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Perícia Contábil
Bibliografia.
11-08033 CDD-657.450981
ISBN: 978-85-387-2454-4
Normas Brasileiras 51
de Contabilidade relacionadas à perícia
51 | Normas Brasileiras de Contabilidade
53 | Norma Brasileira de Contabilidade voltada para a profissão de perito
71
Espécies de perícia
71 | Ambientes diversos de perícia
71 | Perícia judicial
76 | Perícia semijudicial
78 | Perícia extrajudicial
mário
79 | Perícia arbitral
91
Ética, cidadania e perícia
91 | Ética geral
94 | Relacionamento da ética e a perícia contábil
100 | Perícia contábil e o código de ética profissional
Planejamento e execução 111
dos trabalhos em perícia contábil
111 | Planejamento dos trabalhos
114 | Etapas do planejamento do trabalho pericial
118 | Técnicas de execução dos trabalhos em perícia contábil
121 | Papéis de trabalho
137
Aplicações usuais da perícia contábil
137 | Aplicabilidade dos trabalhos periciais
138 | Apuração de haveres e análise de valores patrimoniais
149 | Formalidades da escrituração contábil
151 | Formalidades dos documentos
159
Fraudes na contabilidade e nos documentos
159 | Fraudes e erros
160 | Caracterização da fraude e do erro
163 | Fraudes na escrituração e em documentos
164 | Utilização da contabilidade para fins inadequados
166 | Fraudes possíveis no balanço patrimonial
172 | Fraudes possíveis na demonstração do resultado
sumário
sumário Laudos e pareceres periciais
181 | Importância do laudo e do parecer pericial
182 | Conceito do laudo e do parecer pericial
181
Perícia Contábil
bacharel em Ciências Contábeis poderá atuar, de
grande importância e com impacto direto na so-
ciedade e na vida das pessoas.
A atividade pericial enobrece e dignifica o pro-
fissional que a executa com ética e responsabili-
dade, trazendo luz para as pessoas que decidem a
melhor solução aos conflitos, pois o seu propósito
é a busca incessante da verdade.
A presente obra tem o propósito de trazer uma
visão panorâmica da perícia, desde aspectos rela-
cionados aos conceitos básicos, à legislação ati-
nente à profissão, além de demonstrar a operacio-
nalização da função pericial.
O livro está estruturado em 10 capítulos. No ca-
pítulo 1, apresentamos os fundamentos relativos à
perícia, demonstrando suas bases históricas, a le-
gislação relativa à perícia no Brasil, noções concei-
tuais, perfil desejado da pessoa que pretende atuar
nessa função, além de fazermos a diferenciação
entre o perito do juiz e o assistente técnico.
No capítulo 2, abordamos as principais dife-
renças que existem nos trabalhos executados pelo
perito, se comparados àqueles desempenhados
pelo auditor, conduzindo a nossa linha de racio-
cínio em relação a: objeto e finalidade, órgãos re-
presentativos dos peritos e dos auditores e suas
normas, abrangência e profundidade dos trabalhos
e usuários e época de demanda dos trabalhos.
No capítulo 3, tratamos sobre as Normas Bra-
sileiras de Contabilidade, que estão diretamen-
te relacionadas às atividades de perícia contábil,
abordando tanto aquelas voltadas para a área pro-
fissional, como as que tratam da pessoa que exerce
a função de perito contábil.
No capítulo 4, direcionamos estudos sobre as
diversas espécies de perícias que podem existir,
apresentando o ambiente em que estas se proces-
sam, as suas características, bem como a finalidade
a que se propõem.
O capítulo 5 é de fundamental importância,
Perícia Contábil
pois nele tratamos da relação existente entre a
ética, a cidadania e os trabalhos voltados para a
área de perícia contábil, com atenção especial
dada ao Código de Ética Profissional do Contador,
com as principais diretrizes emanadas do Conselho
Federal de Contabilidade.
No capítulo 6, abordamos a importância do pla-
nejamento para a adequada execução dos traba-
lhos em perícia contábil, indicando as fases em que
este ocorre, bem como os cuidados que o perito
deve ter em todas as etapas.
Em relação ao capítulo 7, discorremos sobre as
principais aplicações da perícia contábil, tanto para
questões envolvendo pessoas físicas como jurídi-
cas, direcionando nossos estudos para questões
que envolvam a avaliação e verificação de haveres,
e a análise de valores patrimoniais.
O capítulo 8 versa sobre a diferenciação que
existe entre o erro e a fraude, em que demons-
tramos situações que podem levar a ocorrências
dessas naturezas, tanto na contabilidade, como
também nos documentos que geram base para a
escrituração dos valores.
O capítulo 9 dedicamos para tratar da impor-
tância, do conceito, das características e dos con-
teúdos do laudo e do parecer pericial, em confor-
midade com regras estabelecidas pelo Código de
Processo Civil (CPC), e pelas Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC).
Finalizamos o livro com o capítulo 10, no qual
abordamos as formas de remuneração do trabalho
pericial, as bases para a formação dos honorários
profissionais, de acordo com as Normas Brasileiras
de Contabilidade que tratam desse tema.
Ao término de cada capítulo, existem leitu-
ras voltadas para a ampliação do conhecimento
dos leitores, sempre interligadas com os assun-
tos abordados, além de atividades de aplicação
que visam à assimilação e fixação dos conteúdos
desenvolvidos.
Dedicatória
Para meus pais, in memoriam, pela educação
e construção de bases sólidas de ética na minha
vida.
Aos meus familiares: Nara, esposa amada que
compartilha comigo anos de convivência, e aos
meus filhos Tainá e Vitor, razões da minha existên-
cia e luz no meu caminho.
Introdução e conceitos
básicos de perícia
Origem da perícia
O acúmulo de riquezas sempre foi um dos fatores que impulsionaram a
humanidade, desde os primórdios. Inicialmente, por uma questão de sobre-
vivência da própria espécie, e posteriormente por ambição, vaidade e até
mesmo ganância.
De um lado o autor da reclamação, aquele que julga ter o seu direito lesado,
e do outro o réu, que é aquele que, em tese, lesou o direito de outrem. Para so-
lucionar esse conflito, o juiz tem a difícil e honrosa missão de decidir sobre qual
das partes tem razão, pois é impossível que em uma demanda judicial todos
os envolvidos estejam certos. Sempre alguém irá ganhar, e outro irá perder.
1
Documentação acosta- O juiz, entendendo que somente através da documentação acostada1 aos
da é aquela que as partes,
autor e réu, solicitam que autos pelas partes envolvidas não é o suficiente para uma justa e honesta
faça parte do processo,
de maneira a servir como decisão, poderá determinar a produção de novas provas, através de perícia.
subsídio para que o juiz
tenha pleno conhecimen-
to dos fatos que motiva- O objetivo da prova pericial é o de demonstrar a verdade, de maneira
ram a ação.
irrefutável e incontestável, a qual fará com que o magistrado tenha a plena
certeza de estar praticando a justiça, isenta de favorecimentos.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Essa afirmativa é reforçada por Rosa (1999), que assegura que o não paga-
mento, pelo profissional, de anuidade devida a determinado órgão de classe
em que estiver registrado, o impedirá de realizar a perícia.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Pessoais
A honestidade, ética e o caráter irretocável deverão acompanhar a traje-
tória do perito em todas as fases de sua vida, pois a ele será confiada a possi-
bilidade de iluminar os juízes na melhor decisão de uma sentença.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Profissionais
Particularmente para a consecução da perícia contábil, o indivíduo
deverá ter a formação em curso superior de Ciências Contábeis, com registro
ativo junto ao órgão regulador da profissão, no caso, o Conselho Regional de
Contabilidade.
O perito deverá ter o gosto pela leitura técnica, absorvendo novos con-
ceitos, metodologias e fundamentações que poderão respaldar as suas con-
clusões e convicções, pois a esse profissional não é admitida a incerteza, a
insegurança ou a aproximação.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Perito do juiz
O perito do juiz, ou perito judicial, é aquele que é nomeado pelo juiz para
auxiliá-lo durante uma demanda judicial, em que seja requerido o trabalho
de um especialista.
Parágrafo único. A escusa deve ser apresentada dentro de cinco dias contados da intimação
ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la
(art. 423).
Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento ou
suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz
nomeará novo perito.
Em que pese à enorme honra que é ser indicado para auxiliar o magistra-
do em uma demanda judicial, na função de perito, devemos ter claramente
evidenciadas as nossas eventuais limitações para o aceite do trabalho, moti-
vado por fatores pessoais ou situações externas alheias à nossa vontade.
Estudos realizados por Hoog (2008) nos alertam de que o fato de uma pe-
rícia estar abrangida pela justiça gratuita, por si só, não pode ser um motivo
de escusa do trabalho por parte do perito. Nesse caso, estaria o perito sujeito
a sanção moral, que é a mais severa que poderia existir, não sendo mais indi-
cado/nomeado para atuar em outros processos.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
relação profissional mantida pelo perito com qualquer das partes, den-
tro dos últimos cinco anos;
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Assistente técnico
O assistente técnico, ou perito da parte, é aquele que poderá ser indicado
pelas partes envolvidas em uma demanda judicial, encontrando da mesma
forma respaldo nos parágrafos 1.º e 2.º, artigo 421, da Lei 5.869/73 (CPC), os
quais transcrevemos a seguir:
Art. 421. [...]
II - apresentar quesitos.
§2.º Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na inquirição
pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a
respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.
Sendo indicado por um dos litigantes, a este deverá prestar serviço, es-
tudando profundamente o processo, e assessorando o advogado da parte
que o contratou, com estratégias pautadas na ética, na regulamentação e na
ciência contábil.
Não é o fato de ser contratado por uma das partes que fará com que o
assistente técnico haja com malícia, procedimentos amorais, ou infração ao
código de conduta da profissão contábil, ou leis específicas.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Por esse fator, não raras são as situações em que o assistente técnico possa
ser inclusive o próprio contador de uma empresa que está em uma demanda
judicial, pois este possui as prerrogativas mínimas requeridas para o exercí-
cio da profissão, pelo menos no que diz respeito à formação acadêmica.
Para Zanna (2005, p. 38 e 39), existem três fases em que o assistente técni-
co pode se desenvolver de forma sucessiva, ou apenas na primeira e última
delas, conforme relata:
1ª fase: ler, estudar e interpretar o processo para conhecer os termos da(s) controvérsia(s),
o(s) argumentos(s) das duas partes e inteirar-se da estratégia encetada pelo advogado a
quem serve; em seguida, reunir-se-á com ele para traçar um plano de ação pericial que
convenha aos interesses do cliente e convirja ao mesmo ponto defendido pelo advogado;
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Introdução e conceitos básicos de perícia
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Introdução e conceitos básicos de perícia
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Resumo:
Palavras-chave:
Desenvolvimento:
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Não é papel do perito produzir provas, isto cabe aos litigantes por força
dos artigos 297 e 396 do CPC. A nobre e imprescindível função do perito é a
de examinar os documentos probantes e sobre eles emitir o seu laudo, res-
pondendo os quesitos do Juiz e das partes, que versem sobre matéria contá-
bil, especificamente sobre ciência e tecnologia contabilística. Fazendo o seu
labor considerando a epiqueia contabilística e independência de juízo cien-
tífico. Devendo pautar as suas conclusões, além dos documentos analisados,
na teoria pura da contabilidade, utilizando para tal o método do raciocínio
contábil e a doutrina.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
E por derradeiro, assim como também pode o juiz, quando julgar neces-
sário, inspecionar coisas, artigos 440 a 442 do CPC, explicamos que o perito,
por força da lei, artigo 429 do CPC, pode eventualmente solicitar documentos
e informações que entenda necessários ao seu convencimento, (pode e não é
obrigado) tomando o cuidado para que isto, para que na ânsia de demonstrar
a importante verdade real, não venha a suprir falta de vontade de agir da parte,
ou documento inepto probante do pedido ou da contestação. Ou seja, o direito
ao uso das prerrogativas do artigo 429, por parte do perito, não pode ampliar
a quantidade de documentos que compõem a chamada “instrução probatória
do pedido ou da contestação”. Exemplos destas solicitações do perito são: as
memórias de cálculos, fórmulas matemáticas utilizadas nos cálculos, plano de
contas com a função e a técnica de funcionamento das contas, demonstrações
ou notas explicativas que clareiem atos ou fatos alegados ou escriturados nos
documentos juntados aos autos, além de ouvir pessoas sobre os fatos ou do-
cumentos examinados. E pode também o ilustre perito, se julgar necessário
ao melhor entendimento das respostas ofertadas, juntar ao seu laudo apensos
como fotografias, desenhos e outros como gráficos e planilhas.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Atividades de aplicação
1. Disserte sobre os elementos essenciais para a formação do perfil do
perito.
Referências
HOOG, Wilson Alberto Zappa. Prova Pericial Contábil. 6. ed. Curitiba: Juruá,
2008.
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias et al. Perícia Contábil: uma abordagem te-
órica, ética, legal, processual e operacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MARTINS, Joana D’Arc Medeiros; ANJOS, Luiz Carlos Marques; LIMA, Márcia Maria
Silva. O papel do perito-contador na solução de litígios judiciais – um estudo nas
varas cíveis de Maceió-AL. RBC – Revista Brasileira de Contabilidade, n. 172, p.
49-61, 2008. Conselho Federal de Contabilidade.
ROSA, Marcos Valls Feu. Perícia Judicial: teoria e prática. Porto Alegre: Safe,
1999.
ZANNA, Remo Dalla. Prática de Perícia Contábil. São Paulo: IOB Thomson, 2005.
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Introdução e conceitos básicos de perícia
Gabarito
1. Para a formação do perfil adequado para o exercício dessa atividade,
é necessário o desenvolvimento tanto no plano pessoal, como no pro-
fissional. No plano pessoal, a honestidade, ética e o caráter irretocável
deverão acompanhar a trajetória do perito em todas as fases de sua
vida, pois a ele será confiada a possibilidade de iluminar os juízes na
melhor decisão de uma sentença. Já no plano profissional, o indivíduo
deverá ter a formação no curso superior de Ciências Contábeis, com
registro ativo junto ao órgão regulador da profissão, no caso, o Conse-
lho Regional de Contabilidade, além da educação continuada, que é
fundamental para a profissão.
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Diferenças entre o trabalho
pericial e de auditoria
Auditor e perito
Considerando que esta obra está direcionada para a área de contabilidade,
naturalmente iremos abordar esse assunto sob o prisma dessa ciência, pois
não podemos perder de vista que podem existir pessoas desempenhando a
atividade de auditoria e perícia em outras áreas, que não necessariamente a
das ciências contábeis, como, por exemplo, na área da administração, econo-
mia, engenharia, medicina, somente para citar algumas delas.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
Nesse processo de discórdia, não é raro que passe pela justiça, em que
o campo de atuação da perícia é extremamente requerido, trazendo esse
profissional à sua contribuição técnica, sob o prisma da contabilidade, para
aqueles que são leigos na matéria.
trazer à luz o que está oculto por inexatidão, erro, inverdade, má-fé, astúcia ou fraude.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
Órgãos representativos
da auditoria e da perícia
Na área de contabilidade, aquelas pessoas que exercem a função de
perito e de auditor são possuidoras de reconhecida competência técnica e
profissional, sendo que essas atribuições são consideradas as mais nobres
da área.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
IBRACON
O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil é o organismo que tem
por finalidade regulamentar técnicas e procedimentos visando a moderni-
dade e atualização da auditoria. É voltado para a área de auditoria externa,
emitindo diversos pronunciamentos técnicos que servem como balizadores
para que o auditor realize as suas atividades cotidianas. O IBRACON auxilia
o CFC na administração do Exame de Qualificação Técnica para registro no
CNAI.
AUDIBRA
O Instituto dos Auditores Internos do Brasil é uma entidade voltada para
o aprimoramento e a evolução das técnicas e dos procedimentos inerentes à
auditoria interna, promovendo debates, discussões e apoio à pesquisa nessa
área. Esse instituto administra a realização de diversos testes internacionais
para qualificação da auditoria interna.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
CFC e CRC
Assim como na auditoria, também na perícia é necessário que o profissio-
nal esteja regular com a sua categoria profissional, inclusive com previsão no
Código de Processo Civil (CPC), conforme artigo 145:
Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz
será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
§2.º Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar,
mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos.
§3.º Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os
requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.
Sescap e Fenacon
O Sescap, Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas
de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas, é vinculado à Fenacon
(Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de
Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas), em que possui diversas
câmaras.
Uma das câmaras diz respeito à perícia, tendo por função atender às ati-
vidades inerentes às empresas de serviços de perícias. Foi criada com a fina-
lidade de acompanhar as peculiaridades do setor, coletar reivindicações, su-
gerir serviços apropriados, apresentar sugestões e ajudar a resolver questões
que envolvem a categoria.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
Cláudio Marcelo
Rodrigues Cordeiro.
Nomenclatura Descrição da norma
NBC PP 01 Perito Contábil
NBC TP 01 Perícia Contábil
Na auditoria contábil
A atividade de auditoria, principalmente daquela voltada para as de-
monstrações financeiras, conhecida como auditoria externa/independente,
é executada normalmente em vários períodos durante o ano, abrangendo
um grande volume de operações processadas e contabilizadas.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
Na perícia contábil
No que diz respeito à perícia, como é um trabalho pontual que atende a
um fim específico em época certa e voltada para um objeto determinado,
tanto a abrangência como a profundidade é requerida.
Não há como o perito examinar por aproximação, com relativa certeza,
pois do trabalho dele resultará uma decisão do magistrado, ou das pessoas
que o contrataram, sendo que a abrangência e a profundidade devem ser na
totalidade das operações/processos que estão sendo periciados.
A perícia não consagra a estatística como uma técnica adequada, exceto
se necessária para ajudar o perito a formar a sua convicção sobre determi-
nado fato/operação. O ideal é não utilizar processos de amostragem, sendo
adequado o exame em 100% das transações examinadas.
O perito não deve perder de vista que existe um objeto claro a periciar,
como, por exemplo, em uma reclamatória trabalhista, deve enveredar todos
os seus esforços para concentrar o seu trabalho naquilo que demandou a
perícia, examinando todos os documentos necessários para auxiliar a trazer
a veracidade dos fatos.
Na auditoria contábil
A contratação do trabalho de um especialista, que é o auditor, tem por
finalidade atender a distintos públicos, porém podem ser classificados entre
usuários externos e usuários internos. As finalidades básicas de cada tipo de
usuário podem ser classificadas da seguinte forma:
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
interesse do Estado;
investigação de fraudes;
revisão de processos.
Na perícia contábil
Os usuários da perícia contábil normalmente estão voltados para a justi-
ça, mais especificamente os magistrados, que requerem o trabalho dos peri-
tos para os ajudarem a iluminarem a verdade.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
Ainda dentro da perícia judicial, pode cada uma das partes indicar assis-
tente técnico, ou perito da parte conforme o mesmo artigo 421, parágrafos
1.º e 2.º da Lei 5.859 de 1973, Código de Processo Civil, os quais transcreve-
mos a seguir:
§1.º Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de
nomeação do perito:
II - apresentar quesitos.
§2.º Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na inquirição
pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a
respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.
Sendo uma perícia fora do meio judiciário, que será demandada por
alguém que contratou o serviço do perito, também não há uma época espe-
cífica, transformando-se em um trabalho pontual e temporário.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
São duas atividades ótimas. Recomendamos estágios nas duas áreas antes
de decidir a carreira. Acreditamos que seguir as duas simultaneamente é muito
difícil, não impossível, pois ambas requerem estudos continuados e pesquisas
científicas. As duas bradam por constantes e eternas reciclagens.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
Perícia Auditoria
Executada somente por pessoa física, profis- Pode ser executada tanto por pessoa
sional de nível universitário (CPC, art. 145). física quanto por jurídica.
A perícia serve a uma época, questionamento Tende à necessidade constante, como
específico, por exemplo, apuração de haveres exemplo: auditoria de balanço, repe-
na dissolução de sociedade. tindo-se anualmente.
A perícia se prende ao caráter científico de Auditoria se prende à continuidade de
uma prova com o objetivo de esclarecer con- uma gestão; parecer sobre atos e fatos
trovérsias. contábeis.
É específica, restrita aos quesitos e pontos Pode ser específica ou não; exemplo:
controvertidos, especificados pelo condutor auditoria de Recursos Humanos, ou
judicial. em toda empresa.
Sua análise é irrestrita e abrangente. Feita por amostragem.
Usuários do serviço. Usuários do serviço.
As partes e principalmente a justiça. Sócios, investidores, administradores.
Atividades de aplicação
1. Comente sobre a finalidade dos trabalhos executados por auditores,
se comparados com aqueles desempenhados por peritos contábeis.
Referências
ALBERTO, Valter Luiz Palombo. Perícia Contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2001.
HOOG, Wilson Alberto Zappa. Prova Pericial Contábil. 6. ed. Curitiba: Juruá,
2008.
LOPES DE SÁ, Antônio. Curso de Auditoria. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
ORNELAS, Martinho Maurício Gomes. Perícia Contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2007.
Gabarito
1. Há distinção na finalidade dos trabalhos executados por auditores e
por peritos contábeis, pois são atividades bastante diferenciadas em
relação aos seus propósitos. Várias são as finalidades que levariam à
contratação de serviços de auditoria, tendo por destaque: indagações
e determinações sobre o estado patrimonial e a gestão pública ou pri-
vada; indagações e determinações sobre o estado financeiro; desco-
berta de erros e fraudes; exames de aspectos fiscais e legais; exames
para a compra de uma empresa; somente para citar alguns exemplos.
Na contratação de serviços de perícia contábil, podem ser destacadas
as seguintes finalidades que buscam obter: a informação fidedigna; a
certificação, o exame e a análise do estado circunstancial do objeto; o
esclarecimento e a eliminação das dúvidas suscitadas sobre o objeto;
o fundamento científico da decisão; a formulação de uma opinião ou
juízo técnico; a mensuração, a análise, a avaliação ou o arbitramento
sobre o quantum monetário do objeto; entre outras.
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Diferenças entre o trabalho pericial e de auditoria
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Normas Brasileiras de Contabilidade
relacionadas à perícia
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
Essas duas normativas é que devem ser seguidas na íntegra para aque-
les profissionais que atuam ou pretendem atuar na área de perícia contábil
no Brasil, pois caso não sejam respeitadas poderá o profissional responder
por transgressão a padrões estabelecidos pelo órgão regulador da profissão
contábil, nesse caso, o Conselho Federal de Contabilidade.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
objetivo;
conceito;
competência profissional;
habilitação profissional;
educação continuada;
independência;
impedimento e suspeição;
sigilo;
responsabilidade;
zelo profissional;
esclarecimentos;
honorários;
modelos.
Objetivo
O objetivo primordial descrito nessa norma é de proporcionar procedi-
mentos voltados para a área de perícia, quando o contador exerce a função
de perito contábil. É extremamente importante a definição clara da função do
perito, regulamentada através de normativa do Conselho Federal de Contabi-
lidade, proporcionando padronização nos trabalhos.
Conceito
A normativa deixa muito claro que para o exercício da perícia contábil é
condição essencial estar legalmente registrado junto ao CFC, com profundos
conhecimentos da matéria que será periciada.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
Competência profissional
Nessa normativa fica evidente que para o exercício da perícia contábil é
necessário que o profissional mantenha adequado nível de conhecimento
da ciência contábil, de normas brasileiras de contabilidade, além de assuntos
atinentes à legislação profissional, com atualização permanente.
Habilitação profissional
A normativa determina que tão logo o perito seja nomeado, contratado
ou indicado para a realização do trabalho pericial, deve comprovar sua habi-
litação profissional por intermédio da Declaração de Habilitação Profissional
– DHP. Para a emissão dessa declaração, é permitida a utilização da certifica-
ção digital, em consonância com a legislação vigente e as normas estabele-
cidas pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil.
Educação continuada
Nesse ponto da norma, há a previsão de que a pessoa que exerça a ativida-
de de perito-contador deve comprovar, perante o Conselho Federal de Conta-
bilidade, a sua efetiva participação em programa de educação continuada.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
Independência
Em relação à independência, a norma disciplina que o perito deve evitar
qualquer interferência que possa constrangê-lo no decorrer do seu trabalho,
de modo a comprometer sua imparcialidade.
Impedimento e suspeição
Na norma, há a definição de que possam existir situações que impossibi-
litam o perito de exercer a sua atividade, sejam em processos judiciais, extra-
judiciais, ou até mesmo arbitrais.
tiver mantido nos últimos dois anos relação de trabalho com uma das
partes.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
o perito contador seja amigo íntimo, ou inimigo capital de uma das partes,
tenha interesse no julgamento a favor de alguma das partes, podendo ainda
o perito declarar-se suspeito por motivo íntimo.
Sigilo
No que diz respeito ao sigilo, o perito-contador deve respeitar e assegu-
rar a confidencialidade da informação, podendo divulgá-la somente quando
requerido por imposição legal.
Responsabilidade
A norma reafirma a enorme responsabilidade que envolve o trabalho do
perito, destacando que esse profissional deve estar ciente dos reflexos so-
ciais, éticos, profissionais e legais que demandam no exercício da profissão.
Zelo profissional
Referente ao zelo profissional, a norma determina que o perito-contador
deve executar a sua função com o máximo cuidado, respeitando prazos, e
tendo atenção com todos os envolvidos no processo.
O mesmo zelo deverá ser dispensado aos documentos que o perito tem
em mãos, e aqueles que irá produzir, ao longo do trabalho, de maneira a
transparecer a sua credibilidade.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
Esclarecimentos
Em relação aos esclarecimentos que se fizerem necessários, a norma es-
tabelece que em defesa de sua conduta profissional o perito deve prestar
todas as informações que compõem o laudo pericial contábil, ou o parecer
pericial contábil.
Honorários
Nessa etapa da norma são estabelecidos os critérios adequados para a
formulação dos honorários periciais, os quais devem ser dimensionados
baseados, entre outros fatores, pela relevância, pelo vulto, pelo risco, pela
complexidade, pela quantidade de horas, pelo pessoal técnico, pelo prazo
estabelecido, pela forma de recebimento e pelos laudos interprofissionais.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
Modelos
No final da norma, são apresentados 10 (dez) modelos de documentos
que podem nortear a confecção de escusa dos trabalhos, das petições diver-
sas, contratos de trabalhos, entre outros.
3
NBC TP 01 – Perícia Contábil3 A resolução na íntegra
poderá ser lida através
do link: <www.cfc.org.
br/sisweb/sre/docs/
Essa resolução é composta por 8 (oito) grandes tópicos, os quais norteiam RES_1243.doc>.
objetivo;
conceito;
execução;
procedimentos;
planejamento;
termo de diligência;
modelos.
Objetivo
A referida norma tem como objetivo principal estabelecer regras e proce-
dimentos que devem ser aplicados quando são realizadas perícias contábeis,
em todos os âmbitos, para o adequado esclarecimento dos fatos ligados a
litígios.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
Conceito
Essa norma conceitua a perícia contábil como sendo um conjunto de
procedimentos técnicos e científicos que tem como objetivo subsidiar os
magistrados para a justa solução de conflitos, ou constatação de um fato,
mediante laudo ou parecer contábil.
Execução
Em relação à execução dos trabalhos, a norma faz o delineamento de
como deve ser a relação profissional entre o perito-contador assistente e o
perito-contador, para que haja a cooperação de ambos no desenvolvimento
da tarefa.
Procedimentos
No que concerne aos procedimentos, a norma estabelece que estes são
voltados a fundamentar as conclusões a que o perito chegou, com vistas a
elaborar o laudo pericial contábil, ou o parecer contábil.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
Planejamento
Na normativa, o planejamento tem destaque especial, pois é através
dele que o perito poderá estabelecer os procedimentos gerais dos exames
a serem executados no âmbito judicial, extrajudicial para o qual foi nome-
ado, indicado ou contratado, elaborando-o a partir do exame do objeto da
perícia.
61
Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
e) identificar fatos que possam vir a ser importantes para a solução da demanda de for-
ma que não passem despercebidos ou não recebam a atenção necessária;
Termo de diligência
A norma em estudo determina que todas as vezes em que o perito solici-
tar documentos, coisas, dados, bem como quaisquer informações necessá-
rias à elaboração do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil,
seja feito através de termo de diligência.
d) indicação de que está sendo elaborado nos termos do item 49 desta Norma;
e) indicação detalhada dos livros, documentos, coisas e demais elementos a serem peri-
ciados, consignando as datas e/ou períodos abrangidos, podendo identificar o quesito
a que se refere;
f ) indicação do prazo e do local para a exibição dos livros, documentos, coisas e elemen-
tos necessários à elaboração do laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil,
devendo o prazo ser compatível com aquele concedido pelo juízo, contratante ou
convencionado pelas partes, considerada a quantidade de documentos, as informa-
ções necessárias, a estrutura organizacional do diligenciado e o local de guarda dos
documentos;
g) após atendidos os requisitos da alínea (e), quando o exame dos livros, documentos,
coisas e elementos, tiver de ser realizado junto à parte ou ao terceiro que detém em
seu poder tais provas, haverá a indicação da data e hora para sua efetivação; e
f ) transcrição e resposta aos quesitos: para o parecer pericial contábil, onde houver di-
vergência, transcrição dos quesitos, respostas formuladas pelo perito-contador e as
respostas e comentários do perito-contador assistente;
g) conclusão;
h) anexos;
i) apêndices.
Modelos
4
Esses modelos podem ser Como último item da norma, são demonstrados 4 (quatro) modelos4 de
visualizados diretamente
na Resolução 1.243, através
do link: <www.cfc.org.br/
documentos que podem auxiliar os peritos na formatação de termos de dili-
sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=2009/001243>.
gências e planejamento dos trabalhos periciais.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
Com a emissão dessas normas, é possível uma maior fiscalização por parte
do órgão regulador da profissão contábil, verificando se os profissionais que
efetivamente atuam nessa área estão aplicando toda a técnica necessária,
além de respeito ético e profissional com os demais contadores.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
e análise desses registros e dos fatos e atos que lhes deram origem. Essas
exigências pedem que o perito-contador tenha experiência, seja versado na
matéria, tenha reconhecida capacidade em trabalhos que envolvem patrimô-
nio, valor e gestão, em lides que envolvem sociedades empresárias. Todavia,
o perito-contador também se pronuncia em causas que envolvam pessoas
físicas, quando essas estão presentes em processos em que haja disputa por
patrimônio ou valor; como nos casos de herança, causas trabalhistas etc.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
Atividades de aplicação
1. Comente sobre como foi a evolução das Normas Brasileiras de Conta-
bilidade voltadas para a área de perícia contábil.
Referências
ALBERTO, Valter Luiz Palombo. Perícia Contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
FEMENICK, Tolilav R. Perícia Contábil e o Novo CPC. Publicado em: 26 dez. 2010.
Disponível em: <www.tomislav.com.br/artigos_imp.php?detalhe=&id=444&tit=P
ER%CDCIA%20CONT%C1BIL%20E%20O%20NOVO%20CPC>. Acesso em: 25 mar.
2011.
Gabarito
1. Os estudos da regulamentação sobre perícia contábil iniciaram no fi-
nal de 1990, estendendo-se ao longo do ano de 1991, com audiências
públicas em 1992, sendo que nesse mesmo ano foram editadas, atra-
vés das Resoluções, CFC 731 Normas Técnicas de Perícia Contábil (NBC
T.13), e CFC 733 Normas Profissionais do Perito Contábil (NBC P.2), am-
bas emitidas em 22 de outubro de 1992.
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Normas Brasileiras de Contabilidade relacionadas à perícia
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Espécies de perícia
Perícia judicial
O termo perícia judicial já induz ao pensamento de que esta é realizada
sob a “proteção” do Poder Judiciário, portanto, revestida de todo o aparato
legal, com regras e leis específicas.
71
Espécies de perícia
Para que ocorra essa espécie de perícia, sempre deverá haver o requeri-
mento ou a necessidade, materializado por um pedido formal peticionado
ao magistrado atuante no Poder Judiciário, o qual poderá deferir ou indefe-
rir, conforme seu julgamento.
§2.º Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar,
mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos.
§3.º Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os
requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.
avaliações patrimoniais;
74
Espécies de perícia
Etapa inicial é aquela motivada por uma ação entre pessoas que estão
buscando os seus direitos junto ao Poder Judiciário, o que pressupõe que
haja conflito de opiniões entre os interessados, motivo pelo qual estão dis-
cutindo em justiça.
Passada essa fase da perícia judicial, dará início à etapa de execução, que
consiste no efetivo trabalho realizado in loco pelo perito judicial, onde haverá
a seguinte sequência:
75
Espécies de perícia
finalizado o Laudo Pericial, este deverá ser assinado pelo perito proto-
colado em cartório;
Percebemos, assim, todo o ritual que a perícia judicial requer, sendo que
em cada uma das etapas mencionadas existem prazos e formalidades a
serem cumpridas, sob os auspícios do Código de Processo Civil (CPC) e de
acordo com os ditames do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), para
esse último, obviamente, desde que se trate de perícia judicial contábil.
Perícia semijudicial
Ao contrário da perícia judicial, que tem todo o aparato e a proteção dos
meios judiciários, na perícia semijudicial isso não ocorre, pois esta se proces-
sa em outro ambiente.
Nessa espécie de perícia há uma “força” relativa, pois embora não esteja
protegida pelo Poder Judiciário possui nas suas regras institucionais proce-
dimentos que se assemelham à perícia judicial.
De acordo com estudos realizados por Alberto (2000), existem três gran-
des classificações que podem representar a perícia semijudicial, que são:
76
Espécies de perícia
Embora seja uma espécie de perícia que possa existir, não trataremos
com profundidade dessa modalidade, em razão de ser pouco demandada
na área de contabilidade.
77
Espécies de perícia
Perícia extrajudicial
Essa espécie de perícia diferencia-se das demais, pois está totalmente fora
do Poder Judiciário (pois se estivesse nesse meio seria uma perícia judicial), e
tampouco se processa sob jurisdições protegidas pelo Estado ou Município
(o que nesse caso seria uma perícia semijudicial).
Nesse caso, o perito iria se basear nos dados contábeis, todavia extrapola-
ria os registrados, procurando identificar principalmente valores intangíveis
que não estariam na contabilidade, como o valor da marca da empresa, da
carteira de clientes, entre outros.
78
Espécies de perícia
Perícia arbitral
A perícia arbitral funciona como um mix entre a perícia judicial e a ex-
trajudicial, portanto não se enquadra diretamente em nenhuma das demais
espécies estudadas anteriormente.
79
Espécies de perícia
80
Espécies de perícia
Logo no seu início, a lei define quem são aqueles que podem se utilizar da
arbitragem para fins de solução de conflitos, conforme artigo citado a seguir:
Art. 1.º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir
litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
81
Espécies de perícia
II - O nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a identificação
da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros;
82
Espécies de perícia
Parágrafo 1.º O depoimento das partes e das testemunhas será tomado em local, dia e
hora previamente comunicados, por escrito, e reduzido a termo, assinado pelo depoente,
ou a seu rogo, e pelos árbitros.
Parágrafo 3.º A revelia da parte não impedirá que seja proferida a sentença arbitral.
Parágrafo 5.º Se, durante o procedimento arbitral, um árbitro vier a ser substituído, fica a
critério do substituto repetir as provas já produzidas.
III - o dispositivo, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas e
estabelecerão o prazo para o cumprimento da decisão, se for o caso; e
Podemos notar que em essência os itens que devem compor a sentença ar-
bitral estão muito próximos aos de uma sentença emitida no Poder Judiciário,
respeitando as formalidades necessárias do conteúdo desse documento.
No artigo 31, está exposto que a sentença arbitral produz para as partes
e seus sucessores os mesmos efeitos da sentença proferida pelo Poder Judi-
ciário, o que equivale a dizer que, mesmo que a pessoa entrasse na justiça
comum, após a arbitragem, dificilmente a decisão judicial seria diferente da
decisão arbitral.
84
Espécies de perícia
VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no artigo 12, inciso III, desta Lei; e
VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o artigo 21, parágrafo 2º., desta Lei.
85
Espécies de perícia
Provavelmente, tal opção tenha sido adotada com fincas a reforçar o dis-
posto na primeira parte do artigo 18 da Lei de Arbitragem, que, textualmente,
confere ao árbitro a condição de juiz de fato e de direito.
86
Espécies de perícia
87
Espécies de perícia
1
Entre eles: Joel Dias Figueira Júnior, Irineu Strenger, Paulo de Tarso Santos, Sálvio de Figueiredo Teixeira, Cézar Fiuza, Hugo de Brito
Machado.
Atividades de aplicação
1. Descreva em que situação a perícia contábil poderá funcionar como
arbitramento em demandas judiciais.
Referências
ALBERTO, Valter Luiz Palombo. Perícia Contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
ORNELAS, Martinho Maurício Gomes. Perícia Contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
ZANNA, Remo Dalla. Prática de Perícia Contábil. São Paulo: IOB Thomson, 2005.
88
Espécies de perícia
Gabarito
1. A perícia judicial funcionará como arbitramento, quando o objeto pe-
riciado não possui consistência na atribuição do valor, seja através da
contabilidade, ou de outra fonte em que não há a confiança necessária
para validação do patrimônio periciado.
avaliações patrimoniais;
89
Ética, cidadania e perícia
Ética geral
Inúmeros são os conflitos éticos que acompanham a humanidade ao
longo dos anos, pois a palavra “ética” pode ter interpretações diferenciadas
de acordo com a formação, cultura, os valores, o ambiente e a necessidade
de cada indivíduo.
O que pode ser falta de ética para alguém, sob o ponto de vista de outra
pessoa é considerado normal, pois o entendimento tende a ser díspar entre
indivíduos com concepções e trajetória de vida diferente.
Thomas Hobbes
Esse filósofo inglês, com formação materialista, entendeu que a conduta e o
respeito são os principais fatores determinantes para a vida em liberdade, com
citações muito profundas nos capítulos XI e XIII, no seu mais famoso livro, deno-
minado de Leviatã (apud LOPES DE SÁ, 2009, p. 21), reproduzidas a seguir:
O medo da opressão predispõe os homens para antecipar-se, procurando ajuda na
associação, pois não há outra maneira de assegurar a vida e a liberdade.
Os homens não tiram prazer algum da companhia uns dos outros (e sim, pelo contrário,
enorme desprazer), quando não existe um poder capaz de manter a todos em respeito.
91
Ética, cidadania e perícia
René Descartes
Foi um dos maiores pensadores do século XVII, com contribuições impor-
tantíssimas para áreas da matemática, também brindou a todos com lições
voltadas para a harmonia e as relações humanas, através do livro denomina-
do de As Paixões da Alma (1946).
A reflexão trazida por Descartes nos leva a acreditar que a ética deve estar
em sintonia com a vontade de fazer sempre da melhor maneira possível, uti-
lizando nas nossas virtudes para a prática do bem ao nosso semelhante.
92
Ética, cidadania e perícia
David Hume
Segundo esse filósofo e historiador inglês, que escreveu a obra Investiga-
ções sobre o Entendimento Humano, o respeito à ética é necessário para que
haja a paz e a segurança da sociedade humana.
Tinha a convicção de que a instrução e a ciência eram vitais na construção
de uma sociedade conduzida pela virtuosidade, contudo a realidade ética da
sua época não era das mais adequadas, conforme ele mesmo citou na seção
VIII, parte I, da sua obra, reproduzida a seguir.
Embora se dê o devido peso e autoridades à virtude e à honra, nunca se espera das
multidões e dos partidos esse perfeito desinteresse que tantas vezes se nos procura
inculcar; de seus líderes muito raramente; e quase nunca dos indivíduos de categoria e
posição. (apud LOPES DE SÁ, 2009, p. 37)
93
Ética, cidadania e perícia
Immanuel Kant
Kant, ilustre filósofo alemão, defende a liberdade como virtude necessá-
ria para o exercício da moral, e para que as pessoas possam ser felizes, o que,
segundo ele, contribui para que as pessoas não pratiquem atos antiéticos.
94
Ética, cidadania e perícia
Do exposto antes, percebemos que a ética está inserida nas relações hu-
manas, e que devemos adotar padrões de comportamento que nos levem
sempre a tomar decisões que não venham a nos prejudicar, tampouco aos
nossos semelhantes.
95
Ética, cidadania e perícia
Para Cordeiro (1999), em um país como o Brasil, onde o que se divulga são
os desmandos, as operações ilícitas, a sonegação de informação, a corrupção,
entre outras anomalias, o respeito à ética por parte dos peritos reveste-se
de importância ainda maior, pois os seus serviços estão sendo contratados
por alguém que possui plena convicção da neutralidade e fidedignidade dos
fatos/transações apurados por esse profissional.
Como um doente que é mal diagnosticado, e que pode vir a morrer pela
negligência de um médico, também o patrimônio de uma empresa, ou de
uma pessoa física, podem ser pessimamente interpretados por peritos, e é
com essa responsabilidade, de não cometer “diagnósticos” errôneos, que
esse profissional deve desempenhar a função para a qual foi contratado com
o máximo de ética.
Sob esse aspecto, o trabalho pericial deve ser amplo e minucioso, verifi-
cando com profundidade todos os fatos, as operações e documentos rela-
tivos à demanda para a qual o profissional foi contratado, não podendo o
perito aceitar os fatos como eles são sem antes aplicar todo o rigor necessá-
rio para o exame completo do objeto periciado.
b) Não julgue ou opine, nunca, por aproximações. (ALBERTO, 2000, p. 70)
O perito deve ter a mais absoluta certeza e convicção para poder desem-
penhar o seu trabalho com total isenção de erros, pois a ele não é permitida
a dúvida ou a incerteza.
96
Ética, cidadania e perícia
c) Nada presuma, pois ao cientista não é dado operar por presunção, mas sim deduzir a
verdade daquilo que examina. (ALBERTO, 2000, p. 70)
Pelo fato do trabalho de perícia contábil ser executado por uma pessoa
que acumulou anos de estudos e conhecimentos através de um curso deno-
minado de Ciências Contábeis, é baseado nessas experiências e na possibili-
dade de utilizar verdadeiramente a ciência que o perito deve fundamentar o
seu trabalho, sem presunção e sim com certeza.
d) Não tenha preconceitos em relação ao objeto periciado. (ALBERTO, 2000, p. 70)
Dessa forma, se o perito executa trabalho em uma empresa que tem a tra-
dição de não honrar os seus compromissos, não deve o perito imaginar que
uma dívida é devida por ela, sem antes ter a certificação de que realmente
para aquela situação, em especial, não houve o pagamento, caso esteja atu-
ando em uma perícia em que uma parte alega que pagou, e a outra diz não
ter recebido, por exemplo.
e) Observe criteriosamente todas as condições psicoambientais em que o exame se dá.
(ALBERTO, 2000, p. 70)
97
Ética, cidadania e perícia
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Ética, cidadania e perícia
99
Ética, cidadania e perícia
100
Ética, cidadania e perícia
101
Ética, cidadania e perícia
Mesmo que o pensamento exposto por outro perito seja contrário à sua
linha de raciocínio, deve ser analisado com cuidado buscando verificar se há
fundamentação técnica e científica, que poderia inclusive alterar a sua forma
de interpretar os fatos decorrentes da perícia contábil.
V - mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito
sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso II do art. 2º;
O perito contábil não deve ser uma pessoa omissa, devendo revelar fatos
importantes quando for necessário para que o julgador tenha informações
adequadas para tomar a melhor decisão.
102
Ética, cidadania e perícia
103
Ética, cidadania e perícia
Conforme pode ser observado ao longo do artigo 5.º do CEPC, há uma série
de atos que podem fazer com que o perito-contador receba sanções do Conse-
lho Federal de Contabilidade, decorrentes de falta de ética, podendo em casos
extremos haver a perda do registro profissional junto à entidade de classe.
I - advertência reservada;
II - censura reservada;
De acordo com o que foi apresentado, percebe-se que existem três pena-
lidades previstas, sendo que a sanção ao contador dependerá da gravidade
da infração cometida.
104
Ética, cidadania e perícia
105
Ética, cidadania e perícia
Todos esses fatos referidos são vícios, fugindo à virtude exigível no desem-
penho profissional.
O perito contábil não tem função judicante, nem de coisas, fatos ou pesso-
as, mas apenas a de opinar sobre matéria pertinente à sua especialização.
106
Ética, cidadania e perícia
Atividades de aplicação
1. Disserte sobre como a ética interfere diretamente na condução dos
trabalhos voltados para a perícia contábil.
Referências
ALBERTO, Valter Luiz Palombo. Perícia Contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
Lopes DE SÁ, Antônio. Perícia Contábil e Ética dos Peritos. Revista Jus Vigilanti-
bus. Publicado em: 23 dez. 2005. Disponível em: <http://jusvi.com/artigos/19440>.
Acesso em: 21 abr. 2011.
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias et al. Perícia Contábil: uma abordagem te-
órica, ética, legal, processual e operacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
107
Ética, cidadania e perícia
Gabarito
1. A condução de trabalhos com ética é vital para que haja credibilidade
no trabalho executado pelo perito, e principalmente sobre os resulta-
dos que terão efeito na sociedade.
O perito deve ter a mais absoluta certeza e convicção para poder de-
sempenhar o seu trabalho com total isenção de erros, pois a ele não
é permitida a dúvida ou a incerteza, uma vez que seu trabalho infere
diretamente na decisão de alguém que está julgando.
108
Planejamento e execução
dos trabalhos em perícia contábil
111
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
no escritório do perito.
Tão logo o perito tenha sido nomeado, ou indicado, deverá se dirigir junto
ao cartório da vara em que o processo está arquivado para fazer carga dos
autos, em livro próprio, e levá-lo para o seu escritório, dando início à prepa-
ração do seu planejamento.
112
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
No escritório do contratante
Essa fase do trabalho somente acontece se a perícia for extrajudicial, se-
mijudicial, arbitral, ou se o perito estiver atuando na condição de assistente
técnico.
113
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
No escritório do perito
Por fim, o último local em que será executada a perícia é no escritório do
perito, onde este fará a revisão de toda a documentação juntada ao proces-
so, e iniciará a redação do Laudo Pericial.
114
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
5. acessibilidade aos dados (se depende de muitos locais, com deslocamento, burocra-
cias etc.);
115
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Quando duas ou mais pessoas estão brigando, estas acham que estão
com a razão, o que é impossível de ocorrer, pois alguém irá ganhar e outro
irá perder.
116
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Com isso, percebemos que de fato o prazo é uma das variáveis importan-
tes quando o perito contábil realiza o seu planejamento, com a premissa de
que quanto menos prazo houver maior será o risco ao qual o trabalho estará
exposto.
Natureza de apoios
Esse item não é menos importante do que os demais no planejamento
dos trabalhos do perito, pois deverá ser dimensionada a possibilidade de
utilização de trabalhos de especialistas.
Técnicas de execução
dos trabalhos em perícia contábil
Para que o trabalho do perito tenha segurança e confiabilidade, este se
utiliza de algumas técnicas de execução, consagradas pela literatura, e con-
tidas na NBC TP 01 – Perícia Contábil –, sendo estas o exame, a vistoria, a
indagação, a investigação, o arbitramento, a avaliação e a certificação.
118
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Exame
É a análise dos elementos constitutivos da matéria, de modo a constatar
os fatos que fazem parte da perícia.
Vistoria
É o ato de verificação do estado circunstancial do objeto pericial concre-
to: pessoa, máquinas, documento, condições ambientais.
Indagação
É o ato pericial de obtenção do testemunho pessoal daqueles que têm
ou deveriam ter conhecimento dos fatos ou atos concernentes à matéria
periciada.
119
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Investigação
É a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer peri-
cial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.
Arbitramento
É a técnica que permite determinar valores por procedimentos estatís-
ticos, como média, mediana, desvio padrão, quando não há condições de
obter informações adequadamente registradas na contabilidade.
120
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Avaliação
É o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despe-
sas e receitas, por critério puramente objetivo, calculável ou demonstrável.
Certificação
É o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo pe-
rito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribu-
ída a esse profissional.
Papéis de trabalho
Considerando que a perícia contábil é revestida de muita formalidade e
que os resultados proporcionados por ela podem influir na decisão de pes-
soas, tirando o direito de uns e concedendo a outros, é de fundamental im-
portância que tudo aquilo que foi obtido durante a tarefa seja devidamente
registrado.
121
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
122
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Reclamante/Autor
Reclamada/Ré
Documentos Faltantes
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Observações e Orientações
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Levantamentos de Dados
Observações Gerais
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Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
126
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Termo de diligência
Autos:
Ação:
Autor/Requerente:
Réu/Requerido:
3. Cópia autenticada.
128
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
CRC PR – 12345/O
Perito-Contador
Recebido por:
Data:
Assinatura:
PLANEJAMENTO
129
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Objetivos
Desenvolvimento
34. Os documentos dos autos servem como suporte para obtenção das in-
formações necessárias à elaboração do planejamento da perícia.
130
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
36. O planejamento da perícia deve ser mantido por qualquer meio de re-
gistro que facilite o entendimento dos procedimentos a serem adota-
dos e sirva de orientação adequada à execução do trabalho.
37. O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que fatos novos
surjam no decorrer da perícia.
Riscos e custos
Equipe técnica
Cronograma
131
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Atividades de aplicação
1. Em quais locais pode ser desenvolvido o trabalho do perito contábil?
Comente em quais situações ocorreriam trabalhos nesses locais.
132
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
Referências
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1.243 de 10 de dezembro
de 2009, que aprovou a NBC TP 01 – Perícia Contábil. Disponível em: <www.cfc.
org.br/sisweb/sre/docs/RES_1243.doc>. Acesso em: 29 abr. 2011.
ZANNA, Remo Dalla. Prática de Perícia Contábil. São Paulo: IOB Thomson, 2005.
Gabarito
1. O trabalho do perito contábil pode ser desenvolvido:
133
Planejamento e execução dos trabalhos em perícia contábil
134
Aplicações usuais
da perícia contábil
138
Aplicações usuais da perícia contábil
139
Aplicações usuais da perícia contábil
De acordo com estudos realizados por Hoog (2008, p. 249 e 250), fixados
no Código Civil, temos a seguinte distinção entre dissolução e resolução de
sociedades:
O ato de dissolução representa a decomposição da sociedade empresarial em relação a
sua vida pela extinção ou distrato do contrato social. Esse é obtido pelo vencimento de seu
prazo de duração ou sua liquidação. É regido pelo artigo 1.033 do Código Civil de 2002.
140
Aplicações usuais da perícia contábil
Quanto mais ascendente for a pessoa que construiu a riqueza, muito pro-
vavelmente terá diferentes tipos de bens, podendo alguns estarem registra-
dos na contabilidade e outros não.
Além dos bens, também as formas pelas quais a pessoa obtém recursos
para a manutenção da estrutura financeira que ostenta, podendo advir de
várias fontes como pró-labore, participações nos resultados, aluguéis, salários
indiretos (auxílio moradia, alimentação, educação, oferecidos pela empresa).
142
Aplicações usuais da perícia contábil
143
Aplicações usuais da perícia contábil
Nas falências
O instituto da falência ocorre quando há a nítida incapacidade de uma
organização honrar os seus compromissos, em virtude de não dispor de di-
nheiro, tampouco crédito junto a terceiros.
144
Aplicações usuais da perícia contábil
145
Aplicações usuais da perícia contábil
146
Aplicações usuais da perícia contábil
147
Aplicações usuais da perícia contábil
O que para uma empresa poderá ser considerado como crédito tributário,
para outra não é aceito fiscalmente, além de haver a nítida caracterização
de que o tributo é decorrente de algo vinculado às operações da empresa,
como, por exemplo, os tributos relativos à aquisição de itens do estoque.
148
Aplicações usuais da perícia contábil
c) Várias entregas feitas, mas não todas e todo o pagamento feito pelo comprador já
realizado;
149
Aplicações usuais da perícia contábil
150
Aplicações usuais da perícia contábil
151
Aplicações usuais da perícia contábil
152
Aplicações usuais da perícia contábil
As sociedades anônimas, por sua vez, têm sua estrutura criada para a per-
manência. Os problemas pessoais entre os sócios, mais precisamente, acio-
nistas, não deveriam afetar a continuidade da vida da sociedade, na medida
em que há a livre negociação das ações. Contudo, cada vez mais ganha força
o entendimento jurisprudencial no sentido de que em sociedades anônimas
fechadas familiares, com pouca possibilidade de negociação das ações, é pos-
sível a dissolução (total ou parcial) por provocação de sócio.
153
Aplicações usuais da perícia contábil
No choque entre as partes, muitas vezes o juiz acaba por nomear um terceiro
para fiscalizar a administração ou, no extremo, para assumi-la. Não é preciso
muito esforço para ver que o futuro da sociedade é posto em risco: em merca-
dos cada vez mais competitivos, essas sociedades perdem o foco de seu negó-
cio para lidar com o problema deflagrado entre seus sócios. A quantidade de
energia dispensada na condução dessas situações deveria estar direcionada ao
negócio e acaba por deixar a sociedade um passo atrás de sua concorrência.
154
Aplicações usuais da perícia contábil
Há, como se vê, problemas de lado a lado, que comprometem ora os in-
teresses da sociedade e sócios remanescentes, ora os do sócio retirante.
Atentando-se para esses custos – nem sempre previsíveis –, as tentativas de
composição extrajudicial vêm se tornando prática cada vez mais usual nas
questões societárias.
Atividades de aplicação
1. Escreva sobre o significado do termo “apuração de haveres” quando
são realizados trabalhos voltados para a área de perícia contábil.
2. Disserte sobre a importância da avaliação de valores patrimoniais quan-
do são realizados trabalhos voltados para a área de perícia contábil.
3. Explique como se daria o exame pericial em “ações de alimentos”, caso
um dos cônjuges fosse diretor, ou acionista de várias empresas.
155
Aplicações usuais da perícia contábil
Referências
ALBERTO, Valter Luiz Palombo. Perícia Contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
HOOG, Wilson Alberto Zappa. Prova Pericial Contábil. 6. ed. Curitiba: Juruá,
2008.
PONT, Juarez Varallo. Cálculos Judiciais Trabalhistas: teoria e prática. 13. ed.
Curitiba: Rósea Nigra, 2010.
ZANNA, Remo Dalla. Prática de Perícia Contábil. São Paulo: IOB Thomson, 2005.
Gabarito
1. A palavra haveres denota a riqueza que uma pessoa física ou jurídica
acumula ao longo da sua existência, sendo esta um potencial de con-
flito, entre aquelas pessoas interessadas na resolução dos valores que
certamente seriam elevados.
156
Aplicações usuais da perícia contábil
157
Fraudes na contabilidade
e nos documentos
Fraudes e erros
A fraude no Brasil é um grande fator de preocupação em todos os níveis,
seja no meio empresarial, na pessoa física, em entidades governamentais, ou
organizações sem fins lucrativos.
Vários são os fatores que favorecem as fraudes, como a perda dos valores
éticos e morais, necessidade de ostentação de riqueza, negligência nos con-
troles internos, oportunidade pela falta de controles, entre muitos outros.
159
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Como não podemos negar a existência dos erros e das fraudes em inúme-
ras transações, certamente é um fator de evolução na carreira do perito que
ele seja um profundo conhecedor das origens dos fatos que podem levar aos
erros e às fraudes.
Há, assim, a necessidade de separar o erro da fraude, para que sejam to-
madas as medidas necessárias, assim como aplicadas as eventuais penalida-
des corretamente.
Fraude
Nas transações que envolvem casos de fraudes, há a nítida intenção do
fraudador de tirar proveito da situação, em benefício próprio, tendo normal-
mente um planejamento antecipado.
160
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Não raras as vezes que na fraude existe o conluio entre pessoas, de sorte
que seja feito um longo planejamento principalmente quando os valores
envolvidos aumentam, e há a necessidade de envolver mais pessoas no es-
quema da fraude.
Erro
No erro, em um primeiro momento não há a intenção da pessoa que erra
em tirar proveito, sendo considerada uma ação involuntária, sem intuito de
lesar alguém.
161
Fraudes na contabilidade e nos documentos
O ideal em qualquer situação seria que não houvesse o erro, todavia não
podemos ignorar que o erro faz parte até do aprendizado, pois, conforme o
dito popular: só erra quem faz.
Embora o erro não vise lesar alguém, não há dúvida que, dependendo da
sua gravidade, trará consequências indesejadas para o patrimônio, e certa-
mente causará prejuízos.
O erro pode ainda ser ocasionado pelo excesso de trabalho, com o número
reduzido de pessoas, em que a rotina favoreça a sua ocorrência pela ausên-
cia de revisões por parte de pessoas desvinculadas do processo.
162
Fraudes na contabilidade e nos documentos
163
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Assim, por exemplo, no caso de ser movida uma ação pelos acionistas mino-
ritários que questionam a imparcialidade na forma de apuração e distribuição
dos dividendos, o perito deve estar atento para a possibilidade de se ter havido
a manipulação na escrituração que levasse ao prejuízo dessas pessoas.
Utilização da contabilidade
para fins inadequados
Na busca de diferentes objetivos perseguidos pela administração das
organizações, a contabilidade poderá servir como instrumento nefasto de
iludir, enganar, induzir as pessoas que dela se utilizam.
164
Fraudes na contabilidade e nos documentos
165
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Assim, por exemplo, imaginando que um empresário sem boa índole deseje
captar empréstimos bancários, e mesmo possuindo muitas dívidas tenderá a
ocultá-las, para que apresente uma imagem ao banco melhor do que seria a
realidade, de tal maneira que demonstrasse capacidade de pagamento.
166
Fraudes na contabilidade e nos documentos
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Fraudes na contabilidade e nos documentos
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Fraudes na contabilidade e nos documentos
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Fraudes na contabilidade e nos documentos
171
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Sócios laranjas, bens que nunca existiram, resultados que foram mani-
pulados, falsas constituições de reservas, são alguns exemplos de fraudes
que podem ocorrer nas contas que fazem parte do patrimônio líquido das
empresas.
172
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Para que o perito possa avaliar a razoabilidade dos custos, seria de bom
alvitre o conhecimento do processo de produção, além da análise documen-
tal sobre todos os itens geradores de custos.
Como na vida real não existe magia, e se uma empresa não consegue
vender mais, ou não reduz os seus custos e despesas, não há como aumentar
o resultado. Todavia, o fraudador sendo um conhecedor da contabilidade,
poderá ter a infeliz ideia de reconhecer receita de forma artificiosa, de ma-
neira a aumentar o lucro.
173
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Dessa forma, valores que deveriam ser registrados como custos ou des-
pesas ficam registrados em contas dos ativos, como, por exemplo: gastos
com pesquisas de novos produtos; despesas com manutenção de máquinas
e equipamentos; custos contabilizados de mercadorias e produtos vendidos
sem dar baixa, contabilizados nos estoques.
174
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Pode-se pensar que é fácil, a esta altura, afirmar isso, mas era de se
esperar!
175
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Por outro lado as empresas vivem uma situação transitória na qual estão
passando de um estado de euforia, em que não era fundamental estruturar
eficientes sistemas de controle e prevenção de fraudes, pois os altos lucros
compensavam qualquer possível perda, para uma situação crítica de balanço
e lucratividade, em que qualquer perda assume uma importância relevante
e a gestão dos negócios e do caixa deve ser mais atenta. Situações de risco
ou potencial fraude, que antes, frequentemente, não recebiam grande aten-
ção, representam hoje, possivelmente o valor que faz a diferença entre ter ou
menos algum lucro.
176
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Atividades de aplicação
1. Faça a distinção conceitual entre o erro e a fraude em operações, bus-
cando a caracterização de cada um deles.
Referências
CORDEIRO, Cláudio Marcelo Rodrigues. Contabilidade criativa: um estudo sobre a
sua caracterização. Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná,
n. 136, p. 43-47, 2003. RCRPR. 47, 2003. RCRPR.
LOPES DE SÁ, Antônio; HOOG, Wilson Alberto Zappa. Corrupção, Fraude e Con-
tabilidade. Curitiba: Juruá, 2005.
Gabarito
1. Nas transações que envolvem casos de fraudes, há a nítida intenção
do fraudador de tirar proveito da situação, em benefício próprio, ten-
do normalmente um planejamento antecipado.
177
Fraudes na contabilidade e nos documentos
Embora o erro não vise lesar alguém, não há dúvida de que dependen-
do da sua gravidade trará consequências indesejadas para o patrimô-
nio, e certamente causará prejuízos.
178
Laudos e pareceres periciais
Para um médico que após a cirurgia verifica que toda a técnica e todo o
conhecimento foram essenciais para salvar a vida de uma pessoa, tem a cer-
teza de que acertou no caminho escolhido para a profissão.
181
Laudos e pareceres periciais
Laudo pericial
Laudo pericial contábil é o documento elaborado pelo perito-contador
nomeado em juízo, no qual demonstrará como foi a condução do seu traba-
lho, sua metodologia aplicada, bem como resultados alcançados, para auxi-
liar o magistrado na tomada de decisões sobre determinada demanda.
182
Laudos e pareceres periciais
Parecer pericial
Parecer pericial contábil é o documento elaborado pelo assistente técni-
co contratado pelas partes que estão envolvidas em uma demanda judicial,
ou em perícias extrajudiciais e arbitrais, nas quais o profissional demonstrará
como foi a condução do seu trabalho, metodologia aplicada, bem como os
pontos de discordância em relação ao laudo pericial, caso existam.
183
Laudos e pareceres periciais
No que se refere à forma de escrita que deve ser seguida por quem elabo-
ra laudos e pareceres periciais, a NBC TP 01 determina no seu item 62:
A linguagem adotada pelo perito deverá ser acessível aos interlocutores, possibilitando aos
julgadores e às partes da demanda conhecimento e interpretação dos resultados obtidos
nos trabalhos periciais contábeis. Devem ser utilizados termos técnicos e o texto conter
informações de forma clara. Os termos técnicos devem ser inseridos na redação do laudo
pericial contábil e do parecer pericial contábil, de modo a se obter uma redação técnica,
que qualifique o trabalho pericial, respeitadas as Normas Brasileiras de Contabilidade,
bem como a legislação de regência da profissão contábil.
Todavia, não podemos nos esquecer de que tanto o laudo como o pa-
recer pericial são destinados a pessoas leigas em contabilidade, portanto o
desafio do perito consiste em redigir uma peça com conteúdo técnico, en-
tretanto que seja plenamente compreendido por aqueles que se utilizarão
desse documento.
184
Laudos e pareceres periciais
75. Apêndices: são documentos elaborados pelo perito com o intuito de complementar a
argumentação ou elementos de prova.
185
Laudos e pareceres periciais
186
Laudos e pareceres periciais
atentos ao que preceitua o Código de Processo Civil, no seu artigo 433, re-
produzido a seguir:
Art. 433. O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos
20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. (Redação dada pela Lei
8.455, de 24.8.1992).
Quanto à fonte, as mais usuais acabam sendo a Arial e Times New Roman,
por se tratar de documentos técnicos, o que não quer dizer que fontes dife-
rentes das citadas estão proibidas; todavia, outros tipos de fontes somen-
te devem ser utilizadas quando se deseja enfatizar determinada situação,
sempre de forma moderada.
abertura;
considerações iniciais;
encerramento do laudo;
Abertura
Indicar a quem a perícia é dirigida.
188
Laudos e pareceres periciais
Considerações iniciais
Identificação de quando e por quem foi determinada ou solicitada a
perícia contábil.
Considerações finais
Formalização da síntese de qual ou quais foram as conclusões a que a
perícia chegou.
189
Laudos e pareceres periciais
Quesitos e respostas
Transcritos e respondidos na ordem em que deram entrada nos autos
do processo, ou extrajudicialmente, segundo as datas de formulação.
Encerramento do laudo
Exposição formal de encerramento do trabalho pericial, sem, entretan-
to, dar a impressão de não admitir complementações ou esclarecimen-
tos futuros.
190
Laudos e pareceres periciais
191
Laudos e pareceres periciais
1.o Qual a retirada de pró-labore do Sr. José Augusto Silveira, nas empre-
sas de sua administração?
2.o Qual a participação social do Sr. José Augusto Silveira no capital social
da sociedade?
3.o Tem remuneração indireta por seu cargo de direção? Quais? Em quan-
to montaram tais remunerações no período dos últimos 24 meses?
4.o A participação percentual no capital das sociedades Cia. Silveira S.A. e Gru-
po Augusto Silveira S.A. alterou-se nos últimos três anos? Em quanto?
5.o Foram operadas transferências de capital do réu nos últimos três anos?
Em que montante? Para quem?
6.o Pela declaração de bens do réu, tem ele outras fontes de rendimentos?
Quais? Em quanto montaram nesses últimos três anos, considerando
os valores em moeda constante?
10.o Na opinião deste perito, qual deveria ser o valor justo mensal de paga-
mento de pensão alimentícia? Elaborado sobre qual base de cálculo?
Demonstre como foram apurados os valores.
Com base nos quesitos expostos, iremos simular de forma resumida algu-
mas rotinas e documentos para a consecução da perícia, a saber:
192
Laudos e pareceres periciais
193
Laudos e pareceres periciais
Autos: 20X9/01
Perito-Contador
CRC/PR 012345/O
194
Laudos e pareceres periciais
TERMO DE DILIGÊNCIA
Autos: 20X9/01
5. Recibo e declaração de IRPF dos Sr. José Augusto Silveira dos últimos três
anos.
6. Cópia de todos os extratos bancários do Sr. José Augusto Silveira dos últi-
mos três anos. Inclusive extratos de aplicação financeira.
195
Laudos e pareceres periciais
Para os devidos fins, lavro o presente Termo de Diligência, para que valha
na melhor forma do direito, com sustentação do Código de Processo Civil,
artigo 429, e ofereço ao diligenciado a contrafé, que depois de lido e aprova-
do, foi assinado pelo perito e pelo diligenciado Sr. José Augusto Silveira.
Perito-Contador
CRC/PR 012345/O
Recebido por:
Data:
Assinatura:
196
Laudos e pareceres periciais
Autos: 20X9/01
O Sr. Perito, abaixo assinado, titular perito nomeado do processo n.º dos
autos: 20X9/01, no uso de suas atribuições e devidamente amparado nas
disposições constantes no art. 129, inc. I e VIII da Constituição Federal c/c art.
156 do Código de Processo Penal, vem, respeitosamente, requerer a quebra
dos sigilos bancário e fiscal do requerido Sr. José Augusto Silveira, pelos mo-
tivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
DOS FATOS
Segundo consta das declarações tomadas nesta Promotoria de Justiça, nos
autos do Inquérito Civil Público 2009/01, apura valores para uma ação de
alimentos referente à separação judicial litigiosa solicitada pela Sra. Maria
Silveira, já qualificada para atender e responder aos quesitos do processo.
DO DIREITO
Como pode Vossa Excelência solicita verificação, haja vista envolver sigilo
bancário, estando o banco naturalmente impossibilitado de fornecer todas
as informações sobre o caso, desde que agora se trata de sigilo bancário en-
volvendo contas correntes de pessoas físicas.
DOS PEDIDOS
Em face da investigação necessária, requeremos o seguinte:
b) seja oficiado aos bancos em que o réu possui contas para fornecer os
extratos da movimentação bancária do Sr. José Augusto Silveira, dos úl-
timos três anos, em suas respectivas contas correntes ou de poupança;
197
Laudos e pareceres periciais
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Perito-Contador
CRC/PR 012345/O
198
Laudos e pareceres periciais
Ilustríssimo Dr. Carlos Monteiro Justo, juiz de direito da 1.ª Vara da Família
da Comarca de Curitiba
199
Laudos e pareceres periciais
5. Recibo e declaração de IRPF dos Sr. José Augusto Silveira dos últimos três
anos.
6. Cópia de todos os extratos bancários do Sr. José Augusto Silveira dos últi-
mos três anos. Inclusive extratos de aplicação financeira.
200
Laudos e pareceres periciais
2.º Qual a participação social do Sr. José Augusto Silveira no capital social da
sociedade?
Resposta: A participação do Sr. José Augusto Silveira no capital da empresa
Cia. Silveira S.A. é de 30% e na Grupo Augusto Silveira S.A. 20%, de acordo
com o que consta no estatuto social das companhias em suas páginas 10 e
12, respectivamente, conforme poderá ser observado no anexo n.º 2.
3.º Tem remuneração indireta por seu cargo de direção? Quais? Em quanto
montaram tais remunerações no período dos últimos 24 meses?
Resposta: O Sr. José Augusto Silveira não possui remuneração indireta; por-
tanto não há soma de valores, conforme pudemos observar através da análi-
se assentada sobre a escrituração contábil dos últimos três anos, comparan-
do-as com a folha de pagamento.
5.º Foram operadas transferências de capital do réu nos últimos três anos?
Em que montante? Para quem?
Resposta: Em conformidade com os relatórios emitidos pelo Detran/PR e
Cartórios de Imóveis da Comarca de Curitiba, o Sr. José Augusto Silveira não
alterou o montante de seu capital particular nos últimos três anos.
6.º Pela declaração de bens do réu, tem ele outras fontes de rendimentos?
Quais? Em quanto montaram nesses últimos três anos, considerando os va-
lores em moeda constante?
Resposta: De acordo com a análise sobre as declarações de pessoa física
entregues à Receita Federal, o Sr. José Augusto Silveira não tem outros rendi-
mentos além do seu pró-labore.
201
Laudos e pareceres periciais
10.º Na opinião deste perito, qual deveria ser o valor justo mensal de paga-
mento de pensão alimentícia? Elaborado sobre qual base de cálculo? De-
monstre como foram apurados os valores.
Resposta: De acordo com a análise documental, recomendo uma parcela de
30% do pró-labore do Sr. José Augusto Silveira a título de pensão alimentícia,
considerando se tratar este do único rendimento que o réu possui.
VI. CONCLUSÃO
Nada mais havendo a considerar, damos por encerrado o presente trabalho,
constituído em três fs. e dois anexos, devidamente rubricados e assinados,
e nos colocamos à disposição do juízo e das partes para os esclarecimentos
que porventura se tornem necessários, pela qual dou fé pública nas informa-
ções contábeis anexas ao laudo pericial.
Nestes Termos,
P. Deferimento.
Perito-Contador
CRC/PR 012345/O
202
Laudos e pareceres periciais
Autos: 20X9/01
Perito-Contador
CRC/PR 012345/O
203
Laudos e pareceres periciais
O laudo pericial deve ser redigido pelo próprio perito, tendo muita minú-
cia na conferência de todas as informações que nele constam, além de uma
revisão gramatical profunda, evitando erros ortográficos.
204
Laudos e pareceres periciais
Nesse particular, o perito necessita ter muita atenção, para não incorrer
nos erros de metodologia em seu trabalho, tendo sempre em mente que jul-
gamentos competem ao juiz.
Imaginar que algo pudesse ter ocorrido desta ou daquela forma sem que
deveras tivesse possibilidade de ocorrer, e oferecer opinião sobre o inviável ou
apenas suposto, são fatos repudiáveis tecnicamente.
[...]
205
Laudos e pareceres periciais
Atividades de aplicação
1. Explique qual é a importância, para o perito e para os julgadores, da
elaboração dos documentos denominados laudo pericial e parecer
pericial.
206
Laudos e pareceres periciais
Referências
ALBERTO, Valter Luiz Palombo. Perícia Contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
HOOG, Wilson Alberto Zappa. Prova Pericial Contábil. 6. ed. Curitiba: Juruá,
2008.
ROSA, Marcos Valls Feu. Perícia Judicial: teoria e prática. Porto Alegre: Safe, 1999.
ZANNA, Remo Dalla. Prática de Perícia Contábil. São Paulo: IOB Thomson, 2005.
Gabarito
1. O laudo e o parecer pericial passam a ser a “hora da verdade” para o
perito, pois será através desses documentos que conseguirá, ou não,
transmitir ao interessado todas as informações necessárias para que o
usuário desta peça possa tomar uma decisão com confiança, seguran-
ça e baseada na verdade.
Todavia, não podemos nos esquecer que tanto o laudo como o pare-
cer pericial são destinados a pessoas leigas em contabilidade, portan-
to, o desafio do perito consiste em redigir uma peça com conteúdo
técnico, entretanto que seja plenamente compreendido por aqueles
que se utilizarão deste documento.
207
Laudos e pareceres periciais
208
Remuneração do trabalho pericial
Sob a minha ótica, cada pessoa sempre deve ganhar o que merece, assim,
quando é contratado um extraordinário médico, um excelente advogado,
um bom pedreiro, cada uma destas funções deveria receber por seus méri-
tos, sendo valorizado por conta de outros serviços já executados com com-
petência, pelo menos em teoria.
211
Remuneração do trabalho pericial
212
Remuneração do trabalho pericial
A relevância
Como a perícia judicial é demandada para dirimir as dúvidas dos magis-
trados que terão impacto social, econômico e financeiro, o valor dos hono-
rários não pode provocar aviltamentos, que são remunerações indignas com
a classe contábil, principalmente em trabalhos técnico-científicos como os
requeridos na função pericial.
O vulto
Relaciona-se ao perito dimensionar o quanto terá de volume de trabalho,
em razão do objeto da perícia, analisando as áreas envolvidas na demanda,
bem como os conhecimentos que serão necessários empregar para que ao
final a tarefa seja adequadamente cumprida.
O risco
Como todo trabalho pericial pode envolver implicações de natureza civil,
penal e profissional, o perito deve analisar os riscos que envolvem a sua função,
considerando a magnitude daquilo que expressa em seu laudo. No momento da
elaboração dos honorários, ainda deve ser levado em consideração a forma com
que será recebido o valor e a possibilidade de não ser integralmente recebido.
213
Remuneração do trabalho pericial
A complexidade
Esse fator está relacionado à possível dificuldade a ser encontrada em
razão da exigência técnica requerida, principalmente quando se trata de
perícias judiciais sobre fato novo, onde o profissional não tem trabalhos
similares para comparabilidade da sua linha de atuação. A complexidade
está também vinculada a dificuldades que o profissional possa vir a ter
no decorrer do desempenho da sua função, motivado pela ausência de
documentos e evidências que amparem a fundamentação do seu laudo
pericial.
A quantidade de horas
Como os trabalhos profissionais de perícia na sua normalidade são di-
mensionados em razão de horas gastas na função, a quantidade estimada
para dispêndio na realização da tarefa será fator preponderante na formu-
lação dos honorários. A estimada de horas com relativa precisão somente é
possível a partir da leitura pormenorizada do processo e eventuais reuniões
com as partes envolvidas, para que o perito tenha segurança e conhecimen-
tos requeridos no dimensionamento do tempo que será necessário despen-
der no trabalho.
Na fase inicial
Deverá haver estimativa de honorários para diversas etapas que estarão
contemplando fase de conhecimento, interpretação e dimensionamento da
profundidade do trabalho que será executado.
214
Remuneração do trabalho pericial
Após leitura dos autos, deverão ser estimadas horas para a elaboração de
termos de diligências os quais são necessários para a arrecadação das provas
e documentos para a consecução da perícia. Nessa etapa, o perito deve di-
mensionar a quantidade de horas que serão necessárias para a comunicação
e entrega do termo de diligência para as partes, para terceiros e, eventual-
mente, para os assistentes técnicos.
Na fase de execução
Previamente, deverão ser estimadas horas que contemplarão a efetivação
da perícia com a realização de diligências, nessa fase o perito irá se deslocar
até o ambiente em que o trabalho será realizado.
215
Remuneração do trabalho pericial
Na fase conclusiva
Tão importante quanto às demais estimativas, também nessa fase o perito
deverá dimensionar as horas que serão consumidas para a leitura e interpre-
tação dos eventuais laudos interprofissionais requeridos no trabalho, além das
horas que serão despendidas na própria elaboração do seu laudo pericial.
Ao final, deverão ainda ser contempladas horas que serão gastas nas reu-
niões com os peritos-contadores assistentes, pois é sempre prudente e de bom
alvitre que exista a integração e interação entre todos os profissionais envol-
vidos, dando maior segurança às conclusões do perito.
O pessoal técnico
Dependendo da infraestrutura demandada, pode ser que o perito mante-
nha uma equipe de auxiliares, sob a sua orientação e responsabilidade, que
estejam envolvidos no trabalho. Naturalmente, como a remuneração dessas
pessoas estará a cargo do perito, na formulação do seu honorário deverá
estar contemplada essa possibilidade, para que o profissional nomeado, ou
contratado, não incorra em prejuízos, tendo que pagar seus auxiliares, com
valores que não sejam advindos dos honorários cobrados.
O prazo estabelecido
Nas perícias judiciais, o prazo estabelecido para a execução completa do
trabalho é fator primordial na formulação dos honorários, em razão de que
quanto menor a quantidade de dias para a perícia, maior será o risco, o que
demandará atenção total e dedicação exclusiva na tarefa. Naturalmente,
neste caso, o valor do honorário tende a ser maior do que em uma perícia
em que haja prazo estendido.
Também nas perícias fora do Poder Judiciário, o prazo tem fator importan-
te na formulação da proposta de honorários, na qual deverá ficar claramente
definida a data limite que as pessoas que contrataram o perito necessitam
do resultado do seu trabalho, e segue a mesma linha de conduta, quanto
menor o prazo, possivelmente maior será o honorário.
216
Remuneração do trabalho pericial
A forma de recebimento
No que diz respeito a este fator, deverá ficar claramente definido na pro-
posta dos honorários como o perito deseja recebê-los, seja na perícia judicial
ou fora dela.
Os laudos interprofissionais
Em relação à eventual possibilidade do envolvimento de outros profis-
sionais, que não da área contábil, que sejam contratados pelo perito para
emitir opinião técnica – tais como engenheiros, grafotécnicos, advogados,
somente para citar algumas profissões – haverá a necessidade de remune-
ração dessas pessoas. Nesse caso, no valor dos honorários estabelecidos
pelos peritos, devem estar contempladas as horas dos demais profissionais
que no transcorrer da perícia irão emitir os laudos interprofissionais, para
dar embasamento e sustentação ao laudo produzido pelo perito judicial.
59. O perito deve ressaltar, em sua proposta de honorários, que esta não contempla os ho-
norários relativos a quesitos suplementares e, se estes forem formulados pelo juiz e/ou
pelas partes, pode haver incidência de honorários suplementares a serem requeridos,
observando os mesmos critérios adotados para elaboração da proposta anterior.
Este importante item deve fazer parte da proposta dos honorários, pois
normalmente são apresentados pelas partes, ou pelo juiz, novos quesitos
que não estavam originalmente no processo analisado pelo perito, o qual
serviu de base para a estimativa da sua remuneração.
218
Remuneração do trabalho pericial
61. O perito-contador deve analisar com zelo os quesitos de esclarecimentos, uma vez que
as partes podem formulá-los com essa denominação, mas serem quesitos suplemen-
tares, situação em que o trabalho deve ser remunerado na forma prevista no item 63.
Para tanto, o perito-contador poderá requerer honorários suplementares, justificando
o pleito, pela caracterização de quesito suplementar. (Resolução CFC 1.244/2009)
Conforme descrito nos itens anteriores, todos os cuidados devem ser re-
queridos pelo profissional, distinguindo os novos quesitos que são introdu-
zidos no processo, avaliando se irão demandar horas adicionais de execução
por conta de fatores que não estavam contemplados nos questionamentos
iniciais, ou se são apenas complementações às respostas dadas pelo perito,
as quais não ficaram claras para aquelas pessoas que se utilizarão do laudo.
63. O perito-contador assistente deve explicitar a sua proposta no contrato que, obriga-
toriamente, celebrará com o seu cliente, observando as normas estabelecidas pelo
Conselho Federal de Contabilidade.
219
Remuneração do trabalho pericial
O rigor descritivo deve ser igual àquele empregado pelo perito judicial,
assim como o valor dos honorários devem ser estabelecidos de acordo com
os critérios estudados até o presente momento, buscando respaldo nas
normas brasileiras de contabilidade.
O Código de Processo Civil, Lei 5.869 de 1973, no seu artigo 33, estabele-
ce os seguintes critérios quanto a quem deverá honrar o compromisso pelo
pagamento dos profissionais de perícia envolvidos na demanda:
Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a
do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando
requerido por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz.
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos
honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa remuneração. O
numerário, recolhido em depósito bancário à ordem do juízo e com correção monetária,
será entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua liberação parcial,
quando necessária. (Incluído pela Lei 8.952, de 13.12.1994)
Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e
os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que
o advogado funcionar em causa própria. (Redação dada pela Lei 6.355, de 1976)
221
Remuneração do trabalho pericial
§1.º O juiz, ao decidir qualquer incidente ou recurso, condenará nas despesas o vencido.
(Redação dada pela Lei 5.925, de 1.10.1973)
§2º As despesas abrangem não só as custas dos atos do processo, como também a
indenização de viagem, diária de testemunha e remuneração do assistente técnico.
(Redação dada pela Lei 5.925, de 1.10.1973)
Modelos diversos
Com o intuito de ilustrar os vários documentos padronizados em uma
perícia judicial, apresentamos a seguir a estrutura de formatação de alguns
deles, com destaque para:
222
Remuneração do trabalho pericial
AUTOS:
AÇÃO:
EXEQUENTE:
EXECUTADO:
Processo: XX/20X0
1) Custos Diretos
Vara: 16.º Vara cível
(a) Pessoal e Encargos
Autor(es):
Sociais
Réu(s):
Horas Valor Totais
Itens Estimadas Hora em
Aplicadas em R$ R$
Compromisso/Carga
Análise Autos/Documentos/Relatórios/Propostas
Visita para instalar perícia e solicitar documentos
Diligência e levantamentos de dados
Cálculos e elaboração de anexos
Redação do laudo
Digitação
Reuniões com assistentes técnicos
Montagem do laudo
Revisão/Assinatura/Entrega do Laudo
Subtotais
Encargos Sociais Agregados (%)
Total do item de pessoal
Valor Totais
Quantidade
(b) Material Aplicado Unitário em
Unitário
em R$ R$
Papéis de Trabalho
CD/pen-drive
Papéis, Laudo e Cópias
Valor Totais
Horas Estimadas
2) Custos Indiretos Hora em
Aplicadas
em R$ R$
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Remuneração do trabalho pericial
225
Remuneração do trabalho pericial
226
Remuneração do trabalho pericial
Honorários de perícia
(FENACON, 2001)
Juízes sem parâmetros
“Para que sejam fixados os honorários periciais e para que eles sejam o
mais próximo da realidade, o perito deveria apresentar um roteiro de horas
trabalhadas, as dificuldades que ele encontrou e a valoração do trabalho téc-
nico por ele apresentado, com base em algum paradigma”, confirma Marques.
Ou seja, uma planilha de custos clara que permita ao juiz encontrar dados
objetivos para a fixação dos honorários. “Do contrário passa a ser um critério
meramente subjetivo do juiz”, analisa.
227
Remuneração do trabalho pericial
Tabela
Ainda assim, surge outra pedra no caminho do perito. Ele acumula gastos
durante a elaboração do laudo, mas só irá receber no final do processo. A so-
lução, segundo o presidente da Associação Paulista de Magistrados, é o perito
estimar o valor do trabalho a ser realizado e pedir ao juiz a fixação dos hono-
rários provisórios que se destinam às despesas, paga pela parte que requereu
a perícia, seja o autor ou réu. Se ambos reivindicaram a perícia, divide-se pela
metade. No final da ação, a parte que ganhar a causa é restituída do valor
pago, corrigida.
228
Remuneração do trabalho pericial
Artur Marques, que também é juiz do 2.º Tribunal de Alçada Cível do Estado
de São Paulo, comentou ainda a crítica feita pelo presidente da Associação
dos Peritos Contadores na Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Ubirajara
Lino Cardoso, de que há casos na Justiça do Trabalho em que advogados das
partes “negociam” a redução do honorário do perito em homologações de
acordos. Segundo o juiz, a negociação não é observada na Justiça Comum.
“Neste caso, toda vez que há acordo, é preciso que o perito concorde, porque
quem fixa os honorários periciais é o juiz. Não fica a critério das partes. Ou
seja, as partes não podem negociar.”
Falta conhecimento processual
Atividades de aplicação
1. Discorra sobre qual é a relação que existe entre o prazo estabelecido
para a realização das perícias judiciais, ou fora do Poder Judiciário, e a
formação dos honorários periciais.
Referências
CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1.244, de 10 de dezem-
bro de 2009, que aprovou a NBC PP 01 – Perito Contábil. Disponível em:
< www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1244.doc>. Acesso em: 17 jun. 2011.
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Remuneração do trabalho pericial
ROSA, Marcos Valls Feu. Perícia Judicial: teoria e prática. Porto Alegre: Safe, 1999.
Gabarito
1. Nas perícias judiciais, o prazo estabelecido para a execução completa
do trabalho é fator primordial na formulação dos honorários, em razão
de que quanto menor a quantidade de dias para a perícia, maior será o
risco, o que demandará atenção total e dedicação exclusiva na tarefa.
Naturalmente, neste caso, o valor do honorário tende a ser maior do
que em uma perícia em que haja prazo estendido.
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Anotações
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