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Nesta disciplina você, nosso estudante, terá a oportunidade de refletir sobre os tópicos
mais discutidos e relevantes da atualidade no cenário educacional brasileiro com um
viés de articulação entre a realidade escolar, que é multifacetada. Dentre eles,
destacamos: o ensino híbrido, a autorregulação da aprendizagem, os temas
contemporâneos transversais e, ainda, a polidocência e o ensino colaborativo.
Assim, assimilamos que o ensino híbrido associa o ensino presencial e o ensino on-line
a partir da integração da tecnologia às práticas educativas, como explicam Bacich, Tanzi
Neto e Trevisani (2015). O ensino híbrido, que é um dos temas mais discutidos na área
da educação no século XXI, visa aliar o que há de melhor nas estratégias on-line e off-
line, a fim de promover a potencialização das práticas pedagógicas.
QUESTÃO PARA REFLEXÃO
Adotar o ensino híbrido, portanto, pressupõe uma reorganização da sala de aula, bem
como do plano pedagógico e da gestão do tempo na escola. Dessa forma, destacamos
que o papel do professor e do aluno passa por alterações em comparação às práticas
tradicionais.
Conheça um pouco mais sobre o conceito e sobre a aplicação prática do ensino híbrido.
Leia a matéria, publicada pela revista Nova Escola, denominada Ensino híbrido:
conheça o conceito e entenda na prática. Para tanto, veja em: https://bit.ly/3y4Jd2K.
Acesso em: 17 jul. 2021.
Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015) explicam que o ensino híbrido centra-se na
personalização das práticas pedagógicas, em que o ensino on-line e o presencial se
complementam, como a figura a seguir ilustra:
A metodologia de ensino híbrido traz inúmeras vantagens. Dentre elas, uma das
principais que podemos destacar é a promoção de maior liberdade do aluno no processo
de ensino e aprendizagem, bem como o distanciamento do ensino estritamente
tradicional.
SAIBA MAIS
Uma palavra de destaque é a autonomia dos estudantes nesta metodologia, haja vista
que o ambiente virtual, presente no ensino híbrido, permite que o indivíduo tome suas
decisões sobre os elementos do estudo, incentivando que o aluno seja capaz de
organizar sua rotina diária, aperfeiçoar sua disciplina, estruturar possibilidades para
potencializar seu aprendizado entre outros.
1.3 A ORIGEM
Ainda, vislumbramos que, a partir de 1970, esse movimento ganhou ainda mais força
com a inserção do Ensino Assistido por Computador (EAC). Já em 1990, com o
crescimento paulatino da acessibilidade aos computadores, a concepção de ensino
híbrido foi ganhando seus contornos. Dessa forma, destacamos que as pioneiras, nessa
metodologia, são as instituições de ensino superior e, gradativamente, as escolas da
educação básica foram implementando essas estratégias.
QUESTÃO PARA REFLEXÃO
Por que as instituições de ensino superior são as pioneiras na perspectiva de ensino
híbrido?
Art. 39 [...] “caracteriza-se pela mediação didático pedagógica nos processos de ensino
e aprendizagem que ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou tempos diversos”.
(BRASIL, 2010)
Sabemos que a Educação a Distância tem seu espaço desde a Terceira Revolução
Industrial. Todavia, destacamos que, com o advento das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs), ela deu um salto significativo quanto à sua abrangência e
significação.
INDICAÇÃO DE LINK
Destacamos, neste cenário, que até a década de 1980, a EaD era alicerçada,
predominantemente, em material impresso enviado aos alunos, os quais estudavam
conforme sua disponibilidade de tempo e de espaço. Todavia, as TICs possibilitaram a
criação de outros meios como, por exemplo, “as concepções teóricas, as abordagens
pedagógicas, as finalidades da EaD e os processos de avaliação da aprendizagem dos
alunos” (VALENTE, 2014, p. 83).
Khan Academy é uma organização que tem como missão proporcionar uma educação
gratuita e de alta qualidade para todos e em qualquer lugar. Para conhecer, acesse o
link: https://bit.ly/3z5Xwp9. Acesso em: 16 jul. 2021.
Outro ponto que protagonizou a ascensão do ensino híbrido é a adoção desse modelo
por diversas instituições de ensino superior.
INDICAÇÃO DE VÍDEO
Dessa forma, explicamos que a Portaria do MEC 1.134 (2016) e agora, em vigor, a
Portaria 2.117 (2019) mesclaram as modalidades de ensino, possibilitando uma
flexibilidade no que se refere aos horários e aos espaços físicos em que o processo de
ensino e aprendizagem ocorre (BATISTA JUNIOR; CAVALCANTE, 2017;
ROLINDO, J.M.R.; REIS, M.A.; ALMEIDA, F.F.; et al.; 2019). Todavia,
Embora seja uma prática normatizada pelo Ministério da Educação - MEC, muitas
instituições não a colocam em execução por vários motivos: resistência por parte dos
alunos e docentes, falta de estrutura física e tecnológica, falta de interesse da gestão ou
até mesmo desconhecimento da legislação que faculta à instituição de ensino a
implantação de uma carga horária à distância em seus cursos presenciais.
(BATISTA JUNIOR; CAVALCANTE, 2017, p. 3)
Apesar de certa resistência em relação ao ensino híbrido, os números de matrículas em
cursos híbridos só crescem. Em 2016, contabilizava apenas 1% e, já em 2019, passou
para 7%. Em 2020, foram contabilizados oito milhões de matrículas no país, conforme
dados do site Educa Insights (2020).
Segundo dados do site Educa Insights (2020), o perfil majoritário do aluno do híbrido
consiste em trabalhador com mais de 26 anos, das classes B2 e C, responsável pelo
pagamento da mensalidade.
Destacamos, ainda, que esse perfil é, também, do aluno que estuda no período noturno,
o que estreita a relação entre a identidade do aluno do período noturno e da modalidade
híbrida.
QUESTÃO PARA REFLEXÃO
Considerando os dados apontados pelo site Educa Insights (2020), observamos que o
ensino híbrido tem ganhado cada vez mais espaço no cenário nacional. Com a
aceleração paulatina do acesso a internet e a aparelhos de celular e/ou computador,
refletimos sobre o crescimento da adesão do ensino híbrido em diferentes espaços e
contextos.
SAIBA MAIS
MODELO DE ROTAÇÃO
Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015) explicam que, no modelo de rotação, os alunos
alternam as atividades consoante a um horário fixo ou orientação do professor.
O modelo de rotação divide-se nas seguintes propostas: rotação por estações, rotação de
laboratório, rotação individual e sala de aula invertida.
No método de rotação por estações, a sala de aula é dividida em estações, as quais têm
atividades independentes umas das outras para que os alunos possam ir passando entre
elas.
Todavia, Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015) destacam que, dentre as estações, ao
menos uma deve ter ferramentas ligadas à internet, seja para pesquisa, ou para aplicação
de determinado tópico.
INDICAÇÃO DE VÍDEO
ROTAÇÃO DE LABORATÓRIO
A rotação de laboratório é uma das estratégias mais utilizadas no ensino híbrido. Nela,
são combinados momentos na sala de aula e no laboratório de informática, com
conteúdos complementares.
E como isso pode acontecer? Vamos pensar em um exemplo:
Desse modo, o estudante recebe estímulos diversos, bem como para refletir e pensar de
maneira crítica, trabalhar em grupo e entender como o conteúdo pode ser aplicado.
Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015) assinalam que o aluno assume a função de
protagonista, enquanto o professor atua como orientador.
ROTAÇÃO INDIVIDUAL
Trata-se de uma pré-aula, ou seja, um material dado antes da aula - que pode ser um
vídeo, um texto ou outro - o qual o aluno estuda por conta própria para, então,
posteriormente, o professor conduzir a aula em continuidade com o que foi estudado.
De que forma a sala de aula invertida pode colaborar com a formação de alunos da
educação básica?
MODELO FLEX
Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015) explicam que, no modelo flex, os estudantes têm
uma lista a ser realizada tendo como escopo o ensino on-line. Neste modelo, o ritmo de
cada aluno é individual e o professor permanece à disposição para auxiliar em caso de
dúvidas.
INDICAÇÃO DE LINK
O Projeto Âncora é um dos exemplos desse tipo de abordagem.
MODELO À LA CARTE
Assista ao vídeo O que é ensino híbrido? Modelos disruptivos flex: a la carte e modelo
virtual enriquecido aprimorado. Disponível em: https://bit.ly/2UvYfkq. Acesso em: 16
jul. 2021.
SAIBA MAIS
2. O QUE É AUTORREGULAÇÃO?
Por fim, para o quarto pressuposto dessa abordagem, as atividades autorreguladoras são
mediadoras entre as características pessoais, as de contexto e as do próprio desempenho,
o qual é resultado da autorregulação.
2.2 A TEORIA SOCIAL COGNITIVA DE BANDURA (TSC)
Na década de 1980, a Teoria Social Cognitiva (TSC) foi criada por Albert Bandura. A
TSC reflete sobre a relação estabelecida no funcionamento humano entre pessoa,
comportamento e ambiente.
INDICAÇÃO DE VÍDEO
Para conhecer um pouco mais sobre a Teoria Social Cognitiva de Bandura, assista ao
vídeo disponível em: https://bit.ly/3CYhtk6. Acesso em: 18 jul. 2021.
Zimmerman (2013) elencou três elementos essenciais para que o aluno alcance seus
objetivos de aprendizagem, os quais são: o uso de estratégias de aprendizagem
autorregulada; a percepção de autoeficácia e o comprometimento com as metas
educativas.
O uso de estratégias de aprendizagem autorregulada refere-se às ações e aos processos
orientados para obter informação ou habilidade. Entre as estratégias, destacamos a
busca de informação, organização e transformação da informação, anotações em classe
e auxílio à memória.
A revista Nova Escola publicou uma matéria com estratégias para promover o
desenvolvimento da autorregulação. Veja em: https://bit.ly/3kbuCxw. Acesso em: 18
jul. 2021.
O segundo nível, denominado emulação, caracteriza-se como a prática do aluno que tem
por referência aquilo que observou nos modelos. Zimmerman (2013) salienta que, nesse
nível, o estudante pode não se atentar a todos os detalhes das ações dos modelos, mas,
ao praticar, mostrará o que foi observado e, assim, terá oportunidade de aperfeiçoar sua
prática e melhorar sua motivação.
Zimmerman (2013) explica que, no terceiro nível, o acadêmico é guiado por imagens
mentais e verbalizações mentais da figura do modelo, de modo automatizado, mesmo
sem a sua presença. Então, é capaz de exercer o autocontrole e, também, ser guiado por
representações mentais dos padrões desenvolvidos anteriormente. O autocontrole é a
principal característica desse nível e é completado quando o aluno constata seu
desempenho e se autorreforça conforme a necessidade de cada contexto.
Por fim, o quarto nível consiste na autorregulação propriamente dita. Para Zimmerman
(2013), é a capacidade do estudante em adaptar, de maneira organizada, sistemática e
autônoma as habilidades adquiridas segundo as necessidades, não apenas as pessoais,
mas também aquelas provenientes de mudanças que o cercam. São, portanto, ações
conscientes de gerenciamento dos próprios atos.
É justamente por esse fator que estudantes autorregulados são capazes de ter ações
conscientes de gerenciamento dos próprios atos e, ainda, são capazes de superar seus
pares nos resultados sobre o desempenho.
Posto isto, destacamos que os quatro níveis propostos por Zimmerman (2013)
evidenciam a importância do professor na condição de modelo para o aluno,
oferecendo-lhe orientação e feedback, além de possibilitar transformação em seus
próximos comportamentos.
INDICAÇÃO DE VÍDEO
BASSO, Fabiane Puntel; ABRAHÃO, Maria Helena Barreto. Atividades de Ensino que
Desenvolvem a Autorregulação da Aprendizagem. Educação & Realidade, vol. 43,
núm. 2, 2018.
PARA DISCUTIR
RESUMO DA UNIDADE
Nesta unidade, conhecemos o que é o ensino híbrido, bem como os caminhos pelos
quais tem percorrido. Ainda, conhecemos os principais métodos e propostas de ensino
híbrido que podem ser utilizados dentro do processo de ensino e aprendizagem.
REFERÊNCIAS
COLLOR, Natália. O futuro da IES é híbrido: conheça 4 razões que provam isso.
Disponível em: https://bit.ly/3iYDQ0T. Acesso em: 12 jul. 2021.
REFERÊNCIAS RECOMENDADAS