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Resumo
Este artigo trata do uso das Tecnologias Educacionais em Instituições de Ensino com a
adoção do conceito da Educação 3.0, aliado aos novos métodos de ensino: o Ensino
Híbrido, que alia o uso do ensino tradicional com o uso das Tecnologias de Informação
e o conceito de Sala de Aula Invertida que uso um modo diferenciado de disseminação
de conhecimento em sala de aula.
Abstract:
This article deals with the use of Educational Technologies in Education Institutions
with the adoption of the concept of Education 3.0, combined with the new teaching
methods: Hybrid Teaching, which combines the use of traditional teaching with the use
of Information Technologies and the concept of Flipped Classroom that uses a
differentiated way of disseminating knowledge in the classroom.
1.INTRODUÇÃO
A ideia que circula com muita força nas Escolas de Educação Básica que são
públicas ou particulares é a de que o método de ensino atual, relegado a uma forma
conteudista e explicativa, não cabe mais num modelo tradicional de Educação por estar
dissonante ao cotidiano dos alunos diante dos avanços pedagógicos e tecnológicos de
um mundo cada vez mais exigente quanto à capacidade de absorção do conhecimento.
Este modelo não satisfaz mais como aquisição de saber.
A resposta é NÃO!
Os alunos de hoje não são mais os mesmos para os quais o nosso sistema
educacional foi criado. Em seu cotidiano, muitos alunos estão conectados com uma
nova realidade onde as redes sociais, o acesso direto às informações e a instantaneidade
são marcas registradas. Para eles, aulas explicativas centradas unicamente no professor,
com poucas possibilidades de interação e elevado grau de passividade são altamente
desmotivadoras e carentes de significado.
Pois a questão que se apresenta como desafio a este cenário atual é a seguinte:
como fazer diferente?
É disso que se trata este artigo sobre a Educação 3.0; a hibridização do ensino
como forma alternativa de aprendizado e a modalidade de salas de aulas invertidas
como novo conceito de método de ensino, trazendo uma renovação nos modelos como
frescor nas práticas pedagógicas, podendo resultar em aulas muito mais interessantes e
trazendo novamente o aluno a gostar de estudar.
2.HISTÓRICO
Descobri que o professor Mazur tinha sob os seus cuidados um de seus pupilos
que estava trabalhando no mesmo modelo da minha proposição, já a alguns anos, e que
é brasileiro, gaúcho e professor da disciplina de Física na UFRGS.
Ele deu espaço para que eu explicasse o projeto, como se constituía, fez diversas
colocações e se colocou à disposição para uma leitura do projeto final. Achou que o
caminho é esse de acordo com o que foi exposto e que o retorno é fantástico. Mas avalia
que a introdução do conceito deve ser feito aos poucos para não causar um impacto
negativo na Instituição.
3.CONCEITO
3.1.EDUCAÇÃO 3.0
4.ENSINO HÍBRIDO
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1. Representa tanto a nova quanto a antiga tecnologia, como uma inovação que
rompa ditames e que não oferecia a tecnologia anterior em sua plena forma;
2. Busca atender aos clientes já existentes, ao contrário dos não-consumidores –
ou seja, aqueles para os quais a alternativa ao uso da tecnologia seria utilizar
nada;
3. Procura ocupar o espaço da tecnologia pré-existente. Como resultado, a
obrigação de se atingir um desempenho que supere as expectativas dos
clientes exigentes é bastante alta, uma vez que o híbrido precisa realizar o
trabalho pelo menos tão bem quanto o próprio produto anterior, se analisado
pela definição original de desempenho. Por outro lado, as empresas bem-
sucedidas na implementação destas inovações, assumem o acontecimento
como um dado favorável para implementação no mercado de que a ideia é
boa, mudando um paradigma;
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O conceito de Sala de Aula Invertida é fazer em casa o que era feito em aula. Por
exemplo: assistir palestras on-line e, em aula, o trabalho que era feito em casa. Ou seja,
resolver o problema proposto pelo professor (BERGMANN; SAMS, 2012).
A partir dos anos 2000, o termo “Flipped Classroom” passou a ser um “chavão”
impulsionado por publicações internacionais com o surgimento, na esteira, de Escolas
de Ensino Básico e Superior adotando esta abordagem.
5.1.METODOLOGIA DE ENSINO
A Sala de Aula Invertida prevê o acesso ao conteúdo antes do período das aulas
pelos alunos, com material divulgado em plataforma de conteúdo (Moodle/AVA). O
segundo passo será em sala de aula com o uso dos primeiros minutos para
esclarecimento de dúvidas, de modo a diminuir equívocos antes dos conceitos serem
aplicados nas atividades práticas em sala de aula. Os alunos são estimulados a
concentrarem seus esforços em atividades que requeiram maior concentração dentro de
um trabalho cognitivo como: aplicar, analisar, avaliar, criar num contato contínuo e em
conjunto com colegas e professores a fim de obter melhores resultados.
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5.1.1.Habilidades Cognitivas
ÁREA D – cabeçalho
Os resultados mostraram que a partir de 1h30 a 1h40 de estudo houve queda nas
notas. Já os que utilizavam entre 1h10 e 1h30 tiveram pequenos ganhos, mas que
quando comparados aos dos que ocupavam apenas uma hora diária se mostraram
inexpressivos — afinal, gastavam-se quase duas horas a mais por semana para atingir
um resultado não muito superior. Dessa forma, os pesquisadores concluíram que o
benefício de estudar em média uma hora é maior.
Além disso, foi observado que os alunos que recebiam deveres de casa com
regularidade conseguindo uma pontuação maior nos testes do que aqueles que tinham
uma frequência menor de lições; e os que faziam o dever sozinhos conseguiram nota
melhor que os que recebiam ajuda frequentemente (FERREIRA, 2017). Assim sendo,
estima-se que o aluno usando entre 30 minutos e uma hora de estudo, pode estimular o
aprendizado sem comprometer o rendimento.
A inversão das aulas coloca o aluno como centro do processo educativo, onde a
maior parte do tempo é dada atenção ao que os alunos discutem em sala de aula sobre o
assunto proposto. O professor passa a se importar mais como os alunos desenvolvem as
atividades como um fio condutor, a modo de construir conhecimentos em decorrência
das atividades, aumentando sua capacidade de compreensão.
O professor precisa enviar as atividades prévias aos alunos, que, por sua vez,
precisam enviar as respostas ao professor por intermédio de questionários. Uma forma
eficiente e prática de fazê-lo é utilizar o Google Forms, que consiste em uma ferramenta
gratuita que permite criar formulários e disponibilizá-los online (enviando um link para
os estudantes) para que possam ser respondidos. As respostas são organizadas em
tabelas, às quais o autor do formulário tem acesso.
As respostas dos alunos precisam ser avaliadas pelo professor, mas não em
termos de certo e errado, e sim em termos de raciocínio demonstrado e de
engajamento com a atividade. O interessante é que os estudantes reflitam ativamente
sobre o material estudado e enviem ao professor um feedback capaz de enriquecer as
atividades de sala de aula.
5.1.4.Outros Modelos
O Ensino sob Medida (EsM) e o Instrução pelos Colegas (IpC) são dois
métodos que vêm sendo utilizados em conjunto como uma forma de inverter as aulas. O
EsM orienta o professor em como realizar e tirar o melhor proveito do estudo prévio. O
IpC, desenvolvido pelo professor de física de Harvard Eric Mazur, oferece subsídios
para orientar as discussões de forma ativa em sala de aula, sendo uma opção para a
prática colaborativa indicada pelo EsM.
No IpC, o professor apresenta um teste conceitual (Puzzle) aos alunos, os quais o
respondem individualmente, utilizando algum sistema de votação, podendo ser utilizado
o aplicativo Plickers, modelo a ser abordado a seguir. Em seguida, dependendo da
quantidade de acertos, o professor instrui os alunos a tentarem convencer uns aos outros
de suas respostas por intermédio de debates.
Afinal, o sujeito que acabou de compreender determinado conceito pode ter uma
forma diferente e, muitas vezes, mais eficiente que a do professor, de explicar àquele
que ainda está com dificuldades de entendimento. O ensino (ou instrução) pelos colegas
é o aspecto central do método. Por fim, o método prevê uma segunda votação, após a
discussão entre os colegas. Mostramos uma linha do tempo com a combinação do EsM
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Figura 15. Linha do tempo do “Ensino sob Medida” e do “Instrução pelos Colegas”.
5.1.5.Sistema de Registro
Figura 16. Modelo de Votação dos Testes Conceituais com o uso de cartões-resposta.
Figura 17. (a) Cartela de respostas para leitura via software Plickers. Cada lado corresponde a uma
alternativa (A, B, C e D). (b) Tela do aplicativo Plickers no momento da leitura do código impresso em uma
folha.
5.1.6.Depois da Aula
Uma alternativa usada pelos autores para amenizar essa dificuldade é fazer com
que a preparação prévia para as aulas tenha papel importante na atribuição dos conceitos
avaliativos na disciplina. A ideia é usar o nível de esforço explicitado pelos alunos ao
tentar responder as questões associadas às tarefas de preparação prévia através do
RACIOCÍNIO DEMONSTRADO, e não pela correção das respostas. Assim, os
estudantes não ficam inibidos em errar e se sentem incentivados a tentar responder a
partir do que realmente estão compreendendo e em grupo, o que diminui a sensação de
desconforto pelo erro.
haja uma mudança brusca, pode começar apenas com um tópico a partir dos materiais já
adotados pela Instituição. Por exemplo, as tarefas de preparação prévia podem ser feitas
a partir da leitura de seções do livro/apostila usados pelos alunos, assim como
problemas e testes conceituais podem também vir desses materiais. Na medida em que
resultados positivos vão aparecendo, é razoável esperar que os próprios alunos e seus
pais passem a apoiar as ações tomadas pelo professor, o que pode facilitar a aceitação
das mudanças inovadoras por parte da Instituição de ensino (OLIVEIRA; ARAÚJO;
VEIT, 2016, p. 9-11).
5.2.Habilidades Socioemocionais
Como os alunos de hoje serão os trabalhadores do futuro, não basta que eles
estejam engajados somente em adquirir conhecimento obtido nas salas de aula. Será
necessário que eles tenham resiliência quanto às dificuldades impostas pelo mercado de
trabalho. Para isso, eles serão talhados nos moldes das habilidades emocionais.
Estas habilidades foram elencadas pela OECD (Organization for Economic Co-
operation and Development) que é uma organização voltada para o desenvolvimento de
economia de livre mercado, que também possui um setor de desenvolvimentos na área
de Educação e que atua em mais de 35 países mundo afora (ORGANISATION FOR
ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, 2002, p. 13-14). De acordo
com a OECD, a motivação é o fator mais importante para o desenvolvimento emocional
de uma pessoa, acima até da idade para um aprendizado bem-sucedido, sabendo-se que
para este sucesso, são necessários alguns fatores ao aprendiz:
6.TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
8.QUALIFICAÇÃO DE PROFESSORES
A escolha da tecnologia a ser adotada está diretamente ligada aos objetivos que o
professor deseja alcançar. Conhecer o produto, conhecer algumas teorias de
aprendizagem e ter um instrumento de avaliação são elementos que podem fornecer
alguns indicativos para ajudar nessa escolha e no planejamento de suas atividades.
9.QUALIFICAÇÃO DE ALUNOS
O aluno faz parte de uma cultura atual totalmente imersiva nas tecnologias de
informação, pois fazem parte da chamada “Geração Z” conhecidas por serem “nativas
digitais”, estando muito familiarizadas com a Internet, com o compartilhamento de
arquivos, com os smartphones, tablets, e o melhor de tudo: sempre conectadas. É muito
natural para eles, manipularem tais elementos que fazem parte de seu cotidiano, sem
receio. Se pensarmos mais um pouco sobre isso, perceberemos que esta geração não
teve contato com um mundo sem computadores. E outra: não conseguem nem usar um
computador, pois já nascem sob o signo dos dispositivos que tenham tela de toque
capacitiva, usando somente o dedo.
Este facilitador não tem sido levado em conta dentro das salas de aula, pois
desafia o modo tradicional de dar o conteúdo, atrapalhando o andamento das atividades
e sob certo ponto de vista, sendo proibido o seu uso.
10.CONSIDERAÇÕES FINAIS
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ATUALIZAÇÃO
A Pandemia
Muitas foram pegas no contrapé, pois não tinham organizados seus sistemas de
informática para darem aulas on-line. De uma hora para outra, as Escolas tiveram que se
esforçar para colocarem à disposição dos alunos, professores e famílias, condições
tecnológicas para as aulas serem virtuais e não causar prejuízo aos seus usuários.
Felizmente, por uma estratégia bem coordenada, o Colégio Concórdia saiu na frente da
maioria das Escolas de Porto Alegre, com um processo de informatização de seus conteúdos
pedagógicos, que propiciou uma transição sem sustos ao mundo virtual. Os professores e
alunos contavam com a ferramenta do AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) que se
tornou a plataforma de inserção de conteúdos dos professores.
Agora que a pandemia recrudesceu, voltamos ao modo presencial, mas sem esquecer o
que foi utilizado até então, como segurança para eventuais problemas futuros, se é que eles
acontecerão novamente.
11.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
31
CHRISTENSEN, Clayton M.; HORN, Michael B.; STAKER, Heather. Ensino Híbrido: uma
Inovação Disruptiva? Uma introdução à teoria dos híbridos. Clayton Christensen
Institute. Boston. Maio 2013.
FLIPPED LEARNING NETWORK. The four pillars of F-L-I-P. South Bend, IN: Flipped
Learning, 2014. Disponível em: http://www.flippedlearning.org/domain/46 Acesso em: 20
out 2015.
LAGE, M. J.; PLATT, G. J.; TREGLIA, M. Inverting the classroom: a gateway to creating
an inclusive learning environment. Journal of Economic Education. Bloomington, IN, v. 31,
n. 1, p. 30-43, 2000.
MORAN, J. M. Nova personalidade [25 out. 2014]. Brasília: Correio Braziliense. Brasília.
Entrevista concedida para Olivia Meireles.
OLIVEIRA, Tobias Espinosa de; ARAÚJO, Ives Solano; VEIT, Eliane Ângela. Sala de Aula
Invertida (Flipped Classroom): Inovando as aulas de Física. Física na Escola. v. 14, n. 2,
2016. UFABC, São Paulo.
SASSAKI, Cláudio. Educação 3.0: uma proposta pedagógica para a Educação. Grupo
Educacional Expoente. Curitiba, PR. 2017