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Niterói
2022
2
Orientador:
Prof. Sergio Luiz Braga Franca, D.Sc.
Niterói
2022
M435a Mattos, Ana Beatriz Fonseca de
ANÁLISE DE MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS
PARA PRIORIZAR E ACOMPANHAR NOVOS PROJETOS DE
MELHORIA DE UM TERMINAL PORTUÁRIO. / Ana Beatriz
Fonseca de Mattos. - 2022. 54 f.: il.
CDD - XXX
Ana Beatriz Fonseca de Mattos
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Sérgio Luiz Braga França, D.Sc. - Orientador
_________________________________________________________
Hellen Costa Ramos, M.Sc.
________________________________________________________
Julio Vieira Neto, D.Sc.
1
RESUMO
O Brasil, tem uma costa com mais de oito mil quilômetros navegáveis e movimenta em seu
sistema portuário aproximadamente novecentos e cinquenta milhões de toneladas por ano.
Esses portos integram a infraestrutura necessária ao desenvolvimento econômico do país. O
Sistema Portuário Brasileiro é extremamente relevante nas relações comerciais internacionais,
entretanto ainda há a necessidade de modernização para atender as demandas cada vez mais
exigentes de uma economia globalizada no que se refere aos aspectos da produtividade, custo
e meio ambiente. As organizações que investem e incentivam os programas de qualidade
pautados na melhoria contínua conseguem aperfeiçoar a utilização dos seus recursos e insumos.
A utilização de metodologias de gerenciamento de projeto, facilitam a gestão rumo a
implementação das melhorias. A utilização de metodologias de projetos como o DMAIC,
5W1H, Diagrama de Ishikawa e Kanban tem muitas vezes por objetivo melhorar, otimizar e
estabilizar os processos existentes. Assim sendo, esse estudo se propõe a analisar esses métodos
de gerenciamento de projetos e seu uso no planejamento e acompanhamento de novos projetos
de melhoria em terminal portuário. Assim como definir qual é a melhor metodologia para criar
uma lista de melhorias de acordo com a sua prioridade. Para tal foram realizadas pesquisas
bibliográficas exploratórias no intuito de se levantar informações sobre o tema proposto. Para
o estudo da prática procedeu-se o estudo de caso em uma Terminal Portuário localizado no Rio
de Janeiro. Os resultados indicaram que o uso das metodologias irá depender de sua
complexidade e que a matriz RICE tornou a lista de prioridades mais lógica e menos intuitiva
e que o projeto, chamado pelo terminal de Qualidade Viva, teve resultados satisfatórios para a
organização
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
RESUMO ...................................................................................................................... 1
LISTA DE ILUSTRAÇÕES .......................................................................................... 2
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 2
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4
1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..........................................................................4
1.2. A SITUAÇÃO PROBLEMA .............................................................................4
1.3. OBJETIVOS DO ESTUDO ...............................................................................5
1.3.1. OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 5
1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 5
2. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 6
2.1. O AMBIENTE PORTUÀRIO ............................................................................ 6
2.2. MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO RICE .................................................................8
2.2.1. REACH ......................................................................................................... 9
2.2.2. IMPACT ........................................................................................................ 9
2.2.3. CONFIDENCE ............................................................................................ 10
2.2.4. EFFORT ...................................................................................................... 11
2.2.5. APLICAÇÃO DA MATRIZ RICE .............................................................. 11
2.3. DMAIC ...........................................................................................................12
2.3.1. Definir (Define) ........................................................................................... 13
2.3.2. Medir (Measure) .......................................................................................... 14
2.3.3. Analisar (Analyze) ....................................................................................... 15
2.3.4. Melhorar (Improve) ..................................................................................... 15
2.3.5. Controlar (Control) ...................................................................................... 16
2.4. KANBAN ........................................................................................................ 16
2.5. 5W1H .............................................................................................................. 19
2.6. CICLO PDCA ................................................................................................. 20
2.7. PROJETOS ÁGEIS ......................................................................................... 22
2.8. DIAGRAMA DE ISHIKAWA......................................................................... 24
3. ESTUDO DE CASO ........................................................................................ 26
3.1 TERMINAL PORTUÁRIO DO RIO DE JANEIRO ........................................ 26
3.2 QUALIDADE VIVA ....................................................................................... 27
3.3 IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE MELHORIA.................................... 29
3.3.1. FORMULÁRIO PROJETOS ÁGEIS ........................................................... 32
3.3.2. FORMULÁRIO PROJETOS DMAIC.......................................................... 34
3.4. PRIORIZAÇÃO DOS PROJETOS .................................................................. 38
4 CONCLUSÃO ................................................................................................. 42
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 44
ANEXOS .................................................................................................................... 49
4
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DA LITERATURA
O Brasil, com uma costa com mais de oito mil quilômetros navegáveis, já
movimenta em seu sistema portuário aproximadamente novecentos e cinquenta milhões
de toneladas por ano. (ARAUJO, 2013).
Conforme Collyer, (2013) pode-se definir porto como entreposto dinâmico de
mercadorias, em que se realizam atividades (aduaneiras, alfandegárias, comerciais,
sanitárias, tributárias, imigratórias etc.). É a porta de entrada e saída de mercadorias,
servindo de abrigo e ancoradouro das embarcações. Além de estar munido de instalações
necessárias para o embarque e desembarque de cargas, é o mais importante elo da cadeia
logística que supre a população.
Os portos brasileiros integram a infraestrutura necessária ao desenvolvimento
econômico do país. Dados divulgados em 7 de abril de 2022 pela ANTAQ informam que
o setor portuário nacional (portos públicos e terminais autorizados) movimentaram 179,8
milhões no primeiro bimestre deste ano de 2022. Este número representa um crescimento
de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo informações do Sistema Portuário Nacional, (BRASIL, 2022) Existem
35 Portos Públicos organizados no país. Nessa categoria, encontram-se os portos com
administração exercida pela União, no caso das Companhias Docas, ou delegada a
municípios, estados ou concessões a entes privados. A área destes portos é delimitada por
ato do Poder Executivo, de acordo com o inciso II do art. 2º da Lei nº 12.815 de 5 de
junho de 2013.
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2.2.1. REACH
2.2.2. IMPACT
Impact é a palavra inglesa para impacto. Se o alcance mede quantas pessoas serão
afetadas por este projeto, o impacto mede o efeito em si. Esse critério busca fazer uma
estimativa do impacto que será sentido por um indivíduo.
Por ser mais difícil de medir com precisão, a escolha da pontuação do impacto de um
projeto é feita a partir de uma escala de múltipla escolha que considera 5 níveis distintos
(CAMARGO, 2018):
0,25 (impacto mínimo);
10
2.2.3. CONFIDENCE
50% é baixa confiança. “Tenho pouca confiança nesta ideia porque, embora
alguns clientes expressem a necessidade dela, não fiz nenhuma pesquisa para
ver por que eles podem pensar que precisam dela.”
Qualquer coisa abaixo de 50% é um “tiro no escuro”. “Não tenho confiança
nessa ideia porque não fiz teste ou pesquisa aprofundada sobre dados de
usuários ou de mercado.”
2.2.4. EFFORT
Depois de estimado os fatores, estes são combinados como uma única pontuação
para poder comparar os projetos rapidamente. Aqui está a fórmula simples:
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Uma estrutura de priorização como o RICE pode ajudar uma equipe de projeto a
tomar decisões mais bem informadas sobre o que trabalhar primeiro e defender essas
decisões para os altos cargos da empresa. Em alguns cenários, não se deve usar o RICE
como regra absoluta, pois em alguns momentos é necessário começar por um projeto de
pontuação mais baixo por conta de alguma variável que esta ferramenta pode não abordar
ou, por exemplo, por conta de um projeto de pontuação mais baixo que precisa ser feito
primeiro para que o de pontuação mais alta aconteça.
2.3. DMAIC
O programa Seis Sigma possui um ciclo de cinco fases, a saber, DMAIC para
melhoria de processos, tornando-se cada vez mais popular nas organizações (SAXENA
& SRINIVAS RAO, 2019). A metodologia DMAIC é um fluxo de trabalho usado para
determinar o que o cliente deseja (CARROLL, 2013).
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Nessa parte, a equipe irá examinar e estudar os dados obtidos na etapa anterior,
para terem uma noção do cenário atual do processo.
Essa é a fase de determinação das causas dos problemas que precisam de
melhorias. De acordo com Eckes (2001), nesta etapa as práticas utilizadas incluem:
visualização de dados; teste de hipóteses; análise de correlação e regressão; e análise de
variância. A equipe irá pensar nas causas raiz dos problemas que foram definidos, assim
como analisar a melhor forma de resolvê-los.
O objetivo desta fase é usar os dados coletados na fase anterior para identificar,
organizar e validar potenciais raízes dos problemas. O resultado desta fase é uma lista de
causas que foram responsáveis pelos defeitos ocorridos no processo. A fase de análise
envolve puro trabalho de detetive, usando pistas dos dados obtidos para estabelecer uma
hipótese, que é então testada utilizando ferramentas estatísticas simples ou avançadas
(STRONG, 2003).
Nessa etapa, é onde coloca-se tudo o que foi pensado e planejado em prática.
Sendo assim, a equipe irá priorizar as causas-raiz e implementar um plano de ação para
colocar em prática as melhorias.
Além disso, será nesta parte a avaliação dos resultados e impactos das melhorias,
é importante salientar que essa etapa é a mais demorada de todo DMAIC.
Nessa etapa a equipe do projeto deve testar possíveis ações, observando prós e
contras, executar o plano de ação que foi proposto e implementar as mudanças.
Nesta fase, são propostas ideias e soluções para eliminar as causas-raiz
encontradas. Esta é uma fase crucial, na qual, quando identificando as causas raízes, as
soluções serão geradas e testadas pela equipe do projeto (ALMEIDA et al, 2021). urante
esta fase, a criatividade da equipe geralmente ajuda a gerar soluções e alcançar um
resultado que surge em grandes ganhos (ARULESWARAN, 2010).
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E por fim, a última etapa de todo o ciclo é a ação de garantir que as melhorias se
sustentem ao longo do tempo. Nela a equipe controla e monitora os resultados das
melhorias implementadas, além de estruturar controles que irão manter a qualidade dos
resultados.
Nesta etapa, as melhorias identificadas na fase anterior são coletadas e
documentadas. Todas as informações são coletadas, consolidadas e priorizadas para
auxiliar uma implementação final ou completa. Planos de implementação, bem como
procedimentos de gerenciamento de mudanças, podem ser desenvolvidos para garantir
uma transição bem-sucedida da solução para a equipe que será responsável por apoiar o
novo processo (ARULESWARAN, 2010)
2.4. KANBAN
2.5. 5W1H
O conceito de “5W1H” foi originalmente proposto pelo cientista político
americano Harold Lasswell (MA & LIU, 2020). O método 5W1H, desenvolvido por
meio de melhorias contínuas, é amplamente utilizado para análises abrangentes e
sistemáticas em diversas áreas, incluindo produção, gestão e marketing (HANDZIC et
al.,2016; YANG et al.,2011).
Antes de mais nada, o 5W1H basicamente, é um checklist de determinadas
atividades que precisam ser desenvolvidas com o máximo de clareza possível por parte
da equipe do projeto. Dessa forma, ele funciona como um mapeamento destas atividades,
onde ficará estabelecido o que será feito, quem fará o quê, em qual período, em qual área
da empresa e todos os motivos pelos quais esta atividade deve ser feita.
Portanto, o método consiste em uma série de perguntas direcionadas ao processo
produtivo e permite identificar as rotinas mais importantes, detectando seus problemas e
apontando soluções.
É um método muito simples que agiliza todos os processos de uma empresa. Além
disso, em um mercado altamente competitivo, a falta de planejamento de ações e
processos podem gerar inúmeros prejuízos, além de perda de vantagem competitiva
(MARTINS, 2019).
Existem diferentes aplicações do método 5W1H no mundo corporativo ou
industrial. Ele forma a base para analisar habilidades, bem como técnicas para análises
de causa e efeito em diferentes problemas.
O 5W1H é uma metodologia organizada que identifica as ações e as
responsabilidades de quem irá executar, através de um questionamento, capaz de orientar
as diversas ações que deverão ser implementadas. Deve ser estruturado para permitir uma
rápida identificação dos elementos necessários à implantação do projeto (TAVARES,
2012).
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O ciclo precisa ser um processo contínuo. Suas fases devem estar em constante
desenvolvimento e não devem ser abandonadas (RABELLO, 2022). Quando um ciclo
acabar, outro deve começar. Só dessa forma as melhorias dos processos e das atividades
serão cumulativas e visíveis para toda a organização.
3. ESTUDO DE CASO
A equipe do Projeto Qualidade Viva após conversas com a Alta Direção e com os
Gestores das principais áreas do negócio, precisou mapear as diversas oportunidades de
melhoria do Terminal. Com todas as melhorias mapeadas o desafio seria saber por onde
deveriam iniciar e quais tipos de metodologia usariam para estruturar e acompanhar cada
projeto de melhoria.
Ficou definido, primeiramente, que os Projetos de Melhoria seriam esforços das
áreas do terminal junto com a Equipe de Processos e Qualidade para que os processos
atuais onde foram identificadas oportunidades de melhoria, ou atividades críticas,
passassem por modificações. O objetivo seria de prevenir as falhas no dia a dia das
operações do Terminal visando um maior controle e visibilidade das Melhorias propostas
pelas diversas áreas, buscando crescimento e maior eficiência das atividades
desenvolvidas.
Após definição da responsabilidade e dos objetivos específicos desse projeto,
criou-se uma tabela inicial com a lista de melhorias que o Terminal gostaria de
implementar e uma pequena descrição da atividade. Com essa informação em mãos se
fez necessário entender mais profundamente cada um desses pequenos projetos. A partir
disso iniciou-se o desenho de um padrão que estabelecesse as diretrizes para registro,
desenvolvimento, tratativa, monitoramento e encerramento desses Projetos de Melhoria.
A equipe de Processos e Qualidade definiu que cabe a qualquer colaborador
identificar uma oportunidade de melhoria e comunicar ao setor de Processos e Qualidade
para avaliação da ideia/oportunidade de melhoria identificada. A melhoria pode ser
identificada através das atividades do dia a dia ou serem provenientes das auditorias,
sendo estas internas ou externas. Após identificada e comunicada, cabe ao setor de
Processos e Qualidade avaliar a aplicabilidade da melhoria e, durante a avaliação,
evidenciar os impactos da melhoria e sua viabilidade).
Caso seja definido que a melhoria identificada não seja aplicável a seguir via
metodologia de projetos, cabe ao setor de Processos e Qualidade comunicar ao setor
solicitante e sugerir solução a ser seguida (Ex: Plano de ação para acompanhar a melhoria
sem necessidade de aplicação de metodologia de projeto). Caso seja definido que a
melhoria identificada é aplicável a metodologia de projetos, o Setor de Processos e
Qualidade definirá a metodologia a ser seguida,
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Para uma adequada avaliação dos Gestores das áreas e da Equipe de Processos e
Qualidade foi proposto a adoção das metodologias internacionalmente aceitas, 5W1H
para obter uma compreensão do problema e Kanban, para o acompanhamento das ações
do projeto.
A metodologia 5W1H funciona como um checklist de atividades específicas que
devem ser desenvolvidas com o máximo de clareza e eficiência pelos envolvidos em um
projeto. Ela corresponde às iniciais (em inglês) de seis diretrizes que, se bem
estabelecidas, mapearão de forma eficiente o processo.
Why – Por que será feito?
Where – Onde será feito?
What – O que será feito?
When – Quando será feito?
Who – Por quem será feito?
How – Como será feito?
Sendo assim, a equipe de Processos e Qualidade juntamente com a área impactada
pela melhoria, farão essa avaliação. Inicialmente explicariam as razões pelas quais as
ações resultarão em melhorias e por que esta precisa ser feita. Estabelecer se é importante
para a empresa, para a equipe ou para os clientes e se a melhoria gerará impacto na
atividade ou resultará redução de custo para o Terminal. Além disso será necessário
estabelecer onde cada uma dessas ações serão aplicadas. Se estas ações serão internas ou
externas e quem será a responsabilidade.
Após entender o porquê da melhoria, a equipe detalharia qual é o projeto de
melhoria que gostariam de realizar, assim como as estratégias e objetivos que querem
alcançar com ele. Após entenderem melhor, definiriam todas as ações necessárias para
que a melhoria ocorra. Esse seria o terceiro “W” a ser estabelecido no projeto (What).
Com o plano de ação estruturado é necessário estabelecer os prazos para concluir
cada uma dessas ações e definir como elas serão executadas.
Além da utilização dessa metodologia para planejamento das ações do projeto, foi
desenhado no formulário um quadro Kanban para acompanhamento. Esse quadro foi
dividido em quatro partes:
Backlog;
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A fazer;
Em andamento;
Concluído.
O método Kanban permite que uma equipe acostumada a trabalhar com
abordagens ágeis de gerenciamento de projetos, possa se beneficiar enormemente ao aliar
essa técnica à sua rotina de trabalho. Nesse contexto, os quadros Kanban se tornaram
instrumentos importantes de monitoramento e controle, conduzindo o alcance das metas
de desempenho acordadas pela equipe.
A equipe de Processos e Qualidade junto a área impactada pela melhoria foram
instruídas a inserir as ações, definidas na primeira etapa, que deverão ser feitas, mas não
são urgentes, ou que deverão ser acionadas apenas no futuro, ou que demandem
aprovações na coluna do Backlog. A lista também reúne tarefas que o time possa querer
trabalhar, mas que ainda estão sendo avaliadas e não devem ser movidas para a lista "A
Fazer". Essa coluna de trabalho precisa ser gerenciada de maneira estratégica de acordo
com a metodologia de trabalho.
Uma vez que a tarefa foi completamente aprofundada, ela é movida para a coluna
“A fazer” para mostrar à equipe que a tarefa já está pronta para ser executada. A essa
altura, um membro da equipe será designado para ser o dono da tarefa e as datas de entrega
serão revisitadas e, caso necessário, reestabelecidas.
À medida que o time começar a trabalhar nas tarefas, os cartões serão movidos
para a coluna “Em andamento”. Dessa forma, todo o time poderá acompanhar as tarefas
atuais de cada membro. Quando a tarefa tiver sido revisada e aprovada, ela é movida para
a coluna Concluído.
O principal objetivo de utilizar a metodologia Kanban é justamente controlar e
acompanhar o trabalho em andamento. Isso significa que a equipe deve executar apenas
algumas tarefas por vez em um determinado projeto. Ao limitar a quantidade de trabalho
em andamento, o time inteiro pode identificar facilmente quais tarefas precisam de ajuda
extra para serem concluídas.
Além disso, a visualização de todo o fluxo de trabalho permite ser possível
identificar padrões, descobrir tarefas atrasadas e priorizar itens que, sem essa
visualização, poderiam ser esquecidos e até mesmo ficarem desorganizados.
Durante a realização das ações, foi criado um espaço para que o Detalhamento
dessas ações fossem inseridos, quando aplicável. Por exemplo, se uma das ações
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necessária uma metodologia com passos bem definidos para a resolução estruturada de
problemas com foco na melhoria contínua que indicasse o que a equipe quer alcançar em
cada etapa do projeto e como fazer isso por meio do uso de uma sequência típica de
ferramentas gráficas, práticas e analíticas.
Para isso, foi escolhido a Metodologia DMAIC para orientar, planejar e
acompanhar os projetos mapeados que eram mais complexos e necessitavam um
planejamento mais robusto. A equipe do projeto desenhou um segundo formulário
(Anexo II) para auxiliar no gerenciamento e no acompanhamento desses projetos.
A primeira etapa da metodologia é a Definir, que começa com a definição dos
pontos que serão trabalhados, estudando-se as possibilidades de melhoria existentes.
Nessa etapa também são definidos os membros que farão parte da equipe que vai conduzir
todo o processo, assim como o(s) sponsor(s). O Sponsor do Projeto, ou seja, á o
Patrocinador é um papel que deve ser desempenhado por alguém que será a ligação entre
a equipe e a gerência e, portanto, responsáveis por garantir especialistas no assunto e
recursos para o sucesso do projeto. Esta pessoa ou pessoas também serão procuradas para
decisões em momentos críticos do projeto e a cada etapa da metodologia DMAIC, a sua
aprovação será necessária.
Outra resolução da fase ‘Definir’ do DMAIC é o alinhamento em relação aos
objetivos que se espera alcançar através da realização do método assim como o
entendimento do Estado Atual do processo. É importante fazer um brainstorming rico
nessa fase para selecionar os problemas de forma objetiva, focando naqueles que são
relevantes e viáveis. Brainstorming é uma técnica para estimular o surgimento de
soluções criativas. A Tempestade de Ideias, em português, é feita em uma reunião e
permite o compartilhamento de ideias, soluções e insights valiosos para a empresa.
É necessário também determinar as pessoas que irão compor essa iniciativa, o
nome que será dado ao Projeto e a área ou processo que será impactado com a melhoria.
Além disso, temos um item a ser preenchido com a data inicial do projeto e a revisão que
o formulário está, ou seja, cada vez que uma atualização é feita, a revisão deve ser
modificada. E, caso seja aplicável, a equipe deve definir quais são as reduções de custos
esperadas com a melhoria.
Após elaboração da Etapa Definir, será iniciada a etapa Medir. Nessa etapa é
importante estudar e entender em detalhes o cenário atual da empresa, verificar onde há
acertos e os erros que precisam ser reparados. Levantar dados e informações sobre os
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processos e as possíveis causas dos problemas. Para isso utilizaremos duas outras
metodologias o Diagrama de Ishikawa.
o Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe, foi mais uma ferramenta da
qualidade a ser utilizada. Essa ferramenta ajudará a equipe a levantar as causas-raízes dos
problemas, analisando todos os fatores que envolvem a execução do processo. Com essa
metodologia entendemos que todo problema tem causas específicas, e essas causas devem
ser analisadas e testadas, uma a uma, a fim de comprovar qual delas está realmente
causando o efeito (problema) que se quer eliminar.
Nesta etapa, o objetivo é aprimorar e avaliar as ideias geradas no Brainstorming.
São seguidos os passos abaixo:
A partir disso inicia-se a terceira etapa do DMAIC, Analisar. A equipe irá começar
a definir e iniciar as ações do projeto a partir dos dados medidos na etapa anterior e assim
apresentar um cenário claro de como era o estado do processo. O foco aqui é demonstrar
que foram identificadas as causas raízes dos problemas que afetaram o processo de forma
significativa e geraram variabilidade no resultado de interesse, o que resultou neste
Projeto de Melhoria.
Na etapa de análise do método DMAIC a equipe precisará ter pensado nas causas
raízes dos problemas que pretendiam resolver, comprovar estas causas raízes com
gráficos, análise estatística e/ou análise de risco e analisar as melhores formas de
combater estes problemas criando as oportunidades de melhoria.
Após encontradas as Causas Raízes, a equipe deverá iniciar a etapa Melhorar
(Improve). Nesta parte serão apresentadas quais foram as soluções aplicadas para os
problemas propostos, medidos e analisados. Vamos propor, priorizar, testar e executar as
soluções para o problema. Para cada causa raiz estudada e comprovada na Fase de
Análise, deverá ser apresentada a solução adequada que foi implementada. Além disso,
nessa etapa também será avaliado os resultados e impactos das melhorias que já forem
implantadas.
A equipe de Processos e Qualidade estará disponível para auxiliar nas
metodologias de elaboração dos Planos de Ação, assim como para apoiar os testes e a
execução das soluções do problema.
Nessa etapa, o Cronograma do Projeto é definido. Cada ação precisa ter um
número (Nº) para que seja rastreada de forma rápida. Importante para a visibilidade do
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Projeto, em qual etapa da Metodologia DMAIC a ação está inserida. Após preencher esses
itens, a equipe do projeto define a ação e a causa que a motivou. É escolhido um
responsável e definido um prazo. Caso haja necessidade, o prazo pode ser revalidado. É
importante a equipe incluir no campo de Comentários, todas as informações e follow-ups
da ação e, a medida que esta for encaminhando, definir o Status, que foi dividido em:
Em andamento: quando a ação já foi iniciada, mas ainda não foi concluída;
Cancelada: quando a equipe percebe que, por alguma razão, não faz mais
sentido realizar tal ação;
Não iniciada: quando a ação ainda não foi começada pelo responsável.
A partir disso, a Equipe continua a trabalhar nas ações. Após projeto concluído a
equipe de Processos e Qualidade juntamente a equipe do projeto avaliará a eficácia das
ações propostas e os controles definidos para que os problemas não retornem, essa é a
última etapa da metodologia DMAIC, Controlar. A eficácia da Melhoria deve ser
comprovada com comentários e documentos que demonstrem o sucesso das ações.
A Equipe de Processos e Qualidade tem a opção de não encerrar a Melhoria, caso
entendam que as evidências não foram suficientes para demonstrar a eficácia e o controle
das ações propostas.
Tabela 1: Reach
Alcance (Reach)
Apenas a área 1
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Tabela 2: Impact
Impacto (Impact)
Mínimo 0,25
Baixo 0,5
Médio 1
Grande 2
Massivo 3
Tabela 3: Confidence
Confiança (Confidence)
Mínimo 20%
Baixo 50%
Médio 80%
Alto 100%
Tabela 4: Effort
Esforço (Effort)
até 30 dias 1
até 60 dias 2
até 90 dias 3
mais de 120 dias 4
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Após definido os valores, foi definido pela Alta Direção que 21 projetos seriam
avaliados em relação a sua prioridade. A partir dos valores, foi utilizada a fórmula para
calcular a prioridade de cada um dos projetos. A imagem a seguir mostra como ficaram
listados os projetos de acordo com suas prioridades.
Foi definido que projetos com um RICE maior do que 3,1, estariam classificados
como Prioritários. Entre 2,1 e 3, como projetos de Alta Prioridade. Entre 1 e 2, projetos
de média prioridade. Valores entre 0,5 e 1 estariam classificados como projetos de
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prioridade baixa e menores do que 0,5 como prioridade mínima. A partir do que foi
calculado, a Equipe de Processos e Qualidade iniciou a implementação das melhorias de
acordo com a ordem e responsabilidades definidas de cada um dos Projetos.
42
4 CONCLUSÃO
Ishikawa, que mostraram um resultado satisfatório para a equipe, que conseguiu realizar
um planejamento e execução eficaz das ações, assim como ter visibilidade de todo o
processo.
Em relação a escolha de pôr qual projeto a equipe de Processos e Qualidade
deveria iniciar a implementação das melhorias, o uso da matriz RICE de priorização,
trouxe mais lógica e menos intuição para o processo. Dessa forma a ordem de priorização
estava alinhada com as estratégias da empresa.
Seguimos um princípio de baixo custo e o valor gasto no ano de 2020, quando foi
iniciado, com projetos de Qualidade Viva foi de R$ 4.700,00. Em 2021, com a
implementação das melhorias, a equipe manteve o custo e o valor gasto também foi em
R$ 4.700,00. O projeto já gerou $585.216,40 (R$109.247,31 - R$ 1,00 = R$ 5,36) de
economia, que foi considerado pela alta direção com um indicador de eficácia das
melhorias implementadas. Além dessa economia, o Terminal também deixou de imprimir
cerca de 59.982 papéis por ano.
Muitos outros projetos da Qualidade Viva estão sendo avaliados e elaborados em
parceria com as demais áreas utilizando as metodologias definidas nesse trabalho,
buscando sempre a redução de custos, a melhoria contínua e a otimização dos processos.
44
REFERÊNCIAS
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