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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS A. C. SIMÕES
INSTITUTO DE GEOGRAFIA, DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE
BACHARELADO EM GEOGRAFIA

ANDERSON DA SILVA DOS SANTOS

SÍNTESE

MACEIÓ - ALAGOAS
ABRIL DE 2023
ANDERSON DA SILVA DOS SANTOS

SÍNTESE

Síntese avaliativa para obtenção de nota na


AB1, na disciplina de Organização do trabalho
acadêmico, no curso de Bacharelado em
Geografia, turno noturno.

Maceió - AL
BERNARDO, G. A premissa maior. In: BERNARDO, G. A Educação pelo Argumento. Rio
de Janeiro: Rocco, 2000. p.11–18.

Gustavo Bernardo Krause é um escritor, crítico literário, professor universitário e


pesquisador brasileiro. Nascido em 1955, na cidade do Rio de Janeiro, formou-se em Letras
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e posteriormente obteve o título de
Doutor em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Atualmente é Professor Associado de Teoria da Literatura no Instituto de Letras da UERJ e
pesquisador do CNPq.
O capítulo "A premissa maior" do livro "A Educação pelo Argumento", é um texto
filosófico. Isso porque o capítulo apresenta uma discussão conceitual acerca da importância
do argumento na educação, apresentando reflexões e análises sobre o tema. Além disso, o
autor faz uso de argumentos lógicos e racionais para defender suas ideias.
O capítulo apresenta como principal tema, o primado da dúvida como base do
pensamento filosófico e cientifico e também como premissa fundamental para o
desenvolvimento de argumentações sólidas e coerentes. O autor, faz uma análise do método
cartesiano de dúvida metódica e sua importância para a filosofia e a ciência moderna,
destacando a necessidade de se questionar e duvidar das premissas antes de construir um
argumento. Bernardo destaca a importância paro os alunos de ter conhecimento na formulação
de dúvidas construtivas, ele apresenta várias sugestões apresentando estudos de outros autores
para formulação do seu argumento
Bernardo, começa o texto citando primado da dúvida no método científico, que é
baseado na "dúvida metódica" estabelecida por René Descartes em sua obra "Discurso sobre o
método". A primeira certeza estabelecida por Descartes é amplamente aceita: se duvido, então
eu penso, logo o pensamento existe.
Segundo o autor, a dúvida é uma necessidade fundamental para a filosofia e a ciência
modernas, mas isso não significa que não haja valores. Na verdade, ele ressalta a importância
dos valores, que são precários, mas indispensáveis. O autor destaca o equilíbrio difícil entre a
incerteza e a razão, que é a base da filosofia e da ciência modernas.
“Para argumentar, é necessário duvidar de tudo. Para argumentar bem, é indispensável
duvidar da validade do próprio argumento, ou seja, é necessário aprender a dialogar respeitosa
e criticamente com o próprio pensamento. ” (BERNARDO, 2000, p.13). O autor destaca a
importância da dúvida do próprio argumento, essa dúvida é algo indispensável num dialogo
respeitoso.
Apesar de o autor falar sobre a necessidade da dúvida, que o primado da dúvida não
pode ser confundido com um ceticismo absoluto, que nega a possibilidade de qualquer
conhecimento seguro. Pelo contrário, o objetivo da dúvida é precisamente o de levar a um
conhecimento mais seguro, através do questionamento rigoroso das nossas próprias ideias e
da avaliação crítica dos argumentos que são apresentados a nós.
Nesse sentido, o autor enfatiza que o diálogo respeitoso e crítico é fundamental para a
construção de uma comunidade de interesses políticos e científicos. Esse diálogo implica a
apresentação de argumentos claros e bem fundamentados, bem como a disposição para
considerar e refutar argumentos contrários. Sem esse diálogo, corre-se o risco de cair em
refutações, que não levam a um verdadeiro avanço do conhecimento, mas apenas à
perpetuação de ideias preconcebidas e dogmáticas.
Próximo à metade do texto, Bernardo segue explicando a importância da dúvida
metódica.
A dúvida metódica é científica e politicamente indispensável, permitindo-nos
estabelecer pontos de contato com o princípio jurídico in dúbio pró reo. A
racionalidade, apoiando-se na dúvida, quer é alguma certeza, está claro. Defende-se
do fanatismo quando duvida, por exemplo, de infligir no presente um mal
indubitável, em nome de um duvidoso bem no futuro, justamente porque a única
certeza que tem é a do mal presente. (BERNARDO, 2000, p.16)

Durante o texto, Gustavo destaca a importância de reconhecer a dificuldade de


conhecer a verdade e ter uma opinião bem formada. O autor argumenta que “muitas das
piores atrocidades cometidas pelos humanos resultaram de pessoas que estavam
absolutamente convencidas de algo que, na realidade, era falso. ” (BERNARDO, 2000, p.17).
O autor também aborda a ideia de que ter uma opinião não é tão simples como parece.
Saber-se a verdade é muito mais difícil do que se supõe. Da mesma maneira, ”ter uma opinião
é muito mais difícil do que se supõe” (BERNARDO, 2000, p. 17). Muitas vezes, as opiniões
são uma coleção confusa de ideias emprestadas da mídia e da vida cotidiana. Desenvolver
uma opinião realmente pensada e informada requer trabalho duro e consideração cuidadosa.
Bernardo sugere que a argumentação e as novas perspectivas surgem da dúvida e do
questionamento cuidadoso. Ao desafiar nossas suposições e investigar os fundamentos de
nossas crenças, podemos chegar a novas ideias e compreensão.
Gustavo, então chega na conclusão que “toda argumentação é, enfim, indício de uma
dúvida. ” (BERNARDO, 2000, p17) . Ou seja, como ao decorrer do texto explica, para se
argumentar sobre algo, é necessário se ter a dúvida sobre o mesmo, e partir dessa
argumentação haverá mais dúvidas.
O autor entra então na importância de uma sociedade que saiba argumentar
positivamente, mas para isso é necessário uma ação nas escolas, que são os formadores da
sociedade.
Para Bernardo, “é importante o aluno duvidar dos seus professores, e dos livros
didáticos, pois, como já apresentado durante o texto, essa dúvida será importante no processo
de aprendizagem do aluno. ” (BERNARDO, 2000, p.18), porém, há uma preocupação na
forma que o aluno exercitará esta dúvida, duvidar não significa desrespeitar o professor ou
qualquer outra autoridade. É possível questionar ideias e opiniões de forma civilizada e
respeitosa, apresentando argumentos e evidências que justifiquem a dúvida. Isso não só
demonstra uma postura mais madura e responsável por parte do aluno, como também
enriquece o debate e contribui para o avanço do conhecimento.
É válido destacar que a formalização escrita pode ser uma ferramenta útil para
expressar a dúvida de forma clara e objetiva, permitindo que o professor possa entender e
responder adequadamente. No entanto, é importante lembrar que a comunicação verbal
também pode ser utilizada de forma respeitosa e construtiva, desde que haja uma atitude de
diálogo e busca por entendimento mútuo.
Chegando ao final do texto, Bernardo vai apresentando o que podemos dizer, um dos
seus objetivos, que é o processo do ensinamento de argumentação com educação e respeito ao
outro, ao aluno diretamente na escola, assim como ensina os bons modos.
Bernardo crítica a atitude de alguns alunos que fazem comentários superficiais sobre
obras literárias, sem estabelecer um diálogo crítico com o autor. “Essa postura é caracterizada
pelo autor como "cri-cri", ou seja, uma postura excludente que não contribui para o exercício
do raciocínio crítico. ” (BERNARDO, 2000, p.18)
O autor também faz críticas ao modo de trabalho de alguns professores, esses
professores que para Bernardo, não pode ser chamado de mestres, Gustavo ressalta a
necessidade na dúvida da própria arrogância autocentrada, pois assim ajudará também a
termos alunos mais críticos argumentativos.
Por fim, o autor reflete sobre a liberdade do aluno e sua responsabilidade em estar na
sala de aula, enfrentando as consequências de suas escolhas e buscando aprimorar sua
formação crítica e consciente.
Bernardo, nesse capitulo buscou resolver o problema da falta de educação
argumentativa e cultural dos alunos, que se manifesta em comentários superficiais e críticas
vazias em relação às obras literais, a instituição de ensino e aos próprios professores. Durante
o capitulo, o autor defende a importância de ensinar os alunos a duvidar e argumentar com
educação e respeito, e a entender a importância da preservação professor, da instituição
escolar e das obras didáticas, entretanto, podemos dizer que não há uma solução definida e
universal para o mesmo, pois a mudança educacional é um processo contínuo que envolve
muitas variações. O autor contribuiu muito bem para a discussão e conscientização do
problema, oferecendo sugestões e reflexões sobre como abordá-lo, o que pode ser útil para os
professores e educadores em geral. No entanto, a implementação efetiva dessas ideias
depende de muitos fatores, como a formação dos professores, a cultura escolar, a política
educacional, envolvimento dos pais no ambiente escolar e adaptação nas necessidades
individuais de cada aluno.

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