Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
ANTÍGENOS E ANTICORPOS.............................................................................................6
1. O QUE É UM ANTÍGENO?..............................................................................................................................................6
RECONHECIMENTO ANTIGÊNICO......................................................................................8
1. POR ANTICORPOS.........................................................................................................................................................8
2. POR RECEPTORES DE LINFÓCITOS T.......................................................................................................................8
3. POR MOLÉCULAS MHC................................................................................................................................................9
AVIDEZ E AFINIDADE.....................................................................................................10
1. O QUE É UM ANTICORPO?.........................................................................................................................................10
2. FUNÇÕES DOS ANTICORPOS....................................................................................................................................11
3. ESTRUTURA DOS ANTICORPOS...............................................................................................................................11
4. ANTICORPOS MONOCLONAIS..................................................................................................................................13
O SISTEMA COMPLEMENTO..........................................................................................18
1. O QUE É O SISTEMA COMPLEMENTO?...................................................................................................................18
2. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA COMPLEMENTO.......................................................................18
3. VIAS DE ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO.................................................................................................................19
4. APLICAÇÕES DO SISTEMA COMPLEMENTO.........................................................................................................20
RESPOSTA HUMORAL....................................................................................................21
1. RESPOSTA IMUNE HUMORAL...................................................................................................................................21
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE................................................................................39
1. HIPERSENSIBILIDADE.................................................................................................................................................39
2. HIPERSENSIBILIDADE TIPO I.....................................................................................................................................40
3. HIPERSENSIBILIDADE TIPO II....................................................................................................................................41
4. HIPERSENSIBILIDADE TIPO III..................................................................................................................................41
5. HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV (TARDIA)................................................................................................................41
TOLERÂNCIA E AUTOIMUNIDADE...................................................................................44
1. CONCEITOS...................................................................................................................................................................44
2. CAUSAS DA PERDA DA TOLERÂNCIA......................................................................................................................44
3. MECANISMOS IMUNOLÓGICOS DA PERDA DE TOLERÂNCIA...........................................................................45
4. DOENÇAS AUTOIMUNES ÓRGÃO-ESPECÍFICOS E SISTÊMICAS.......................................................................49
AUTOIMUNIDADE...........................................................................................................50
1. DOENÇAS AUTOIMUNES ÓRGÃO-ESPECÍFICOS E SISTÊMICAS.......................................................................50
2. MARCADORES IMUNOLÓGICOS DE DOENÇAS AUTOIMUNES..........................................................................51
IMUNODEFICIÊNCIAS.....................................................................................................53
1. IMUNODEFICIÊNCIAS..................................................................................................................................................53
IMUNIZAÇÕES................................................................................................................56
1. IMUNIZAÇÃO PASSIVA................................................................................................................................................57
2. AS INDICAÇÕES PARA IMUNIZAÇÕES PASSIVA INCLUEM.................................................................................58
3. IMUNIZAÇÃO ATIVA.....................................................................................................................................................58
4. IMUNIDADE ATIVA NATURALMENTEADQUIRIDA..................................................................................................58
5. IMUNIDADE ATIVA ARTIFICIALMENTE ADQUIRIDA..............................................................................................58
6. TIPOS DE ACORDO COM O COMPONENTE VACINAL..........................................................................................59
SUMÁRIO
QUALIDADE NO IMUNODIAGNÓSTICO............................................................................60
1. IMUNODIAGNÓSTICO.................................................................................................................................................60
DIAGNOSTICO HIV..........................................................................................................87
1. VÍRUS HIV......................................................................................................................................................................87
2. DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HIV.................................................................................................................89
3. PRIMEIRA GERAÇÃO...................................................................................................................................................90
4. SEGUNDA GERAÇÃO...................................................................................................................................................90
5. TERCEIRA GERAÇÃO...................................................................................................................................................91
6. QUARTA GERAÇÃO......................................................................................................................................................91
7. TESTES RÁPIDOS (TR)................................................................................................................................................92
8. TESTES CONFIRMATÓRIOS.......................................................................................................................................92
9. ESTRATÉGIAS PARA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DA INFECÇÃO PELO HIV
EM CRIANÇAS MENORES DE 18 MESES.....................................................................................................................93
DIAGNOSTICO DE ARBOVIROSES....................................................................................94
O QUE SÃO ARBOVIROSES?...........................................................................................................................................94
1. DENGUE..........................................................................................................................................................................94
2. CHIKUNGUNYA.............................................................................................................................................................96
3. ZIKA.................................................................................................................................................................................98
4. QUADRO CLÍNICO........................................................................................................................................................99
5. EXAMES LABORATORIAIS....................................................................................................................................... 100
6. FEBRE AMARELA....................................................................................................................................................... 100
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS...............................................................................................................120
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 6
ANTÍGENOS E ANTICORPOS
1. O QUE É UM ANTÍGENO?
Um antígeno é qualquer substância solúvel, celular ou particulada que pode ser es-
pecificamente ligada por uma molécula de anticorpo ou receptor de célula T.
d Embora todos os antígenos sejam reconhecidos por linfócitos específicos ou por
anticorpos, somente alguns deles são capazes de ativar os linfócitos.
d LIGAÇÃO CRUZADA: Macromoléculas são efetivas para estimular os linfócitos B a
iniciarem as respostas imunes humorais, porque a ativação da célula B necessita que
múltiplos receptores de antígenos sejam mantidos juntos.
EPÍTOPO
Macromoléculas, tais como proteínas, polissacarídeos e ácidos
nucleicos, normalmente são muito maiores do que a região de
ligação do antígeno de uma molécula de anticorpo. Dessa maneira,
qualquer anticorpo se liga a somente uma porção da macromolécula,
que é chamada de determinante antigênico ou um epítopo.
RECONHECIMENTO ANTIGÊNICO
1. POR ANTICORPOS
A ligação do anticorpo ao antígeno pode ser altamente específica, distinguindo pe-
quenas diferenças nas estruturas químicas, mas reações cruzadas também podem ocor-
rer onde dois ou mais antígenos podem se ligar ao mesmo anticorpo.
Os locais de ligação de muitos anticorpos a antígenos são superfícies planares que
podem acomodar epítopos conformacionais de macromoléculas, permitindo que os anti-
corpos se liguem às grandes macromoléculas.
O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo envolve ligação não covalente e rever-
sível.
Vários tipos de interações não covalentes podem contribuir para a ligação do anti-
corpo ao antígeno, incluindo:
d Forças eletrostáticas
d Ligações de hidrogênio
d Forças de van der Waals
d Interações hidrofóbicas
A importância de cada um desses depende das estruturas do local de ligação de um
anticorpo individual e de um determinante antigênico.
As concentrações relativas dos antígenos e anticorpos polivalentes podem favorecer
a formação de imunocomplexos que podem se depositar nos tecidos e causar dano.
AVIDEZ E AFINIDADE
A força da ligação entre um único local de combinação de um anticorpo e um epítopo
de um antígeno é chamada de AFINIDADE do anticorpo.
A afinidade comumente é representada por uma constante de dissociação (Kd), que
indica como é fácil separar um complexo antígeno-anticorpo em seus constituintes.
1. O QUE É UM ANTICORPO?
Os anticorpos são proteínas circulantes produzidas em resposta à exposição a estru-
turas estranhas conhecidas como antígenos. Os anticorpos são incrivelmente diversos e
específicos em suas habilidades de reconhecer estruturas moleculares estranhas e cons-
tituem os mediadores da imunidade humoral contra todas as classes de microrganismos.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 11
Várias mudanças na estrutura dos anticorpos feitas por um clone de células B podem ocorrer no
curso de uma resposta imune. Mutações pontuais nas regiões V de um anticorpo específico para
um antígeno levam à afinidade aumentada para aquele antígeno (maturação de afinidade).
A razão para isso é que a maioria das funções efetoras dos anticorpos é mediada pela
ligação das regiões C da cadeia pesada aos receptores Fc (FcRs) nas diferentes células.
Existem duas classes, ou isotipos, de cadeias leves, chamadas κ e l, que são diferen-
ciadas por suas regiões constantes (C) carboxiterminais. Em humanos, cerca de 60% das
moléculas de anticorpo têm cadeias leves κ.
IgM
Pentamérica Forma encontrada no soro, secretada precoce-
mente na resposta imune adquirida.
4. ANTICORPOS MONOCLONAIS
O método se baseia na fusão das células B de um animal imunizado com uma linha-
gem celular imortalizada de mieloma e o crescimento dessas células sob condições nas
quais as células não normais e tumorais que não se fundiram não sobrevivem. As células
fundidas resultantes que cresceram são chamadas de hibridomas; cada hibridoma produz
somente uma Ig, derivada de uma célula B do animal imunizado.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 14
2. MHC CLASSE II
As moléculas HLA de classe II são constituídas por duas cadeias, α e β. Elas são co-
dificadas pelos genes das famílias HLA-DR, DP e DQ. Dependendo do grau de homozigose
ou heterozigose, um indivíduo pode apresentar na superfície de suas APCs entre 10 e 20
diferentes moléculas de classe II.
Na NOMENCLATURA dos genes de classe II, a primeira letra indica a classe (D); a
segunda, a família (M, O, P, Q, R); e a terceira, a cadeia A (α) ou B (β).
Por exemplo, HLA-DRB1*0101 significa o alelo 0101 do gene 1, que codifica a cadeia
β da molécula de classe II da família DR.
Na molécula de classe II, as extremidades da fenda de ligação do peptídeo são aber-
tas, o que permite a ligação de peptídeos de 10-30 aminoácidos, mas pode ocorrer ligação
de peptídeos maiores, o que não acontece com a molécula de classe I que tem as extre-
midades fechadas.
O SISTEMA COMPLEMENTO
1. O QUE É O SISTEMA COMPLEMENTO?
O pesquisador Jules Bordet concluiu em seus experimentos que o soro deveria con-
ter algum outro componente termolábil que auxilia, ou complementa, a função lítica de
anticorpos. Posteriormente, esse componente recebeu o nome de complemento.
RESPOSTA HUMORAL
1. RESPOSTA IMUNE HUMORAL
Embora, isoladamente, os anticorpos por si só não tenham a capacidade de destruir
bactérias, eles podem neutralizar os microrganismos, impedindo sua ligação com o tecido
do hospedeiro. Adicionalmente, em associação com o complemento, os anticorpos podem
lisar bactérias e funcionar como opsoninas, facilitando a fagocitose.
As respostas imunes humorais são iniciadas pelo reconhecimento de antígenos por
linfócitos B específicos. O antígeno liga-se às imunoglobulinas M (IgM) monomérica e IgD
de membrana nas células B virgens maduras e as ativa.
Ativação
Proliferação de
Geração de células
células específicas
de memória
para o antígeno
Diferenciação, gerando
plasmócitos secretores
de anticorpos
1.2.1 Neutralização
1.2.2 Opsonização
DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA
NA RESPOSTA HUMORAL
1. RESPOSTA DEPENDENTE
A resposta humoral frente a antígenos proteicos requer o reconhecimento do antí-
geno pelos linfócitos T auxiliares e sua cooperação com os LB antígeno-específicos, es-
timulando a expansão clonal dos LB, a mudança de classe, a maturação de afinidade e a
diferenciação em LB de memória.
A troca de isotipo e a maturação da afinidade são características observadas em
respostas imunes humorais T dependentes a antígenos proteicos. Esses dois processos
resultam da estimulação de células B por células T auxiliares.
Algumas linhagens de célula B ativadas de forma T dependente podem se diferenciar
em células de memória. Estas células B de memória sobrevivem em um estado de repou-
so, sem secretar anticorpos, por muitos anos; mas elas montam respostas rápidas em
encontros posteriores com o antígeno.
Figura 11 - Sequência de eventos nas respostas imune humorais com antígenos T-dependentes1.
2. RESPOSTA INDEPENDENTE
As respostas de anticorpos para antígenos multivalentes não proteicos com deter-
minantes repetitivos, tais como polissacarídeos, alguns lipídeos e ácidos nucleicos, não
requerem a participação de linfócitos T auxiliares antígeno-específicos.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 25
2. ATIVAÇÃO DE CÉLULAS T
O antígeno é sempre o primeiro sinal necessário para a ativação dos linfócitos, ga-
rantindo que a resposta imune resultante é específica para o antígeno. É importante lem-
brar que a resposta mediada por LT só acontece mediante interação dos seus TCRs com
antígenos fragmentados, associados às moléculas de MHC.
4. LINFÓCITOS T CD8+
Células T do subtipo CD8+ se proliferam e diferenciam em linfócitos T citotóxicos
(CTLs), que expressam grânulos citotóxicos e podem matar células infectadas. Reconhe-
cem antígenos intracelulares apresentados por moléculas de MHC-I, que são expressos
em praticamente todas as células nucleadas.
d A diferenciação das células T CD8+ em CTLs funcionais e células de memória
requer: RECONHECIMENTO DO ANTÍGENO apresentado pelas células dendríticas
e sinais de células T CD4+ auxiliares em algumas situações, COESTIMULAÇÃO e
CITOCINAS.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 29
IMUNIDADE AOS
MICRORGANISMOS: VÍRUS
1. INTRODUÇÃO
Os vírus são microrganismos intracelulares obrigatórios, que se replicam no interior
das células e podem causar lesão tecidual e doença, por vários mecanismos: ou quando
levam à ocorrência da lise da célula do hospedeiro; ou quando ficam latentes, abrigados
dentro destas células, podendo induzir respostas autoimunes. Essa lesão celular é uma
consequência direta das respostas imunes fisiológicas contra os vírus.
A expressão do MHC de classe I é muitas vezes desligada nas células infectadas por
vírus como um mecanismo de fuga dos CTLs. Isso permite que as células NK destruam as
células infectadas porque a ausência da molécula de classe I libera as células NK de um
estado normal de inibição.
No entanto, as células infectadas podem produzir algumas proteínas virais que são
invariantes, de modo que a defesa mediada por CTLs continua a ser eficaz contra esses
vírus.
d Em infecções latentes, o DNA viral persiste nas células do hospedeiro, mas o vírus
não se replica ou destrói as células infectadas.
TIPOLOGIA MECANISMO
As proteínas de ligação a citocinas secretadas podem
funcionar como antagonistas competitivos das citoci-
nas.
Produção de moléculas que
O vírus Epstein-Barr produz uma proteína homóloga à
inibem a resposta imunológica
citocina IL-10, que inibe a ativação de macrófagos e
células dendríticas e assim, pode suprimir a imunidade
mediada por células.
Os vírus podem ter evoluído para explorar mecanismos
normais de regulação imunológica e para ativar essas
vias nas células T. Este fenômeno tem sido chamado
Infecções virais crônicas estão de EXAUSTÃO, o que implica que as respostas imuno-
associadas à insuficiência de lógicas contra os vírus são iniciadas, mas interrompi-
respostas CTL das prematuramente.
Existe evidência da exaustão de células T CD8+ nas in-
fecções virais humanas crônicas, incluindo o HIV e a
infecção pelo vírus da hepatite.
Os vírus podem infectar e des- O exemplo óbvio é o HIV, que sobrevive ao infectar e
truir ou inativar as células imu- eliminar as células T CD4+, os principais indutores de
nocompetentes respostas imunes a antígenos proteicos.
Os vírus podem alterar seus
antígenos e não serem mais
Levam a mutações pontuais e rearranjos dos genomas.
alvos das respostas imunoló-
gicas.
Alguns vírus inibem a apresen- Dessa forma, células infectadas por tais vírus não po-
tação de antígenos proteicos dem ser reconhecidas ou mortas por LT CD8+. Assim,
citosólicos associados ao MH- as células NK podem ser uma estratégia pois, são ati-
C-I. vadas na ausência de moléculas de MHC-I.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 34
Tais parasitas atualmente são responsáveis por maiores taxas de morbidade e mor-
talidade do que qualquer outra classe de organismos infecciosos, particularmente nos
países em desenvolvimento.
A maioria dos parasitas passa por CICLOS DE VIDA COMPLEXOS:
d Parte ocorrem em seres humanos (ou em outros vertebrados).
d Outra parte ocorre em hospedeiros intermediários, tais como moscas, carrapatos
e caracóis.
Os seres humanos são geralmente infectados por picadas de hospedeiros intermedi-
ários infectados ou através do COMPARTILHAMENTO DE UM HABITAT ESPECIAL com um
hospedeiro intermediário. Por exemplo:
d A malária e tripanossomíase são transmitidas por picadas de insetos.
d A esquistossomose é transmitida através da exposição à água em que os caramujos
infectados residem.
A maioria das infecções parasitárias são CRÔNICAS por fatores como:
d A fraca imunidade inata.
d Capacidade de evasão dos parasitas.
d Muitos fármacos antiparasitários não são eficazes em destruir os organismos.
A defesa contra muitas infecções por helmintos é mediada pela ativação das células
TH2, o que resulta na produção de anticorpos IgE e ativação de eosinófilos.
d Os helmintos estimulam a diferenciação de células T CD4+ imaturas para o
subconjunto de células efetoras TH2
d Secretam IL-4 e IL-5. A IL-4
d Estimula a produção de IgE
d Se liga ao receptor Fc de eosinófilos e de mastócitos
d IL-5 estimula o desenvolvimento dos eosinófilos e ativa os eosinófilos.
A IgE reveste os parasitas e os eosinófilos se ligam à IgE e são ativados para liberar
seus conteúdos granulares, que destroem os helmintos.
O dano aos helmintos pode ser causado pela proteína básica principal (MBP). A MBP
não é específica para um determinado alvo, mas o dano às células do hospedeiro é muito
pequeno, uma vez que a proteína fica confinada a um espaço diminuto entre o eosinófilo
e o verme.
2. INFECÇÃO FÚNGICA
Qual o perfil das infecções fúngicas?
APLICAÇÃO CLÍNICA
d Infecções por fungos oportunistas também estão associadas à imunodeficiência
causada pelo HIV e à terapia para o câncer disseminado e rejeição ao transplante;
como exemplo para os dois primeiros casos tem-se o Pneumocystis jiroveci.
d Os pacientes com neutropenia são extremamente suscetíveis a infecções por
fungos oportunistas.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 38
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
1. HIPERSENSIBILIDADE
1.1. O que é?
2. HIPERSENSIBILIDADE TIPO I
A hipersensibilidade imediata, causada por anticorpos IgE específicos para antíge-
nos ambientais, é o tipo mais prevalente de hipersensibilidade.
d Comumente chamada de ALERGIA ou ATOPIA.
d É o exemplo de doença resultante da ativação de células T auxiliares produtoras
de IL-4, IL-5 e IL-13, classicamente denominadas células TH2.
d As células T estimulam a produção de anticorpos IgE e a inflamação, constituindo,
respectivamente, a fase imediata (que acontece entre 5-30min), e a fase tardia,
com recrutamento de eosinófilos, que sofrem degranulação, liberando mediadores
inflamatórios.
d Tem um forte componente genético associado.
d Podem gerar reação anafilática.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 41
3. HIPERSENSIBILIDADE TIPO II
Os anticorpos, além de IgE, podem causar doenças ao se ligarem aos antígenos-
-alvos nas células e tecidos. podem-se depositar em qualquer tecido que apresente um
antígeno relevante, sendo que as doenças causadas por tais anticorpos são usualmente
específicas para um tecido em particular. Os anticorpos IgG1 e IgG3 se ligam aos recepto-
res Fc dos neutrófilos e macrófagos, ativando-os, resultando em opsonização, fagocitose
e inflamação, e assim como a IgM, ativam o sistema complemento através da via clássica,
podendo levar à destruição da célula-alvo e também, à inflamação. Além disso, podem
mediar a ativação de células NK, as quais levam à destruição da célula-alvo (ADCC = cito-
toxicidade dependente de anticorpo).
Como exemplos de doenças de hipersensibilidade do tipo II, tem-se a anemia hemo-
lítica autoimune, como ocorre na eritroblastose fetal; doença de Graves, além das reações
transfusionais.
Doenças causa-
Opsonização e fagocitose Inflamação
das por anticorpos
• Os anticorpos que se li-
gam a antígenos da su-
perfície celular podem • Os anticorpos deposita-
opsonizar diretamente as dos nos tecidos recrutam
células ou ativar o siste- neutrófilos e macrófagos.
• São produzidas por anti-
ma complemento. • Esses leucócitos são ati-
corpos que se ligam a an-
• Essas células opsoniza- vados pela sinalização
tígenos em determinadas
das são fagocitadas e dos receptores (particu-
células ou por complexos
destruídas pelos fagóci- larmente receptores de
antígeno-anticorpo que
tos, que expressam re- Fc) e produtos de leucó-
se formam na circulação.
ceptores para as porções citos, incluindo enzimas
• O diagnóstico geralmente
Fc dos anticorpos IgG e lisossomais e espécies
se baseia na demonstra-
receptores para proteínas reativas de oxigênio.
ção de anticorpos ou de
do complemento. • O mecanismo de lesão na
imunocomplexos na cir-
• Este é o principal me- glomerulonefrite mediada
culação ou depositados
canismo de destruição por anticorpos e em mui-
nos tecidos.
celular na anemia he- tas outras doenças é a
molítica autoimune e púr- inflamação e ativação de
pura trombocitopênica leucócitos.
autoimune e hemólise nas
reações transfusionais.
Os imunocomplexos que causam doença podem ser compostos por anticorpos liga-
dos a autoantígenos ou a antígenos estranhos.
As características patológicas das doenças provocadas por imunocomplexos refle-
tem o local de deposição do complexo antígeno-anticorpo e não são determinadas pela
fonte celular do antígeno.
Dessa maneira, as doenças mediadas por imunocomplexos tendem a ser sistêmicas,
embora alguns sejam particularmente suscetíveis, como os rins e as articulações.
Exemplos de infecções virais, nas quais as lesões se devem à resposta de CTL do
hospedeiro e não ao próprio vírus, incluem a determinadas formas de hepatite viral em
humanos.
TOLERÂNCIA E AUTOIMUNIDADE
1. CONCEITOS
d O que é Autoimunidade?
É uma resposta imune específica contra seus próprios antígenos.
A tolerância dos linfócitos B é necessária para manter a não responsividade dos au-
toantígenos timo-independentes, como polissacarídeos e lipídeos.
Dessa forma, diante destes conceitos, pode-se inferir que, quando ocorre quebra
desta anergia funcional, ou supressão das células T regulatórias, assim como defeitos na
deleção pelo mecanismo de apoptose, ocorrem as falhas na autotolerância e, consequen-
temente, autoimunidade.
Linfócitos B imaturos que reconhecem autoantígenos na medula óssea com alta afi-
nidade mudam sua especificidade ou são deletados.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 48
Edição: Através do processo em que as células B reativam seus genes RAG1 e RAG2
e iniciam uma nova rodada de recombinação VJ no lócus do gene da cadeia leve da imu-
noglobulina (Ig) κ, ocorre um rearranjo e uma nova cadeia leve de Ig é expressa, criando,
assim, um receptor de célula B com uma nova especificidade.
Deleção: Se a edição falhar, as células B imaturas podem morrer por apoptose.
Anergia: Se células B em desenvolvimento reconhecerem autoantígenos fracamente,
as células tornam-se funcionalmente não responsivas (anérgicas) e saem da medula ós-
sea nesse estado de não responsividade.
AUTOIMUNIDADE
O conceito de tolerância imunológica foi definido como a capacidade do sistema
imunológico de impedir o ataque às próprias moléculas, células ou tecidos.
2.1.2.Anticorpo anti-CCP
Resíduo de arginina é
convertido em citrulina.
Processo catalisado pela
Modificação pós-traducional enzima peptidilarginina
de determinada proteina deiminase (PAD) .
Produção de citocinas
como IL-6 e IL-2
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 52
IMUNODEFICIÊNCIAS
1. IMUNODEFICIÊNCIAS
O sistema imunológico tem a árdua missão de defender o organismo de ameaças à
sua homeostasia e, consequentemente, aumentar suas chances de sobrevivência e per-
petuação da espécie.
Algumas vezes, quando um único elo deste sistema complexo se rompe, ou seja,
quando ocorre a falha de um mecanismo específico, o equilíbrio imune é normalmente
mantido, uma vez que o sistema é, na verdade uma rede envolvendo outras inúmeras mo-
léculas e células capazes de suprir uma falha localizada. Outras vezes, o organismo é
incapaz de reparar alguns erros dessa rede de reações específicas, então podemos dizer
que o organismo entrou em desequilíbrio e, como resultado, poderá resultar em reações de
Hipersensibilidade ou Imunodeficiências.
Assim, o termo Imunodeficiência é considerado uma falha do sistema imune em pro-
teger contra doença ou malignidade e que são provocadas por defeitos CONGÊNITOS ou
ADQUIRIDOS nos componentes tanto da imunidade inata, quanto adaptativa.
Elas podem ser classificadas de acordo com a etiologia em:
d Imunodeficiência primária (intrínseca ao indivíduo), causada por defeitos no
desenvolvimento ou genéticos, no sistema imune.
d Imunodeficiência secundária ou adquirida (ambiental), sendo a perda da função
do sistema imune como resultado da exposição a agentes de doenças, fatores
ambientais, imunossupressão ou envelhecimento.
Podem ser entendidas como um grupo de doenças que se caracteriza pela elevada
frequência de infecções, que geralmente se iniciam na infância e que podem ser congêni-
tas ou hereditárias.
IMUNIZAÇÕES
Imunização é o meio de prover proteção específica contra patógenos nocivos, sendo
um processo artificial. O mecanismo da imunidade depende do local onde está o patógeno
e também do mecanismo da sua patogênese.
A IMUNIDADE protetora contra um MICRORGANISMO, NORMALMENTE, é induzida
pela resposta do hospedeiro ao MICRORGANISMO. Indivíduos que responderam a um an-
tígeno MICROBIANO e são protegidos de exposições subsequentes àquele microrganismo
são tidos como imunes.
1. IMUNIZAÇÃO PASSIVA
A imunidade pode ser adquirida sem que o sistema imune seja estimulado por um
antígeno. Isso é feito pela transferência de soro ou gamaglobulinas de um doador imune
para um indivíduo não imune. Alternativamente, células imunes de um indivíduo imuni-
zado podem ser usadas para transferir imunidade. Imunidade passiva pode ser adquirida
naturalmente ou artificialmente. É uma forma transitória de conferir imunidade.
A terapia baseada em anticorpos é utilizada em infecções humanas desde o final do
século XIX, não sendo, portanto, algo novo. Entretanto, a transferência e a administração
de anticorpos prontos, de forma artificial, têm indicação quando um indivíduo não imune é
exposto a doença infecciosa e a imunização ativa não está disponível, está contraindicada
ou não foi administrada previamente a exposição.
A imunidade TAMBÉM pode ser conferida a um indivíduo pela transferência de soro
ou linfócitos de um indivíduo especificamente imunizado em situações experimentais, um
processo conhecido como transferência adaptativa. A imunidade passiva é um método
útil para conferir rapidamente resistência, sem ter que esperar pelo desenvolvimento de
uma resposta imune.
EXEMPLOS: Transferência de anticorpos maternos através da placenta para o feto, o
que permite aos RECÉM NASCIDOS o combate a infecções antes de eles próprios desen-
volverem habilidades de produzir anticorpos.
d A TRANSFERÊNCIA placentária é unicamente IgG.
d Já a amamentação garante a transferência, pelo colostro, de IgA.
d A IMUNIZAÇÃO passiva contra toxinas pela administração de anticorpos de
animais imunizados éUMTRATAMENTOsalvador para infecções letais, tais como
raiva e picadas de cobras.
É PRATICADA EM NUMEROSAS situações agudas ou infecções (difteria, tétano, sa-
rampo, hidrofobia, etc.) envenenamento (insetos, répteis, botulismo), e como uma medida
profilática (hipogamaglobulinemia).
3. IMUNIZAÇÃO ATIVA
Um dos maiores trunfos da imunologia na clínica médica foi a descoberta do evento
da imunização ativa ou vacinação. Esta, consiste na administração prévia de um agente
infeccioso específico, em uma forma inábil para causar a doença, com o objetivo de evitar
a manifestação dela. O evento da vacinação permite ao sistema imunológico uma mani-
festação de resposta de defesa, a qual envolve risco para o desenvolvimento da doença ou
de perigo à vida muito baixo.
a ponto de produzir uma ótima memória imunológica, seja porque ter memória imunoló-
gica, nesses casos, não basta para manter a proteção no longo prazo. É por isso que às
vezes é preciso TOMAR doses de REFORÇO de algumas vacinas!
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil é considerado como um dos
mais completos dentre os países em desenvolvimento, tendo sido pioneiro na introdução
da vacina de rotavírus em 2007 e com programação para introduzir as vacinas pneumocó-
cica conjugada meningite meningocócica, sorogrupo C conjugada, no segundo semestre
de 2010.
QUALIDADE NO IMUNODIAGNÓSTICO
1. IMUNODIAGNÓSTICO
1.1. O que é?
Os testes laboratoriais de Imunologia podem ser usados tanto para doenças apre-
sentando um envolvimento direto do sistema imune, quanto para doenças não imunoló-
gicas.
Os testes mais estabelecidos e clássicos são voltados para a detecção de anticorpos
contra parasitas, fungos, bactérias, vírus, indicando a presença de uma resposta imune
contra o agente.
Testes mais modernos e sensíveis podem detectar a presença de antígenos destes
organismos, indicando diretamente a sua presença no hospedeiro.
O DESEMPENHO de um teste diagnóstico depende da ausência de desvios da ver-
dade (ausência de viés) e da precisão (o mesmo teste aplicado ao mesmo paciente ou
amostra deve produzir os mesmos resultados): respectivamente da validade e da repro-
dutibilidade do “teste”.
1.5. Sensibilidade
Assim, testes com alta sensibilidade diagnóstica são bastante úteis em casos de
pacientes na fase de janela sorológica, onde os anticorpos ainda estão em baixas concen-
trações.
Desta maneira um teste com 100% de sensibilidade seria capaz de identificar todos
os pacientes portadores da doença a ser detectada pelo teste.
1.6. Especificidade
Ainda assim, a especificidade diagnóstica se refere à capacidade do teste em ser negativo quando
o indivíduo não possui a doença.
Dado pela proporção de doentes entre os positivos pelo teste. Se esse valor para de-
terminada doença for 60%, equivale a dizer que em cada 10 testes positivos, 6 indivíduos
seriam realmente doentes.
Dessa forma:
d O VPP aumenta com a prevalência: quando a doença é rara o VPP é baixo, pois
a maior parte dos exames positivos pertencem a sadios, representando resultados
falso-positivos.
d O VPN diminui com a prevalência.
Outra propriedade também utilizada para caracterizar um imunodiagnóstico, bem
como os demais testes laboratoriais é o índice Kappa (k)!
Ele expressa a confiabilidade de um teste e constitui um avanço em relação à taxa
geral de concordância, por ser um INDICADOR DE CONCORDÂNCIA AJUSTADA, pois leva
em consideração a concordância devida à chance.
O k informa a proporção de concordância não aleatória entre medidas da mesma
variável categórica, e seu valor varia de “menos 1” (completo desacordo) a “mais 1” (con-
cordância total).
Interpretação:
d Se a medida concorda mais frequentemente do que seria esperado pela chance,
então o índice k é positivo.
d Se a concordância é completa, k = 1.
d Zero indica o mesmo que leituras feitas ao acaso.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 64
IMUNOENSAIOS – PARTE I
1. O QUE SÃO IMUNOENSAIOS?
Os imunoensaios são técnicas para a detecção ou quantificação de antígenos ou
anticorpos, podendo utilizar reagentes marcados ou não marcados, onde as reações ba-
seiam-se nas interações entre Ag-Ac.
4.1. PRECIPITAÇÃO
4.1.1. ETAPAS
Ocorre a
formação
Essa situação da zona da
se reverte, equivalência
gerando um
Adição ocorre estágio de
gradualmente. excesso de
De forma antígeno
inicial, se tem
excesso de
anticorpo
Adição de
antígeno
solúvel a soro
com anticorpo
Complexo imune
em imunoensaio
de precipitação
4.2. IMUNODIFUSÃO
4.4. SIMPLES
d Tamanho do orifício.
d Temperatura.
d Consistência do gel.
d Concentração do anticorpo incluído no gel.
d Tempo de difusão.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 68
4.6. IMUNOELETROFORESE
É um método qualitativo onde a associação das duas técnicas permite que um maior
número de componentes antigênicos de um líquido biológico (soro, urina) seja identificado,
pois utiliza a especificidade dos anticorpos para identificar cada antígeno, previamente
separado na eletroforese.
Na eletroforese, antígenos são evidenciados por diferenças de carga elétrica sendo
detectados a partir da migração dos mesmos, carregados em um solvente condutor sob a
influência de um campo elétrico.
4.6.1. ETAPAS
Eletroforese Imunodifusão
Imuno eletroforese
em gel dupla
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 69
4.7. IMUNOFIXAÇÃO
Dois estágios:
1) A amostra é aplicada em seis posições diferentes do gel de agarose e as
proteínas são separadas por eletroforese de acordo com a carga.
2) Soros monoespecíficos para IgG, IgA, IgM, cadeia kappa e cadeia lambda
impregnados numa fita de papel ou acetato de celulose, seguidos da aplicação
de solução fixadora de proteínas.
PRINCÍPIO: Se o antígeno complementar estiver presente em proporções adequadas
na amostra, os complexos formados precipitam e são fixados no gel, o que permite sua
identificação com o auxílio de um corante.
INDICAÇÕES: quando um pico ou banda é encontrada na eletroforese de proteínas
séricas ou quando há suspeita de gamopatia monoclonal. Também se aplica na interven-
ção terapêutica em casos novos e na recorrência de mieloma.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 70
Figura 23 - Eletroforese com imunofixação. SPE é a eletroforese de referência e, a seguir, cada cam-
po foi analisado com o antissoro respectivo (anti-IgG, anti-IgA, anti-IgM, anti-kappa e anti-
-lambda). Neste paciente a presença de proteína M monoclonal em IgM-kappa70.
4.8.1. NEFELOMETRIA
4.8.2. TURBIDIMETRIA
IMUNOENSAIOS – PARTE II
ENSAIOS COM REAGENTES NÃO-MARCADOS - CONTINUAÇÃO
1. REAÇÕES DE AGLUTINAÇÃO
A ligação cruzada com produção de agregados ocorre quando um anticorpo reage
com um antígeno multivalente presente em uma partícula (insolúvel); logo, a característi-
ca principal dos imunoensaios de aglutinação, é que um dos componentes deve ser apre-
sentado na forma insolúvel, em suspensão.
d Têm boa sensibilidade, comparada à precipitação, necessitando de uma quantidade
de Anticorpo 500x menor.
d Podem ser analisadas por inspeção visual.
d São mais sujeitas a resultados falso-positivos devido à aglutinação inespecífica.
d Diagnóstico de doenças causadas por vírus, bactérias, protozoários e fungos,
doenças autoimunes, na detecção de hormônios, na tipagem de grupos sanguíneos
dos sistemas ABO e Rh, etc.
A partícula insolúvel pode ser um antígeno insolúvel nativo, antígenos expressos em
células (por exemplo, antígenos eritrocitários, ou seja, antígenos naturais nas células) ou
partículas cobertas com antígenos (por exemplo, partículas de látex, logo, antígenos ad-
sorvidos artificialmente).
1.1. DIRETA
1.1.1. ETAPAS
1) São realizadas diluições em série do anticorpo frente a uma quantidade
constante do antígeno.
2) Após um período de incubação a aglutinação se completa.
3) O resultado é geralmente expresso como a máxima diluição em que ocorre a
aglutinação.
Aplicações de reações de aglutinação direta:
d Tipagem de grupos sanguíneos (antígenos específicos).
d Reação de PaulBunnel-Davidson (antígenos heterófilos).
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 73
1.2. INDIRETA
TESTE DA ANTIGLOBULINA
TAI TAD
1.3.1. REAGENTES
A realização do teste depende do soro antiglobulina humana (AGH), que pode ser
obtido a partir da sensibilização de animais com globulinas humanas e/ou anticorpos mo-
noclonais.
Soros monoespecíficos (antiIgG, antiIgM, antiIgA, antiC3, antiC3d) e poliespecíficos
(antiIgG associado a antiC3d) são disponíveis comercialmente.
TAD detecta Acs fixados às hemácias após adição do soro de Coombs.
d A reação de hemácias ocorre diretamente com o soro AGH.
d Neutralização do soro: Na técnica em tubo, a lavagem de hemácias é importante
para remover todo o resíduo de plasma, anticorpos livres e outras proteínas do meio
(evita um resultado falso negativo).
d As antiglobulinas combinamse preferencialmente com a porção Fc das moléculas
de anticorpos ligadas às hemácias.
d As células que não apresentam anticorpos ligados não são aglutinadas.
TAI Detecta Acs para Ags eritrocitários mediante ligação dos anticorpos às hemá-
cias, seguida da aglutinação promovida pelo soro de Coombs.
d Tem como objetivo determinar a sensibilização de hemácias “in vitro”.
d Aplicações: investigação imunohematológica para a detecção e identificação de
anticorpos incompletos (não aglutinantes) de importância clínica no soro de doadores
e pacientes, na fenotipagem eritrocitária e titulação de anticorpos incompletos.
1.5. FLOCULAÇÃO
Maior a quantidade de
composto marcado ligado
Menor a quantidade do
ao anticorpo específico em
composto na amostra
solução, com retenção da
luz polarizada incidente.
Figura 27 - Testes fluorescentes heterogêneos: em (a) imunofluorescência direta (IFD), em (b) imunofluorescên-
cia indireta (IFI) com anticorpo antiisotipo e em (c), IFI com proteína A marcada com substância fluorescente72.
O ensaio pode ser realizado com amostra de anticorpo ou antígeno puro, seguindo o
mesmo princípio.
APLICAÇÕES: medir os níveis de hormônio, proteínas séricas e vitaminas no sangue
e em líquidos teciduais.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 79
O anticorpo marcado pode ligar-se ao antígeno não marcado, sob condições nas
quais a adsorção inespecífica é bloqueada; todos os anticorpos não ligados e outras pro-
teínas são retirados por lavagens.
A ligação do anticorpo é medida diretamente pela quantidade de radioatividade reti-
da nos poços.
O RIA não permite que a quantidade de antígeno ou anticorpo em uma amostra de
composição desconhecida seja medida diretamente.
Um ensaio de inibição competitiva pode auxiliar nessa limitação!
A presença e a quantidade de um antígeno em uma amostra desconhecida são de-
terminadas pela sua habilidade de competir com um antígeno marcado pela ligação a um
anticorpo fixado à placa.
1) Uma curva-padrão é construída pela adição de quantidades variáveis de uma
preparação-padrão conhecida e não marcada.
2) O ensaio pode medir a quantidade do antígeno em amostras desconhecidas por
comparação à curva-padrão.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 80
3. QUIMIOLUMINESCÊNCIA
As reações de quimioluminescência mais utilizadas envolvem reações de oxidação
(luminol e do isoluminol, ésteres de acridina) e de decomposição catalisada pela fosfata-
se alcalina de adamantil 1,2-dioxetano aril-fosfato.
d São altamente sensíveis.
d O nível de detecção é da ordem de atomol ou zeptomol.
3.1. ELETROQUIMIOLUMINESCÊNCIA
3.2. APLICAÇÕES
d Imunoensaios.
d Análise de DNA.
d Dosagem de hormônios, marcadores tumorais, marcadores cardíacos.
d Detecção de anticorpos em algumas doenças infecciosas.
3.3. ENZIMAIMUNOENSAIOS
3.3.1. EMIT
COMPETIÇÃO ENTRE ANTÍ- O anticorpo reagente tem a O antígeno marcado livre re-
GENOS capacidade de bloquear a sultante da competição com
atividade enzimática ao li- o antígeno da amostra reage
É de fase única.
gar-se ao antígeno marcado, com o substrato e forma um
O antígeno a ser medido impedindo a formação do produto corado proporcional
compete, com um antígeno produto ao ser adicionado o à concentração de antígeno
marcado com enzima, por substrato. presente na amostra.
um número limitado de an-
ticorpos.
3.3.2. ELISA
3.3.2.1. CARACTERÍSTICAS
d Boa sensibilidade.
d Heterogênea (múltiplas fases).
d Técnica utilizada para a quantificação de antígenos ou anticorpos.
d Um dos reagentes é imobilizado na fase sólida, outro é ligado à enzima.
d A fase sólida pode ser constituída por partículas de agarose, poliacrilamida,
dextrano, poliestireno, etc.
d Placas plásticas são as mais difundidas por permitirem múltiplos ensaios e
automação.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 83
Figura 30 - Esquemas dos testes enzimáticos heterogêneos do tipo indireto (a), sanduíche (b) e captura (c)74.
3.3.2.2. INDIRETO
3.3.2.3. DE CAPTURA
Anticorpos anti-IgM são adsorvidos à fase sólida, capazes de fixar todos os anticor-
pos de isótipo IgM da amostra do paciente. Após, o antígeno é adicionado, ligando-se ao
anticorpo específico da amostra, anteriormente imobilizado.
Um segundo anticorpo anti-antígeno marcado com enzima é adicionado e, subse-
quentemente, o substrato/cromógeno, resultando em um produto corado de intensidade
proporcional à concentração de IgM específica presente na amostra.
3.3.2.4. COMPETITIVO
ELISA competitivo direto é uma técnica para a medida de antígeno baseada na com-
petição entre o antígeno da amostra e o antígeno marcado com enzima pelo anticorpo.
Diferente dos demais, o resultado da absorbância obtida no final da reação é inversamente
proporcional à concentração do analito pesquisado.
3.4.1. APLICAÇÕES
3.4.3. VANTAGENS
1) Membranas úmidas são maleáveis e de fácil manuseio.
2) As proteínas imobilizadas na membrana são rapidamente e uniformemente
acessíveis a diferentes ligantes.
3) Somente uma pequena quantidade de reagentes são necessários para a análise
de transferência.
4) É possível fazer múltiplas réplicas do gel.
5) O armazenamento da amostra transferida pode ser prolongado, antes de ser
usada, e a mesma proteína transferida pode ser usada para múltiplas análises
sucessivas (KURIEN & SCOFIELD, 2006).
3.5. IMUNOCROMATOGRAFIA
A imunocromatografia é uma técnica que começou a ser desenvolvida nos anos 60,
sendo primeiro criada para o estudo das proteínas séricas. Quanto às suas característi-
cas, tem-se: são qualitativos e, por isso, usados para triagem; são econômicos e de fácil
interpretação; apresenta sensibilidade e especificidade semelhantes aos métodos de ELI-
SA de 3ª geração; além de poderem ser vistos a olho nu, e serem extremamente, rápidos.
Estes testes rápidos podem ser usados para pesquisar antígenos ou anticorpos con-
tra os agentes infecciosos para os quais foram projetados e para tais detecções, o for-
mato dos ensaios é modificado, baseando-se no que irá ser identificado: se antígeno ou
anticorpo. Logo, para detectar antígeno, emprega-se um anticorpo de captura, ligado à
matriz e um anticorpo marcado específico ao antígeno pesquisado; para detectar anticor-
po, utiliza-se um antígeno específico ligado à matriz e um anticorpo anti-imunoglobulina
marcado.
Em relação ao tipo de amostra empregada, podem ser utilizadas amostras de san-
gue, soro, plasma ou fluido crevicular gengival.
Sobre a execução do imunoensaio, existe uma ampla variedade de modalidades de
imunocromatografia, disponíveis para o diagnóstico de doenças infecciosas.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 87
DIAGNOSTICO HIV
1. VÍRUS HIV
O HIV é uma partícula esférica, que mede de 100 a 120 nm de diâmetro, pertencente
ao gênero Lentiviridae e família Retroviridae, apresentando em seu núcleo duas cópias de
RNA de cadeia simples, encapsuladas por uma camada proteica ou núcleo-capsídeo,
capsídeo e um envelope externo composto por uma bicamada fosfolipídica.
A classificação do HIV é feita por meio da análise filogenética de sequências nucleo-
tídicas dos vírus. A classificação atual é hierárquica, e consiste em tipos, grupos, subtipos,
sub-subtipos e formas recombinantes.
O HIV-1 e o HIV-2 são tipos distintos do vírus, mas distantes, filogeneticamente.
Ao longo do tempo, tem-se verificado um aumento na complexidade da composição
de subtipos virais e formas recombinantes nas diferentes regiões brasileiras.
A maioria das infecções pelo HIV-1 ocorre através das mucosas do trato genital ou
retal durante a relação sexual. Ainda assim, pode ocorrer transmissão fetal durante a ges-
tação via mãe soropositiva.
Figura 35 - Marcadores da infecção pelo HIV na corrente sanguínea de acordo com o período após infecção.
3. PRIMEIRA GERAÇÃO
d O ensaio de primeira geração tem o formato INDIRETO, ou seja, a presença de
anticorpos específicos é detectada por um conjugado constituído por um anticorpo
anti-IgG humana.
d O ensaio é POUCO ESPECÍFICO e, pelo fato de detectarem apenas IgG, também
são menos sensíveis do que os ensaios de gerações posteriores.
d Esses ensaios deixaram de ser utilizados na rotina diagnóstica dos laboratórios.
4. SEGUNDA GERAÇÃO
d O ensaio de segunda geração também tem formato INDIRETO.
d Utiliza ANTÍGENOS RECOMBINANTES ou peptídeos sintéticos derivados de
proteínas do HIV.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 91
5. TERCEIRA GERAÇÃO
d O ensaio de terceira geração tem o formato “SANDUÍCHE”.
d Utiliza antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos tanto na fase sólida
quanto sob a forma de conjugado.
d Esse formato permite a DETECÇÃO SIMULTÂNEA de anticorpos anti-HIV IgM e IgG.
d Há aumento da ESPECIFICIDADE, pois o conjugado (antígenos) liga-se apenas à
valência livre do anticorpo que está no complexo imune.
d A janela de soroconversão é de 22 a 25 dias.
6. QUARTA GERAÇÃO
d O ensaio de quarta geração detecta SIMULTANEAMENTE o antígeno p24 e
anticorpos específicos anti-HIV.
d Detecta todas as classes de imunoglobulinas contra proteínas recombinantes ou
peptídeos sintéticos derivados das glicoproteínas gp41 e gp120/160.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 92
8. TESTES CONFIRMATÓRIOS
Estão incluídos nessa categoria:
d Western blot (WB).
d Imunoblot (IB).
d Imunoensaios em linha (LIA, do inglês Line Immuno Assay), incluindo o Imunoblot
Rápido (IBR).
d Imunofluorescência indireta (IFI).
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 93
DIAGNOSTICO DE ARBOVIROSES
O QUE SÃO ARBOVIROSES?
Arbovírus (Arthropod-borne vírus = transmitidos por artrópodes) são assim designa-
dos pelo fato de parte de seu ciclo de replicação ocorrer nos insetos, podendo ser transmi-
tidos aos seres humanos e outros animais pela picada de artrópodes hematófagos.
Estes vírus tendem a ter uma distribuição geográfica e climática restrita, como par-
te de um subsistema ecológico especial representado pelos vírus, vetores, hospedeiros
amplificadores e reservatórios, sendo que o único continente onde estes vírus não são
endêmicos, é a Antártica.
Os arbovírus que causam doenças em humanos e outros animais de sangue quente
são membros de cinco famílias virais:
d Bunyaviridae
d Togaviridae
d Flaviviridae
d Reoviridae
d Rhabdoviridae
No contexto epidemiológico brasileiro, os arbovírus de maior circulação são DENV,
CHIKV e ZIKV, embora existam outros com potencial de disseminação no País, sendo que
no mundo existem mais de 545 espécies, onde em torno de 150 destas, causam doenças
em seres humanos.
As arboviroses têm se tornado importantes e constantes ameaças em regiões tro-
picais devido às rápidas mudanças climáticas, desmatamentos, migração populacional,
ocupação desordenada de áreas urbanas, precariedade das condições sanitárias que fa-
vorecem a amplificação e transmissão viral.
As MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS de infecção por arbovírus podem variar desde a do-
ença febril leve e indiferenciada, a síndromes febris moderadas e graves, além de mani-
festações neurológicas, articulares, dermatológicas (erupções cutâneas) e hemorrágicas.
1. DENGUE
A dengue é uma das doenças infecciosas mais frequentes no Brasil e um dos prin-
cipais problemas de saúde pública no mundo, principalmente em regiões tropicais e sub-
tropicais. Apresenta quadro clínico de início repentino e amplo, variando desde formas
oligossintomáticas (infecção inaparente) e sintomáticas (dengue clássica) até quadros
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 95
Faz-se pela picada do Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti - homem.
Após um repasto de sangue infectado, o mosquito fica apto a transmitir o vírus, depois de
8 a 12 dias de incubação.
Vírus pertencente da Família Flaviviridae, com genoma RNA. O vírus Dengue (DENV)
é representado por quatro sorotipos, a saber, DENV-1 a DENV-4 sendo que no Brasil, os
sorotipos mais prevalentes são o DEN-1 e DEN-2. Já a sua transmissão é feita pelo mos-
quito Aedes aegypti.
A TRANSMISSÃO MECÂNICA também é possível, quando o repasto é interrompido e
o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro suscetível próximo.
Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma
pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento. Como em geral, o Aedes aegypti utiliza
recipientes artificiais para proliferação vetorial, acaba tornando essa espécie predominan-
temente urbana.
Os SINAIS E SINTOMAS incluem febre, dor retro-orbital, dor de cabeça intensa, mial-
gia, artralgia e manifestações hemorrágicas menores, como petéquias, epistaxe e sangra-
mento gengival.
2. CHIKUNGUNYA
A Chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV).
A viremia persiste por até dez dias após o surgimento das manifestações clínicas,
mas o quadro agudo em si, dura 15 dias e cura espontaneamente.
d Família Togaviridae
d Gênero Alphavirus
A TRANSMISSÃO se dá através da picada de fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e
Aedes albopictus infectadas pelo CHIKV.
Transmissão vertical: A transmissão da mulher grávida para o feto só acontece
quando a mãe fica doente nos últimos 7 dias (última semana) de gravidez. Neste caso,
a criança mesmo que nasça saudável, deve permanecer internada por uma semana para
observação e tratamento imediato se desenvolver a doença que, nestes casos, apresenta
quadros graves com manifestações neurológicas e na pele. Também existe transmissão
por transfusão sanguínea.
Os SINAIS E SINTOMAS são clinicamente parecidos aos da dengue – febre de início
agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema.
A maioria dos indivíduos infectados pelo CHIKV desenvolve sintomas, alguns estu-
dos mostram que até 70% apresentam infecção sintomática. Normalmente, os sintomas
aparecem de dois a 12 dias da picada do mosquito. Crianças, idosos e portadores de do-
enças crônicas têm sintomas mais proeminentes.
A principal manifestação clínica que a difere são as fortes dores nas articulações
(artralgia e mialgia), que muitas vezes podem estar acompanhadas de edema.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 97
Casos
Assintomáticos
Formas
Infecção Típicas
Casos
Sintomáticos
Fase Fase Fase
Aguda Subaguda Crônica
Formas Casos
Atípicas Graves
Exames: Exames:
3. ZIKA
O PRIMEIRO ISOLAMENTO do vírus Zika ocorreu em 1947. O vírus Zika (ZIKV) é um
arbovírus pertencente ao sorocomplexo Spondweni.
O GENOMA do vírus é RNA, de fita simples, polaridade positiva. Tem TRÊS COMPO-
NENTES ESTRUTURAIS (capsídeo [C], premembrana [prM] ou membrana [M] e envoltura
[E]).
d Gênero Flavivirus
d Família Flaviviridae
Estudos mostram que o PERÍODO DE INCUBAÇÃO em mosquitos é cerca de 10 dias e
no homem de 3 a 6 dias. Sintomas duram entre 2-7 dias, sendo que a doença geralmente
é benigna. Artralgia, no entanto, pode durar 1 mês.
3.1.1. Vetorial
Há evidências de que a mãe infectada com o vírus Zika nos últimos dias de gravi-
dez pode transmitir o vírus ao recém-nascido durante o parto. É possível detectar o vírus
no soro de recém-nascidos utilizando a técnica de reação EM CADEIA da polimerase via
transcriptase reversa (RT-PCR).
No caso do feto ser infectado durante a gestação, este pode desenvolver lesões cere-
brais irreversíveis e ter comprometida, definitivamente, toda a sua estrutura em formação.
As doenças neurológicas, especialmente nas crianças com a doença congênita (infecta-
dos no útero materno), têm sequelas de intensidade variável, conforme cada caso.
O comprometimento nesses casos é tão importante que ALGUMAS crianças, ao nas-
cerem, têm microcefalia, uma deformação dos ossos da cabeça, sinal do não crescimento
adequado do encéfalo (cérebro).
Não há evidências de transmissão do vírus Zika por meio do leite MATERNO, assim
como por urina e saliva.
4. QUADRO CLÍNICO
A zika é uma doença febril autolimitada. Os sintomas comuns da infecção pelo vírus
incluem:
d febre baixa (entre 37,8ºC e 38,5ºC);
d conjuntivite não purulenta;
d dor de cabeça;
d artralgia normalmente em mãos e pés;
d fatiga ou mialgia;
d rash MACULOPAPULAR.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 100
5. EXAMES LABORATORIAIS
Alterações INESPECÍFICAS:
d Leucopenia.
d Trombocitopenia.
d Ligeira elevação da desidrogenase láctica sérica.
d Elevação de marcadores de atividade inflamatória (proteína C reativa, fibrinogênio
e ferritina).
O período virêmico não foi estabelecido, mas se acredita que a detecção direta do
vírus é até 4-7 dias após o início dos sintomas.
Diagnóstico laboratorial ESPECÍFICO:
d Detecção de RNA viral.
d Sorologia para detecção de anticorpos IgM contra o vírus Zika, usando os testes
de ELISA e de Imunofluorescência (a partir do 5º dia após o início dos sintomas).
d Teste de Redução por Neutralização de Placas (PRNT) – oferece maior
especificidade para detecção de anticorpos neutralizantes IgG.
d Detecção do ácido nucleico viral – através da técnica da reação em cadeia da
polimerase (RT-PCR), em amostras de sangue, soro, plasma ou tecidos fixados em
formalina-parafina, colhidas nos primeiros cinco dias de início dos sintomas.
6. FEBRE AMARELA
A febre amarela é uma doença infecciosa não contagiosa, sendo endêmica nas áreas
de florestas tropicais da América do Sul e África, podendo ocorrer sob a forma de surtos e
epidemias.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda transmitida por vetores artró-
podes.
d Gênero Flavivírus
d Família Flaviviridae
O PERÍODO DE INCUBAÇÃO (tempo entre a infecção pela picada do mosquito e o
aparecimento de quadro clínico) médio varia entre 3 e 6 dias, podendo ser de até 10 a 15
dias.
O ESPECTRO CLÍNICO pode variar de uma doença infecciosa viral aguda de curta
duração cuja gravidade varia, podendo ocorrer sob formas oligossintomáticas, até formas
fulminantes, em que os sintomas clássicos de icterícia, albuminúria e hemorragias estão
presentes. Mas também apresenta infecções assintomáticas ou subclínicas que, junto
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 101
com as formas leves da doença, somente são surpreendidas pelos exames laboratoriais
específicos.
d O sinal de Faget (bradicardia acompanhando febre alta) pode ou não estar presente.
Náuseas
Mialgia
QUADRO
Cefaleia intensa e duradoura
CLÍNICO
Inapetência
Surgimento súbito de febre alta, geralmente contínua
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
As formas leves e moderadas se confundem com outras viroses, por isso
são de difícil diagnóstico, necessitando-se da história epidemiológica.
As formas graves clássicas ou fulminantes devem ser diferenciadas das
hepatites graves fulminantes, leptospirose, malária por Plasmodium
falciparum, febre hemorrágica da dengue e septicemias.
PAINEL TORCHS -
TOXOPLASMOSE E HERPES
1. INFECÇÕES CONGÊNITAS ADQUIRIDAS PELO FETO
Entende-se por infecção congênita aquela adquirida pelo feto, no período intraútero.
A transmissão se dá mais comumente por via hematogênica transplacentária, após a mãe
ser infectada, ou, mais raramente, por via ascendente, diretamente através do colo do úte-
ro, durante a gestação.
Incluem as doenças causadas por vírus (Citomegalovírus, rubéola, herpes simplex,
hepatite B, HIV, varicela-zoster, enterovírus, vírus Epsten-barr), protozoários (Toxoplasma
gondii, Plasmodium sp, Tripanosoma cruzzi) e espiroquetas (Treponema pallidum). Po-
rém, as principais investigadas na rotina constituem o que se chama de PAINEL TORCHS.
3. TOXOPLASMOSE
A toxoplasmose, transmitida pelo protozoário Toxoplasma gondii, é uma das infec-
ções parasitárias mais comuns em humanos, sendo amplamente distribuída em todo o
mundo.
A transmissão pode ocorrer, muito mais raramente e principalmente em mulheres
portadoras de deficiência imunológica, após reativação da toxoplasmose latente durante
a gestação ou reinfecção.
ATENÇÃO! O risco de ocorrência de infecção congênita aumenta significativamente
conforme a idade gestacional em que a mulher é infectada, sendo estimado em:
TRÍADE
Modificação do volume craniano,
calcificações intracerebrais e/
ou convulsões podem ocorrer.
Porém, quando a mãe é tratada, o risco é de 8%, 19% e 44% (1º, 2º e 3º trimestre,
respectivamente). Quando a infecção ocorre no 1º trimestre, resulta em grave lesão fetal
(aborto, natimorto, doença severa com teratogênese) e no final da gestação resulta em
infecção fetal subclínica. A transmissão raramente ocorre durante o parto. Assim, a deter-
minação da idade gestacional em que a gestante foi infectada pode ajudar a estimar tanto
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 104
o risco de infecção fetal quanto o de doença clinicamente aparente na criança. Sendo que,
a manifestação da toxoplasmose na criança, após o nascimento, pode ser percebido me-
ses ou até anos depois.
Nesses casos, as manifestações mais frequentes são coriorretinite (inflamação na
retina) e alterações neurológicas. SEQUELAS tardias são muito frequentes na toxoplas-
mose congênita não tratada. As mais frequentes e mais graves são nos RN que já apre-
sentam sinais ao nascer, com acometimento visual em graus variados, retardo mental,
crises convulsivas, anormalidades motoras e surdez.
3.1. DIAGNÓSTICO
A comparação dos títulos de IgG obtidos por meio de um mesmo teste laboratorial
em duas amostras consecutivas de sangue, colhidas com pelo menos três semanas de
intervalo, permite o diagnóstico de infecção aguda materna se forem detectados:
Um teste sorológico positivo para IgM durante a gestação não significa necessaria-
mente infecção recente uma vez que resultados de IgM falso-positivos são frequentes.
Este exame é normal na maioria dos casos, mas pode revelar anormalidades fetais ines-
pecíficas que sugiram toxoplasmose congênita, como hidrocefalia, calcificações cerebrais e
hepáticas, hepatoesplenomegalia, ascite, cardiomegalia e anormalidades placentárias.
3.2.4. DIAGNÓSTICO NO RN
É dificultado pela presença de anticorpos de classe IgG maternos transferidos por via
transplacentária durante a gestação.
Em geral, os títulos de testes sorológicos para detecção de IgG no RN são bastante
semelhantes aos títulos maternos no momento do parto. Mas, ocorre uma quadruplica-
ção dos títulos de IgG em 2 amostras com intervalo de 3 semanas, quando há a infecção
congênita.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 106
Figura 41 - Medicamentos utilizados para tratamento da toxoplasmose congênita durante o primeiro ano de vida5.
Medicamento* Posologia
Sulfadiazina (comprimi-
100mg/kg/dia divididos em 2 doses diárias durante 1 ano
dos de 500mg)
1mg/Kg/dia em dose diária, durante dois a seis meses, de-
Pirimetamina (comprimi- pendendo da intensidade do acometimento
dos de 25mg) A seguir, 1 mg/Kg três vezes por semana, até completar 1
ano de utilização do medicamento
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 107
Medicamento* Posologia
10mg administrados três vezes por semana
Na ocorrência de neutropenia:
Se < 1000 neutrófilos/mm³, aumentar a dose para 20mg di-
ários;
Ácido folínico (comprimi- Se < 500 neutrófilos/mm³, suspender a pirimetamina até que
dos de 15mg) ocorra recuperação
Manter por mais uma semana após interrupção do uso da
pirimetamina
Atenção: o ácido fólico não deve ser utilizado em substitui-
ção ao ácido folínico
1mg/Kg/dia em duas doses diárias se houver retinocoroidite
em atividade e/ou se proteinorraquia ≥ 100mg/dL
Prednisona ou predniso- Utilizar sempre em associação com sulfadiazina e pirimeta-
lona mina.
Realizar retirada gradual após estabilização do processo in-
flamatório
Neutropenia, anemia (frequentes), trombocitoponia, hiper-
Efeitos adversos bilirrubinemia, reações de hipersensibilidade, intolerância
gastrointestinal, cristalúria, erupção cutânea.
4. HERPES SIMPLES
É uma infecção causada pelo vírus Herpes Simples (HSV). Existem 2 tipos: HSV 1 e
HSV 2, geralmente responsáveis por infecção labial e genital, respectivamente. Em cerca
de 80% dos casos, a infecção neonatal é causada pelo HSV 2 e 15 a 20% pelo HSV 1. A
transmissão congênita pode ocorrer de infecção materna primária (33-50%) e infecção re-
corrente (0-5%). Ocorre transmissão intrauterina, intraparto (mais frequente) e pós-natal.
Classicamente, a transmissão do vírus Herpes simplex (VHS) ocorre da seguinte maneira:
d Herpes oral é atribuído ao vírus Herpes simplex tipo 1, resultando a infecção do
contato com lesões orais ou secreções infectadas
d Herpes genital é atribuído ao vírus Herpes simplex tipo 2, resultando a infecção do
contacto com lesões genitais ou secreções vaginais infectadas.
d Via de parto O parto cesáreo é indicado para pacientes com manifestações clínicas
e ativas no momento do parto.
Autores recomendam a realização da cesárea se a infecção primária ocorreu nas
últimas quatro a seis semanas de gestação, devido à replicação viral e produção de anti-
corpos insuficiente para proteção do recém-nascido.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 108
Para o recém-nascido a situação mais GRAVE ocorre quando a mãe adquire a primei-
ra infecção genital pouco tempo antes do parto.
As MANIFESTAÇÕES podem ser mucocutâneas, neurológicas ou disseminadas.
Quanto ao quadro clínico, pode ser (Ocorre no nascimento ou após 2 a 6 semanas):
d Infecção localizada (40%) - (pele, olhos e boca): as lesões de pele variam de
vesículas até grandes bolhas nos locais de pequenos traumas, mucosa oral e oculares.
d Infecção localizada no Sistema Nervoso Central (35%): com manifestações de
encefalite (convulsão, letargia, irritabilidade, tremores, abaulamento da fontanela e
instabilidade térmica) com ou sem lesão de pele, mucosa oral e olhos.
d Infecção disseminada (25%): infecção envolvendo vários órgãos (fígado, pulmão,
Sistema Nervoso Central, coração, Trato Gastro Intestinal e rins), febre, icterícia
colestática, hepatite, rash ou púrpura, sangramento, colapso cardiovascular, apnéia,
taquidispnéia e comprometimento do Sistema Nervoso Central.
d Infecção intrauterina: rara e os casos mostram microcefalia, lesões de pele com
vesículas e cicatrizes, coriorretinite, microftalmia, hidroanencefalia e muitas resultam
em aborto ou natimorto.
4.1. TRATAMENTO
1.1. DIAGNÓSTICO
Técnicas laboratoriais utilizadas para pesquisa de infecção pelo CMV
Permite visualização do
efeito citopático viral
2. INFECÇÃO CONGÊNITA
Petéquias
Restrição do crescimento
Microcefalia
Sinais Clínicos Icterícia associada à colestase
Hepatoesplenomegalia
Trombocitopenia
Perda auditiva neurossensorial
3. INFECÇÃO PERINATAL
Após o estabelecimento de medidas de inativação do CMV com relação à transfusão
de hemoderivados, o aleitamento materno vem sendo apontado como a via mais impor-
tante de infecção por esse vírus.
A infecção perinatal é assintomática na grande maioria dos RN a termo.
Avaliação clínica e com exames complementares para determinar o grau do compro-
metimento do recém-nascido:
No entanto, o vírus pode ser inativado pela pasteurização do leite humano, e a carga
viral, reduzida pelo congelamento a -20 ºC.
Figura 42 - Avaliação clínica e exames complementares para crianças com infecção congênita pelo CMV5.
4. TRATAMENTO
Figura 43 - Esquema de tratamento para citomegalovirose congênita5.
Avaliação clínica
• Peso, comprimento e perímetro cefálico;
• Hepatimetria e tamanho do baço;
• Fundoscopia ocular ao nascimento e com 12 e 60 meses
Avaliação auditiva
• Otoemissões acústicas
• Potencial evocado da audição (BERA) ao nascimento, com 3, 6, 12, 18, 24, 30 e 36 me-
ses. A partir dessa idade, audiometria infantil condicionada a cada 6 meses até 6 anos
de idade.
Exames de imagem do SNC
• Tomografia computadorizada de crânio ao nascimento e, se alterada, repetir de acordo
com a necessidade clínica.
Exames complementares
• Hemograma completo com contagem de plaquetas;
• Bilirrubina total e frações;
• Transaminases séricas;
• Exame liquórico: celularidade, proteinorraquia, glicorraquia e pesquisa do DNA do CMV.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 113
2.SINTOMATOLOGIA
d Exantema maculopapular puntiforme difuso
d Febre baixa
d Linfoadenopatia retroauricular, cervical e occipital
Deficiência
auditiva
Cardiopatia
Cardiopatia
congênita
À medida que o contágio atinja fetos com idade gestacional mais avançada, o risco
de anomalias nestes, diminui consideravelmente. Entretanto, ainda podem existir lesões
inflamatórias e degenerativas no feto, especialmente no sistema nervoso central e vísce-
ras, como coração, fígado e pulmões. No entanto, as crianças infectadas geralmente são
assintomáticas ao nascimento mas irão manifestar comprometimento de um ou múltiplos
órgãos no decorrer da evolução.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 114
3. TRANSMISSÃO
A rubéola pós-natal é transmitida, principalmente, por contato direto com indivíduos
infectados pelas gotículas de secreções nasofaríngeas, sangue e urina.
A rubéola é transmitida, por via transplacentária, da mãe para o feto, durante os perí-
odos de viremia. Essa transmissão sofre a influência direta da idade gestacional na época
da infecção primaria materna. A taxa de transmissão materno-fetal é de 90% nas primei-
ras 12 semanas de gestação, havendo um declínio entre 12 a 28 semanas de idade gesta-
cional e aumentando novamente no final do 3° trimestre da gravidez, quando pode atingir
até 100% dos fetos.
No caso do recém-nascido ter sido infectado, esta criança com rubéola congênita
pode eliminar o vírus pela urina e secreções nasofaríngeas, funcionando como um reser-
vatório, sendo, portanto, potente fonte de transmissão.
d Período de incubação
y 12 a 23 dias, durando em média 17 dias.
d Período de Transmissão
y O indivíduo infectado pode transmitir a doença cerca de 5 dias antes até 5 a
7 dias após o aparecimento da exantema.
ATENÇÃO! NÃO OCORRE TRANSMISSÃO QUANDO A DOENÇA OCORREU ANTES DA
GRAVIDEZ. E, crianças com rubéola congênita podem eliminar o vírus por período superior
a 1 ano. A transmissão é maior nos primeiros meses de vida. Até os três meses de idade
todas devem ser consideradas contagiantes.
4. DIAGNÓSTICO
Além da suspeita clínica e epidemiológica, o diagnóstico da rubéola congênita é, so-
bretudo laboratorial. Como o diagnóstico diferencial com outras doenças exantemáticas
é difícil, os exames laboratoriais destacam-se pela importância para a confirmação diag-
nóstica, além de ser essencial, pois a maioria dos casos é totalmente assintomática.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 115
Figura 44 - Estrutura do EBV. A partícula viral infecciosa do EBV tem três com-
ponentes: (i) nucleoide, (ii) capsídeo e (iii) envelope78.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 117
2. LINFOMA DE BURKITT
Diversos estudos sugerem fortemente a participação do vírus Epstein-Barr (EBV) na
patogênese do linfoma de Burkitt. Sequências do DNA deste vírus podem ser evidenciadas
nas células-B e elevados títulos de anticorpos contra o EBV são encontrados nos pacien-
tes portadores desta patologia.
O EBV inibe a morte celular programada e contribui para o desenvolvimento e manu-
tenção do linfoma de Burkitt. O linfoma de Burkitt é um raro linfoma linfocítico pobremente
diferenciado, caracterizado pela proliferação monoclonal de linfócitos-B5.
3. MONONUCLEOSE INFECCIOSA
A mononucleose infecciosa (MI) é uma doença febril aguda, transmissível, causada
pelo Epstein-Barr vírus, a qual acomete, principalmente, indivíduos entre 15 e 25 anos de
idade, com baixa letalidade e manifestações geralmente benignas.
A infecção primária em infantes – com idade inferior a cinco anos – não se apresenta
usualmente com as alterações clínico-laboratoriais.
Essas características típicas são:
d Febre
d Faringite
d Linfadenomegalia
d Linfocitose atípica
d Mal estar
A TRANSMISSÃO ocorre por via oral-oral, através do contato íntimo com a saliva de
um hospedeiro infectado, sendo a porta de entrada do HBV a nasofaringe. Assim, a MI fi-
cou conhecida como a doença do beijo. Além disso, estudos mostram que também pode
ocorrer transmissão sexual.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 118
A idade influi diretamente nas manifestações clínicas da doença. De fato, até 75%
dos adolescentes infectados apresentam MI típica.
E como esse vírus infecta o homem e causa doença?
1) EBV liga-se às proteínas de superfície das células epiteliais e dos linfócitos B,
onde se multiplicam.
2) Além disso, as proteínas do HBV levam à ativação e proliferação de linfócitos B.
3) A infecção leva à lise com liberação de novos vírions, que infectam o epitélio da
orofaringe e são excretados pela saliva.
4) Em seguida, o EBV associa-se ao genoma da célula do hospedeiro, resultando
numa infecção latente.
4. DIAGNÓSTICO
Hemograma à leucometria normal ou presença de leucocitose, com predomínio linfocí-
tico e ocorrência de atipia, atingindo um nível de 10.000 a 20.000 células/mm³ e neutro-
penia leve.
Trombocitopenia, com menos de 140.000 plaquetas/mm³, é comum.
Lâmina hematológica os linfócitos são maiores – com núcleos lobulados e excêntricos,
possuindo citoplasma vacuolado basofílico abundante e identações da membrana ce-
lular.
Detecção de anticorpo IgM dirigido ao VCA
Os títulos de anticorpos IgM e IgG – dirigidos ao antígeno do capsídeo viral (VCA) –
mostram-se elevados no soro de mais de 90% dos pacientes no início da doença.
É mais útil para o diagnóstico de MI aguda, visto que só está presente em títulos eleva-
dos nos primeiros dois a três meses de evolução da entidade nosológica.
Pesquisa de anticorpos heterófilos (teste de Paul-Bunnell-Davidson) à
Deve ser realizada na suspeita de primoinfecção pelo EBV, por conta da elevação em até
50% de anticorpos da classe IgG, e em 100% relacionados com a classe IgM.
Os anticorpos detectáveis desenvolvem-se, habitualmente, dentro dos primeiros sete
dias após o início dos sintomas, descrevendo-se um pico entre duas e cinco semanas
de doença, com posterior queda.
Aminotransferases – ALT e AST: Elevação de transaminases pode ser vista na maioria
dos pacientes e é fortemente sugestiva do diagnóstico de MI.
Concentração sérica de bilirrubina.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 119
REFERÊNCIAS
1. Abbas AK, Lichtman AH, Pillai S. Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier; 2015.
2. Soares R, Armindo RD, Rocha G. A imunodeficiência e o sistema imunitário: O
comportamento em portadores de HIV. Arq Med [Internet]. 2014 Ago [acesso em: 2019
Jul 16]; 28(4): 113-121. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0871-34132014000400004&lng=pt.
3. Murphy Kenneth. Imunobiologia de Janeway [recurso eletrônico]. tradução: Denise C.
Machado, Gaby Renard, Lucien Peroni Gualdi; revisão técnica: Denise C. Machado. 8. ed.
Porto Alegre: Artmed; 2014.
4. Bender AL, von Mühlen CA. Testes Laboratoriais Aplicados à Imunologia Clínica. Capítulo
5: testes sorológicos ou imunoensaios. [acesso em: Março/21]. Disponível em: http://
docente.ifsc.edu.br/rosane.aquino/MaterialDidatico/AnalisesClinicas/avalia%C3%A7
%C3%A3o/Testes-Laboratoriais-Aplicados-Imunologia-Clinica.pdf
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os
profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
6. Scutti JAB. Fundamentos da Imunologia. São Paulo: Rideel; 2016.
7. Cruvinel WM, Mesquita JD, Araújo JAP, Catelan TTT, Souza AWS, Silva NP et al. Sistema
imunitário: Parte I. Fundamentos da imunidade inata com ênfase nos mecanismos
moleculares e celulares da resposta inflamatória. Rev. Bras. Reumatol. [Internet]. 2010.
8. Mesquita JD, Araújo JAP, Catelan TTT, Souza AWS, Cruvinel WM, Andrade LEC et al. Sistema
imunitário - parte II: fundamentos da resposta imunológica mediada por linfócitos T e B.
Rev. Bras. Reumatol. [Internet]. 2010
9. Andrade FG, Ferreira O (Org.). Atlas Digital de Histologia Básica [livro eletrônico]. Londrina:
UEL; 2014.
10. CEAD UFLA. Órgãos do sistema imune. Lavras/MG: UFLA; 2011. Disponível em: http://
projetotics.cead.ufla.br/.
11. Junqueira LCU, Carneiro J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;
2013.
12. Teva A et al. Imunologia. Capítulo 1. Conceitos e métodos para a formação de profissionais
em laboratórios de saúde: volume 1. Rio de Janeiro: EPSJV; IOC, 2009.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 121
13. Machado PRL, Araújo MIAS, Carvalho L, Carvalho EM. Mecanismos de resposta imune
às infecções. An. Bras. Dermatol. [Internet]. 2004 Dec. [acesso em: Março/21]; 79(6):
647-662. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-
05962004000600002&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0365-05962004000600002.
14. Criado PR, Oliveira CB, Dantas KC, Takiguti FA, Benini LV, Vasconcellos C. Micoses
superficiais e os elementos da resposta imune. An. Bras. Dermatol. [Internet]. 2011
Aug [acesso em: Março/21]; 86(4): 726-731. Disponível em: http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962011000400015&lng=en. http://dx.doi.
org/10.1590/S0365-05962011000400015.
15. Ensina LP. Drug hypersensitivity reactions. Rev. bras. alerg. imunopatol. 2009; 32(2).
16. Souza AWS, Mesquita JD, Araújo JAP, Catelan TTT, Cruvinel WM, Andrade LEC et
al. Sistema imunitário: parte III. O delicado equilíbrio do sistema imunológico entre
os pólos de tolerância e autoimunidade. Rev. Bras. Reumatol. [Internet]. 2010 Dec
[acesso em: Março/21]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0482-50042010000600007&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0482-
50042010000600007.
17. Wang L, Wang FS, Gershwin ME. Doenças autoimunes humanas: uma atualização
abrangente. (Reveja). J Intern Med. 2015; 278: 369-395.
18. Goeldner I, Skare TL, Razão ITM, Utiyama SRR. Artrite reumatoide: uma visão
atual. J. Bras. Patol Med. Laboratório [Internet]. 2011 out [acesso em: 2019 jul.
15]; 47(5): 495-503. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1676-24442011000500002&lng=en. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1676-
24442011000500002.
19. Borba EF, Latorre LC, Brenol JCT, Kayser C, Silva NA, Zimmermann AF et al. Consenso
de lúpus eritematoso sistêmico. Rev. Bras. Reumatol. [Internet]. 2008 ago. [acesso em:
2019 jul. 15]; 48(4): 196-207. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0482-50042008000400002&lng=en. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/
S0482-50042008000400002.
20. Sgarbi JA, Maciel RMB. Patogênese das doenças tiroidianas autoimunes. Arq Bras Endocrinol
Metab [Internet]. 2009 fev. [acesso em: 2019 jul. 15]; 53(1): 5-14. Disponível em: http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302009000100003&lng=en.
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302009000100003.
21. Lima HC. Fatos e mitos sobre imunomoduladores. A. Bras. Dermatol. [Internet]. Jun 2007
[acesso em: 2019 jul. 15]; 82(3): 207-221. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962007000300002&lng=en. DOI: http://dx.doi.
org/10.1590/S0365-05962007000300002.
22. Cordeiro MLCE et al. Anticorpos Monoclonais: Implicações Terapêuticas No Câncer.
Revista Saúde E Ciência OnLine. Set-Dez 2014; 3(3):252-262.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 122
23. Barreto ML, Pereira SM, Ferreira AA. Vacina BCG: eficácia e indicações da vacinação
e da revacinação. J. Pediatr. [Internet]. 2006 jul. [acesso em: 2019 jul. 16]; 82(3
Suppl): s45-s54. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0021-75572006000400006&lng=en. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0021-
75572006000400006.
24. Souza MG et AP. Reação farmacodérmica decorrente do uso do levamisol: relato de caso.
Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 2005; 57(supl. 2): 154-157.
25. Roxo JP. Imunodeficiências primárias: aspectos relevantes para o pneumologista.
J. bras. pneumol. [Internet]. 2009 out [acesso em: 2019 jul. 16]; 35 (10): 1008-1017.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
37132009001000010&lng=en. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1806-
37132009001000010.
26. Abdul Ghaffar. Microbiologia e Imunologia On-Line. Capítulo 19. Escola de Medicina
da Faculdade da Carolina do Sul. Disponível em: https://www.microbiologybook.org/
Portuguese/immuno-port-chapter19.htm.
27. Abdul Ghaffar et al. Imunologia – Capítulo Quatorze Imunização. Tradução: PhD. Myres
HHA, Martins RM, Leal MLF, Freire MS, Couto AR. Atualização em vacinas, imunizações
e inovação tecnológica. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2011 Feb [acesso em: 2019
jul. 16]; 16(2): 445-458. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_
arttext&pid=S1413-81232011000200008&lng=en. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-
81232011000200008.
28. Ballalai I, Bravo F (Orgs.). Imunização: tudo o que você sempre quis saber. Rio de Janeiro:
RMCOM; 2016. ISBN: 978-85-68938-00-3.
29. Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. Superintendência de
Vigilância em Saúde. Coordenação do Programa de Imunizações. Guia Prático de Normas
e Procedimentos de Vacinação. Rio de Janeiro: SMSDC, 2013. Edição revisada (Série B.
Normas e Manuais Técnicos).
30. Beaglehole R, Bonita R, Kjellström T. Basic Epidemiology. Geneva: World Health
Organization; 1993.
31. Ferreira AW. Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosas e
autoimunes: correlações clínico-laboratoriais. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2013.
32. Vaz AJ. et al. Imunoensaios. 2010.
33. Brasil. Ministério da Saúde. Manual Técnico para Diagnóstico da Sífilis. Brasília: Ministério
da Saúde; 2016
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 123
34. Carvalho Neta AV, Rocha RDR, Gontijo CMF, Reis AB, Martins-Filho OA. Citometria de
fluxo no diagnóstico da leishmaniose visceral canina. Arquivo Brasileiro de Medicina
Veterinária e Zootecnia. 2006; 58(4): 480-488. DOI: https://dx.doi. org/10.1590/S0102-
09352006000400005.
35. Carvalho AT, Ribeiro GA, Nogueira RF. Citometria de Fluxo no estudo das doenças infecto-
parasitárias. Curso de Inverno-Instituto Oswaldo Cruz. 2010.
36. Ministério da Saúde. Telelab. Diagnóstico da Sífilis - Aula 7. Disponível em: https://telelab.
aids.gov.br
37. Ministério da Saúde. Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV. Brasília;
2013. Disponível em: https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/
HELIOJOSEMONTASSIER/aula-western-blotting.pdf
38. Brasil. Ministério da Saúde. Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais.
Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília; 2016.
39. Coelho HSM et al. Hepatites. Rio de Janeiro: Editora Rubio; 2006.
40. Lopes N, Nozawa C, Linhares REC. Características gerais e epidemiologia dos arbovírus
emergentes no Brasil. Rev Pan-Amaz Saude [Internet]. 2014 Set [acesso em: 2019
Jul 23]; 5(3): 55-64. Disponível em: http://scielo. iec.gov.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S2176-62232014000300007&lng=p
41. Donalisio MR, Freitas ARR, Zuben APBV. Arboviroses emergentes no Brasil: desafios para
a clínica e implicações para a saúde pública. Rev. Saúde Pública [Internet]. 2017 [acesso
em: 2019 Jul 23]; 51: 30. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0034- 89102017000100606&lng=en
42. Brasil. Ministério da Saúde. Fundacão Nacional de Saúde. Dengue: aspectos
epidemiológicos, diagnóstico e tratamento. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002.
20p. Série A. Normas e Manuais Técnicos, nº 176.
43. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de
Gestão. Dengue: diagnóstico e manejo clínico – Adulto e Criança. 3. ed. Brasília: Ministério
da Saúde, 2007. 28 p. Série A. Normas e Manuais Técnicos.
44. Ministério da Saúde. Zika abordagem clínica na atenção básica. Disponível em: http://
www. saude.pi.gov.br/uploads/warning_document/file/276/livro.pdf. MS, 2016.
45. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção
Básica. Chikungunya: Manejo Clínico. Brasília: Ministério da Saúde; 2017.
46. Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis. Febre de chikungunya: manejo clínico. Ministério da Saúde.
47. Costa AL et al. Dengue: aspectos epidemiológicos e o primeiro surto ocorrido na região
do Médio Solimões, Coari, Estado do Amazonas, no período de 2008 a 2009. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. jul- ago, 2011; 44(4): 471-474.
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 124
48. Vasconcelos PFC. Febre Amarela. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
mar-abr, 2003; 36(2): 275-293.
49. Pereira DAP et al. Infecção Congênita em Pacientes Matriculados em Programa de
Referência Materno Infantil. Revista Paraense de Medicina. Jan.-mar. 2015; 29(1).
50. Ronqui T et al. Caderno de atenção à saúde da criança recém-nascido de risco. Atenção
à saúde da criança recem-nascido de risco. Secretaria do Estado de Saúde. Paraná.
Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/opdf1.pdf
51. Franco RF, Montenegro RM, Machado ABMP, Renal F. Avaliação de testes diagnósticos
para infecção ativa por citomegalovírus em receptores de transplante J. Bras. Nefrol
[Internet]. Março de 2017 [acesso em: 2019 jul. 24]; 39(1): 46-54. Disponível em: http://
www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-28002017000100046&lng=en.
DOI: http:// dx.doi.org/10.5935/0101-2800.20170008.
52. CONITEC. Relatório de recomendação – Testes para diagnóstico de sífilis. Maio/2015.
53. Brasil. Ministério da Saúde. Manual Técnico para o Diagnóstico da Sífilis. Brasília:
Ministério da Saúde; 2016.
54. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.242, de 30 de dezembro de 2011. Dispõe sobre
o Fluxograma Laboratorial da Sífilis e a utilização de testes rápidos para triagem da sífilis
em situações especiais e apresenta outras recomendações. Brasil; 2011.
55. Ministério da Saúde. Sífilis: Estratégias para Diagnóstico no Brasil. Brasília: Ministério da
Saúde, Coordenação de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. 2010. 100 p. Série
TELELAB.
56. Rubéola: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Disponível em:
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/rubeola.
57. SP, DVVTR. Agravos Epidemiológicos: Rubéola - Doenças Infecciosas e Parasitárias.
Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br/.
58. Costa FAS, Quadrado AVM, Brandão AP, Leme BAP, Carneiro BV, Castanho DLM et al. Síndrome
da Rubéola Congênita: revisão de literatura. Rev Med Saude Brasilia. 2013; 2(1): 4657.
59. Oliveira JL et al. O vírus Epstein-Barr e a mononucleose infecciosa. Rev Bras Clin Med. 2012
nov-dez; 10(6): 535-43. Disponível em: http://files.bvs.br/ upload/S/1679-1010/2012/
v10n6/a3190.pdf
60. Freitas RA, Barros SSLV, Quinderé LB. Linfoma de Burkittoral: relatodecaso. Rev.
Bras. Otorrinolaringol. [Internet]. 2008 jun. [acesso em: 2019 jul. 26]; 74(3): 458-
461. Disponível em: http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
72992008000300023&lng=en. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-
72992008000300023.
61. Ferreira LS. Síndromes de Mononucleose. [acessado em Março de 2021]. Disponível em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882328/sindromes-de-mononucleose.pdf
PRODUTO ÚNICO - IMUNOLOGIA CLÍNICA 125