Você está na página 1de 4

Inovação Educacional

As inovações na educação
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso significa que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos ficam desabilitados. Por essa razão, fique atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!

Em nosso percurso nesta disciplina, compreendemos que as propostas de inovações educacionais sempre são
ações tomadas que aprimoram o processo de ensino para atender determinados propósitos. Às vezes elas são
induzidas por demandas sociais (universalização do ensino) e por avanços tecnológicos (tecnologia digital) e outras
vezes podem induzir mudanças desejadas (LDB/96). De qualquer forma, essas propostas só podem ser
consideradas inovações quando efetivamente mudam uma realidade anterior resolvendo problemas identificados
ou cumprindo objetivos preestabelecidos. Tais mudanças podem ocorrer desde o nível da política educacional até
o do trabalho em sala de aula.

Nesta webaula, vamos focar as inovações educacionais do ponto de vista de sala de aula, lugar onde de fato as
inovações ocorrem concretamente.

Fonte: Shutterstock.

É impossível falar em inovação educacional sem que ela esteja atrelada à noção de melhoria da qualidade
educacional. Mas a qualidade toma forma com base em valores e em determinados padrões. Algo que é bom em
um momento talvez não o seja depois; o que é bom para alguns talvez não o seja para outros. Falar em inovação
educacional é, portanto, pensar em que qualidade de ensino e aprendizagem se deseja oferecer.

No Brasil, houve uma época em que melhorar a qualidade educacional significava oferecer vagas para todos em
idade escolar, pois poucos tinham acesso à educação. Resolvido esse problema do acesso, o problema passou a
ser a evasão. Nessa fase, a escola era boa para poucos; aqueles que tinham condições permaneciam, os demais
evadiam, eram excluídos da escola. Novas ações foram tomadas, o cenário melhorou, mas o problema passou a
ser a qualidade da permanência. Nessa fase, os alunos continuam matriculados, mas as dúvidas passaram para o
que os alunos estão aprendendo e se estão aprendendo. Em todas essas fases, os principais beneficiados nos
sistemas educacionais foram os alunos com melhor nível socioeconômico-cultural.

Hoje, os alunos com menor nível socioeconômico-cultural são os que mais precisam dela para terem acesso a
conhecimentos construídos pela sociedade ao longo da história. Deixar os alunos passarem por todo o processo
de escolarização sem a devida construção do conhecimento é promover a “exclusão branda”, descrita por
Bourdieu e Champagne (2001), ou como uma forma de “eliminação adiada”, esclarecida por Freitas (1991), quando
diz que os alunos que mais precisam das escolas permanecem nela por algum tempo, mas são excluídos em
outros momentos da vida, sobretudo quando vão disputar as vagas no mercado de trabalho. Por isso, as
inovações a serem implementadas nas salas de aula devem ter como objetivo maior a busca pela equidade na
educação.

Isso significa que, com a universalização do acesso ao ensino e com a permanência dos alunos de diferentes níveis
socioeconômico-culturais, a equidade deve ser um atributo do ensino das escolas, isto é, alunos com diferentes
necessidades educacionais requerem intervenções pedagógicas personalizadas para que sua forma e seu ritmo de
aprender sejam contemplados e, assim, todos os alunos cheguem a um mesmo patamar de aprendizagem
desejado.

Os alunos aprendem de variadas maneiras e ritmos. Diante de uma proposta de ensino, temos os seguintes
cenários:

Para atuar em relação a essas discrepâncias, as metodologias ativas oferecem recursos para que rotas
personalizadas de aprendizagem sejam possíveis, com intervenções pedagógicas com tempo e recursos
individualizados.
A atribuição de significados ao que se aprende requer que os alunos sejam produtores do próprio conhecimento
e, portanto, protagonistas no processo de aprendizagem, tendo de assumir um papel ativo. Nesse processo, os
conhecimentos acumulados na sociedade não mais devem ser transmitidos, mas, sim, problematizados, para que
sua aplicação contemporânea ganhe novos contornos. Esse novo papel do aluno implica a redefinição do papel do
professor e da escola, que devem sustentar uma reorganização curricular, assim como os tempos e espaços da
escola.

Atualmente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), assim como as diretrizes curriculares vigentes, dão o
suporte normativo e jurídico para essas inovações, que devem ser caracterizadas pela adoção de metodologias
ativas e pelo uso dos recursos digitais, desde que adequadamente empregados, favorecendo tantas redefinições.
Esses recursos digitais já estão disponíveis nos ambientes fora da escola e são usados com muita frequência,
fazendo que o desafio do professor seja implementá-los de maneira a tornar o ensino híbrido.

Pesquise mais!

A obra indicada a seguir, disponível na Biblioteca Virtual, abre o campo do ensino híbrido no Brasil. Nela é
feita uma explanação sobre as potencialidades de diferentes modelos híbridos nos quais a metodologia ativa
está presente. É uma leitura obrigatória para quem quer inovar sua ação pedagógica.

BACICH, L.; TANZI NETO; A., TREVISANI, F. M. Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto
Alegre: Penso, 2015.

Igualdade versus equidade


Para que todos os alunos aprendam e atinjam os mesmos objetivos educacionais, a escola precisa de equidade, e
não apenas de igualdade. Quando o ensino é caracterizado pela igualdade, todos os alunos são submetidos aos
mesmos tempos de ensino e com os mesmos recursos didáticos. Em contrapartida, um ensino com equidade é
aquele em que cada aluno aprende com ritmo e formas diferentes, tem acesso a oportunidades particulares de
aprender, com tempos e recursos distintos, mais adequados à sua forma individual de aprender.

Um ensino equânime é aquele que personaliza o ensino permitindo que os alunos criem sua rota alternativa de
aprendizagem (DEMO, 2014). Por isso, um ensino equânime requer a flexibilização curricular (de conteúdos e de
tempos e espaços escolares) e a personalização do ensino (rotas individuais de aprendizagem).
Quando associados às metodologias ativas, os recursos digitais disponíveis se tornam muito potentes e auxiliam
nessa flexibilização e personalização (BACICH; TANZI NETO; TREVISANI, 2015). Propostas metodológicas que
exploram adequadamente o ensino com recursos digitais e aqueles do ensino presencial caracterizam o chamado
ensino híbrido e melhoram a eficiência e a eficácia de outras propostas de metodologias ativas, propiciando,
assim, a implementação de inovações educacionais que atendam às demandas contemporâneas.

    00:00 / 00:10  1x 

Para visualizar o vídeo, acesse seu material digital.

Você também pode gostar