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Resumo
Abstract:
1.INTRODUÇÃO
A ideia que circula com muita força nas Escolas de Educação Básica é a de que o
método de ensino atual, relegado a uma forma conteudista e explicativa, não cabe
mais num modelo tradicional de Educação por estar em não-conformidade ao
cotidiano dos alunos diante dos avanços pedagógicos e tecnológicos de um mundo
cada vez mais exigente quanto à capacidade de absorção do conhecimento. Este
modelo não satisfaz mais como aquisição de saber.
A resposta é NÃO!
Os alunos de hoje não são mais os mesmos para os quais o nosso sistema
educacional foi criado. Em seu cotidiano, muitos alunos estão conectados com uma
nova realidade onde as redes sociais, o acesso direto às informações e a
instantaneidade são marcas registradas. Para eles, aulas explicativas centradas
unicamente no professor, com poucas possibilidades de interação e elevado grau de
passividade são altamente desmotivadoras e carentes de significado.
Pois a questão que se apresenta como desafio a este cenário atual é a seguinte:
como fazer diferente?
É disso que se trata este artigo sobre a Educação 3.0; a hibridização do ensino
como forma alternativa de aprendizado e a modalidade de salas de aulas invertidas
como novo conceito de método de ensino, trazendo uma renovação nos modelos
como frescor nas práticas pedagógicas, podendo resultar em aulas muito mais
interessantes e trazendo novamente o aluno a gostar de estudar.
2.HISTÓRICO
ferramenta principal é o uso do MOODLE, num artigo escrito por Jonathan Bergmann e
Aaron Sams.
Ele deu espaço para que eu explicasse o projeto, como se constituía, fez
diversas colocações, que absorvi como fonte para a minha pesquisa e se colocou à
disposição para uma leitura do projeto final. Achou que o caminho é esse de acordo
com o que foi exposto e que o retorno é fantástico. Mas avalia que a introdução do
conceito deve ser feito aos poucos para não causar um impacto negativo na
Instituição.
3.CONCEITO
3.1.EDUCAÇÃO 3.0
para a cidadania digital e para a autoria. A tecnologia é uma linguagem a ser dominada
para que o aprendiz possa criar, não apenas curtir e compartilhar conteúdo. Sendo
assim, “a ênfase não está nas ferramentas em si, está nas possibilidades de
interação, produção, solução de problemas e na colaboração”.
4.ENSINO HÍBRIDO
O conceito de Sala de Aula Invertida é fazer em casa o que era feito em aula. Por
exemplo: assistir palestras on-line e, em aula, discutir o trabalho que era feito em casa.
Ou seja, resolver o problema proposto pelo professor (BERGMANN; SAMS, 2012).
A partir dos anos 2000, o termo “Flipped Classroom” passou a ser um “chavão”
impulsionado por publicações internacionais com o surgimento, na esteira, de Escolas
de Ensino Básico e Superior adotando esta abordagem.
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5.1.METODOLOGIA DE ENSINO
A Sala de Aula Invertida prevê o acesso ao conteúdo antes do período das aulas
pelos alunos, com material divulgado em plataforma de conteúdo (Moodle/AVA). O
segundo passo será em sala de aula com o uso dos primeiros minutos para
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5.1.1.Habilidades Cognitivas
ÁREA A – revisão (Nele você vai anotar tópicos, palavras chaves, questões
que farão você lembrar o que foi dito);
ÁREA B – anotações (Aqui você vai anotar os principais conceitos e ideias do
tema, respondendo às perguntas feitas na área A);
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a maneira como a lição é feita, isto é, se o aluno conta ou não com a ajuda de outras
pessoas.
Além disso, foi observado que os alunos que recebiam deveres de casa com
regularidade conseguindo uma pontuação maior nos testes do que aqueles que tinham
uma frequência menor de lições; e os que faziam o dever sozinhos conseguiram nota
melhor que os que recebiam ajuda frequentemente (FERREIRA, 2017). Assim sendo,
estima-se que o aluno usando entre 30 minutos e uma hora de estudo, pode estimular
o aprendizado sem comprometer o rendimento.
A inversão das aulas coloca o aluno como centro do processo educativo, onde a
maior parte do tempo é dada atenção ao que os alunos discutem em sala de aula
sobre o assunto proposto. O professor passa a se importar mais como os alunos
desenvolvem as atividades como um fio condutor, a modo de construir conhecimentos
em decorrência das atividades, aumentando sua capacidade de compreensão.
ritmo é dado, em parte, pelo estudante. A partir do contato prévio com o conteúdo,
ele tem tempo para pensar sobre o que está estudando. Além disso, ao pedir para que
os alunos elaborem perguntas sobre o conteúdo do material de estudo, o professor
está estimulando o desenvolvimento tanto da capacidade de reflexão quanto da
habilidade de elaboração de perguntas.
O professor precisa enviar as atividades prévias aos alunos, que, por sua vez,
precisam enviar as respostas ao professor por intermédio de questionários. Uma forma
eficiente e prática de fazê-lo é utilizar o Google Forms, que consiste em uma
ferramenta gratuita que permite criar formulários e disponibilizá-los online (enviando
um link para os estudantes) para que possam ser respondidos. As respostas são
organizadas em tabelas, às quais o autor do formulário tem acesso.
As respostas dos alunos precisam ser avaliadas pelo professor, mas não em
termos de certo e errado, e sim em termos de raciocínio demonstrado e de
engajamento com a atividade. O interessante é que os estudantes reflitam ativamente
sobre o material estudado e enviem ao professor um feedback capaz de enriquecer as
atividades de sala de aula.
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5.1.4.Outros Modelos
O Ensino sob Medida (EsM) e o Instrução pelos Colegas (IpC) são dois métodos
que vêm sendo utilizados em conjunto como uma forma de inverter as aulas. O EsM
orienta o professor em como realizar e tirar o melhor proveito do estudo prévio. O IpC,
desenvolvido pelo professor de física de Harvard Eric Mazur, oferece subsídios para
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orientar as discussões de forma ativa em sala de aula, sendo uma opção para a prática
colaborativa indicada pelo EsM.
No IpC, o professor apresenta um teste conceitual aos alunos, os quais o
respondem individualmente, utilizando algum sistema de votação. Em seguida,
dependendo da quantidade de acertos, o professor instrui os alunos a tentarem
convencer uns aos outros de suas respostas. Afinal, o sujeito que acabou de
compreender determinado conceito pode ter uma forma diferente e, muitas vezes,
mais eficiente que a do professor, de explicar àquele que ainda está com dificuldades
de entendimento. Por fim, o método prevê uma segunda votação, após a discussão
entre os colegas. Mostramos uma linha do tempo com a combinação do EsM e do IpC
para uma determinada aula. Inicialmente o professor elabora a tarefa de preparação,
denominada por Araújo e Mazur de Tarefa de Leitura (TL), e a envia para os
estudantes.
Figura 15. Linha do tempo do “Ensino sob Medida” e do “Instrução pelos Colegas”.
com os alunos e passar para um novo tópico. Maiores informações sobre o IPC podem
ser encontradas em Araújo e Mazur.
5.1.5.Sistema de Registro
Figura 16. Modelo de Votação dos Testes Conceituais com o uso de cartões-resposta.
Figura 17. (a) Cartela de respostas para leitura via software Plickers. Cada lado corresponde a uma
alternativa (A, B, C e D). (b) Tela do aplicativo Plickers no momento da leitura do código impresso em uma
folha.
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5.1.6.Depois da Aula
Uma alternativa usada pelos autores para amenizar essa dificuldade é fazer
com que a preparação prévia para as aulas tenha papel importante na atribuição dos
conceitos avaliativos na disciplina. A ideia é usar o nível de esforço explicitado pelos
alunos ao tentar responder as questões associadas às tarefas de preparação prévia
através do RACIOCÍNIO DEMONSTRADO, e não pela correção das respostas. Assim, os
estudantes não ficam inibidos em errar e se sentem incentivados a tentar responder a
partir do que realmente estão compreendendo e em grupo, o que diminui a sensação
de desconforto pelo erro.
5.2.Habilidades Socioemocionais
Como os alunos de hoje serão os trabalhadores do futuro, não basta que eles
estejam engajados somente em adquirir conhecimento obtido nas salas de aula. Será
necessário que eles tenham resiliência quanto às dificuldades impostas pelo mercado
de trabalho. Para isso, eles serão talhados nos moldes das habilidades emocionais.
Estas habilidades foram elencadas pela OECD (Organization for Economic Co-
operation and Development) que é uma organização voltada para o desenvolvimento
de economia de livre mercado, que também possui um setor de desenvolvimentos na
área de Educação e que atua em mais de 35 países mundo afora (ORGANISATION FOR
ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, 2002, p. 13-14). De acordo com a
OECD, a motivação é o fator mais importante para o desenvolvimento emocional de
uma pessoa, acima até da idade para um aprendizado bem-sucedido, sabendo-se que
para este sucesso, são necessários alguns fatores ao aprendiz:
6.TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
8.QUALIFICAÇÃO DE PROFESSORES
9.QUALIFICAÇÃO DE ALUNOS
O aluno faz parte de uma cultura atual totalmente imersiva nas tecnologias de
informação, pois fazem parte da chamada “Geração Z” conhecidas por serem “nativas
digitais”, estando muito familiarizadas com a Internet, com o compartilhamento de
arquivos, com os smartphones, tablets, e o sobretudo: sempre conectadas. É muito
natural para eles, manipularem tais elementos, que são parte de seu cotidiano, sem
receio. Se pensarmos mais um pouco sobre isso, perceberemos que esta geração não
teve contato com um mundo sem computadores. E outra: não conseguem nem usar
um computador, pois já nascem sob o signo dos dispositivos que tenham tela de toque
capacitiva, usando somente o dedo.
Este facilitador não tem sido levado em conta dentro das salas de aula, pois
desafia o modo tradicional de dar o conteúdo, atrapalhando o andamento das
atividades e sob certo ponto de vista, sendo proibido o seu uso.
Como dito anteriormente neste artigo, o foco do novo método, muda do professor
para o aluno, tornando-o o centro das ações e atividades em sala de aula.
10.CONSIDERAÇÕES FINAIS
11.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Daniela Melaré Vieira. Formação continuada para docentes do Ensino Superior: O
virtual como espaço educativo. Revista Diálogo Educacional. Curitiba, v. 7, n. 20, p. 103-
122, jan./abr. 2007.
BERGMANN, J.; SAMS, A. Sala de Aula Invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem.
Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
CHRISTENSEN, Clayton M.; HORN, Michael B.; STAKER, Heather. Ensino Híbrido: uma
Inovação Disruptiva? Uma introdução à teoria dos híbridos. Clayton Christensen Institute.
Boston. Maio 2013.
FLIPPED LEARNING NETWORK. The four pillars of F-L-I-P. South Bend, IN: Flipped Learning,
2014. Disponível em: http://www.flippedlearning.org/domain/46 Acesso em: 20 out 2015.
LAGE, M. J.; PLATT, G. J.; TREGLIA, M. Inverting the classroom: a gateway to creating an
inclusive learning environment. Journal of Economic Education. Bloomington, IN, v. 31, n. 1,
p. 30-43, 2000.
MORAN, J. M. Nova personalidade [25 out. 2014]. Brasília: Correio Braziliense. Brasília.
Entrevista concedida para Olivia Meireles.
OLIVEIRA, Tobias Espinosa de; ARAÚJO, Ives Solano; VEIT, Eliane Ângela. Sala de Aula
Invertida (Flipped Classroom): Inovando as aulas de Física. Física na Escola. v. 14, n. 2, 2016.
UFABC, São Paulo.
SASSAKI, Cláudio. Educação 3.0: uma proposta pedagógica para a Educação. Grupo
Educacional Expoente. Curitiba, PR. 2017