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Temáticas
-Representação do quotidiano- são abordados assuntos do quotidiano e representações dele à imagem do
poeta em questão;
-Tradição literária- Influência de outras correntes e de outros autores faz-se sentir nos poetas
contemporâneos, seja através de temas como o amor, a passagem do tempo e a complexidade da natureza
humana;
-Figurações do poeta- remete para a caracterização do poeta e reflexão sobre o papel do mesmo, tanto na
vida como no mundo ou poesia.
-Arte poética- ocorre uma reflexão sobre a própria composição poética. Remete para a centralidade que a
própria poesia e o seu autor ocupam no seu processo de criação.
Miguel Torga
Arte poética -Processo de criação como algo rigoroso e que implica sofrimento.
Eugénio de Andrade
Tradição
-Influências tradicionais e de poetas tradicionais como Camões.
literária
Conto
“Sempre é uma companhia”, Manuel da Fonseca
-Solidão e convivialidade:
O título «Sempre é uma companhia» remete para a companhia que a rádio vinha trazer à população
isolada, invadindo a taberna e as suas vidas, com as notícias da II Guerra Mundial.
No conto de Manuel da Fonseca, as primeiras páginas anunciam o isolamento geográfico, a solidão e o
silêncio, bem como referem a chegada do automóvel.
Os habitantes de Alcaria viviam em condições indignas, de tao forma que perderam, praticamente, as
suas características humanas.
A chegada da rádio viria a permitir a ligação com o mundo, a tomada de contato com informação nova
e que permitia aos habitantes ter novos assuntos de conversa. Até mesmo as mulheres, que não
costumavam frequentar a taberna, passaram a fazê-lo.
Se a vinda da rádio havia interferido com a vida do casal, a possibilidade de ficarem sem a rádio era
dolorosa, pois os habitantes regressariam novamente ao seu isolamento. A mulher de Batola,
apresenta-se, no final, com um ar ternurento, contrastando com a altitude altiva inicial, afirmando que
a radiofonia «sempre é uma companhia neste deserto»
António Barrasquinho, o Batola – preguiçoso, improdutivo, sonolento, bêbado, bate na mulher; tem
nome e alcunha típica do Alentejo; a sua indumentária é própria do homem alentejano. A Sebenta
Português 12º ano Liliana Vieira Conde 3 morte do seu amigo Rata, acentua a sua solidão. É
«atarracado, as pernas arqueadas», usa «chapeirão» e um «lenço vermelho atado ao pescoço».
Mulher de Batola – expedita, trabalhadora, incansável, é ela quem abre a venda e atende os clientes,
voltando depois para a lida da casa; ela é «alta, grave, um rosto ossudo», dotada de um sossego único,
característica advinda da sua possibilidade de por e dispor do governo da casa e do negócio.
Rata – era mendigo e viajante, uma espécie de mensageiro. Quando Batola o escutava a tarde inteira,
parecia que também ele havia viajado pelo mundo. Quando deixou de poder viajar, suicidou-se.
Caixeiro-viajante – vendedor de aparelhos radiofónicos, comerciante e amigo de vender
Os homens de Alcaria – figurinhas metaforicamente apresentadas com gado e que vivem em casas
«tresmalhadas»: «o rebanho que se levanta com o dia, lavra, cava a terra, ceifa e recolhe vergado pelo
cansaço e pela noite. Mais nada que o abandono e a solidão.» Têm falta de esperança numa vida velhor.
Batola contrasta com estes, pois pode preguiçar, bebe o melhor vinho da venda, tem um fio de ouro no
colete, mas é solidário com os aldeãos. Partilha com este, a condição animalesca dos conterrâneos:
“rumina” a revolta; os suspiros saem-lhe “como um uivo de animal solitário”.
-A intriga
-O tempo
-O narrador
-A atualidade
-O espaço
-Espaço fisico – Aldeia de Alcaria com “quinze casinhas desgarradas e nuas”, rodeadas pela “solidão do
campo”.
▪ Autoritária e oponente à compra da telefonia, a mulher de Batola revela possuir densidade psicológica, já
que, ao fim de um mês, faz um pedido submisso ao marido. A mulher respeita agora o “novo” Batola.
▪ Ocioso e apático, Batola torna-se ativo após a chegada da telefonia que o arranca da sua solidão.
▪ Os ceifeiros, outros solitários e condenados a uma existência árida, encontram naquele pequeno aparelho
a esperança de comunicação com o mundo.
-Espaço social- espaço rural pobre, duas condições de vida dos ceifeiros, alheamento social e falta de
informação.