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FACULDADE DE ENFERMAGEM
Departamento de Enfermagem Básica
Disciplina Administração em Enfermagem I
1semestre 2013
1 - Objetivos
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Este texto foi elaborado como material instrucional para a Disciplina Administração em Enfermagem I,
para os acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem do 6º período da Faculdade de Enfermagem da
Universidade Federal de Juiz de Fora.
Pedimos que caso haja o interesse em utilizar este material para outro fim seja citada a fonte, para manter
contato com o autor utilize o seguinte e-mail: rosangela.greco@ufjf.edu.br
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Enfermeira, Doutora em Saúde Pública, Professor Associado do Departamento de Enfermagem Básica da
Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora.
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Enfermeira, Professora Substítuta do Departamento de Enfermagem Básica da Faculdade de Enfermagem
da Universidade Federal de Juiz de Fora.
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A importância da Administração de Materiais pode ser demonstrada, por
exemplo, quando se observa o quanto os materiais representam em termos de
destinação de recursos nas organizações. Em uma empresa os recursos materiais
chegam a representar 75% do capital, e em instituições de saúde significam cerca de
45% das despesas (CASTILHO; LEITE 1991).
Nas instituições de saúde o papel da Administração de Materiais não é diferente
das demais organizações, pois o seu objetivo é coordenar as atividades de compra,
armazenamento, distribuição e controle, de modo a que se garanta o suprimento de
todas as áreas do serviço. Sendo que sua interrupção pode ser atribuída a fatores
como insuficiência na quantidade ou falta de qualidade dos materiais.
Atualmente a administração de recursos materiais tem sido motivo de
preocupação nas instituições de saúde, tanto na rede pública como na privada, que
complementam o SUS. As organizações privadas, sujeitas às regras de mercado
precisam gerenciá-los com preços competitivos em relação ás demais instituições. Em
contrapartida, temos o setor público, que com orçamento restrito, precisa de maior
controle do consumo e dos custos para que sua escassez não reflita na privação dos
funcionários e pacientes ao acesso a esses materiais e consequentemente à uma
assistência de qualidade (CASTILHO; GONÇALVES, 2005).
Portanto, para que não haja falta de material que leve ao prejuízo da assistência
à saúde, e tão pouco para que não haja excessos que elevem os custos, os materiais
devem ter as suas quantidades e qualidades planejadas e controladas (PATERNO,
1991).
Dessa forma, “a administração de materiais (AM) consiste em ter os materiais
necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo certo à disposição dos
órgãos que compõem o processo produtivo...” (CHIAVENATO, 1991).
Contudo, é necessário que se compreenda os conflitantes interesses envolvidos
na administração de materiais:
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doença, o que pode ser expresso através da assistência à saúde (QUEIROZ; SALUM,
1996).
Os enfermeiros ao prestar a assistência à saúde utilizam recursos materiais,
cabendo historicamente a eles a responsabilidade pela previsão, provisão, organização
e controle desses materiais em suas unidades de trabalho (CASTILHO; LEITE 1991).
Segundo FONSECA (1995), “o fato de o enfermeiro participar da implementação
de grande parte dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos no hospital, coloca-o
na condição de desempenhar papel importante na AM. A introdução de novas
tecnologias, novos materiais e equipamentos na prática assistencial, tem exigido dos
profissionais de saúde, em particular do enfermeiro, a adoção de um esquema que
permita o conhecimento e avaliação dos materiais e equipamentos disponíveis no
mercado, no sentido de garantir uma opção que colabore com a manutenção/ elevação
da qualidade da assistência.”
A esse respeito ainda BARA (1997) coloca que “não se pode pensar que a
efetividade da AM é garantia para uma assistência de qualidade, mas principalmente a
forma como o enfermeiro se responsabiliza e gerência os recursos materiais vai
repercutir na qualidade da assistência”.
Assim, pode-se concluir que a atividade da AM realizada pelo enfermeiro deve
ter como objetivo a melhoria da assistência à saúde de indivíduos e comunidade bem
como as condições de trabalho das equipes de enfermagem e de saúde.
Entretanto, o enfermeiro deve ter o cuidado de não transformar a AM por ele
desenvolvida em uma atividade burocrática que vise unicamente a manutenção dos
interesses financeiros da instituição (CASTILHO; LEITE 1991).
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Como já foi dito anteriormente a competência e responsabilidade pela AM nas
unidades de enfermagem é do enfermeiro, que para realizar essa atividade desenvolve
as funções de: previsão, provisão, organização e controle através da determinação e
especificação dos materiais e equipamentos; estabelecimento da quantidade de
material e equipamento; análise da qualidade dos materiais e equipamentos;
determinação dos produtos a serem adquiridos; estabelecimento de um sistema de
controle e avaliação; acompanhamento do esquema de manutenção adotado pela
instituição; adoção de um programa de orientação da equipe de enfermagem, sobre o
manuseio e conservação de materiais e equipamentos e atualização de conhecimentos
sobre os produtos utilizados na assistência à saúde e lançados no mercado
(FONSECA, 1995).
5.1 – Previsão
5.2 – Provisão
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mas pode ocasionar falta de material caso não seja observado,
constantemente o nível mínimo de estoque.
Sistema de reposição por quantidade e tempo: é estabelecida uma
cota para um determinado tempo, e em uma época predeterminada, é feita a
solicitação de materiais na quantidade necessária para repor o estoque. Esse
sistema colabora para o não-esquecimento da emissão de solicitação de
material e evita o aumento de estoque, sua realização depende de que se
disponha de estudo frequente da previsão de materiais.
Sistema de reposição imediata por quantidade: os materiais são
encaminhados diariamente ou com uma frequência ainda maior, para a
unidade, de acordo com o consumo. Um inconveniente nesta forma de
reposição é quando ocorre o esquecimento do débito de material, ficando a
unidade desfalcada.
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de patrimônio e quantidade; fichas técnicas e atualmente o uso do computador
(CASTILHO; LEITE 1991).
No entanto, independente do sistema adotado para controle de
materiais, é preciso analisar o comportamento do consumo mensal de cada
serviço, observando as razões que justificam as variações de consumo, tais
como as alterações no número de atendimento ou na taxa de ocupação, as
ocorrências sazonais das doenças e o número de alunos, entre outros
(CASTILHO; GONÇALVES, 2005).
Para que se possa ter o controle dos materiais, antes de mais nada, é
necessário que se tenha uma relação dos mesmos, o que se consegue através
do inventário que consiste na “verificação de todo o material para comprovar a
existência e a exatidão dos estoques registrados (saber o que se tem, o
necessário para atender à demanda e o que comprar – controle)” (GAMA,
1997).
Através do inventário tem-se dados corretos e precisos sobre o
patrimônio do hospital, o que é necessário para que se possa realizar
planejamentos objetivos e para evitar gastos e desperdícios desnecessários.
Os inventários podem ser gerais – realizados no final do exercício fiscal
da empresa, através da contagem de todos os itens do estoque, não
possibilitando reconciliações ou ajustes, nem a análise das causas das
diferenças - e os rotativos - realizados através de uma programação mensal
para determinados itens a cada mês, sem necessidade de paralisação do
serviço, possibilitando a análise das causas e diferenças e, portanto, um
melhor controle (CHIAVENATO, 1991).
No SE para que o enfermeiro possa ter um controle mais efetivo, o
inventário pode ser realizado, através da verificação semanal e de necessidade
de manutenção dos materiais e equipamentos (GAMA, 1998).
Para que a equipe de saúde possa desenvolver as suas atividades, ou
seja, prestar uma adequada assistência à saúde de indivíduos e comunidade, é
necessário que os equipamentos existentes na unidade estejam em perfeito
funcionamento, garantindo dessa forma não apenas a assistência, mas
também a segurança de quem está utilizando o equipamento.
Esta atividade, que consiste em manter os materiais e equipamentos em
perfeitas condições de funcionamento nos momentos em que são necessários,
chama-se manutenção e para que ela ocorra é necessário que assim que a
enfermagem ou equipe de saúde perceba alguma irregularidade no
equipamento, o mesmo seja encaminhado para o serviço de consertos e
reparos. (CASTILHO; LEITE 1991).
Existem dois tipos de manutenção: a preventiva que é realizada
periodicamente nos equipamentos com o objetivo de se detectar e evitar que o
mesmo venha a apresentar defeitos ou mau funcionamento e a reparadora
que é realizada após o aparelho ter apresentado algum problema tendo como
objetivo restaurar, corrigindo o defeito apresentado pelo mesmo (CASTILHO;
LEITE 1991).
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área administrativa nos aspectos técnicos e nas ações locais (CASTILHO;
GONÇALVES, 2005).
A atuação do enfermeiro no processo de compras de materiais nas
instituições se dá através da atuação em comissões de licitação, ou
informalmente através da opinião sobre o tipo, à quantidade e à qualidade dos
materiais a serem utilizados.
Existem várias modalidades de compra, em instituições privadas é
costume haver uma negociação direta entre o serviço de compras e os
fornecedores, já nas instituições públicas normalmente segue-se um processo
de licitação.
Segundo CASTILHO;GONÇALVES (2005), licitação é “o procedimento
administrativo regido por legislação específica, utilizado para aquisição ou
alienação de bens e serviços, com os objetivos de garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia e de selecionar a proposta mais vantajosa
para a administração (Art. 3º da Lei nº 8666/93). Na licitação deve-se fazer uma
descrição/especificação detalhada do material que se deseja adquirir sem
indicação da marca, a não ser em casos excepcionais.
Segundo os mesmos autores, as modalidades de licitação constantes na Lei
8.666/93 são:
Convite - É para no mínimo três interessados que trabalhem com o
material requisitado, podendo ser cadastrados ou não, escolhidos pela
instituição. Indicada para a compra de valores baixos, estabelecidos pela Lei.
Tomada de preços É realizada somente entre interessados
previamente cadastrados na instituição. Indicada para aquisições de valores
médios, estabelecidos pela Lei.
Concorrência – É uma modalidade entre quaisquer interessados que,
na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possui requisitos mínimos
de qualificação exigidos no edital, para aquisição de valores altos.
Concurso – utilizado entre quaisquer interessados para escolha de
trabalho técnico, científico ou artístico.
Leilão – utilizada entre quaisquer interessados para venda de bens
móveis inservíveis para a administração ou produtos legalmente apreendidos
ou penhorados.
Além dessas, atualmente tem sido utilizado o pregão que “é uma
modalidade de licitação mais recente, instituída pela Lei 10.520, de 17 julho de
2000. A opção por essa modalidade, independente do valor estimado da
contratação e da disputa pelo fornecimento de bens e serviços comuns, é feita
por meio de propostas e lances sucessivos em sessão pública. Essa
modalidade vem ganhando espaço na Administração Pública por ser um
processo mais dinâmico, que proporciona maior competitividade entre os
concorrentes e maior transparência à gestão de compras, visto que a
negociação é realizada em sessão pública” .
A principal e básica diferença entre as licitações tradicionais, ou seja, as
modalidades de licitações, Concorrência, Tomada de Preços e Convites, é o
valor e/ou complexidade da licitação. O que não se aplica a Pregão, pois para
essa modalidade não há limites de valores.
A escolha de uma modalidade ou outra para compra de materiais se dá
de acordo com o valor estimado, e a urgência na aquisição, como por exemplo,
nos casos em que a falta do material significa um prejuízo na assistência à
saúde do paciente, sendo que a tomada de preços e o convite são as
realizadas mais rapidamente.
O tempo de reposição varia de acordo com o sistema de compra da
instituição. Os hospitais públicos, que realizam processo de licitação, levam
cerca de quatro a seis meses, entre o início do processo de compra e até o
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recebimento, armazenagem e distribuição interna do material. Com a adoção
do processo e pregão, o tempo tem diminuído para cerca de um mês
(CASTILHO; GONÇALVES, 2005).
6.1– Padronização
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Trabalho. Além de poder recorrer às diferentes especificações do fabricante,
presentes nos manuais de instrução (CASTILHO; GONÇALVES, 2005).
7 – Preparo do pessoal
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O trabalho em enfermagem se caracteriza por ser um trabalho em equipe e na
administração de materiais a participação de todos na avaliação dos produtos que
estão sendo utilizados, ou na aquisição de um material ou equipamento novo é muito
importante.
É necessário que toda a equipe conheça os materiais e equipamentos, sabendo
como utilizá-los corretamente, o que pode ser conseguido através de treinamentos e
educação continuada, visando a própria segurança, dos pacientes, a conservação e
manutenção dos materiais, contribuindo para o controle dos custos evitando-se assim o
uso indevido e o desperdício do material (FONSECA, 1995; BARA, 1997).
8- Conclusão
É importante ressaltar que as funções do enfermeiro em relação ao
gerenciamento de materiais em serviços de saúde devem ser realizadas tendo como
objetivo a melhoria ou aprimoramento das condições de assistência aos usuários e de
trabalho da equipe de enfermagem e de saúde, e não como uma atividade apenas
burocrática, tendo como meta a preservação dos interesses econômicos das
instituições.
O enfermeiro, enquanto responsável pelas unidades onde atua, tem papel
significativo no gerenciamento de recursos materiais dessas unidades, participando
tanto na avaliação quantitativa quanto qualitativa. Tais ações envolvem a previsão,
provisão, organização e controle dos recursos materiais. Cabe ainda destacar quão
importante é o enfermeiro estar sempre atualizado quanto às inovações assistenciais
em saúde, podendo assim contribuir na utilização de novos materiais ou até avaliar o
impacto nos custos com a introdução de novas intervenções.
Outra função essencial consiste no preparo da equipe para adequado manuseio
dos materiais utilizados na unidade, melhorando o aproveitamento desses, garantindo
segurança para paciente e equipe e minimizando os custos envolvidos.
9 - Referencias
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PESTANA, F. B. (coord). Dicionário prático da língua portuguesa. São Paulo,
Melhoramentos, 1994.
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