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Universidade Feevale

Isadora Bays da Silva


Síntia Ávila

TRANSTORNO DE HUMOR
Depressão Maior

Rio Grande do Sul


2020
Contextualização do Caso
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é a
doença mais incapacitante do mundo, atingindo mais de 300 milhões de pessoas
de todas as idades, causando-lhes sofrimento e prejudicando seu funcionamento
em seu meio social, como no trabalho, escola, família entre outros. Além disso,
casos mais extremos de depressão podem levar ao suicídio. Refletindo sobre
esses dados, foi feita a escolha dessa psicopatologia dentro da classe de
Transtornos de Humor, visando adquirir cada vez mais conhecimento sobre essa
doença que atinge tantos indivíduos no mundo de hoje.
Infelizmente, ainda há muito preconceito e estigmas em relação a
depressão e seus portadores. Ainda existe uma mentalidade de que a depressão
é uma simples tristeza. Muitos julgam a pessoa portadora desse Transtorno
como sendo alguém preguiçoso, ou ainda dramático, ou que já passou por algum
evento extremamente traumático em sua vida, como a morte de alguém amado,
guerras, pobreza, etc. Esses julgamentos podem vir a ser de pessoas da própria
família, grupo de amigos, ou até mesmo do próprio portador. E tudo isso contribui
ainda mais para o declínio de quem possui depressão, pois o mesmo pode se
sentir envergonhado e sem saber para onde recorrer.
Nesse sentido, levar as informações corretas para as pessoas em geral é
de extrema importância, desfazendo assim, esses estigmas. Portanto, nosso
desafio como futuros psicólogos é aprimorarmos nossas condutas profissionais,
a partir de embasamento teórico, prático, diálogos interdisciplinares com outras
áreas, sempre buscando informar e auxiliar a sociedade em geral.
Diversos casos de depressão são expostos pela mídia: o ator Jim Carrey,
o youtuber e humorista Whindersson Nunes, a cantora Adele, o padre Marcelo
Rossi, entre outros.
O caso do Pe Marcelo Rossi foi escolhido justamente por quebrar alguns
dos estigmas criado por pessoas acerca da depressão. O fato de ser um famoso
religioso devoto, sempre muito alegre e sorridente, com milhões de livros
vendidos, faz com que as pessoas fiquem chocadas ao saber que o mesmo foi
portador do diagnóstico de Depressão Maior. Em seus próprios relatos o Pe
conta que ele mesmo considerava a depressão uma frescura, somente após
passar por essa etapa que pode entender de outra maneira a psicopatologia.
Exemplos de pessoas famosas, como o de Marcelo Rossi, é um dos
meios que permitem a conversação e conscientização da sociedade sobre essa
doença. E quando falado, o tabu da depressão perde forças.
Este trabalho foi baseado em entrevista concedida ao jornal Diário
Gaúcho, entrevista ao G1 pela TV Paraíba e matéria da revista Quem Globo,
ambas de 2017.
Descrição do Caso
Padre Marcelo Rossi nasceu em São Paulo, no dia 20 de maio de 1967.
Filho de Antônio Rossi e Wilma Rossi, tem duas irmãs. Em 1989 formou-se em
Educação Física, e em seguida concluiu o curso de Filosofia e Teologia na
Universidade Nossa Senhora da Assunção e na Faculdade Salesiana de Lorena,
respectivamente. Em 1994, foi ordenado Padre, transformando-se em um dos
expoentes do Movimento Católico do Brasil, hoje com apresentações no rádio,
televisão e plataforma online.
Padre Marcelo Rossi faz parte da ala da Igreja Católica denominada
Renovação Carismática Católica. Considerado um grande incentivador do
catolicismo, dotado de carisma, celebra suas missas com mensagens e músicas
que inspiram muitos fiéis. Autor de livros e diversos DVDs, intitulados ao
propósito de levar a palavra de Deus ao maior número de pessoas possíveis
Entretanto, este exemplo de Padre Marcelo Rossi mostra-nos que nem
todo o sucesso, os milhões de livros e discos vendidos, a admiração de
multidões, livraram-no de um mal chamado depressão.
Conforme relatado à apresentadora Carla Arantes da TV Paraíba, em
meados de 2013, o padre foi acometido pela depressão: “Passei minha pior fase
durante sete meses e 22 dias”. Segundo ele, atribui o início da psicopatologia à
um desequilíbrio nos pilares da sua vida: “Me deparo com questões extremas:
abuso sexual, pedofilia, violência… escutava e não dava conta”. Somado a uma
série de problemas decorrentes da fama. Também acrescenta: “Apenas orava e
não fazia aquilo em que era formado: Educação Física, estava sem me exercitar.
De 80 e poucos quilos, cheguei a uns 130. Durante a minha depressão, eu me
acomodei”.
Ao notar seu peso aumentar, iniciou uma dieta restritiva por conta própria:
“Depois, comecei a perder, perder, fiz uma dieta maluca, comendo alface e
hambúrguer. “Fui ficando cada dia mais magro”, afirmou o padre em entrevista
ao Diário Gaúcho.
Outro sinal que percebeu foi a insônia, diz: “Em quarenta e oito anos de
vida nunca tive problemas com o sono. Mas ali foram meses que eu não
conseguia dormir direito.”
No programa De Frente com a Gabi, em 2014, o sacerdote desabafa “ O
pior são os pensamentos auto destrutivos. Tenho um caso de suicídio na família,
meu avô tirou a própria vida. E eu cheguei a pensar nisso…”
Apesar de tantas questões sempre se manteve devoto e nunca
questionou sua fé: “Nunca deixei de realizar minha função de padre, porém não
sentia mais alegria. A missão virou profissão.” Revelou também que tinha
preguiça de rezar o terço e contava as horas para acabar a missa, isolando-se
de pessoas queridas. “Não deixei de ir em nenhum compromisso, mas já não
fazia com amor. Senti que algo estava errado quando o Papa Francisco veio aqui
e eu não cantei para ele. Foi aí que me dei conta e pensei: “Preciso me tratar”.
A ajuda veio através de sua rede de apoio: amigos, familiares e
profissionais. Voltou ao exercício físico, orações, amparou-se na música e
escreveu o livro denominado Philia, publicado em 2015, que relata a melhora de
sua depressão, com exemplos práticos e orações, ressaltando a importância do
amor para superar males contemporâneos.
Antes de concluir a entrevista complementa: “Tive que me libertar de uma
coisa que eu achava que não existia. Aprendi que depressão existe, sim. Durante
muitos anos, eu ajudei as pessoas a se libertarem dela, e de outras angústias. E
eu fui cair nela. Mas encaro tudo isso como uma segunda chance.”
Em vídeo disponibilizado pelo G1 na plataforma do Youtube, o padre fala
que precisamos tomar cuidado com a palavra CURA, porque a depressão é uma
luta até o final da vida.
Diagnóstico

"Depressão existe, sim", diz padre Marcelo em uma de suas entrevistas.


O padre, através de sintomas e sinais que foram observados no material
coletado, se encaixa nos critérios do Transtorno Depressivo Maior com base no
DSM-V.

Justificativa do diagnóstico

Critérios de Inclusão
Os sintomas já faziam parte da vida do padre durante sete meses, quando
então, decidiu buscar ajuda. Apresentou uma drástica mudança em relação ao
seu funcionamento anterior, para ele, uma das mudanças mais significativas foi
quando percebeu que sua missão (propósito de vida), havia se transformado em
sua profissão, e que não a fazia mais com amor. Também mostrou prejuízo em
seu funcionamento social quando, em uma de suas entrevistas, relata ter se
isolado dos demais. Além disso, apresenta mais de cinco dos sintomas, os quais
são:

1.Humor Deprimido
O humor deprimido é uma das principais características de uma pessoa
que está passando pela depressão. Sintomas como sentimento de tristeza, vazio
e desesperança podem ser relatados pelo indivíduo. Pessoas de seu núcleo
social podem observar uma mudança em sua aparência, relatando estar mais
choroso.
Esses sintomas e sinais assolam o indivíduo quase todos os dias e na
maior parte dele. “Você consegue sorrir quando está no trabalho, mas sente um
contínuo baixo nível de aflição”, relata o ator e humorista Jim Carrey que também
luta contra a depressão.
O Padre Marcelo Rossi também relatou ter sentido essa mudança de
humor, o que foi motivo de muito sofrimento para o mesmo.

2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer.


A falta de interesse nas atividades do dia é também uma das principais
características da depressão. O indivíduo perde interesse em todas, ou quase
todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias. Na maioria das
vezes são atividade que antes lhe causavam prazer.
“Eu percebi que estava com depressão quando não tinha mais alegria em
rezar a missa, eu contava as horas para acabar” diz padre Marcelo Rossi. O
mesmo também relatou sua perda de interesse no terço: “Antes eu tinha preguiça
de rezar o terço. Já ouviu falar do Terço Bizantino? (…) Fazia o Terço Bizantino
porque era mais rápido”. Homem sempre de muita fé, Pe Marcelo sempre
destacou que sua vida sacerdotal era sua missão, ou seja, fazia disso seu
propósito de vida.

4. Insônia ou hipersonia quase diária.


Sendo outro sinal muito característico da depressão, a insônia ou
hipersonia pode se tornar um terror para muitos. Padre Marcelo Rossi relatou ter
passado por essa experiência: “Fazia meses que eu não conseguia dormir
direito”, disse ainda que nunca tivera essa dificuldade antes da depressão.

5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias.


A agitação ou retardo psicomotor é caracterizada por um estado de
excitação ou atimia mental, onde as atividades motoras são aumentadas ou
diminuídas, supostamente. No caso analisado, notou-se a atimia, caracterizado
por letargia, indiferença, desânimo, perda da sensibilidade afetiva e melancolia.
Marcelo Rossi diz: “Nunca deixei de realizar minha função de padre, porém não
sentia mais alegria. A missão virou profissão.” Revelou também que tinha
preguiça de rezar o terço e contava as horas para acabar a missa, isolando-se
de pessoas queridas. “Não deixei de ir em nenhum compromisso, mas já não
fazia com amor. Senti que algo estava errado quando o Papa Francisco veio aqui
e eu não cantei para ele.”

7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada quase todos os


dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente).
O motivo pelos quais surgem os sentimentos de culpa ou inutilidade
podem vir a ocorrer por diversas razões. Um dos motivos, pode vir a ser pelo
fato de não conseguirem sair do estado emocional que se encontram, e por
necessitarem do auxílio de familiares e amigos, julgando-se um peso para esses.
No caso do Pe Marcelo, o mesmo relatou ter assistido muitas pessoas com
depressão ao passar dos anos, o que contribui ainda mais para o surgimento
desses dois sentimentos, pois, durante sua depressão, além de não poder se
ajudar, não estava mais auxiliando aos outros. Além disso, o fato de não estar
mais realizando suas atividades com amor e alegria, o fazia sentir mais culpado
ainda.

9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação


suicida recorrente.
As motivações para o suicídio podem ter como origem a ideia de pôr fim
ao estado emocional extremamente sofrido, e aparentemente sem fim, em que
o indivíduo se encontra. Pode também vir a se dar pelas supostas culpas que o
indivíduo carrega, sendo uma delas a sensação de ser um peso para amigos e
familiares que o auxiliam. Esses pensamentos variam do desejo de estar morto,
até, em casos mais graves, a criação de um plano específico para cometer o
suicídio.
O Padre Marcelo alegou ter tido pensamentos suicidas em um dado
momento de sua trajetória pela depressão. O mesmo relatou ter tido um caso de
suicídio na família, e até chegou a pensar ter herdado esses pensamentos de
seu avô. Percebe agora, que é mais um dos sintomas característicos do
Transtorno Depressivo.

Critérios de exclusão:
O Pe Marcelo Rossi não se encaixa nos critérios de exclusão, seus
sintomas não foram determinados por efeitos fisiológicos ou por alguma
substância. Nunca houve episódio maníaco ou hipomaníaco.
Reflexão Crítica
Por meio dessa temática avaliativa de casos, percebeu-se a alta
incidência da psicopatologia na sociedade moderna, principalmente transtornos
depressivos. Algo não vai bem, aliás, quais paradigmas nos servem de
referências para percebermos e atuarmos no mundo? Estamos patologizando o
sofrimento? Somos capazes de falar sobre nossos próprios sentimentos e
nomeá-los? Falar de doença implica falar em prevenção?
Devemos olhar o ser humano por inteiro, além do físico, existem
influências biológicas, psicológicas e sociais. Precisamos de diálogos, debates
e questionamentos entre diferentes áreas profissionais, visando uma melhor
compreensão do processo da patologia e normalidade. Ao passo de que um
diagnóstico em aberto possibilita investimentos, sabe-se que o diagnóstico
fechado auxilia no decorrer do tratamento, orientando também a intervenção do
profissional. Para o paciente, por sua vez, ressignificar seus fenômenos, gera
sentimento de alívio, podendo se conectar a outros semelhantes. Porém, o
grande risco consiste na identificação entre paciente e transtorno, justificando
seus atos por meio deste. Outra questão que devemos levar em consideração é
que viver numa situação patológica é comum apresentar sintomas, ou seja,
condições externas são desencadeadoras de patologias mental.
Como citado anteriormente neste trabalho, ainda há muito preconceito e
estigmas em relação a depressão e seus portadores, mesmo com milhões de
casos, que aumentam anos após ano, ocorrendo em todas as faixas etárias,
abrangendo diferentes classes sociais e se mostrando determinantemente
severa.
Estigmas são fortalecidos quando dizemos, por exemplo, que a pessoa é
depressiva. O ideal seria dizermos que o sujeito é portador de tal diagnóstico.
Apenas essa pequena atitude gera a ideia de mudança, passagem. Ou até
mesmo, que o paciente está em funcionamento compatível com o determinado
quadro. A patologia e o sujeito são distintos. Um traço ou uma característica não
toma a pessoa como um todo.
Finalmente, cabe a nós, como futuros psicólogos, continuarmos essas
indagações sejam elas individuais ou grupais, para que informações coerentes
saiam desses diálogos e cheguem até o restante da sociedade. Nosso dever é
buscar continuamente o aprimoramento teórico e técnico, pensar na prevenção
por meio de estratégias para evitar seu aparecimento, dar voz ao sujeito em
sofrimento, enfatizar a promoção da saúde mental e, acima de tudo, praticar a
humanidade.
Conclusões

O caso do Pe Marcelo Rossi, através de suas entrevistas, nas quais relata


sua experiência com a depressão, permitiu informar muitas pessoas sobre o
Transtorno Depressivo. Sua experiência de vida possibilitou a ele próprio buscar
mais conhecimento sobre o Transtorno. A visão que possuía sobre a depressão
reforça ainda mais os estigmas e preconceitos que muitos carregam até hoje:
“Achava que era frescura”, confessa ele.
Conforme DSM-5 o diagnóstico da depressão é clínico e toma como base
os sintomas descritos e a história de vida do paciente. Além de espírito deprimido
(sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias) e da perda de
interesse e prazer para realizar as atividades (anedonia), durante pelo menos
duas semanas, a pessoa deve apresentar também cinco ou mais dos sintomas
citados: alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional); distúrbio
de sono (insônia ou sonolência excessiva praticamente diárias); problemas
psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias); fadiga ou
perda de energia constante; culpa excessiva (sentimento permanente de culpa
e inutilidade); dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou
concentrar-se); ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte).
Logicamente, na linha entre o normal versus patológico devemos levar em
consideração o grau (intensidade) do comportamento e sofrimento do sujeito ou
grupo social em que ele se encontra.
Por meio deste trabalho nos deparamos com informações desconhecidas
que nos proporcionaram reflexões acerca do funcionamento individual e social.
Como futuros profissionais, cabe a nós o acolhimento, a escuta, o preparo teórico
e técnico, devendo cada vez mais uma participação social ativa, notória e
necessária. Assim como, entender o paciente em sua totalidade, buscar
vestígios, ter uma abordagem interdisciplinar e propiciar oportunidades para as
pessoas falem sobre suas sobre as emoções, basicamente é o caminho que
define nosso desafio na Psicologia.
Referência
"DEPRESSÃO existe sim": Religioso, que lança DVD após três anos de hiato, afirma
que superou o mal com muita oração, exercícios físicos e com a música.Diário Gaúcho,
5 nov. 2017. Disponível em:
http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2017/11/depressao-existe-
sim-diz-padre-marcelo-recuperado-da-doenca-9953185.html. Acesso em: 1 abr. 2020.

“Achava que era frescura”: Sacerdote falou sobre depressão, celibato e da popularidade
de padre Fábio de Melo. Quem, 28 nov. 2017. Disponível em:
https://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2017/11/achava-que-era-frescura-
diz-padre-marcelo-rossi-sobre-depressao.html. Acesso em: 1 abr. 2020.

Philia: Derrote a depressão, a ansiedade, o medo e outros problemas aplicando o Philia


em todas as áreas de sua vida. Amazon. Disponível em:
https://www.amazon.com.br/Philia-depress%C3%A3o-ansiedade-problemas-
aplicando-ebook/dp/B00TUJS6RG/ref=asc_df_B00TUJS6RG/?tag=googleshopp00-
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1683&hvtargid=pla-816062142132&psc=1. Acesso: 3 abr. 2020.

American Psychiatric Association (1994). DSM-IV: Manual de Diagnóstico e Estatística


das Perturbações Mentais (4ª Ed.). Lisboa: Climepsi Editores.
De Frente Com Gabi Padre Marcelo Rossi. Tv agora, 15 dez. 2014. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=yZqWoCR4yj0. Acesso 5 abr. 2020.

CONCEITO e diagnóstico. Rev. Bras. Psiquiatr., Rev. Bras. Psiquiatr., v. 21, ed. 1, 1999.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
44461999000500003. Acesso em: 3 abr. 2020.

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