra você auditar. Foi a primeira vez
que eu apresentei o protótipo sem transmitir direto do meu note. Eu enviei
pra pasta dela, pra ela projetar pra equipe de Qualidade. Deve ter sido
hackeado, mas ela disse que só usou Bluetooth. E eu acredito nela. – o
gerente de TI o pega, efetua o acesso e o começa analisar.
– Naquele dia, quem mais teve acesso? – questiona o Dr. Joel.
– Eu, Fred, Bia, Klaus, Márcio e Augusto. Isso na sexta, mas na
segunda...
– Na sexta mesmo. – Dr. Joel me interrompe. – Porque a versão
disponibilizada por você, ao final da reunião, na segunda, teve alterações
enquanto fizemos reunião, lembra? – concordo com a cabeça. Aonde ele quer
chegar?
– Klaus, essas alterações não estão?
– Não, Werneck, são as de sexta. O protótipo cru.
– Werneck, você disse que não falou para a Bia que seria esse o nome
novo?
– Não, ela acha que será o que eu dei na reunião.
– Então por que ela salvou a pasta com o nome que foi registrado?! –
e me mostra o iPad. Meu coração bate, violentamente. Olho por alguns
segundos. Minha baixinha não me trairia...
– Ela gostou desse nome e deve ter sido para salvaguardar o nome
original.
– Phil, ela foi a única pessoa, além de você, que teve acesso ao
arquivo. É exatamente esse arquivo e esse nome que estão registrados. –
Frederico fala calmo, acariciando meu ombro. Não! Ela não fez isso! Eu sei
que ela me ama!
– O que você está querendo sugerir, Fred? – pergunto, já com medo
da resposta.
– Eles três acham que a Beatriz roubou o projeto e o registrou. – sinto
uma tontura. Fico gelado e encosto na mesa.
– Klaus, não é que a gente ache... Nós temos evidências! É diferente!
– afirma o Dr. Joel.
– Ela não faria isso! A Bia é honesta! E, além do mais, por que ela
roubaria do marido dela?! – Klaus questiona, exaltado.
– Ela não roubou! Ela não faria isso! Eu tenho certeza que alguém
hackeou isso! A Bia não faria isso comigo! – esbravejo, convicto, gritando,
nervoso, olhando para o Dr. Joel. – Ela é minha mulher! Tudo o que é meu,
em breve, será dela! Nós vamos nos casar! O que ela ganharia com isso?!
Será que vocês não enxergam o absurdo dessa acusação?!
– Werneck, com todo o respeito, mas ela vai ficar milionária com esse
aplicativo.
– Ela vai ter metade de tudo o que é meu! É muito mais do que ela
ganharia com esse aplicativo! – grito.
– De novo, com todo o respeito, dessa forma, ela ficará milionária
sem precisar estar com você... Por mais que nós todos te admiremos, você há
de convir que você não é uma pessoa de fácil convivência. A Beatriz é o
oposto de você. Na verdade, vocês formam um casal estranho para quem está
de fora. Além da rapidez desse relacionamento, ela teve acesso a tudo o que é
sigiloso e restrito, que nem nós, que trabalhamos com vocês há anos,
tivemos. – Dr. Joel fala devagar, como se se desculpasse.
Mas é verdade. Nem eu sei por que ela me quis... Eu sou grosso,
antissocial, cheio de manias, tenho pânico de gente, sou tímido, inseguro.
Ela, não: é cheia de vida, alegre, carinhosa, abraça todo mundo, brinca com
todo mundo. Sinto vontade de desmaiar. Minha cabeça gira. Meu coração
bate acelerado.
– Você prometeu... – escuto a voz trêmula da Bia. Abro os olhos e ela
está parada à porta. Todos olham assustados. Está com os olhos marejados.
Prometi? O que eu prometi?
– Bia?! Eu sei que é um engano, eu sei que não foi você! A gente
cancela esse app, não tem problema. – ela me olha, com lágrimas escorrendo.
Vem andando devagar, sem deixar de me olhar. Ela parece desesperada. Por
quê?
– Cancela?! Phil, nós já fechamos parcerias! Serão milhões de
prejuízo, fora o nosso nome sujo como plagiadores! – Frederico fala,
exasperado.
– Eu assumo o prejuízo, não tem problema! O vazamento foi culpa
minha! – falo, nervoso, sem tirar os olhos da minha santinha. Eu não posso
perdê-la... Não me importo com nada! Ela me entrega o crachá e a chave do
carro, com a mão tremendo. Pego. Por que ela está me entregando isso?
– Não. Eles têm razão. A culpa foi minha. – ela fala com a voz fraca,
com os lábios tremendo. Olho para ela, sem entender. Não é possível! O que
ela quer dizer?! Ela não me ama?
– Você vai me deixar? – o pânico toma conta de mim. As lágrimas
brotam nos meus olhos, suo frio, tenho vontade de vomitar.
– Ontem, você me prometeu que nunca duvidaria... – ela me encara,
procura a resposta nos meus olhos. Ela está machucada. Por quê? Duvidaria?
Vira-se e vai saindo. Não tenho reação. Não consigo saber o que prometi.
Antes de sair, me olha de novo. Está magoada comigo. E sai. Ontem, ela me
fez prometer mesmo. O que foi?! Escuto o barulho do elevador. Me lembro.
Ela me fez prometer que nunca duvidaria do amor dela.
– Bia?! – grito e saio correndo. A porta do elevador está fechando –
Eu prometo. – ela me olha, chorando, e a porta se fecha. Grito desesperado o
nome dela, várias vezes, e corro para o elevador. Tento abrir a porta. O
elevador desceu. Começo a chorar. Frederico me segura por trás. Estou sem
forças. Ele me arrasta para a sala. – Liga pra ela, fala pra ela voltar, por
favor... Por favor?!
Me apoio na mesa. Vou vomitar. Corro para o banheiro e quase não
dá tempo. Me ajoelho e vomito tudo que comi ontem. Frederico acaricia
minhas costas, depois dá a descarga. Fico sentado, encostado na parede,
chorando.
– Liga pra ela... Pede pra ela voltar. Fala que eu confio nela, por
favor, mano. Por favor...
–Eu tô ligando, Werneck. Ela não atende. Mas ela vai voltar. Ela vai
se explicar. – Klaus responde. Está parado na porta.
– Klaus, ela assumiu que a culpa é dela...
– Eu ouvi, Fred. Mas ela estava arrasada. Ela não fez por querer, eu
tenho certeza. Eu confio nela.
– Talvez ela tenha se arrependido e esteja indo cancelar o registro. –
Dr. Joel sugere, lá de fora.
– Ela não fez isso... Ela esteve comigo durante a semana toda... Ela
não foi lá! – grito.
– Ela pode ter mandado pela internet ou pedido para alguém. – Sugere
Dr. Joel.
– Você não consegue ver quem registrou? Você vai ver que não é ela.
– Não. Só depois de aprovado.
Pego o celular e ligo para ela. Depois de dois toques, a ligação é
rejeitada. Ligo de novo. Ela rejeita novamente. Tento dez vezes mais, e nada.
Me desespero.
– O que você prometeu a ela? – Frederico fala baixo.
– Que eu nunca mais duvidaria do amor dela.
– Ela fez você prometer isso ontem? Não é estranho?!
– Eu estava com ciúme de você! – Frederico se assusta. Eu tampo os
olhos e abaixo a cabeça, apoiando nos joelhos. – Eu disse a ela que confiava
em vocês dois. – Fred bufa e senta na tampa do vaso. Acaricia meu cabelo.
– Maninho, eu nunca trairia você!
– Nem ela me trairia... – olho pra ele – Nem ela! Eu sei que tem
alguma coisa errada... Hoje, quando eu contei que isso tinha acontecido, ela
se desesperou, com medo de ter sido por causa do iPad dela, e me pediu pra o
trazer e entregar pro Igor.
– Realmente, por que ela se incriminaria, entregando o iPad? Ela
sabia que ele conseguiria ver... – Klaus concorda.
– Acho que talvez vocês tenham razão. Ela salvou o arquivo na
nuvem. Com isso, qualquer pessoa que tenha acesso ao iCloud dela poderia
ver. Ela compartilhava as senhas dela com alguém?
– Não que eu saiba.
– E o irmão dela, que é super seu fã? – Dr. Joel sugere. – De repente,
pode ter sido ele. Ele pode ter querido ganhar em cima da irmã... – Será que o
Bernardo faria isso?! Não.
– Não faz muito sentido. Ele é novo, pediu ontem pra gente entrar
com ele no Brasileiro de E–Sports e realmente esta estória está estranha. –
Frederico retruca.
– Pode ser para disfarçar. E ele é estudante de Direito...
– Não foi o Bernardo! A família da Bia é honesta! Ele não faria isso
com ela. Com a gente. – digo baixinho. Escrevo uma mensagem para ela.
“Meu amor, volta, por favor. Eu sei que não foi você. Vem e a gente
vai descobrir juntos o que aconteceu!”
“Você confia em mim?”
“Claro que sim! Nunca duvidei de você!”
“Eu vi a sua cara quando o Dr. Joel falou com você.”
“Eu sei que eu não te mereço, que não sou bom o bastante pra você.”
“Então, por que você disse que prometia?”
“Porque eu sei que você me ama mesmo assim! Eu não duvido
disso!”
“Então, confia em mim!”
“Eu confio, meu amor.”
Espero e ela não responde, mas visualizou.
“Onde você está? Volta aqui. Vamos resolver isso juntos!”
De novo ela lê, mas não responde.
“Bia, por favor! Fala comigo!”
Ela não lê. Me desespero e ligo. Dá ocupado.
– Era com ela que você estava falando?
– Sim. Ela me pediu pra confiar nela.
– E qual a explicação que ela deu?
– Ela não deu...
– E você confia na palavra dela?
– Claro que confio!
– Eu também! – afirma Klaus, categórico.
– Eu sempre confiei nela, no jeito que ela te olha. Mas, e se ela for
culpada, Phil?
– Ela não é, Fred! – Frederico me encara por algum tempo.
– Dr. Joel, qual é o plano B?
– Tentar adquirir os direitos de comercialização. Gastaríamos um bom
dinheiro, mas, pelo menos, não correríamos o risco de ter que falar para os
nossos parceiros que tivemos esse vazamento ou fomos plagiados.
– Consegue fazer isso?
– Preciso aguardar a aprovação da requisição para saber quem
procurar. São dez dias, mas, às vezes, sai mais rápido. Vou pedir pro meu
pessoal monitorar e avisar assim que sair.
– Ainda pode ser que ela reverta isso, se ela pediu pro Werneck
confiar nela. Talvez ela esteja tentando resolver. De repente, ela saiba como
vazou ou quem tenha acesso à conta dela. – sugere Igor.
– Concordo. Podemos continuar trabalhando nisso ou fazer algumas
modificações no app. O que acha Werneck? – questiona Klaus. Olho para
Frederico. Não consigo raciocinar neste momento.
– Seguimos as três linhas. Pode ser? Dr. Joel fica monitorando e deixa
a documentação pronta se precisarmos comprar, mas mantém a linha atual.
Deixa tudo encaminhado para caso a Bia consiga reverter. Mantemos a
reunião de hoje como se nada tivesse acontecido, Klaus. Esse assunto não sai
daqui! E, Phil, você começa a trabalhar nas modificações. – todos concordam
e saem da sala. Fred me ajuda a me levantar.
– Phil, você mal conhece essa mulher. Não pode reagir assim! –
aponto o dedo na cara dele...
– Ela é a minha mulher, Fred! Não essa mulher! Eu amo a Bia!
– Calma, maninho! Não falei nesse sentido. Só estou preocupado com
você. Meu Deus, olha pra você! Olha como você reagiu. E se...
– Nem termina a frase! Eu te amo. Você é o meu irmão e eu não
quero brigar com você.
– Namoro acaba, casamento acaba. Vocês estão juntos há uma
semana e olha como você está, mano!
– Duas semanas e ela é minha desde o primeiro dia. E não vai acabar.
Não vai! Vai ficar tudo bem! – falo para ele e para mim. Preciso confiar
nisso. O pânico me ataca de novo, estou tremendo. Ele me abraça.
– Senta aqui e vamos comer alguma coisa. Vou arrumar pra gente. Saí
de barriga vazia e você vomitou tudo. – diz, indo para a bancada, depois de
me sentar na minha poltrona.
– Não tô com fome. – tento ligar de novo e continua dando ocupado.
– Você precisa comer e você precisa ficar bem. Precisa se acalmar.
Você tá pálido, gelado. Eu não consigo te ver mal de novo, maninho. Não faz
isso comigo! – ele fala, com a voz rouca, e sei que ele está se segurando para
não chorar.
– Ela precisa voltar... Eu preciso dela aqui! – começo a chorar,
compulsivamente! – Eu tô com medo, Fred! – ele me abraça forte.
– Você disse que confiava nela.
– E confio. Eu confio, mas eu tenho medo assim mesmo. Eu nunca
estive tão feliz na minha vida...
– O que ela te disse, quando vocês conversaram por mensagem?
Eu conto para ele, que fica o tempo todo me acalmando. Me dá água
com açúcar e um iogurte. Me força a engolir. As chamadas começam a
completar, mas caem sem atendimento. Frederico vai até a sala dele e volta
meia hora depois. Não consegui sair do lugar. Até agora, ela não visualizou
minhas mensagens.
– Eu sempre achei que ela te amasse e ela realmente estava
desnorteada quando entrou aqui. Apesar de tudo apontar pra ela e ela
confessar que a culpa era dela, provavelmente não tenha sido de propósito...
– Por que você está falando isso? Você conseguiu falar com ela? – me
encho de esperança.
– Não. Eu esfriei a cabeça e conversei com o Igor. Ela não
compartilhou o arquivo. Não tem nada lá apontando algo assim. Ele está sem
modificação desde sexta.
– Eu acredito nela. Ela não é gananciosa, Fred. Eu dei um cartão pra
ela nessa semana, dei acesso à minha conta. Ela não mexeu em nada! Nem as
coisas que ela mudou lá em casa ela pagou com o cartão que eu dei! No
cartão, só tem as compras de comida de ontem pra festinha e porque eu
reclamei com ela.
– Phil, você não acha que deveria ter esperado ao menos o
casamento? Você pode estar acostumado já com a grana que temos, mas é
muito pra qualquer outra pessoa! Você não pode ser assim, tão imprudente! E
se ela fosse uma pessoa duas caras?!
– Ela não é e ela já é minha mulher! O casamento é só uma
formalização. Não tem cabimento ela morar comigo e passar aperto com
relação a dinheiro. Ela casou com o pacote completo. Ela é tão honesta que
ela me deu acesso às contas dela, ao cartão, às senhas de tudo. Até do celular.
– Frederico me olha, estranhando.
– Que coisa estranha... Mas pode ser útil! Posso olhar?
– Fred, você disse que não desconfiava dela...
– Eu quero me certificar. Não por duvidar dela, mas para te proteger.
Você vem em primeiro lugar pra mim. Sempre!
– Eu só vou te dar pra você parar de achar que ela fez algo errado. –
Passo as senhas para ele, que vasculha tudo, por cerca de uma hora.
– Nada de estranho. Nem no histórico do computador, nem nas
contas. Olhei os e-mails dela. Ela realmente não compartilhou nada daqui e
não comentou nada sobre trabalho. O Whatsapp web dela de ontem estava
aberto aqui... – ele ri.
– Puta que o pariu, Fred! Porra!
– Não tem nada comprometedor, pelo menos não de trabalho... – olho,
estranhando. – Ela elogia muito você pras amigas, garanhão! – e cai na
gargalhada. Sorrio, intrigado.
– O que ela falou?
– O quanto você é gostoso e incansável e cheio de qualidades e
blábláblá. Meu irmãozinho, comedor! – brinca comigo. Abro um sorriso
bobo. Eu amo essa mulher!
– Não faça mais isso, por favor. Eu não quero que você invada a
privacidade dela nunca mais! Se eu soubesse que você iria ler as mensagens
dela, eu não teria te dado as senhas!
– Foi ela que te deu a senha!
– Pra mim! Não pra você! E mesmo assim, nunca mexi! Eu respeito a
privacidade dela, porra! – ele ri.
– Ela deu um fora no ex, ontem. Confesso que tive medo de que ela
estivesse de conluio com ele nisso...
– Eu não confio naquele merda! O filho da puta mandou flores e
bombons pra ela ontem! – falo, puto.
– Ela falou que ele não deveria ter feito isso, para nunca mais fazer e
respeitar que agora estava casada com você. Gostei da mensagem dela...
– E ele?! – sei que não devo, mas fico curioso.
– Ele diz que ela vai voltar a ser dele, que ele tem certeza! Ela nem
respondeu.
– Filho da puta! Desgraçado! – Frederico ri.
– Pronto... Agora que está mais animado, vá trabalhar nas
modificações! Desculpa ter mexido nas coisas dela. Desculpa mesmo! Não
vai acontecer de novo, mas eu precisava ter certeza de que ela não estava
aprontando com você. Eu ia me sentir uma merda se tivesse insistido tanto
contigo para ficar com ela e ela te traísse. Eu estava me culpando por isso. –
ele fica com água nos olhos. – Eu não suporto te ver sofrer. Eu não quero ver
você mal de novo. Me perdoa? – eu o abraço apertado.
– Eu não sei viver sem vocês dois.
– Eu sempre estarei ao seu lado. Sempre!
– Eu sei! Obrigado. E eu do seu. – ele sorri e me abraça forte. – Fred,
eu preciso que ela volte!
– Você precisa se acalmar e confiar nela, se ela te pediu isso. Vamos
cuidar das coisas. Vamos trabalhar. Daqui a pouco, ela deve aparecer. –
preciso tentar. Ela me pediu para confiar. Eu vou confiar.
Vou para o laboratório e tento criar algumas modificações. O tempo
todo, olho o celular e nada. Na hora do almoço, ela visualiza as várias
mensagens que mandei, mas não responde. Ligo e ela não atende. Fico com
expectativa de que ela apareça para a reunião, mas ela não vem. Não
responde às novas mensagens nem atende ao telefone. Assim que acaba o
expediente, eu vou para a casa, agoniado. Talvez ela tenha ido para casa...
Ela vai aparecer, tenho certeza!
Ela não aparece. Começo a ficar desesperado. Frederico vai para
nossa casa. Tenta me fazer jogar para me distrair e jogo apenas para o
agradar. Continuo ligando e mandando mensagens... E nada. De madrugada,
vou tentar dormir. Cochilo e acordo toda hora, olhando o celular, e nada de
ela visualizar as mensagens que enviei...
18.
O que está acontecendo?
Philipe

O sábado inteiro passa do mesmo jeito. Fico completamente


desesperado. As mensagens sequer confirmam o recebimento. As ligações
vão direto para a caixa postal. O que está acontecendo?! Por que ela sumiu?
Por que não me responde? Eu disse que confiava nela!
Resolvo ir à tarde com o Fred a uma joalheria bem famosa escolher
nossas alianças. Quero mostrar a ela que nada mudou.
Frederico passa o tempo todo ao meu lado. Me conta que tentou falar
com os meninos e com ela. E ninguém respondeu, nem leu. Todos com os
celulares desligados. Tenho uma crise de choro à noite. Frederico resolve me
embebedar. Tomamos duas garrafas de vinho e dormimos no sofá, já quase
amanhecendo.
Acordamos tarde no domingo e olho desesperado o celular. Nada
dela... Escrevo e ligo várias vezes. As mensagens continuam não
confirmando a entrega e o celular permanece desligado.
– Será que ela foi embora, Fred?
– Eu não sei, maninho. Está tudo muito estranho. Eu tentei de novo o
celular de todos os caras e está dando a mesma coisa. A não ser que seja um
golpe em grupo, tem algo muito errado...
Ele me obriga a comer e depois a nadar até quase desmaiar de
exaustão. A tarde passa e nada dela... Não consigo segurar o choro à noite,
quando entro no nosso quarto. Estou abraçado à camisola dela, quando
Frederico entra.
– Amanhã nós vamos ter alguma notícia. Tenha fé, mano. Com
certeza, tem alguma coisa acontecendo! – ele me abraça.
– Acho que vou enlouquecer. Por que ela não conversou comigo? Eu
disse que confiava nela. Eu prometi!
– Eu sei! Então continua confiando! Toma um banho quente e vamos
dormir. De manhã, você precisa aprovar as atualizações e temos reunião
amanhã à tarde.
– É ela que eu na minha cama, não você. – ele ri
– Maninho, olha essa belezura aqui: não acredito que você vai me
dispensar! – rio e vou tomar banho. Ele vai atrás e fica me vigiando. Ele fez
isso o tempo todo desde sexta.
Passo a noite me revirando e olhando o celular. Nada. Segunda de
manhã, enquanto tomamos café, todas as mensagens são confirmadas e ela lê.
Ligo na mesma hora. Ela rejeita. Faz isso todas as cinco vezes que tento.
No meio da manhã, estamos na sala, discutindo qual rumo tomar com
o aplicativo, quando Dr. Joel recebe uma ligação.
– Alguém requereu a renúncia do registro! Meu contato acabou de
receber... – meu coração dispara.
– Ele disse quem?! – Frederico pergunta, ansioso.
– Ele não pode fornecer essa informação... É sigiloso até a aprovação.
Já fico satisfeito de ele avisar isso. Vou formalizar a nossa requisição agora!
– e liga para a equipe dele. Mando outra mensagem para ela avisando sobre a
renúncia do registro. Ela lê.
– O que fazemos, Werneck? Fred? – Klaus pergunta. – Continuamos
com o projeto original? – olho o celular e ela ainda não respondeu.
– Sim! Vamos focar nisso! Nada de mudança! – Dr. Joel desliga o
telefone e começamos a conversar sobre os próximos passos.
Meia-hora depois, Martins bate na porta e abre uma fresta. Olho bravo
para ela.
– Eu falei que não quero interrupções. – ela sabe que, quando falo
isso, não é para bater. Muito menos enfiar a cara!
– Desculpa, senhor, eu sei, mas eu acho que o senhor vai gostar! –
meu coração dispara.
– É a Bia?! – ela sorri e concorda com a cabeça.
– Ela está pedindo autorização para subir com mais sete pessoas. –
Sete pessoas?! Os amigos dela será?
– Claro que autoriza! Ela não precisa pedir! Ela é a minha mulher!
– Ela está sem o crachá e o segurança não permitiu vir até a cobertura,
sem a nossa aprovação, senhor. Ainda mais tanta gente... Peço desculpas.
Vou autorizar, com licença. – e sai. Fico louco de ansiedade. Me levanto e
me apoio na mesa. Tento ajustar meu cabelo. Escuto uma batida na porta e
ela abre.
– Com licença? – ela está com a mesma roupa de sexta. A roupa está
suja e ela está bem abatida. Andou chorando. Me olha e fica assustada. Eu
devo estar praticamente do mesmo jeito.
– Meu amor, o que aconteceu?! – Ela entra e, atrás dela, entram
Bernardo, com o braço imobilizado, Fátima, Marcelo, Carlos, de mãos dadas
com Bárbara, e Bruno, de mãos dadas com Cristina. Estão todos abatidos,
sujos. Meu Deus, o que aconteceu?! Corro até ela e acaricio o rosto dela. –
Fala comigo, pelo amor de Deus!
– Você está bem? – ela fala, preocupada, passando a mão no meu
rosto.
– Agora que você voltou, eu vou ficar. O que aconteceu?! Por que
você não me atendeu, não me respondeu? Eu fiquei desesperado! – olho para
ela e para os outros. Estão todos com o aspecto cansado.
– Calma, eu vou te explicar, mas a gente precisa ter certeza de uma
coisa primeiro... – ela olha pro irmão.
– Dr. Joel, essa renúncia é suficiente? – Bernardo entrega para ele. Dr.
Joel vai até ele e pega. Todos olhamos para ele.
– Quem é Henrique? – Dr. Joel pergunta. Filho da puta! Beatriz me
olha, chorando.
– Foi ele quem roubou seu projeto, meu amor. Quando eu ouvi a
conversa de vocês sobre alguém ter acesso aos meus documentos, eu me
lembrei que, quando eu fui fazer a transferência dos dados de um celular para
o outro, eu salvei as coisas na nuvem. O Henrique tinha a minha senha. Na
hora, eu liguei os pontos. As coisas que ele disse no dia anterior, então,
fizeram sentido. Ele me disse que me daria tudo o que você me dá. A culpa
foi minha! Me perdoa, por favor! – e chora, desesperada. Abraço-a.
– Não é culpa sua!
– Nós já cansamos de dizer isso a ela. Mas ela se culpa pelo prejuízo e
pelo erro de ter salvado algo da empresa no arquivo pessoal. Mas aquele filho
da puta teve o que mereceu! – Bernardo esbraveja, nervoso.
– O que aconteceu? – Frederico questiona, enquanto tento acalmar
Beatriz.
– A Bia ligou pra mim, desesperada, pedindo ajuda, já que trabalho
aqui perto. Vim pegá-la e nós ligamos para as meninas. Precisávamos
confrontar o Ike. – fala Cristina. – Aí, a Babi e a Fafá foram correndo pra
frente do trabalho dele. Nós não quisemos envolver os meninos porque são
amigos dele.
– Éramos! – fala Bruno. Os outros concordam e fico bastante
surpreso.
– A Bia ligou pra ele e pediu pra ele descer. Quando conversamos
com ele, ele confirmou que tinha entrado nos e-mails dela e na nuvem,
porque ele achou que vocês estivessem juntos antes de eles terem terminado
o relacionamento. – Bárbara diz.
– E aí, ele viu o projeto e resolveu se vingar de você e, ao mesmo
tempo, achou que, com o dinheiro, a Bia voltaria pra ele.
– Que ódio desse filho da puta! Achou que minha irmã ia se vender.
Gordo desgraçado!
– Bê! – Beatriz interrompe. Sei que ela chamou atenção porque ele o
chamou de gordo. Está preocupada que eu me ofenda. Ela me olha.
– Ele é um filho da puta, Bia! – sorrio e acaricio o rosto dela,
balançando a cabeça para dizer que está tudo bem.
– Fica calmo! Aí, eu pedi a ele que desfizesse aquilo e ele disse que
não. Nós discutimos e ele ficou irredutível.
– É! Ele estava com muita raiva de você, Phil. – Fátima fala. – Disse
que você e o Fred humilharam ele. Que iria se vingar. – sei que foi por causa
dos carros.
– Eu tentei, mas não consegui convencê-lo. Eu disse que aquilo foi
uma brincadeira, que tinha sido ideia minha, que não era culpa de vocês, mas
ele estava irredutível. Ele deixou a gente na porta e voltou pro trabalho.
Ficamos lá na porta, vigiando se ele ia descer para o almoço, e nada.
Pegamos um lanche lá na frente e fomos procurar como desfazer o registro.
Resolvi pedir ajuda do Bê, que foi procurar a legislação e ligou pro professor
dele.
– Aí, meu professor conhecia um chefe lá no INPI e ele disse que
ainda era provisório o registro, que estava para aprovação e que tinha o
pedido de registro daqui também. Disse que se ele apresentasse a renúncia
que ficaria tudo certo. Daí fui preparar o documento enquanto as meninas
ficaram de tocaia.
– Só que o desgraçado saiu no fim da tarde e nem deu ouvidos pra
gente. Disse que não ia fazer a renúncia. Que queria ferrar com vocês! Entrou
no carro e saiu. Fomos pra casa e resolvi contar pro Caco. Ele ligou pros
meninos e todo mundo foi pra lá.
– A gente ficou revoltado com ele! Porra! A gente se conhece desde
crianças. Ele não podia fazer uma merda dessas contigo e com a Bia!
Caralho, isso é roubo! – Bruno se exalta.
– Daí, a gente achou que fosse só conversar com ele, que resolveria.
O cara era nosso amigo, a gente ia fazê-lo voltar à razão. – Carlos retoma,
indignado.
– Sim. Daí, ligamos pra conversar com ele e ele não mudava de
opinião. Tava injuriado! Aí, falei que ia lá falar com ele, que íamos tomar
uma cerveja e ele ia deixar a raiva e o ciúme de lado. – Marcelo continua. –
Quando eu cheguei na casa dele, cadê o filho de uma égua?! A mãe dele disse
que ele tinha ido viajar, de emergência. Que tinha acontecido algo no
trabalho. Fiquei puto e voltei para casa do Caco e da Babi. A Bia se
desesperou e quis ir lá, conversar com a dona Mirtes.
– Aí, ela se assustou, mas defendeu o filho. O seu Miguel também e
não queriam dizer onde ele estava. Diziam que era um mal entendido. Aí, a
Fafá disse que ele ia ser preso por roubo. Que estava mexendo com uma
empresa milionária. Inventou uma estória mirabolante!
– Falei que vocês iam dar uma coça nele e que tinham advogados
fodidos e iriam acabar com a carreira dele e ele ia ser preso! A Dona Mirtes
se assustou resolveu falar que ele tinha dito que ia pra casa do primo dele no
interior. – Explica Fátima.
– Nós estávamos todos mortos de cansaço. Fomos dormir e
resolvemos ir pra lá no dia seguinte cedo. A Bia só chorava, pra dizer a
verdade. – Bernardo diz olhando para mim. – Ela dormiu comigo.
– Por que eu não pensei nisso?! Eu estava tão desesperado, mas o
tempo todo eu achei que você fosse voltar pra casa! – Falo.
– Ela estava com vergonha de vocês. Queria voltar com tudo
resolvido. Queria consertar o erro dela. Ela é uma teimosa, você vai descobrir
isso com o tempo... – Bernardo explica e sorri. Sorrio junto, acariciando o
rosto dela.
– De manhã, fomos para o interior. Eu, o Bê, a Fafá e o Celo. Ele nem
tinha aparecido lá! O primo dele disse que ele tinha pedido pra confirmar que
ele estava lá, caso a gente ligasse, mas a Fafá o assustou também, e ele disse
que achava que ele poderia ter ido pra fazenda dos tios dele. O sinal era uma
porcaria e não sabíamos como chegar lá. – Beatriz explica.
– É! Aí, eu consegui falar com o Caco, que foi junto com a Babi atrás
da dona Mirtes. – Complementa, Marcelo.
– Mas não adiantou! Não consegui convencer aquela velha chata! –
fala Bárbara, nervosa.
– Aí, eu e o Bruninho fomos lá também e, por um acaso, o pai do Ike
faz alguns trabalhos pro meu pai. Pedi ajuda do velho e ele forçou a barra
com o seu Miguel e ele resolveu dar o endereço do irmão dele. Lá fomos nós
quatro pro meio do mato... – Cris fala e mostra a roupa suja.
– Na estrada, conseguimos contato com o Bernardo e paramos para
esperar os quatro chegarem. Já era noite e estávamos numa cidadezinha de
merda, que nem sinal de internet pegava. Dormimos numa espelunca
xexelenta e saímos cedo. – fala Carlos.
– Tentamos dormir, né?! Porque nunca vi tanto pernilongo na vida! –
fala Fafá, rindo. Rimos junto.
– Cara, pensa numa estrada ruim! Multiplica! – fala, resignado,
Bruno.
– E a poeira?! A gente nem conseguia ver se vocês estavam na frente
ainda ou se tínhamos nos perdido! – Marcelo ri.
– Depois de umas duas horas, e de errarmos o caminho umas cinco
vezes, a gente achou a merda do lugar! – esbraveja Bernardo. – A primeira
coisa que fiz quando aquele babaca apareceu foi dar um murro na cara dele! –
e mostra a mão imobilizada.
– Mas olha o tamanhinho do Bê e olha pro Ike! – Fafá ri. A gente cai
na gargalhada.
– Pelo menos fiz o nariz dele sangrar um monte e quebrei os óculos! –
eu e ele damos um soquinho um na mão do outro comemorando.
– Ele ficou com o olho roxo, pequeno Mike Tyson. Você arrebentou!
– fala Bárbara, rindo.
– Devia ter deixado o Celo bater, cunhadinho! – eles riem.
– A gente disse a mesma coisa! – fala Cristina, rindo.
– Mas eu que segurei o touro bravo! Ele queria bater no Bernardo! –
fala Marcelo, rindo. Daí, dei um mata-leão nele!
– Mas o melhor foi a Bia! – Marcelo zoa. Todos caem na gargalhada.
– O que foi?! – ela me olha com carinha de sapeca. A cara de santinha
que eu amo tanto.
– Eu fiquei nervosa! Ele te prejudicou e ainda queria bater no Bê! –
fala, com vozinha.
– O que você fez, meu amor?
– Eu bati nele! – fala, com a vozinha fofa, toda orgulhosa. Olho com
as sobrancelhas levantadas. Essa coisa miúda batendo naquele gordo?!
– Você não noção, Phil! Foi a cena mais engraçada da minha vida!
Ela dava tanto tapa nele... E não escolhia o lugar não! Era na cara, nos braços,
no peito, onde pegasse! Agora, pensa: esse micro ser fazendo isso?! Parecia
uma galinha garnisé desembestada! – Marcelo gargalha. Todos gargalhamos.
Que orgulho da minha baixinha! – E eu fiquei segurando os braços dele com
medo dele revidar. Se ele desse um tapa nela, ela ia voar longe! Mas ele só se
defendia e pedia pra ela parar.
– Foi muito engraçado e ela estava tão nervosa, mas tão nervosa, que
a gente queria rir e se segurava com medo de ela ficar zangada com a gente
também! – fala Cris, rindo.
– Quando ela finalmente cansou, ela teve uma crise de choro. Falou
um monte de coisas pra ele. Um monte! Acho que ela desentalou tudo o que
guardou nesses quase onze anos! Aí, foi o merda quem chorou. – fala
Bárbara.
– E a gente junto... – Fátima completa.
– Foi foda... – concorda, Cristina.
– Daí, todos nós conversamos com ele. Pedimos pra ele voltar atrás.
Pra ele não se sujar por causa disso, porque, além de perder os amigos, iria
sujar a carreira, perder o respeito das pessoas! – explica, Carlos.
– A sua baixinha disse que iria à polícia registrar ocorrência, que iria
processá-lo. Que o Dr. Joel iria acabar com a raça dele na justiça, e que iria
provar que ele tinha roubado! Disse que iria fazer um escândalo e iria fazê-lo
perder o emprego! – Bernardo fala, orgulhoso. Abraço apertado minha
baixinha. Minha baixinha!
– Minha baixinha é muito brava! Tô começando a ficar com medo de
você! – brinco, e todo riem.
– Ele aceitou voltar com a gente. Mas para garantir, eu, o Bruninho e
o Celo fomos no carro dele e dormimos com ele na espelunca xexelenta! –
Bernardo explica.
– Aí, descobrimos que, além dos pernilongos, também tinha aranhas,
grilos, lagartixas... – relembra, Fátima, fazendo drama, e todos rimos.
– Mas, pelo menos, o dono era legal. Até levou o Bê no posto de
saúde, pra olhar a mão dele. – fala minha pequena.
– Verdade! Hoje cedo voltamos pra cá e fomos direto pro INPI! Eu
estava com a renúncia pronta. Lá, conseguimos achar o amigo do meu
professor e ele nos ajudou a registrar. Disse pra trazer esse documento pro
senhor, Dr. Joel. E falou que já podia solicitar novamente o registro. –
Bernardo fala. – Promete que vai perdoar a minha irmã? Nunca a vi chorar
tanto! Nem comeu e nem dormiu direito.
– E você acha que meu irmão estava diferente?! – Frederico fala,
sorrindo.
– Eu não tenho que perdoar nada! Não foi culpa sua! Eu nunca
duvidei de você, meu amor! Eu sabia que tinha acontecido alguma merda... –
falo, olhando nos olhos dela. Ela chora. – Eu só queria que você não tivesse
me deixado de fora, que tivesse confiado em mim!
– Eu estava com tanta vergonha e eu nunca achei que fosse ser essa
saga toda! Eu achei que voltaria antes da reunião de sexta com tudo pronto. E
eu não queria te dizer nada no sábado, antes, quando fomos viajar, porque eu
fiquei com medo da sua reação.
– Poderia ter falado comigo, cunhadinha!
– Eu achei que você não acreditaria em mim, Fred.
– Eu te devo um pedido de perdão. Eu confesso que fiquei com medo
de que você magoasse meu irmão.
– Você estava certo! Você tinha que protegê-lo! Eu não esperava nada
de diferente de você! – e sorri pra o Fred.
– Então, você me perdoa?
– Claro que sim! – ele a abraça. – Pode ser que eu tenha lido seus e-
mails e mensagens que estavam na tela, vasculhado seu computador... – ela
fica um tomate e olha pra ele.
– Fred do céu!
– Mas serviu pra eu perder minhas esperanças com você, não dá pra
competir com o meu irmãozinho garanhão! – E ri. Ela tampa o rosto,
envergonhada, e todos caímos na gargalhada. Puxo-a, abraçando–a.
– Não dá mesmo! Ele é o melhor em tudo! – fala, me olhando nos
olhos. Sei que ela realmente acha isso.
– É você quem é, minha santinha boxeadora! – ela ri e me beija. – Te
amo tanto!
– Também te amo! Obrigada por confiar em mim. – e olha pra Klaus.
– Obrigada, Santa! Eu sei que você também confiou em mim!
– Você é minha baixinha! Não dele! – e a abraça. Sorrio.
Eu contei a ela, por mensagem, que todo o tempo o Klaus a tinha
defendido. Sei o quanto ela gosta dele. Também havia dito que o Frederico
havia caído em si e que os outros aguardavam que ela retornaria com a
solução. E que, se isso não acontecesse, que nós tínhamos outras opções. Eu
queria que ela se sentisse confortável para voltar.
– Eu queria agradecer a vocês, por ajudarem minha santinha e por
cuidarem dela por mim! Por terem se arriscado e passado por toda essa
novela mexicana para nos ajudar! Eu não sei nem como agradecer...
– A gente quer beber muito! Em Vegas, Phil! – Fátima brinca.
– A gente vai! Prometo, além da bebida, avião, hotel, comida,
passeios, tudo que vocês quiserem fazer! Tudo por nossa conta! É o mínimo
que podemos fazer para agradecer! Vai ser nosso fim de semana especial! O
fim de semana mais feliz da minha vida e eu quero que seja perfeito! Não
poderíamos ter companhias melhores conosco. – eles comemoram, sem
acreditar. Todos nos abraçam empolgados. Não consigo segurar minha
emoção. Minha baixinha me beija e sinto meu irmão acariciando meu ombro.
Prólogo.
Philipe

Duas semanas depois, estamos em Las Vegas. Deu tudo certo para vir
a minha família, a da Bia e todos os nossos amigos. Fizemos vários passeios
pela cidade. Nenhum deles conhecia a cidade. Conhecemos cassinos, eu e os
caras dirigimos uns carrões no autódromo; as meninas foram às compras.
À noite, nosso casamento foi celebrado pelo Elvis. Chorei muito
quando meu sogro entrou com a minha santinha. A noiva mais linda que já vi
na vida! Fred tinha preparado uma super-recepção e um show para irmos. O
pessoal adorou!
– Hoje foi, certamente, o dia mais feliz da minha vida! Nem acredito
que você é oficialmente minha, Bia Werneck!
– Eu sou sua desde aquele sorriso lindo que você me deu, quando me
pegou babando por você no hotel, há um mês!
– Eu já era seu antes de você me olhar. Eu te amo tanto!
– Também te amo tanto, meu amor! Obrigada por tudo que você faz
por mim e pelas pessoas que eu amo! Você e o seu coração de ouro! – ela fica
com os olhos cheios d’água. – Eu não poderia ter escolhido um pai melhor
para os meus filhos... – meu coração bate acelerado.
– Você prometeu que pararia de tomar pílula depois do casamento. Eu
vou poder finalmente te engravidar, minha santinha? – ela me olha, com cara
de sapeca.
– Naquele fim de semana, com a saga tentando achar o Ike, eu nem
me lembrei de tomar... Então, na segunda, em casa, eu nem voltei mais a
tomar. Por isso eu tive aquele sangramento.
– Sua safadinha! Você disse que tinha sido por causa do estresse! Isso
quer dizer que pode ser que já tenha um bebezinho aqui?! – e acaricio o
ventre dela, com o coração saindo pela boca. Ela sorri e confirma.
– E estou bem na minha semana fértil, meu marido, caso você queira
aproveitar a lua de mel e garantir que eu volte grávida pra casa... – e me olha,
safada. Abro um sorriso enorme e a levanto pela cintura. Ela me abraça pelo
pescoço.
– Você tem alguma dúvida, minha esposa linda? Se depender de mim,
nem do quarto a gente sai nesta semana! – ela ri e a beijo. Faço amor com ela
à noite e durante toda a semana.
A semana passa rápido demais. Voltamos e começo a treinar os caras,
já que aceitaram nossa inscrição no Campeonato Brasileiro e, de quebra,
fechamos a parceria do aplicativo para ser lançado junto com o torneio. O
meu retorno como jogador profissional virou assunto durante vários dias na
internet! Nosso primeiro jogo foi inclusive transmitido para a TV! Estreamos
com vitória e foi um sucesso o lançamento do app!
Na última semana, comecei a achar minha baixinha muito quietinha,
quase não tem comido, e estou começando a ficar com medo de estar me
dedicando demais ao campeonato e ela estar se sentindo preterida. Peço para
os meninos para acabarmos o treino mais cedo, para que possa ficar com ela.
Entro no quarto e ela está chorando. Meu coração quase sai pela boca.
– Meu amor, o que foi?! Você está chateada comigo? Eu sei que andei
um pouco ausente nessas duas últimas semanas. Me perdoa?!
– Você andou jogando muito ultimamente, chefe.
– Eu te falei que eu ficava psico quando competia e que era pra você
me chamar a atenção. Que você viria sempre em primeiro lugar! Por favor,
me perdoa! Eu vou mudar. – falo rápido, desesperado. Ela me olha e sorri.
– Eu também andei jogando muito com o meu chefe, sabe?! – fico
sem entender.
– Jogando comigo?! – ela faz aquela carinha fofa que eu amo.
– Sim e a gente acabou vencendo esse campeonato. Juntos!
– Santinha, eu não estou entendendo...
– Tenho um troféu pra te entregar... Talvez você queira colocar junto
com todos aqueles que você já tem.
Troféu? Ela abre a mão e me entrega um negócio parecendo um
termômetro. Olho para ela, sem entender, e ela sorri com a aquela cara e fofa
e diz com vozinha.
– A gente passou de fase, papai... – meu coração para um instante. Eu
ouvi direito?!
–Papai?! Você tá grávida?! A gente vai ter um bebê?! – ela confirma
com a cabeça. Dou um grito e a pego no colo, abraçando-a e enchendo-a de
beijos. Não consigo parar de chorar! Ajoelho-me e beijo a barriga dela. – Oi,
bebê...
– Oi, papai! Já vou nascer vendo meu papai campeão. Minha mamãe
disse que o meu papai é o melhor do mundo! Em tudo!
– O papai já te ama tanto! Você ainda não sabe, mas você tem a
melhor mamãe do mundo! Ela transformou a vida do papai e fez dele o
homem mais completo e feliz do mundo! – olho para ela. – Eu te amo tanto,
tanto... Que parece que meu coração vai explodir! Obrigada!
– Meu amor, eu que sou a mulher mais feliz desse mundo! Te amo!
Hoje e sempre!
Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar que um dia teria
tudo que sempre sonhei: uma esposa linda que me ama, uma família unida
que nos apoia, amigos queridos sempre presentes, uma empresa de sucesso, e
que, ainda, voltaria a competir e vencer! Agora, para completar, um filho a
caminho! Esse é, sem dúvida, a melhor fase do meu melhor jogo!

Fim
Palavras finais.

Cara(o) leitor(a),

Chegamos ao fim desta jornada e espero que a leitura tenha te


agradado tanto quanto a escrita me agradou!
Em que pese se tratar de um romance, toda a complexidade de cada
personagem é inspirada em sentimentos de pessoas reais, como você e eu!
Você notou, com certeza, que a trama se desenvolve em torno de dois
personagens principais – Beatriz e Philippe –, cujas vidas se entrelaçam com
diversas outras figuras que dão um tempero especial a toda a narrativa.
Para citar um exemplo, Frederico, o irmão do protagonista, é presença
constante e, sem dúvida, essencial ao desenvolvimento do romance. Acredito
que não ficaram muitas pontas soltas em relação a esse personagem, porém,
quantas coisas interessantíssimas poderíamos contar sobre ele, não?! ;)
Se você chegou até esta parte do livro, tenho certeza que é porque se
envolveu e se interessou pela leitura! Assim, tomo a liberdade de te pedir um
pequeno favor: classifique e comente sobre a sua experiência no site da
Amazon, onde você adquiriu este livro.
É rápido, fácil e você incentiva a continuidade da publicação de novos
romances! Pode não parecer, mas a sua avaliação (somente a sua!) faz
realmente a diferença!
Muito obrigada e até a próxima!

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