Você está na página 1de 3

Inovação Educacional

As tendências na área educacional


Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso significa que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos ficam desabilitados. Por essa razão, fique atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!

Nesta disciplina, já estudamos o que são inovações educacionais e como elas podem ter diferentes tipos de
impacto na sala de aula, na escola e no sistema educacional. Muitas vezes, elas são induzidas pelas demandas
existentes na sociedade e sempre vêm com determinado propósito de aprimoramento ou resolução de
problema.

O objetivo desta webaula é evidenciar que a Constituição de 1988, a LDB e a BNCC possibilitam inovações
educacionais que estimulam outras inovações nos ambientes escolares e que dependem da prática docente que o
professor desenvolve.

Relações entre as inovações educacionais, as demandas sociais e a legislação

Fonte: elaborada pelo autor.

Práticas docentes
O direito à aprendizagem será efetivamente garantido se as práticas docentes se modificarem em relação àquelas
classificadas como tradicionais, as quais os alunos são passivos no processo de ensino, isto é, são receptores e
reprodutores de um conhecimento pronto e absoluto transmitido pelo professor e registrado nos livros. Ou seja,
permite a aderência a diferentes tendências pedagógicas para o distanciamento de outras.

Tendências pedagógicas
O conhecimento das tendências pedagógicas é importante por permitir maior consciência do professor sobre sua
prática e seus propósitos. Quando o professor reconhece a tendência pedagógica que efetivamente segue,
mesmo que seja uma mistura delas, consegue dar maior sentido ao que faz e se sente mais seguro para
implementar as inovações pedagógicas que convergem para o seu propósito.

Para reconhecer uma tendência pedagógica, cinco perguntas clássicas precisam ser respondidas:

O que ensinar?
Para quem?
Como?
Para quê?
Por quê?

Saiba mais!

Libâneo (2001) propõe a classificação das tendências pedagógicas em dois grupos, que se subdividem em
subgrupos:

Pedagogia Liberal: que se subdivide em Tradicional, Renovada progressivista, Renovada não diretiva e
Tecnicista.

Pedagogia Progressista: que se subdivide em Libertadora, Libertária e Crítico-social dos conteúdos.

Práticas docentes: redefinição de papéis


As práticas docentes desejadas são aquelas que redefinem os papéis do professor e do aluno na sala de aula,
modificando os tempos e espaços escolares, os quais se utilizam de metodologias de ensino que incorporam os
recursos didáticos explorando suas potencialidades.

Fonte: Shutterstock.

Nessa redefinição de papéis, os alunos passam a ser leitores críticos das informações encontradas e a produzir e
compartilhar novas informações, construindo, assim, seu próprio conhecimento. Diante desse novo papel, os
recursos digitais disponíveis têm grande potencialidade e, por isso, devem ser devidamente utilizados, o que não
significa que os recursos não digitais devam ser descartados. Todo recurso didático tem suas potencialidades e
limitações, as quais devem ser consideradas em função do objetivo pedagógico definido pelos professores.

Como você sabe, cada aluno aprende em tempos diferentes e todos aprenderão aquilo que é desejado se tiverem
o tempo adequado e estiverem inseridos em um contexto de aprendizagem igualmente adequado. Mas, o que é
esperado que os alunos aprendam? Com a LDB/96, isso passou a ser especificado por meio da descrição das
competências e habilidades que eles precisam desenvolver no processo de escolarização. A presença das
competências e habilidades pode ser percebida claramente nas diretrizes educacionais e os documentos que
orientam a elaboração dos currículos escolares, como a BNCC.

É importante que as competências sejam reveladas em nossas ações e que mobilizem os recursos e
conhecimentos que temos em situações específicas diante de um fenômeno da vida. Já as habilidades estão mais
no âmbito do saber fazer eminentemente imediato e prático. Diferentes habilidades, quando articuladas,
decorrem de competências ou constituem competências, mas sempre envolvendo algum conhecimento aplicável
a algum contexto.
Na BNCC, a competência é definida como a “mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos),
habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, 2016, p. 8). Por outro lado, na BNCC
as “habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes
contextos escolares” (BRASIL, 2016, p. 29).

O propósito dos espaços escolares é a construção de conhecimentos, e a proposta da organização curricular por
competências e habilidades tem por finalidade atribuir significado aos conteúdos. Com essa proposta, esse
conhecimento é aplicável e problematizado para a construção de outro conhecimento.

Logo, pensar em uma escola com uma organização curricular que considera o desenvolvimento de
competências e habilidades implica o abandono da crença de que conhecimentos podem ser transmitidos, e
a substituição desse conhecimento é construído e aplicado pelos próprios alunos em seu processo de
aprendizagem.

Pensar em tudo o que precisa ser ensinado, definir objetivos pedagógicos e escolher as estratégias que serão
propostas para que esses objetivos sejam cumpridos são ações inerentes à prática docente. No entanto, adequar-
se a essas novas demandas que colocam o desenvolvimento de competências e habilidades nos alunos se
consolida como a mais recente tendência pedagógica. Essa adequação é um novo desafio para você e seus
colegas. Trata-se de uma inovação educacional!

Esperamos que nesta webaula tenha ficado claro para você que a LDB/96 é um dispositivo legal que possibilita a
implementação de inovações pedagógicas. É na sala de aula que seus propósitos se materializam, mas isso só
ocorre se o foco do professor for a aprendizagem dos alunos. A opção por uma organização curricular que
expressa as aprendizagens por meio da descrição das competências e habilidades a serem desenvolvidas nesse
processo é uma oportunidade de atribuir significado a essas aprendizagens, e ela será aproveitada por todos se os
papéis ocupados por alunos e professores, assim como a organização curricular, forem redefinidos.

Você também pode gostar