Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRANSTORNO DE HUMOR
Depressão Maior
Justificativa do diagnóstico
Critérios de Inclusão
Os sintomas já faziam parte da vida do padre durante sete meses, quando
então, decidiu buscar ajuda. Apresentou uma drástica mudança em relação ao
seu funcionamento anterior, para ele, uma das mudanças mais significativas foi
quando percebeu que sua missão (propósito de vida), havia se transformado em
sua profissão, e que não a fazia mais com amor. Também mostrou prejuízo em
seu funcionamento social quando, em uma de suas entrevistas, relata ter se
isolado dos demais. Além disso, apresenta mais de cinco dos sintomas, os quais
são:
1.Humor Deprimido
O humor deprimido é uma das principais características de uma pessoa
que está passando pela depressão. Sintomas como sentimento de tristeza, vazio
e desesperança podem ser relatados pelo indivíduo. Pessoas de seu núcleo
social podem observar uma mudança em sua aparência, relatando estar mais
choroso.
Esses sintomas e sinais assolam o indivíduo quase todos os dias e na
maior parte dele. “Você consegue sorrir quando está no trabalho, mas sente um
contínuo baixo nível de aflição”, relata o ator e humorista Jim Carrey que também
luta contra a depressão.
O Padre Marcelo Rossi também relatou ter sentido essa mudança de
humor, o que foi motivo de muito sofrimento para o mesmo.
Critérios de exclusão:
O Pe Marcelo Rossi não se encaixa nos critérios de exclusão, seus
sintomas não foram determinados por efeitos fisiológicos ou por alguma
substância. Nunca houve episódio maníaco ou hipomaníaco.
Reflexão Crítica
Por meio dessa temática avaliativa de casos, percebeu-se a alta
incidência da psicopatologia na sociedade moderna, principalmente transtornos
depressivos. Algo não vai bem, aliás, quais paradigmas nos servem de
referências para percebermos e atuarmos no mundo? Estamos patologizando o
sofrimento? Somos capazes de falar sobre nossos próprios sentimentos e
nomeá-los? Falar de doença implica falar em prevenção?
Devemos olhar o ser humano por inteiro, além do físico, existem
influências biológicas, psicológicas e sociais. Precisamos de diálogos, debates
e questionamentos entre diferentes áreas profissionais, visando uma melhor
compreensão do processo da patologia e normalidade. Ao passo de que um
diagnóstico em aberto possibilita investimentos, sabe-se que o diagnóstico
fechado auxilia no decorrer do tratamento, orientando também a intervenção do
profissional. Para o paciente, por sua vez, ressignificar seus fenômenos, gera
sentimento de alívio, podendo se conectar a outros semelhantes. Porém, o
grande risco consiste na identificação entre paciente e transtorno, justificando
seus atos por meio deste. Outra questão que devemos levar em consideração é
que viver numa situação patológica é comum apresentar sintomas, ou seja,
condições externas são desencadeadoras de patologias mental.
Como citado anteriormente neste trabalho, ainda há muito preconceito e
estigmas em relação a depressão e seus portadores, mesmo com milhões de
casos, que aumentam anos após ano, ocorrendo em todas as faixas etárias,
abrangendo diferentes classes sociais e se mostrando determinantemente
severa.
Estigmas são fortalecidos quando dizemos, por exemplo, que a pessoa é
depressiva. O ideal seria dizermos que o sujeito é portador de tal diagnóstico.
Apenas essa pequena atitude gera a ideia de mudança, passagem. Ou até
mesmo, que o paciente está em funcionamento compatível com o determinado
quadro. A patologia e o sujeito são distintos. Um traço ou uma característica não
toma a pessoa como um todo.
Finalmente, cabe a nós, como futuros psicólogos, continuarmos essas
indagações sejam elas individuais ou grupais, para que informações coerentes
saiam desses diálogos e cheguem até o restante da sociedade. Nosso dever é
buscar continuamente o aprimoramento teórico e técnico, pensar na prevenção
por meio de estratégias para evitar seu aparecimento, dar voz ao sujeito em
sofrimento, enfatizar a promoção da saúde mental e, acima de tudo, praticar a
humanidade.
Conclusões
“Achava que era frescura”: Sacerdote falou sobre depressão, celibato e da popularidade
de padre Fábio de Melo. Quem, 28 nov. 2017. Disponível em:
https://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2017/11/achava-que-era-frescura-
diz-padre-marcelo-rossi-sobre-depressao.html. Acesso em: 1 abr. 2020.
CONCEITO e diagnóstico. Rev. Bras. Psiquiatr., Rev. Bras. Psiquiatr., v. 21, ed. 1, 1999.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
44461999000500003. Acesso em: 3 abr. 2020.