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08/02/2023

BASES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
PARA A INVESTIGAÇÃO/COLETA DE
DADOS DE ENFERMAGEM
ENTREVISTA

Profa. Dra. Patrícia Bodnar Giuntini


Disciplina: Metodologia da Assistência de Enfermagem

OBJETIVO DESTA AULA:


Relacionar as bases teórico-metodológicas e a construção do
instrumento de coleta de dados para a execução da entrevista.

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BASES TEÓRICO-METODOLÓGICAS PARA


A INVESTIGAÇÃO/COLETA DE DADOS DE
ENFERMAGEM

 A p l i c a ç ã o de modelos teóricos na enfermagem


Teoria, no grego, quer dizer “visão”. Constitui uma
forma sistemática de olhar o mundo, para
descrevê-lo, explica-lo, prevê-lo ou controla-lo.

REALIDADE, CIRCUNSTÂNCIA em que vivemos


precisa ser INTERPRETADA.

Necessidade de atribuir significados para poder


interagir com ela. Sem interpretação, compreensão
ou explicação, não sabe como abordá-la ao exercer
as atividades.

Essa COMPREENSÃO ou EXPLICAÇÃO é feita pela


ELABORAÇÃO DE MODELOS e TEORIAS, os quais
organizam a nossa PERCEPÇÃO e INTERPRETAÇÃO
DO MUNDO.

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 A p l i c a ç ã o de modelos teóricos na enfermagem


O que são teorias de Enfermagem?

TEORIAS DE ENFERMAGEM são instrumentos de trabalho que abordam uma linha


de conhecimentos científicos com visões sobre o PROCESSO SAÚDE DOENÇA e a
EXPERIÊNCIA DO CUIDADO TERAPÊUTICO.
Assim, quando a enfermagem adota uma das TEORIAS DE ENFERMAGEM, deixa de
ter uma ASSISTÊNCIA BASEADA em conhecimentos empíricos para adotar uma
assistência orientada por CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS passando a se chamar
Enfermagem Científica.
São compreendidas como um conjunto de conceitos e princípios da ciência de
enfermagem, com o objetivo de descrever, explicar, prever ou prescrever o cuidado
de enfermagem.

 A p l i c a ç ã o de modelos teóricos na enfermagem


Teorias de Enfermagem e a Sistematização da
Assistência de Enfermagem

Para implantar a Sistematização de Assistência de


Enfermagem (SAE) é necessário escolher uma teoria de
enfermagem para fundamentar o Processo de
Enfermagem em suas etapas.

O Processo de Enfermagem é entendido como um


método para a organização e prestação do cuidado de
enfermagem.

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 A p l i c a ç ã o de modelos teóricos na enfermagem

Teorias de Enfermagem – Objetivos:

 Direcionar o pensamento do enfermeiro,


sua observação e interpretação da
realidade;
 Fornecer estrutura que atenda às
necessidades individualizadas do cliente,
família e comunidade por meio do
processo de enfermagem;
 Nortear o domínio das responsabilidades
da enfermagem;
 Permitir aos profissionais documentar
serviços e resultado.

 Enfermagem

Florence Nightingale – 1ª. Teorista de Enfermagem


Fez a proposta mais antiga (há mais de um
século) – Teoria do Ambiente
1950: inicia-se o movimento de organização
formal de modelos conceituais e TEORIAS DE
ENFERMAGEM.
Década de 1960 a 1070: crescimento importante
no desenvolvimento das teorias de enfermagem
(Grandes Teorias)  Alto grau de abstração e
muitos conceitos  dificuldade de compreensão e
transposição para a prática profissional.
Ensino sobre teorias na formação do
enfermeiro Superficial.

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 Enfermagem
A partir da década de 80
Teoria mais facilmente aplicáveis na prática
clínica (Teorias de médio alcance) 
aproximação da teoria á prática de
enfermagem e diminuir esta lacuna.
Possuem conceitos e proposições mais
concretas que podem ser mais
facilmente testáveis na prática.
 Final dos anos 90
Surgiram as teorias práticas aplicadas e
limitadas às populações ou situações
específicas com finalidade de guiar a
prática de enfermagem.

Na prática assistencial...

Enfermeiro utiliza-se de TEORIAS


ESPECÍFICAS DE ENFERMAGEM e
de “TEORIAS EMPRESTADAS” de
outras disciplinas (modelo
epidemiológico de risco, modelo
biomédico e outros).

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Modelo Assistencial de Enfermagem


Prática de enfermagem é oferecida a indivíduos, famílias e comunidades em diferentes
situações de saúde.
Assim.... Para cada clientela, o enfermeiro deve estabelecer MODELOS ASSISTENCIAIS
para o cuidado, embasados em um referencial teórico que permita a realização
das etapas do processo de enfermagem à luz deste referencial.

CONSTRUÇÃO DE UM MODELO ASSISTENCIAL  a partir de diferentes teorias de


enfermagem e deve fornecer orientação para a prática.

Para DEFINIÇÃO DA FILOSOFIA DO CUIDADO  considerar a situação de saúde da


população atendida, condições de recursos humanos, materiais e tecnológicos disponíveis.

Deve ser realizada de forma conjunta pelos profissionais da instituição, de modo que reflita
não somente a especificidade da população atendida, mas também a cultura, missão e
valores organizacionais.

Construção de Modelos Assistenciais à luz de referencias teóricos


TEORIA DE ENFERMAGEM  alicerce para a construção de um modelo assistencial  início
da CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS (1ª. Etapa do Processo de
Enfermagem).

TEORIAS MAIS UTILIZADAS NOS ÂMBITOS HOSPITALAR E AMBULATORIAL E SAÚDE COLETIVA


HOSPITALAR E AMBULATORIAL SAÚDE COLETIVA
Teoria da Adaptação de Roy  Teoria da Intervenção Práxica de Enfermagem em
Teoria do Deficit do Autocuidado de Orem Saúde Coletiva (TIPESC).
Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta (Brasil)

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Grandes teorias de enfermagem

Teorias de Médio Alcance

Teorias de situação-específica

Resolução do COFEN No. 358/2009


Processo de Enfermagem deve ser alicerçado em referenciais teóricos, que orientam
todas as etapas do processo.

Construção do instrumento de coleta de dados  baseados nos conceitos e


pressupostos da teoria escolhida.

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Teoria das Necessidades Humanas Básicas, Wanda Horta (1970)


(utilizada no Curso de Enfermagem da Barão)

Necessidades Humanas Básicas, com base da Teoria de


Wanda Horta, se espelhou na Teoria da Motivação de
Maslow e na classificação de necessidade proposta por
João Mohana, fundamentada em 3 grandes dimensões:
1.Psicobiológicas;
2.Psicossociais;
3.Psicoespirituais.

A hierarquia de necessidades de Maslow, também


conhecida como pirâmide de Maslow, é uma divisão
hierárquica proposta por Abraham Maslow. Nessa teoria,
as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas
antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de
“escalar” uma hierarquia de necessidades para atingir a
sua autorrealização.

Teoria das Necessidades Humanas Básicas, Wanda Horta (1979)


Maslow define um conjunto de 5 NECESSIDADES nessa pirâmide:
1.Necessidades fisiológicas (básicas): tais como a fome,
a sede, o sono, o sexo, a excreção, o abrigo;
2.Necessidades de segurança: que vão da simples
necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a
formas mais elaboradas de segurança como um emprego
estável, um plano de saúde ou um seguro de vida;
3.Necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e
sentimentos: tais como os de pertencer a um grupo ou
fazer parte de um clube;
4.Necessidades de estima: essas passam por duas
vertentes: o reconhecimento das nossas capacidades
pessoais e o reconhecimento dos outros, face à nossa
capacidade de adequação às funções que
desempenhamos;
5.Necessidades de autorrealização: em que o indivíduo
procura tornar-se aquilo que ele pode ser

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COLETA DE DADOS
OU
INVESTIGAÇÃO

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 Primeira etapa do Processo de


Enfermagem é... Coleta de dados ou Investigação

OBJETIVO: identificar e obter dados subjetivos


e objetivos.
 Fundamental para todo desenvolvimento do
processo de enfermagem;
 É o alicerce no qual se baseiam as etapas
seguintes do Processo de Enfermagem.
 Uma abordagem sistemática significa que a
coleta de dados é organizada e tem uma
seqüência lógica de perguntas e
observações.

Para a coleta de dados...


O enfermeiro necessita de um instrumento de coleta de dados que sirva de guia e que
reflita a pessoa a ser cuidada e o ambiente onde o cuidado é prestado.

FUNDAMENTAL que o enfermeiro tenha clareza do(s) modelo(s) teórico(s) que dá(ão)
sustentação para a coleta de dados.

Os referenciais teóricos que sustentam o instrumento de coleta de dados devem permitir a


identificação de diagnósticos de enfermagem relacionados a causas tratáveis pelos
enfermeiros, por meio das suas intervenções/ações de enfermagem, visando a obtenção
de resultados.
PARA TANTO, o enfermeiro necessita de
conhecimentos científicos, de habilidade técnica,
de habilidade interpessoal, de raciocínio clínico e
pensamento clínico para a realizar a coleta de
dados, que consta da
ENTREVISTA e do EXAME FÍSICO

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Enfermeiros devem estar preocupados com a obtenção de dados que sejam:


 Válidos: relatos verbais
 Confiáveis: obtidos por meio de instrumentos de medidas
 Relevantes: são dados válidos, porém levando-se em conta o propósito a coleta de
dados
Após a Investigação/Coleta
 Validação dos dados;
 Organização dos dados.
 Relato e registro desses dados.

Em síntese, a coleta de dados é uma etapa essencial do PE.


A validade, a confiabilidade e a relevância dos dados poderão
ser determinantes para a precisão do diagnóstico de
enfermagem e definir o sucesso das etapas de planejamento,
de implementação e avaliação

Como o enfermeiro realiza a coleta de dados?


① Exame Físico de Enfermagem;

② Entrevista;
③ Resultados laboratoriais e testes
diagnósticos;

④ Consulta de prontuários.

Histórico de Enfermagem

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ENTREVISTA

 Entrevista
OBJETIVOS da Entrevista de Enfermagem:

Estabelecer contato;
Desenvolver um relacionamento
caracterizado pela confiança mútua;
Levantar dados importantes que irão guiar
a assistência.

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 Entrevista Compreensiva
 Proporciona a compreensão de como é a pessoa;
 Como paciente encara o processo saúde e doença;
 Perspectivas do paciente em relação ao cuidado;
 Como o paciente pode participar do plano de cuidados estabelecido pelo
enfermeiro.

Mais do que um diálogo organizado entre duas pessoas


Exige HABILIDADE do ENFERMEIRO
 Saber ouvir e entender;
 Saber explorar os dados que o paciente traz;
 Demonstrar interesse e conhecimento;
 Receptivo e estabelecer comunicação com o paciente (a vontade para responder as
perguntas).

 Entrevista
 ENFERMAGEM ENTREVISTA  INSTRUMENTO efetivo no
desenvolvimento da prática profissional.
Enfermeiro deve saber que a coleta de dados não é feita somente nessa fase inicial,
mas sim em qualquer contato com o cliente/família  NOVOS DADOS E
VALIDAÇÃO.

Permite a leitura imediata das informações obtidas pela


comunicação verbal e não-verbal

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 Comunicação não-verbal

 Entrevista
 Possibilita o esclarecimento para enfermeiro/paciente daquilo que
está sendo dito (o paciente entende o que falo e paciente faz
perguntas e tira dúvidas)
Entrevista  PROCESSO COMPLEXO
 Exige preparo técnico e desenvolvimento de habilidades para realizar com
segurança;
 Disposição interna por parte do enfermeiro para querer compreender
como é esse paciente;
 Sempre somos principiantes numa entrevista  mudança constante das
pessoas a serem entrevistadas e ambiente.

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 Barreiras na Entrevista

 Dificuldades emocionais  defesas e valores pessoais.


 Quanto MENOS DEFENSIVO comunicação efetiva  paciente deixará de
lado suas defesas;
 ENFERMEIRO: não pode impor seu valores à cliente porque pode sentir-se
ameaçado e criar uma barreira;
 Necessidade de aprender a ouvir antes de julgar ou negociar algo com o
paciente;
 ENFERMEIRO: não deve impor sua autoridade, pois pode afastar o cliente à
omissão de informação;
 AUTORIDADE: empregá-la prevalecendo um senso de igualdade, respeito,
dignidade e importância entre dois seres humanos.

 Sugestões para Entrevista

 Enfermeiro autêntico e verdadeiro  paciente expressa seu


verdadeiro eu e que será aceito sem preconceito ou julgamentos
indesejáveis;
 Falar somente o necessário  ouvir mais atentamente o que o cliente
tem a dizer;
 Evitar interromper o cliente durante suas colocações;
 Ofereça respostas claras e adequadas à compreensão e às perguntas
do cliente.

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 Entrevista

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 Fatores que interferem na Coleta de dados/Investigação

 Habilidades técnicas e interpessoais (qualidade da execução);


 Conhecimento (capacidade de interpretar dados, desenvolver o raciocínio
clínico, busca de novos dados);
 Crenças e valores;
 Referencial teórico-filosófico;
 Habilidade de relacionamento interpessoal (comunicação verbal,
nãoverbal e ambiente interno).

Bibliografias utilizadas para o conteúdo da aula

Orientação:
Faça a leitura indicada e sugerida para compreensão e complementação do assunto em
questão.

ALFARO-LEFEVRE, R. Aplicação do processo de enfermagem: um guia passo a passo. 4.


ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Processo de enfermagem: guia para a prática / Conselho Regional de Enfermagem de


São Paulo – 2. ed., São Paulo: COREN-SP, 2021. 254p. Disponível em:
<https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2010/01/SAE-web.pdf>. Acesso
em: 03 fev 2023.

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